Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] AULA DEMONSTRATIVA Desnutrição Professora: Arcilandia Mota www.pontodosconcursos.com.br Aula 00 – Aula Demonstrativa (Desnutrição) www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] APRESENTAÇÃO DO CURSO Olá futuros Residentes! É com grande alegria que apresentamos o curso completo Teoria de Conhecimentos Específicos em Nutrição Clínica para Residências Multiprofissionais em Saúde. Temos como objetivo principal contribuir no processo de estudo, oferecendo um material que abrange os assuntos cobrado nas principais provas de residência do país. As aulas ministradas serão 100% PDF (Conteúdo teórico + Questões comentadas). Este curso proporcionará ao aluno os seguintes benefícios: Acesso a 37 aulas abordando todos os temas Específicos em Nutrição Clínica para Residências Multiprofissionais em Saúde dos principais Hospitais Universitários; Material disponibilizado em PDF que poderá ser feito downloads; Todos os alunos terão acesso ao fórum, para sanar toda e qualquer dúvida diretamente com o professor que produziu a aula. A preparação para residência exige disciplina, dedicação, foco e confiança. Escolher o melhor método para alcançar esse objetivo é um dos primeiros desafios para os candidatos. Não basta só estudar, é preciso aprender a fazer provas, e para isso o segredo é obter um bom material e dedicar tempo de estudo. Tenha certeza de que, com esforço e perseverança, seus objetivos serão alcançados. “Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si”. Ayrton Senna www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] Apresentação das Professoras Arcilandia Mota: Nutricionista, graduada pela UFBA- Universidade Federal da Bahia. Atua como Nutricionista Voluntária no CEAD- Centro de Estudos e Atendimento Dietoterápico na UNEB- Universidade do Estado da Bahia. Trabalha com atendimento em Domicílio nas áreas de Nutrição Clínica e Materno Infantil e dedica-se aos estudos para Concursos Públicos “Concurseira” desde que concluiu a graduação. Iasmin Barreto: Nutricionista, graduada pela UFBA- Universidade Federal da Bahia. Atualmente Residente em Nutrição Clínica pelo SESAB- Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e atua prestando atendimento em Domicílio na área de Nutrição clínica com ênfase em oncologia e gastro/ hepatologia. Sandra Tavares: Nutricionista, graduada pela UFBA- Universidade Federal da Bahia, Especialista em Nutrição Clínica. Atualmente exerce a função de Supervisora do Serviço de Nutrição Clínica voltada para assistência nutricional de Gestantes e recém- nascido de alto risco. Atua prestando atendimento em Domicílio nas áreas de Nutrição Materno Infantil e Estética. Tâmara Ferreira: Nutricionista, graduada pela UFBA- Universidade Federal da Bahia. Pós graduada em Nutrição Clínica e esportiva pelo IPGS. Sanitarista, Pós graduada pela Estácio de Sá. Trabalha atualmente como servidora Estadual no IPERBA- Instituto de Perinatologia da Bahia e das Clínicas: Clivale, Integrare Saúde e Nutristore. Coach Nutricional pela Instituição Nutrition Coaching (em curso). Foi conselheira do CRN/ 5ª região na gestão 2010-2013, Coordenadora do Programa de Saúde do Trabalhador da Guerdal, Coordenadora do SISVAN Indígena da Secretaria Especial de Saúde Indígena(SESAI)- Ministério da Saúde, Nutricionista do Hotel Sofitel Conventions e Preceptora de estágio de Saúde Pública do curso de Nutrição da UNIJORGE- Universidade Jorge. www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] Aula Conteúdo Programático Professora 00 Aula Demonstrativa (Desnutrição) Arcilandia 01 Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) na assistência à saúde. Tâmara 02 Terapia nutricional nas SIDA Iasmin 03 Avaliação do estado nutricional de prematuros, crianças e adolescentes: técnicas, práticas e interpretações. Arcilandia 04 Terapia Nutricional em Obesidade Arcilandia 05 06 Avaliação do estado nutricional de adulto, idoso e gestantes: técnicas, práticas e interpretações. Equipe multiprofissional no cuidado nutricional na atenção básica à saúde. Sandra Tâmara 07 Terapia nutricional no Câncer Iasmin 08 Alimentação do adolescente. Arcilandia 09 Alimentação do lactente, pré escolar, escolar Sandra 10 Atuação do nutricionista no cuidado nutricional na atenção básica à saúde. Tâmara 11 Terapia nutricional nas Nefropatias Iasmin 12 Terapia nutricional em Diabetes mellitus Arcilandia 13 Terapia nutricional em pediatria: Hipovitaminose A Sandra 14 Níveis de intervenção das ações de alimentação e nutrição dirigidas ao indivíduo. Tâmara 15 Terapia nutricional nas Pneumopatias Iasmin 16 Terapia nutricional nas Doenças cardiovasculares Arcilandia 17 Terapia nutricional em pediatria: Anemia ferropriva. Sandra 18 Níveis de intervenção das ações de alimentação e nutrição dirigidas à família. Tâmara 20 Terapia nutricional nas Queimaduras Iasmin 21 Terapia nutricional nas Doenças Transmissíveis Arcilandia 22 Níveis de intervenção das ações de alimentação e nutrição dirigidas à comunidade. Tâmara www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] 23 Terapia nutricional nas cirurgias e Traumas Iasmin 24 Terapia nutricional em pediatria: Alergia alimentar Arcilandia 25 Princípios da ética e da moral com a prática profissional à luz da ciência e dos valores humanos. Tâmara 26 Terapia nutricional em pediatria: Constipação intestinal Sandra 27 Terapia nutricional na Sepse Iasmin 28 Terapia nutricional nas Neuropatias Arcilandia 29 30 31 32 33 34 35 36 37 Cuidado nutricional de gestante de baixo e alto risco: Síndromes hipertensivas da gravidez. Bioética com a prática profissional à luz da ciência e dos valores humanos. Terapia nutricional enteral e Parenteral Terapia nutricional nas Doenças do sistema digestório e anexos Cuidado nutricional de gestante de baixo e alto risco: Hipovitaminose A Cuidado nutricional de gestante de baixo e alto risco: Diabetes na gestação. Cuidado nutricional de gestante de baixo e alto risco: Anemia. Cuidado nutricional de gestante de baixo e alto risco: Gestante Adolescente. Cuidado nutricional de gestante de baixo e alto risco: Assistência pré-natal. www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Sandra Tâmara Iasmin Arcilandia Sandra Arcilandia Sandra Sandra Sandra Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................... 