INFLUÊNCIA DE AUXINAS E TAMANHO DE ESTACAS NO ENRAIZAMENTO DE AZALEIA (Rhododendron simsii Planch.) Aline Maria Cabral Feliciana1*, Everton Geraldo de Morais2, Érika Soares Reis1, Ricardo Monteiro Corrêa1, André de Souza Gontijo1, Gustavo Henrique Branco Vaz3 RESUMO: A azaleia é uma planta ornamental, da família Ericaceae, propagada por meio de estaquia. Em muitos casos o seu enraizamento é dificultado, resultando em baixa produção de mudas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o uso de ANA e AIB e diferentes comprimentos de estacas sobre o enraizamento de estacas herbáceas de azaleia. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com oito repetições para o primeiro experimento (comprimentos de estacas de 10, 12 e 15 cm) e cinco repetições para o segundo experimento com diferentes concentrações de AIB e ANA que consistia de 10 tratamentos (0, 5000, 6000, 7000 e 8000 mg L-1 de AIB e 0, 2000, 4000, 6000 e 8000 mg L-1 de ANA). Foram avaliadas aos 30 e 60 dias, o número de plantas viáveis e o número de brotos. Aos 90 dias, foram analisadas as variáveis plantas enraizadas e comprimento da maior raiz (cm). Os resultados mostraram não haver diferenças para o enraizamento pela aplicação ou não de AIB. Não houve contribuição de ANA no enraizamento de estacas de azaleia, porém, para o experimento com diferentes tamanhos de estacas, as estacas de 10 cm se mostram superiores na variável plantas viáveis e plantas enraizadas aos 90 dias. Palavras-chave: Fitoreguladores, produção de mudas, planta ornamental. INFLUENCE AUXIN AND SIZE OF STAKES IN ROOTING AZALEIA (Rhododendron simsii Planch.) ABSTRACT: The azalea is an ornamental plant, the Ericaceae family, propagated by cuttings. In many cases your roots is difficult, resulting in low production of seedlings. The aim of this study was to evaluate the use of NAA and IBA and different lengths of cuttings on the rooting of cuttings of azalea. The experimental design was completely randomized with eight repetitions for the first experiment (stakes lengths of 10, 12 and 15 cm) and five repetitions for the second experiment with different concentrations of AIB and ANA which consisted of 10 treatments (0, 5000, 6000, 7000 and 8000 mg L-1 AIB and 0, 2000, 4000, 6000 and 8000 mg L-1 ANA). Were evaluated at 30 and 60 days, the number of viable plants and the number of shoots. At 90 days, the variables were analyzed rooted plants and the longest root length (cm). The results showed no differences for rooting of absence or presence of AIB. There was ANA's contribution to the rooting of azalea cuttings, however, to experiment with different sizes of stakes, the stakes of 10 cm are superior in the variable viable plants and plants rooted to 90 days. Key words: Growth regulators, seedling production, ornamental plant. ___________________________________________________________________________ 1 Instituto Federal Minas Gerais - Campus Bambuí, Departamento de Ciências Agrárias. *E-mail: [email protected]. Autor para correspondência. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitotecnia. Recebido em: 09/03/2016. Aprovado em: 13/12/2016. Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017. A. M. C. Feliciana et al. INTRODUÇÃO A floricultura no Brasil vem se expandindo, ganhando qualidade e competitividade e ramificando-se por todas às regiões do país. Considera-se atualmente uma importante atividade econômica no Brasil, com taxas de crescimento de 20% ao ano (BUAINAIN & BATALHA, 2007). A azaleia (Rhododendron simsii Planch.) é uma planta ornamental da família Ericaceae, originada da China e muito cultivada no Brasil. Muito usada em jardins, vasos, bordaduras, por ser uma planta decorativa em razão de suas flores variamente coloridas, podendo ser arroxeadas, brancas ou róseas, simples ou dobradas, surgindo no outono ou no inverno. Podem ser propagadas tanto sexuada quanto assexuadamente, sendo este último o mais utilizado, porém o enraizamento de estacas é, muitas vezes, difícil, com pequena porcentagem de pegamento, resultando em baixa produção de mudas (CARVALHO et al., 2002). A propagação sexual é feita em programas de melhoramento genético, quando se pretende obter novos híbridos, buscando obter ganhos em variabilidade genética. Em escala comercial