AVALIAÇÃO EM CLASSE MULTISSERIADA: CONCEPÇÕES DE EDUCADORAS E EDUCANDOS DE UMA ESCOLA RIBEIRINHA DA MUNICÍPIO DE PARINTINS-AM Mateus de Souza Coelho Filho 1 - UEA Eliana Campos Guimarães2 - UEA Grupo de Trabalho - Didática: Teorias, Metodologias e Práticas Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O presente estudo objetivou verificar e refletir sobre as concepções de educadoras e educandos de uma sala de aula multisseriada de uma escola ribeirinha do município de Parintins/AM, através de suas narrativas sobre avaliação do ensino e aprendizagem. Assim, o estudo traz em sua composição teórica contribuições sustentadas por Libâneo (1994), Piletti (2010), Sant`Anna (2011), Ghedin (2006), Demo (2003), Luckesi (2011), Hoffmann (1992 e 2009) entre outros. O mesmo está centrado na pesquisa qualitativa, teve apoio na observação participante e entrevista semiestruturada. Foi realizado em uma escola ribeirinha com sala de aula multisseriada. Os sujeitos desta pesquisa foram 2 (duas) educadoras e 7 (sete) educandos que cederam suas vozes a pesquisa. Os resultados apontam através dos relatos das educadoras, que as mesmas não apresentam uma concepção clara e objetiva acerca da avaliação, embora expressem características coerentes sobre o processo avaliativo, enquanto nas falas dos educandos fica evidente concepções distintivas que se enquadram em três características da avaliação; a primeira relacionada a quantificação; a segunda a verificação da aprendizagem e a terceira ligada ao trabalho docente. Concluímos que o processo avaliativo não é um mero acessório de classificação, medição ou punição, mas um instrumento de apreciação do ensino e da aprendizagem e de emancipação humana. As educadoras e os educandos precisam ser orientados sobre o que é avaliação e a importância desta no ato educativo, pois o diálogo com a criança sobre o ato avaliativo é fundamental no processo ensino aprendizagem para a consolidação do novo paradigma ancorado em uma práxis avaliativa democrática, inovadora e emancipadora. 1 Mestre em Educação e Ensino de Ciências na Amazônia, Universidade do Estado do Amazonas, pesquisador do Núcleo de investigação da Cultura e Educação no Baixo Amazonas, Coordenador do Programa de PósGraduação Lato Sensu em Metodologia de Ensino Superior no Centro de Estudos Superiores de Parintins. Professor da Universidade do Estado do Amazonas. Brasil. E-mail: [email protected]. [email protected] 2 Graduanda em Pedagogia pela Universidade do Estado do Amazonas-UEA. E-mail: [email protected]. ISSN 2176-1396 41679 Palavras-chave: Concepções de Avaliação. Ensino e aprendizagem. Sala de aula multisseriada. Introdução A avaliação é um procedimento intrínseco do processo ensino aprendizagem e possui um caráter de instrumento dialético de transformação social. Entretanto, a forma como esta vem sendo trabalhada em muitas escolas do contexto nacional e local, manifesta um dos maiores desafios pedagógicos a serem superados na atualidade. Tal situação torna-se mais latente em escolas do campo, principalmente em educandários com salas multisseriadas, devido sua organização apresentar diferentes séries em único espaço. Dessa forma, o presente estudo objetivou verificar as concepções de educadoras e educandos sobre a avaliação do processo ensino aprendizagem em uma sala de aula multisseriada de uma escola ribeirinha do município de Parintins/AM. O mesmo tem sustentação teórica nos estudos de Libâneo (1994), Piletti (2010), Sant’Anna (2011), Ghedin (2006), Demo (2003), Luckesi (2011), entre outros. O estudo está centrado na pesquisa qualitativa, teve apoio na observação participante e entrevista semiestruturada. Foi realizado em uma escola ribeirinha com sala de aula multisseriada. Os sujeitos que cederam suas vozes para compor este estudo foram 7 educandos da escola do campo com classe multisseriada matriculados no ano de 2014/2015, turno vespertino, pertencentes ao Ensino Fundamental I, no entanto esclarecemos que optamos em atribuir nomes fictícios a esses sujeitos pelas questões éticas que envolvem a pesquisa científica. Participaram ainda da pesquisa duas educadoras que atuam com a classe investigada, a educadora titular e uma educadora substituta, esta última desenvolveu seus trabalhos na escola durante dois meses, período em que a educadora titular realizava seus estudos de formação continuada na cidade de Parintins. Neste estudo a educadora substituta receberá o nome fictício de Diana e a educadora titular foi denominada de Mariza. Por meio dos resultados dessa investigação esperamos que surjam novas reflexões em torno das concepções de avaliação do processo ensino aprendizagem em salas de aula multisseriadas de escolas ribeirinha do município de Parintins-AM. 41680 O horizonte cultural do ato avaliativo A história da humanidade está vinculada as comparações entre homens, sociedades, regimes, impérios etc. Conforme discute Ghedin (2006), o homem não vive sem fazer comparações e avaliações, as quais