Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017

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INFLUÊNCIA DE AUXINAS E TAMANHO DE ESTACAS NO ENRAIZAMENTO
DE AZALEIA (Rhododendron simsii Planch.)
Aline Maria Cabral Feliciana1*, Everton Geraldo de Morais2, Érika Soares Reis1, Ricardo
Monteiro Corrêa1, André de Souza Gontijo1, Gustavo Henrique Branco Vaz3
RESUMO: A azaleia é uma planta ornamental, da família Ericaceae, propagada por meio de
estaquia. Em muitos casos o seu enraizamento é dificultado, resultando em baixa produção de
mudas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o uso de ANA e AIB e diferentes
comprimentos de estacas sobre o enraizamento de estacas herbáceas de azaleia. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com oito repetições para o primeiro
experimento (comprimentos de estacas de 10, 12 e 15 cm) e cinco repetições para o segundo
experimento com diferentes concentrações de AIB e ANA que consistia de 10 tratamentos (0,
5000, 6000, 7000 e 8000 mg L-1 de AIB e 0, 2000, 4000, 6000 e 8000 mg L-1 de ANA).
Foram avaliadas aos 30 e 60 dias, o número de plantas viáveis e o número de brotos. Aos 90
dias, foram analisadas as variáveis plantas enraizadas e comprimento da maior raiz (cm). Os
resultados mostraram não haver diferenças para o enraizamento pela aplicação ou não de AIB.
Não houve contribuição de ANA no enraizamento de estacas de azaleia, porém, para o
experimento com diferentes tamanhos de estacas, as estacas de 10 cm se mostram superiores
na variável plantas viáveis e plantas enraizadas aos 90 dias.
Palavras-chave: Fitoreguladores, produção de mudas, planta ornamental.
INFLUENCE AUXIN AND SIZE OF STAKES IN ROOTING AZALEIA
(Rhododendron simsii Planch.)
ABSTRACT: The azalea is an ornamental plant, the Ericaceae family, propagated by cuttings. In
many cases your roots is difficult, resulting in low production of seedlings. The aim of this study was
to evaluate the use of NAA and IBA and different lengths of cuttings on the rooting of cuttings of
azalea. The experimental design was completely randomized with eight repetitions for the first
experiment (stakes lengths of 10, 12 and 15 cm) and five repetitions for the second experiment with
different concentrations of AIB and ANA which consisted of 10 treatments (0, 5000, 6000, 7000 and
8000 mg L-1 AIB and 0, 2000, 4000, 6000 and 8000 mg L-1 ANA). Were evaluated at 30 and 60 days,
the number of viable plants and the number of shoots. At 90 days, the variables were analyzed rooted
plants and the longest root length (cm). The results showed no differences for rooting of absence or
presence of AIB. There was ANA's contribution to the rooting of azalea cuttings, however, to
experiment with different sizes of stakes, the stakes of 10 cm are superior in the variable viable plants
and plants rooted to 90 days.
Key words: Growth regulators, seedling production, ornamental plant.
___________________________________________________________________________
1
Instituto Federal Minas Gerais - Campus Bambuí, Departamento de Ciências Agrárias. *E-mail:
[email protected]. Autor para correspondência.
2
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo.
3
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitotecnia.
Recebido em: 09/03/2016. Aprovado em: 13/12/2016.
Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017.
A. M. C. Feliciana et al.
INTRODUÇÃO
A floricultura no Brasil vem se
expandindo,
ganhando
qualidade
e
competitividade e ramificando-se por todas às
regiões do país. Considera-se atualmente uma
importante atividade econômica no Brasil,
com taxas de crescimento de 20% ao ano
(BUAINAIN & BATALHA, 2007). A azaleia
(Rhododendron simsii Planch.) é uma planta
ornamental da família Ericaceae, originada da
China e muito cultivada no Brasil. Muito
usada em jardins, vasos, bordaduras, por ser
uma planta decorativa em razão de suas flores
variamente
coloridas,
podendo
ser
arroxeadas, brancas ou róseas, simples ou
dobradas, surgindo no outono ou no inverno.