7 CLASSIFICAÇÃO ................................................................................ 7 MANIFESTAÇÕES CLÍNICA .................................................................. 7 TABELA 1. Classificação das síndromes clássicas da Desnutrição. ............ 8 CONSEQUÊNCIAS ............................................................................ 10 ESQUEMA 1. Evolução da Desnutrição ................................................ 11 ALTERAÇÕES LABORATORIAIS .......................................................... 12 TABELA 2. Exames Bioquímicos para Identificação e Tratamento da desnutrição. ................................................................................... 12 MÉTODOS DE TRIAGEM NUTRICIONAL PARA DETECÇÃO ...................... 12 TABELA 3. Valores de Referência para classificação do grau de Desnutrição através do IMC. .............................................................................. 13 ESQUEMA 2. Triagem Nutricional para Detecção da Desnutrição ............ 14 TERAPIA NUTRICIONAL .................................................................... 14 ESQUEMA 3. Procedimento para tratamento Hospitalar da criança com Desnutrição Grave. .......................................................................... 17 TABELA 4. Importância da proteína e de alguns micronutrientes em algumas patologias. ......................................................................... 18 SÍNDROME DE RETROALIMENTAÇÃO ................................................. 18 PACIENTES EM RISCO ..................................................................... 21 NECESSIDADES NUTRICIONAIS ........................................................ 22 TERAPIA NUTRICIONAL .................................................................... 23 ALTERAÇÕES BÍOQUIMICA ............................................................... 24 DEVE-SE INSTITUIR TERAPIA NUTRICIONAL, SE: ................................ 25 APARECIMENTO DA SÍNDROME DE RETROALIMENTAÇÃO ..................... 25 QUESTÕES COMENTADAS ................................................................ 26 GABARITO ...................................................................................... 29 REFERÊNCIAS ................................................................................. 29 www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] INTRODUÇÃO A desnutrição é definida como estado nutricional em que ocorre deficiência, excesso ou desbalanço de energia, proteína e outros nutrientes causando alteração física, tecidual e funcional2. É um problema de saúde pública que, durante muitos anos, tem afetado a população, sobretudo em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Atinge principalmente as crianças que, por causa da desnutrição, podem sofrer consequências danosas em seu desenvolvimento, especialmente o motor. Embora o número dos atingidos pela desnutrição tenha diminuído consideravelmente ao longo dos anos, ela não foi extinta por completo, e ainda é possível se deparar com crianças desnutridas no país.1 Estima-se que aproximadamente 50% dos pacientes adultos hospitalizados apresentem algum grau de desnutrição4. CLASSIFICAÇÃO Primária: Associada à pobreza, baixa escolaridade materna, precárias condições de moradia e saneamento, maior número de moradores na casa, assim como com idade materna inferior a 20 anos 5,6. Secundária: Em pacientes hospitalizados, a desnutrição é causada pela combinação de fatores inerentes à sua condição e do tratamento que podem acontecer antes, durante e até depois da internação, tais como: doença de base, comorbidades agudas ou crônicas, efeitos colaterais de medicamentos, inatividade física, deficiência na oferta e ingestão de alimentos, fatores psicológicos, além de negligência das equipes de saúde quanto aos aspectos nutricionais em detrimento de outros cuidados. MANIFESTAÇÕES CLÍNICA Apresenta-se de diversas maneiras, devido à variedade de suas manifestações clínicas. Ela vai desde casos leves, cuja ocorrência não põe em risco a saúde da criança, até os considerados graves e de grande repercussão. Entre estes pode-se encontrar o kwashiorkor e o marasmo nutricional, responsáveis por altas taxas de mortalidade e que se manifestam de maneira www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] distinta. Algumas crianças podem ainda apresentar uma forma mista de desnutrição conhecida como kwashiorkor-marasmático7. Tabela 2. Classificação das síndromes clássicas da Desnutrição. TIPO SINAIS CLÍNICOS Desnutrição aguda ou Kwashiorkor Desnutrição Crônica ou Marasmo Desnutrição mista ou KwashiorkorMarasmático Desnutrição predominantemente proteica Predomínio em crianças acima de 2 anos de idade Presença de edema Lesões típicas de pele Despigmentação do cabelo Falta de apetite (inapetência) Apatia, anorexia Esteatose hepática e hepatomegalia Hipoalbuminemia Retardo do crescimento Carências dietética de calorias e proteínas Deficiência acentuada do crescimento Perda marcante de tecido muscular Despigmentação do cabelo Ausência de Edema Criança normalmente irritada e apática Apetite preservado Frequente descamação na pele Carências dietética de calorias e proteínas Deficiência acentuada do crescimento Despigmentação do cabelo Perda marcante de tecido muscular Ausência ou presença de Edema Apetite preservado Frequente descamação na pele www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] ASPECTO CLÍNICO (Nutricionista- PREF. OLEANS/SC- 