Miolo Memento14X21_2006_4.PMD - Farmanguinhos

Propaganda
HALOPERIDOL
Nome Genérico: haloperidol
Classe Química: derivado butirofenona
Classe Terapêutica: neuroléptico, antipsicótico
Forma Farmacêutica e Apresentação: Haloperidol 5 mg, em envelope
com 10 comprimidos
•
•
•
•
Esquizofrenia
Psicoses
Transtornos maníacos
Transtornos psicóticos
• Transtornos do comportamento
• Síndrome de Gilles de la Tourette
• Outros usos: doença de
Huntington; autismo infantil.
• Transtornos psicóticos
Haloperidol é usado no controle sintomático dos transtornos psicóticos em
pacientes com esquizofrenia. Os agentes antipsicóticos é a classe principal
de drogas usadas em todas as fases da esquizofrenia e geralmente são
eficazes em todos os subtipos do transtorno e subgrupos de pacientes.
A resposta e a tolerância aos agentes antipsicóticos são variáveis e os
pacientes que não toleram ou não respondem a uma droga podem ser tratados
com sucesso com outra droga de classe diferente ou com outro perfil de
efeitos adversos.
• Síndrome de Tourette
Haloperidol é considerado a droga de escolha no controle dos tiques e
expressões vocais da síndrome de Gilles de la Tourette, em crianças e
adultos, sendo a pimozida uma alternativa para pacientes com resposta
inadequada ou intolerância ao haloperidol, embora alguns especialistas
prefiram este último medicamento.
• Delírio
Os agentes antipsicóticos, especialmente o haloperidol, são usados no controle
do delírio, um distúrbio da consciência, atenção, cognição e percepção,
podendo também afetar o sono, a atividade psicomotora e as emoções.
CONTRA-INDICAÇÕES
• Depressão tóxica do sistema nervoso central
• Coma de qualquer origem
• Hipersensibilidade à droga
• Doença de Parkinson
• Tireotoxicose
Farmanguinhos/Fiocruz
Miolo Memento14X21_2006_4.PMD
155
155
Memento Terapêutico
29/6/2006, 15:17
HALOPERIDOL • ANTIPSICÓTICO
INDICAÇÕES
HALOPERIDOL
POSOLOGIA
• Uso oral: psicoses e síndrome de Tourette
• Adultos e adolescentes acima de 16 anos:
ANTIPSICÓTICO • HALOPERIDOL
— Pacientes com sintomatologia moderada: 0,5 a 2 mg, 2 a 3 vezes ao
dia. Titular a dosagem subseqüente, segundo a resposta do paciente.
— Pacientes com sintomas graves ou crônicos: 3 a 5 mg, 2 a 3 vezes ao
dia, como dose inicial. Ajustes até 100 mg/dia são empregados em pacientes
graves, com resposta insatisfatória.
• Crianças entre 3 e 12 anos: 0,05 a 0,075 mg/kg/dia, divididos em 2 a 3
doses; doses subseqüentes podem ser aumentadas de 0,5 mg/dia em
intervalos de 5 a 7 dias.
Há considerável variação na dosagem ótima de haloperidol e a dose deve
ser ajustada cuidadosamente de acordo com a resposta e a necessidade de
cada paciente, usando-se a menor dose efetiva possível. Em crianças e
pacientes debilitados ou idosos o aumento da dosagem deve ser mais gradual.
Os pacientes em uso prolongado devem ser avaliados periodicamente para
se determinar se a dose de manutenção deve ser reduzida ou suspensa.
PRECAUÇÕES
• Lactação
• Retenção urinária
• Doença cardiovascular
• Epilepsia
• Doença renal ou hepática
• Doença pulmonar
• Glaucoma
• Os pacientes devem ser alertados da possibilidade de que o haloperidol possa
prejudicar a habilidade de executar atividades que exijam atenção mental ou
coordenação física, como operar máquinas ou dirigir veículos a motor.
• Devem também ser alertados para o fato de que haloperidol pode aumentar
a resposta à ingestão de álcool, barbitúricos ou outros depressores do
sistema nervoso central.
• Haloperidol pode provocar hipotensão e/ou precipitação de angina, devendo
ser usado com cuidado em pacientes com doença cardiovascular grave.
• Se ocorrer hipotensão grave, pode-se usar metaraminol, norepinefrina ou
fenilefrina; epinefrina não deve ser usada, pois o haloperidol causa reversão
do efeito vasopressor da epinefrina e posterior redução da pressão arterial.
• Haloperidol pode abaixar o limiar convulsivo e deve ser usado com cuidado
em pacientes recebendo anticonvulsivantes e com história de convulsão.
• Pacientes com história de alergia medicamentosa devem ser monitorados
com o uso de haloperidol.