Podem ser propagadas tanto sexuada
quanto assexuadamente, sendo este último o
mais utilizado, porém o enraizamento de
estacas é, muitas vezes, difícil, com pequena
porcentagem de pegamento, resultando em
baixa produção de mudas (CARVALHO et
al., 2002). A propagação sexual é feita em
programas de melhoramento genético,
quando se pretende obter novos híbridos,
buscando obter ganhos em variabilidade
genética. Em escala comercial buscando a
rapidez e a uniformidade da produção a
propagação assexuada é a mais utilizada,
através de propagação vegetativa, utilizando
estacas, de cinco a sete centímetros de
comprimento (SALVADOR et al., 2005).
A estaquia é o processo de
propagação, no qual pequenas porções das
hastes (caules), folhas ou raízes são postas
sob condições que favorecem o enraizamento
em que produzem raízes e hastes, formando
nova planta. Vários fatores afetam o
enraizamento de estacas, dentre as quais
precisam ser considerados tanto os ligados à
planta quanto ao ambiente. Os fatores ligados
à planta se devem à características genéticas
da espécie, fases de desenvolvimento da
planta, presença de folhas e gemas, estado
nutricional das plantas-matrizes (BARBOSA
& LOPES, 2007), época do ano, oxidação de
compostos fenólicos e tipos de estacas
(FACHINELLO et al., 2005).
44
A propagação por estaquia é uma
metodologia muito utilizada na multiplicação
de várias espécies vegetais (CHALFUN et
al., 1997), baseando-se na capacidade dos
tecidos de se regenerarem formando raízes.
Entre as principais vantagens da propagação
vegetativa por estacas, merece destaque a
possibilidade de propagar um grande número
de plantas a partir de uma única planta
matriz, em um curto espaço de tempo, baixo
custo e fácil execução (FACHINELLO et al.,
2005).
Mauad et al. (2003), cita que a baixa
produção está relacionada também ao tipo da
espécie a ser cultivada, bem como às
condições do ambiente em que são
conduzidas, tais como: tipo de substrato,
umidade,
temperatura,
irrigação
e
luminosidade. Destacando também a
importância dos reguladores de crescimento
na formação de raízes de estacas,
principalmente a auxina.
A auxina é um hormônio de grande
importância na propagação vegetativa e pode
ser aplicada externamente, contribuindo para
o melhor e mais rápido enraizamento. O
efeito de seu estímulo na formação de raízes
adventícias tem sido muito útil para a
propagação de plantas por estaquia
(BARBOSA & LOPES, 2007). Para espécies
de difícil enraizamento, a aplicação de
fitorregulador pode compensar a falta do
nível endógeno de auxina. O AIB e ANA são
as principais auxinas utilizadas no
enraizamento de estacas, sendo que o AIB
apresenta algumas vantagens quando
comparado ao ANA, dentre as quais está a
não toxicidade para uma maior amplitude de
concentrações testadas, para a maioria das
espécies vegetais (HARTMANN et al.,
2002).
O ácido naftalenoacético (ANA) faz
parte do grupo de auxinas sintéticas que
apresentam grande importância agrícola,
sendo utilizada em diversas técnicas para o
enraizamento de culturas, principalmente por
meio dos processos de estaquia e alporquia
(MERCIER, 2004). O ácido indolbutírico
(AIB) é provavelmente a principal auxina
sintética de uso geral porque não é tóxica
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Influência de auxinas...
para a maioria das plantas, mesmo em altas
concentrações. Além disso, é bastante efetiva
para um grande número de espécies e
relativamente estável, sendo pouco suscetível
à ação dos sistemas de enzimas de
degradação de auxinas (PIRES & BIASI,
2003).
Assim, torna-se necessário aumentar a
porcentagem de pegamento de estacas de
azaleia utilizando-se diferentes comprimentos
de estacas e diferentes concentrações dos
reguladores de crescimento ANA (ácido
naftaleno-acético) e AIB (ácido indolbutírico) para que se tenha mudas de
qualidade e em menor tempo. Neste aspecto o
objetivo do presente trabalho foi avaliar a
influência no enraizamento de estacas de
azaleia
em
função
de
diferentes
comprimentos de estacas e doses de ANA e
AIB em estacas herbáceas.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no ano de
2014 na casa de vegetação do Labiotec no
Instituto Federal Minas Gerais - campus
Bambuí, localizado na Fazenda Varginha,
município de Bambuí – MG, na região
centro-oeste de minas (20º 00' 23" S, 45º 58'
37" W). Foram realizados dois ensaios
distintos.
