54º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008 Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Metabolismo do folato materno e suscetibilidade à não-disjunção do cromossomo 21 Biselli, JM1; Zampieri, BL1; Mituo, MO1; Vannucchi, H2; Carvalho, VM3; Goloni-Bertollo, EM1; Pavarino-Bertelli, EC1 Unidade de Pesquisa em Genética e Biologia Molecular – UPGEM, Departamento de Biologia Molecular, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP 2 Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP 3 Centro de Medicina Diagnóstica Fleury, São Paulo, SP, Brasil [email protected] 1 Palavras-chave: Síndrome de Down, trissomia do 21, folato, polimorfismo genético Cerca de 95% dos casos de síndrome de Down (SD) é decorrente da trissomia livre do 21, a maioria resultante de não-disjunção cromossômica durante a meiose materna. Estudos sugerem associação entre a ocorrência da SD e o metabolismo anormal do folato, devido à sua contribuição para as reações de metilação do DNA, importantes para a manutenção da estabilidade cromossômica. A disponibilidade de folato e vitamina B12 pode também alterar os produtos resultantes da via do folato e influenciar as reações de metilação celulares. Este estudo teve como objetivo investigar os polimorfismos genéticos MTHFR C677T e A1298C, MTR A2756G, MTRR A66G, RFC1 A80G, TC2 A67G e C776G e CβS 844ins68 e quantificar folato sérico e ácido metilmalônico (MMA) plasmático, indicador do status de vitamina B12, em mães de indivíduos com SD (trissomia livre do 21) e em mães de indivíduos sem a síndrome. Amostras de sangue periférico foram coletadas após jejum de 12 horas para extração de DNA e quantificação de folato sérico (imunoensaio competitivo) e MMA plasmático (LC-MS/MS). Os polimorfismos foram investigados por variações da técnica de PCR. A análise estatística foi realizada pelos testes T, X2, Correlação de Pearson e ANOVA, utilizando a escala logarítmica das concentrações de folato e MMA. Maior freqüência dos genótipos MTHFR 677CT ou TT foram observadas no grupo caso em relação ao controle (P=0,029), e associados ao risco materno aumentado para a SD com OR de 1,71 (P=0,029). Freqüência significantemente maior do haplótipo MTHFR 677C-1298A (alelos selvagens) foi observada no grupo controle em relação ao caso (P=0,017). A média do número de alelos mutados, considerando todos os polimorfismos, foi maior no grupo caso em relação ao grupo controle, com significância estatística borderline (P=0,06). A média das concentrações de folato foi significantemente menor no grupo caso em relação ao controle (P=0,001), e concentrações ≤10,85 ng/mL foram associadas ao risco materno para a SD com OR de 3,16 (P=0,003). Concentração média de folato significantemente maior foi associada à presença dos genótipos MTHFR 677CC ou CT em relação ao genótipo 677TT (P=0,029). Em relação ao MMA, a média (P<0,001) das concentrações foi significantemente maior no grupo caso em relação ao controle. Concentração média de MMA significantemente maior foi associada à presença do genótipo MTHFR 1298CC em relação aos genótipos AA ou AC (P=0,03). Conclui-se que concentrações de folato e MMA e genótipos MTHFR modulam o risco materno para prole com SD. Apoio financeiro: FAPESP, CAPES, CNPq, FAMERP/FUNFARME. 181