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105
Ano 18 / Número 105 - ABR./MAI./JUN./2013
ANEURISMA:
MINIMIZE OS RISCOS
DE RUPTURAS.
UROLOGIA:
CIRURGIAS CADA VEZ
MENOS INVASIVAS.
ATEROSCLEROSE:
ENTENDA COMO
FUNCIONA.
2
EDITORIAL por Bruno Herbert Gottwald | Diretor-superintendente | Foto: Fabiane Moraes
Com o olhar
no futuro
Nada é estático. A mudança em nossa
vida é inevitável. Por mais resistentes
que sejamos às mudanças, elas estão
aí. Tudo muda. O mercado, as pessoas,
a economia, a política, a tecnologia, a
medicina... Isso acontece independentemente da nossa vontade.
Mudar alivia, ameaça, mas, acima de
tudo, obriga-nos a crescer. Mudar é desafiar as ilusões a respeito de nós mesmos e dos outros. Sem as mudanças, as
coisas não evoluiriam.
No mundo corporativo não é diferente.
As pressões originadas pelo mercado
e pelo comportamento das próprias
pessoas têm exigido das organizações
muita capacidade de adaptação, assim
como novas abordagens e soluções
para os possíveis problemas provenientes desses desafios.
E foi pensando em se preparar cada
vez mais para essas mudanças, que o
Hospital Santa Catarina de Blumenau
começou a elaborar, em março deste
ano, o seu novo Planejamento Estratégico, que tem como principal objetivo
planejar o futuro da Instituição e de
seus colaboradores para os próximos
cinco anos. Afinal, como dizia Charles
Darwin, “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que
melhor se adapta às mudanças”.
expediente
A Revista Essência é uma publicação
do Hospital Santa Catarina de
Blumenau.
Diretor-superintendente: Bruno
Herbert Gottwald Diretor-médico:
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NESTA EDIÇÃO
6
EM PAUTA
Termo de
consentimento,
um direito do
paciente.
8
UROLOGIA
Com o avanço da
tecnologia, aquelas
cirurgias abertas com
grandes incisões
estão cada vez mais
distantes da nossa
realidade. Veja o que
mudou na área da
saúde.
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ENTREVISTA
Dr. Carlos
Naconecy de
Souza - O novo
diretor-clínico
do Hospital
Santa Catarina
de Blumenau
fala sobre as
palavras-chaves
do seu mandato:
objetividade e
renovação.
12
CAPA
A ruptura do Aneurisma
de Aorta Abdominal é a
terceira maior causa de
morte súbita no mundo,
sendo mais frequente em
homens a partir dos 60
anos. Mude seus hábitos,
previna-se!
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ATESTADO
Confira o que é
notícia no HSC
Blumenau.
MEDIDA CERTA
Chocolate:
gostoso, e faz bem!
É muito difícil, muito difícil mesmo, encontrar pessoas que não gostem de chocolate.
Há as que gostam do chocolate ao leite, do meio amargo, e até as que gostam apenas do branco,
mas que não gostam de chocolate, essas são, sem dúvida, a menor parcela da população.
Por isso, a nutricionista Patrícia Formento separou alguns prós e contras dessa delícia. Confira.
PONTOS POSITIVOS
• Atua no antienvelhecimento e na prevenção de
doenças – Por ser rico em antioxidantes, o chocolate
auxilia no controle dos radicais livres, contribuindo para
o antienvelhecimento e na prevenção de diversas doenças, como o câncer.
• Estimula o raciocínio – Composto de massa de cacau, sacarose, manteiga de cacau, gordura, carboidratos, cálcio, ferro, potássio, cobre, manganês, magnésio,
vitaminas E, vitaminas do complexo B, cafeína, feniletiamina e teobromina, o chocolate funciona como estimulante, deixando a pessoa mais disposta, o que melhora
o raciocínio e a concentração.
• Aumenta os níveis de serotonina e endorfina –
A existência da feniletilamina no chocolate estimula a
produção de serotonina e endorfina, substâncias cerebrais que propiciam sensação de prazer e calma, associada à sensação de felicidade.
• Reduz os índices de doenças cardiovasculares –
Os flavonoides, um dos componentes encontrados no
cacau, são responsáveis por reduzir a taxa do colesterol ruim – LDL e ajudar a controlar os níveis de pressão
arterial, por isso, são bons aliados na proteção contra
doenças cardiovasculares. O chocolate amargo é mais
indicado para obter esse benefício, pois tem em sua
composição mais de 70% de cacau.
PONTOS NEGATIVOS
• Aumenta as chances de obesidade – Um grama
de chocolate tem em média seis calorias, ou seja,
uma barra de 100 gramas equivale a 600 calorias, o
que pode provocar o aumento descontrolado de
peso. Evite os chocolates brancos; eles possuem mais
calorias, e por serem feitos da manteiga do cacau e
não da massa do cacau não apresentam nenhum
ganho a saúde.