Farmanguinhos/Fiocruz
Miolo Memento14X21_2006_4.PMD
156
156
Memento Terapêutico
29/6/2006, 15:17
HALOPERIDOL
GRAVIDEZ E LACTAÇÃO: “categoria C” do FDA (vide pág. 10)
Haloperidol tem efeitos teratogênicos e fetotóxicos em animais de
laboratório em dose equivalente a 2 a 20 vezes a dose humana máxima.
O uso durante a gravidez deve ser limitado à análise da necessidade e dos
riscos.
É distribuído no leite materno e a amamentação não é aconselhável.
Haloperidol tem os mesmos potenciais tóxicos dos fenotiazínicos.
Os efeitos adversos mais freqüentes do haloperidol envolvem o sistema
nervoso central.
• Reações extrapiramidais ocorrem com freqüência, especialmente
durante os primeiros dias de tratamento. Na maioria dos pacientes estas
reações consistem de sintomas parkinsonianos (por exemplo, sonolência e
letargia acentuadas, hipersalivação, olhar fixo), e são de moderadas a
graves e geralmente reversíveis com suspensão da droga. Outras reações
neuromusculares menos freqüentes têm sido relatadas, mas usualmente
mais graves, incluindo sensação de agitação motora (isto é, acatisia),
distonia tardia e reações diatônicas (hipereflexia, opistótono, crises
oculogíricas, torcicolo, trisma). Geralmente, a ocorrência e gravidade da
maioria das reações extrapiramidais estão relacionadas com a dose, ocorrem
em doses relativamente altas e desaparecem ou se tornam menos graves
após redução da dosagem. Muitos pacientes respondem rapidamente ao
tratamento com um anticolinérgico antiparkinsoniano, como benzeropina,
ou tri-hexifenidil. Se as reações extrapiramidais persistirem, o haloperidol
deve ser suspenso.
• Síndrome neuroléptica maligna pode ocorrer em pacientes recebendo
haloperidol ou outro antipsicótico. É caracterizada por hipertermia,
disfunção extrapiramidal grave, incluindo hipertonicidade muscular grave,
variação de níveis de consciência (incluindo estupor e coma), alteração do
estado mental, instabilidade autonômica (hipertensão, taquicardia,
arritmias, palidez, sudorese), aumento de CPK, rabdomiólise, insuficiência
renal aguda e leucocitose. A síndrome não é comum, tem início súbito ou
imprevisível, surge geralmente cedo no início do tratamento com
antipsicóticos (primeira semana), freqüentemente não é reconhecida e
pode ser fatal em 5 a 20% dos casos se não tratada. Fatores de risco
incluem jovens, masculinos, calor, exaustão física, desidratação, doença
orgânica cerebral, aumento brusco na dosagem e uso de antipsicóticos de
alta potência e preparação depot.
Não há tratamento específico, tendo sido usados em poucos pacientes
dantrolene, bromocriptina, amantadina, levodopa/carbidopa ou pancurônio.
• Discinesia tardia também está associada com o uso de haloperidol, ou
outros antipsicóticos, como os fenotiazínicos. Pode ocorrer com o uso
prolongado ou após suspensão da droga. Pacientes geriátricos com altas
doses, especialmente do sexo feminino, têm maior risco. Os sintomas são
persistentes e em alguns pacientes podem ser irreversíveis.
Farmanguinhos/Fiocruz
Miolo Memento14X21_2006_4.PMD
157
157
Memento Terapêutico
29/6/2006, 15:17
HALOPERIDOL • ANTIPSICÓTICO
EFEITOS ADVERSOS / REAÇÕES COLATERAIS
HALOPERIDOL
ANTIPSICÓTICO • HALOPERIDOL
A discinesia tardia é caracterizada por movimentos involuntários da língua,
face, boca ou mandíbula (protusão da língua, movimentos com a bochecha,
mastigação, etc) algumas vezes acompanhados de movimentos involuntários
das extremidades ou do tronco. Movimentos finos vermiculares da língua
podem ser um sinal precoce da síndrome e a suspensão imediata do
haloperidol nesta fase pode prevenir o desenvolvimento da síndrome.
Os agentes antiparkinsonianos não melhoram o quadro de discinesia tardia
e tendem a exacerbar os sintomas.
+
Mais freqüentes
–
0
Menos freqüentes
Raros, ou muito raros
SNC: acatisia, efeitos extrapiramidais, síndrome parkinsoniana, visão
turva, discinesia tardia, alucinações, sonolência, cansaço exagerado,
confusão, depressão, ansiedade, síndrome neuroléptica maligna.
AR: broncospasmo, laringoespasmo.
AC: hipotensão ortostática, ataque cardíaco, arritmias cardíacas.
AD: redução da sede, boca seca, constipação, náusea, vômitos, icterícia
obstrutiva.
