pressão - Mölnlycke Health Care

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Documento de
Consenso
Recomendações para a utilização de apósitos na
prevenção das Úlceras por Pressão, baseadas na evidência
da práctica
Grupo de Consenso:
Joyce Black RN PhD (Co-Chair), Michael Clark PhD (Co-Chair),
Paulo Alves RN MSc, Tod Brindle RN MSc, Evan Call MS, CSM (NRM),
Carol Dealey RN PhD, Nick Santamaria RN PhD
Grupo de Consenso
A formulação do consenso,
baseado nas recomendações
da utilização de apósitos para
a prevenção de úlceras por
pressão, foi levado a cabo por
um grupo de consenso formado
por expertos na prevenção
e tratamento de úlceras por
pressão na Austrália, Portugal,
Reino Unido e Estados Unidos.
Depois de terem analisado as
evidências, tanto clínicas como de
laboratório, sobre o efeito positivo
da utilização de apósitos na
prevenção de úlceras por pressão
e de terem definido os critérios
de investigação que ajudariam
a desenvolver uma classificação
de apósitos para a prevenção
das UPP, o grupo de consenso
decidiu as recomendações que
poderiam ajudar os profissionais
de saúde na utilização eficaz de
apósitos como parte do sistema
de prevenção das úlceras por
pressão.
2
Joyce Black RN PhD
(Co-Chair)
Michael Clark PhD
(Co-Chair)
Dra. Black é Professora Associada
de Enfermagem na Universidade
do Nebraska nos EUA. Pertence
à Academia Estado-Unidense
de enfermagem e actualmente é
membro do Conselho Nacional
de Assesoramento de Úlceras por
Pressão.
Dr. Clark é Professor Convidado
em Viabilidade de Tecido na
Universidade de Birmingham, Reino
Unido, e director da Welsh Wound
Network. É também Presidente do
Grupo Europeu de Assessoramento
de Úlceras por Pressão.
Paulo Alves RN MSc
Paulo Alves é Professor Assistente
de Enfermagem e Viabilidade de
Tecidos na U. Católica Portuguesa e
investigador da Assoc. Portuguesa
de Tratamento de Feridas. As
Úlceras por Pressão são o seu
principal campo de investigação.
É membro do Grupo Europeu de
Assessoramento de Úlceras por
Pressão e da Associação Europeia de
Gestão de Feridas.
Tod Brindle RN MSc
Tod Brindle é consultor de feridas e
ostomia na Virginia Commonweath
University Medical Center em
Richmond, EUA. A área da sua
especialidade clínica inclui a
prevenção de Úlceras por Pressão
em populações de alto risco.
Evan Call MS, CSM (NRM)
Carol Dealey RN PhD
Nick Santamara RN PhD
Evan Call é um membro adjunto do
departamento de microbiologia na
Weber State University, EUA e leva
a cabo investigações relacionadas
com os dispositivos médicos para a
prevenção de Úlceras por Pressão.
Pertence ao Grupo Europeu de
Assessoramento de Úlceras por
Pressão.
Dra. Dealey é a Senior Research
Fellow na Univ. Hospital Birmingham
NHS Foundation Trust e professora
honorária de Viabilidade de Tecidos na
Uni. of Birmingham no Reino Unido. A
sua principal área de investigação é a
prevenção de Úlceras por Pressão. É
a antiga presidente do Grupo Europeu
de Assessoramento de Úlceras por
Pressão.
Dr. Santamaria é Professor
Assistente de investigação em
enfermagem e de investigação
translacional na University
of Melbourne e no The Royal
Melbourne Hospital, Austrália. A
sua área de investigação implica a
prevenção de Úlceras por Pressão
em pacientes críticos na UCI.
Zonas de potencial risco para desenvolver Úlceras por Pressão
Occipital
1
Escápula
1
2
2
3
Cotovelo
4
Zona
5
6
Calcanhar
Isquío
Sacro
•
O sacro é o lugar mais comum para o desenvolvimento de úlceras por pressão na
maioria dos pacientes.
•
Estudos recentes sugerem que a incidência de úlceras por pressão no
calcanhar é cada vez maior. O calcanhar é o segundo lugar mais comum no
desenvolvimento de úlceras por pressão.
•
A relação dos dispositivos médicos com as úlceras por pressão é uma das
principais preocupações.
•
As úlceras por pressão também são frequentes em localizações atípicas como,
por exemplo, quando um paciente está em posição decúbito prono.
Recorde que as úlceras por pressão podem surgir em qualquer parte do
corpo, na qual a pressão sobre a pele e tecidos suaves seja excessivamente
alta.
