Visualizar

Propaganda
COMPONENTE CURRICULAR DE
EDUCAÇÃO FÍSICA.
Textos para Leitura e Exploração
Distúrbios Alimentares
2º ano - Ensino Médio
1º Bimestre / 2016.
Página 1
ÍNDICE
Transtornos Alimentares................................................................................................................... 3
Causas................................................................................................................................................. 3
Classificações..................................................................................................................................... 4
Diagnósticos ....................................................................................................................................... 6
Sintomas e Outros Sinais de Alerta ................................................................................................ 7
Tratamentos ........................................................................................................................................ 7
Bibliografia .......................................................................................................................................... 9
Página 2
Transtornos Alimentares:
Disfunção alimentar, ou transtorno alimentar (TA), é um termo amplo usado
para designar qualquer padrão de comportamentos alimentares que causam
severos prejuízos à saúde de um indivíduo. São considerados como patologias
e descritos detalhadamente pelo CID 10, DSM IV e pela OMS. Geralmente
apresentam as suas primeiras manifestações na infância e na adolescência. O
diagnóstico precoce e uma abordagem terapêutica adequada dos transtornos
alimentares são fundamentais para o manejo clínico e o prognóstico destas
condições.
Aproximadamente 90% dos casos são de mulheres jovens, porém
recentemente está havendo um aumento no número de transtornos em
homens e em adultos de ambos os sexos. Esses transtornos atingem entre 1 e
4% da população e seguem aumentando de frequência significativamente nos
últimos anos.
Classificações:
Existe um número diversificado de transtornos alimentares dependendo
da fonte. Os mais conhecidos são a anorexia e a bulimia, porém existem vários
outros segundo as pesquisas:











Anorexia
Bulimia
Hipergafia
Ortorexia
Pica
Síndrome de Prader-Willi
Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)
Transtorno obsessivo compulsivo por alimentos
Transtorno de ruminação
Vigorexia
Transtorno alimentar não especificado.
Devido às idiossincrasias da adolescência, mostram as estatísticas que
essas disfunções alimentares são mais freqüentes nessa faixa etária, quase
sempre associadas a algum quadro de disfunção emocional, na dinâmica da
família, da escola, do trabalho e outras áreas importantes da vida social.
Contudo, outras faixas etárias também mostram incidência dessa disfunção
alimentar, inclusive bebês.
Página 3
Causas:
Assim como todos outros transtornos, envolve múltiplos fatores. Dentre
os fatores responsáveis, destacam-se:
 Histórico de transtorno alimentar na família
 Histórico de transtornos de humor na família (como depressão ou
transtorno bipolar)
 Famílias autoritárias (anorexia) ou negligentes (bulimia)
 Contexto sociocultural caracterizado pela extrema valorização do corpo
magro
 Disfunções no metabolismo da serotonina e noradrenalina
 Experiência sexual traumática
 Certos traços de personalidade (Baixa autoestima, Introversão,
Perfeccionismo (Anorexia), Impulsividade (Bulimia), Instabilidade afetiva,
evitativo, ansioso (TCAP)...)
 Fazer alguma dieta
É frequente a comorbidade de transtornos alimentares (TAs) com
transtornos de humor, transtornos de ansiedade e dependência química. Sendo
assim esses transtornos são considerados fatores de risco para anorexia,
bulimia, hipergafia e vigorexia. Transtornos psiquiátricos de membros da família
de primeiro grau (geralmente a figura materna) estão entre os principais fatores
correlacionados com os TAs. Parentes de primeiro grau de pessoas com
anorexia tem 11 vezes mais chance de desenvolverem esse transtorno que o
normal enquanto parentes de bulímicos tem 4 vezes mais chance.
Mães com anorexia tem 75%-80% de chance de transferirem a anorexia
para um ou mais filhos e mães com bulimia tem 45% a 55%. Acredita-se que
existe um predomínio dos fatores ambientais sobre os genéticos nessa
transferência pois existe uma correlação positiva entre a convivência com a
mãe e a transmissão dos transtornos e a terapia comportamental é mais eficaz
que a medicamentos nesses transtornos.
Alguns remédios podem alterar o padrão alimentar diminuindo ou
eliminando a sensação de fome. Nesse caso não se trata de um transtorno
psicológico e sim de um efeito colateral conhecido como anorexia
medicamentosa.
Classificações:

Anorexia
Anoréxicos atingem uma grande perda de massa, de modo que o seu Índice de
Massa Corporal se reduza a valores inferiores a 17,5 kg/m². A perda de peso
pode ser efetivada por estrita restrição dietética, em adição a exercícios físicos
excessivos; outros, em conjunção a esses métodos, também podem abusar de
técnicas purgativas (provocar-se vômitos, abusar de laxantes ou diuréticos,
etc.) que acreditam resultar em perda das calorias consumidas, sem
necessariamente, como no caso da bulimia, ter antes havido períodos de
Página 4
comilança desenfreada.

