estágio supervisionado

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO:
UMA ETAPA PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL1
JARDIM, Aline2; CAMPARA, Francieli3; SOUZA, Carmen R. S.4
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Relatório de Estágio Supervisionado - UNIFRA.
Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS,
Brasil.
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Acadêmica do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS,
Brasil.
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Professora do Curso de Pedagogia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS,
Brasil.
E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]
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INTRODUÇÃO
O estágio supervisionado, como componente curricular, é fundamental para a nossa
carreira como professores. Por meio dele, podemos vivenciar as diferentes situações que
envolvem a rotina escolar, em sala de aula e na escola como um todo. Nosso estágio
realizou-se na Escola Municipal de Educação Fundamental Duque de Caxias, situada na
Rua Francisco Lameira n. 555, com dezesseis alunos da pré-escola A, com idade entre
quatro e cinco anos, no turno da tarde.
Nossa experiência como professoras estágiárias exigiu bastante empenho, pois foi
realizada com a pré-escola. Essa fase pode ser considerada como o ponto de partida
para a aprendizagem, ou seja, ela servirá de base para o aprendizado futuro da criança.
Além disso, é nesse momento em que ocorre o processo de sociabilização da criança, o
que será extremamente importante para a sua interação com outras crianças e pessoas
a sua volta.
Os temas trabalhados foram sugeridos pela professora regente da turma e a
metodologia adotada partiu de uma necessidade da turma, observada durante o período da
monitoria, com o objetivo de fazer com as crianças não só se divertissem mas também
aprendessem. A partir disso, construímos planos de ação, utilizando materiais sucateados
que envolveram ao mesmo tempo brinquedo e conhecimento, pois brincar gera prazer e é
algo que levaremos para a nossa vida adulta. Isto é, conforme cantou Milton Nascimento,
“há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração...”
METODOLOGIA
A realização deste trabalho pautou-se em uma pesquisa bibliográfica que, sobretudo,
amparou nossa prática em sala de aula. Para tanto, buscamos embasamento teórico
principalmente em: Almeida (2010), Menegueço, citada pela psicopedagoga Silvia Amaral
de Mello Pinto (2010) e Vygotsky citado por Oliveira (1995).
Inicialmente, observamos a turma durante quatro dias e, após, ministramos aulas
como professoras estagiárias durante onze dias. Aplicamos dois planos de ação, os quais
envolveram a construção de brinquedos com materiais sucateados. O primeiro foi sobre
meios de transportes e o segundo sobre trânsito, ambos com a finalidade de que as
crianças aprendessem sobre os temas de forma lúdica.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Após a observação na turma, iniciamos nossa prática como professoras estagiárias.
Para tanto, construímos dois planos de ação: um sobre os meios de transportes e outro
sobre o trânsito.
Nesse período, notamos que os alunos não realizavam trabalhos que envolviam
construções com sucata, mesmo tendo a sua disposição uma grande variedade de
materiais. A professora da turma argumentou que gostaria de desenvolver essa atividade,
mas como é sozinha, não tem condições de auxiliar a todos, então acaba não realizando
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trabalhos desse tipo. Atividades como essa são importantes, pois, conforme Almeida
(2010) coloca:
[...] se a criança produz, fabrica o seu brinquedo, ela se torna autora e dona
dele; ela lhe imprime a sua intenção e o seu desejo cria o que necessita.
Nesse aspecto, a fabricação é o mérito do brinquedo-sucata, o que por si só
já é uma brincadeira [...].
Nessa perspectiva, quando a criança está criando, colocando sua imaginação em
prática, ela já está brincando, pois sente prazer nesse processo criativo. Para as propostas
serem efetivadas neste estágio, aplicamos dois planos de ação.
No plano de ação sobre meios de transportes, por meio de diálogos e questionamentos,
explicamos aos alunos o que é meio de transporte, falamos de alguns exemplos e
construímos alguns veículos de brinquedo como, navio, avião, carrinho e trenzinho.
No plano de ação sobre trânsito, inicialmente trabalhamos com as crianças as noções
de trânsito e as atitudes que devem ter como pedestres para sua segurança. Após,
realizamos uma atividade que envolveu o cinto de segurança e a faixa de pedestre. Para
isso, construímos uma sinaleira e um carro grande com sucata. Para encerrar,
contextualizamos esse ensino por meio da criação de um circuito, no qual encenamos o
trânsito e seus componentes. No final do circuito, cada aluno ganhou uma carteirinha de
pequeno fiscal de trânsito como um certificado do que aprenderam sobre o tema e as
atitudes importantes de segurança, sensibilizando-os então a “fiscalizar” seus familiares e
conhecidos para terem atitudes corretas como, por exemplo, usar o cinto de segurança.
Para finalizar os planos, organizamos uma exposição de todos os materiais
construídos durante o período de regência, na qual estiveram presentes os pais das
crianças, pois havia um grande interesse deles em ver o resultado dos trabalhos, já que
colaboraram com o que foi solicitado para a construção dos objetos.
