www.fisicaexe.com.br Um cilindro contendo n mols de um gás ideal sofre uma transformação adiabática. a) Partindo da expressão W = p d V e usando a expressão p V = constante , mostre que o trabalho é dado por ∫ W = 1 −1 p i V i−p f V f b) Partindo da Primeira Lei da Termodinâmica na forma diferencial, prove que o trabalho realizado também é dado por W = n C V T i−T f Mostre que este resultado coincide com o que foi obtido no item (a). Esquema do problema O gás está inicialmente num estado com pressão, volume e temperatura p i , V i e T i , respectivamente, após a transformação adiabática passa para um estado final com pressão, volume e temperatura p f , V f e T f . A área sob a curva da transformação (em cinza na figura 1) será igual ao trabalho realizado pelo gás durante a transformação. Solução a) O trabalho do gás é dado por figura 1 W = ∫p dV (I) Como p V = constante para o ponto inicial o ponto inicial da transformação temos p i V = constante , como esse valor é sempre constante, então para um ponto qualquer da transformação podemos igualar as duas expressões i p V = p iV i V p = p i i V (II) substituindo (II) em \(I), temos W =∫ pi V V i dV sendo p i e V i constantes eles podem “sair” da integral, e os limite de integração vão do V i , Vf V W = p iV i f ∫ V1 Vi V integração de f ∫ V1 dV Vi 1 dV www.fisicaexe.com.br V Vf f ∫ Vi 1 dV = V ∫ V V − −1 V −1 dV = V ∣ f = V i V −1 V −1 V 1−−V 1− f i − i = f −1 −1 1− i 1− W = p iV i W= W= W = 1 1− 1 1− piV i p iV 1 1− W = Vf p iV i 1 1− −V 1− 1− i 1− −V i V 1− f i V V Vf Vi − V f V i f f −piV i i f Vi V p iV V f −p iV i V i (III) Usando novamente a condição p V = constante entre os pontos inicial e final da transformação, obtemos piV i = p f V pV pf = i i Vf f (IV) substituindo (IV) em (III), temos 1 p f V f −p i V i 1− 1 W = p f V f −p i V i − −1 1 W =− p f V f− p i V i −1 W= W = 1 −1 p i V i−p f V f b) Como a transformação é adiabática o calor trocado com o meio é nulo (Q = 0) e a Primeira Lei da Termodinâmica se reduz a U = - W, que na forma diferencial é escrita como d U = n C V d T = −p d V onde C V é a Capacidade Térmica a Volume Constante e como d W = p d V podemos reescrever −d W = n C V d T d W = −n C V d T integrando de ambos os lados da igualdade, temos ∫ d W ' = ∫ −n C 2 V dT www.fisicaexe.com.br do lado esquerdo da igualdade os limites de integração vão de zero W, do lado direito da igualdade o fator −n C V é constante e pode “sair” da integral, os limites de integração vão de Ti a Tf Observação: W' é a variável de integração, para não confundir com o valor superior da integral W. Tf W ∫ d W ' = −n C ∫ d T V 0 Ti W integração de ∫dW ' 0 W ∫dW ' = W '∣ W 0 = W −0 = W 0 Tf integração de ∫dT Ti Tf ∫dT = T ∣ Tf Ti = T f −T i Ti W = −n C V T f −T i W = n C V T i−T f Usando a Equação de Estado dos Gases Ideais ou Equação de Clapeyron escrevemos esta equação para os estados inicial e final da transformação p iV i = n R T i ⇒ T i = p iV i nR e pf V f = nR T f ⇒ T f = pf V f nR (V) onde R é a Constante Universal dos Gases Perfeitos, substituindo as duas expressões de (V) no resultado acima, obtemos W = nC V p iV i p f V f − nR nR nC V p i V i−p f V f nR CV W = p i V i− p f V f R W= (VI) Das expressões C p −C V = R e = Cp CV onde C p é a Capacidade Térmica a Pressão Constante, temos da segunda expressão 3 (VII) www.fisicaexe.com.br Cp = CV substituindo na primeira expressão de (VII) C V −C V = R C V −1 = R CV 1 = R −1 (VIII) substituindo (VIII) em (VI), temos finalmente W = 1 −1 p i V i−p f V f Q.E.D. Observação: Q.E.D. é a abreviação da expressão em latim “quod erat demosntrandum” que significa “como queríamos demonstrar”. 4