Bulimia
Por definição, bulímicos passam por episódios (pelo menos duas vezes por
semana) de comilança desenfreada que resultam num consumo de calorias
muito superior ao de uma pessoa normal no mesmo período. Seguidos desses
episódios, são por eles empregados vários hábitos que visam compensar o
ganho calórico, entre os quais os mais usados são as técnicas purgativas; em
uma pequena minoria dos casos, porém, bulímicos limitam-se a se exercitar
rigorosamente e/ou jejuar por longos períodos, sem provocar a purgação da
comida. A bulimia se distingue do tipo purgativo da anorexia, por não haver, no
caso do primeiro transtorno, o emagrecimento extremo visto no segundo.

Hipergafia
Segundo a OMS, Hipergafia é quando um evento traumático resulta em um
aumento no consumo de alimentos e consequentemente um rápido aumento
de peso, geralmente resultando em obesidade piorando a autoestima e
autoconfiança do indivíduo.

Ortorexia
É a obsessão por alimentos saudáveis e nutritivos excluindo uma grande
quantidade de alimentos, principalmente os mais industrializados, dessa dieta.
Quase sempre ocorre em países desenvolvidos.

Pica
É o impulso de comer objetos não nutritivos nem cuja ingestão é aceita
socialmente. Mais comum em crianças e mulheres grávidas. Seu nome é
baseado no nome latim de um corvo famoso por comer de tudo .

Síndrome de Prader-Willi
Afeta crianças independentemente do sexo, raça ou condição social. De
natureza genética, mais frequente em quem possui baixa estatura e peso,
geralmente envolve retardo mental ou transtornos de aprendizagem e
desenvolvimento sexual incompleto se trata de uma necessidade involuntária
de comer constantemente, o que quase resulta em outros problemas de saúde
como obesidade e problemas cardíacos. Leva a morte caso não tratado.
Antidepressivos ISRS tem se mostrado eficaz restringindo os danos, porém
essa síndrome ainda não tem cura.

Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP)
Conhecido em inglês por binge eating disorder, é uma classificação
relativamente recente para a compulsão por comer, característica da bulimia
Página 5
que não envolve o uso de métodos extremos de perda de peso como vômito,
anfetaminas e laxantes. 30% dos obesos possuem esse transtorno e sua
prevalência na população gira em torno de 2%.

Transtorno obsessivo compulsivo (TOC) por alimentos
Semelhante aos outros transtornos obsessivos compulsivos, envolve
pensamentos incontroláveis, repetitivos e persistentes, que só são aliviados
enquanto o indivíduo se alimenta. Enquanto não se alimentar seguindo suas
crenças o indivíduo sofre de uma ansiedade crescente e pensamentos
constantes até ceder e é imediatamente reforçado\reforço positivamente (com
o prazer de comer) e negativamente (com o alívio da ansiedade) enquanto
estiver comendo. Mesmo que esteja ciente de que seus pensamentos são
prejudiciais a si mesmo, irrealísticos e inapropriados o indivíduo não consegue
controlá-los. Ao contrário dos outros transtornos alimentares os antidepressivos
são bastante eficazes no tratamento do TOC.

Transtorno de ruminação
Mais frequente em crianças pequenas é caracterizado pela regurgitação ou
remastigação repetida que não podem ser explicados por nenhuma condição
médica. Podem resultar em desnutrição, perda de peso, alterações do
equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e até morte.

