Mercado de Derivativos OBJETIVOS

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Bertolo - Mercado de Derivativos
24/05/2013
Mercado de Derivativos
Conceituação e Estruturação
OBJETIVOS
UNIDADE #01
•
definir derivativos;
•
indicar as aplicações práticas das operações com derivativos;
•
apontar as diferenças entre contratos a termo, contratos futuros, contratos de
opções e contratos de swaps;
•
nomear os agentes participantes do mercado de derivativo e identificar suas
características;
•
descrever uma operação a termo e apontar as deficiências do mercado a termo
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Mercado de
Derivativos
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Definindo Economia...
De
maneira
simplificada,
uma
economia pode ser entendida como
um sistema (ou outra forma de
organização) em que um grande
número de “agentes econômicos”
(consumidores, empresas, governos,
resto do mundo) interagem para
atingir determinados objetivos.
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Funcionamento da Economia: Modelo 1
Fluxo Monetário
Bens e
Serviços
Fluxo
Circular
da
Renda
$$$
Insumos
Mercado
de
Fatores
Fluxo Físico
Fluxo Monetário
Fluxo Monetário
Objetivo das
firmas:
Firmas
Insumos
Famílias
Fluxo Físico
Considerando
as
restrições
(renda e preços) e os seus
gostos/preferên
cias, as famílias
vão
escolher
uma “cesta de
consumo que
maximiza
a
utilidade/satisfa
ção.
Fluxo Físico
Mercado
de
Produtos
$$$
$$$
MAXIMIZAÇÃ
O DO “BEMESTAR”
Bens e
Serviços
Fluxo Monetário
Fluxo Físico
Objetivo das
famílias:
MAXIMIZAÇÃO
DO LUCRO
Considerando
as
restrições
de
mercado (preço de
produtos
e
insumos),
a
tecnologia
de
produção disponível
e a competição de
outras firmas, a
empresa
procura
maximizar o seu
lucro.
$$$
Para
que
esse
sistema
funcione
adequadamente,
existe
a
necessidade
de
“regulamentar” os diferentes mecanismos de interação entre os agentes econômicos.
Em geral, isso é feito pela ação de governos via leis, normas, regras, sistema
judiciário, polícia, etc.
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Definindo Mercado....
Então, para atingirem seus objetivos os agentes
econômicos criam mercados, onde transacionam bens e
serviços!!!!!
É um ambiente físico e/ou virtual
onde compradores e vendedores
se encontram para transacionar
MERCADO
ativos reais (bens e serviços) ou
ativos financeiros (moedas e
títulos).
Existem diversos tipos de mercados, que podem ser agrupados em:
Mercado de Produtos – onde operam bens manufaturados ou serviços
Mercado de Fatores – onde operam os fatores de produção
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Bens de Consumo e de Acumulação
Se ao incorporarmos a esta Figura os processos de acumulação de
capitais e dos fluxos de financiamento, teremos então dois novos
componentes:
• os bens destinados ao consumo e
• os bens destinados à acumulação (poupança).
Os recursos da poupança podem ser utilizados em atividades produtivas, utilizando os fatores
de produção que podem aumentar mais ainda a renda. Estas utilizações produtivas chamamse investimentos, feitos diretamente ou através de intermediação financeira.
Poupança
Parcela da renda não consumida
Em função dos seguintes fatores:
Capacidade de poupar, desejo de poupar, oportunidade de poupar
Podem gerar
INVESTIMENTO
Aplicação de recursos em algo lucrativo, aumentando o estoque de riqueza.
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Agentes Superavitários e Deficitários
Então como a renda oferecida pelo sistema de produção NÃO é
homogênea, e isso leva à existência de dois agentes econômicos:
Agentes Superavitários – que têm
excedente de renda, porque a renda é
maior que o consumo, dispondo assim de
poupança.
Agentes Deficitários – que não dispõe de
excedente de renda, porque o consumo é igual
ou superior a renda, precisando de crédito para
complementar suas necessidades de consumo.
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O Mercado Financeiro
Financiamento
Aplicações
Poupança
Financiamento
Mercado
Financeiro
A atividade econômica real (produção,
consumo e investimento) apresenta desfaces
temporais em seus fluxos de recebimentos e
pagamentos
que
geram
aos
players
econômicos (consumidores, empresas e
administração pública) excessos de liquidez
(poupança) ou necessidade de liquidez a
investir/financiar durante um período de tempo.
Devido a isso, é necessária a existência de
algum mecanismo que permita a transferência
de recursos de unidades econômicas com
superávit de liquidez a unidades econômicas
com necessidades (déficit) liquidez.
A existência de bens destinados à acumulação
nos leva à necessidade de utilização dos
intermediários financeiros.
O mercado financeiro pode ser de dois tipos: com localização física ou sem
localização física.
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O Mercado Financeiro
É uma parte do mercado de fatores onde se faz um
intercâmbio de ativos financeiros entre os agentes
superavitários e deficitários e determinam-se os preços
desses ativos.
$$$$
Agentes Superavitários
Agentes Deficitários
Títulos
Mercado Direto
Agentes
Superavitários
$$$$
Títulos
$$$$
Intermediários
Títulos
Agentes
Deficitários
Mercado
Intermediado
Por essa intermediação os bancos cobram do tomador do empréstimo (no caso as
empresas) uma taxa - spread -, a título de remuneração, para cobrir seus custos
operacionais e o risco da operação. Quanto maior for o risco de o banco não receber
de volta o dinheiro, maior será a spread.
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Como surgiu o Mercado Financeiro
O mercado financeiro surge quando uma economia supera o estágio
econômico do escambo e passa a realizar suas trocas através de uma
unidade padrão de valor, a moeda. A utilização da moeda supera uma
limitação importantes nas trocas num sistema de escambo: a necessidade
de haver uma coincidência de necessidades inversas entre comprador e
vendedor.