refletem a visão que se tem de si e da sociedade, os valores eleitos e presentes em determinados períodos históricos acabam refletindo na escola e incidem diretamente na avaliação da aprendizagem. Nesse sentido, historicamente a avaliação da aprendizagem esta atrelada a ideia de medir, punir e classificar. O preceito obrigatório era a eficiência, eficácia e competência independentemente das reais necessidades que o educando poderia apresentar. O ato avaliativo recorrente é herdeiro do momento de consciencialização de transição do informal para formal e, de corte epistemológico com uma tradição metafisica, encetando um período de autonomização disciplinar e, sobretudo de cientifização metodológica. Na perspectiva deste autor, avaliação é introduzida a partir de meados do século XVIII, de forma controladora, normalizante, classificatória, bem como concomitantemente ao processo de fabricação da excelência escolar, sendo que essa postura avaliativa foi fortemente acentuada durante o século XIX, pela massificação da escolarização (MACHADO, 2013). A avaliação não é um procedimento unicamente do campo educacional, a mesma está presente em outras esferas, principalmente na industrial, onde esta foi utilizada por muito tempo obedecendo aos princípios de uma racionalidade cartesiana positivista, segregadora e excludente, cuja preocupação sempre esteve voltada para o interesse econômico e não para os trabalhadores. No contexto cultural educacional, a avaliação foi utilizada para medir o quociente de inteligência (QI) dos educandos, práticas estas que adotou procedimentos objetivos cujo conhecimento considerado correto era apenas aquele transmitido unicamente pelo educador. Embasado nesta concepção, a avaliação da aprendizagem também permitiu a estruturação de modelos tradicionalistas que influenciaram profundamente o processo educativo globalmente. Sendo que nestes moldes de compreensão acerca da avaliação, o conhecimento era mecanicista, unilateral, o que prevalecia era racionalidade técnica com práticas reprodutoras e mecanicistas de um ensino exigente, mas sem sentido, apenas mantenedor do status quo. Como reflexo desse processo histórico, por muito tempo o ato avaliativo esteve ancorado no rendimento quantitativo dos educandos, classificando-os e reprovando-os por 41681 índices e resultados. Em nome dessa racionalidade, os processos avaliativos para os educandos estiveram relacionados ao cunho decorativo e a reprodução. Para Vasconcellos (2005) esse tipo de avaliação de cunho decorativo que foi exercida por décadas, é aquela onde o educador faz questões para obter exatamente o que disse em aula, o que está escrito no livro ou na apostila, em que o educando ao invés de se envolver com a autêntica aprendizagem, acaba se preocupando apenas em memorizar para a prova. Nessa postura, a avaliação também serviu para a perpetuação de práticas docentes autoritaristas e controladoras, uma vez que a função docente esteve associada: [...] ao controle, a fiscalização, ao disciplinamento, a medida, a verificação, a ponto que para muitos professores sua principal tarefa passou a ser transmitir os conteúdos e logo constatar o quanto os alunos assimilaram, indicando claramente, através de notas, conceitos ou menções, quais são os “aptos” e os “inaptos”, ou seja, aqueles que merecem ou não prosseguir nos estudos, por “não terem condições” ou por “não saberem aproveitar as iguais oportunidades dadas a todos”. Seu papel na avaliação fica muito mais para distributivo (dar prêmio ou castigo) (VASCONCELLOS, 2005, p. 51). Nesse sentido, muitas das terminologias e conceitos relacionados ao campo da avaliação surgiram nos anos 60 e 70 em contextos ideológicos bastantes conservadores, nos quais primava a preocupação por soluções técnicas que garantiam respostas eficazes para a seleção diante do aumento da escolarização (ÁLVAREZ MÉNDEZ, 2002). Com o passar do tempo, a partir do desenvolvimento e a expansão da educação, muitos teóricos das correntes epistemológicas hermenêutica, nova sociologia, construtivismos entre outras, preocuparam-se em desenvolver um novo olhar para a avaliação. E com essas rupturas epistemológicas de oposição a postura positivista, o novo paradigma avaliativo esteve sustentado num caráter mais dialético, numa perspectiva mais reflexível e crítica, libertadora e emancipadora. Diante dessa situação, novos métodos, técnicas e instrumentos avaliativos foram criados, assim como a função do educador perante o ato avaliativo foi redimensionada para uma concepção mais democrática e mediadora. Dentro dessa nova lógica, a avaliação aparece como uma atividade natural, enquanto ao contrário a quantificação é artificial e de mera conveniência social, que somente por razões ideológicas ou de oportunidade burocráticoadministrativa, ou por simples comodidade, pode ser justificada (ÁLVAREZ MÉNDEZ, 2002). O ato avaliativo incutido na perspectiva emancipatória, democrática e libertadora, insensatamente propagada