buscando a rapidez e a uniformidade da produção a propagação assexuada é a mais utilizada, através de propagação vegetativa, utilizando estacas, de cinco a sete centímetros de comprimento (SALVADOR et al., 2005). A estaquia é o processo de propagação, no qual pequenas porções das hastes (caules), folhas ou raízes são postas sob condições que favorecem o enraizamento em que produzem raízes e hastes, formando nova planta. Vários fatores afetam o enraizamento de estacas, dentre as quais precisam ser considerados tanto os ligados à planta quanto ao ambiente. Os fatores ligados à planta se devem à características genéticas da espécie, fases de desenvolvimento da planta, presença de folhas e gemas, estado nutricional das plantas-matrizes (BARBOSA & LOPES, 2007), época do ano, oxidação de compostos fenólicos e tipos de estacas (FACHINELLO et al., 2005). 44 A propagação por estaquia é uma metodologia muito utilizada na multiplicação de várias espécies vegetais (CHALFUN et al., 1997), baseando-se na capacidade dos tecidos de se regenerarem formando raízes. Entre as principais vantagens da propagação vegetativa por estacas, merece destaque a possibilidade de propagar um grande número de plantas a partir de uma única planta matriz, em um curto espaço de tempo, baixo custo e fácil execução (FACHINELLO et al., 2005). Mauad et al. (2003), cita que a baixa produção está relacionada também ao tipo da espécie a ser cultivada, bem como às condições do ambiente em que são conduzidas, tais como: tipo de substrato, umidade, temperatura, irrigação e luminosidade. Destacando também a importância dos reguladores de crescimento na formação de raízes de estacas, principalmente a auxina. A auxina é um hormônio de grande importância na propagação vegetativa e pode ser aplicada externamente, contribuindo para o melhor e mais rápido enraizamento. O efeito de seu estímulo na formação de raízes adventícias tem sido muito útil para a propagação de plantas por estaquia (BARBOSA & LOPES, 2007). Para espécies de difícil enraizamento, a aplicação de fitorregulador pode compensar a falta do nível endógeno de auxina. O AIB e ANA são as principais auxinas utilizadas no enraizamento de estacas, sendo que o AIB apresenta algumas vantagens quando comparado ao ANA, dentre as quais está a não toxicidade para uma maior amplitude de concentrações testadas, para a maioria das espécies vegetais (HARTMANN et al., 2002). O ácido naftalenoacético (ANA) faz parte do grupo de auxinas sintéticas que apresentam grande importância agrícola, sendo utilizada em diversas técnicas para o enraizamento de culturas, principalmente por meio dos processos de estaquia e alporquia (MERCIER, 2004). O ácido indolbutírico (AIB) é provavelmente a principal auxina sintética de uso geral porque não é tóxica Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017. Influência de auxinas... para a maioria das plantas, mesmo em altas concentrações. Além disso, é bastante efetiva para um grande número de espécies e relativamente estável, sendo pouco suscetível à ação dos sistemas de enzimas de degradação de auxinas (PIRES & BIASI, 2003). Assim, torna-se necessário aumentar a porcentagem de pegamento de estacas de azaleia utilizando-se diferentes comprimentos de estacas e diferentes concentrações dos reguladores de crescimento ANA (ácido naftaleno-acético) e AIB (ácido indolbutírico) para que se tenha mudas de qualidade e em menor tempo. Neste aspecto o objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência no enraizamento de estacas de azaleia em função de diferentes comprimentos de estacas e doses de ANA e AIB em estacas herbáceas. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no ano de 2014 na casa de vegetação do Labiotec no Instituto Federal Minas Gerais - campus Bambuí, localizado na Fazenda Varginha, município de Bambuí – MG, na região centro-oeste de minas (20º 00' 23" S, 45º 58' 37" W). Foram realizados dois ensaios distintos. Para o ensaio 1, foram coletadas 100 estacas caulinares herbáceas com 12 cm de comprimento para cada tratamento, onde foram testadas diferentes doses de AIB. Para o 2º ensaio, foram coletadas 40 estacas herbáceas para cada comprimento de 10 cm, 12 cm e 15 cm, respectivamente, totalizando 120 estacas. Todas as estacas foram