Com o uso da moeda, não é preciso que a contraparte que possui aquilo
que se quer adquirir necessite dos produtos que se tem a oferecer para
uma troca. Pode-se, primeiro, trocar por moeda os produtos que se tem
com aqueles que dele necessitam e, com moeda, adquirir de terceiros
aquilo que se quer ou precisa. Além disso, podemos simplesmente nos
abster de consumir e, assim, acumular riquezas
Não iremos falar muito sobre isso. Sua estrutura, sistema financeiro, etc., podem
ser vistos em :
http://www.bertolo.pro.br/AdminFin/HTML/Mercado%20Financeiro.htm
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Funcionamento da Economia: Modelo 2
Com a globalização da economia, a tendência
tem sido de mudanças significativas em direção
à abertura comercial e competição em nível
internacional. Portanto, fenômenos que ocorrem
no “resto do mundo” têm reflexos na economia
doméstica..
Governo
Serviços Públicos
Firmas
Impostos e Taxas
Famílias
$$$$$$$$$$$$$
Setor Privado
Historicamente,
as
economias
são
organizadas “dentro de um país”. As
transações entre agentes econômicos
localizados em diferentes países são
limitadas.
Apesar do comércio internacional existir
desde os tempos imemoriáveis, ele
sempre foi sujeito ao controle dos
governos (por causa de diversos objetivos:
p.ex.
“defender”
os
produtores
domésticos).
Assim no passado, a maior parte dos
consumidores estavam limitados aos bens
e serviços produzidos no país .Ex:
“carroças”
do
Collor
(defasagem
tecnológica dos produtos brasileiros.
Do lado da produção as firmas tinham
mercados limitados (demanda doméstica,
competição com outras firmas “nacionais”)
Bens e Serviços
Serviços Públicos
Fluxo Circular
da Renda
Impostos e Taxas
$$$$$$$$$$$$$
Bens e Serviços
Governo
Setor Privado
Política Monetária
Governo
Investimento do Governo
Política Fiscal
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Alternativas de sistema de governo
EXTREMO LIBERAL (“Laisse-faire”):
• Cada um por si
• Lei do mais forte
EXTREMO CONTROLE CENTRAL
Governo monopolista dos meios de produção, decidindo a produção e o
consumo
O que
Quando
Onde
Quanto
Como
Em geral, nos países democráticos, os governantes são eleitos para “em
nome do povo” tomar decisões que maximizem o “bem-estar” da população:
Educação
Saúde
Segurança
Garantia de Contratos
Aumento da produção e renda
Aumento do emprego
Estabilidade dos preços
Desenvolvimento científico e tecnológico
Defesa da concorrência
Rede de seguridade social , etc.
Para tanto, os governos fazem intervenções na economia.
Estabelecem leis, normas, regras, etc. : Civil, Criminal, Econômico/Financeiro
etc.
Exercem Poder: Judiciário, Polícia, Econômico/Financeiro, Tributação, etc.
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Funcionamento da Economia: Modelo 3
Importações
$$$$$$$$$$$$$
$
$
$
De Capitais
Movimento
Exportações
$$$$$$$$$$$$$
Resto do Mundo
Serviços Públicos
Impostos e Taxas
$$$$$$$$$$$$$
Bens e Serviços
Governo
Setor Privado
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Funcionamento da Economia: Modelo 4
Meio-ambiente
Recursos
Naturais
Recursos
Ambientais
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Resíduos
Economia
“...ciência que
estuda a alocação
de recursos
escassos em fins
alternativos”.
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O MERCADO DE CAPITAIS
O mercado de capitais faz parte do mercado financeiro.
Nele, os recursos dos poupadores são destinados à promoção
do desenvolvimento econômico de forma direta, isto é, de
projetos e empresas. É no mercado de capitais que
empresas
que
precisam
de
recursos
conseguem
financiamento, por meio da emissão de títulos, vendidos
diretamente aos poupadores/investidores, sem intermediação
bancária. Dessa forma, os investidores acabam emprestando
o dinheiro de sua poupança a empresas, também sem a
intermediação bancária.
O surgimento do mercado de capitais ocorreu quando o mercado de crédito deixou
de atender às necessidades da atividade produtiva, no sentido de garantir um fluxo
de recursos nas condições adequadas em termos de prazos, custos e
exigibilidades.
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MERCADO DE RENDA FIXA
versus RENDA VARIÁVEL
O repasse dos recursos de poupadores/investidores às
empresas pode ser feito de duas formas :
– Dívida: Os investidores compram títulos emitidos pelas empresas
(obrigações) que precisam de dinheiro. Esses títulos dão aos
investidores o direito de receber a quantia emprestada, mais
juros previamente determinados. Os títulos são chamados de
títulos de dívida e esse mercado é conhecido como mercado de
renda fixa.
– Ações: Também aqui os investidores compram títulos emitidos
por empresas. Mas os títulos não garantem remuneração fixa
aos investidores. A remuneração dos títulos são os dividendos parte do lucro que uma empresa de capital aberto distribui entre
seus acionistas. Os investidores tornam-se sócios da empresa.
Esses títulos são chamados ações e o mercado é conhecido
como mercado de renda variável.
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DIFERENÇAS BÁSICAS
Entre o mercado de capitais e o mercado financeiro tradicional existem
duas diferenças básicas, que tornam o primeiro mais eficiente do que o
segundo:
1. No mercado de capitais a captação de recursos por empresas é mais
barata, pois não há necessidade do pagamento da spread aos bancos.