• Eleva os níveis do colesterol – Na medida certa, o
chocolate amargo pode reduzir os níveis do colesterol, porém, por apresentarem níveis mais elevados de
gordura saturada na sua composição, os chocolates
branco e ao leite, em excesso, podem aumentar os
níveis do colesterol total, LDL e triglicerídeos.
• Causa alterações gastrointestinais – Devido à alta
quantidade de gordura, açúcar e lactose, o consumo
exagerado de chocolate pode ocasionar distensão
abdominal e diarreia.
• Favorece a insônia e enxaqueca – Mesmo que em
pequena quantidade, o chocolate contém cafeína,
o que, dependendo da sensibilidade do organismo
estimula a irritação, insônia e enxaqueca.
5
EM PAUTA
Texto: Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
Termo de consentimento
informado, um direito
de todos
Embora pareça uma formalidade burocrática, o termo de consentimento informado,
um documento que deve ser assinado pelo
paciente ou seu responsável legal para a realização de qualquer procedimento dentro
dos Hospitais, é uma oportunidade única no
relacionamento médico-paciente.
De acordo com o supervisor médico do
Centro Cirúrgico do Hospital Santa Catarina de Blumenau, Dr. Décio Cavalet Soares
Abuchaim, esse documento deve conter, de
forma acessível, o nome da doença a ser tra-
6
tada, o procedimento proposto e suas possíveis consequências, respeitando sempre
o princípio do livre arbítrio e fornecendo os
esclarecimentos aos pacientes para juntos
decidirem o melhor tratamento.
Segundo Dr. Décio, o novo código de ética
médica considera que é dever do médico
informar, de forma clara, as principais limitações do tratamento proposto, suas possíveis complicações e sanar eventuais dúvidas
dos pacientes. “Ainda que em situações de
emergência, nas quais uma decisão crítica
tem que ser tomada em segundos, sem que
esse procedimento possa ser realizado, nas
cirurgias agendadas, as chamadas cirurgias
eletivas, o médico tem a obrigação de explicar com uma linguagem adequada às principais partes de um ato cirúrgico”, explicou.
Relacionamento
médico-paciente:
a melhor ferramenta
para evitar erros médicos
Apesar da grande exigência para que os hospitais tenham um conjunto padrão
de procedimentos para evitar erros cirúrgicos, como operar o lado errado do cérebro ou a perna esquerda ao invés da direita, eles continuam a acontecer e têm
sido divulgados frequentemente nos meios de comunicação.
Porém, reduzir erros cirúrgicos não é tarefa árdua. A maioria deles deve e pode
ser prevenida com medidas simples e sem alto-custo. Para isso, o Hospital Santa
Catarina de Blumenau implantou o projeto de lateralidade cirúrgica, como parte
do Programa Cirurgia Segura, que tem como principal objetivo evitar um possível
erro.
Para o supervisor médico do Centro Cirúrgico do Hospital Santa Catarina de Blumenau, Dr. Décio Cavalet Soares Abuchaim, apesar de simples, para ser efetivo
esse processo, há pontos fundamentais que precisam ser seguidos. “Os passos
principais devem ser realizados em conjunto, entre o médico e o paciente. O
paciente deve ser ativo, fornecendo informações, trazendo seus exames e tendo
sempre presente um familiar ou amigo que conheça o seu caso e o médico esclarecedor deve estar sempre à disposição do paciente para sanar suas dúvidas”,
explicou.
Só isso? Quase. Falta ainda, para que o procedimento seja de fato seguro, marcar
o lado onde a cirurgia deve ser realizada, como joelho esquerdo ou direito. Isso
deve ser feito antes de qualquer sedativo, para evitar esquecimento. De acordo
com Dr. Décio, o lado deve ser marcado com caneta apropriada, com um tipo
específico de sinal, para evitar más interpretações. “Medidas simples, sem tecnologia de alto-custo, que visam apenas o essencial, o relacionamento médicopaciente, mas que evitam danos irreparáveis” finalizou.
SERVIÇOS
Texto: Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
Cirurgias cada vez
menos invasivas e com
melhores resultados
Com o avanço da tecnologia, aquelas cirurgias abertas
com grandes incisões estão cada vez mais distantes da
nossa realidade. Veja o que mudou na área da saúde.
Notícias boas sempre são bem-vindas, sejam
elas quais forem. E a notícia boa da vez é que a
maioria das doenças relacionadas ao aparelho
urinário pode ser tratada por meio de procedimentos minimamente invasivos. Ou seja, com o
avanço da tecnologia, aquelas cirurgias abertas
com grandes incisões, e posteriormente grandes cicatrizes, estão cada vez mais distantes da
nossa realidade.
