estudo sobre a permeacao cutanea de cosmeticos - TCC On-line

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ESTUDO SOBRE A PERMEAÇÃO CUTÂNEA DE COSMÉTICOS COM O
ULTRASSOM
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Adriana Silveira Furtado Alexandra Aparecida Albuquerque Jackel¹ Eunice Tokars²
1
Acadêmicas do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná,
Curitiba/PR;
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Professora Orientadora Doutora do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade
Tuiuti do Paraná, Curitiba/PR.
Endereço para correspondência: [email protected]
Resumo:
A permeabilidade cutânea é de interesse dos profissionais da área da estética,
principalmente para o Tecnólogo em Estética, pois o resultado de muitos tratamentos de
beleza dependem da eficácia da permeabilidade dos produtos cosméticos. Nas últimas
décadas o ultrassom terapêutico tem sido indicado e utilizado como promotor da permeação
cutânea de fármacos e cosmecêuticos. Este procedimento é denominado fonoforese. Este
artigo de revisão de literatura teve como objetivo estudar como o ultrassom terapêutico pode
facilitar a permeação cutânea de cosméticos. Portanto a permeação cutânea de cosméticos
é obtida mais facilmente mediante o uso da fonoforese, porém deve-se considerar a pele do
indivíduo quanto à espessura, hidratação, fluxo sanguíneo e o fator idade. Este estudo
demonstrou que o ultrassom pode ser mais uma opção para o tratamento de alterações
estéticas superficiais da pele que necessitem potencializar a permeação dos cosméticos.
Palavras-chave: Ultrassom terapêutico. Fonoforese. Permeação cutânea.
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Abstract:
Skin permeability is of interest to the aesthetics of professionals, mainly for
Technologist in Aesthetics, as the result of many beauty treatments depend on the
effectiveness of the permeability of cosmetics. In recent decades the therapeutic
ultrasound has been shown and used as a promoter of skin permeation of
pharmaceuticals and cosmeceuticals. This procedure is called phonophoresis. This
literature review study aimed to study how the therapeutic ultrasound can facilitate
the permeation of cosmetics. So the skin permeation of cosmetics is more readily
achieved through the use of phonophoresis, but one must consider the individual's
skin as the thickness, hydration, blood flow and the age factor. This study
demonstrated that ultrasound may be another option for the aesthetic treatment of
superficial skin disorders requiring enhance the permeation of the cosmetic
Keywords: Therapeutic Ultrasound. Phonophoresis. Skin permeation.
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Introdução
A camada córnea, considerada a mais externa da epiderme, é formada por
queratinócitos que são células sem núcleos, achatadas e mortas, que conferem a
propriedade de barreira da pele para proteger as estruturas internas contra entrada
de substâncias nocivas (FITZPATRICK, 2011).
A permeabilidade cutânea é de interesse dos profissionais da área da
estética, principalmente para o tecnólogo em estética, pois o resultado de muitos
tratamentos de beleza dependem da eficácia da permeabilidade dos produtos
cosméticos (LEONARDI, 2008).
Nas últimas décadas o ultrassom terapêutico tem sido indicado e utilizado
como promotor da permeação cutânea e facilitação da penetração tecidual de
fármacos e cosmecêuticos, pois através da desorganização do estrato córneo ocorre
a absorção cutânea (BRANDÃO et al., 1999).
A sonoforese ou fonoforese são termos similares que descrevem a
habilidade do ultrassom terapêutico (UST) em melhor penetrar substâncias através
da pele (PARIZOTTO et al., 2002). Os efeitos térmicos, mecânicos e químicos do
UST sobre o tecido e assim aceleram a difusão dos princípios ativos (OTBERG et
al., 2007),
A capacidade de veicular substâncias através da pele, pelo método da
fonoforese, não depende unicamente da frequência, intensidade e duração do
tratamento, mas da natureza da substância (GARBELLINI et al., 2008; BOTEZELLI
et al., 2008).
Estudos cutâneos têm relatado a aplicação de substâncias em disfunções
estéticas, mas nem sempre com resultados eficazes, em razão das características
estruturais e bioquímicas da epiderme, particularmente, a camada córnea, pois esse
transporte é limitado, exigindo mecanismos químicos e físicos para reduzir as
barreiras que impedem sua penetração, acentuando assim a absorção cutânea.
Esse fato justifica o uso do ultrassom como instrumento para intensificar a
penetração dos fármacos na pele (POLACOW et al., 2004).