pelo construtivismo, à questão da avaliação e qualidade do ensino 41682 deve ser analisada em termos dos objetivos efetivamente perseguidos no sentido do desenvolvimento máximo do educando, a aprendizagem deve ser oportunizada a partir que o meio lhe oferece (HOFFMANN, 2009). A mesma autora afirma, ainda, que “a escola, portanto, nessa concepção torna-se [...] responsável pelo possível à medida que favorece oportunidades amplas e desafiadoras de construir conhecimento” (HOFFMANN, 2009, p. 31). Assim, o trabalho docente pode ser desenvolvido de forma colaborativa, haja vista que o profissional ao construir suas estratégias avaliativas tem a possibilidade não somente de saber o conhecimento que o educando construiu, mas também refletir sobre sua própria prática pedagógica. Nesse novo horizonte, o ato avaliativo permite que o processo de ensino seja ancorado na ação-reflexão-ação, ou seja, as educadoras podem refletir sobre suas práticas docentes através dos resultados das avaliações dos discentes e a partir daí tomar uma nova postura em relação a sua prática docente. Tal situação é expressa por Freire (2011) ao proferir que é através de uma reflexão crítica sobre a prática, e também pensando e analisando criticamente a prática de ontem e de hoje que o educador poderá melhorar as práticas que se sucederão, pois “[...] quanto mais me assumo como estou sendo e percebo a ou as razões de ser de por que estou sendo assim, mais me torno capaz de mudar, de promover-me, no caso de curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica” (FREIRE, 2011, p. 40). Com base nas posturas mencionadas, a avaliação escolar deve levar em consideração princípios éticos, sociais, cognitivos, culturais e filosóficos, que corresponderão a formas mais justas de avaliar o conhecimento e o desenvolvimento do educando, levando em conta as exigências criteriosas impostas pelo sistema educacional burocrático, cuja importância, isentase de qualquer abstenção de prejuízo (ação negativa), mas também uma ação positiva na exigência de zelo, cuidado e solicitude na medida de resultados significativos no processo ensino aprendizagem. Com isso, enfatizamos que o momento histórico exige uma mudança de postura que implique na construção de uma nova cultura que abarque uma práxis avaliativa transformadora, cujo juízo de quantidade não seja o único padrão de julgamento ou maneira de representar o aprendizado do educando. Avaliação do processo ensino aprendizagem: definições, objetivos e concepções Etimologicamente a terminologia avaliar vem do latim “a-valere” que significa dar ou atribuir valor a algo. Nas literaturas educacionais clássicas e atuais, são descritas diversas 41683 definições em relação à avaliação, porém apoiamo-nos em pensamentos de alguns teóricos que pela variedade de estudos acerca da temática instigam uma melhor compreensão. Para Libâneo (1994) a avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem, constituindo-se ainda em uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto dos educandos como do educador. Nesta trajetória de conhecimento Vasconcelos (2005, p. 10) colabora ao advogar que: Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento, propostas nos objetivos, afim de que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento, do trabalho, do professor e da escola como um todo. Nesta linha de ideais Sant’Anna (2011), contribui neste diálogo aludindo que avaliação é um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e analisar as modificações do comportamento e rendimento do educando, do educador e do sistema, confirmando se a construção do conhecimento se processou, seja este teórico (mental) ou prático. Corroborando com a autora, Ghedin (2006, p.193) apresenta uma definição fundamentada em uma perspectiva reflexivo-crítico, ressaltando que a “a avaliação da aprendizagem é um processo contínuo e progressivo, a partir do qual o professor avalia constantemente o desempenho de seus alunos e conduz [...] o aluno avaliar seu próprio desempenho”. Diante de tais afirmativas, podemos afirmar que as definições mencionadas, disseminam um entendimento de que a avaliação é um processo contínuo e que auxilia o educador a acompanhar o desenvolvimento educativo do educando de forma significativa e colaborativa, haja vista que avaliação em consonância com os pensamentos desses autores tem por intencionalidade a construção de conhecimento e não apenas um mero sistema de medir rendimento ou testar a aprendizagem do educando. No que se refere aos objetivos da avaliação, buscamos fontes que nos possibilitaram entendermos com lucidez esse processo tão complexo ressaltando alguns critérios, quais sejam: V – a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a)avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; b)possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c)possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; 41684 d)aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e)obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos (BRASIL, 1996, p. 18). Para que possamos compreender melhor o sentido da realização do ato avaliativo, Demo (2003, p. 17) no intuito de simplificar ou interpretar os prescritos legais acima citados, enfatiza que a avaliação cumpre dois objetivos essenciais: Funciona como expediente de pesquisa diagnostica, no sentido de averiguar com a devida profundidade as condições de desempenho do aluno, indicando virtudes e vazios problemas e potencialidades, motivações e obstáculo. Serve como instrumentação para refazer a rota de inclusão do aluno, garantindo-lhe o direito ao desempenho qualitativo considerado satisfatório, pelo menos. Ghedin (2006, p. 199) reforça as concepções do autor supracitado ao expressar que o ato avaliativo assume os seguintes objetivos: Coletar informações sobre os desempenhos dos alunos; Identificar interesses de cada estudante; Determinar se os objetivos propostos foram ou não alcançados – programas educacionais; Aperfeiçoar o processo ensino-aprendizagem, Proporcionar elementos para que o professor possa planejar o nível e o tipo de ensino adequado. Em relação às afirmações mencionadas, a avaliação da aprendizagem cumpre objetivos significativos no desdobramento de uma educação geradora de igualdade e democracia, tais objetivos contribuem para que o processo educacional avance para equidade social, cultural entre outros. Neste limiar, a avaliação faz parte de um continnum e, como tal, deve ser processual, contínuaintegrada no currículo e, como ele, na aprendizagem. Não são tarefas discretas, descontinuas, isolada e insignificantes em seu isolamento; tampouco é um apêndice do ensino (ÁLVAREZ MÉNDEZ, 2002). É pertinente reforçarmos que no contexto brasileiro a avaliação percorreu diferentes momentos históricos, no entanto percebemos que a ideia que ainda predomina em muitas instituições educacionais é aquela ainda sustentada na lógica do conhecimento que está enraizado no horizonte cultural de classificar e excluir. No cenário educacional brasileiro as concepções que norteiam o processo avaliativo têm relação quanto aos seus significados com as tendências pedagógicas sendo fortemente influenciado pelo sistema educacional estrangeiro. Ao fazermos um panorama sobre a realidade atual da avaliação, percebemos que há predominância de padrões socialmente 41685 estabelecidos, diretamente vinculados a atribuições de uma nota ou aferição de valor ao rendimento escolar do educando (GHEDIN, 2006). De acordo com esse pensamento, percebemos que embora mesmo tendo acontecido relevantes avanços no processo educacional relacionados com a avaliação, ainda sim nos atos educativos configuram-se fortemente a pedagogia dos exames e do controle social. Em face disso Ghedin (2006), ainda reforça que na atual conjuntura a avaliação guarda fortes características da corrente neoliberal, pautada numa prática educacional autoritarista e ameaçadora, ou seja, a avaliação neste sentido é utilizada como instrumento de controle social, deixando transparecer claramente que os objetivos da avaliação são distorcidos, reflexos decorrentes da idealização insensata de um sistema classificador e meramente burocrático. Nessa perspectiva, a escola vem negando a sua função social de emancipação a medida que contribuí para a disseminação da reprodução da desigualdade social, colaborando mais com as classes hegemônicas ideologicamente dominantes de que com o próprio processo de aprendizagem dos educandos. Além disso, o sistema avaliativo torna-se alienante não possibilitando que os sujeitos envolvidos no processo sejam protagonistas de sua própria história, pois nessa corrente separatista, o que permanece realmente é a segregação de classes onde não há igualdade de oportunidades. Com isso, é imprescindível que a escola e os profissionais da educação caminhem na direção oposta do percurso histórico tradicionalmente percorrido, para que de fato haja a redefinição das novas práticas da avaliação escolar. Na busca pela superação dessa racionalidade, a formação do educador tem papel imprescindível para que os erros não sejam os protagonistas da construção do conhecimento dos educandos e sejam apenas obstáculos epistemológicos a serem superados, para que a ação educativa seja capaz de transpor essa concepção técnica e mecanicista que permeia o ato avaliativo. Hoffmann (1992) concebe que a avaliação nessa perspectiva libertadora, é uma prática coletiva que exige a consciência crítica e responsável de todos na problematização das situações. Todavia a avaliação deve ser uma oportunidade real de demonstrar o que os educandos aprendem, o que sabem e o que podem fazer aplicando o conhecimento construído ao seu conhecimento prévio. A avaliação neste sentido tem que estar voltada para o educando, para que haja um despertar, uma consciencialização da necessidade de uma nova metodologia para o mesmo e inclusão da própria escola no processo, assim a qualidade do ensino ficará realmente comprometida com a verdadeira aprendizagem (SANT’ANNA, 2011). 