Isso é o oposto do que acontecia há muitos e
muitos anos, quando os cirurgiões, por assim
dizer, retiravam cálculos da bexiga com cortes
sem anestesia e, pasme, sem qualquer tipo de
técnica de limpeza. Não por menos, a grande
maioria dos pacientes morria, e os que sobreviviam retomavam suas vidas com grandes sequelas.
Na atualidade, essas histórias parecem até ficção, sobretudo com o aprimoramento técnico
e cirúrgico já disponível. Segundo o urologista
do Instituto Urológico de Blumenau e do Hospital Santa Catarina de Blumenau,
Dr. Sérgio Augusto Skrobot, nos dias de hoje, com as novas tecnologias, é possível retirar um cálculo ou tumor sem cortes e com uma recuperação muito rápida,
podendo retornar ao trabalho inclusive no dia seguinte. “Dispondo de grande
quantidade de materiais endoscópicos e laparoscópicos, podemos retirar, por
exemplo, todo e qualquer cálculo renal com uma incisão de no máximo 2cm”,
completou.
Qualificação:
um ingrediente indispensável
dentro da tecnologia
Se por um lado a tecnologia é a grande responsável
pelo nosso sedentarismo, por outro, ela tende a colaborar bastante com a nossa saúde, como aliada dos
médicos no diagnóstico e tratamento de muitas doenças. Contudo, a tecnologia por si só não basta. É preciso também de qualificação para lidar com os inúmeros
recursos. Só assim, segundo Dr. Sérgio, é que os infindáveis recursos oferecidos pela tecnologia podem ser
bem aproveitados. “Um bom resultado depende sempre de capacitação e boas ferramentas. É para isso que
estamos sempre trabalhando”, explicou o urologista.
É fato, a tecnologia abriu espaço para novas técnicas e tratamentos na área da
saúde. A retirada de um rim na sua totalidade ou apenas uma parte por laparoscopia, por exemplo, já é realizada de maneira rotineira em grandes centros
mundiais, e agora também no Hospital Santa Catarina de Blumenau.
De acordo com o Dr. Sérgio, já existem no HSC Blumenau procedimentos
minimamente invasivos para o tratamento de câncer, cálculo de vias urinárias,
infertilidade, incontinência urinária, como cirurgias a laser, endoscópicas, e
microscópicas. “Um tratamento menos invasivo, com maior efetividade e melhores resultados. Mínima invasibilidade cirúrgica e máxima resolução, é isso o
que oferecemos atualmente no Instituto Urológico do Hospital Santa Catarina”,
finalizou.
ENTREVISTA Fotos: Fabiane Moraes | Dr. Carlos Naconecy de Souza
HSC Blumenau
e sua nova
direção-clínica
Objetividade e renovação: as palavras-chaves
para 2013. Objetividade, uma forma simples
e segura de resolver as coisas. Renovação,
o espírito de recomeço. É assim que o novo
diretor-clínico do HSC Blumenau quer fazer
a diferença em seus dois anos de mandato.
Para falar disso e muito mais, a equipe de jornalismo da Revista Essência conversou com
Dr. Carlos Naconecy de Souza. Confira!
“ACEITEI ESTE DESAFIO
POR ACREDITAR E
DESEJAR QUE O HSC
BLUMENAU, JUNTAMENTE
COM OS COLEGAS
DO CORPO CLÍNICO,
MANTENHA O PRESTÍGIO
DE SER UM DOS
MELHORES HOSPITAIS
DO ESTADO.“
Quem é o Dr. Carlos Naconecy
de Souza nas diversas situações
do dia a dia?
Dr. Carlos -
Sou uma pessoa direta, objetiva e que gosta muito do que faz. Sou casado
com Rosinha, pai de Bruno, também médico,
e de Paula, arquiteta. Concluí meu curso de
Residência Médica em Otorrinolaringologia
em 1984, sendo que, após o término da especialidade, tive a oportunidade de realizar dois
estágios de especialização: um em Buenos
Aires, na Argentina, e outro em San Antônio,
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no Texas (EUA). Devo o meu ingresso ao convite do Dr. Edgar Arruda, na época chefe da
Otorrinolaringologia, e do Sr. Álvaro Schlup,
administrador do Hospital Santa Catarina de
Blumenau. Por ter uma maneira direta e objetiva de resolver meus problemas, me identifico muito com a especialidade que escolhi,
pois é assim que trabalho.
vas, principalmente na área da medicina. Não
são raras as vezes que recebo novos casos no
consultório, mesmo com os meus 31 anos de
formação. Há situações em que nunca vi nada
semelhante, por exemplo. Mas a verdade é
que estamos sempre aprendendo, dia após
dia.
