Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Mercado de Derivativos Conceituação e Estruturação OBJETIVOS UNIDADE #01 • definir derivativos; • indicar as aplicações práticas das operações com derivativos; • apontar as diferenças entre contratos a termo, contratos futuros, contratos de opções e contratos de swaps; • nomear os agentes participantes do mercado de derivativo e identificar suas características; • descrever uma operação a termo e apontar as deficiências do mercado a termo 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 2 1 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Mercado de Derivativos 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 3 Definindo Economia... De maneira simplificada, uma economia pode ser entendida como um sistema (ou outra forma de organização) em que um grande número de “agentes econômicos” (consumidores, empresas, governos, resto do mundo) interagem para atingir determinados objetivos. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 4 2 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Funcionamento da Economia: Modelo 1 Fluxo Monetário Bens e Serviços Fluxo Circular da Renda $$$ Insumos Mercado de Fatores Fluxo Físico Fluxo Monetário Fluxo Monetário Objetivo das firmas: Firmas Insumos Famílias Fluxo Físico Considerando as restrições (renda e preços) e os seus gostos/preferên cias, as famílias vão escolher uma “cesta de consumo que maximiza a utilidade/satisfa ção. Fluxo Físico Mercado de Produtos $$$ $$$ MAXIMIZAÇÃ O DO “BEMESTAR” Bens e Serviços Fluxo Monetário Fluxo Físico Objetivo das famílias: MAXIMIZAÇÃO DO LUCRO Considerando as restrições de mercado (preço de produtos e insumos), a tecnologia de produção disponível e a competição de outras firmas, a empresa procura maximizar o seu lucro. $$$ Para que esse sistema funcione adequadamente, existe a necessidade de “regulamentar” os diferentes mecanismos de interação entre os agentes econômicos. Em geral, isso é feito pela ação de governos via leis, normas, regras, sistema judiciário, polícia, etc. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 5 Definindo Mercado.... Então, para atingirem seus objetivos os agentes econômicos criam mercados, onde transacionam bens e serviços!!!!! É um ambiente físico e/ou virtual onde compradores e vendedores se encontram para transacionar MERCADO ativos reais (bens e serviços) ou ativos financeiros (moedas e títulos). Existem diversos tipos de mercados, que podem ser agrupados em: Mercado de Produtos – onde operam bens manufaturados ou serviços Mercado de Fatores – onde operam os fatores de produção 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 6 3 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Bens de Consumo e de Acumulação Se ao incorporarmos a esta Figura os processos de acumulação de capitais e dos fluxos de financiamento, teremos então dois novos componentes: • os bens destinados ao consumo e • os bens destinados à acumulação (poupança). Os recursos da poupança podem ser utilizados em atividades produtivas, utilizando os fatores de produção que podem aumentar mais ainda a renda. Estas utilizações produtivas chamamse investimentos, feitos diretamente ou através de intermediação financeira. Poupança Parcela da renda não consumida Em função dos seguintes fatores: Capacidade de poupar, desejo de poupar, oportunidade de poupar Podem gerar INVESTIMENTO Aplicação de recursos em algo lucrativo, aumentando o estoque de riqueza. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 7 Agentes Superavitários e Deficitários Então como a renda oferecida pelo sistema de produção NÃO é homogênea, e isso leva à existência de dois agentes econômicos: Agentes Superavitários – que têm excedente de renda, porque a renda é maior que o consumo, dispondo assim de poupança. Agentes Deficitários – que não dispõe de excedente de renda, porque o consumo é igual ou superior a renda, precisando de crédito para complementar suas necessidades de consumo. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 8 4 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 O Mercado Financeiro Financiamento Aplicações Poupança Financiamento Mercado Financeiro A atividade econômica real (produção, consumo e investimento) apresenta desfaces temporais em seus fluxos de recebimentos e pagamentos que geram aos players econômicos (consumidores, empresas e administração pública) excessos de liquidez (poupança) ou necessidade de liquidez a investir/financiar durante um período de tempo. Devido a isso, é necessária a existência de algum mecanismo que permita a transferência de recursos de unidades econômicas com superávit de liquidez a unidades econômicas com necessidades (déficit) liquidez. A existência de bens destinados à acumulação nos leva à necessidade de utilização dos intermediários financeiros. O mercado financeiro pode ser de dois tipos: com localização física ou sem localização física. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 9 O Mercado Financeiro É uma parte do mercado de fatores onde se faz um intercâmbio de ativos financeiros entre os agentes superavitários e deficitários e determinam-se os preços desses ativos. $$$$ Agentes Superavitários Agentes Deficitários Títulos Mercado Direto Agentes Superavitários $$$$ Títulos $$$$ Intermediários Títulos Agentes Deficitários Mercado Intermediado Por essa intermediação os bancos cobram do tomador do empréstimo (no caso as empresas) uma taxa - spread -, a título de remuneração, para cobrir seus custos operacionais e o risco da operação. Quanto maior for o risco de o banco não receber de volta o dinheiro, maior será a spread. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 10 5 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Como surgiu o Mercado Financeiro O mercado financeiro surge quando uma economia supera o estágio econômico do escambo e passa a realizar suas trocas através de uma unidade padrão de valor, a moeda. A utilização da moeda supera uma limitação importantes nas trocas num sistema de escambo: a necessidade de haver uma coincidência de necessidades inversas entre comprador e vendedor. Com o uso da moeda, não é preciso que a contraparte que possui aquilo que se quer adquirir necessite dos produtos que se tem a oferecer para uma troca. Pode-se, primeiro, trocar por moeda os produtos que se tem com aqueles que dele necessitam e, com moeda, adquirir de terceiros aquilo que se quer ou precisa. Além disso, podemos simplesmente nos abster de consumir e, assim, acumular riquezas Não iremos falar muito sobre isso. Sua estrutura, sistema financeiro, etc., podem ser vistos em : http://www.bertolo.pro.br/AdminFin/HTML/Mercado%20Financeiro.htm 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 11 Funcionamento da Economia: Modelo 2 Com a globalização da economia, a tendência tem sido de mudanças significativas em direção à abertura comercial e competição em nível internacional. Portanto, fenômenos que ocorrem no “resto do mundo” têm reflexos na economia doméstica.. Governo Serviços Públicos Firmas Impostos e Taxas Famílias $$$$$$$$$$$$$ Setor Privado Historicamente, as economias são organizadas “dentro de um país”. As transações entre agentes econômicos localizados em diferentes países são limitadas. Apesar do comércio internacional existir desde os tempos imemoriáveis, ele sempre foi sujeito ao controle dos governos (por causa de diversos objetivos: p.ex. “defender” os produtores domésticos). Assim no passado, a maior parte dos consumidores estavam limitados aos bens e serviços produzidos no país .Ex: “carroças” do Collor (defasagem tecnológica dos produtos brasileiros. Do lado da produção as firmas tinham mercados limitados (demanda doméstica, competição com outras firmas “nacionais”) Bens e Serviços Serviços Públicos Fluxo Circular da Renda Impostos e Taxas $$$$$$$$$$$$$ Bens e Serviços Governo Setor Privado Política Monetária Governo Investimento do Governo Política Fiscal 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 12 6 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Alternativas de sistema de governo EXTREMO LIBERAL (“Laisse-faire”): • Cada um por si • Lei do mais forte EXTREMO CONTROLE CENTRAL Governo monopolista dos meios de produção, decidindo a produção e o consumo O que Quando Onde Quanto Como Em geral, nos países democráticos, os governantes são eleitos para “em nome do povo” tomar decisões que maximizem o “bem-estar” da população: Educação Saúde Segurança Garantia de Contratos Aumento da produção e renda Aumento do emprego Estabilidade dos preços Desenvolvimento científico e tecnológico Defesa da concorrência Rede de seguridade social , etc. Para tanto, os governos fazem intervenções na economia. Estabelecem leis, normas, regras, etc. : Civil, Criminal, Econômico/Financeiro etc. Exercem Poder: Judiciário, Polícia, Econômico/Financeiro, Tributação, etc. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 13 Funcionamento da Economia: Modelo 3 Importações $$$$$$$$$$$$$ $ $ $ De Capitais Movimento Exportações $$$$$$$$$$$$$ Resto do Mundo Serviços Públicos Impostos e Taxas $$$$$$$$$$$$$ Bens e Serviços Governo Setor Privado 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 14 7 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Funcionamento da Economia: Modelo 4 Meio-ambiente Recursos Naturais Recursos Ambientais 24/05/2013 Resíduos Economia “...ciência que estuda a alocação de recursos escassos em fins alternativos”. Bertolo - Mercado de Derivativos 15 O MERCADO DE CAPITAIS O mercado de capitais faz parte do mercado financeiro. Nele, os recursos dos poupadores são destinados à promoção do desenvolvimento econômico de forma direta, isto é, de projetos e empresas. É no mercado de capitais que empresas que precisam de recursos conseguem financiamento, por meio da emissão de títulos, vendidos diretamente aos poupadores/investidores, sem intermediação bancária. Dessa forma, os investidores acabam emprestando o dinheiro de sua poupança a empresas, também sem a intermediação bancária. O surgimento do mercado de capitais ocorreu quando o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade produtiva, no sentido de garantir um fluxo de recursos nas condições adequadas em termos de prazos, custos e exigibilidades. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 16 8 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 MERCADO DE RENDA FIXA versus RENDA VARIÁVEL O repasse dos recursos de poupadores/investidores às empresas pode ser feito de duas formas : – Dívida: Os investidores compram títulos emitidos pelas empresas (obrigações) que precisam de dinheiro. Esses títulos dão aos investidores o direito de receber a quantia emprestada, mais juros previamente determinados. Os títulos são chamados de títulos de dívida e esse mercado é conhecido como mercado de renda fixa. – Ações: Também aqui os investidores compram títulos emitidos por empresas. Mas os títulos não garantem remuneração fixa aos investidores. A remuneração dos títulos são os dividendos parte do lucro que uma empresa de capital aberto distribui entre seus acionistas. Os investidores tornam-se sócios da empresa. Esses títulos são chamados ações e o mercado é conhecido como mercado de renda variável. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 17 DIFERENÇAS BÁSICAS Entre o mercado de capitais e o mercado financeiro tradicional existem duas diferenças básicas, que tornam o primeiro mais eficiente do que o segundo: 1. No mercado de capitais a captação de recursos por empresas é mais barata, pois não há necessidade do pagamento da spread aos bancos. 2. Para o investidor é vantajoso, pois ele pode desfazer-se do título a qualquer momento, o que não seria possível num empréstimo tradicional. Ou seja, se o investidor mudar de opinião quanto ao risco de investir em determinada empresa, pode vender os títulos no mercado. Essa liquidez (facilidade de compra e de venda) reduz o seu risco de perda. Assim, o mercado de capitais faz com que o repasse de recursos dos poupadores às empresas seja mais interessante para ambas as partes . 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 18 9 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 IMPORTÂNCIA DO MERCADO DE CAPITAIS O mercado de capitais é fundamental para o crescimento de um país, pois sem ele muitos projetos não conseguiriam sair do papel por falta de capital e financiamento. Muitas empresas perderiam sua competitividade e dificilmente conseguiriam desenvolver-se. Poucas sobreviveriam num ambiente sem a injeção de capital de investidores. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 19 MERCADO PRIMÁRIO x MERCADO SECUNDÁRIO • A colocação inicial dos títulos no mercado chamada de lançamento no mercado primário. Quando essa colocação é feita pela primeira vez, no caso de ações, por exemplo, dizse que a empresa está sendo listada em bolsa (em inglês, IPO- Initial Public Offering). • A negociação desses títulos após a oferta inicial é feita em mercados secundários específicos. No Brasil temos: • As Bolsas de Valores para as ações • A Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados) para os títulos de dívida das empresas. • O Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) para títulos públicos, 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 20 10 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 DIVISÕES DO MERCADO DE CAPITAIS Mercado de Renda Fixa Mercado de Renda Variável - Ações – Mercado de Renda Fixa - Tipos de Ações – SELIC/CETIP - Classes de Ações – Títulos Públicos - Direitos e Proventos – Títulos Privados - Negociação – Bolsa de Valores - Bovespa MERCADO DE CAPITAIS - C.V.M - ADR Mercado de Derivativos – Mercado de Derivativos – BM & F – Opções de Ações Mercado de Câmbio – Mercado de Câmbio no Brasil – Operações de Arbitragem – Estratégia de Opções Mercado de Fundos de Investimentos – Mercado a Termo - Fundos de Investimentos – Mercado de Futuros – Fundos de Renda Fixa – Mercado Futuro para Renda Fixa – Fundos de Renda Variável – Mercado Futuro para Moeda – Fundos de Previdência Privada – Mercado Futuro Agropecuários – Análise de Rentabilidade - SWAPS - Tributação de Fundos 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 21 Cenário Atual • Início da década de 1970 –Mudanças no contexto internacional –Câmbio mais livre (volátil) ($ era conversível • Crises do Petróleo e lastreado pelo ouro) –Governo/empresa: repensar (estratégia, mercado, produtos, ...) –Exposição a riscos inesperados (em virtude da volatilidade do • Comunicação / informática (revolução) câmbio) –Difícil e cara commodity barata (guerra pela TV) (As transações se tornaram rápidas. O mundo todo acompanha tudo on line: Atentado em BOSTON). • Empresas internacionais –Brasil beneficiado Milagre Econômico (abrindo fronteiras) –Anos 1980 Tigres Asiáticos (surge a Coréia e vão ganhando destaque) –2000’s China (previsão de superar os USA já... já....) • Década de 1980 –Maior concorrência (exemplo: carros do Japão e Coréia) • Mercado financeiro –Fortes mudanças (transferência de $$) –Taxas de juros mais voláteis (ferramenta de ajuste importante) –Capital sem pátria (insumos têm componentes importados) 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 22 11 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Cenário Atual – Mercado Financeiro • Mercado financeiro –Fortes mudanças (transferência de $$) –Taxas de juros mais voláteis (ferramenta de ajuste importante) –Capital sem pátria (insumos têm componentes importados) • Taxa de câmbio –Bretton Woods (1944 1971) (Regras FMI e Banco Mundial) –1971: Smithsonian Agreement • Dólar varia (preço do ouro) mas continua conversível ($ é referencia internacional. Brasil e China negociam com dólares) –1973: Novo acordo G7 (depois G10) –1979: European Monetary System (EMS) • Variação em bandas (ação dos BC’s) (risco forte da variação cambial gerenciar o risco no mercado financeiro) • BC’s não possuem controle de suas moedas –Taxa de câmbio oferta e demanda (mercado) • Mercado globalizado Presença grande $$ está –Fundos de Pensão viabilizar a redução do –Fundos Administrados • Longo prazo Paridade do Poder de Compra 24/05/2013 à disposição para risco Bertolo - Mercado de Derivativos 23 Prá quê estamos aqui? O curso é de Mercado de Derivativos 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 24 12 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Mercado de Derivativos - Papo Inicial Vamos explorar aqui um tipo peculiar de mercado, praticamente desconhecido para a maioria das pessoas: o mercado de derivativos. ? O que são derivativos? Para que servem os derivativos? Quais são as modalidades operacionais existentes? Como funcionam e como operá-las? Essas são algumas perguntas que levantamos neste momento e que esperamos que você construa as respostas à medida que for estudando. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 25 Mercado de Derivativos - Importância O fragmento de uma reportagem publicada no Estadão relata os prejuízos que empresas brasileiras sofreram em setembro de 2008 ao operarem com derivativos de dólar: Prejuízo com derivativos já é de US$ 30 bi Desde que [...] vieram a público confessar prejuízos gigantescos em operações com derivativos de câmbio, em setembro passado, o mercado tenta descobrir quem mais passou por esse problema e qual o impacto na economia do País. Fonte: PREJUÍZO com derivativos já é de US$ 30 bi. O Estado de São Paulo. São Paulo, 8 mar. 2009. Caderno Economia, B.4. Afinal, que erros essas empresas cometeram para amargarem prejuízos tão vultosos? Convidamos você a encontrar a resposta fazendo este curso. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 26 13 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Você sabia? No Brasil O mercado de futuros movimenta diariamente entre 70 e 200 bilhões de reais – muito mais do que o giro médio diário de 3 a 10 bilhões de reais do mercado de ações. No Mundo O notional (tamanho) de todo o mercado futuro mundial é de 1 quadrilhão e trezentos trilhões de dólares. Para efeito de comparação, o PIB mundial é de 60 trilhões de dólares e o notional do mercado acionário mundial é de 50 trilhões de dólares. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 27 O que vem por aí... • os contratos a termo; • os contratos de futuros; • os contratos de opções • os contratos de swap. Modalidades de Derivativos Visite o site BM&F BOVESPA S.A. Na Aula 1, apresentaremos, a você, uma visão geral (overview) do mercado de derivativos, com a finalidade de que você se aproprie de conceitos básicos para a compreensão das diversas operações que podem ser estruturadas. Nesta aula, você aprenderá que há 4 modalidades de derivativos negociados em nosso país, quais sejam: A seguir, na parte II da Aula 1, abordaremos um exemplo de uma operação no mercado a termo, passo inicial para ingressarmos no estudo do mercado de futuros. Nas Aulas 2 e 3, prosseguiremos avançando sobre o mercado de futuros, no qual nos deteremos sobre suas características e funcionalidades. Serão estruradas operações no mercado e serão feitas simulações, como por exemplo o estudo de futuros de dólar comercial. Há vários contratos futuros negociados no país, porém, nos detivemos apenas no futuro de dólar devido à relevância que as operações com este derivativo assumem no contexto de uma economia brasileira aberta ao capital financeiro internacional. Nas Aulas 4, 5 e 6, abordaremos os contratos de opções, conceitos, estratégias e simulações. Os contratos de swap serão estudados na Aula 7. Na Aula 8, faremos várias estratégias com futuros, opções e swaps na planilha excel. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 28 14 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 O que são Derivativos? Ilustrações Imagine esta situação: SITUAÇÃO I Antônio tem um carro e deseja se desfazer desse carro. Por outro lado, a Bárbara se interessa na aquisição do carro do Antônio. Logo, em vias normais, o Antônio definiria o preço do carro, a Bárbara faria a aquisição do mesmo, pagando por isto e recebendo o carro. Dessa forma, teríamos o Antônio entregando o carro para a Bárbara e recebendo os recursos pedidos na venda do bem. Vamos supor que o preço do carro seja R$15.000,00. Sendo essa hipótese verdadeira, o Antônio entrega seu carro para a Bárbara e recebe da mesma a quantia de R$ 15.000,00. Questões A Bárbara é que agente econômico nesta transação? Compradora (foi a mercado trocar $$ por um bem, carro) Antonio é que agente econômico nesta transação? Vendedor (foi a mercado trocar um bem, carro, por $$$). Houve um fluxo monetário entre as partes? De quem para quem? Houve um fluxo de bens (mercadorias) entre as partes? De quem para quem? 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 29 SITUAÇÃO II O que são Derivativos? Ilustrações Antônio deseja vender o carro, mas só aceita entregá-lo em uma data futura, suponhamos 10 de junho próximo. Dessa forma, o Antônio firma um contrato (compromisso) com a Bárbara onde Antonio é o vendedor do carro e Bárbara é a compradora do carro pelo preço acertado de R$ 15.000,00 para entrega no dia 10 de junho próximo. Observe que agora não houve nenhum fluxo de caixa inicial, ou seja, não houve pagamento algum, apenas os dois se comprometeram a comprar ou vender um determinando produto numa data futura (10 de junho), por um determinado preço fixado previamente (hoje). É interessante ressaltarmos que pelo fato de não ter havido nenhum fluxo de caixa na data zero, não há a necessidade de que a Bárbara tenha os recursos necessários para a aquisição do carro. Ela pode sair procurando um empréstimo (financiamento). Questões O que poderá acontecer neste caso? Na data futura (10 de junho) alguma das partes não cumprir o contrato. E se Antonio “bater” o carro? O contrato é para se proteger de vários riscos. Por que Bárbara e Antonio celebram um contrato? Para garantir o preço, garantir a entrega dentro das especificações, etc. O contrato celebrado entre a Bárbara e Antonio é o objeto transacionado? Não, ele é um documento que se originou do bem (ativo) carro. Este agora será chamado de ativo-objeto e o contrato de DERIVATIVO. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 30 15 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Sobre a Entrega do Ativo-Objeto Voltemos à negociação do carro entre Antonio e Bárbara. Na data combinada (10 de junho) o carro poderá estar custando um valor diferente do combinado, R$ 15.000,00. Pode ser que o preço suba para R$ 16.000,00 ou caia para R$ 14.000,00, ou qualquer outro valor possível para este carro, dado que poderá haver uma variação no preço de qualquer ativo ao longo do tempo. Mesmo com o carro custando um valor diferente do combinado, os dois agentes econômicos terão obrigação entregar/receber o ativoobjeto pelo preço previamente acordado, ou seja, R$ 15.000,00. SEMPRE HAVERÁ NECESSIDADE DE ENTREGA DO BEM (Ativo-Objeto)? No contrato (derivativo), poderá haver uma cláusula estabelecendo a NÃO obrigatoriedade da entrega/recebimento do ativo-objeto e a liquidação deverá ser feita financeiramente. Assim: Se o preço do carro no mercado a vista no vencimento do contrato estiver valendo mais, por exemplo R$ 16.000,00, o Antonio poderia vender o carro para outro por R$16.000,00, entregar R$ 1.000,00 para Bárbara, e fica com R$ 15.000,00 como se comprometera no contrato. Aqui Antonio deixou de ganhar e a Bárbara continua podendo adquirir o carro. Se o preço do carro no mercado a vista no vencimento do contrato estiver valendo menos, por exemplo R$ 14.000,00, a Bárbara compra o carro de outro por R$ 14.000,00, entrega R$ 1.000,00 para Antonio e ficará com o carro no valor de R$ 15.000,00 como se comprometera no contrato. Aqui Bárbara deixou de ganhar com a queda de preço e Antonio ficou com o carro no valor de R$ 14.000,00 (preço de mercado) + R$ 1.000,00 recebidos da Bárbara, ou seja, R$ 15.000,00. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 31 Sobre a Entrega do Ativo-Objeto A importância de um terceiro na negociação! Veja que com a entrada do terceiro na transação no momento do vencimento, eliminou a entrega combinada no contrato. O acerto foi feito pelas diferenças financeiras entre Bárbara e Antonio. Isso é bom, pois o Antonio poderá ficar com o carro que tanto gosta, mesmo o tendo vendido à Bárbara e, esta poderá procurar outro de acordo com os seus gostos pessoais (cor, etc.). A NÃO entrega da mercadoria permite que a agência de veículos usados continue vendendo no mercado. Entretanto nada impede que Bárbara tivesse interesse em ter, realmente, o carro do Antonio, mas para isso, deveria fazer constar em contrato que o bem deveria ter liquidação física e não apenas financeira. É importante realçar que uma parcela bastante pequena dos contratos derivativos negociados no Brasil possui liquidação física, a grande maioria possui apenas liquidação financeira. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 32 16 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Prá Quê Serviu o Contrato? Para os agentes se protegerem das oscilações de preços. É claro que Antonio se protegeu da queda de preços e Bárbara se protegeu da alta do preço. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 33 Coisa Maravilhosa 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 34 17 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 O que são Derivativos? Ilustrações Outra ilustração: Um produtor de soja já plantou, não vendeu antecipado (como sempre!!!) e está preocupado com possíveis quedas no preço do produto. O que fazer para se proteger? Uma empresa que precisa da soja como insumo está preocupada com possíveis altas no preço do produto. O que fazer para se proteger? Defrontamos com inúmeras situações semelhantes nos diversos setores da economia. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 35 O que são Derivativos? Não há uma única definição de derivativos. Derivativos Instrumentos financeiros cujo preço de mercado deriva (daí o nome) do preço de mercado de um bem ou de outro instrumento financeiro. (Dicionário de Derivativos, José Evaristo dos Santos. Editora Atlas, 1998). Adotada!!! 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 36 18 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 O que são Derivativos? Exemplos o mercado futuro de petróleo é uma modalidade de derivativo cujo preço depende dos negócios realizados no mercado a vista (spot) de petróleo, seu instrumento de referência. O contrato futuro de dólar deriva do dólar a vista; O contrato futuro de café, deriva do café a vista; As opções de ações da Petrobrás, deriva das ações a vista da Petrobrás, Um swap de taxas de juros pré e pós fixadas de uma aplicação financeira, deriva da aplicação financeira. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 37 O que são Commodities? Commodity (plural: Commodities) Produtos básicos industrialização homogêneas. com pouco ou nenhum grau de e que possuem características As principais commodities são: petróleo, produtos agrícolas (café, soja, açúcar), minérios (cobre, aço, ouro). 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 38 19 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Derivativos: Princípio Básico 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 39 Conclusões da Definição • Se a formação de preços no mercado de derivativos está sujeita à variação de preços de outros ativos no mercado à vista (spot), os derivativos não são a causa, mas o efeito, pois derivam desses mercados. • Os derivativos representam a forma de negociar a oscilação de preços dos ativos, sem haver, necessariamente, a negociação física do bem ou da mercadoria. Embora haja muita discussão sobre a questão da especulação com derivativos, o que se pode afirmar é que sua utilização aumenta a velocidade com que os agentes de mercado trocam de posição, ou seja, migram do ativo A para o ativo B, sem ter de se desfazer do ativo A. As posições especulativas com derivativos, principalmente aquelas que apresentam baixa liquidez, devem ser muito bem geridas por seus administradores. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 40 20 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 As Origens e História dos Derivativos A Lição de Anatomia do Dr. Tulp (1632) Rembrandt H. Van Rijn (1606-1669) 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 41 As Origens e História dos Derivativos No site você encontra uma breve história dos DERIVATIVOS. Leia acompanhado (a) de sua (seu) amada (o). Arroz no Japão – O mercado de arroz de Yodoya, em Osaka, Japão, é um dos primeiros exemplos de operações com futuros. Tulipas na Holanda - Na Holanda, houve grande interesse por bulbos de tulipas, a partir de 1630. No início de 1600, em Amsterdam, já se subscreviam opções sobre bulbos de tulipas e em Londres faziam-se contratos a prazo na Royal Exchange desde 1630 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 42 21 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Tipos de Mercados Derivativos São quatro tipos: Mercado a Termo, Mercado de Futuros, Mercado de Opções e Mercado de Swap. MERCADO A TERMO Como comprador ou vendedor do contrato a termo, você se compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixado, ainda na data de realização do negócio, para liquidação em data futura. Os contratos a termo somente são liquidados integralmente no vencimento. Podem ser negociados em bolsa e no mercado de balcão (OTC = Out The Conter). EXEMPLO BREVE MERCADO DE FUTUROS Deve-se entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo. Você se compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço estipulado para a liquidação em data futura. A definição é semelhante, tendo como principal diferença a liquidação de seus compromissos somente na data de vencimento, no caso do mercado a termo. Já no mercado futuro, os compromissos são ajustados financeiramente às expectativas do mercado referentes ao preço futuro daquele bem, por meio do ajuste diário (mecanismo que apura perdas e ganhos). Além disso, os contratos futuros são negociados somente em bolsas. EXEMPLO BREVE 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 43 Tipos de Mercados Derivativos cont... MERCADO DE OPÇÕES No mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixo numa data futura. Quem adquirir o direito deve pagar um prêmio ao vendedor tal como num acordo de seguro. EXEMPLO BREVE MERCADO DE SWAP No mercado de swap, negocia-se a troca de rentabilidade entre dois bens (mercadorias ou ativos financeiros). Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, entre duas partes, que estabelecem a troca de fluxo de caixa tendo como base a comparação da rentabilidade entre dois bens. Por exemplo: swap de ouro x taxa prefixada. Se, no vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior à taxa prefixada negociada entre as partes, receberá a diferença a parte que comprou taxa prefixada e vendeu ouro. Se a rentabilidade do ouro for superior à taxa prefixada, receberá a diferença a parte que comprou ouro e vendeu taxa prefixada. Você deve observar que a operação de swap é muito semelhante à operação a termo, uma vez que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento. EXEMPLO BREVE 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 44 22 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Quais são os tipos de Derivativos? Contrato a Termo Contrato Futuro Contrato de Opções Contrato de Swaps 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 45 Vídeo 1 Derivativos 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 46 23 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Vídeo 2 Derivativos Agrícolas 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 47 Vídeo 3 Derivativos Financeiros 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 48 24 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Vídeo 4 Mercado de Opções 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 49 Sugestão de Leitura Ed. Sextante. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 50 25 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Para que servem os Derivativos? Os derivativos são instrumentos financeiros que permitem aos agentes econômicos se protegerem de oscilações adversas de preços, taxas de juros, variações cambiais, “enfim, qualquer variação que possa vir a afetar seus fluxos de caixa futuros e/ou o valor presente de seus ativos.” (GALDI; LOPES; 2007, p. 401). Hedging - É uma operação de proteção contra o risco de preços, Exemplos de câmbio ou de juros. • Uma empresa exportadora pode se proteger de uma queda da taxa de câmbio comprando contratos futuros de dólar. • Um frigorífico pode se proteger de uma alta dos preços da arroba do boi comprando contratos futuros de boi gordo. • Uma empresa que tem dívidas indexadas à taxa de juros CDI pode se precaver de uma alta da taxa de juros comprando contratos futuros de taxas de juros DI de um dia. Assim, a finalidade básica de uma operação com derivativos é obter um ganho financeiro que compense uma perda decorrente de oscilações nos preços de matérias-primas, na taxa de câmbio, na taxa de juros, etc. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 51 Para que servem os Derivativos? Alavancagem: - Diz-se que os derivativos têm grande poder de alavancagem, Exemplos já que a negociação com esses instrumentos exige menos capital do que a compra do ativo a vista. Assim, ao adicionar posições de derivativos a seus investimentos, você pode aumentar a rentabilidade total destes a um custo mais barato. 24/05/2013 Extensão - 2013 • xxxxxxxxx. • yyyyyyyyy. • zzzzzzzzzzz. Bertolo - Mercado de Derivativos 52 26 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Finalidades dos Derivativos cont... Especulação: Tomar uma posição no mercado futuro ou de opções sem uma posição correspondente no mercado a vista. Nesse caso, o objetivo é operar a tendência de preços do mercado. Os especuladores Arbitragem: Tirar proveito da diferença de preços de um mesmo produto/ativo negociado em mercados diferentes. O objetivo é aproveitar as discrepâncias no processo de formação de preços dos diversos ativos e mercadorias e entre vencimentos. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 53 Classificação dos Derivativos No Brasil, são negociados derivativos de duas naturezas: derivativos financeiros e derivativos não financeiros. Derivativos financeiros são aqueles relacionados a moedas, taxas de juros e índices de bolsas. Derivativos agropecuários são os relacionados a commodities, como café, soja, boi gordo e álcool. Derivativos de energia e climáticos são os relacionados a energia elétrica, gás natural, créditos de carbono. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 54 27 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Derivativos Financeiros Os derivativos financeiros servem para que pessoas e empresas se protejam do risco de oscilações da taxa de câmbio, da taxa de juros e de índices, entre outros. São exemplos de derivativos financeiros: os contratos futuros de taxa de câmbio de reais por dólar comercial; os contratos futuros DI de um dia; os contratos futuros de Ibovespa; as opções de compra e de venda de ações. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 55 Derivativos Não Financeiros Os derivativos agropecuários são usados por pessoas e empresas que desejam se proteger do risco de preços de seus produtos e de matériasprimas. São exemplos de derivativos não-financeiros (agropecuários): os contratos futuros de boi gordo denominado em reais; os contratos futuros de etanol denominado em dólares dos Estados Unidos da América ; os contratos de opção de compra sobre futuro de boi gordo denominado em reais ; contrato futuro de café arábica. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 56 28 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Onde são negociados os derivativos? No Brasil, os derivativos são negociados em bolsa e no mercado de balcão. Em Bolsa, os derivativos são negociados na BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros, entidade criada em 2008 mediante a integração da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) com a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). Na BM&FBOVESPA, existem dois segmentos: o segmento BOVESPA, que representa os mercados de ações, derivativos de ações e renda fixa, e o segmento BM&F, que compreende os mercados de derivativos financeiros e agropecuários. Os contratos negociados em Bolsa são padronizados para facilitar as operações, o que proporciona maior liquidez a esses contratos. No Mercado de Balcão, também chamado de Out The Counter (OTC), a negociação é feita entre uma instituição financeira e um cliente. Os contratos são mais flexíveis, de modo a atender às necessidades de cada investidor, porém, são mais caros devido ao maior risco de crédito e apresentam menor liquidez. Agropecuários - Nesta curso, enfocamos as operações com derivativos que acontecem no segmento BM&F da BM&FBOVESPA S.A.. Salvo aviso contrário, quando mencionarmos a palavra Bolsa, estaremos nos referindo ao segmento BM&F. Extensão - 2013 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 57 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 58 29 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Historico das Bolsas • A palavra Bolsa, no seu sentido comercial e financeiro, nasceu em Bruges (Bélgica), onde se realizavam assembléias de comerciantes na casa de um senhor chamado Van der Burse. Ali se tornou um centro de negociação. • A Burse de Paris foi implantada por Luis VII em 1141, sendo regulamentada em 1304. • Em 1698 foi fundada a Bolsa de Fundos Públicos de Londres, já negociando títulos de seguradoras. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 59 Historico das Bolsas no Brasil • Disposições sobre o ofício de corretor já apareciam na legislação a partir do século XVIII. • Em 1876 foi decretada a cotação de títulos em pregão. Tornando-se uma obrigação e o governo cobrando tributos. • No ano seguinte houve a regulamentação do pregão, considerada o marco inicial do funcionamento da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. • A regulamentação não provocou modificações imediatas no movimento da Bolsa. Apenas em 1878 surgiu maior confiança no mercado, provocando aumento de 530% nas transações e de mais de 100% no número de companhias com títulos na Bolsa. • Encilhamento – grande especulação na bolsa (virou jóquei), muito calote. Encilhamento vem de selar o cavalo!! • Características atuais: reformas iniciadas em 1964. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 60 30 Bertolo - Mercado de Derivativos Extensão - 2013 24/05/2013 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 61 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 62 31 Bertolo - Mercado de Derivativos Extensão - 2013 24/05/2013 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 63 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 64 32 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 65 Agentes Participantes do Mercado Derivativo ESPECU LADOR O especulador é o agente que opera com derivativos com a finalidade de obter um ganho com a compra e a venda de derivativos. A participação desse agente é importante, pois é ele quem assume riscos e garante liquidez ao mercado. O arbitrador é o agente que opera em mais de um mercado simultaneamente, tirando proveito das distorções de preços dos derivativos, a fim de obter lucro sem risco.Geralmente, o arbitrador usa dois ou mais instrumentos financeiros para realizar suas operações. 