2. Para o investidor é vantajoso, pois ele pode desfazer-se do título a
qualquer momento, o que não seria possível num empréstimo
tradicional. Ou seja, se o investidor mudar de opinião quanto ao risco
de investir em determinada empresa, pode vender os títulos no
mercado. Essa liquidez (facilidade de compra e de venda) reduz o seu
risco de perda. Assim, o mercado de capitais faz com que o repasse de
recursos dos poupadores às empresas seja mais interessante para
ambas as partes .
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IMPORTÂNCIA DO MERCADO DE CAPITAIS
O mercado de capitais é fundamental para o
crescimento de um país, pois sem ele muitos
projetos não conseguiriam sair do papel por
falta de capital e financiamento. Muitas
empresas perderiam sua competitividade e
dificilmente
conseguiriam
desenvolver-se.
Poucas sobreviveriam num ambiente sem a
injeção de capital de investidores.
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MERCADO PRIMÁRIO
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MERCADO SECUNDÁRIO
• A colocação inicial dos títulos no mercado chamada de
lançamento no mercado primário. Quando essa colocação é
feita pela primeira vez, no caso de ações, por exemplo, dizse que a empresa está sendo listada em bolsa (em inglês,
IPO- Initial Public Offering).
• A negociação desses títulos após a oferta inicial é feita em
mercados secundários específicos. No Brasil temos:
• As Bolsas de Valores para as ações
• A Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de
Títulos Privados) para os títulos de dívida das empresas.
• O Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) para
títulos públicos,
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DIVISÕES DO MERCADO DE CAPITAIS
Mercado de Renda Fixa
Mercado de Renda Variável
- Ações
– Mercado de Renda Fixa
- Tipos de Ações
– SELIC/CETIP
- Classes de Ações
– Títulos Públicos
- Direitos e Proventos
– Títulos Privados
- Negociação
– Bolsa de Valores
- Bovespa
MERCADO DE
CAPITAIS
- C.V.M
- ADR
Mercado de Derivativos
– Mercado de Derivativos
– BM & F
– Opções de Ações
Mercado de Câmbio
– Mercado de Câmbio no Brasil
– Operações de Arbitragem
– Estratégia de Opções
Mercado de Fundos de
Investimentos
– Mercado a Termo
- Fundos de Investimentos
– Mercado de Futuros
– Fundos de Renda Fixa
– Mercado Futuro para Renda Fixa
– Fundos de Renda Variável
– Mercado Futuro para Moeda
– Fundos de Previdência Privada
– Mercado Futuro Agropecuários
– Análise de Rentabilidade
- SWAPS
- Tributação de Fundos
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Cenário Atual
• Início da década de 1970
–Mudanças no contexto internacional
–Câmbio mais livre (volátil) ($ era conversível
• Crises do Petróleo
e lastreado pelo ouro)
–Governo/empresa: repensar (estratégia, mercado, produtos, ...)
–Exposição a riscos inesperados (em virtude da volatilidade do
• Comunicação / informática (revolução)
câmbio)
–Difícil e cara  commodity barata (guerra pela TV)
(As transações se tornaram
rápidas. O mundo todo acompanha tudo on line: Atentado em BOSTON).
• Empresas internacionais
–Brasil beneficiado  Milagre Econômico (abrindo fronteiras)
–Anos 1980  Tigres Asiáticos (surge a Coréia e vão ganhando destaque)
–2000’s  China (previsão de superar os USA já... já....)
• Década de 1980
–Maior concorrência (exemplo: carros do Japão e Coréia)
• Mercado financeiro
–Fortes mudanças (transferência de $$)
–Taxas de juros mais voláteis (ferramenta de ajuste importante)
–Capital sem pátria (insumos têm componentes importados)
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Cenário Atual – Mercado Financeiro
• Mercado financeiro
–Fortes mudanças (transferência de $$)
–Taxas de juros mais voláteis (ferramenta de ajuste importante)
–Capital sem pátria (insumos têm componentes importados)
• Taxa de câmbio
–Bretton Woods (1944  1971) (Regras FMI e Banco Mundial)
–1971: Smithsonian Agreement
• Dólar varia (preço do ouro) mas continua conversível
($ é referencia
internacional. Brasil e China negociam com dólares)
–1973: Novo acordo G7 (depois G10)
–1979: European Monetary System (EMS)
• Variação em bandas (ação dos BC’s)
(risco
forte
da
variação
cambial
gerenciar o risco no mercado financeiro)
• BC’s não possuem controle de suas moedas
–Taxa de câmbio  oferta e demanda (mercado)
• Mercado globalizado
Presença grande $$ está
–Fundos de Pensão
viabilizar a redução do
–Fundos Administrados
• Longo prazo  Paridade do Poder de Compra
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à disposição para
risco
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Prá quê estamos aqui?
O curso é de
Mercado de
Derivativos
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Mercado de Derivativos - Papo Inicial
Vamos explorar aqui um tipo peculiar de mercado, praticamente desconhecido para a
maioria das pessoas: o mercado de derivativos.
?
O que são derivativos?
Para que servem os derivativos?
Quais são as modalidades operacionais
existentes?
Como funcionam e como operá-las?
Essas são algumas perguntas que levantamos neste momento e que esperamos
que você construa as respostas à medida que for estudando.
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Mercado de Derivativos - Importância
O fragmento de uma reportagem publicada no Estadão relata os prejuízos que
empresas brasileiras sofreram em setembro de 2008 ao operarem com derivativos
de dólar:
Prejuízo com derivativos já é de US$ 30 bi
Desde que [...] vieram a público confessar prejuízos gigantescos em operações
com derivativos de câmbio, em setembro passado, o mercado tenta descobrir
quem mais passou por esse problema e qual o impacto na economia do País.