De que forma o senhor encarou mais este desafio em sua
carreira?
Dr. Carlos - De forma desprendida, mas
com muita vontade de fazer uma gestão voltada a resultados e agregando valor a todas
as ações. Penso que administrar é simplificar,
ampliando a eficácia. Terei um olhar crítico
na minha própria gestão. Aceitei este desafio
por acreditar e desejar que o HSC Blumenau,
juntamente com os colegas do Corpo Clínico,
mantenha o prestígio de ser um dos melhores
hospitais do estado.
Há quanto tempo o senhor é médico do HSC Blumenau? E durante a sua carreira como otorrinolaringologista, quais foram e são os Quais as suas expectativas para o
cargo?
seus maiores desafios?
Dr. Carlos -
Iniciei meu trabalho em Blumenau no ano de 1988, e desde então os
desafios foram inúmeros, pois considero que
diariamente estamos aprendendo coisas no-
Dr. Carlos - Minha expectativa é conseguir
convergir o máximo das competências para o
objetivo comum, que é o de aprimorar nossos
processos, buscando estabelecer padrões mínimos de excelência em nossas ações. Espero
ENTREVISTA
“MINHA EXPECTATIVA É
CONSEGUIR CONVERGIR
O MÁXIMO DAS
COMPETÊNCIAS PARA O
OBJETIVO COMUM.“
contribuir para o fortalecimento e crescimento
científico do corpo clínico e para o engrandecimento do HSC Blumenau.
Para que os nossos leitores possam conhecer um pouco mais
sobre as competências do cargo,
quais atividades competem ao
diretor-clínico?
Dr. Carlos - O diretor-clínico é o representante legal e legítimo dos médicos que compõem o corpo clínico do HSC Blumenau. É a
ponte entre o corpo clínico e a administração
do hospital. Dentre as várias atribuições de
competência do diretor-clínico, as que considero mais relevantes são: promover a integração entre os médicos do Hospital e melhorar
a comunicação entre representantes dos médicos – conselheiros ou representantes das
diversas clínicas – e a administração do hospital. Pretendo, com isso, elevar os padrões de
desempenho do nosso hospital.
Para finalizar, como diretor-clínico, quais os projetos para 2013?
Existe algum que mereça destaque?
Dr. Carlos -
Pretendo atuar junto ao conselho médico e ao conselho de administração
como representante legítimo do corpo clínico, levando a esses órgãos seus pleitos e suas
sugestões. Servir de ponte entre as necessidades do corpo clínico e as diretrizes administrativas. Reformular o centro de estudos,
tornando-o mais ativo e importante para os
membros do corpo clínico. Por fim, criar um
cargo de gestor-médico e implementar o conceito de instituto por grupo de especialidades
afins.
CAPA por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
Mude seus hábitos:
previna-se
A ruptura do Aneurisma de Aorta Abdominal é a
terceira maior causa de morte súbita no mundo, sendo
mais frequente em homens a partir dos 60 anos.
Sabe aquelas recomendações médicas que estamos cansados de ouvir
e adiar por falta de tempo ou iniciativa? Sim, aquelas recomendações
como pratique exercícios físicos regularmente, mantenha uma alimentação balanceada, pare de fumar, faça exames de rotina...
Pois é, está mais do que na hora de começar a segui-las. Afinal, elas são
fundamentais não apenas para prevenir doenças, mas também para
controlar e amenizar os fatores de riscos de outras patologias graves.
Esse é o caso, por exemplo, do Aneurisma de Aorta Abdominal, uma
dilatação localizada na parede arterial, que afeta de 30 a 66 pessoas a
cada 1.000 habitantes, e que se não tratada pode levar à morte.
De acordo com o cirurgião vascular da Angioklinik, Dr. Patrick Candemil, a principal causa do Aneurisma de Aorta Abdominal é a aterosclerose, ou seja, o envelhecimento das artérias que, com o tempo, criam
um depósito de placas de ateroma na parede do vaso, o que pode
causar tanto a obstrução quanto a dilatação da artéria. “No caso do
aneurisma, especialmente, há um enfraquecimento da parede arterial,
que pode resultar na dilatação ou ruptura do vaso”, esclareceu.
Dr. Nilceu Gomes da Rocha Loures, angiologista da Angioklinik, explica ainda que o processo de aterosclerose é lento e pode afetar várias
artérias do corpo. “Além das causas genéticas, outros fatores de risco
como o fumo, a pressão alta, o diabetes, o sedentarismo e a dieta com
muita gordura colaboram para a formação de placas de ateroma”, disse o doutor.