Para o ensaio 1, foram coletadas 100
estacas caulinares herbáceas com 12 cm de
comprimento para cada tratamento, onde
foram testadas diferentes doses de AIB. Para
o 2º ensaio, foram coletadas 40 estacas
herbáceas para cada comprimento de 10 cm,
12 cm e 15 cm, respectivamente, totalizando
120 estacas. Todas as estacas foram coletadas
da região apical da planta, região esta
utilizada retirada de estacas via propagação
assexuada.
As plantas matrizes consistiam de
azaleias adultas apresentando brotações
sadias. Todas as estacas coletadas foram
cortadas em bisel, logo abaixo do nó. Foram
eliminadas as folhas da parte basal e deixadas
um par de folhas na parte superior das
estacas, com sua área reduzida à metade a fim
de diminuir o efeito guarda chuva de folhas
45
maiores. A coleta foi realizada na parte da
manhã. As estacas após serem coletadas,
foram colocadas em recipientes de plástico
contendo água, para evitar a desidratação,
mantidas neste local até serem plantadas nos
tubetes. As caixas contendo os tubetes com
estacas foram colocadas em casa de
vegetação tipo estufa com temperatura
ambiente e irrigadas diariamente.
Para o ensaio 1 foram utilizadas
estacas de azaleia, porém sem a presença de
reguladores de crescimento. O experimento
consistiu de 3 tratamentos variando o
comprimento das estacas (10, 12 e 15 cm).
Após retiradas do recipiente com água, as
estacas foram imediatamente plantadas nos
tubetes contendo vermiculita e em seguida,
irrigadas.
No ensaio 2 foram testados doses do
reguladores de crescimento que consistiram
de AIB (ácido indolbutírico) e ANA (ácido
naftalenoacético), nas concentrações de 0,
5000, 6000, 7000 e 8000 mg L-1 e 0, 2000,
4000, 6000, 8000 mg L-1. Cada quantidade
pesada a cada referida concentração foi
dissolvidas em 50 mL de água destilada e
deionizada. A parte basal das estacas foram
secas com papel toalha, antes de serem
colocadas sob as soluções do regulador de
crescimento. Em seguida, foram submetidas à
aplicação de AIB, e em etapa simultânea
outra parte foi submetida a aplicação de ANA
por meio de imersão rápida da parte basal por
10 segundos, em béquer contendo
concentrações diferentes do tratamento. Após
esta etapa as estacas foram imediatamente
colocadas para enraizamento em tubetes de
polipropileno com volume de 53 cm³,
contendo vermiculita como substrato e
irrigadas.
Para ambos os ensaios após 30 dias da
instalação destes, foi realizada a primeira
avaliação, que consistia na variável número
de estacas que estavam viáveis ao
enraizamento e número de brotações, o
número
de
estacas
enraizadas
foi
transformado para porcentagem do total já o
número de brotações foi de acordo com o
número de brotações média por planta. Aos
60 dias, foram avaliadas as mesmas variáveis
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A. M. C. Feliciana et al.
citadas. Já aos 90 dias, as variáveis analisadas
foram: número de plantas viáveis, número de
estacas enraizadas e tamanho da maior raiz
(cm), estas duas primeiras transformadas para
porcentagem, o tamanho da maior raiz foi
medido através de régua.
Em ambos os ensaios utilizou-se
delineamento inteiramente casualizado. O
ensaio 1 consistiu em 3 tratamentos, 8
repetições e cada repetição contendo 5
estacas, os dados foram submetidos ao teste F
a 5 % de probabilidade e notando diferença
significativa foram comparado através de
comparação de médias pelo teste de Tukey a
5 % de probabilidade. O ensaio 2 consistiu
em 10 tratamentos (doses) aplicados em 5
repetições, cada repetição contendo 4 estacas,
os dados foram submetidos ao teste F a 5 %
de probabilidade e notando diferença
significativa foi utilizado regressão linear e
quadrática a 5 % de probabilidade de acordo
com o modelo que se ajustasse. Para as
comparações estatísticas foi utilizado o
Software SISVAR 5.0 (FERREIRA, 2011).
A
Não
se
observou
diferenças
significativas nas variáveis, número de brotos
aos 30 e 60 dias e comprimento da maior
raiz, entre as estacas de 10, 12 e 15 cm, já em
plantas viáveis aos 30, 60 e 90 dias e plantas
enraizadas, foram observadas diferenças
significativas.