3
Como os apósitos previnem Úlceras por Pressão
Redistribuição da cisalha
O apósito redistribui a força de cisalha pela pele perilesional. Dentro do apósito tanto as múltiplas
capas como a natureza elástica do apósito de silicone ajudam a atenuar a força de cisalha. É
recomendável que os apósitos tenham uma espessura que varie entre 3,5 e 4,5 mm (a espessura
deve medir-se sob uma carga de 0,1 N).
Sem apósito
Com apósito de espuma multicapa com silicone
Redução da fricção
A textura e os componentes da capa mais externa do apósito podem aumentar ou reduzir a fricção.
Se a superfície do apósito for escorregadia, isto reduzirá o nível de fricção, enquanto que se não
for, aumentará. Reduzir a fricção é importante porque é a origem da cisalha. A fricção é sempre o
resultado do movimento de uma superfície sobre outra.
Sem apósito
4
Com apósito de espuma multicapa com silicone
Redistribuição da pressão
Um apósito com a espessura adequada redistribui a pressão sobre uma maior superfície, o que
reduz a magnitude das forças aplicadas sobre a pele.
Sem apósito
Com apósito de espuma multicapa com silicone
Equilíbrio do Microclima
O uso de apósitos que mantém o nível de humidade relativa na superfície da pele entre 4080% maximiza a resistência da pele. Os apósitos que mantém a humidade à superfície da pele
reduzem as fortalezas e produzem maceração. Os apósitos que evaporam demasiada humidade
podem predispor a pele à desidratação e quebra. Isto pode ser identificado por sintomas claros de
maceração.
Com apósito clássico
Com apósito de espuma multicapa com silicone
5
O papel dos apósitos na prevenção das úlceras por pressão
1.
Considerar a utilização de um apósito de espuma
multicapa com silicone para melhorar, mas não
substituir, os métodos de prevenção das úlceras
por pressão no sacro, glúteos e calcanhar. (SOE =
B)
Estudos recentes indicam que os apósitos de
espuma multicapa com suave silicone aplicados
sobre a zona sacra ajudam a reduzir a incidência
das úlceras por pressão. O uso destes apósitos em
conjunto com superfícies alternativas pode ajudar
na prevenção de úlceras por pressão.
Afecta o microclima entre a pele, o leito da ferida
e a superfície de apoio. Um nível excessivo de
humidade pode provocar maceração e a perda
da capacidade da epiderme para deslizar pela
superfície de contacto (cama). Os pacientes,
durante a sua estadia no hospital, sofrem stress e
o suor é a resposta natural a este stress. Quando
o suor fica preso em contacto com a pele, o
microclima e as suas propriedas físicas, como a
elasticidade, fortaleza, etc, são alteradas e pioram
se o excesso de humidade não for evaporado.
A capacidade do apósito de espuma multicapa
para absorver a humidade da pele e evaporá-la
foi testada em laboratório. Tanto a capacidade de
absorção como de evaporação da humidade foram
superiores à de outros apósitos. É fundamental
manter os cuidados diários para prevenir as
úlceras por pressão, baseando-se nos níveis de
risco de formação das úlceras por pressão. Todos
os apósitos são diferentes. As recomendações
expostas neste documento estão baseadas na
evidência disponível sobre a sua estrutura, funções
e eficiência.
2.
Coloque o apósito sobre a pele seca intacta.
Não usar emolientes ou outro tipo de protecção.
(SOE=C)
O uso de emolientes e outros preparados para a
pele podem reduzir as propriedades adesivas do
apósito.
6
Escolher um apósito(s) que sobrepasse a zona
do tecido em risco na zona do sacro, glúteos e
calcanhar para proteger da pressão e da cisalha.
(SOE=C)
Ajuste o tamanho do apósito para desviar a
pressão e a força de cisalha fora da zona de risco.
Para conseguir o resultado pode ser necesário
utilizar mais de um apósito com as mesmas
características.
5.
Siga avaliando a pele sob o apósito de forma
regular, seguindo os standards do tratamento e/ou
o protocolo local. (SOE = C)
A selecção do apósito engloba a capacidade do
apósito de ser retirado para avaliar a pele de forma
regular. Isto dependerá da natureza atraumática do
apósito.
6.
A frequência da troca de apósito deve estar em
linha com o protocolo local e as recomendações do
fabricante ou da prática clínica. (SOE = C)
Os apósitos estragados ou danificados têm que ser
trocados de forma mais frequente que a indicada
pelo protocolo local ou pelas recomendações do
fabricante.
7.