Mas não é só isso. A idade, segundo o cirurgião vascular Dr. João Marcelo Rocha Loures também desempenha um importante papel no desenvolvimento dos aneurismas, principalmente para pessoas acima de
60 anos e do sexo masculino. “Cerca de 5% dos homens com mais de
60 anos desenvolverão um Aneurisma de Aorta Abdominal”, destacou.
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NORMAL
COMO IDENTIFICAR A DOENÇA?
Os aneurismas geralmente não apresentam sintomas, por isso,
a melhor forma de identificá-los, conforme o cirurgião vascular
Dr. Fabrício Zucco, é por meio de um exame clínico ou complementar. “Normalmente o Aneurisma da Aorta Abdominal é detectado no exame clínico de rotina, quando tem mais de cinco
centímetros de diâmetro. Quando não, exames como radiografia do abdômen, ultrassonografia, tomografia computadorizada,
ressonância magnética ou arteriografia vão confirmá-lo e possibilitar o planejamento do tratamento”, enfatizou.
Vale lembrar, porém, segundo Dr. Fabrício, que há casos nos
quais o paciente pode sentir uma pulsação no abdômen e, quando isso acontece, é necessário investigar. “Através de uma simples palpação do trajeto arterial, durante o exame clínico, já é
possível perceber se há alguma massa pulsátil e evidenciar sua
dilatação”, esclareceu o cirurgião vascular.
ANEURISMA DE
AORTA ABDOMINAL
Aneurisma de Aorta
Abdominal, uma
dilatação localizada
na parede arterial, que
afeta de 30 a 66 pessoas
a cada 1.000 habitantes,
e que se não tratada
pode levar à morte.
Normalmente
o Aneurisma da
Aorta Abdominal
é detectado no
exame clínico de
rotina
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CAPA por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
Tratamento:
tudo o que você
precisa saber
“Nem todo aneurisma deve ser tratado cirurgicamente. O tratamento depende do tamanho, da localização, da taxa de crescimento e da
saúde geral do paciente” é o que explica o também cirurgião vascular,
Dr. Jorge da Rocha Filho. Afinal, como em qualquer procedimento médico, a relação risco-benefício deve ser bem avaliada. Em geral, Aneurismas de Aorta Abdominal menores do que 4cm de diâmetro, sem
sintomas, podem ser acompanhados de perto com ultrassonografia ou
tomografia a cada 6 meses. “No acompanhamento clínico é importante não fumar, tratar a hipertensão e não fazer esforço físico grande que
implique no aumento da pressão dentro do abdômen”, destacou Dr.
Jorge.
Dr. Jean Carlo Muller, Angiologista da Angioklinik, destaca ainda que
a probabilidade de ruptura é proporcional ao tamanho do aneurisma.
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“Os aneurismas com dimensões maiores têm um risco mais elevado
de rompimento, ou seja, quanto maior o aneurisma maior a chance de
se romper, assim, considera-se que a partir de 5cm de diâmetro, todo
Aneurisma da Aorta Abdominal deve ser cirurgicamente tratado”, salientou.
No entanto, infelizmente, a maioria dos aneurismas cresce sem causar
sintomas e o paciente só descobre a lesão na aorta quando há o rompimento. Os sintomas de ruptura são: dor abdominal intensa e súbita
com irradiação para as costas, tonturas, pressão baixa, palidez, sudorese e síncope. “Ao sentir esses sintomas, procure imediatamente um
Pronto-Atendimento, pois o quadro pode evoluir para hemorragia interna”, alertou.
A CIRURGIA COMO A ÚNICA ALTERNATIVA
Segundo Dr. Patrick, quando a única solução é a cirurgia, existem basicamente duas formas de tratamento: a cirurgia convencional e a cirurgia endovascular, ambas feitas no Hospital Santa
Catarina de Blumenau, sendo que a última vem sendo realizada
há mais de 5 anos e com um índice de complicação muito baixo.
Na cirurgia convencional, há a necessidade de abertura do abdômen e de interrupção temporária do fluxo sanguíneo da aorta
para que a porção dilatada possa ser substituída por uma prótese de tecido, que é suturada no local. Nesse caso, há necessidade de anestesia geral, a recuperação é mais lenta e o tempo
de internação é maior. Há também risco de complicações em
órgãos e sistemas, como pulmões, intestino e rins. A mortalidade
varia de 4% a 10%. “A cirurgia convencional existe há décadas, e
ainda é um procedimento muito seguro”, completou.
Já o tratamento endovascular é relativamente novo. De acordo com o Dr. Fabrício o primeiro procedimento no mundo foi
feito em 1991. Desde então, o número não para de crescer e
os materiais disponíveis estão cada vez melhores. Nesse procedimento, ao invés de incisões grandes no abdômen, são feitas
pequenas incisões de 3 a 4cm na região da virilha e, por meio de
radioscopia, pela artéria femoral, é introduzido um cateter com
uma endoprótese, que segue fechada até o aneurisma. Lá a endoprótese é liberada, fixando-se por dentro da aorta, excluindo
o aneurisma da circulação e reforçando a parede enfraquecida.