Fonte: PREJUÍZO com derivativos já é de US$ 30 bi. O Estado de São Paulo. São Paulo, 8 mar. 2009.
Caderno Economia, B.4.
Afinal, que erros essas empresas cometeram para
amargarem prejuízos tão vultosos? Convidamos
você a encontrar a resposta fazendo este curso.
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Você sabia?
No Brasil
O mercado de futuros movimenta diariamente entre 70 e
200 bilhões de reais – muito mais do que o giro médio diário
de 3 a 10 bilhões de reais do mercado de ações.
No Mundo
O notional (tamanho) de todo o mercado futuro mundial é de
1 quadrilhão e trezentos trilhões de dólares. Para efeito de
comparação, o PIB mundial é de 60 trilhões de dólares e o
notional do mercado acionário mundial é de 50 trilhões de
dólares.
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O que vem por aí...
•
os contratos a termo;
•
os contratos de futuros;
•
os contratos de opções
•
os contratos de swap.
Modalidades de
Derivativos
Visite o site
BM&F
BOVESPA
S.A.
Na Aula 1, apresentaremos, a você, uma visão geral (overview) do mercado de derivativos,
com a finalidade de que você se aproprie de conceitos básicos para a compreensão das
diversas operações que podem ser estruturadas. Nesta aula, você aprenderá que há 4
modalidades de derivativos negociados em nosso país, quais sejam:
A seguir, na parte II da Aula 1, abordaremos um exemplo de uma operação no mercado a
termo, passo inicial para ingressarmos no estudo do mercado de futuros.
Nas Aulas 2 e 3, prosseguiremos avançando sobre o mercado de futuros, no qual nos
deteremos sobre suas características e funcionalidades. Serão estruradas operações no
mercado e serão feitas simulações, como por exemplo o estudo de futuros de dólar
comercial. Há vários contratos futuros negociados no país, porém, nos detivemos apenas no
futuro de dólar devido à relevância que as operações com este derivativo assumem no
contexto de uma economia brasileira aberta ao capital financeiro internacional.
Nas Aulas 4, 5 e 6, abordaremos os contratos de opções, conceitos, estratégias e
simulações.
Os contratos de swap serão estudados na Aula 7.
Na Aula 8, faremos várias estratégias com futuros, opções e swaps na planilha excel.
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O que são Derivativos? Ilustrações
Imagine esta situação:
SITUAÇÃO I
Antônio tem um carro e deseja se desfazer desse carro. Por outro lado, a
Bárbara se interessa na aquisição do carro do Antônio. Logo, em vias
normais, o Antônio definiria o preço do carro, a Bárbara faria a aquisição do
mesmo, pagando por isto e recebendo o carro. Dessa forma, teríamos o
Antônio entregando o carro para a Bárbara e recebendo os recursos pedidos
na venda do bem. Vamos supor que o preço do carro seja R$15.000,00.
Sendo essa hipótese verdadeira, o Antônio entrega seu carro para a
Bárbara e recebe da mesma a quantia de R$ 15.000,00.
Questões
A Bárbara é que agente econômico nesta transação?
Compradora (foi a mercado trocar $$ por um bem, carro)
Antonio é que agente econômico nesta transação?
Vendedor (foi a mercado trocar um bem, carro, por $$$).
Houve um fluxo monetário entre as partes? De quem para quem?
Houve um fluxo de bens (mercadorias) entre as partes? De quem para quem?
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SITUAÇÃO II
O que são Derivativos? Ilustrações
Antônio deseja vender o carro, mas só aceita entregá-lo em uma data futura,
suponhamos 10 de junho próximo. Dessa forma, o Antônio firma um contrato
(compromisso) com a Bárbara onde Antonio é o vendedor do carro e Bárbara é
a compradora do carro pelo preço acertado de R$ 15.000,00 para entrega no dia
10 de junho próximo.
Observe que agora não houve nenhum fluxo de caixa inicial, ou seja, não houve
pagamento algum, apenas os dois se comprometeram a comprar ou vender um
determinando produto numa data futura (10 de junho), por um determinado
preço fixado previamente (hoje).
É interessante ressaltarmos que pelo fato de não ter havido nenhum fluxo de
caixa na data zero, não há a necessidade de que a Bárbara tenha os recursos
necessários para a aquisição do carro. Ela pode sair procurando um empréstimo
(financiamento).
Questões
O que poderá acontecer neste caso?
Na data futura (10 de junho) alguma das partes não cumprir o contrato. E se Antonio “bater” o carro? O
contrato é para se proteger de vários riscos.
Por que Bárbara e Antonio celebram um contrato?
Para garantir o preço, garantir a entrega dentro das especificações, etc.
O contrato celebrado entre a Bárbara e Antonio é o objeto transacionado?
Não, ele é um documento que se originou do bem (ativo) carro. Este agora será chamado de ativo-objeto e
o contrato de DERIVATIVO.
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Sobre a Entrega do Ativo-Objeto
Voltemos à negociação do carro entre Antonio e Bárbara.
Na data combinada (10 de junho) o carro poderá estar custando um valor diferente do
combinado, R$ 15.000,00. Pode ser que o preço suba para R$ 16.000,00 ou caia para R$
14.000,00, ou qualquer outro valor possível para este carro, dado que poderá haver uma
variação no preço de qualquer ativo ao longo do tempo. Mesmo com o carro custando um valor
diferente do combinado, os dois agentes econômicos terão obrigação entregar/receber o ativoobjeto pelo preço previamente acordado, ou seja, R$ 15.000,00.
SEMPRE HAVERÁ NECESSIDADE DE ENTREGA DO BEM (Ativo-Objeto)?