coletadas da região apical da planta, região esta utilizada retirada de estacas via propagação assexuada. As plantas matrizes consistiam de azaleias adultas apresentando brotações sadias. Todas as estacas coletadas foram cortadas em bisel, logo abaixo do nó. Foram eliminadas as folhas da parte basal e deixadas um par de folhas na parte superior das estacas, com sua área reduzida à metade a fim de diminuir o efeito guarda chuva de folhas 45 maiores. A coleta foi realizada na parte da manhã. As estacas após serem coletadas, foram colocadas em recipientes de plástico contendo água, para evitar a desidratação, mantidas neste local até serem plantadas nos tubetes. As caixas contendo os tubetes com estacas foram colocadas em casa de vegetação tipo estufa com temperatura ambiente e irrigadas diariamente. Para o ensaio 1 foram utilizadas estacas de azaleia, porém sem a presença de reguladores de crescimento. O experimento consistiu de 3 tratamentos variando o comprimento das estacas (10, 12 e 15 cm). Após retiradas do recipiente com água, as estacas foram imediatamente plantadas nos tubetes contendo vermiculita e em seguida, irrigadas. No ensaio 2 foram testados doses do reguladores de crescimento que consistiram de AIB (ácido indolbutírico) e ANA (ácido naftalenoacético), nas concentrações de 0, 5000, 6000, 7000 e 8000 mg L-1 e 0, 2000, 4000, 6000, 8000 mg L-1. Cada quantidade pesada a cada referida concentração foi dissolvidas em 50 mL de água destilada e deionizada. A parte basal das estacas foram secas com papel toalha, antes de serem colocadas sob as soluções do regulador de crescimento. Em seguida, foram submetidas à aplicação de AIB, e em etapa simultânea outra parte foi submetida a aplicação de ANA por meio de imersão rápida da parte basal por 10 segundos, em béquer contendo concentrações diferentes do tratamento. Após esta etapa as estacas foram imediatamente colocadas para enraizamento em tubetes de polipropileno com volume de 53 cm³, contendo vermiculita como substrato e irrigadas. Para ambos os ensaios após 30 dias da instalação destes, foi realizada a primeira avaliação, que consistia na variável número de estacas que estavam viáveis ao enraizamento e número de brotações, o número de estacas enraizadas foi transformado para porcentagem do total já o número de brotações foi de acordo com o número de brotações média por planta. Aos 60 dias, foram avaliadas as mesmas variáveis Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017. A. M. C. Feliciana et al. citadas. Já aos 90 dias, as variáveis analisadas foram: número de plantas viáveis, número de estacas enraizadas e tamanho da maior raiz (cm), estas duas primeiras transformadas para porcentagem, o tamanho da maior raiz foi medido através de régua. Em ambos os ensaios utilizou-se delineamento inteiramente casualizado. O ensaio 1 consistiu em 3 tratamentos, 8 repetições e cada repetição contendo 5 estacas, os dados foram submetidos ao teste F a 5 % de probabilidade e notando diferença significativa foram comparado através de comparação de médias pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. O ensaio 2 consistiu em 10 tratamentos (doses) aplicados em 5 repetições, cada repetição contendo 4 estacas, os dados foram submetidos ao teste F a 5 % de probabilidade e notando diferença significativa foi utilizado regressão linear e quadrática a 5 % de probabilidade de acordo com o modelo que se ajustasse. Para as comparações estatísticas foi utilizado o Software SISVAR 5.0 (FERREIRA, 2011). A Não se observou diferenças significativas nas variáveis, número de brotos aos 30 e 60 dias e comprimento da maior raiz, entre as estacas de 10, 12 e 15 cm, já em plantas viáveis aos 30, 60 e 90 dias e plantas enraizadas, foram observadas diferenças significativas. De acordo com as figura 1-A, nota-se que as estacas de 10 cm obtiveram as maiores médias de plantas viáveis durante todo o período do experimento. Sugere-se que, as estacas menores teriam maior quantidade de auxinas endógenas que as maiores, consequentemente estas conseguem promover ter uma maior viabilidade. Para a variável, plantas enraizadas, observou-se que os diferentes tamanhos de estaca de azaleia promoveram respostas significativas. A Figura 1-B mostra que as estacas de 10 cm de comprimento enraizaram melhor aos 90 dias, comparada aos outros tamanhos. 