Por ser menos invasivo que a cirurgia aberta, o procedimento
endovascular tem menor risco cirúrgico. Entretanto, não é isento
de complicações. O tempo de internação é menor e a recuperação mais rápida. O índice de mortalidade cai para 1% a 2%. “Por
se tratar de um procedimento relativamente novo, os resultados
a longo prazo ainda não são bem conhecidos. Podem ocorrer
vazamentos (endoleaks), que na maioria dos casos são tratados
também por técnica endovascular”, completou.
Na opinião do Dr. João Marcelo, os resultados do tratamento
endovascular estão diretamente ligados a uma adequada seleção de pacientes. “Na dúvida, em casos de aneurismas com
anatomia desfavorável, como colo curto ou muito angulado, artérias muito calcificadas, anguladas ou finas, não devemos forçar
a indicação, e sim optar pela cirurgia convencional”, ponderou.
NÃO ESPERE: CUIDE-SE
A melhor indicação é sempre prevenir.
Leve uma vida mais saudável. Esqueça a
velha desculpa e comece a se exercitar
pelo menos meia hora por dia. Tenha
uma dieta balanceada, abandone os vícios, faça consultas de rotina e aceite as
orientações do seu médico.
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tecnologia por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
Tecnologia: a solução
mais eficiente também nos
casos de aterosclerótica
Existem inúmeros problemas de saúde e a maioria
deles, para a nossa felicidade, é passível de tratamento.
Entenda o que é e como tratar a doença aterosclerótica.
Para começar, eis a questão: você sabe o que é a doença aterosclerótica? Ainda não? Saiba então
que a doença aterosclerótica é o estreitamento dos pequenos vasos sanguíneos que fornecem
sangue e oxigênio ao coração, também conhecida como doença cardíaca coronária (DCC).
De acordo com o cardiologista Dr. Charles Luiz Vieira, a doença é sistêmica, ou seja, acomete todo
o sistema cardiovascular, tendo uma incidência maior nas artérias das regiões cerebral, cardíaca
e renal. “Não podemos esquecer também o acometimento das artérias de membros inferiores
e mesentéricas (abdômen). A doença tem um acometimento menos frequente nas artérias dos
membros superiores”, completou.
Para o cardiologista Dr. Júlio Cesar Schulz, a base de aparecimento e evolução da doença é uma
só, independente do segmento do corpo onde apareça, os chamados fatores de risco. “Fumo,
hipertensão arterial, diabetes, estresse, sedentarismo, dieta inadequada, assim como fatores genéticos são os causadores da doença”, explicou.
Os sintomas da aterosclerose, segundo Dr. Charles, podem ser bastante evidentes em alguns
casos e não apresentar nenhum sintoma em outros. A dor no peito ou desconforto, porém, é o
sintoma mais comum da aterosclerose. “Você sente essa dor quando o coração não está recebendo sangue ou oxigênio suficientes. O grau da dor varia em cada pessoa”, explicou o cardiologista.
Investigação e tratamento
da aterosclerose
A investigação e tratamento da doença têm diversas etapas e caminhos.
Entre elas a consulta, o Eletrocardiograma, Teste Ergométrico, Exames
Laboratoriais, EcoStress, Cintilografia Miocárdica, Angiotomografia Coronariana. Porém, a etapa mais esclarecedora para diagnóstico até o
momento requer o caminho invasivo, que na maioria das vezes deve ser
a última opção.
Segundo o Dr. Charles, as informações adquiridas nesta etapa definem
o tratamento a ser realizado: se clínico, cirúrgico ou intervencionista. Então, pensando em amenizar cada vez mais os efeitos dos procedimentos invasivos utilizados na descoberta do diagnóstico, a CardioPrime e o
Hospital Santa Catarina de Blumenau instalaram recentemente, no setor
de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, o Bransist Safire HC9
Slender, da marca Shimadzu, o mais completo entre as marcas atuantes
no mercado.
Conforme Dr. Júlio, com o novo aparelho é possível investigar e tratar
invasivamente todo o sistema cardiovascular, do cérebro aos pés. “O
aparelho permite menor nível de radiação para o paciente, para o operador e toda a equipe técnica que trabalha em sala”, enfatizou.
