PREVALÊNCIA DE RISCO NO DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS ALIMENTARES EM ADOLESCENTES DE UMA ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA- PR Carolina Ferraz Morata (UNICENTRO), Mariéllen Emidio Figueroa (UNICENTRO), Vanessa Piazza (UNICENTRO), Adriana Masiero (Orientadora – Dep. de Nutrição/UNICENTRO) Palavras-chave: adolescentes, estudantes, transtornos alimentares. Resumo: Os transtornos alimentares são síndromes psiquiátricas que afetam principalmente os jovens, com elevada morbidade e mortalidade. Este estudo buscou identificar, em adolescentes do sexo feminino de uma escola estadual, aquelas que apresentavam atitudes típicas para o desenvolvimento de transtornos alimentares. Aplicou-se o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26) em 270 estudantes, na qual 46% apresentaram os sintomas da doença. Introdução: A Anorexia (AN) e Bulimia Nervosas (BN) atingem principalmente jovens do sexo feminino, de 12 a 18 anos, de classe média ou alta (BIGHETTI, 2003). A Anorexia Nervosa (AN) é um distúrbio psicológico caracterizado por uma distorção da imagem corporal, seguido de perda de peso progressiva devido à ingestão deficiente de alimentos (DUNKER & PHILIPPI, 2007). A Bulimia Nervosa (BN) é caracterizada por episódios periódicos e incontroláveis de compulsão alimentar em curto período de tempo, seguidos de comportamentos compensatórios inadequados a fim de evitar o ganho de peso, que incluem vômitos auto-induzidos, uso de medicamentos (laxantes, diuréticos, inibidores de apetite), exercícios vigorosos, jejum e dieta restritiva (ESPÍNDOLA E BLAY, 2006). O objetivo do presente trabalho é identificar os riscos de desenvolver transtornos alimentares (anorexia e bulimia nervosas) em adolescentes do sexo feminino, de 10 a 19 anos, em uma escola estadual do município de Guarapuava – PR. Materiais e Métodos: A pesquisa foi realizada em uma escola estadual do município de Guarapuava- PR, sendo selecionada aleatoriamente. Foram pesquisadas 270 estudantes de 10 a 19 anos, do sexo feminino, da 6ª série do ensino fundamental ao 3° ano do ensino médio. Esta faixa etária foi escolhida por compreender toda a adolescência e apresentar maior incidência de transtornos alimentares. O método utilizado para detectar desvios do comportamento alimentar foi a versão traduzida para o português por Nunes et al. (1994) do Eatting Attitudes Test (EAT26) ou Teste de Atitudes Alimentares, desenvolvido por Garner & Garfinkel (1979). É um dos instrumentos mais utilizados atualmente para avaliar os riscos de desenvolver comportamentos e atitudes típicas de pacientes com transtornos alimentares, de maneira fácil e rápida. O período de aplicação dos questionários ocorreu no mês de maio de 2007, por dois dias consecutivos. O questionário era de autopreenchimento e não continha a identificação pessoal da aluna. Resultados e Discussão: Os resultados obtidos demonstraram que 123 (46%) alunas apresentam atitudes típicas de pacientes com transtornos alimentares e 144 (54%) não possuem desvios no comportamento alimentar. O pico de incidência foi de 12 a 14 anos, com um total de 79 alunas (64%) e a pontuação máxima obtida totalizou 66 pontos e a mínima, 0 ponto. Segue a tabela 1 mostrando a prevalência de acordo com a faixa etária: Tabela 1 – Prevalência de risco para desenvolver transtornos alimentares Faixa etária Escore positivo (+) % Escore negativo (-) % Total % 10 anos 1 0,3% 0 0% 1 0,3% 11 anos 10 3,7% 18 6,7% 28 10,4% 12 anos 25 9,3% 32 11,9% 57 21,3% 13 anos 25 9,3% 31 11,6% 56 20,9% 14 anos 29 10,8% 19 7,1% 48 17,9% 15 anos 11 4,1% 13 4,8% 24 8,9% 16 anos 17 6,3% 16 5,9% 33 12,3% 17 anos 3 1,1% 8 2,9% 11 4,1% 18 anos 0 0% 7 2,6% 7 2,6% 19 anos 2 0,7% 0 0% 2 0,7% TOTAL 123 46% 144 54% 267 100% Conclusões: Encontrou-se um percentual de 46% de estudantes com propenção a anorexia e bulimia nervosas, sendo considerado preocupante por se tratar de uma escola de baixa renda, evidenciando a tendência atual de aumento na prevalência de distúrbios alimentares. Portanto, pode-se constatar que também há uma alta incidência em indivíduos de classe baixa, sendo que a população considerada mais atingida é a classe média e alta. Referências: B, F.Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2003. D. Karin Louise Lenz; P. Sonia Tucunduva. Hábitos e comportamentos alimentares de adolescentes com sintomas de anorexia nervosa. Campinas, 2003. E. Cybele Ribeiro; B. Sérgio Luís. Bulimia e transtorno da compulsão alimentar periódic. Porto Alegre, 2006. F. Ângela; S. Alice Maria. Percepção corporal e transtorno alimentar: anorexia nervosa. São Paulo, 2005.