2011- CONCURSUL) Sendo a desnutrição uma das causas de morbidade e mortalidade que afetam crianças, adolescentes e adultos no Brasil e no mundo, assinale a alternativa INCORRETA. a) Há diferentes tipos de desnutrição, dentre elas: a desnutrição crônica, aguda e mista. b) A desnutrição é uma síndrome multifatorial, que engloba normalmente fatores associados à falta de saneamento, carência alimentar, falta de conhecimento sobre amamentação e alimentação complementar. c) A insulina, por estar reduzida na desnutrição, deixa de agir sobre a síntese proteica e muscular, além de reduzir a lipogênese e o crescimento orgânico. d) A presença de desnutrição até os dois anos de idade, ou mesmo a deficiência de iodo e ferro durante a gestação podem afetar profundamente a habilidade da criança aprender. e) Atualmente utiliza-se desnutrição crônica substituindo o termo Kwashiorkor e desnutrição aguda substituindo o Marasmo. GABARITO: Alternativa E (Nutricionista- PREF. DE SOROCABA-BA/SP- 2012- VUNESP) O Edema, sinal clássico de desnutrição, tem como principal causa: a) Aumento do volume sanguíneo b) Aumento da albumina sérica www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] c) Diminuição da Albumina plasmática d) Diminuição da secreção de vasopressina e) Aumento da Glicemia. DICA: A albumina é uma proteína de síntese hepática abundante no meio extracelular, responsável pela manutenção da pressão oncótica do plasma, bem como pelo transporte de algumas substâncias no sangue, como por exemplo, os ácidos graxos de cadeia longa e os esteroides. A diminuição desta proteína no sangue faz com que ocorra a passagem de líquido para o espaço extravascular e o surgimento de edema. GABARITO: Alternativa C CONSEQUÊNCIAS A evolução da desnutrição envolve alterações física, hormonal e hematológica e até complicações mais sérias podendo chegar a óbito. Pode resultar em prejuízos no crescimento e desenvolvimento no caso de crianças e adolescentes, diminuição da resistência às infecções, demora na cicatrização de feridas e evolução clínica ruim em doenças ou traumas, com aumento de morbidade e mortalidade. A baixa ingestão alimentar incide em menores níveis de glicemia e aminoácidos livres no plasma que por sua vez reduz a secreção insulinêmica e aumenta a produção de glucagon e liberação de epinefrina. Por outro lado, o cérebro continua necessitando de glicose como fonte de energia sendo suprida pela gliconeogênese durante as primeiras 72 horas de inanição aguda. Com o intuito de poupar proteína, o organismo mobiliza gordura como fonte de energia e a alteração hormonal contribuem para esse quadro de redução de tecido adiposo e perda de peso10. A atividade hematopoiética é reduzida neste caso devido à disponibilidade de aminoácidos circulantes. O sistema imunológico também é afetado sendo que a taxa de mortalidade e morbidade estão mais elevadas, com probabilidade de infecções oportunistas. Consequentemente há alteração na cicatrização de feridas, alteração física como cabelos e unhas despigmentados e quebradiços, pele apresentando manchas ou com palidez, conjuntiva dos olhos pálida, dentes com manchas, além de edema e outros sinais físico10,12,13. As alterações clínicas secundárias a desnutrição podem afetar diferentes órgãos, criando um ciclo de difícil manejo, aumento do custo e tempo de hospitalização, como também a piora da qualidade de vida desse paciente14. Tais www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] alterações se não corrigidas a tempo, evoluem para uma descompensação da função orgânica e pode levar o paciente ao coma ou até ao óbito, veja no esquema 1. No aparelho digestivo, ocorre a baixa produção de ácido clorídrico ( hipocloridria), hipomotilidade intestinal e diminuição da IgA secretora que favorecem o supercrescimento bacteriano no intestino delgado, dificultando a absorção de gorduras. Esquema 1. Evolução da Desnutrição www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] ALTERAÇÕES LABORATORIAIS A disponibilidade de energia, proteína e micronutrientes influenciam na produção de albumina (proteína mais abundante circulante no plasma), sendo que a ingestão alimentar insuficiente provoca uma queda de até 50% na síntese hepática da proteína logo nas primeiras vinte e quatro horas8,9. A concentração sérica de albumina diminui significativamente quando a depleção proteica tornase grave, contribuindo para Kwashiorkor e seus clássicos sintomas. Alguns estudos indicam ainda, que a albumina sérica pode ser o método mais preditivo de morte e infecção hospitalar10,11. Tabela 1. Exames Bioquímicos para Identificação e Tratamento da desnutrição. EXAME OBJETIVO Hemoglobina e/ou hemograma Avaliar a presença de anemia ou processo infeccioso Glicose sanguínea (plasma ou soro) Realizada em toda a criança com desnutrição grave, tendo em vista a detecção de hipoglicemia Exame sumário Cultura de amostra de urina Urocultura Diagnosticar infecções do trato urinário Exame de fezes Exames de cultura (hemo, copro, urocultura e nasofaringe Realizados, sempre que possível, em todos os pacientes e antes do início do tratamento com antibiótico. Proteínas séricas Não é útil para o tratamento da criança com desnutrição grave, mas pode guiar o prognóstico. MÉTODOS DE TRIAGEM NUTRICIONAL PARA DETECÇÃO A inserção de um método de triagem nutricional para identificação de risco nutricional tem sido recomendada, nacional e internacionalmente, por organizações de especialistas, com o objetivo de avaliar efeitos físicos e www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] fisiológicos adversos de pacientes com doenças crônicas degenerativas e/ou lesões agudas 14. A antropometria é um método não invasivo, de baixo custo, facilmente aplicável, com o propósito de avaliar o tamanho, as proporções e a composição corporal 8. O IMC é o indicador antropométrico mais utilizado para avaliar o risco nutricional e