Na opinião do Dr. Charles, os inúmeros recursos de movimentos que
Bransist Safire HC9 Slender faculta possibilitam uma redução significativa na dose de contraste a ser utilizada, assim como trabalhar com a
imagem em sala de procedimentos e na sala de comando/laudos. “O
único software de visualização em tempo real do stent (endoprótese)
implantado em angioplastia coronariana disponível no mercado”, enalteceu. Todos esses diferenciais fazem aumentar expressivamente o número de pacientes que podem ser tratados sem cirurgia, apenas através
de cateteres.
Além da aterosclerótica, há diversas doenças congênitas que podem
ser definidas e tratadas com a mesma tecnologia. “A liberação de órteses e próteses, por exemplo, é realizada em qualquer área do sistema
cardiovascular com o mais elevado nível de precisão, ou seja, um aparelho fantástico, que em nada perde para o que há de mais atualizado em
termos de qualidade internacional”, destacou Dr. Júlio.
17
ATESTADO
Hospital na busca
pela Acreditação ONA
Reforçando seu compromisso com a qualidade e a segurança, o HSC Blumenau iniciou em outubro de 2012 mais uma etapa importante na busca pela qualidade, a avaliação diagnóstica organizacional do Sistema Brasileiro de Acreditação – ONA.
De acordo com a supervisora da Qualidade, Fernanda Fritzen Kuchler, com o relatório do Diagnóstico Organizacional em mãos, o Hospital organizou-se em “times de trabalho”, que se debruçaram sobre os achados do relatório – pontos fortes, não conformidades e observações –,
buscando alternativas apropriadas para a adequação das práticas às exigências de cada subseção do Manual Brasileiro de Acreditação, versão 2010. “Somente após a conclusão e análise dos
planos de ação criados pelos times de trabalho é que será definida a data para Avaliação de
Acreditação”, explicou.
Organização Nacional de Acreditação
Centro de Ortopedia
será ampliado
HSC Blumenau
está de site novo
Começou em março deste ano a ampliação do Centro de Ortopedia
Blumenau (COB), que está localizado no complexo assistencial do HSC
Blumenau. O objetivo, de acordo com Genemir Raduenz, diretor de
operações, é oferecer aos clientes um ambiente cada vez mais confortável. “O número de atendimentos na especialidade de ortopedia
apresenta expressivo crescimento e a ampliação física tem como objetivo diminuir o tempo de espera desses atendimentos, bem como
oferecer maior conforto aos clientes”, ressaltou.
Você já visitou o novo site do HSC Blumenau? Ainda não? Então acesse
www.hsc.com.br e confira uma porção de novidades. Agora o site está
muito mais funcional. Por ele é possível encontrar os nomes e os telefones de médicos de diversas especialidades, bem como visitar virtualmente os principais ambientes do Hospital, além, é claro, de ter acesso
a tudo o que acontece na Instituição.
ARTIGO por Dr. Amaury Mielle Filho | Fotos: Banco de Imagens
Foto: Fabiane Moraes
Medidas simples
dentro de UTIs
podem reduzir
o tempo de
internação
A Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) é a Infecção Relacionada à Assistência à
Saúde (IRAS) mais comum em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Por isso, em decorrência da
elevada taxa de mortalidade hospitalar, a sua prevenção deve ser uma prioridade nas instituições
de cuidado à saúde. Além disso, a PAV representa também um marcador de qualidade importante
na assistência ao paciente, pois resulta em uma internação hospitalar mais prolongada, implicando
inclusive em custos adicionais significativos.
Nesse sentido, o Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde do Hospital
Santa Catarina de Blumenau (SCIRAS) procurou avaliar o impacto de uma medida adotada na
Instituição – elevação da cabeceira do leito do paciente – e relacionar com a diminuição da
incidência de infecção. Para isso, durante o período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012
foram coletados dados nos três turnos – de manhã, à tarde e à noite – pelo SCIRAS, através de
observação direta, com auxílio de instrumento de medição – angulômetro – e preenchimento
de planilha criada para essa finalidade. No início a análise foi efetuada quando ainda não se
tinha como norma a elevação da cabeceira para todos os pacientes, período compreendido
entre janeiro e março de 2010. Posteriormente, essa medida foi implantada, e a análise pode ser
avaliada de abril de 2010 a dezembro de 2012.
Os dados permitiram concluir que houve uma redução de 50% na incidência de infecção (de 8%
para 4%), ou seja, uma medida simples que possibilitou uma redução significativa na densidade
da Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica. Esses dados são correlatos com o que a literatura
vem demonstrando.
Colaboradoras: Caroline Batista e Caroline Lazzarini
§ Projetos Hospitalares;
BUCCO
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e Reformas de Estabelecimento
Assistêncial de Saúde;
§ Projetos Arquitetônicos;
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redução de
50%
na incidência de
infecção ASSOCIADA À
VENTILAÇÃO MECÂNICA.