Este artigo teve como objetivo estudar como o ultrassom terapêutico pode
facilitar a permeação cutânea de cosméticos.
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Permeabilidade cutânea com o ultrassom
As células vivas da pele dispõem de capacidade para absorver certas
substâncias e recusar outras, determinadas por condições físico-químicas naturais
como: viscosidade, extensa ligação do colágeno e seus apêndices, idade ou
doenças. A ação eficaz ou não, das drogas liberadas, depende da anatomia da área
tratada, da hidratação da pele, presença de gorduras na sua estrutura, da saúde do
agente, da manifestação de patologias na pele, do metabolismo e estado de saúde
paciente (POLACOW et al., 2004).
Os queratinócitos (corneócitos) dispostos na camada córnea da pele mudam
e se tornam sem núcleos, achatados e mortos, conferindo barreira à pele, sendo,
portanto, o estrato córneo que limita a entrada das dos cosméticos e se tornam alvo
do ultrassom terapêutico (UST). O UST age desorganizando o estrato córneo,
podendo reduzir em 30% a resistência da pele (CAMPOS, 2004).
Segundo Polacow et al. (2004), estudos sobre permeabilidade cutânea entre
substâncias veiculadas em formulações tópicas e o transporte transdérmico de
fármacos tem sido objetivo de investigação e análise, no sentido de proporcionar um
aumento na permeabilidade da pele. Atualmente, é uma alternativa de interesse,
comparativamente a outras formas de administração, por representar uma técnica
não invasiva e evitar o efeito de passagem pelo fígado primeiro, inutilizando o
aproveitamento dos fármacos peptídicos ou proteicos.
Diante da dificuldade encontrada na penetração de drogas pela via externa
da pele humana pesquisadores da área da medicina, estética e cosmética passaram
a estudar quais eram os principais agentes químicos e físicos que mais dificultavam
a penetração dos cosmecêuticos nos tecidos e assim compreender as barreiras da
pele, bem como contribuir para reduzir os obstáculos e facilitar a penetração
cutânea. Diversas pesquisas sugerem que para aumentar o sistema de transporte
de drogas, através da pele, o ultrassom é indicado e induz à comprovação de que a
força física externa melhora a permeabilidade da pele (POLACOW et al., 2004).
Quanto à composição da pele, nota-se que há maior penetração das drogas
junto aos folículos pilossebáceos, glândulas sudoríparas e áreas intensamente
vascularizadas que permitem maior transferência para tecidos mais profundos,
conquanto que em peles espessas apresentam barreiras à penetração (BRANDÃO
et al., 1999).
Ultrassom e fonoforese
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Segundo Campos et al. (2004), o ultrassom terapêutico tem sido usado
mundialmente, nas últimas décadas, para realizar terapias físicas e como promotor
da permeação cutânea dos fármacos, sendo um facilitador para absorção cutânea,
também denominado por fonoforese ou sonoforese. O ultrassom é considerado um
mecanismo acelerador transdérmico e um conceito terapêutico que combinado com
drogas tem se mostrado eficaz quando associado aos agentes anti-inflamatórios, o
que desperta interesse em diversas áreas, demonstrando evidência cosmetológica
(POLACOW et al., 2004).
A onda ultrassônica atua na pele e reage no sistema intracelular na medida
que se propaga pelos tecidos, primeiramente, pelo efeito da energia ultrassônica que
se transforma em calor, por meio da absorção, reflexão e refração dos feixes. O
aumento da temperatura pode causar, dentre outros efeitos, aumento da extensão
do colágeno, do fluxo sanguíneo e da permeabilidade da pele (POLACOW et al.,
2004).
Conforme Prentice (2004), os efeitos não-térmicos do ultrassom terapêutico
incluem cavitação e microfluxo acústico, sendo que o último consiste de um
movimento unidirecional do fluido em um campo de pressão ultrassônica. Porém, a
microagitação permite o movimento das partículas pelas membranas das células,
provocando o aumento da permeabilidade celular.
Portanto, o uso do UST pode resultar em respostas clínicas significativas
nas células, nos tecidos e demais órgãos devido aos efeitos térmicos e não térmicos
que produz. O ultrassom atinge tecidos biológicos lesados e tecidos normais, mas
em tecidos lesados poderá ser mais suscetível sua eficácia, comparativamente aos
tecidos normais. Quando o UST é aplicado, considerando os efeitos térmicos e não
térmicos, também acontecem o vice-versa (JESUS et al., 2006).