24/05/2013 Extensão - 2013 O hedger é o agente que procura o mercado com o intuito de se proteger contra variações adversas de preços. O hedger usa principalmente os contratos futuros, os contratos a termo, os contratos de opções e os contratos de swaps como instrumento de proteção. Em uma operação de hedge, os riscos com a operação de derivativos diminuem, pois, normalmente, há um outro ativo (objeto do hedge) que têm alterações de preço contrárias às do derivativo (GALDI; LOPES; 2007, p. 401). ARBITRA DOR HEDGER No mercado de derivativos atuam basicamente três agentes (players): o hedger, o especulador e o arbitrador. Bertolo - Mercado de Derivativos 66 33 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Participantes do Mercado de Derivativos Hedger O objetivo do hedger é proteger-se contra a oscilação de preços. A principal preocupação não é obter lucro em derivativos, mas garantir o preço de compra ou de venda de determinada mercadoria em data futura e eliminar o risco de variações adversas de preço. EXEMPLOS: - o produtor agrícola que participa do mercado futuro para travar o preço de venda e não correr o risco de queda acentuada de preços; - o importador que tem passivo em dólares, compra contratos cambiais no mercado futuro porque teme alta acentuada da cotação dessa moeda na época em que precisar comprar dólares no mercado a vista. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 67 Participantes do Mercado de Derivativos cont... Arbitrador O arbitrador é o participante que tem como meta o lucro, mas não assume nenhum risco. Sua atividade consiste em buscar distorções de preços entre mercados e tirar proveito dessa diferença ou da expectativa futura dessa diferença. Comprar no mercado a vista (spot) e vender no mercado futuro é uma forma de arbitragem. Aqui se ganha quando houver alta de preços. Comprar um ativo no mercado futuro e vendê-lo no mercado à vista é outra operação de arbitragem que permite fazer caixa. A estratégia do arbitrador é comprar no mercado em que o preço está mais barato e vender no mercado em que está mais caro, lucrando um diferencial de compra e venda completamente imune a riscos, porque sabe exatamente por quanto irá comprar e vender. É importante notar que, à medida que os arbitradores compram no mercado A e vendem no B, aumentam a procura no mercado A (e, consequentemente, os preços) e a oferta no mercado B (causando, consequentemente, queda de preços). Em determinado momento, os dois preços tendem a equilibrar-se no preço intermediário entre os dois preços iniciais. O arbitrador acaba agindo exatamente como um árbitro, por acabar com as distorções de preços entre mercados diferentes. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 68 34 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Participantes do Mercado de Derivativos cont... Especulador O especulador é um participante cujo propósito básico é obter lucro. Diferentemente dos hedgers, os especuladores não têm nenhuma negociação no mercado físico que necessite de proteção. Sua atuação consiste na compra e na venda de contratos futuros apenas para ganhar o diferencial entre o preço de compra e o de venda, não tendo nenhum interesse pelo ativo-objeto. Geralmente são propensos ao risco. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 69 Um pouco mais sobre Especuladores O conceito de especulador tem recebido conotação muito depreciativa, talvez devido ao fato de o participante visar apenas o lucro. Todavia, a presença do especulador é fundamental no mercado futuro, pois é o único que toma riscos e assim viabiliza a outra ponta da operação do hedger, fornecendo liquidez ao mercado. Quando os hedgers entram no mercado futuro, não estão propriamente eliminando o risco de variações adversas de preços e, sim, transferindo esse risco a outro participante. Como já foi demonstrado, o arbitrador também não assume riscos. O único participante que assume risco é o especulador, que entra no mercado arriscando seu capital em busca de lucro. Dessa forma, o fato de os especuladores abrirem e encerrarem suas posições a todo momento faz com que o volume negociado aumente, trazendo liquidez para o mercado. Como as posições assumidas pelos especuladores são muito arriscadas e eles não precisam do ativo-objeto, não costumam permanecer por muito tempo no mercado e dificilmente carregam suas posições até a data de liquidação do contrato. A operação de especulação mais conhecida é a day trade, que consiste na abertura e no encerramento da posição no mesmo dia. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 70 35 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Ode à Vida. Ode à vida 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 71 Mercado a Termo 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 72 36 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Ilustração do Mercado a Termo (Forward) Vamos ilustrar o funcionamento do mercado a termo contando uma pequena estória. Estamos no mês de outubro de 2013, mês de plantio do milho, cereal muito usado na fabricação de rações. Sr. Natal é um produtor de milho e Sr. Augusto é proprietário de uma pequena fábrica de rações que usa o milho como matéria-prima. Ambos são agentes econômicos tão pequenos no mercado que não dispõem de poder suficiente para interferir nos preços dos produtos que comercializam. Em outubro, Natal e Augusto estão preocupados com o preço que a saca de milho alcançará no final da colheita, prevista para março do ano seguinte. De um lado, Natal não tem qualquer garantia do preço que receberá pela venda do seu produto na época da colheita, porque poderá ocorrer uma safra recorde, devido a ocorrência de condições climáticas favoráveis, ou uma quebra de safra motivada, por exemplo, pela ocorrência de uma praga. Assim, duas situações são possíveis quanto ao preço futuro do milho: se a safra for recorde, haverá excesso de oferta e, por conseguinte, uma forte queda no preço de venda. Em consequência, a margem de lucro que Paulo conseguirá na venda do seu produto diminuirá. Pode até acontecer de o preço de venda do milho cair até ao ponto de ser insuficiente para cobrir os custos de produção; se a safra quebrar, haverá escassez de milho no mercado com a consequente alta de preços. Em conseqüência, Paulo conseguirá vender sua produção a um preço mais elevado do que esperava. De outra parte, Augusto também não sabe a que preço poderá vender, no final da safra, a ração que fabrica, pois, na hipótese de uma quebra de safra, o preço da sua matéria-prima ― o milho― poderá se elevar bastante e atingir um nível tal que comprometa sua atividade. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 73 Ilustração do Mercado a Termo (Forward) cont... O risco de cada parte Observe que, neste exemplo, tanto o produtor de milho está correndo o risco de uma expressiva queda nos preços do seu produto quanto o fabricante de rações corre o risco de uma acentuada alta no preço de sua matéria-prima no final da safra. Uberlândia (MG) 24/05/2013 Extensão - 2013 Cascavel (PR) Rio Verde (GO) Paranaguá (PR) Bertolo - Mercado de Derivativos 74 37 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Ilustração do Mercado a Termo (Forward) cont... ? Como os dois agentes poderiam se proteger contra as variações adversas do preço do milho? Em outubro de 2013, Natal e Augusto poderiam se encontrar e acertar um preço para março de 2014. Esse preço seria tal que garantisse a Natal cobrir seus custos de produção e a obtenção de uma margem de lucro e a Augusto um preço que possa pagar sem comprometer seus custos de produção e a não realizar um prejuízo. Digamos que esse preço fosse R$ 21,30 por saca de 60 kg. Para formalizar o negócio, Natal e Augusto celebram um contrato a termo. Nesse contrato, ambos especificam o produto e quantidade que desejam transacionar; combinam o preço e estabelecem uma data de entrega, que coincide com a data de pagamento. Suponhamos que nesse contrato Natal se comprometa a entregar a Augusto a saca de milho de 60 kg no final da safra, em março de 2014, a R$ 21,30, e Augusto se comprometa comprar de Natal a saca de milho de 60 kg no final da safra a R$ 21,30. Dessa forma, qualquer que seja a cotação do milho Aconteça o estabelecida no mercado à vista, no período de safra, Paulo e que acontecer Antonio terão seus preços de venda e de compra fixados a R$ 21,30 por saca. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 75 Ilustração do Mercado a Termo (Forward) cont... ? Quais os resultados da operação? Tudo depende do volume de milho que chegar ao mercado. Hipótese de uma safra recorde e queda dos preços Suponhamos que, ao final da safra, o preço do milho, no mercado à vista, esteja cotado a R$ 19,00/saca. Nessa hipótese, a operação de proteção empreendida por Natal foi bem sucedida: ele conseguirá vender sua produção a Augusto a R$ 21,30/saca. Augusto pagará um preço mais alto que o preço de mercado, todavia ainda é um preço que não compromete a lucratividade de seu negócio. Hipótese de uma quebra de safra e aumento dos preços Suponhamos que, no final da safra, o preço do milho, no mercado à vista, esteja cotado a R$ 25,00. Nesse caso, a operação de proteção realizada por Augusto foi bem sucedida: ele comprará de Natal a saca de milho por R$ 21,30, valor 14,8% menor que o preço de mercado. Natal venderá sua produção a Augusto a um preço inferior ao preço à vista, mas ainda suficiente para pagar seus custos de produção e garantir o seu lucro. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 76 38 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Ilustração do Mercado a Termo (Forward) cont... Conclusões da História – Final Feliz!!! Ambos os personagens de nossa história, Natal e Augusto, conseguiram se proteger do risco de preços. Tanto na hipótese de alta quanto na hipótese de queda de preços, um resultado negativo no mercado a termo não deve ser considerado prejuízo, mas sim como um valor que deixou de ser ganho. Natal e Augusto são hedgers: entraram no mercado a termo em busca de proteção. Renunciaram a um possível ganho para não incorrerem em prejuízo efetivo. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 77 Definição do Mercado a Termo Como comprador ou vendedor de um contrato a termo, você se compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixado, ainda na data de realização do negócio, para liquidação em data futura. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 78 39 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Características Operacionais Negociação Os contratos a termo podem ser encontrados em bolsa, mas são mais comumente negociados no mercado de balcão (contratos bilaterais negociados fora das bolsas), conhecidos como OTC = Out-The-Counter. Ausência de mobilidade de posições: Em geral, os contratos a termo são liquidados integralmente no vencimento, não havendo possibilidade de sair da posição antes disso. Essa característica impede o repasse do compromisso a outro participante. Em alguns contratos a termo negociados em bolsa, a liquidação da operação a termo pode ser antecipada pela vontade do comprador. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 79 EXEMPLO 2 - Café Imagine a situação do cafeicultor ainda no início da produção. Ele não tem nenhuma garantia do preço que poderá ser praticado ao final da safra. Examine duas hipóteses possíveis: Hipótese A: As condições climáticas favoreceram muito o cultivo de café. Além disso, houve superprodução no período. O excesso de oferta levará à queda acentuada de preços de venda, reduzindo a margem de lucro do produtor. Algumas vezes, o valor de venda é insuficiente para cobrir os custos de produção. Nesse caso, o produtor pode preferir destruir o café a colocá-lo no mercado, pois minimizará seus custos com armazenagem e transporte e, ao mesmo tempo, conterá a pressão da oferta Hipótese B: Registrou-se a ocorrência de pragas, geadas ou outras intempéries que dificultaram o cultivo de café, provocando a escassez da mercadoria. Nesse caso, haverá alta nos preços do café e o produtor conseguirá vender sua produção por preço mais elevado do que imaginava anteriormente. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 80 40 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 EXEMPLO 2 - Café Imagine agora a situação em que o torrefador: compra o café do produtor e o vende ao consumidor final. Ele também não sabe por qual preço poderá negociar o café no final da safra, pois, no caso da hipótese B, os preços podem elevar-se drasticamente e atingir nível superior ao que sua atividade lhe permite. Você já percebeu que, nesse exemplo, o cafeicultor correrá o risco de queda acentuada nos preços, enquanto o torrefador correrá o risco de alta nos preços do café no mercado a vista. O comprador (torrefador) corre o risco de alta acentuada nos preços. O vendedor (cafeicultor) corre o risco de queda acentuada nos preços. Agora que você já entendeu a natureza do risco de cada participante do exemplo, monta-se uma operação a termo de maneira a eliminar os riscos associados às atividades de cada um. Para eliminar os riscos de variações adversas de preço, o cafeicultor e o torrefador podem realizar uma operação a termo, tendo como base os pressupostos do exemplo a seguir. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 81 Estruturando uma Operação Suponha que, pelo preço de R$100,00/saca de 60kg, o cafeicultor consiga pagar todos os custos de produção e ainda obter lucro razoável em sua atividade. Considere também que R$100,00 seja o preço máximo que o torrefador poderá pagar para auferir lucro e não ter prejuízo em sua atividade. Para ambos, R$100,00 é um preço de negociação razoável. Logo, poderão firmar um compromisso de compra e venda, em que o produtor se compromete a vender o café por esse preço no final da safra e o torrefador se compromete a adquiri-lo pelo mesmo preço na data predeterminada. Observe que, independentemente do resultado da safra e dos preços estabelecidos no mercado a vista (spot) no período da entrega, ambos terão seus preços de compra e de venda travados em R$100,00/saca. 185 175 Nybot 165 155 145 135 125 115 105 95 BM&F 85 75 US$/saca de 60kg ja nm 04 ar -0 m 4 ai -0 4 ju l-0 se 4 t-0 no 4 v0 ja 4 nm 05 ar -0 m 5 ai -0 5 ju l-0 se 5 t-0 no 5 v0 ja 5 nm 06 ar -0 m 6 ai -0 6 ju l-0 se 6 t-0 no 6 v06 ja nm 07 ar -0 m 7 ai -0 7 ju l-0 se 7 t-0 7 65 Fonte: BM&F 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 82 41 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Estruturando uma Operação cont... Hipótese A: safra recorde e conseqüente queda nos preços. Suponha que o preço estabelecido no final da safra seja de R$90,00/saca. O produtor obterá êxito nessa operação, pois conseguirá vender sua produção por R$100,00, preço superior ao estabelecido pelo mercado (R$90,00). Os custos de produção serão cobertos e a lucratividade, garantida. O torrefador pagará preço mais alto do que o estabelecido pelo mercado a vista, mas que ainda lhe convém, posto que R$100,00 é preço que considera razoável para sua atividade. Hipótese B: escassez de café no mercado e conseqüente alta nos preços. Suponha que o preço estabelecido pelo mercado a vista no final da safra seja de R$120,00/saca. Nesse caso, quem obterá êxito será o torrefador, que comprará por R$100,00 uma mercadoria cujo valor de mercado é de R$120,00. O produtor venderá a mercadoria ao torrefador por preço inferior ao estabelecido pelo mercado, mas que cobre todos os seus custos de produção e garante lucratividade razoável para sua atividade 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 83 EXEMPLO 3 – Troca de Moedas A GBF Computadores fez um pedido de chips de memória ao seu fornecedor no Japão. A conta de ¥ 53 milhões precisa ser paga no dia 27 de julho. A empresa pode fazer arranjos com seu banco hoje para comprar esse número de ienes a termo para entrega no dia 27 de julho a um preço a termo de ¥ 110 por dólar. Portanto, no dia 27 de julho, a GBF pagará ao banco 53 milhões /110 = US$ 481.818 e receberá Y 53 milhões, que poderá usar para pagar seu fornecedor japonês. Ao se comprometer a termo em trocar US$ 481.818 por ¥ 53 milhões , seus custos em dólares estão fechados. Observe que se a empresa não tivesse usado o contrato a termo para fazer proteção (hedge) e o dólar tivesse depreciado durante esse período, a empresa teria de pagar uma quantia maior de dólares. Por exemplo, se a taxa de câmbio tivesse caído para ¥ 100/dólar, isto é, uma valorização do iene, a empresa teria de trocar US$ 530.000 pelos ¥ 53 milhões necessários parra pagar a conta. A empresa poderia ter usado um contrato de futuros para fazer a proteção de sua exposição no câmbio, mas a padronização dos futuros não permitiria a entrega de exatamente ¥ 53 milhões precisamente no dia 27 de julho. Os contratos a termo são feitos sob encomenda. Você pode escrever um contrato a termo sem nenhuma data de vencimento para a entrega de qualquer quantidade de produto. Por exemplo, suponha que você saiba que terá de fazer um pagamento em ienes daqui a 3 meses. Você pode fixar hoje o preço que pagará ao fazer os arranjos para seu banco comprar ienes a termo. No final dos 3 meses, você pagará a soma concordada e receberá os ienes. As negociações mais ativas em contratos a termo são em moedas estrangeiras, mas nos últimos anos as empresas têm entrado cada vez mais em acordos de taxas a termo que lhes permitem fixar de antemão a taxa de juros pela qual tomarão emprestado, ou emprestarão. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 84 42 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Estruturando uma Operação cont... CONCLUSÃO: Tanto para o comprador como para o vendedor no mercado a termo e em ambas as situações (alta ou queda de preços), o prejuízo não será visto propriamente como prejuízo e, sim, como algo que se deixou de ganhar, como um prêmio de seguro. Gráfico 1 - Evolução dos Preços de Café - 1º Vcto. BM&F x 1º Vcto. NYBOT 160,00 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 140,00 US$¢/lb 120,00 100,00 80,00 60,00 40,00 03/07/05 03/01/06 03/07/06 03/01/04 03/07/04 03/01/05 03/07/02 03/01/03 1º BM&F 03/07/03 03/01/01 03/07/01 24/05/2013 03/01/02 03/01/00 03/07/00 20,00 Fonte: BM&F e NYBOT 1º NYBOT Bertolo - Mercado de Derivativos 85 Deficiências do Mercado a Termo Dificuldade para aproximar compradores e vendedores: a falta de um ambiente de negociação dificulta o encontro de compradores e vendedores, com necessidades opostas, para acertar seu negócio. Falta de padronização dos contratos: não há a especificação de uma qualidade mínima do ativo que deve ser entregue. A falta de especificação (peso e qualidade) pode ocasionar um alto custo de transação e um desestímulo à realização da operação. Falta de transparência na formação de preço: as negociações que ocorrem no mercado a termo são privadas ― os demais participantes não têm informações sobre os preços combinados. Assim, um agente econômico não tem certeza de que o preço que está acertando é o preço justo. Impossibilidade recompra e revenda: as partes envolvidas no contrato não conseguem encerrar suas posições antes da data de liquidação, ou seja, não há a possibilidade de intercambialidade, uma vez que as especificações dos contratos só atendem às necessidades de seus participantes. Risco de inadimplência e de não cumprimento do contrato: como não há um adequado sistema de garantias, há riscos quanto ao cumprimento do contrato. Existe a possibilidade de uma das partes não cumprir, na data de vencimento do contrato, o compromisso assumido. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 86 43 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Mercado a Termo na BMF&Bovespa Na BM&FBovespa temos o Contrato a Termo no Mercado de Ações e no Mercado de Balcão com os ativos-objetos: Metais e Taxa de Câmbio 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 87 Mercado a Termo de Ações Aqui se compram AÇÕES que não são liquidadas a vista, mas sim a um prazo predeterminado. Ou seja, é uma operação em que o comprador e o vendedor negociam a entrega de uma determinada quantidade de ações em uma data futura, a um preço também negociado. Sua liquidação ocorre sempre em data superior a D+3, que representa as operações à vista, portanto sua liquidação é sempre em D+N, sendo N>3. Liquidação da Operação D0 D+N Fechamento da Operação 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 88 44 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Mercado a Termo de Ações No mercado a termo de ações, as operações têm prazos de liquidação diferidos, mínimo de 12 dias úteis (du) e máximo de 999 dias corridos (dc), em geral, de 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Para aplicações no mercado a termo são requeridos, além do registro na CBLC, um limite mínimo para a transação e depósitos de valores na CBLC – tanto pelo vendedor como pelo comprador -, utilizados como margem de garantia da operação. O contrato a termo pode, ainda, ser liquidado antes do seu vencimento. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 89 Codificação no Mercado a Termo de Ações. A codificação adotada no mercado a termo é a mesma utilizada no mercado a vista, seguida de uma letra que indica a qual tipo de termo se refere a operação, conforme demonstrado na Tabela 1: Tipo de Termo Letra Exemplo Comum T PETR4T Flexível S PETR4S Termo em dólar D PETR4D Termo em pontos T PETR51T 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 90 45 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Precificação no Mercado a Termo de Ações A princípio, o preço a termo de um contrato se determina somando um “custo de manutenção” ou custo líquido de financiamento ao preço a vista correspondente ao momento da transação. Preço a termo = Preço a vista + Custo de manutenção A realização de um negócio a termo é semelhante à de um negócio a vista, necessitando a intermediação de uma sociedade corretora. O preço a termo de uma ação resulta da adição, ao valor cotado no mercado a vista, de uma parcela correspondente aos juros que são fixados livremente em mercado, em função do prazo do contrato. Toda transação a termo requer um depósito de garantia na CBLC, que é a empresa responsável pela liquidação e controle de risco de todas as operações realizadas na Bovespa. O agente de compensação e a corretora, responsáveis pela operação a termo, podem solicitar de seus clientes o depósito de garantias adicionais àquelas exigidas pela CBLC. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 91 Liquidação do Contrato a Termo de Ações As operações contratadas poderão ser liquidadas na data do vencimento ou em data antecipada solicitada pelo comprador (VC), pelo vendedor (VV), ou por acordo mútuo das partes (AM), sendo que o tipo de antecipação do prazo de liquidação deve ser indicado no momento de realização da operação; caso contrário, prevalecerá o tipo AM. Seguindo o critério de liquidação antecipada, as operações a termo são classificadas em três tipos: • Vontade do comprador – VC; • Vontade do vendedor – VV; e Por decurso de prazo • Acordo Mútuo – AM. Formas de Encerramento Antecipada Antes do decurso Por diferença Os contratos poderão ser realizados com modalidades de liquidação: integral ou pro rata. Na liquidação integral, será sempre efetuada pelo total do valor contratado. Na liquidação pro rata, será efetuada no vencimento, pelo total do valor contratado, ou quando da liquidação antecipada pelo obtido na aplicação da fórmula: 𝑉𝐹𝐶 𝑉𝑃𝐶 = 𝑛 30 𝑖 1+ 100 VPC: Valor Presente do Contrato VFC: Valor Futuro do Contrato 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 92 46 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Contrato a Termo de Ações Operações de Caixa e Financiamento A operação de caixa é uma operação na qual um investidor vende a vista um lote de ações que possui e compra (no mesmo pregão) o mesmo lote a termo, por exemplo, para 30 dias; o custo do financiamento é dado pela diferença entre os preços de compra e venda. Liquidação da venda a vista (Entrega dos papéis e recebimento do dinheiro) Liquidação da compra a termo (Pagamento e recebimento dos papéis) D0 D+3 D+N Venda a vista de um lote de ações Compra do mesmo lote a termo A operação de financiamento é a operação inversa da de caixa, um investidor compra a vista um lote de ações que possui e vende (no mesmo pregão) o mesmo lote a termo, por exemplo, para 30 dias; o custo do financiamento é dado pela diferença entre os preços de compra e venda. Liquidação da compra a vista (Entrega do dinheiro e recebimento dos papéis) Liquidação venda a termo (Entrega dos papéis e recebimento do dinheiro) D0 D+3 D+N Compra a vista de um lote de ações Venda do mesmo lote a termo 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 93 Contrato a Termo Flexível de Ações. É a operação a termo em que o comprador pode substituir as ações-objeto do contrato. No caso da substituição, o comprador venderá à vista as ações adquiridas a termo e o montante financeiro apurado fica retido na câmara de liquidação sem remuneração. O comprador somente pode utilizar esses recursos para comprar ações de outras empresas no mercado a vista, que ficarão depositadas como cobertura em substituição às anteriores e passarão a ser novas ações-objeto do contrato. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 94 47 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Contrato a Termo de Ações em Dólar Tem características idênticas ao termo tradicional em reais, e a única diferença é o fato de que o preço contratado será corrigido diariamente pela variação entre a taxa de câmbio média de reais por dólar norteamericano, para o período compreendido entre o dia da operação, inclusive, e: Dia da solicitação da liquidação antecipada, exclusive; Dia da solicitação por diferença, exclusive; Dia do vencimento do contrato a termo, exclusive, para os casos de liquidação por decurso de prazo 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 95 Contrato a Termo de Ações em Pontos É a operação a termo cujo valor, para efeito de liquidação financeira, é calculado pela conversão do valor dos pontos para moeda corrente nacional. O índice de correção do valor econômico do ponto deve ser escolhido pelas partes na abertura da operação, dentre aqueles autorizados pela Bovespa. Este índice não pode ser alterado nas negociações secundárias do contrato e, na hipótese de extinção do índice escolhido, a atualização do valor econômico do ponto é feita pelo seu sucessor legal. Os indicadores autorizados para correção de termo em pontos são: Taxa de câmbio real/dólar TR (Taxa Referencial); e TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) A maior vantagem de um contrato a termo é que fixa os preços numa data futura. Além disso, ele possibilita várias estratégias. Ver Quadro abaixo A principal desvantagem Proteção de preços Um investidor que espera alta nos preços de uma ação ou de um conjunto delas pode comprar a termo, fixando o preço e beneficiando-se da alta da ação. Diversificação de riscos O investidor protege seu capital de riscos elevados quando diversifica sua aplicação a termo em diferentes papéis. Obtenção de recursos O investidor titular de ações que precisa de recursos para uma (operação de caixa) aplicação rápida poderá vender a vista para imediata compra a termo do mesmo papel. Alavancagem de ganhos) O investidor adquire a termo quantidade de ações superior à que sua disponibilidade financeira permitiria comprar a vista, proporcionandolhe uma taxa de retorno maior no caso de elevação dos preços a vista. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos de um contrato a termo é que, se os preços a vista movimentam-se de uma direção para a outra na data da liquidação, não há forma de sair do negócio. Ambas aas partes estão sujeitas a perdas e ganhos potenciais, que são vinculados. 96 48 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 EXEMPLO de uma Operação a Termo Um investidor acredita que uma ação irá subir nos próximos 30 dias e resolve comprar essa ação no mercado a termo, sendo a seguinte a situação do mercado: •valor das ações no mercado a vista - R$ 10.000 •taxa de juros - 2% ao mês •valor das ações no mercado a termo - R$ 10.200 •margem exigida - 20% do preço a termo - R$ 2.040 •no vencimento do contrato o preço da ação no mercado a vista é de R$ 10.500 Qual o ganho do comprador? OPERAÇÃO A TERMO Venda a Taxa Preço a Vista Termo Juros Mês = i (1) (2) (3) 10.500,00 2% Remuner Preço Final ação Margem (4)=20%x(3 (5)=(2)x(4 (6)=(3)-(5) ) ) 10.200,00 2.040,00 40,80 10.159,20 Rendimento Real p/Comprador Margem inicial Lucro/ (perda) Liquid. Final (7)=(1)- (8)=80%x(3 (6) ) 340,80 8.160,00 VF = (1 + r)n x VP (10.540 - 8.160) = (1 + r)1 x 2.040 ----> r = 16,67% 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 97 Formação do Preço Futuro Como vimos, no mercado derivativos, a entrega (ou não) do ativo-objeto e a sua liquidação financeira se dá no FUTURO, e este a Deus pertence! Como definir (formar) um preço do ativo-objeto no futuro é uma grande oportunidade para as áreas de previsões e simulações. Esta é a praia do BERTOLO!!!! Vamos por enquanto fazer ensaios sobre a Formação do Preço Futuro como o mercado o faz. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 98 49 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Formação do Preço Futuro É importante determinar como se forma o preço de um contrato de liquidação futura. Por que? Para sabermos se pagando um preço pelo derivativo. estamos “justo” Existem 2 teorias para explicar o valor futuro de um bem. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 99 Formação do Preço Futuro - TEORIAS 1ª TEORIA O valor futuro do bem é aquele que EQUILIBRARÁ a oferta e a demanda futura esperada para o produto. Pouco útil, pois é difícil estimar a oferta e demanda futura. Existem os métodos de previsões, modelos estatísticos interessantes!!! 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 100 50 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Formação do Preço Futuro - TEORIAS 2ª TEORIA Arbitragem: “Se existe uma relação entre dois preços, o mercado logo a descobrirá Pressuposto: O mercado é muito eficiente e quase perfeito ! 