No contrato (derivativo), poderá haver uma cláusula estabelecendo a NÃO obrigatoriedade da
entrega/recebimento do ativo-objeto e a liquidação deverá ser feita financeiramente. Assim:
Se o preço do carro no mercado a vista no vencimento do contrato estiver valendo mais, por
exemplo R$ 16.000,00, o Antonio poderia vender o carro para outro por R$16.000,00, entregar
R$ 1.000,00 para Bárbara, e fica com R$ 15.000,00 como se comprometera no contrato. Aqui
Antonio deixou de ganhar e a Bárbara continua podendo adquirir o carro.
Se o preço do carro no mercado a vista no vencimento do contrato estiver valendo menos, por
exemplo R$ 14.000,00, a Bárbara compra o carro de outro por R$ 14.000,00, entrega R$
1.000,00 para Antonio e ficará com o carro no valor de R$ 15.000,00 como se comprometera no
contrato. Aqui Bárbara deixou de ganhar com a queda de preço e Antonio ficou com o carro no
valor de R$ 14.000,00 (preço de mercado) + R$ 1.000,00 recebidos da Bárbara, ou seja, R$
15.000,00.
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Sobre a Entrega do Ativo-Objeto
A importância de um terceiro na negociação!
Veja que com a entrada do terceiro na transação no momento do
vencimento, eliminou a entrega combinada no contrato. O acerto foi feito
pelas diferenças financeiras entre Bárbara e Antonio. Isso é bom, pois o
Antonio poderá ficar com o carro que tanto gosta, mesmo o tendo vendido à
Bárbara e, esta poderá procurar outro de acordo com os seus gostos
pessoais (cor, etc.). A NÃO entrega da mercadoria permite que a agência de
veículos usados continue vendendo no mercado. Entretanto nada impede
que Bárbara tivesse interesse em ter, realmente, o carro do Antonio, mas
para isso, deveria fazer constar em contrato que o bem deveria ter liquidação
física e não apenas financeira.
É importante realçar que uma parcela bastante pequena dos contratos derivativos
negociados no Brasil possui liquidação física, a grande maioria possui apenas
liquidação financeira.
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Prá Quê Serviu o Contrato?
Para os agentes se protegerem das
oscilações de preços. É claro que
Antonio se protegeu da queda de
preços e Bárbara se protegeu da alta
do preço.
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Coisa Maravilhosa
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O que são Derivativos? Ilustrações
Outra ilustração:
Um produtor de soja já plantou, não vendeu antecipado (como
sempre!!!) e está preocupado com possíveis quedas no preço
do produto. O que fazer para se proteger?
Uma empresa que precisa da soja como insumo está
preocupada com possíveis altas no preço do produto. O que
fazer para se proteger?
Defrontamos com inúmeras situações semelhantes
nos diversos setores da economia.
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O que são Derivativos?
Não há uma única definição de derivativos.
Derivativos
Instrumentos financeiros cujo preço
de mercado deriva (daí o nome) do
preço de mercado de um bem ou de
outro instrumento financeiro.
(Dicionário de Derivativos, José Evaristo dos Santos. Editora Atlas, 1998).
Adotada!!!
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Extensão - 2013
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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O que são Derivativos? Exemplos
o mercado futuro de petróleo é uma modalidade de derivativo
cujo preço depende dos negócios realizados no mercado a vista
(spot) de petróleo, seu instrumento de referência.
O contrato futuro de dólar deriva do dólar a vista;
O contrato futuro de café, deriva do café a vista;
As opções de ações da Petrobrás, deriva das ações a vista da
Petrobrás,
Um swap de taxas de juros pré e pós fixadas de uma aplicação
financeira, deriva da aplicação financeira.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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O que são Commodities?
Commodity (plural: Commodities)
Produtos
básicos
industrialização
homogêneas.
com
pouco
ou
nenhum
grau
de
e
que
possuem
características
As
principais
commodities
são:
petróleo,
produtos
agrícolas (café, soja, açúcar), minérios (cobre, aço,
ouro).
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Extensão - 2013
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Derivativos: Princípio Básico
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Conclusões da Definição
• Se a formação de preços no mercado de derivativos está sujeita à variação de
preços de outros ativos no mercado à vista (spot), os derivativos não são a
causa, mas o efeito, pois derivam desses mercados.
• Os derivativos representam a forma de negociar a oscilação de preços dos
ativos, sem haver, necessariamente, a negociação física do bem ou da
mercadoria.
Embora haja muita discussão sobre a questão da especulação com derivativos, o
que se pode afirmar é que sua utilização aumenta a velocidade com que os
agentes de mercado trocam de posição, ou seja, migram do ativo A para o ativo
B, sem ter de se desfazer do ativo A.
As posições especulativas com derivativos, principalmente aquelas que
apresentam baixa liquidez, devem ser muito bem geridas por seus
administradores.
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As Origens e História dos Derivativos
A Lição de Anatomia do Dr. Tulp (1632)
Rembrandt H. Van Rijn (1606-1669)
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As Origens e História dos Derivativos
No site você encontra uma breve
história dos DERIVATIVOS. Leia
acompanhado (a) de sua (seu)
amada (o).
Arroz no Japão – O mercado de arroz de Yodoya, em Osaka, Japão,
é um dos primeiros exemplos de operações com futuros.
Tulipas na Holanda - Na Holanda, houve grande interesse por
bulbos de tulipas, a partir de 1630. No início de 1600, em Amsterdam,
já se subscreviam opções sobre bulbos de tulipas e em Londres
faziam-se contratos a prazo na Royal Exchange desde 1630
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Extensão - 2013
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Tipos de Mercados Derivativos
São quatro tipos: Mercado a Termo, Mercado de Futuros,
Mercado de Opções e Mercado de Swap.