Nessa ocasião, ficamos surpresas, quando nos deparamos com quase todos os pais
no dia da exposição, pois não esperávamos tanto envolvimento por parte deles, ficamos
encantadas. Eles olharam com calma cada criação, tiraram fotos e nos elogiaram pelo
trabalho realizado. A dedicação e a empolgação das crianças, assim como o
reconhecimento dos pais foi o melhor retorno que poderíamos esperar dessa experiência. A
direção da escola também se fez presente na exposição, registrando também com fotos as
produções expostas.
Com essa experiência, constatamos o quanto foi satisfatório para a criança a
participação de sua família na exposição organizada, uma vez que, segundo Menegueço,
citada pela psicopedagoga Silvia Amaral de Mello Pinto (2010), “quando a criança se sente
ouvida, apoiada, prestigiada, tem mais estímulo para aprender e aproveitar todas as
oportunidades que a escola promove”. Nesse sentido, quando os pais estão presentes na
vida escolar de seus filhos, eles se sentem apoiados e estimulados, fator que só vem a
acrescentar para o desenvolvimento do indivíduo.
Para as crianças, cada trabalho ou brincadeira realizada na escola é fundamental e, por
isso, os pais e os professores devem ajudá-las a vencer os obstáculos a cada dia, os quais
muitas vezes para nós adultos não são relevantes, mas que para eles têm um grande valor.
Enfocando a importância do brinquedo e/ou brincadeiras na escola, Vygotsky citado
por Oliveira (1995, p.67) coloca:
[...] embora num exame superficial possa parecer que o brinquedo tem
pouca semelhança com atividades psicológicas mais complexas do ser
humano, uma análise mais profunda revela que as ações no brinquedo são
subordinadas aos significados dos objetos, contribuindo claramente para o
desenvolvimento da criança. Sendo assim, a promoção de atividades que
favoreçam o desenvolvimento da criança em brincadeiras, principalmente
aquelas que promovam a criação de situações imaginárias, tem nítida
função pedagógica [...].
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As construções feitas pelas crianças podem ajudá-las a superar barreiras que nem
sempre nós adultos nos damos conta, pois as crianças são livres para criar, explorar sua
imaginação e mostrar que são capazes de transformar um simples material em um objeto
criativo.
Percebemos também que o brincar na educação infantil contribui para vários aspectos da
vida da criança e, com isso, ela se desenvolve e aprende de forma constante e satisfatória, pois
ao brincar, afeto, linguagem, percepção, representação, memória e outras
funções cognitivas estão profundamente interligadas. A brincadeira favorece
o equilíbrio afetivo da criança e contribui para o processo de apropriação de
signos sociais. Cria condições para uma transformação significativa da
consciência infantil (OLIVEIRA, 2002, P.160).
Nesse entendimento, se torna fundamental o incentivo às brincadeiras na educação
infantil. Além disso, a obtenção e a troca informações entre as crianças, quando
brincam,também favorecem seu equilíbrio afetivo e seu aprendizado.
De um modo geral, as crianças superaram nossas expectativas, realizando
empolgadas com os trabalhos sugeridos, com curiosidade de saber o que faríamos a cada
dia e como ficaria depois de pronto.
Não podemos esquecer também do progresso que algumas crianças tiveram no
desenvolvimento da socialização. Algumas não trabalhavam com todos colegas, somente
com aqueles que elas queriam, não dividiam materiais e apresentavam atitudes de birra.
Após contornarmos essas atitudes por meio de conversas e dinâmicas, observamos que
melhoraram bastante, tornaram-se mais acessíveis para negociar como seria o
desenvolvimento das atividades.
Nessa perspectiva, Vygotsky citada por Oliveira (1995, p.38) acrescenta que:
A interação face a face entre indivíduos particulares desempenha um papel
fundamental na construção do ser humano: é através da relação
interpessoal concreta com outros homens que o indivíduo vai chegar a
interiorizar as formas culturalmente estabelecidas de funcionamento
psicológico. Portanto, a interação social, seja diretamente com outros da
cultura, seja através dos diversos elementos do ambiente culturalmente
estruturados, fornece a matéria-prima para o desenvolvimento psicológico
do indivíduo.
Desse modo, a interação entre as crianças na sala é bastante importante para o
desenvolvimento delas, principalmente para a socialização, pois elas aprendem regras de
convivência, aprendem a dividir e começam a entender que as coisas não são só para elas,
além de trocarem conhecimentos constantemente umas com as outras.