41686 Resultados e Discussões: Concepções docentes sobre avaliação Historicamente muitas concepções de avaliação do processo ensino aprendizagem permearam a história da educação brasileira. Tais concepções aparecem vinculadas as tendências pedagógicas e as visões dos sistemas de ensino estrangeiros, o que gerou entre os educadoras nacionais muitas visões sobre esse processo contínuo que é parte integrante do trabalho docente. Esta também se apresenta como um meio constante de fornecer suporte ao educando no seu processo se assimilação dos conteúdos e no processo de constituição de si mesmo como sujeito existencial e como cidadão (LUCKESI, 2011, p. 217). Partindo dessas considerações, indagamos as educadoras que participaram do estudo, qual a concepção delas sobre avaliação e qual o objetivo desta. Sobre isso, a educadora Diana se manifestou da seguinte forma: Pra mim a avaliação é contínua, é diagnostica [...] para aproveitar tudo que eles sabem e ajudar a desenvolver o conhecimento deles. Eu avalio, por exemplo, as dificuldades encontradas [...], eu avalio sempre em que eles têm muita dificuldade. Por isso que eu penso que avaliação é sempre um diagnostico, estamos sempre buscando ajudá-los a vencer as dificuldades [...]. É isso, que eu acredito que a avaliação seja, é tipo fazer um diagnóstico com o aluno pra vê a capacidade do desenvolvimento da aprendizagem dele, se ele já evoluiu ou se regrediu entendeu? (DIANA, 2015, grifo nosso). Diante dessas afirmativas, identificamos que a educadora Diana concebe a avaliação como contínua e diagnóstica, uma vez que dessa forma ao avaliar o educando é possível averiguar o nível de desenvolvimento da aprendizagem dele, sua evolução e também sua estagnação ou possível retrocesso. Nessa perspectiva de acordo com Machado (2013), pensar que a avaliação é intencionada apenas para os educandos como os únicos atores do processo avaliativo, é coloca-los como sujeitos obrigados a sujeitar-se em tal processo. E respondendo nossa indagação, a educadora Marisa relatou que: Eu acredito que avaliação não é tanto só questão de avaliar o entendimento, e o desempenho da criança, mais avaliar também o nosso trabalho porque a partir do momento que eu estou avaliando os meus educandos eu também estou vendo onde é que eu estou errando. Então eu acredito que ela serve tanto para os educandos quanto para mim, porque é através da avaliação que eu vejo onde é que eu estou errando, onde é que tá precisando melhorar e onde está surtindo efeito e onde não tá [...]. Através da avaliação é que eu vou adquirir um bom ou mau proveito da questão educação. (MARISA, 2015, grifo nosso). Para esta educadora é evidente que a avaliação não é um processo que serve apenas para avaliar o entendimento e desempenho da criança, mas também um instrumento que 41687 permite que o próprio educador avalie seu trabalho constantemente, descobrindo as fragilidades no ensino e na aprendizagem dos educandos e os “erros” cometidos pelo docente em seu próprio trabalho. Diante do que fora exposto pelas educadoras, fica claro que as mesmas não têm uma concepção definida sobre avaliação, embora expressem características coerentes sobre o processo avaliativo. Entretanto não podemos deixar de ressaltar que a concepção das mesmas não está errada, haja vista que a avaliação é um elemento propulsor do processo de ensino e aprendizagem, que visa a evolução da aprendizagem dos educandos, pois essa interação dialógica possibilita que o educador também reflita e repense sua prática pedagógica, e a partir daí mudar para uma nova postura em relação a essa prática que antes exercia, Libâneo (1994). Quanto ao conhecimento sobre os objetivos da avaliação, apesar das educadoras não terem respondido esse questionamento, talvez pela complexidade de se chegar a um entendimento claro sobre os reais objetivos do ato avaliativo, percebemos que de certa forma, as duas educadoras tem incutido em suas mentes que a avaliação está voltada para o conhecimento do nível de aprendizagem de um individuo, nesse caso o educando. Deste modo afirmamos que o objetivo da avaliação consiste em “[...]” auxiliar o educando no seu desenvolvimento pessoal a partir do processo ensino aprendizagem e responder a sociedade pela qualidade do trabalho realizado (LUCKESI, 2011, p. 206). Ou que seu objetivo também é “[...] auxiliar o educando no seu crescimento e por isso mesmo na sua integração consigo mesmo, ajudando-o na apropriação dos conteúdos (significativos, conhecimentos, habilidades, hábitos e convicções)” (LUCKESI, 2011, p. 207). Para que apareçam realmente os verdadeiros resultados (feedback) do processo ensino aprendizagem, ressaltamos que a função diagnóstica da avaliação é essencial , pois permite “averiguar se os alunos possuem os conhecimentos e habilidades para poderem iniciar novas aprendizagens” (GHEDIN, 2006, p. 201). Diante dessas considerações, questionamos as