MERCADO A TERMO
Como comprador ou vendedor do contrato a termo, você se compromete a comprar ou vender
certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo financeiro) por um preço fixado, ainda na
data de realização do negócio, para liquidação em data futura. Os contratos a termo somente
são liquidados integralmente no vencimento. Podem ser negociados em bolsa e no mercado
de balcão (OTC = Out The Conter).
EXEMPLO BREVE
MERCADO DE FUTUROS
Deve-se entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo. Você se
compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo
financeiro) por um preço estipulado para a liquidação em data futura.
A definição é semelhante, tendo como principal diferença a liquidação de seus compromissos
somente na data de vencimento, no caso do mercado a termo. Já no mercado futuro, os
compromissos são ajustados financeiramente às expectativas do mercado referentes ao preço
futuro daquele bem,
por meio do ajuste diário (mecanismo que apura perdas e ganhos). Além disso, os contratos
futuros são negociados somente em bolsas.
EXEMPLO BREVE
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Tipos de Mercados Derivativos cont...
MERCADO DE OPÇÕES
No mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender um bem (mercadoria
ou ativo financeiro) por um preço fixo numa data futura. Quem adquirir o direito deve pagar
um prêmio ao vendedor tal como num acordo de seguro.
EXEMPLO BREVE
MERCADO DE SWAP
No mercado de swap, negocia-se a troca de rentabilidade entre dois bens (mercadorias ou
ativos financeiros). Pode-se definir o contrato de swap como um acordo, entre duas partes,
que estabelecem a troca de fluxo de caixa tendo como base a comparação da rentabilidade
entre dois bens. Por exemplo: swap de ouro x taxa prefixada. Se, no vencimento do contrato,
a valorização do ouro for inferior à taxa prefixada negociada entre as partes, receberá a
diferença a parte que comprou taxa prefixada e vendeu ouro. Se a rentabilidade do ouro for
superior à taxa prefixada, receberá a diferença a parte que comprou ouro e vendeu taxa
prefixada. Você deve observar que a operação de swap é muito semelhante à operação a
termo, uma vez que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento.
EXEMPLO BREVE
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Quais são os tipos de Derivativos?
Contrato a Termo
Contrato Futuro
Contrato de Opções
Contrato de Swaps
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Vídeo 1
Derivativos
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Extensão - 2013
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Bertolo - Mercado de Derivativos
24/05/2013
Vídeo 2
Derivativos
Agrícolas
24/05/2013
Bertolo - Mercado de Derivativos
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Vídeo 3
Derivativos
Financeiros
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Extensão - 2013
Bertolo - Mercado de Derivativos
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Bertolo - Mercado de Derivativos
24/05/2013
Vídeo 4
Mercado de
Opções
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Sugestão de Leitura
Ed. Sextante.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Para que servem os Derivativos?
Os derivativos são instrumentos financeiros que permitem aos agentes econômicos
se protegerem de oscilações adversas de preços, taxas de juros, variações cambiais,
“enfim, qualquer variação que possa vir a afetar seus fluxos de caixa futuros e/ou o
valor presente de seus ativos.” (GALDI; LOPES; 2007, p. 401).
Hedging - É uma operação de proteção contra o risco de preços,
Exemplos
de câmbio ou de juros.
•
Uma empresa exportadora pode se proteger de uma queda da
taxa de câmbio comprando contratos futuros de dólar.
•
Um frigorífico pode se proteger de uma alta dos preços da arroba
do boi comprando contratos futuros de boi gordo.
•
Uma empresa que tem dívidas indexadas à taxa de juros CDI pode
se precaver de uma alta da taxa de juros comprando contratos
futuros de taxas de juros DI de um dia.
Assim, a finalidade básica de uma operação com derivativos é obter um ganho
financeiro que compense uma perda decorrente de oscilações nos preços de
matérias-primas, na taxa de câmbio, na taxa de juros, etc.
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Para que servem os Derivativos?
Alavancagem:
- Diz-se que os derivativos têm grande poder de alavancagem,
Exemplos
já que a negociação com esses instrumentos exige menos capital
do que a compra do ativo a vista. Assim, ao adicionar posições
de derivativos a seus investimentos, você pode aumentar a
rentabilidade total destes a um custo mais barato.
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Extensão - 2013
•
xxxxxxxxx.
•
yyyyyyyyy.
•
zzzzzzzzzzz.
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Finalidades dos Derivativos cont...
Especulação:
Tomar uma posição no mercado futuro ou de opções sem uma posição
correspondente no mercado a vista. Nesse caso, o objetivo é operar a tendência de
preços do mercado.
Os especuladores
Arbitragem:
Tirar proveito da diferença de preços de um mesmo produto/ativo negociado em
mercados diferentes. O objetivo é aproveitar as discrepâncias no processo de
formação de preços dos diversos ativos e mercadorias e entre vencimentos.
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Classificação dos Derivativos
No Brasil, são negociados derivativos de duas
naturezas: derivativos financeiros e derivativos não
financeiros.
 Derivativos financeiros são aqueles relacionados a moedas, taxas de juros e
índices de bolsas.
 Derivativos agropecuários são os relacionados a commodities, como café,
soja, boi gordo e álcool.
 Derivativos de energia e climáticos são os relacionados a energia elétrica, gás
natural, créditos de carbono.
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Derivativos Financeiros
Os derivativos financeiros servem para que pessoas
e empresas se protejam do risco de oscilações da
taxa de câmbio, da taxa de juros e de índices, entre
outros.
São exemplos de derivativos financeiros:

os contratos futuros de taxa de câmbio de reais por dólar comercial;

os contratos futuros DI de um dia;

os contratos futuros de Ibovespa;

as opções de compra e de venda de ações.