Considere deixar de usar o apósito quando o risco
do paciente de desenvolver úlceras por pressão
seja reduzido após avaliação clínica. (SOE=C)
Avaliar o uso continuado do apósito como
estratégia de prevenção ao realizar a avaliação do
nível de risco de formação de úlceras por pressão
do paciente e das estratégias de prevenção. Ao
reduzir-se o nível de risco, o apósito já não é
necessário.
Antes de escolher um apósito deve considerar o
estado actual da pele e a facilidade de retirada do
apósito para prevenir o desprendimento mecânico.
(SOE= B)
A pele pode lesionar-se pelo uso repetitivo de
apósitos muito adesivos que danificam a pele
durante a sua retirada. Demonstrou-se que os
apósitos com suave silicone são efectivos em peles
frágeis que se rasgam ou lesionam com facilidade.
O uso incorrecto de vendas de retenção poderia
incrementar a pressão sobre a prominência óssea.
3.
4.
Protegendo a zona sacro e os
glúteos
8.
Considere o uso de apósitos multicapa de suave
silicone nos glúteos e na zona sacro de forma
prévia a intervenções prolongadas ou a situações
onde o paciente não se possa mover ou não possa
ser movido da posição supina. (SOE=B)
Estudos recentes indicam que o uso de apósitos
de espuma multicapa de suave silicone na zona
do sacro ajuda a reduzir a incidência de úlceras
por pressão. O uso destes apósitos, além de
uma redistribuição adequada da pressão sobre
a superfície de apoio pode ajudar a prevenir as
úlceras por pressão.
recomendações do fabricante. (SOE=C)
9.
Considere utilizar apósitos de suave silicone nos
glúteos e sacro quando a parte superior da cama
esteja continuadamente elevada. (SOE = B)
Estudos recentes indicaram que o uso de apósitos
de espuma multicapa de suave silicone aplicados
na zona sacra ajudam a reduzir a incidência de
úlceras por pressão.
Quando a parte superior da cama está elevada, a
zona pélvica suporta grande parte da massa do
corpo, aumentando de forma potencial a pressão
e a cisalha na pele e nos tecidos suaves sobre o
sacro e os glúteos.
Protegendo os calcanhares
10. Considere o uso de um apósito de espuma
multicapa com suave silicone de forma prévia a
intervenções prolongadas ou antes de situações
nas quais o paciente não se possa mover ou não
possa ser movido da posição supina. (SOE=C)
A anatomia e a fisiologia do calcanhar fazem com
que o tecido seja muito vulnerável face à pressão.
Quando a pressão se incrementa em pacientes
com alto risco, como aqueles com problemas
arteriais periféricos e neuropatias, o risco de
desenvolver uma úlcera e de sofrer problemas com
a cicatrização aumenta.
Os pacientes em risco de sofrer maior pressão nos
calcanhares são aqueles que não podem mover
as pernas, como os pacientes com anestesia,
paralização ou os que tem problemas ortopédicos
ou cirurgias. Estes pacientes requerem um cuidado
especial para prevenir as úlceras no calcanhar.
11. Considere a utilização de apósitos de espuma
multicapa com suave silicone para os calcanhares
dos pacientes em risco de sofrer lesões por cisalha.
(SOE=C)
A anatomia e a fisiologia do calcanhar fazem com
que o tecido seja muito vulnerável face à pressão.
Enquanto que a pressão causa compressão dos
tecidos, a força de cisalha produz-se entre as capas
dos tecidos e tende a rasgá-los e separá-los.
Em alguns casos, isto traduz-se na formação de
bolhas e ruptura das fibras que unem as capas de
gordura e colagénio.
12. Seleccione um apósito de espuma multicapa
com silicone que esteja desenhado para se
adaptar ao calcanhar ou modifique o apósito para
que se adapte ao calcanhar de acordo com as
Dependendo da posição da extremidade inferior,
tanto a parte posterior como a lateral do calcâneo
estão em risco de lesão. O apósito de espuma
multicapa envolve o calcâneo para proporcionar
uma protecção posterior e bilateral, mas não previne
o uso de calçado apropriado ou a deambulação.
Tanto a anatomia como a perfusão, forma e
angulo do calcâneo jogam um papel principal no
desenvolvimento das úlceras por pressão e pode
variar entre pacientes.
Outras áreas de pressão que
necessitan protecção:
Embora as evidências sejam limitadas no que
diz respeito a outras zonas anatómicas onde se
produzem úlceras por pressão, por exemplo, as
tuberosidades isquiáticas, trocânteres, maléolos,
occipital ou olecranon (cotovelos), há um potencial
benefício no uso de apósitos para a prevenção de
úlceras por pressão nestas zonas.
Uso de apósitos sob dispositivos
médicos.
