TÍTULO: RELAÇÃO DO ÁCIDO FÓLICO NO PROCESSO DE FECHAMENTO DO TUBO NEURAL: DA ESTRUTURA A REPOSIÇÃO CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): VERÔNICA LOPES LIMA ORIENTADOR(ES): CRISTIANO ROSSATO RESUMO: O ácido fólico é fundamental para o fechamento do tubo neural, qualquer erro em sua formação pode resultar em problemas estruturais e funcionais que se estendem por toda a vida do indivíduo. Portanto, preconiza-se a reposição do folato até o terceiro mês de gestação, período no qual o fechamento do tubo neural se completa. Além disso, o acompanhamento por diagnóstico se faz necessário antes mesmo da concepção para que a reposição seja eficaz. INTRODUÇÃO: Defeitos do fechamento do tubo neural (DFTNs) são malformações congênitas que ocorre entre a terceira e quinta semana do desenvolvimento embrionário. O tubo neural dá origem ao sistema nervoso fetal; sua boa formação é essencial para o desenvolvimento e crescimento da criança. Sabidamente, o ácido fólico é um composto que participa no metabolismo celular. É uma molécula hidrossolúvel envolvida na biossíntese das unidades formadoras do DNA, o que relaciona diretamente com o bom desenvolvimento fetal. Para tanto, deve-se manter as concentrações séricas adequadas de ácido fólico durante o período prégestacional e gestacional, assim as divisões celulares ocorrem de forma normal. Além disso, o monitoramento da fase pré-concepcional e pré-natal pode diminuir a incidência de DFTN (MANTOVANI, 2014). OBJETIVO: Este trabalho objetiva revisar os efeitos do folato no metabolismo celular e na prevenção de defeitos do fechamento do tubo neural. METODOLOGIA: Foi realizada a revisão da literatura científica nacional e internacional de revistas indexadas a partir de 2003, período no qual foram identificados trabalhos relevantes ao entendimento dos pontos aqui descritos. DESENVOLVIMENTO: Ácido fólico: Conhecido como folato ou folacina, é derivado do ácido pterotiglutámico e participa do metabolismo celular. Integrante do grupo de vitamina B, essa substância hidrossolúvel é encontrada em vegetais verdes e vísceras de mamíferos. Uma vez ingerida é convertidas a poliglutamatos e estocados no fígado, posteriormente secretados junto à bile, e via ligação com as proteínas de ligação de folato (FBPs) e albumina atingem a circulação enterohepatica onde serão reabsorvidos e reutilizados ( YAJNIK et al, 2008; PACHECO etal , 2009). O folato tem duas funções primordiais: 1) formação da hemoglobina; e 2) formação das bases nitrogenadas do DNA (purinas e pirimidinas), que acontece por intermédio da Vitamina B12 agindo como coenzima redutora na reação. Portanto, o folato realiza a transferência de carbono para a dupla hélice permitindo a interação e formação dos nucleotídeos ( YAJNIK et al, 2008; PACHECO etal , 2009). Ácido fólico na neurulação: Durante o período gestacional ocorre o depósito de poliglumatos pela via das FBPs no soro e leite; além do fluido cérebro espinhal, placenta e cordão umbilical, regiões que permitem a passagem do ácido fólico da mãe para o feto ( NOGUEIRA et al, 2003 ; MANTOVANI, 2014). A presença do folato é fundamental para a formação do tubo neural que dará origem ao sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) da criança. O tubo inicia sua formação após 22 dias da concepção e tem seu fechamento por volta do 28º dia; o remate total do tudo tem função de proteger os feixes nervosos dentro do crânio e coluna vertebral (AGUIAR, et al , 2003 apud MCNULTY, 1995 ). Diagnóstico e reposição: O acompanhamento da concentração de folato sérico no organismo da mulher deve ser feita com até três meses antes da concepção, pois a reposição nem sempre é alcançada com a ingestão nutricional, o que remete a reposição medicamentosa ( NOGUEIRA et al, 2003 ; YAJNIK et al, 2008). O diagnóstico é feito com a coleta do sangue total, utilizando anticoagulante, ou com o soro do paciente em jejum de 4 a 24 horas. O método de dosagem é feito por quimiluminescência que mensura a concentração da vitamina. Os valores normais para gestantes são de 55 a 1.100 ng\mL (sangue total) e 3 a 17 ng\mL (soro) ( BOSS et al, 2005; YAJNIK et al, 2008). No entanto, há a problemática de que muitas mulheres só descobrem a gravidez por volta do segundo mês de gestação. Perante esse problema, em 13 de dezembro de 2002, a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) redigiu a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 344, que torna obrigatória a fortificação de ferro e de ácido fólico nas farinhas de trigo e nas farinhas de milho, assim o folato permanece em concentração adequada durante a fase fértil. ( NOGUEIRA et al, 2003 ; MANTOVANI, 2014). RESULTADOS PRELIMINARES: Os estudos demonstram que o ácido fólico é essencial nos processos de maturação eritrocitária, bem como no desenvolvimento do feto. A baixa concentração de ácido fólico em gestantes pode ocasionar malformações que levam a defeitos do fechamento do tubo neural. Portanto, políticas públicas criaram normativas para a reposição do folato em gestantes, uma vez que a ocorrência de DFTN é irreversível e prejudica a qualidade de vida do indivíduo. FONTES CONSULTADAS: YAJNIK, C. S. et al. Vitamin B12 and folate concentrations during pregnancy and insulin resistance in the offspring: the Pune maternal nutrition study. Diabetologia, Vol. 51, p. 29–38, 2008. PACHECO, S. S. et al. Efeito da fortificação alimentar com ácido fólico na prevalência de defeitos do tubo neural. Revista Saúde Publica. Ed. 43, p. 565571, 2009. NOGUEIRA, N. N. et al. Mudanças na concentração plasmática de zinco e ácido fólico em adolescentes grávidas submetidas a diferentes esquemas de suplementação. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, Ed. 19, Vol. 1, p.155160, 2003. AGUIAR, M. J. B. et al. Defeitos de fechamento do tubo neural e fatores associados em recém-nascidos vivos e natimortos. Jornal de Pediatria, Vol. 79, N. 2, p. 129 – 132, 2003. BOSS, A. et al. Folic Acid. Alternative Medicine Review, Vol. 10, n. 3 ,p. 222229, 2005. MANTOVANI, E. et al., Folic acid supplementation and preterm birth: results from observational studies. Biomed Res Int. Vol. 2014, p. 481-914, 2014.