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Derivativos Não Financeiros
Os derivativos agropecuários são usados por
pessoas e empresas que desejam se proteger do
risco de preços de seus produtos e de matériasprimas.
São exemplos de derivativos não-financeiros (agropecuários):

os contratos futuros de boi gordo denominado em reais;

os contratos futuros de etanol denominado em dólares dos Estados Unidos
da América ;

os contratos de opção de compra sobre futuro de boi gordo denominado
em reais ;

contrato futuro de café arábica.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Onde são negociados os derivativos?
No Brasil, os derivativos são negociados em bolsa e no mercado de balcão.
Em Bolsa, os derivativos são negociados na BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de
Valores, Mercadorias e Futuros, entidade criada em 2008 mediante a integração da
Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) com a Bolsa de Valores de São Paulo
(BOVESPA). Na BM&FBOVESPA, existem dois segmentos: o segmento BOVESPA,
que representa os mercados de ações, derivativos de ações e renda fixa, e o
segmento BM&F, que compreende os mercados de derivativos financeiros e
agropecuários.
Os contratos negociados em Bolsa são padronizados para facilitar as operações, o
que proporciona maior liquidez a esses contratos.
No Mercado de Balcão, também chamado de Out The Counter (OTC), a negociação
é feita entre uma instituição financeira e um cliente. Os contratos são mais flexíveis,
de modo a atender às necessidades de cada investidor, porém, são mais caros
devido ao maior risco de crédito e apresentam menor liquidez.
Agropecuários - Nesta curso, enfocamos as operações com
derivativos que acontecem no segmento BM&F da BM&FBOVESPA
S.A.. Salvo aviso contrário, quando
mencionarmos a palavra
Bolsa, estaremos nos referindo ao segmento BM&F.
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Historico das Bolsas
• A palavra Bolsa, no seu sentido comercial e financeiro,
nasceu em Bruges (Bélgica), onde se realizavam
assembléias de comerciantes na casa de um senhor
chamado Van der Burse. Ali se tornou um centro de
negociação.
• A Burse de Paris foi implantada por Luis VII em 1141,
sendo regulamentada em 1304.
• Em 1698 foi fundada a Bolsa de Fundos Públicos de
Londres, já negociando títulos de seguradoras.
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Historico das Bolsas no Brasil
•
Disposições sobre o ofício de corretor já apareciam na legislação a
partir do século XVIII.
•
Em 1876 foi decretada a cotação de títulos em pregão. Tornando-se
uma obrigação e o governo cobrando tributos.
•
No ano seguinte houve a regulamentação do pregão, considerada o
marco inicial do funcionamento da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
•
A regulamentação não provocou modificações imediatas no movimento
da Bolsa. Apenas em 1878 surgiu maior confiança no mercado,
provocando aumento de 530% nas transações e de mais de 100% no
número de companhias com títulos na Bolsa.
•
Encilhamento – grande especulação na bolsa (virou jóquei), muito
calote. Encilhamento vem de selar o cavalo!!
•
Características atuais: reformas iniciadas em 1964.
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Agentes Participantes do Mercado Derivativo
ESPECU
LADOR
O especulador é o agente que opera com derivativos com a finalidade de
obter um ganho com a compra e a venda de derivativos. A participação
desse agente é importante, pois é ele quem assume riscos e garante
liquidez ao mercado.
O arbitrador é o agente que opera em mais de um mercado simultaneamente, tirando proveito das distorções de preços dos derivativos, a fim de
obter lucro sem risco.Geralmente, o arbitrador usa dois ou mais
instrumentos financeiros para realizar suas operações.
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Extensão - 2013
O hedger é o agente que procura o mercado com o intuito de se proteger
contra variações adversas de preços. O hedger usa principalmente os
contratos futuros, os contratos a termo, os contratos de opções e os
contratos de swaps como instrumento de proteção. Em uma operação de
hedge, os riscos com a operação de derivativos diminuem, pois, normalmente, há um outro ativo (objeto do hedge) que têm alterações de preço
contrárias às do derivativo (GALDI; LOPES; 2007, p. 401).
ARBITRA
DOR
HEDGER
No mercado de derivativos atuam basicamente três agentes (players): o hedger, o
especulador e o arbitrador.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Participantes do Mercado de Derivativos
Hedger
O objetivo do hedger é proteger-se contra a oscilação de
preços. A principal preocupação não é obter lucro em
derivativos, mas garantir o preço de compra ou de venda de
determinada mercadoria em data futura e eliminar o risco de
variações adversas de preço.
EXEMPLOS:
- o produtor agrícola que participa do mercado futuro para travar o preço de
venda e não correr o risco de queda acentuada de preços;
- o importador que tem passivo em dólares, compra contratos cambiais no
mercado futuro porque teme alta acentuada da cotação dessa moeda na época em
que precisar comprar dólares no mercado a vista.
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Participantes do Mercado de Derivativos cont...
Arbitrador
O arbitrador é o participante que tem como meta o lucro, mas não assume
nenhum risco. Sua atividade consiste em buscar distorções de preços
entre mercados e tirar proveito dessa diferença ou da expectativa futura
dessa diferença.
Comprar no mercado a vista (spot) e vender no mercado futuro é uma forma de
arbitragem. Aqui se ganha quando houver alta de preços.
Comprar um ativo no mercado futuro e vendê-lo no mercado à vista é outra
operação de arbitragem que permite fazer caixa.
A estratégia do arbitrador é comprar no mercado em que o preço está mais barato
e vender no mercado em que está mais caro, lucrando um diferencial de compra e
venda completamente imune a riscos, porque sabe exatamente por quanto irá
comprar e vender.