docentes se ao iniciar o ano letivo elas realizavam algum tipo de diagnóstico da aprendizagem dos seus educandos e obtivemos as seguintes narrativas: Com certeza, geralmente quando chego na sala de aula, assim como eu cheguei nessa de supetão e sem experiência com multisseriada, eu fiz e faço o diagnostico com o aluno [...] pra medir essa capacidade de aprendizagem dele, pra ver se ele tá evoluído, como ele foi no ano passado, se ele tá realmente preparado pra está na série ou no ano que ele está. (DIANA, 2015, grifo nosso). [...] a questão do diagnóstico da avaliação a gente faz quase todo final de mês para ver como é que tá, [...] porque quando o município chama o professor é para 41688 já ter uma prévia, antes de terminar o quarto bimestre eles já pedem para que a gente leve esse prévia. Então dentro dessa prévia eles já sabem mais ou menos quem na escola que esta avançando e a escola que não tá. (MARISA, 2015, grifo nosso). Segundo os relatos das entrevistadas, as mesmas ao iniciar o ano letivo realizam um diagnóstico para verificar os níveis de aprendizagem dos seus educandos. A narrativa da educadora Marisa evidencia, porém que esse diagnóstico é orientado a ser feito pela Secretaria Municipal de Educação durante o curso pedagógico com duração de uma semana para as educadoras, entretanto em sua fala percebemos que este processo também serve como diagnóstico de evolução das próprias instituições através dos avanços dos educandos alcançados através da mediação das docentes. No processo ensino aprendizagem o diagnóstico é fundamental e é de extrema relevância que seja realizado sistematicamente no início do ano letivo, uma vez que se constitui como um instrumento informador para o educador antes de iniciar uma unidade didática. O diagnóstico permite ao educador identificar os conhecimentos que os educandos têm, bem como os pré-requisitos e particularidades que eles apresentam (PILETTI, 2010). O que pensam os educandos sobre o ato avaliativo Avaliação é um mecanismo que impulsiona um olhar acerca dos conhecimentos construídos, ao mesmo tempo possui caráter de transformação social. No entanto, mesmo na contemporaneidade ainda há práticas que fragmentam essa ferramenta reduzindo-a somente a atividades técnicas burocráticas. Diante dessa realidade estreitamos um diálogo com os alguns educandos da escola multisseriada investigada, buscando compreender e evidenciar suas concepções sobre a avaliação. Segundo a história da educação, o ensino passou por diversos momentos em relação aos ideais que nortearam as práticas pedagógicas, dentre elas aludimos as ações tradicionais onde o educador é detentor do conhecimento e o educando era agente passivo, cuja relação educador-educando não se baseava na relação afetiva entre esses sujeitos. Com passar dos tempos, percebemos que esse paradigma não se adéqua mais as exigências da educação atual, pois sabemos que estudos na área da criança consolidam a importância de uma relação afetiva entre educador-educando para o melhor aproveitamento do processo ensino aprendizagem. Partindo desse pressuposto, questionamos os educandos se eles gostavam das aulas das educadoras e da forma que elas avaliam. De acordo com seus relatos, identificamos que os mesmos gostam das aulas das educadoras. Entretanto eles expressam um carinho especial por 41689 uma das educadoras, como é o caso do educando Miguel (4° ano, 2015) quando enfatiza que: [...] eu gostava muito das aulas da professora Diana, ela conversava muito com a gente, dava conselho e dizia pra gente nunca desistir de estudar porque o tempo passa muito rápido e a gente fica pra traz quando não quer andar junto com ele [...]. As preferências por essa educadora acontecem pelo fato da mesma conceber a educação como um processo facilitador da transformação social e que vive em constante movimento e mutação, tanto para o indivíduo quanto para o meio em que este se insere (MACHADO, 2013). Haja vista que essa profissional os incentivava a continuar os estudos, não os tratava mal e sempre demonstrava respeito e carinho pelos educandos. No que concerne à educadora Marisa, atualmente há um bom relacionamento com os educandos, entretanto as crianças ratificaram que a princípio seu comportamento era hostil, sendo que os mesmos educandos expuseram que essa mudança ocorreu após seu período de estudo de graduação na Universidade do Estado do Amazonas, fato confirmado no seguinte relato [...] as aulas da professora Marisa são mais legais só agora que ela voltou da cidade, eu acho que ela aprendeu mais como dá aula lá nessa UEA. Elas duas, as professoras, davam nota só de ficar olhando a gente fazer os trabalhos do caderno e do quadro (MIGUEL, 4° ano, 2015). Em relação à forma de como as profissionais avaliam seus educandos em uma sala multisseriada, os mesmos expressam de modo geral que esse processo ocorre por meio da análise dos cadernos, mas enfatizam que sentem um pouco de receio quanto aos resultados desse processo e como