AGU: dolorimento dos seios, galactorréia, ginecomastia, alterações do
sangramento menstrual, ganho de peso, dificuldade de urinar, impotência,
alteração da função sexual, priapismo.
HEMAT: agranulocitose, anemia, leucocitose, leucopenia transitória.
DERM: dermatite alérgica, reações alérgicas, exantema, fotossensibilidade
cutânea.
Outros: diminuição da sudorese.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
• 3-Depressores do sistema nervoso central: haloperidol pode ter ação
aditiva ou potenciar a ação de outros depressores do sistema nervoso
central, como analgésicos opiáceos, barbitúricos ou outros sedativos,
anestésicos e álcool. Sedação excessiva pode ocorrer.
• 3-Rifampicina: redução de até 70% nas concentrações séricas do
haloperidol e redução da eficácia antipsicótica.
• 3-Metildopa: associação com haloperidol pode provocar demência em
muitos pacientes.
• 3-Anticolinérgicos (biperideno): efeitos variáveis. Inibição dos efeitos
terapêuticos dos antipsicóticos, piora dos sintomas esquizofrênicos,
desenvolvimento de discinesia tardia.
• 3-Bromocriptina: possível inibição dos efeitos antipsicóticos.
• 3-Carbamazepina: redução das concentrações séricas do haloperidol.
• 3-Guanetidina: inibição dos efeitos anti-hipertensivos da guanetidina.
• 2-Levodopa: inibição dos efeitos antiparkinsonianos da levodopa.
• 3-Lítio: neurotoxicidade grave em raros pacientes. Alterações na
consciência, encefalopatia, efeitos extrapiramidais, febre, leucocitose.
• 3-Quinidina: aumento dos riscos de toxicidade.
• 3-Fluoxetina, fluvoxamina: risco de reações extrapiramidais.
• 3-Propranolol: os efeitos farmacológicos de ambas as drogas podem ser
aumentados.
Farmanguinhos/Fiocruz
Miolo Memento14X21_2006_4.PMD
158
158
Memento Terapêutico
29/6/2006, 15:17
HALOPERIDOL
SUPERDOSAGEM
• Tratamento
Sintomático e de suporte, não havendo antídoto específico. Drogas
anticolinérgicas antiparkinsonianas podem ser úteis no controle dos
sintomas extrapiramidais.
Esvaziamento gástrico e carvão ativado, quando indicados, tomando-se
cuidados respiratórios. Emese forçada não deve ser feita. Correção dos
eletrólitos e equilíbrio ácido-base. Lidocaína, fenitoína, isoproterenol,
marca-passo ventricular quando indicados. Procainamida e quinidina devem
ser evitadas, por aumentarem o intervalo QT.
Hemodiálise e diurese forçada são de pouco valor.
FARMACOLOGIA CLÍNICA
Haloperidol é um agente antipsicótico derivado da butirofenona.
• Mecanismo de Ação:
Os efeitos farmacológicos do haloperidol são semelhantes aos dos derivados
fenotiazínicos.
O mecanismo de ação é pouco claro, agindo como depressor do sistema
nervoso central em diversos níveis. Parece inibir o sistema de ativação
reticular ascendente, interrompendo o impulso entre o diencéfalo e a córtex.
Antagoniza as ações do ácido glutâmico no sistema extrapiramidal. Inibe os
receptores da catecolamina e a recaptação de vários neurotransmissores
no cérebro. Tem efeito antidopaminérgico central forte e atividade
anticolinérgica central fraca.
• Farmacocinética:
Haloperidol é bem absorvido por administração oral, mas parece sofrer
metabolismo de primeira passagem no fígado. Biodisponibilidade de 60%.
Pico plasmático ocorre em 2 a 6 horas após administração oral; 92% de
ligação às proteínas plasmáticas. É distribuído no leite, metabolizado no
fígado e excretado na urina e nas fezes.
Farmanguinhos/Fiocruz
Miolo Memento14X21_2006_4.PMD
159
159
Memento Terapêutico
29/6/2006, 15:17
HALOPERIDOL • ANTIPSICÓTICO
Em geral se espera que a superdosagem por haloperidol produza efeitos que
são extensão das reações adversas comuns: reações extrapiramidais
graves, hipotensão e sedação têm sido os principais efeitos relatados.
Depressão do sistema nervoso central, com arreflexia ou estimulação do
SNC, com convulsões seguidas de depressão respiratória, podem ocorrer.
Sonolência, inquietação, desorientação, confusão, excitação, pele seca,
midríase, hipertermia, vômitos, retenção urinária, arritmias, alterações
do ECG, aumento do intervalo QT e PR, bradicardia, taquicardia, fibrilação
ventricular, choque cardiovascular são todos sintomas e sinais possíveis e
variam com a gravidade do quadro de intoxicação.
Download