Conforme Pereira (2014), quanto a aplicação clínica para melhorar a
permeabilidade dos cosméticos, verifica-se que o ultrassom potencializa o efeito de
fármacos que tenham como objetivo promover a penetração de substâncias na pele.
Segundo Jesus et al. (2006), a fonoforese é um processo de aplicação
tópica de drogas introduzidas na parte externa do tecido ou estrato córneo, dirigida
pelo ultrassom, aos tecidos subjacentes. Os efeitos da energia ultrassônica abrem
caminhos que consentem que a medicação se difunda pela pele e penetre mais
profundamente nos tecidos. Tanto os efeitos térmicos como mecânicos do ultrassom
podem levar a alterações físico-químicas dos tecidos biológicos, ajudando a difundir
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os princípios ativos presentes em substâncias de uso tópico. Os efeitos térmicos
apresentam melhores resultados ao romper o estrato córneo, pois há formação de
cavitações instáveis, rompendo mais facilmente a penetração das substâncias nos
tecidos.
O aquecimento da área tratada pode aumentar ainda mais a absorção dos
fármacos nos tecidos devido ao aumento do fluxo sanguíneo, dilatação dos folículos
pilosos, redução da resistência da pele e aumento da energia cinética da droga,
facilitando sua absorção.(CAMPOS, 2004).
Os mecanismos pelos quais a fonoforese funciona não estão muito claros na
literatura, mas o UST, frente os efeitos térmicos ou mecânicos, ajuda em uma maior
permeação cutânea dos produtos farmacológicos e cosmecêuticos, agindo como
promotores adjuvantes (POLACOW et al., 2004).
Parizotto et al. (2003) analisaram a confiabilidade da fonoforese e sua
utilização clínica. Enfatizaram que o primeiro relato de surgimento da fonoforese
aconteceu em 1954 e desde então tem sido utilizada com frequência.
A fonoforese consiste na introdução de princípios ativos, para dentro dos
tecidos biológicos, sob a influência do UST oferece a vantagem de levar os agentes
farmacológicos para estruturas profundas de uma maneira segura, indolor e fácil,
minimizando a probabilidade de efeitos colaterais O fármaco é colocado na pele sob
a forma de gel, creme, pomada ou líquido, sendo os géis os mais eficientes meios
de acoplamento (BORGES et al., 2002; MARDEGAN e GUIRRO, 2005).
Os equipamentos de ultrassom que apresentam frequência de 3 MHz e
potencia de 21 Watts são utilizados na estética pois tem maior atuação nos tecidos
superficiais,onde acontece a maior absorção de cosméticos. Ou seja, a atuação da
energia ultrassônica desses equipamentos de 3 MHz, se limita até a camada de
tecido adiposo, não causando efeito ou dano algum aos tecidos abaixo dessa
camada (BORGES, 2006). O ultrassom de alta potência, 45 Watts e 3 MHz surgiu
em virtude da necessidade de tratar áreas mais extensas, aumentando a área de
emissão de ondas e diminuindo o tempo de aplicação (LUZ et al, 2010).
Existem diversos estudos que indicam a cavitação como principal mecanismo
para a fonoforese, por induzir à desordem na camada córnea, com a formação de
microbolhas gasosas que, ao se romperem violentamente, permitem a passagem do
fármaco. A camada córnea produz alta resistência à penetração de substâncias
através da pele e com o ultrassom desorganizando o estrato córneo pode reduzir em
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30% a resistência (POLACOW et al., 2004).
Conforme Prentice (2004), a cavitação consiste na formação de bolhas de gás
que se comprimem e se expandem devido a alterações de pressão produzidas pelo
UST nos fluidos teciduais, podendo ser estáveis ou não. No caso de formação de
bolhas instáveis, estas podem se romper, danificando ou não os tecidos.
Conforme Guirro e Guirro (2002), a cavitação ultrassônica torna-se
responsável pela permeabilização dos produtos às células e tecidos de interesse
para aplicações farmacêuticas, sendo que o aumento da permeabilidade da
membrana possibilita uma maior penetração de fármacos no organismo. E, além do
exposto, o efeito mecânico difunde o princípio ativo do medicamento pela oscilação
das células a alta velocidade, diminuindo o potencial da membrana celular, levando
à quebra de ligações intercelulares e aumentando a permeabilidade da mesma.