(de 8% para 4%)
CRÔNICA por Dr. Cézar Zillig – [Neurocirurgião] | Fotos: Banco de Imagens
Mikosch e a Parenteses
Foto: Marion Rupp
Temos uma gatinha nascida lá em casa mesmo.
Por ser toda negra, pensamos que seria um
gato, razão pela qual ficamos com ela, doando
o resto da ninhada, que era malhada. Segundo
dizem, gatos com três cores são sempre gatas.
Ficamos com o suposto gato preto, embora
nossa simpatia fosse por outro filhote, o mais
amoroso e sociável dentre todos; o problema
eram as três cores que ostentava: branco e preto predominando e umas nesgas de amarelo,
denunciando então ser uma gata; não queríamos arruaças e lamúrias pelos telhados quan-
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do no cio. Tempos mais tarde, soubemos que
aquele malhadinho era um gato; e um gato
excepcional até acompanhando seu dono em
passeios pelas redondezas. Por outro lado, a
gatinha com que ficamos é das mais ariscas.
Gatos, animais, são como pessoas: não têm
dois com o mesmo cérebro, com o mesmo
“temperamento”. Mas esse não é o rumo que
esta crônica deve tomar; talvez numa outra
oportunidade.
Pois bem, não demorou muito para que correrias e miados terríveis nas madrugadas denunciassem o erro na escolha do sexo do felino.
(Alguém pode questionar: por que não olharam os “documentos” do bicho? Porque não
adianta! Só quem tem muita experiência neste
assunto é capaz de distinguir o sexo de um filhote de felino).
O resultado foi que nossa Mikosch, este é o
nome rebuscado que lhe demos, principiou
a ostentar um ventre cada vez mais abaulado,
até uma tarde em que se mostrou inquieta, soltando alguns miadinhos angustiados, verdadeiros gritinhos, sinal de que estava em trabalho de parto. Foi acondicionada numa cestinha
lá na lavação e recebeu agrados constantes,
principalmente quando demonstrava a chegada de uma cólica; mas estava tranquila, calma.
As cólicas foram se sucedendo cada vez mais
frequentes, até que nasceu um filhote. Nasceu
“lá atrás”, sem que a Mikosch demonstrasse
interesse algum. Continuou a olhar para nós e
para o vazio à espera da próxima cólica. Assim
ficamos até que o filhotinho emitiu um barulho,
um micro miado. Imediatamente a Mikosch
eriçou as orelhas e se virou para ver quem seria o intruso. Ao ver o filhote, se esforçou para
alcançá-lo e passou a lambê-lo e a emitir uns
miadinhos que mais pareciam arrulhos. Ficamos emocionados, enternecidos com a cena;
deu para ver, sentir, que foi naquele exato momento que a nossa Mikosch se transformou
numa mamãe.
Sucederam-se outros filhotes, recebidos todos
com vigorosas lambidas. Lambidas e arrulhos.
As lambidas libertavam os recém-nascidos dos
restos de membranas e das espessas secre-
ções. Tudo feito em meio aos tais murmúrios.
O significado de tais miados era evidente: carinho. Até a gente entendia que era carinho.
Membranas e placentas foram sendo devoradas com a maior naturalidade. A Mikosch,
embora mamãe de primeira viagem, parecia
ter sempre sabido que era assim que tinha que
agir. As instruções estavam bem claras em seus
genes.
Anos depois, lendo uma matéria sobre “Mentes Férteis” encontrei o seguinte: “Pais são os
primeiros e mais importantes instrutores do cérebro. Entre outras coisas, eles parecem ajudar
seus bebês a aprender, adotando um estilo de
fala rítmico, em tom agudo, conhecido como
“Parentese”. A psicóloga Anne Fernald da Universidade de Stanford, descobriu que, ao falar
com bebês, mães e pais de muitas culturas alteram seu padrão de voz sempre de uma mesma
maneira peculiar: ‘Eles aproximam suas faces
bem juntinho ao bebê e emitem pequenas
expressões falando de uma maneira melodiosa e incomum.’ A frequência cardíaca do bebê
aumenta ao escutarem uma parentese, mesmo
que seja feita numa língua estrangeira. E mais, a
parentese parece acelerar o processo de conexão das palavras com o objeto que ela indica.
Bebês de doze meses de idade, ao ouvirem em
parentese “olhe para a bola”, dirigem o olhar
corretamente para o objeto mais frequente que
o fazem receber essa instrução emitida na língua normal.
Observamos que, enquanto seus filhotinhos estiveram conosco, a Mikosch sempre emitia seus
murmurinhos ao lidar com eles. A parentese e
tantos outros comportamentos atávicos estão
muito bem gravados em nosso DNA. São daquelas coisas que simplesmente sabemos, sem
que tenhamos aprendido.
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