isso irá refletir em suas vidas durante o percurso escolar. Para explicitarmos o que estamos expondo sobre ao relacionamento entre educador e educando e como estes são avaliados, recorremos as falas de outros educandos que nos ajudam a compreender ambas as situações conforme expomos a seguir: Eu gosto das aulas da professora sim, mas a outra professora (a substituta) era mais legal, ela me ensinou escrever com letra cursiva porque a professora Marisa só faz essa letra das revistas, mas a aula dela é legal também. Eu acho que ela me avalia assim olhando se eu faço os meus trabalhos, eu não gosto muito disso não, porque às vezes meu irmão risca o meu caderno e apaga tudo (CLARA, 4º ano, 2015, grifo nosso). Eu gosto sim da aula das duas. Eu só não gosto dos gritos da professora Marisa (o aluno sussurrou o nome), e nem quando ela diz que a gente vai ser sempre a mesma coisa aqui no interior. E eu não sei como elas fazem essa avaliação da gente, acho que é quando a gente faz os exercícios no caderno se tão dando certo (RAFAEL, 5° ano, 2015, grifo nosso). Gostava mais da aula da Diana, [...], ela me ensinou a ler direito e escrever com as letrinhas de mão, e ela dizia que me dava sempre nota boa porque eu fazia os meus trabalhos bem certinhos. Mas a professora Mariza não diz quanto a gente ganha 41690 de nota com ela, acho que ela não vai me deixar ficar pra outra serie porque eu acho que não aprendo muito com ela (TAIS, 4° ano, 2015, grifo nosso). Corroborando com o que dizem os educandos, ressaltamos que em nossas observações, realmente percebemos um envolvimento melhor dos educandos com a educadora Diana. Tal situação também pode ser compreendida pelo fato da mesma, no momento de socialização e recreação, interagir com educandos, principalmente com as brincadeiras, das quais a predileta de todos era o futebol, e pular de cima de um palanque que havia em frente à escola improvisada. Outro motivo desta educadora ter um afeto especial desses educandos justifica-se pelas dinâmicas, brincadeiras, diálogo como estratégias didáticas que ela utiliza durante o processo de ensino, e isso levava os educandos a aprenderem, possibilitando assim as observações que serviam de parâmetro na realização do ato avaliativo (HOFFMANN, 1992). Concordamos com o que os educandos falam em relação à educadora Marisa, pois de acordo com nossas observações suas atividades eram um pouco mecanicistas, por não realizar com frequência atividades corporais e motoras, principalmente com as crianças da educação infantil, esse fato nos chamou bastante atenção porque muitos autores enfatizam a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento motor, cognitivo e social do ser humano em sua formação durante a infância. Diante disso ressaltamos que alguns educandos dessa classe multisseriada apresentavam dificuldades psicomotoras durante o desenvolvimento de suas atividades, pois quando se realizava alguma atividade lúdica, as mesmas eram voltadas apenas para os educandos das três ultimas séries, e o restante somente observava. Contudo, em meio a tantas situações conflitantes os educandos demonstraram gostar dessas profissionais, pois de alguma forma elas contribuem no processo da aprendizagem dos mesmos. O ato avaliativo é um processo contínuo, intrínseco e extrínseco, que serve tanto para o educador quanto para o educando, como bem enfatizado anteriormente pela educadora Marisa. Daí a importância desses atores sociais terem conhecimentos do que seja avaliação, para romperem com a racionalidade positivista que tem permeado o horizonte cultural do ato avaliativo, em que avaliar é somente atribuir uma nota ou um conceito que corresponde ao aprendizado do educando. Essa concepção aparece nas narrativas das educandas Clara e Taís quando questionadas sobre o seu entendimento sobre o tema em questão. 41691 Eu sei um pouco sim o que é avaliação, a mamãe me disse que a gente vem pra escola pra aprender, então quando a professora da alguma coisa pra gente fazer a gente tem que tentar fazer pra vê se a gente consegue aprender o que ela tá dizendo, aí ela olha e pensa quanto é que a gente merece de nota, que é aquele numerozinho que ela põe no diário dela, aquele de fazer a chamada. (CLARA, 4º ano, 2015, grifo nosso). Eu não sei muita coisa não, pra mim são as notinhas que a professora da pra gente lá no diário dela, isso diz que a gente já pode ir pro outro ano porque a gente deve tá aprendendo eu acho (TAÍS, 4º ano, 2015, grifo nosso). No que diz respeito à avaliação, entendida enquanto mecanismo de averiguação a aprendizagem do educando, percebemos essa concepção evidenciada nas narrativas dos educandos Tiago e Rafael Eu penso que essa avaliação serve pra dizer que eu aprendo alguma coisa e quando eu não consigo aprender, só que eu e os meus colegas, a gente não sabe como a professora sabe que a gente aprende as coisas que ela passa, porque na verdade eu não consigo aprender algumas coisas muitas vezes. Eu acho que é isso avaliação, vê