Indicações
São muitas as indicações da fonoforese, entre elas podemos citar o fibro edema
gelóide, diminuição do tecido adiposo, transtornos circulatórios, reparo de lesões,
traumatismo do tecido ósseo, entre outras (GUIRRO e GUIRRO, 2002)
Contra-indicação
As contra-indicações e precauções são para implantes metálicos, sobre o útero
gravidico, tumores cancerígenos, sistema nervoso, infecção ativa, área cardíaca,
olhos, tromboflebite e varizes, hemofílicos não tratados e placas epifisárias
(GUIRRO e GUIRRO, 2002).
Metodologia
Este artigo apresentou um estudo de revisão bibliográfica utilizando artigos,
periódicos, contidos em plataformas virtuais e físicas publicados entre os anos de
1999 a 2014. Utilizou-se os seguintes descritores: ultrassom, permeabilidade
cutânea, tratamentos estéticos com ultrassom, permeação de cosméticos, absorção
cutânea.
Discussão
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Jesus et al. (2006) desenvolveram um estudo denominado fonoforese versus
permeação cutânea para identificar a influência da fonoforese como promotora da
permeação cutânea, utilizando como método a revisão bibliográfica .Relataram que
embora os mecanismos pelos quais a
fonoforese funciona não estejam claros
suficiente, em conjunto com o ultrassom terapêutico (UST), seus efeitos térmicos e
mecânicos favorecem a permeação cutânea dos produtos farmacológicos e
cosmecêuticos, agindo como promotor na transferência das substancias químicas.
O estudo de Corrêa e Brongholi (2005) sobre os efeitos da fonoforese no
fibroedema gelóide (FEG) em região glútea e superior da coxa, com frequência de
3MHz, intensidade de 1w/cm2 no modo contínuo utilizando gel composto por centella
asiática 3%, ginko biloba 3%, cafeína 5% demonstrou melhora do quadro de FEG e
do aspecto da pele, além da redução do diâmetro através da perimetria.
Alfredo et al (2008) desenvolveram uma análise qualitativa sobre os efeitos da
fonoforese com arnica montana, em relação ao processo inflamatório agudo do
músculo esquelético de ratos. Concluíram que os grupos que receberam aplicações
com ultrassom contendo arnica apresentaram aceleração no processo inflamatório
agudo, sugerindo ineficácia da fonoforese comparada à aplicação somente do
ultrassom.
Hoppe et al. (2010) estudaram a fonoforese utilizando gel com princípios
ativos de extrato de centella asiática, extrato de ginkgobiloba, extrato de algas
marinhas, extrato de castanha da índia, equisetum e cafeína, em mulheres
previamente avaliadas para analisar os efeitos da técnica para reduzir a adiposidade
abdominal. Obtiveram como resultado que o tecido está diretamente associado às
complicações metabólicas e hemodinâmicas justificando o favorecimento ao risco a
saúde humana. A fonoforese facilita a introdução de princípios ativos na adiposidade
localizada. No estudo obtiveram significância na perimetria, plicometria e nas taxas
de satisfação dos pacientes estudados. Apontaram que o uso da fonoforese ajuda
na diminuição de medidas da adiposidade abdominal.
Silva et al. (2014) estudaram os efeitos da fonoforese com gel de ativos
lipolíticos para tratamento da adiposidade abdominal por meio de pesquisa
experimental. A obesidade abdominal (obesidade androide) é fator de risco para
doenças e constitui um problema estético que resulta na impossibilidade de eliminar
a gordura localizada no abdômen. Utilizaram 30 mulheres voluntárias portadoras de
adiposidade abdominal, sem uso de medicamentos para emagrecer, sem prática de
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atividades físicas, não gestantes, sem neoplasias ou doença infecciosa aguda. A
área tratada foi a região infraumbilical. Notaram que o peso das voluntárias se
manteve mas no exame de perimetria e plicometria apresentaram redução, na
ultrassonografia apresentou aumento significativo. O estudo revelou que o
fosfotidilcolina em conjunto com a fonoforese e ultrassom não reduziu a adiposidade
localizada conforme o esperado.
Polacow et al. (2005) estudaram os efeitos do UTS aplicado com D-pantenol
na regeneração tegumentar e estudo histométrico histopatológico, utilizando grupos
experimentais: controle e com gel aplicando o US em conjunto com D-p concentrado
I 0% em secções 6(lm) de espessura da lesão processados para coloração em
Hematoxilina Eosina. Concluíram que o US associado ao D-p acelera o reparo, mas
a associação de US+D-p não mostrou resultados significativos no tratamento em
tratamento do US isolado.