De acordo com as figura 1-A, nota-se
que as estacas de 10 cm obtiveram as maiores
médias de plantas viáveis durante todo o
período do experimento. Sugere-se que, as
estacas menores teriam maior quantidade de
auxinas endógenas que as maiores,
consequentemente
estas
conseguem
promover ter uma maior viabilidade. Para a
variável, plantas enraizadas, observou-se que
os diferentes tamanhos de estaca de azaleia
promoveram respostas significativas. A
Figura 1-B mostra que as estacas de 10 cm de
comprimento enraizaram melhor aos 90 dias,
comparada aos outros tamanhos.
50
A
A A
30 Dias
60 Dias
90 Dias
50
30
RESULTADOS E DISCUSSÃO
B
B
B
B
B
B
Plantas enraizadas (%)
Plantas viáveis (%)
70
46
B
A
37
23
B
B
10
10
10
12
15
Comprimento da estaca (cm)
10
12
15
Comprimento da estaca (cm)
Figura 1. Plantas viáveis aos 30, 60 e 90 dias (A); plantas enraizadas aos 90 dias em função
do tamanho da estaca utilizada,. Barras seguidas de letras iguais maiúsculas não se
diferenciam pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
Segundo Fachinello et al., (2005),
estacas herbáceas mostram maior capacidade
de enraizamento, porém, com maior
propensão a desidratação e morte. Infere-se
que as estacas maiores (12 e 15 cm)
apresentaram maior perda de água em
comparação às estacas de 10 cm, dificultando
o enraizamento destas.
Não
se
observou
diferenças
significativas nas variáveis estudas para doses
estudas de AIB mostrando que as plantas de
azaleia respondem de forma indiferenciada
tanto a aplicação como a não aplicação de
AIB nas doses citadas, fato este que mostra
que a aplicação não resulta em resultados
satisfatórios, resultados semelhantes ao deste
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Influência de auxinas...
trabalho foram encontrados por Ferriani et
al., (2006), onde este autor não observou
diferenças significativas para a porcentagem
de estacas enraizadas de Rhododendron
thomsonii em vermiculita e diferentes
concentrações e formas de aplicação de AIB.
Contudo, mesmo sem diferença
significativa, o AIB promoveu enraizamento
das estacas viáveis. O fato de as estacas de
azaleias enraizarem sem a presença de AIB
pode ser atribuído à presença de auxinas
endógenas presentes nas estacas.
Em contrapartida, observou-se que
ANA influenciou as seguintes viáveis:
Plantas viáveis (30 dias), plantas viáveis (60
dias), plantas viáveis (90 dias), número de
brotos (30 dias), número de brotos (60 dias) e
plantas enraizadas aos 90 dias. Na variável
47
comprimento da maior raiz em diferentes
concentrações de ANA, não foi observado
diferenças significativas.
De acordo com a figura 2, a reta
descendente mostra que à medida que se
aumentou a dose de ANA, houve maior
mortalidade entre as estacas. Althaus et al.,
(2007) em estudo do enraizamento de estacas
de jasmin-amarelo, quanto a variável
porcentagem de estacas mortas, observou que
quando usada a concentração 5000 mg kg-1
de ANA, provocou aumento na porcentagem
de estacas mortas. Dados semelhantes foram
encontrados por Alcântara et al., (2010) no
estudo com jambolão, no qual as menores
dosagens de ANA proporcionaram menores
porcentagens de estacas mortas.
Plantas viáveis (%)
80
30 Dias
y = 66,4 - 0,0044x; R² = 0,99*
90 Dias
y = 61,6 - 0,0044x; R² = 0,97*
60
40
20
0
2.000
4.000
6.000
-1
Doses de ANA (mg L )
8.000
Figura 2. Influência de doses de ANA (ácido naftalenoacético) na quantidade de plantas
viáveis de azaleia. *Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
Já Carvalho et al. (2002) não
verificaram diferenças na porcentagem de
sobrevivência, sendo utilizados ácido
naftalenoacético (ANA) e vermiculita, em
experimento com estacas de azaleia. Em
experimento com a planta ornamental
Rhododendron x simsii Planch (azaleia)
foram testadas as concentrações 0, 2500 e
5000 mg.L-¹ de ANA em solução aquosa,
porém a aplicação do fitorregulador não
aumentou significativamente as porcentagens
de sobrevivência, brotação e enraizamento
das estacas semilenhosas.