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 101 Exemplo de Arbitragem: Venda de OURO Tomamos emprestados R$ 100, com juros de 10% a.m., e compramos ouro. No mesmo momento que estamos comprando o metal, vendemos um contrato (a termo, p.ex.) de ouro por R$ 115 ganho da operação no vencimento: 15%. Daqui 30 dias o contrato será liquidado (entregamos o metal e recebemos o dinheiro). RESULTADO Ficamos sem o ouro Recebemos um crédito de R$ 115 Pagamos o empréstimo (com juros), R$ 110. Sobraram R$ 5 lucro sem risco! (preço do contrato estava alto) Ficamos sem o ouro (base da operação) mas levamos R$ 5 ! E se todos comprassem ouro? O preço cairia e daí atingir-se-ia o EQUILÍBRIO (mercado eficiente e quase perfeito) 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 102 51 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Observação sobre Arbitragem Não é necessário termos nem o ativo (ouro, por exemplo) e nem o dinheiro. Só é necessário se ter CRÉDITO! 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 103 Formação do Preço Futuro - CARACTERÍSTICAS • Os preços futuros geralmente são SUPERIORES aos preços do mercado a vista (spot), por ter que carregar uma determinada posição até o vencimento. Por exemplo, o ouro, exige um aluguel de cofre de armazenamento, seguros, etc. • Um aluguel (juros) pela incerteza, oportunidades perdidas, utilidade dos $$ da venda e inflação, deve ser acrescentado. • Os preços no mercado a vista devem, em condições de equilíbrio, se elevarem ao longo do tempo para incorporar o custo de carregamento. O preço futuro deve convergir para o preço spot, senão, no vencimento, compro num mercado e vendo no outro BASE 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 104 52 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Formação do Preço Futuro Neste momento, podemos dizer que o preço de um contrato no futuro será sempre o valor à vista (spot) ACRESCIDO dos custos de ter os produtos em mãos até o vencimento do contrato Custos de Carregamento Um dos importantes custos de carregamento são os JUROS 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 105 Formação do Preço Futuro - Fórmula Inicialmente vamos apresentar uma fórmula para precificação de contratos de futuros apenas carregando os JUROS! 𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖 𝑛 𝑚 F = Valor do bem do contrato (valor do contrato); S = Valor do bem no mercado spot (disponível ou a vista); i = Taxa de juros [em decimais] – forma unitária; n = dias a decorrer até o vencimento do contrato; m = dias da base da taxa de juros (ano=360. mês=30, etc.) Esta fórmula vale para todas as commodities e moedas ! 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 106 53 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Exemplo de Formação do Preço Futuro de Ações Uma ação, que não paga “dividendos”, está sendo negociada na bolsa para liquidação pronta por R$ 200. O contrato a termo destas ações, para vencimento daqui a 3 meses, está cotado a R$ 217. Este preço é justo? Por que? Dado: Aplicações em CDB de 90 dias está pagando 50% a.a. Solução Fcotado = 217 S = 200 i = 50% a.a. 𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖 n = 90 dias m = 360 dias 𝑛 𝑚 Introduzindo estes valores na fórmula: 𝐹 = 200 𝑥 1 + 0,50 𝐹 = 200 𝑥 1,5 90 360 0,25 𝐹 = 𝑅$ 221,34 O preço justo ficou maior que o cotado oportunidade de arbitragem! No excel: VF(taxa;nper;pgto;vp;tipo) então VF(0,50;90/360;;-200) 221,34 Na HP 12C: STO EEX f FIN f 2 200 CHS PV 24/05/2013 50 i 90 ENTER 360 N FV Bertolo - Mercado de Derivativos 107 Exemplo de Arbitragem com o Preço Futuro de Ações No exemplo anterior, como o preço futuro está abaixo do valor futuro de uma aplicação em CDB, fazemos a seguinte estratégia: No exemplo anterior, como o preço futuro está abaixo do valor futuro de uma aplicação em CDB, fazemos a seguinte estratégia: • Compramos CDB (200,00) Resgatamos = 221,34 • Compramos o contrato que pagaremos no futuro = 217,00 • Lucro = 4,34 O lucro apurado é livre de risco! Não incluímos aqui os custos da operação! Por simplicidade, neste exemplo, incorporamos como custos de carregamento, apenas os juros! 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 108 54 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Formação do Preço Futuro com outros Carregamentos Fórmula Vamos agora apresentar uma fórmula para precificação de contratos de futuros carregando os juros, estocagem e outros (custódia,seguro, etc.). 𝑛 𝑚 𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖 + 𝐶𝑛 + 𝐸 Cn = Valor do custo de se ter o bem pelo período de vigência do contrato; E = Outros custos diversos (custos de corretagem, taxas de bolsas, etc.). 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 109 Exemplo de Formação do Preço Futuro com Carregamento Vamos considerar que determinada mercadoria está sendo negociada a R$ 100 no mercado spot, que a taxa de juros esteja em 10% a.m., que o custo de estocagem seja R$ 2 por mês e que o custo de corretagem mais os custos da bolsa seja de R$ 0,5 por operação (pagos na abertura da posição e na liquidação do contrato). Qual deverá ser o preço justo de um contrato que vence daqui a 45 dias? Solução F = ? S = 100 i = 10% a.m. n = 45 dias m = 30 dias Cn = 2 E = 2 x 0,5 𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖 𝑛 𝑚 + 𝐶𝑛 + 𝐸 Introduzindo estes valores na fórmula: 𝐹 = 100 𝑥 1,1 45 30 + 2𝑥 45 + (2 𝑥 0,5)𝐸 30 𝐹 = 100 𝑥1,1537 + 3 + 1 𝐹 = 𝑅$ 119,37 Este é o preço justo carregando todos os custos estabelecidos! Se o preço futuro do contrato fosse R$ 121, o que você faria? Resp: compra spot e vende futuro 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 110 55 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Formação do Preço Futuro com Aluguel do AtivoObjeto No caso de Ações, o aluguel existe. São pessoas querendo participar do capital acionário da empresa por um período. Obviamente que além do custo adicional, temos o custo do aluguel que, geralmente, é pago no final do aluguel, sobre o valor da ação na data do empréstimo. Este custo de aluguel deverá ser subtraído do resultado da aplicação no título. 𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖 𝑛 𝑚 −𝑆𝑥 1+𝑗 𝑛 𝑞 −1 Custo do Aluguel ou Juro do Aluguel j = taxa do aluguel das ações; q = período da taxa de aluguel das ações. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 111 Exemplo de Formação do Preço Futuro com Aluguel de Ações Uma ação, que não paga “dividendos”, está sendo negociada na bolsa para liquidação pronta por R$ 200. Elas foram alugadas a um custo de 20% a.a., pagos no final do aluguel. Qual o preço justo do contrato a termo destas ações que está sendo negociado a R$ 217, para vencimento daqui a 3 meses Dado: Aplicações em CDB de 90 dias está pagando 50% a.a. Solução Fcotado = 217 S = 200 i = 50% a.a. j = 20% a.a. q = 360 dias 𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖 𝑛 𝑚 −𝑆𝑥 n = 90 dias m = 360 dias 1+𝑗 𝑛 𝑞 −1 Introduzindo estes valores na fórmula: 𝐹 = 200 𝑥 1,5 90 360 − 200 𝑥 1,2 90 360 −1 𝐹 = 𝑅$ 212,01 O preço justo ficou menor que o cotado oportunidade de arbitragem! 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 112 56 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Exemplo de Arbitragem com o Preço Futuro de Aluguel de Ações Se adotarmos a mesma estatégia do exemplo anterior: • • • Vendemos as ações e compramos CDB (200,00) Resgatamos = 212,01 Compramos o contrato de ações que pagaremos no futuro = 217,00 Prejuízo = (4,99) Repetindo a estratégia perdemos dinheiro, então, devemos MUDAR de estratégia! Nova estratégia (inverter as operações): • Fazemos um empréstimo à taxa do CDB (50%a.a.) Pagamos = (221,34) • Compramos açoes com este dinheiro • Alugamos estas ações a terceiros (20%), Recebendo no final = 9,33 • Vendemos contrato das ações no futuro onde Recebermos = 217,00 • Lucro = 4,99 Fizemos aqui 4 operações 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 113 Auto-Avaliação 1. O que são derivativos? 2. O que é Hedging? 3. Conceitue: i. Hedger ii. Especulador iii. Arbitrador . 4. Como se classificam os derivativos quanto a sua natureza? Descreva-os. 5. Onde são negociados os derivativos? 6. Na atual conjuntura do Brasil, poderia existir um contrato derivativo do preço da gasolina? Por que? 7. É possível a existência de contrato derivativo sem ativo-objeto? 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 114 57 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Auto-avaliação Empresas que não desejam financiar seus passivos junto às instituições financeiras devido ao spread, procuram vender ações ou emitir obrigações (debêntures, por exemplo). Você, o gestor financeiro da XYZ Corpotion, que atua no setor de suco-alcooleiro, planeja emitir obrigações a longo prazo daqui a 9 meses, mas teme que as taxas de juros possam aumentar nesse meio tempo. Como você poderia usar o mercado a termo para se proteger (hedge) contra um aumento geral nas taxas de juros? 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 115 Auto-avaliação Suponha que a taxa de juros de 1 ano seja de 10% e a taxa de juros de 2 anos seja de 12%. Você vai até um banco e pergunta a que taxa o banco promoterá fazer um empréstimo de 1 ano daqui a 12 meses. O banco oferece fazer um compromisso a termo para lhe emprestar dinheiro a 15%. Você aceitaria a oferta? Você consegue pensar em uma alternativa mais simples e mais barata? 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 116 58 Bertolo - Mercado de Derivativos 24/05/2013 Teste de Verificação Com relação aos derivativos, assinale a opção correta. a. Os ativos objetos dos contratos de derivativos têm seus preços estabelecidos pelo vendedor desses ativos b. As transações com derivativos são realizadas nos mercados a vista da bolsa de valores. c. Os mercados futuros e de opções impedem os investidores de tomar uma decisão mais técnica, devido a incerteza de ocorrência de determinados eventos d. Os derivativos permitem a realização de negócios de maior porte com um volume relativamente pequeno de capital e nível conhecido de risco. e. Como os derivativos incorrem em maiores riscos, os preços dos bens são mais elevados. 24/05/2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 117 Muito Obrigado. 24/05/2013 Extensão - 2013 Bertolo - Mercado de Derivativos 118 59