a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a desnutrição/ baixo peso de acordo com o índice de massa corporal (IMC), como na tabela abaixo. Tabela 2. Valores de Referência para classificação do grau de Desnutrição através do IMC. Valores de Referência para Crianças e adolescentes IMC (Kg/m2)/Idade CLASSIFICAÇÃO < Escore-z -2/ < Percentil 3 Baixo IMC para idade Valores de Referência para Adultos IMC (Kg/m2) CLASSIFICAÇÃO 17-18,49 Desnutrição grau I 16-16,99 Desnutrição grau II <16 Desnutrição grau III Valores de Referência para Idosos 2 IMC (Kg/m ) CLASSIFICAÇÃO < 18,5kg/m² Baixo peso A Nutritional Risk Screening (NRS-2002) é recomendada pela American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) e tem como objetivo detectar o risco de desnutrição no ambiente hospitalar. Este método classifica o paciente segundo o estado nutricional e a gravidade da doença, definindo a desnutrição em normal, leve, moderada ou grave, totalizando 6 pontos. Caso a idade do paciente seja superior a setenta anos, deve ser adicionado um ponto a mais no final da pontuação; entretanto, se o paciente atingir uma pontuação igual ou superior a 3, considera-se em risco nutricional8. A Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG), por ser um método amplo, tem a capacidade de avaliar os riscos nutricionais e determinar o diagnóstico nutricional em pacientes adultos e idosos hospitalizados, ou não, desde que aplicada por um profissional qualificado. A avaliação consiste em exames físicos, em que são avaliados perda de peso, tecido adiposo e muscular, ingestão alimentar, alteração funcional, sintomas gastrointestinais, e o grau de estresse, segundo o diagnóstico. A ANSG é utilizada como um bom índice de prognóstico de mortalidade, mas quando www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] utilizada isoladamente existe certo questionamento quanto à sua eficiência 21. Esquema 1. Triagem Nutricional para Detecção da Desnutrição TERAPIA NUTRICIONAL A intervenção nutricional deve ser realizada logo nos primeiros sinais de desnutrição, seja ele físico, hormonal, hematológico, imunológico entre outros. A depleção proteico-calórica, de micronutrientes, aliada a ingestão deficiente agrava os sinais e pode levar ao óbito, em casos mais extremos. Assegurar uma ingestão de proteínas de qualidade, micronutrientes essenciais no processo de reversão dos sinais de desnutrição, volume menor e densidade calórica maior, via oral deve ser utilizado sempre que possível. www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] A proteína do soro do leite vem sendo a fonte protéica mais indicada nesses casos por apresentar atividade biológica e auxiliar na cicatrização de feridas, atividade antiinflamatória, imunomoduladora, ligação entre plaquetas e outras15. Além da proteína, alguns micronutrientes são fundamentais no processo de cicatrização como vitamina C que auxilia na síntese de colágeno, ativação dos macrófagos e leucócitos na ferida, o zinco é essencial na síntese protéica, replicação celular e síntese de colágeno16. A oferta de fórmulas hipercalóricas com fontes protéicas de qualidade é indicada nesse caso também, sendo imprescindível a intervenção nutricional logo nos primeiros sinais de alteração da pele. Além desses casos, outras situações clínicas surgem ou se agravam com a desnutrição e todos devem ter atenção nutricional especial. A alimentação correta da criança com desnutrição grave é tão importante quanto qualquer outra medicação que ela receba. É essencial que a alimentação esteja de acordo com as peculiaridades da fisiopatologia da desnutrição grave e que atenda adequadamente às necessidades nutricionais, primeiro para a estabilização metabólica da criança e, em seguida, para a sua reabilitação. A via oral é a preferencial para administrar a alimentação e deve ser retomada tão logo quanto possível e o objetivo é suprir à quantidade de energia e proteína suficientes para manter os processos fisiológicos básicos da criança. A quantidade e o tipo de alimentos recomendados devem ser criteriosamente seguidos, porque estão cuidadosamente definidos para o atendimento das necessidades nutricionais específicas da criança na fase de estabilização. Nessa fase, a oferta líquida total, não deve ultrapassar o volume de 120 a 140 ml/Kg de peso/ dia, incluindo o volume das preparações e de soro (oral e venoso) administrados. Se há edema, usar o menor valor e, se houver perdas por vômitos e/ou diarreia, aumentar a oferta conforme a orientação específica. Os preparados alimentares oferecidos na fase de estabilização devem: • Fornecer no máximo 100 Kcal/Kg de peso/dia (mínimo aceitável de 80 Kcal/Kg de peso/dia) e 1 a 1,5 g de proteína/Kg de peso/dia. Estes valores são essenciais para manter os processos fisiológicos básicos da criança. Se o teor nas 24 horas for menor de 80 Kcal/Kg de peso/dia a criança continuará em fase de catabolismo e seu estado nutricional tenderá a piorar. Se for superior a 100 Kcal/Kg de peso/dia, a criança pode sofrer problemas metabólicos que interferirão na sua recuperação, podendo inclusive levá-la à morte. • Ter baixa osmolaridade (280 mmol/litro) e baixo teor de lactose (13g/l). www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] • O preparado alimentar inicial contém 75 Kcal/100ml e 0,9g proteína/100ml, e é o recomendado nessa fase do tratamento porque é o que melhor atende às características fisiopatológicas e às metas nutricionais estabelecidas. • Oferecer em pequenos volumes e em intervalos frequentes, de preferência de 2 em 2 horas (dia e noite), principalmente para as crianças com maior risco. As refeições noturnas são muito importantes para a boa evolução da criança. • Oferecer preferencialmente por via oral. A administração por sonda nasogástrica só deve ser feita se a criança não aceitar o equivalente a 80 Kcal/Kg de peso/dia. • A grande maioria das crianças com