Na variável número de brotos aos 30
dias (Figura 3) observou-se que à medida que
foi aumentando as doses de ANA houve um
decréscimo linear no número de brotos. A
testemunha obteve maiores médias sugerindo
então que as doses crescentes de ANA
inibiram as brotações. Segundo Alvarenga &
Carvalho (1983) Citado por Althaus et al.
(2007) o hormônio ANA é mais tóxico que o
AIB (acido indolbutirico) e devendo,
portanto, ser usado em concentrações
menores. Já aos 60 dias (Figura 3), verificouse que a partir da dose de 6000 mg.L-¹ de
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A. M. C. Feliciana et al.
48
ANA, as estacas começaram a emitir mais estacas já estarem mais adaptadas aos fatores
brotações, isso pode ter ocorrido devido as extrínsecos que as influenciavam.
Número de Brotos estaca-1
9
30 dias y = 1,604 - 0,0002x; R² = 0,83*
60 dias y = 7,4411 - 0,0015x + 0,0000001x2; R² = 0,81*
6
3
0
0
2.000
4.000
6.000
Doses de ANA (mg L-1)
8.000
Figura 3. Influência de doses de ANA (ácido naftalenoacético) no número de brotos por
estaca em plantas de azaleia azaleia. *Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
As médias de plantas enraizadas aos
90 dias (Figura 4) mostraram-se lineares e
descendentes, ou seja, à medida que se
aumentou a concentração de ANA houve
menor índice de enraizamento. O hormônio
pode ter sido, em altas concentrações, tóxico
para a planta, dificultando o seu
enraizamento.
Plantas enraizadas (%)
65
y = 56,8 - 0,0042x; R² = 0,88*
50
35
20
0
2.000
4.000
6.000
Doses de ANA (mg L-1)
8.000
Figura 4. Influência de doses de ANA (ácido naftalenoacético) na quantidade de plantas
enraizadas de azaleia. *Significativo ao nível de 5% de probabilidade.
É importante resgatar que no gênero
Rhododendron pode haver variações quanto a
indução de
enraizamento, pois
no
experimento de Hwang et al. (1998) Citado
por Carvalho et al., (2002), foi encontrada a
melhor taxa de enraizamento de estacas de
Rhododendron mucronulatum com 2000 mg
L-1 de ANA também aplicado durante 15
segundos.
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Influência de auxinas...
Segundo Galle (1995), o uso de
reguladores vegetais para enraizamento não
foi essencial para a maior parte das cultivares
de azaleia, porém, quando na presença
dessas, induzem a formação de raízes mais
rapidamente e com maior uniformidade.
O fato das testemunhas terem
enraizado (figura 4), provavelmente se
justifica devido à presença de folhas mantidas
nas estacas e de fitohormônios endógenos. As
auxinas são muito importantes neste
processo, pois a auxina produzida nas folhas
novas e nas gemas, movendo-se naturalmente
para a parte inferior da planta, acumulando-se
na base do corte, junto com açúcares e outras
substâncias nutritivas. A formação de raízes
é, aparentemente, dependente de um nível
ótimo de auxina, pois estas incentivam a
divisão celular além de promover a síntese de
RNA, cujo, intervém na iniciação do
primórdio radicial (HARTMANN et al.
(1997)); HAISSIG, (1972); HESS, (1969),
Citado por CARVALHO et al., (2002)).
O substrato vermiculita também
influenciou no enraizamento das estacas.
Althaus et al. (2007) em estudo a respeito de
enraizamento de estacas de jasmim-amarelo,
o substrato vermiculita, apresentou os
melhores
resultados,
possuindo
uma
capacidade de retenção de água superior
(312%) ao substrato Plantmax HA® (150%),
assim proporcionando maiores valores tanto
para a variável porcentagem de estacas
enraizadas como para a variável porcentagem
de brotações.
CONCLUSÃO
49
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O comprimento das estacas exerceu
maior efeito para propagação vegetativa de
azaleia, sendo que as estacas de 10 cm
obteve-se melhores resultados.
O uso de AIB não exerce influência
no enraizamento de estacas herbáceas de
azaleia.
A aplicação de ANA não aumentou
significativamente a porcentagem de
sobrevivência, brotação e enraizamento de FERREIRA, Daniel Furtado. Sisvar: a
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Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017.
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