CONCLUSÕES
A partir dessa experiência, constatamos que é possível apresentarmos atividades
diferentes, como a construção de brinquedos, por exemplo, pelas quais as crianças mostrem
entusiasmo e tenham por meio delas motivação para aprender. Esse trabalho acaba sendo
interessante para o aluno e para o professor também, pois, envolve de certa forma magia e
encantamento, e o professor volta a ser um pouco criança. Nesse sentido,
a experiência do estágio, foi emocionante e vou levar para o resto de minha
vida os momentos vividos na escola. A rotina que vivo diariamente é muito
diferente da rotina que tive nestes dias de estágio, no meu dia a dia de
trabalho sou séria e fico o dia inteiro resolvendo problemas e fechando
contratos de locação. De repente me deparei em um lugar que posso dizer
que foi mágico, pois me fez me soltar, gargalhar, criar, aprender, pular.
Apesar do pouco tempo de estágio, foi possível perceber e ter uma noção
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de como é ser professora, como é esse convívio com as crianças e só
posso dizer que tenho a certeza quero (ALINE – estagiária).
Para que a prática de estágio aconteça de forma satisfatória é fundamental também o
apoio da escola na qual ele se realiza, uma vez que o esforço conjunto contribui ainda mais
para o aprendizado dos alunos e para o desempenho da professora estagiária. Assim,
Adorei muito ter realizado meu estágio nesta escola, com a professora
Zaira, ela foi maravilhosa e colaborou bastante para o sucesso do nosso
trabalho. Houve uma troca entre nós estagiárias e a professora regente,
tratando-nos como igual. Fiquei maravilhada com a estrutura e recursos que
a sala de aula possui, muito diferente das outras escolas de educação
infantil que já conheci. As crianças são bastante tranquilas e receptivas,
adoraram os trabalhos e dinâmicas que desenvolvemos com elas, sempre
empolgadas perguntando “prof. o que vamos fazer hoje de trabalinho?”.
Enfim, para mim que trabalhei dois anos em uma realidade totalmente
diferente e difícil, foi muito tranquilo e realizador essa experiência, de certa
forma pudemos ver que é possível sim realizar um bom trabalho com as
crianças que estamos encontrando atualmente nas escolas (mais ativas,
independentes e interativas) (FRANCIELI – estagiária).
Além disso, quando gostamos da profissão que escolhemos seguir, desenvolvermos
um trabalho com prazer e amor.
Segundo Penteado (2008):
Uma outra maneira de educar as crianças é através do que chamarei de
Pedagogia do Amor. E do amor incondicional. Aquele que não espera que o
outro mude para começar a amá-lo. Aquele que não diz que a criança
deveria ser diferente, mas que valoriza todos os seus sentimentos,
comportamentos, iniciativas. Aquele amor que não tem a intenção de ter
nenhum tipo de controle sobre a criança, que não quer manipular suas
reações e comportamentos e moldá-los de acordo com um padrão, ou de
acordo com um objetivo que não foi traçado por ela.
O professor que gosta do que faz, faz bem e com qualidade, mesmo quando aparece
dificuldade no caminho. As crianças chegam à sala de aula empolgadas, curiosas e abertas
e cabe, então, ao professor saber corresponder com carinho a essas expectativas.
Portanto, a experiência neste estágio foi bastante tranquila e prazerosa, pelo fato de a
turma ser pequena, foi fácil de trabalhar e eles demonstraram interesse no que foi proposto.
Também ficou a nossa disposição variedades de materiais que colaboraram para
brincadeiras e dinâmicas extras como: variedades de jogos, brinquedos, massinhas de
modelar, variedades de livros, DVDs, fantoches, pátio amplo e pracinha. O ambiente
também é acolhedor, amplo e calmo. No entanto, sabemos que experienciamos um pouco
da rotina escolar na educação infantil, há muito a refletir e a aprender, para que possamos
cada vez mais aprimorar nossa prática docente.
Nessa perspectiva, Pimenta (2006, p.105) destaca que:
O exercício da atividade docente exige um preparo que não se esgota nos
cursos de formação, mas para o qual o curso pode ter uma contribuição
especifica, enquanto conhecimento sistemático da realidade, do ensinoaprendizagem na sociedade historicamente situada, enquanto possibilidade
de antever a realidade que se quer (estabelecimento de finalidades, direção
de sentidos), enquanto identificação e criação das condições técnicoinstrumentais propiciadoras da realidade que se quer.
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As experiências vividas nos estágios contribuem bastante para nossa formação, pois é
o momento em que teoria e prática caminham juntas, nos aproximando da realidade que
estará presente em nossas vidas após a graduação.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ernany Santos. Sucata, Criança e Escola: quando o saber e o prazer se
entrelaçam. Artigo, Psicopedagogia Online: Portal da Educação e Saúde 2010.
OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky Aprendizado e desenvolvimento: um processo sóciohistórico. São Paulo: Scipione, 1995.
MENEGUEÇO, Bruna. A importância de participar na vida escolar do seu filho. Artigo,
Revista Crescer, 2010.
OLIVEIRA, Z. R. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
PENTEADO, Nelly Beatriz M. P. Pedagogia do Amor. Artigo, Sua Mente Online. 2008.
PIMENTA, Selma Garrido. (1943). O Estágio na formação de professores: unidade teoria
e prática. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
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