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História da Ultrassonografia na Medicina
Prof. Dr. Renato G. G. Terzi
30/05/2016
Apesar da teoria do uso do som ter sido desenvolvida em 1877, a história da
ultrassonografia apenas evoluiria com os auxílios das duas guerras mundiais
do século 20.
Claro que as pesquisas sempre continuaram, mas foram as guerras – e a
necessidade de instrumentos de visão sem a visão – que geraram saltos de
evolução na tecnologia.
Na Primeira Guerra Mundial os geradores de sons de baixa frequência
auxiliaram a navegação submarina, detectando icebergs a distâncias
seguras.
O Titanic poderia ter se aproveitado desta tecnologia e evitado o naufrágio,
mas a patente que permitiria a venda de um ultrassom para este fim ocorreu
um mês após o naufrágio.
Na Segunda Guerra Mundial nasceu o SONAR - Sound Navigation and
Ranging – o primeiro uso do som com respostas precisas o suficiente para
oferecer dados de distância. Também foi a necessidade da guerra que
impulsionou a pesquisa e o desenvolvimento do RADAR - Radio Detection
and Ranging – que se utiliza do eco de ondas de rádio para determinar
distâncias e localização de objetos no ar.
Antes de aplicar este conhecimento na medicina – em humanos – a
ultrassonografia foi usada para analisar metais (e encontrar fraturas, em
peças que, à época, eram produzidas com uma tecnologia que nem sempre
entregava um material fuso uniforme).
E antes de usar a ultrassonografia como meio diagnóstico, ela foi usada na
medicina como terapia, em bases empíricas para tratamentos de artrites
reumatoides e até para remissão do Parkinson em neurocirurgia.
Ainda nas décadas de 40 e 50, nasce a ultrassonografia para diagnose, mas
de uma forma muito complexa. O uso do ultrassom para localizar tumores e
identificar o tamanho dos ventrículos cerebrais, pela medida da transmissão
dos sons pelo crânio começou a ser usada. Mas o paciente tinha que ficar
dentro de uma banheira com água.
Só no final da década de 1950 é que o gel substituiu a água da banheira,
como meio para aumentar e melhorar a superfície de contato entre a pele e o
"transdutor", que é o dispositivo que transforma pulsos elétricos em som e o
som lido em pulsos elétricos, sendo que estes podem ser traduzidos em uma
tela para interface visual.
Desde então o ultrassom evoluiu para equipamentos de altíssima qualidade
de imagem e agora permite ao médico um grau muito alto de segurança na
avaliação do paciente, embora a aplicação autônoma pela máquina ainda
seja apenas uma ficção encontrada em filmes. Ou seja, conhecimento,
destreza e habilidade do uso do ultrassom ainda são críticos, com a classe
de equipamentos hoje disponíveis, para gerar as imagens corretas e
encontrar os fenômenos e eventos no paciente e realizar procedimentos
invasivos com auxílio desta tecnologia.
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