desnutrição grave são crianças desmamadas precocemente e/ou cuja alimentação complementar é inadequada em termos de introdução e/ou de conteúdo nutricional e de higiene. Se a criança estiver recebendo leite materno continue a amamentação, garantindo a manutenção da técnica adequada. Assegure-se que ela receba primeiro o preparado alimentar, pois o valor calórico fornecido pelo leite materno, nesse caso, não é suficiente para assegurar a velocidade de crescimento rápido que a criança com desnutrição grave necessita para atingir a sua reabilitação. • Nas crianças menores de 4 meses com possibilidade real de relactação, realizar esse procedimento somente após a fase de estabilização. • A alimentação por via intravenosa só deve ser indicada em casos de extrema gravidade e sob critério médico, em situações nas quais haja condições adequadas para a sua realização. • O volume do preparado alimentar inicial deve ser de 130ml/Kg de peso/dia. www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] Esquema 2. Procedimento para tratamento Hospitalar da criança com Desnutrição Grave. www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] Tabela 3. Importância da proteína e de alguns micronutrientes em algumas patologias. Patologia Proteínas Vitamina C Selênio Zinco Câncer Favorece a retenção nitrogenada. ___ SIDA Fundamental na resposta à infecção e a injúria. Papel protetor durante a resposta imune. Cicatrização Potencializa a neovascularização, síntese de colágeno, proliferação fibroblástica. Essencial na síntese de colágeno, na ativação dos macrófagos e leucócitos na ferida. Reduz significativament e a queda de cabelo, dor abdominal, fraqueza, mal estar, flatulência e perda de apetite. Associado a melhoria na resposta a terapia antiHIV. Redução dos hidroperóxidos, protegendo assim a membrana lipídica lesão oxidante. Estimula o apetite e a percepção do paladar. Restaura as funções dos linfócitos T. Cofator em mais de 100 diferentes enzimas que promovem síntese protéica, replicação celular e formação do colágeno Cofator da polimerase do RNA e do DNA. SÍNDROME DE RETROALIMENTAÇÃO Foi descrita inicialmente em prisioneiros orientais, após a II Guerra Mundial, quando eles foram alimentados após períodos prolongados de jejum e desenvolveram falência da função cardíaca. (VIANA, LA; FRANCA, CRN). www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] É uma manifestação clínica complexa, abrangendo alterações hidroeletrolíticas, associadas às anormalidades metabólicas, que podem ocorrer em consequência do suporte nutricional em pacientes severamente desnutridos (VIANA, LA). Caracteriza-se por alterações respiratórias, arritmias e falência cardíacas, pouco dias após sua alimentação (VIANA, LA). Ocorre redução nos níveis séricos de eletrólitos (fósforo, magnésio e potássio) e, até mesmo, alteração na homeostase da glicose, principalmente na realimentação com carboidratos ou com aporte energético excessivo (PUCCI, ND). Geralmente ocorre na realimentação após jejum superior a 07 (sete) dias em associação a condições diversas, como deficiências nutricionais prévias, período pré-operatório de cirurgia de grande porte, diabetes mellitus descompensado, quimioterapia nutrição parenteral sem adequada administração de vitaminas ou minerais, administração de aporte energético excessivo e, ainda, na falta de monitoramento e reposição adequada de eletrólitos (PUCCI, ND). A desnutrição, frequente em pacientes hospitalizados, deve ser prevenida e tratada, pois o estado nutricional prejudicado aumenta o risco de complicações e piora a evolução clínica dos pacientes. É relativamente comum o desenvolvimento de subnutrição em pacientes hospitalizados. Estima-se que quase metade dos adultos hospitalizados apresenta desnutrição leve ou moderada e que 5 a 10% apresenta desnutrição grave. A manutenção ou a restauração de um estado nutricional adequado é um aspecto importante para o restabelecimento da saúde (ACOSTA et al., 2005). No doente hospitalizado pode se instalar rapidamente devido ao estado de hipercatabolismo que acompanha as enfermidades, traumatismos e infecções, em resposta ao estresse metabólico que ocorre nestas condições, principalmente quando a ingesta nutricional é insuficiente. Ocorre também uma redução da ingestão de alimentos ou maior necessidade de nutrientes. Na inanição, ocorre redução da secreção de insulina como resposta ao porte reduzido de carboidratos. Na falta de carboidratos, as reservas de gordura e proteína são catabolizadas para produzir energia. Com isso, ocorre uma perda intracelular de eletrólitos, em especial de fosfato. Quando estes pacientes começam a ser alimentados, verifica-se um súbito desvio do metabolismo de gorduras para carboidratos e ocorre um aumento da secreção de insulina. Isso estimula a captação celular de fosfato, potássio e magnésio e as concentrações www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] plasmáticas podem cair drasticamente. Por isso, esses íons devem ser suplementados. O potássio é o principal cátion do líquido intracelular (98%) e está presente em pequena quantidade no extracelular. A hipocalemia na Síndrome de Realimentação ocorre pela entrada de potássio na célula juntamente com a glicose e outros substratos energéticos, assim como anabolismo protéico resulta da incorporação de potássio no protoplasma celular. Desta forma, na repleção nutricional, as taxas de potássio no soro podem reduzir caso não se faça à suplementação. Considera-se hipocalemia grave os valores abaixo de 3,0 mMol/l (PUCCI et al., 2008). O magnésio, que também é um mineral intracelular relevante, atua como cofator em vários sistemas enzimáticos. Na realimentação a hipomagnesemia é comum, porém o mecanismo que envolve a síndrome de realimentação com a hipomagnesemia ainda não está claro e é provavelmente multifatorial, o que ocorre é a movimentação e concentração dos íons magnésio