13. Avaliar a pele sob dispositivos médicos de acordo
com o protocolo local dos standards de cuidados.
(SOE=C)
Há uma crescente evidência dos danos causados
pela pressão exercida sob os dispositivos médicos.
14. Considere a utilização de apósitos que demonstrem
a redistribuição da pressão nas zonas do corpo em
contacto com dispositivos médicos.(SOE = A)
A redistribuição da pressão reduzirá o impacto nas
zonas do corpo afectadas.
15. Além de aplicar os apósitos sob os dispositivos
médicos, deve levantar e mover os dispositivos
médicos para examinar a pele debaixo e recolocálos para aliviar a pressão. (SOE= A)
O uso de apósitos não substitui outras estratégias de
prevenção.
16. Quando a recolocação não alivia a pressão, é
importante não criar mais pressão colocando
apósitos sob os dispositivos. (SOE=C)
O uso de um apósito pode aumentar a pressão sobre
a pele se estiver colocado de forma inapropriada
sob um dispositivo médico que pressiona a pele e o
tecido suave e não se pode recolocar.
7
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Guia de selecção de um apósito para a prevenção das UPP na zona
sacro, glúteos e calcanhar - recomendações do grupo internacional
de consenso.
Localização
Como se produz uma
úlcera por pressão?
Pressão, Fricção, Cisalha e
Microclima
Zona
Sacro e
Glúteos
A elevação da cabeceira da cama
pode aumentar a pressão e o
cisalhamento na região pélvica. A
% de massa corporal afectada em
função do ângulo de elevação da
cama é a seguinte:
0º = 30% de massa corporal
30º = 44% de massa corporal
45º = 52% de massa corporal
90º = 70% de massa corporal
Quando a cama do paciente não é
própria para a prevenção das UPP,
produz-se uma carga adicional
sobre a região pélvica do paciente,
uma vez que esta se adapta à
pélvis, ao mesmo tempo que a
cabeceira da cama é levantada
para evitar o efeito de cisalha.
Mecanismos de
protecção
Selecção de apósitos
Os apósitos utilizados para a
prevenção das upp devem:
Estrutura:
1) Redistribuir a pressão
2) Minimizar a cisalha
3) Manter um microclima
equilibrado
4) Reduzir a fricção
5) Eliminar o desprendimento da
pele ao levantar o apósito para
examinar a ferida
6) Proporcionar uma barreira de
protecção para a pele
7) Ter uma capa de contacto
atraumática com a ferida
As úlceras por pressão nesta
zona podem produzir-se por
uma pressão sustentada devido
à prominência e à forma do
calcâneo, ou porque o calcanhar
está em contacto com a cama, um
tamborete ou com gesso.
1) Capa de contacto com a pele:
Adesivo elástico e flexível de
silicone suave ou silicone como
adesivo em toda a superfície
de contacto do apósito, que
permite reutilizar o apósito
depois de inspeccionar a pele.
2) Características de absorção de
humidade: Reter, evaporar e
dispersar.
3) Espessura: Permite a
redistribuição da pressão.
4) Várias láminas sobrepostas:
Capacidade para sobrepôr uma
lâmina sobre outra de forma
independente para dissipar a
cisalha.
Um nível extremo de humidade
aumenta o risco de sofrer os
efeitos de fricção e cisalha.
Por outro lado, a desidratação
e quebra da pele diminuem o
nível de tolerância aos efeitos de
pressão e cisalha.
Calcanhar
Um apósito de espuma multicapa
com silicone com capacidade de
redistribuir a pressão, absorver
e redistribuir a cisalha e gerir de
forma eficaz o microclima.
5) Film posterior permeável:
Minimiza a fricção entre o
apósito e a cama (superfície
de contacto).
O apósito deve ter as mesmas
propriedades que as mencionadas
para a zona, tendo em conta:
1) Redistribuir a pressão por toda
a zona do calcanhar, incluindo
o calcâneo.
Estrutura:
O apósito deve ter a mesma
estrutura que a citada para a
zona do sacro e dos glúteos com
especial atenção à:
1) Adaptabilidade e aderência à
forma do calcanhar.
2) Capacidade de permanecer
no lugar e evitar o possível
deslocamento pelo frequente
movimento das pernas.
3) Possibilidade de mover-se sem
o deterioramento do apósito.
Tabela 1
O desenvolvimento deste documento de consenso foi possível com o patrocínio de um programa
educativo por parte da Mölnlycke Health Care.
www.molnlycke.pt/microclimaemupp
Mölnlycke Health Care AB, Box 13080, SE-402 52 Göteborg, Sweden. Phone + 46 31 722 30 00.
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