Luz e Silva (2010) estudaram a aplicabilidade do UST Avatar IV Esthétic
associado à fonoforese em que o objetivo foi analisar os efeitos do UST em paciente
mulher e jovem, associado à fonoforese na redução do aspecto visual em fibro
edema geloide (FEG), infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatória
seguida de polimerização da substância fundamental que infiltrada nas tramas
produz reação fibrótica. O ultrassom é amplamente utilizado para tratar a celulite
(FEG), promovendo a neovascularização, um rearranjo das fibras de colágeno,
melhora das propriedades mecânicas do tecido e aumento da permeabilidade das
membranas biológicas, tornando possível penetrar os fármacos no organismo. A
paciente foi submetida a 20 sessões de tratamento (3 vezes/semana) e aplicação do
ultrassom na frequência de 3Mhz e intensidade de 0,8W/cm2, modo contínuo, com
1minuto cada quadrante de acoplamento da ERA, associado à fonoforese com uso
do Sonogel, à base de extrato de centella asiática, cafeína, ginkgobiloba, equisetum,
algas marinhas e castanha da índia. Notaram resposta satisfatória na ausência da
contração isométrica. Concluíram que o ultrassom Avatar IV Esthétic associado à
fonoforese reduz o grau do FEG, melhorando o aspecto visual.
Jorge et al. (2011) estudaram a influência da fonoforese associada ao gel de
cafeína sobre imagens médicas da gordura subcutânea em uma amostra de 54
mulheres saudáveis entre 18-52 anos, divididas em três grupos. Relataram que a
penetração de drogas através da pele ainda é limitada, muito especialmente quando
a tentativa ocorre via estrato córneo mas apontaram que uma das formas de
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aumentar sua penetração é por meio do ultrassom terapêutico. Como resultado,
mostraram que em relação à espessura do tecido adiposo não houve diferença
significativa. Concluíram que a aplicação do UST-3MHz associado ao gel com o uso
do princípio ativo da cafeína praticamente não há diferença nos macro-efeitos em
relação à espessura do tecido adiposo subcutâneo.
Waltrick et al. (2011) analisaram a eficiência do UST contínuo com gel
comum e gel contendo princípios ativos para tratar FEG grau II em mulheres entre
20-35 anos. Relataram que a patologia produz alterações estéticas de efeitos
progressivos. Os resultados apontaram que após o tratamento o grupo que fez uso
de gel contendo princípios ativos resultou em melhora comparativamente ao grupo
que fez uso de gel comum, mostrando redução do grau de FEG evidenciado pela
placa de termografia em 100% e no teste da casca de laranja 80% mostraram
resultado negativo, gerado aumento na satisfação pessoal. Os resultados permitem
concluir que o UST associado ao gel com princípios ativos anti-celulíticos são
superiores em eficácia ao uso do UST associado ao gel comum, estimulando e
acelerando a permeação de fármacos, o que permite reduzir o FEG.
Tassinari et al. (2011) estudaram a avaliação dos efeitos do ultrassom
terapêutico utilizando a como veículo de penetração a cafeína para verificar sua
liberação em sistema de difusão vertical, adicionada ao gel transmissor, com e sem
aplicação do UST, além de avaliar, por meio eletroquímico, possíveis reações de
oxidação após a aplicação. O trabalho buscou produzir conhecimento sobre o UST
na liberação (facilitador) do fármaco utilizando ensaios in vitro e possíveis alterações
estruturais ocorridas no sistema.
Considerações finais
O ultrassom atua nas disfunções dos tecidos cutâneos mediado por reações
estruturais e bioquímicas da epiderme, particularmente, na camada córnea, onde o
transporte é limitado e exige mecanismos químicos e físicos para reduzir as
barreiras que impedem a penetração do cosmecêutico, acentuando a absorção
cutânea, justificando o uso do ultrassom como instrumento para intensificar a
penetração dos cosméticos na pele.
Portanto a permeação cutânea de cosméticos é obtida mais facilmente
mediante o uso da fonoforese, porém deve-se considerar a pele do indivíduo quanto
à espessura, hidratação, fluxo sanguíneo e o fator idade.
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Este estudo demonstrou que o ultrassom pode ser mais uma opção para o
tratamento de alterações estéticas superficiais da pele que necessitem potencializar
a permeação dos cosméticos.
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