para o meio intracelular após a realimentação rica em carboidratos e pobre em magnésio (FUNG; RIMMER, 2005). (Nutricionista- PREF. DE PORTO VELHO/RO- 2012- CONSULPLAN) Acerca da síndrome da realimentação em pacientes desnutridos e graves, que recebem rapidamente todas as suas necessidades nutricionais, é INCORRETO afirmar que: a) Ocorre apenas em pacientes que estão sendo alimentados por via enteral e oral. b) É caracterizada por depleção de eletrólitos, retenção de líquidos (edema) e alteração na homeostase da glicose (hiperglicemia). c) A dieta deve ser ajustada diariamente conforme peso corporal, diurese, balanço hídrico e eletrólitos. d) Durante os primeiros sete dias, os eletrólitos, o fósforo, o magnésio e o potássio devem ser dosados todos os dias. e) Os sintomas apresentados incluem fadiga, letargia, fraqueza muscular, edema, arritmia cardíaca, diarreia, falência e hemólise. www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] GABARITO: Alternativa A Comentário: A síndrome de realimentação pode ocorrer em pacientes que recebem nutrição oral, enteral ou parenteral, porém, é mais comum ocorrer no início da nutrição parenteral. (Residência Multiprofissional em saúde/ Nutrição – HC/UFG- 2013) A realimentação em pacientes desnutridos requer cautela, pois a terapia nutricional agressiva pode acarretar a síndrome de realimentação. A síndrome de realimentação: a) Ocorre em pacientes severamente desnutrição durante o estágio final de repleção nutricional. b) Aumenta as concentrações séricas de potássio e fosfato quando administrada uma maior proporção de carboidratos. c) Aumenta as concentrações séricas de tiamina sem riscos potenciais, pois, por ser hidrossolúvel, é eliminada na diurese. d) Desenvolve insuficiência cardíaca e reduções nas concentrações séricas de fósforo, magnésio e cálcio. GABARITO: Alternativa D Comentário: A principal característica da síndrome de realimentação é a hipofosfatemia, porém, não acontece isoladamente. Há também alterações nos níveis séricos de magnésio, cálcio e potássio, no metabolismo glicídico e das vitaminas, junto a anormalidades nos sistemas cardiovascular, neuromuscular, hematológico, respiratório e gastrointestinal. PACIENTES EM RISCO São aqueles portadores de alcoolismo crônico, pacientes oncológicos em quimioterapia, usuários crônicos de diuréticos, usuários crônicos de antiácidos, aqueles com desnutrição crônica (pacientes idosos ou com anorexia nervosa) e pacientes que não se alimentaram durante 7 a 10 dias, com evidências de estresse e de pauperação (CARVALHO et al., 2010). Pacientes em pós-operatório têm pelo menos o dobro da incidência de hipofosfatemia grave de outros grupos de pacientes (STANGAet al., 2008). Pode ser observada ainda em pacientes com marasmo ou kwashiorkor; naqueles com perda de peso superior a 10% em um período de dois meses; www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] significativa perda de peso em obesos, inclusive após operações bariátricas disabsortivas; idosos subnutridos em realimentação; e transtornos alimentares; na anorexia nervosa (PUCCI et al., 2008). NECESSIDADES NUTRICIONAIS As necessidades nutricionais fundamentam-se em uma fórmula básica que deve conter os macros e micronutrientes essenciais para a produção adequada de energia, suporte da síntese, substituição e reparo das proteínas estruturais e viscerais, estrutura celular, produção de hormônios e enzimas, além de manutenção das funções imunológicas. O desenho básico contém carboidratos, proteínas, gorduras, eletrólitos, vitaminas, oligoelementos e água. CARBOIDRATOS: A maior finalidade dos carboidratos é fornecer energia. A glicose fornece calorias nas soluções parenterais. Os carboidratos também poupam proteínas corporais. Quando a glicose é fornecida como um nutriente, é temporariamente armazenada no fígado e no músculo como glicogênio. Quando a capacidade total do estoque de glicogênio é alcançada, os carboidratos são armazenados como gordura. Quando a glicose é fornecida por via parenteral é completamente biodisponível para o organismo sem nenhum efeito de má-absorção. GORDURAS: A gordura é a fonte primária de calor e energia. A gordura fornece duas vezes mais calorias de energia por grama do que as proteínas e os carboidratos. A gordura é essencial para a integridade estrutural de todas as membranas celulares. O ácido linoléico e o ácido linólico são os únicos ácidos graxos essenciais para o homem. PROTEÍNA: A proteína é um nutriente corpo-construtor que funciona para promover o crescimento tecidual, reparação e substituição das células corporais. É também um componente dos anticorpos, tecidos de cicatriz e coágulos. Aminoácidos são a unidade básica da proteína. Os oito aminoácidos essenciais para um adulto são isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofan e valina. Proteínas parenterais são elementares, fornecendo um aminoácido cristalino sintético que não causa uma reação antigênica. Essas proteínas estão disponíveis nas concentrações de 3 a 15% e vêm com ou sem eletrólitos. Enzimas, hormônios e substâncias carreadoras também requerem proteínas para seu www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] desenvolvimento. As proteínas contribuem para as necessidades de energia, porém esta não é sua principal finalidade. VITAMINAS: São necessárias para o crescimento e manutenção, juntamente com múltiplos processos metabólicos. As vitaminas solúveis em água e as solúveis em gordura são necessárias para o paciente que precisa de nutrição parenteral. OLIGOELEMENTOS: São encontrados no organismo em quantidades diminutas. As necessidades básicas são muito pequenas, medidas em miligramas. Cada oligoelemento é um químico simples e tem uma associação com o estado de deficiência. As várias funções dos oligoelementos são freqüentemente sinergéticas. O zinco contribui para a cicatrização de feridas pelo aumento da força de