50 A A A 30 Dias 60 Dias 90 Dias 50 30 RESULTADOS E DISCUSSÃO B B B B B B Plantas enraizadas (%) Plantas viáveis (%) 70 46 B A 37 23 B B 10 10 10 12 15 Comprimento da estaca (cm) 10 12 15 Comprimento da estaca (cm) Figura 1. Plantas viáveis aos 30, 60 e 90 dias (A); plantas enraizadas aos 90 dias em função do tamanho da estaca utilizada,. Barras seguidas de letras iguais maiúsculas não se diferenciam pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Segundo Fachinello et al., (2005), estacas herbáceas mostram maior capacidade de enraizamento, porém, com maior propensão a desidratação e morte. Infere-se que as estacas maiores (12 e 15 cm) apresentaram maior perda de água em comparação às estacas de 10 cm, dificultando o enraizamento destas. Não se observou diferenças significativas nas variáveis estudas para doses estudas de AIB mostrando que as plantas de azaleia respondem de forma indiferenciada tanto a aplicação como a não aplicação de AIB nas doses citadas, fato este que mostra que a aplicação não resulta em resultados satisfatórios, resultados semelhantes ao deste Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017. Influência de auxinas... trabalho foram encontrados por Ferriani et al., (2006), onde este autor não observou diferenças significativas para a porcentagem de estacas enraizadas de Rhododendron thomsonii em vermiculita e diferentes concentrações e formas de aplicação de AIB. Contudo, mesmo sem diferença significativa, o AIB promoveu enraizamento das estacas viáveis. O fato de as estacas de azaleias enraizarem sem a presença de AIB pode ser atribuído à presença de auxinas endógenas presentes nas estacas. Em contrapartida, observou-se que ANA influenciou as seguintes viáveis: Plantas viáveis (30 dias), plantas viáveis (60 dias), plantas viáveis (90 dias), número de brotos (30 dias), número de brotos (60 dias) e plantas enraizadas aos 90 dias. Na variável 47 comprimento da maior raiz em diferentes concentrações de ANA, não foi observado diferenças significativas. De acordo com a figura 2, a reta descendente mostra que à medida que se aumentou a dose de ANA, houve maior mortalidade entre as estacas. Althaus et al., (2007) em estudo do enraizamento de estacas de jasmin-amarelo, quanto a variável porcentagem de estacas mortas, observou que quando usada a concentração 5000 mg kg-1 de ANA, provocou aumento na porcentagem de estacas mortas. Dados semelhantes foram encontrados por Alcântara et al., (2010) no estudo com jambolão, no qual as menores dosagens de ANA proporcionaram menores porcentagens de estacas mortas. Plantas viáveis (%) 80 30 Dias y = 66,4 - 0,0044x; R² = 0,99* 90 Dias y = 61,6 - 0,0044x; R² = 0,97* 60 40 20 0 2.000 4.000 6.000 -1 Doses de ANA (mg L ) 8.000 Figura 2. Influência de doses de ANA (ácido naftalenoacético) na quantidade de plantas viáveis de azaleia. *Significativo ao nível de 5% de probabilidade. Já Carvalho et al. (2002) não verificaram diferenças na porcentagem de sobrevivência, sendo utilizados ácido naftalenoacético (ANA) e vermiculita, em experimento com estacas de azaleia. Em experimento com a planta ornamental Rhododendron x simsii Planch (azaleia) foram testadas as concentrações 0, 2500 e 5000 mg.L-¹ de ANA em solução aquosa, porém a aplicação do fitorregulador não aumentou significativamente as porcentagens de sobrevivência, brotação e enraizamento das estacas semilenhosas. Na variável número de brotos aos 30 dias (Figura 3) observou-se que à medida que foi aumentando as doses de ANA houve um decréscimo linear no número de brotos. A testemunha obteve maiores médias sugerindo então que as doses crescentes de ANA inibiram as brotações. Segundo Alvarenga & Carvalho (1983) Citado por Althaus et al. (2007) o hormônio ANA é mais tóxico que o AIB (acido indolbutirico) e devendo, portanto, ser usado em concentrações menores. Já aos 60 dias (Figura 3), verificouse que a partir da dose de 6000 mg.L-¹ de Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017. A. M. C. Feliciana et al. 48 ANA, as estacas começaram a emitir mais estacas já estarem mais adaptadas aos fatores brotações, isso pode ter ocorrido devido as extrínsecos que as influenciavam. Número de Brotos estaca-1 9 30 dias y = 1,604 - 0,0002x; R² = 0,83* 60 dias y = 7,4411 - 0,0015x + 0,0000001x2; R² = 0,81* 6 3 0 0 2.000 4.000 6.000 Doses de ANA (mg L-1) 8.000 Figura 3. Influência de doses de ANA (ácido naftalenoacético) no número de brotos por estaca em plantas de azaleia azaleia. *Significativo ao nível de 5% de probabilidade. As médias de plantas enraizadas aos 90 dias (Figura 4) mostraram-se lineares e descendentes, ou seja, à medida que se aumentou a concentração de ANA houve menor índice de enraizamento. O hormônio pode ter sido, em altas concentrações, tóxico para a planta, dificultando o seu enraizamento. Plantas enraizadas (%) 65 y = 56,8 - 0,0042x; R² = 0,88* 50 35 20 0 2.000 4.000 6.000 Doses de ANA (mg L-1) 8.000 Figura 4. Influência de doses de ANA (ácido naftalenoacético) na quantidade de plantas enraizadas de azaleia. *Significativo ao nível de 5% de probabilidade. É importante resgatar que no gênero Rhododendron pode haver variações quanto a indução de enraizamento, pois no experimento de Hwang et al. (1998) Citado por Carvalho et al., (2002), foi encontrada a melhor taxa de enraizamento de estacas de Rhododendron mucronulatum com 2000 mg L-1 de ANA também aplicado durante 15 segundos. Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017. Influência de auxinas... Segundo Galle (1995), o uso de reguladores vegetais para enraizamento não foi essencial para a maior parte das cultivares de azaleia, porém, quando na presença dessas, induzem a formação de raízes mais rapidamente e com maior uniformidade. O fato das testemunhas terem enraizado (figura 4), provavelmente se justifica devido à presença de folhas mantidas nas estacas e de fitohormônios endógenos. As auxinas são muito importantes neste processo, pois a auxina produzida nas folhas novas e nas gemas, movendo-se naturalmente para a parte inferior da planta, acumulando-se na base do corte, junto com açúcares e outras substâncias nutritivas. A formação de raízes é, aparentemente, dependente de um nível ótimo de auxina, pois estas incentivam a divisão celular além de promover a síntese de RNA, cujo, intervém na iniciação do primórdio radicial (HARTMANN et al. (1997)); HAISSIG, (1972); HESS, (1969), Citado por CARVALHO et al., (2002)). O substrato vermiculita também influenciou no enraizamento das estacas. Althaus et al. (2007) em estudo a respeito de enraizamento de estacas de jasmim-amarelo, o substrato vermiculita, apresentou os melhores resultados, possuindo uma capacidade de retenção de água superior (312%) ao substrato Plantmax HA® (150%), assim proporcionando maiores valores tanto para a variável porcentagem de estacas enraizadas como para a variável porcentagem de brotações. CONCLUSÃO 49 REFERÊNCIAS ALCANTARA, G. B.; OLIVEIRA, Y.; LIMA, D.M.; FOGAÇA, L.A.; PINTO, F.; BIASI, L.A. Efeito dos ácidos naftaleno acético e indolilbutírico no enraizamento de estacas de Jambolão [Syzygium cumini (l.) Skeels]. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 12, n.3, p.317-321, 2010. ALTHAUS, M.M.; LEAL, L.; SILVEIRA, F.; ZUFFELLATO-RIBAS, K.C. Influência do ácido naftaleno acético e dois tipos de substrato no enraizamento de estacas de jasmim-amarelo. 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O comprimento das estacas exerceu maior efeito para propagação vegetativa de azaleia, sendo que as estacas de 10 cm obteve-se melhores resultados. O uso de AIB não exerce influência no enraizamento de estacas herbáceas de azaleia. A aplicação de ANA não aumentou significativamente a porcentagem de sobrevivência, brotação e enraizamento de FERREIRA, Daniel Furtado. Sisvar: a estacas herbáceas de Rhododendron simsii computer statistical analysis system. Ciência Planch. Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.10, n.01, p.43 – 50, jan/abr. 2017. A. M. C. Feliciana et al. 50 e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p. RODRIGUES, J.D. Enraizamento de estacas 1039-1042, 2011. de azaléia tratadas com concentrações de ANA em diferentes substratos. Ciência e FERRIANI, A.P.; BORTOLINI, M.F.; Agrotécnologia, Lavras, v. 28, n. 4, p 771ZUFFELLATO-RIBAS, K.C.; KOEHLER, 777, jul/ago., 2003. H.S. Propagação vegetativa de estaquia de azaléia arbórea (Rhododendron Thomsonii MERCIER, H. Auxinas. 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