se o aluno sabe o que a professora ensina pra gente (TIAGO, 5° ano, 2015, grifo nosso). Pra mim avaliação é quando a professora olha nossas coisas, as coisas que a gente faz na aula pra saber se a gente tá aprendendo (RAFAEL, 5° ano, 2015). Outra concepção identificada nos relatos dos educandos foi a de relacionar a avaliação enquanto um processo que possibilita o educador analisar resultados do seu trabalho através do desempenho dos educandos. Analisando as narrativas desses sujeitos, identificamos que Miguel e Pedro, compartilham desse entendimento. Eu não sei muito bem o que é isso não, mas eu acho que isso serve pro chefe da professora saber que o trabalho dela tá prestando, porque o trabalho dela só presta se a gente consegue aprender alguma coisa que ela ensina pra nós. Certo? (MIGUEL, 4° ano, 2015). Eu sei, avaliação é quando a professora repara que a gente tá fazendo as coisas que ela manda, ai ela fica só vendo se a gente já tá aprendendo e se o trabalho dela tá ficando certo (PEDRO, 3º ano, 2015). De modo geral, podemos perceber que as concepções desses educandos são distintivas, e enquadram-se em três características da avaliação; a primeira relacionada a quantificação; a segunda na verificação da aprendizagem e a terceira na análise do trabalho do educador, diante disso o pensamento apresentados por estes sujeitos não são infundados, pois esses elementos são também característicos do processo avaliativo (ÁLVAREZ MÉNDEZ, 2002 e MACHADO, 2013). Nesta perspectiva, os autores defendem que o educando tem que ser orientado sobre o que é avaliação e o porquê de estar sendo avaliado. A importância do diálogo com a criança sobre o ato avaliativo é fundamental no processo ensino aprendizagem, para a consolidação 41692 do novo paradigma ancorado em uma práxis avaliativa democrática, cujos pressupostos quantitativos e qualitativos dialoguem nesse processo (MACHADO 2013). Sendo necessário expor para a criança que as representações numéricas ou conceituais não são as únicas maneiras de representar o seu aprendizado. Contudo, escutar os educandos sobre suas concepções acerca da avaliação foi significativo para o desenvolvimento desse estudo, pois suas impressões nos permitiram compreender o ato avaliativo a partir de um olhar concreto, vivenciado pelos mesmos em escolas multisseriadas do contexto ribeirinho. Considerações Finais Com relação à avaliação sabemos que a mesma é um elemento propulsor do conhecimento onde objetiva-se contribuir para formação do educando tanto na apropriação dos conteúdos quanto para sua formação como cidadão. Os resultados apontam através dos relatos das educadoras, que as mesmas não apresentam uma concepção clara ou objetiva acerca da avaliação, enquanto nas falas dos educandos fica evidente concepções distintivas que se enquadram em três características da avaliação; a primeira relacionada a quantificação; a segunda a verificação da aprendizagem e a terceira ligada ao trabalho docente. O processo avaliativo não é um mero acessório de classificação, medição ou punição, mas um instrumento de apreciação do ensino e da aprendizagem e de emancipação humana. Os educadoras e educandos precisam ser orientados sobre o que é avaliação e a importância desta no ato educativo, pois o diálogo com a criança sobre o ato avaliativo é fundamental no processo ensino aprendizagem, para a consolidação do novo paradigma ancorado em uma práxis avaliativa democrática. Contudo, nessa perspectiva, a discussão de avaliação nas escolas do campo sejam elas multisseriadas ou não precisam ser tecidas juntamente com o currículo e o planejamento escolar subsidiando um saber que contribua tanto para a vida como para própria profissão dos sujeitos do campo. REFERÊNCIAS ÁLVAREZ MÉNDEZ, Juan Manuel. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002. 41693 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 23 dez. 1996. DEMO, Pedro. Avaliação sob o olhar propedêutico. 5. ed. Campinas: Papirus, 2003. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. 43. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011. GHEDIN, Evandro. Currículo, projetos e avaliação da aprendizagem. Manaus Editora: Travessia SEDUC, 2006. HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola a universidade. Porto Alegre: Mediação, 2009. __________________. Avaliação, Mitos e Desafios: uma perspectiva construtivista. 4. ed. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1992. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011. MACHADO, Eusébio André. Avaliar é ser sujeito ou sujeitar-se? Elementos para uma genealogia da avaliação. Edições Pedagogia Ldta, 2013. PILETTI, Claudino. Didática Geral. 24. ed. Editora Ática, 2010. SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que Avaliar? Como avaliar? critérios e instrumentos. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. A avaliação da Aprendizagem: práticas de mudanças por uma práxis transformadora. 7. ed. São Paulo: Libertad, 2005.