elasticidade do colágeno; o cobre atua na incorporação de ferro da hemoglobina. Os outros oligoelementos – selênio, iodo, flúor, cobalto, níquel e ferro – todos têm sido identificados como benéficos; porém não existem normas estabelecidas para nutrição parenteral. TERAPIA NUTRICIONAL INDICAÇÃO A terapia nutricional só está indicada se for possível melhorar o desfecho clínico ou a qualidade de vida. A decisão para iniciar terapia nutricional basear-se-á no grau de comprometimento nutricional, funcional e metabólico e na estimativa do número de dias que o doente permanecerá sem se alimentar adequadamente por via oral. A distinção do paciente que vai se beneficiar envolve aspectos relacionados com a doença de base e a experiência clínica da equipe de suporte nutricional. OBJETIVOS Incluem a correção da desnutrição prévia, a prevenção ou atenuação do déficit calórico-proteico que costuma acontecer durante a evolução da enfermidade que motivou a hospitalização, a otimização do estado metabólico incluindo a administração de líquidos e eletrólitos e a diminuição da morbidade com a consequente redução do período de recuperação do doente. Portanto, a terapia nutricional constitui parte integral do cuidado ao paciente. Embora não reverta o hipercatabolismo, ela permite manter o doente em melhores condições e por mais www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] tempo, enquanto se corrige o hipercatabolismo atuando na doença básica, com medidas específicas. ALTERAÇÕES BÍOQUIMICA A síntese de albumina diminui, compensando a maior síntese de substâncias nitrogenadas, denominadas proteínas de fase aguda, entre elas: proteína C reativa, mucoproteínas, fibrinogênio, transferrina, ceruloplasmina, e fatores do complemento. O papel desses elementos encontra-se apenas parcialmente elucidado, mas acredita-se que, em sua maioria, tenham a função de amenizar as repercussões da invasão bacteriana, do choque e das lesões teciduais. Diversas proteínas da fase aguda comportam-se como antiproteases e opsoninas, outras auxiliam na coagulação sanguínea e algumas parecem contribuir com a cicatrização das feridas (KINNEY, 2005). (NUTRICIONISTA- PREF. TABIRA/PE-2012- ACAPLAM) A desnutrição energético-proteica (DEP) pode ser conceituada como uma doença nutricional resultante da deficiência no consumo e/ou utilização biológica de calorias e proteínas, embora também possa estar associada a deficiência de minerais e vitaminas. Assinalar a alternativa CORRETA, que apresenta dosagens bioquímicas úteis no acompanhamento das formas graves de DEP em crianças hospitalizadas. a) b) c) d) e) Somente aminoácidos séricos não essenciais e hemoglobina. Retinol sérico, ingestão dietética de iodo, níveis séricos de glicose de jejum. Ácidos graxos livres séricos, albumina sérica, hematócrito. Níveis plasmáticos de glicose pós-prandial, Colesterol total, Triglicérides. Retinol Sérico, hemoglobina, nitrogênio úreico. DICA: Na internação do paciente com DEP, são sugeridos a avaliação de perda de peso, índice de massa corporal, índice Creatina altura, colesterol sérico e avaliação subjetiva global; para avaliação dos efeitos da terapêutica nutricional, são sugeridos o balanço nitrogenado, pré-albumina, proteína ligada ao retinol e somatomedina séricas e 3-metil- histidina urinária; para avaliação da resposta metabólica são propostos a excreção de úreia, 3-metil- histidina urinária e proteínas de fase aguda; para o seguimento nutricional, são sugeridos a pré-albumina, proteína ligada ao retinol, somatomedina e albumina sérica e a função muscular, enquanto que, com finalidade prognóstica, a albumina e o balanço nitrogenado. www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] INSTITUIR TERAPIA NUTRICIONAL, SE: a) paciente sem nutrição há sete dias com índice de massa corporal (IMC) >18 kg/m²; b) paciente sem nutrição há mais de três dias, se IMC < 18 kg/m²; c) estimativa da duração da doença, que impossibilita a ingestão, via oral, de alimentos, acima de 10 dias; d) pacientes com perda ponderal, aguda, maior que 10%; e) pacientes de alto risco – com infecção grave, queimado, com traumatismo grave. Em todas essas situações, iniciar terapia nutricional após estabilização hemodinâmica do paciente. Se o trato gastrointestinal (TGI) estiver funcionante, fornecer nutrição enteral; usar sonda em posição gástrica, se o risco de aspiração for baixo; caso contrário, usar sonda em posição jejunal. Sempre monitorizar a presença de resíduos gástricos, observando o surgimento de distensão abdominal, diarreia e anormalidades hidroeletrolíticas. Se TGI não estiver funcionante (íleo paralítico, obstrução intestinal, hemorragia gastrointestinal), iniciar nutrição parenteral via cateter central. APARECIMENTO DA SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO Quando pacientes com grave subnutrição recebem uma relação nutricional, ocorre expansão do volume extracelular devido a um equilíbrio do sódio e equilíbrio hídrico positivos, podendo causar edema de declive. Quando pacientes com depleção recebem suplementos energéticos e proteicos, ocorre estimulação do armazenamento de glicogênio e retenção de nitrogênio, com síntese de proteínas celulares e movimento de água para o interior das células. Quando são administrados carboidratos como principal fonte de energia, a secreção de insulina é estimulada, resultando em aumento da captação celular de glicose, fósforo, água e outros minerais, como potássio e magnésio. A expansão do volume extracelular e circulatório com a realimentação também pode resultar em estresse do músculo cardíaco ainda depletado desses pacientes (MARINELLA, 2009). www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] É importante estar atento ao aparecimento da síndrome de realimentação quando se inicia a terapia nutricional num paciente subnutrido. O aporte energético e de proteína e a restauração do volume circulatório