Vigorexia
É a obsessão por um corpo musculoso e atraente, quase sempre em homens.
Envolve um treinamento muscular obsessivo e alimentação voltada para a
manutenção desse corpo com uso frequente de anabolizantes. É classificada
junto com os transtornos alimentares por envolver um disformismo corporal
reforçado pelo culto a imagem, o desenvolvimento de uma alimentação
restritos e hábitos patológicos com causas, consequências e tratamento
semelhantes ao da anorexia e bulimia.
Outros transtornos alimentares não especificados
Cerca de um terço dos diagnósticos feitos usando o DSM IV são classificados
como não especificados por não possuírem um ou mais critérios essenciais
para a classificação em outro transtorno. Por volta da metade desses
transtornos parciais se tornam transtornos completos caso não sejam tratados
adequadamente preventivamente.
Diagnóstico:
Existem alguns testes psicológicos desenvolvidos especialmente para o
diagnóstico de transtornos alimentares gerais como o Teste de Atitudes
Alimentares (EAT 26) ou específicos como o Escala de Compulsão Alimentar
Periódica (ECAP)[20] O diagnóstico geralmente é feito seguindo os critérios do
CID-10 ou do DSM IV tanto por médicos, psicólogos ou nutricionistas.
Página 6
O teste de atitudes alimentares (EAT-26) foi desenvolvido por Garner e
Garfinkel, originalmente usado apenas para anorexia mas revisado para
identificar outros transtornos alimentares, usa 14 critérios e é voltado
especialmente para identificar riscos de saúde. Já está adaptado ao português
e é aprovado pela APA.
No caso específico da anorexia nervosa os critérios basicamente envolvem:
Comportamentos visando a perda de peso e sua manutenção abaixo do
normal;
Medo mórbido de engordar;
Distúrbio de imagem corporal; e
Distúrbio endócrino (ex: amenorreia).
Enquanto os da bulimia nervosa se caracterizam por:
Impulso irresistível de comer excessivamente;
Evitação do ganho de peso pela indução de vômitos e/ou abuso de purgativos;
e
Medo mórbido de engordar.
Para o diagnóstico específico da bulimia existe o Bulimic Investigatory Test
Edinburgh (BITE) e para o diagnóstico de distorção corporal existe o Body
Image Test (BIT).
Já os critérios diagnósticos dos outros transtornos ainda são controversos e
estão sendo discutidos. Critérios importantes como a quantidade de episódios
de compulsão alimentar necessários para caracterizar um TCAP ainda não
estão definidos, mas estão em torno de duas vezes por semana.
Sintomas e outros Sinais de Alerta:








Emagrecimentos
Cuidado excessivos com a alimentação
Desculpas para não comer ou comer sozinha
Isolamento, alterações de humor e agressividade
Excesso de exercício físico
Vômitos e uso de laxantes
Atitude demasiado crítica quanto à sua imagem
Perda de apetite
Tratamentos:
O tratamento mais eficaz deve ser multidisciplinar, com acompanhamento
médico, nutricional e psicológico, para que se possa alcançar um peso mais
saudável, diminuir a influência dos fatores psicológicos mantenedores desse
comportamento, medicar com psicotrópicos como antidepressivos e topiramato,
acompanhar a evolução dos sintomas e prevenir ou conter as possíveis
patologias associadas. Em casos graves, quando o peso corporal está a mais
Página 7
de 25% abaixo do mínimo ideal (por exemplo abaixo de 45kg quando o ideal é
60 kg), pode ser necessária hospitalização. Em caso de obesidade mórbida
pode ser feita uma cirurgia bariátrica.
As psicoterapias mais recomendadas são a Terapia analítico-comportamental e
Terapia cognitivo-comportamental (39% de desaparecimento de sintomas a
curto prazo). Os remédios psiquiátricos por outro lado tem tido eficácia
significantemente menor (20% de desaparecimento de sintomas), tornando os
psicotrópicos coadjuvantes dos tratamentos psicológico e nutricional mais
voltados para tratar as comorbidades (como depressão e ansiedade) do que o
transtorno alimentar em si. Os antidepressivos tem efeito melhor que o placebo
apenas em 60% dos casos, podem ter como efeitos colaterais causar perda ou
ganho de peso e tem 35% de abandono. Todos tratamentos juntos levam ao
desaparecimento de sintomas em 49% dos casos.
Bulimia
Anorexia
Vigorexia
Página 8
Bibliografia:

Transtornos alimentares. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2002, vol.24, suppl.2 [cited
2011-02-19], pp. 79-81 . Available
from:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462002000600007&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1516-4446. doi: 10.1590/S151644462002000600007.

CLAUDINO, Angélica de Medeiros and BORGES, Maria Beatriz Ferrari. Critérios
diagnósticos para os transtornos alimentares: conceitos em evolução. Rev. Bras.
Psiquiatr. [online]. 2002, vol.24, suppl.3 [cited 2011-02-19], pp. 07-12 . Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462002000700003&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1516-4446. doi: 10.1590/S151644462002000700003.


http://ap-disturbiosalimentares.blogspot.com.br/
APPOLINARIO, José Carlos and CLAUDINO, Angélica M. Transtornos alimentares. Rev.
Bras. Psiquiatr. [online]. 2000, vol.22, suppl.2 [cited 2011-02-19], pp. 28-31 . Available
from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462000000600008&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1516-4446. doi: 10.1590/S151644462000000600008.
Página 9
Download