devem ser instituídos lentamente, e os eletrólitos, sobretudo o fósforo, o potássio e o magnésio, devem ser monitorados à procura de anormalidades, particularmente durante a primeira semana (VIANAet al., 2012). Também é conveniente a administração rotineira de vitaminas, com restrição do aporte de sódio. A superalimentação com energia na tentativa de obter ganho de peso no paciente só irá resultar na deposição de gordura e em complicações clínicas. QUESTÕES COMENTADAS 1. (Residência Multiprofissional Regionalizado em Saúde da Família – Nutricionista- 2015- FUNDAÇÃO CEFET-Ba) O edema, comum em pacientes com desnutrição protéico-calórica do tipo Kwashiorkor, tem como principal causa ___________________________________________. A alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto acima é: A) a redução de sódio sérico. B) o incremento da albumina sérica. C) o aumento do volume sanguíneo. D) o aumento da excreção de sódio. E) a diminuição da albumina plasmática. Gabarito: Alternativa E 3. (Residência Multiprofissional Regionalizado em Saúde da Família – Nutricionista- 2015- FUNDAÇÃO CEFET-Ba) A investigação dos parâmetros bioquímicos auxilia na identificação de alterações nutricionais, sendo bom índice de desnutrição protéico-energética. As proteínas www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] séricas, que podem ser utilizadas para auxiliar no diagnóstico nutricional de desnutrição, são _______________________ e _________________. A alternativa que preenche, correta e sequencialmente, as lacunas do texto acima é: A) transferrina / caseína B) albumina / transferrina C) pré-albumina / globulina D) creatinina / ceruloplasmina E) proteína C-reativa / fibrinogênio Gabarito: Alternativa B 4. (NUTRICIONISTA- PREF. JOAQUIM GOMES/AL – 2013- FAPEC) Qual a condição abaixo não se aplica ao Marasmo? A) Perda Muscular e irritabilidade B) Perda de peso com perda de gordura corporal C) Dermatose com descamação e hepatomegalia. E) Cabelos quebradiços e sinais de avitaminoses. Gabarito: Alternativa C 5. (NUTRICIONISTA- PREF. DE COCAL DOS ALVES/PI – 2012- IMA) A desnutrição energético-proteíca apresenta como condicionante biológico um consumo energético e proteíco inadequado, denomina-se kwashiorkor e marasmo as formas mais graves da desnutrição. São características do Kwashiorkor:] A) Consumo insuficiente de proteínas, redução de massa muscular, raras alterações de cabelo. B) Consumo insuficiente de proteínas, edema constante, frequente lesão na pele. C) Consumo energético insuficiente, edema constante, raras alterações de cabelo. D) Consumo energético insuficiente, frequente lesão de pele, emagrecimento. Gabarito: Alternativa B 6. (RESIDÊNCIA MULTIPROISSIONAL EM SAÚDE/ NUTRIÇÃO- HC/UFG2013-UFG) www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] A desnutrição proteico-energética é conhecidamente impactante, promovendo retardo de crescimento e desenvolvimento. Por esse motivo, quando ocorrida na infância, pode deixar sequelas. São inúmeras as respostas adaptativas, dentre elas, as alterações hormonais. São consideradas adaptações endócrinas da desnutrição: A) Redução de glicemia e aumento de aminoácidos livres, que tendem a promover a gliconeogênese para aumentar a glicemia e, simultaneamente, aumentam a secreção de insulina para promover o anabolismo. B) Redução de aminoácidos plasmáticos, que estimulam o hormônio de crescimento (GH) e reduzem a somatomedina. Isso produz um aumento adicional de GH pela ausência de inibição do feedback. C) Aumento das concentrações de insulina e cortisol circulantes, que reduzem as concentrações de somatomedina e, por consequência, o GH. Esse efeito é mais observado no kwashiokor do que no marasmo. D) Aumento da atividade da 5’ -monodesiodase, que reduz a produção de triiodotironina concomitante á T3 inversa inativa, o que gera redução da termogênese e do consumo de oxigênio para favorecer a conservação de energia. Gabarito: Alternativa B Comentário: O hormônio do crescimento (GH) tem sua atividade aumentada, diferente do que ocorre com a insulina, somatomedina e gonadotrofinas. 7. (NUTRICIONISTA- PREF. VIÇOSA/CE- 2012- INEPAS) Sobre a desnutrição, ainda prevalente no nosso país, assinale a alternativa CORRETA. A) O marasmo é representado por um consumo deficiente de proteínas e reflete o aspecto agudo da desnutrição. B) A desnutrição representa a endemia mais prevalente no nosso país. C) A fome oculta é representada por uma deficiência no consumo de micronutrientes, que redunda em quadros clínicos que são dificilmente reconhecidos. D) O retardo do crescimento pode ser resultado da desnutrição e da deficiência de vitamina B2, especificamente. E) O kwashiokor é representado por um consumo calórico deficiente e reflete o aspecto crônico da desnutrição. Gabarito: Alternativa C www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] Comentário: A fome oculta e definida como a fome decorrente da dieta com deficiência de micronutrientes, que pode trazer inúmeras consequências à saúde. GABARITO Questão 1 2 3 4 5 6 Gabarito E B C B B C REFERÊNCIAS www.pontodosconcursos.com.br | Professora Arcilandia Mota Aula 00 - Aula Demonstrativa Profa. Arcilandia Mota [Digite aqui] 1. Fraga, JA, Varela BSS. A relação entre a desnutrição e o desenvolvimento. Rev. Assoc. Bras. Nutr.: Vol.4, N.5, jan-jun 2012. 2. Lochs, H et al. Introductory to the ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Terminology, Definitions and General Topics. Clinical Nutrition. (25) 180186. 2006 3. Sobotka, L. Bases da Nutrição Clínica. 3ª edição. 2008. Borges V C, Ferrini M T, Waitzberg D L, Oliveira G P C, Bottoni A. Minerais. In: Waitzberg D L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática clínica. São Paulo: Editora Atheneu. 2000. 4. Beghetto, M G. Estado Nutricional como preditor de morte, infecção e permanência hospitalar. 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