É importante notar que, à medida que os arbitradores compram no mercado A e vendem no
B, aumentam a procura no mercado A (e, consequentemente, os preços) e a oferta no
mercado B (causando, consequentemente, queda de preços). Em determinado momento, os
dois preços tendem a equilibrar-se no preço intermediário entre os dois preços iniciais. O
arbitrador acaba agindo exatamente como um árbitro, por acabar com as distorções de
preços entre mercados diferentes.
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Participantes do Mercado de Derivativos cont...
Especulador
O especulador é um participante cujo propósito básico
é obter lucro. Diferentemente dos hedgers, os
especuladores não têm nenhuma negociação no
mercado físico que necessite de proteção. Sua
atuação consiste na compra e na venda de contratos
futuros apenas para ganhar o diferencial entre o preço
de compra e o de venda, não tendo nenhum interesse
pelo ativo-objeto. Geralmente são propensos ao risco.
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Um pouco mais sobre Especuladores
O conceito de especulador tem recebido conotação muito depreciativa, talvez devido
ao fato de o participante visar apenas o lucro.
Todavia, a presença do especulador é fundamental no mercado futuro, pois é o
único que toma riscos e assim viabiliza a outra ponta da operação do hedger,
fornecendo liquidez ao mercado.
Quando os hedgers entram no mercado futuro, não estão propriamente eliminando o
risco de variações adversas de preços e, sim, transferindo esse risco a outro
participante.
Como já foi demonstrado, o arbitrador também não assume riscos. O único
participante que assume risco é o especulador, que entra no mercado arriscando
seu capital em busca de lucro. Dessa forma, o fato de os especuladores abrirem e
encerrarem suas posições a todo momento faz com que o volume negociado
aumente, trazendo liquidez para o mercado.
Como as posições assumidas pelos especuladores são muito arriscadas e eles não
precisam do ativo-objeto, não costumam permanecer por muito tempo no mercado e
dificilmente carregam suas posições até a data de liquidação do contrato. A
operação de especulação mais conhecida é a day trade, que consiste na abertura e
no encerramento da posição no mesmo dia.
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Ode à Vida.
Ode à vida
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Mercado a Termo
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Ilustração do Mercado a Termo (Forward)
Vamos ilustrar o funcionamento do mercado a termo contando uma pequena estória.
Estamos no mês de outubro de 2013, mês de plantio do milho, cereal muito usado na fabricação de rações.
Sr. Natal é um produtor de milho e Sr. Augusto é proprietário de uma pequena fábrica de rações que usa o
milho como matéria-prima. Ambos são agentes econômicos tão pequenos no mercado que não dispõem de
poder suficiente para interferir nos preços dos produtos que comercializam.
Em outubro, Natal e Augusto estão preocupados com o preço que a saca de milho alcançará no final da
colheita, prevista para março do ano seguinte.
De um lado, Natal não tem qualquer garantia do preço que receberá pela venda do seu produto na época da
colheita, porque poderá ocorrer uma safra recorde, devido a ocorrência de condições climáticas favoráveis,
ou uma quebra de safra motivada, por exemplo, pela ocorrência de uma praga. Assim, duas situações são
possíveis quanto ao preço futuro do milho:
 se a safra for recorde, haverá excesso de oferta e, por conseguinte, uma forte queda no preço de venda.
Em consequência, a margem de lucro que Paulo conseguirá na venda do seu produto diminuirá. Pode até
acontecer de o preço de venda do milho cair até ao ponto de ser insuficiente para cobrir os custos de
produção;
 se a safra quebrar, haverá escassez de milho no mercado com a consequente alta de preços. Em
conseqüência, Paulo conseguirá vender sua produção a um preço mais elevado do que esperava.
De outra parte, Augusto também não sabe a que preço poderá vender, no final da safra, a ração que fabrica,
pois, na hipótese de uma quebra de safra, o preço da sua matéria-prima ― o milho― poderá se elevar
bastante e atingir um nível tal que comprometa sua atividade.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Ilustração do Mercado a Termo (Forward)
cont...
O risco de cada parte
Observe que, neste exemplo, tanto o produtor de milho
está correndo o risco de uma expressiva queda nos preços
do seu produto quanto o fabricante de rações corre o risco
de uma acentuada alta no preço de sua matéria-prima no
final da safra.
Uberlândia (MG)
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Extensão - 2013
Cascavel (PR)
Rio Verde (GO) Paranaguá (PR)
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Ilustração do Mercado a Termo (Forward)
cont...
?
Como os dois agentes poderiam se proteger contra as
variações adversas do preço do milho?
Em outubro de 2013, Natal e Augusto poderiam se encontrar e acertar um preço para
março de 2014. Esse preço seria tal que garantisse a Natal cobrir seus custos de
produção e a obtenção de uma margem de lucro e a Augusto um preço que possa
pagar sem comprometer seus custos de produção e a não realizar um prejuízo.
Digamos que esse preço fosse R$ 21,30 por saca de 60 kg.
Para formalizar o negócio, Natal e Augusto celebram um contrato a termo. Nesse
contrato, ambos especificam o produto e quantidade que desejam transacionar;
combinam o preço e estabelecem uma data de entrega, que coincide com a data de
pagamento. Suponhamos que nesse contrato Natal se comprometa a entregar a
Augusto a saca de milho de 60 kg no final da safra, em março de 2014, a R$ 21,30, e
Augusto se comprometa comprar de Natal a saca de milho de 60 kg no final da safra
a R$ 21,30.
Dessa forma, qualquer que seja a cotação do milho
Aconteça o
estabelecida no mercado à vista, no período de safra, Paulo e
que acontecer
Antonio terão seus preços de venda e de compra fixados a
R$ 21,30 por saca.
24/05/2013
Bertolo - Mercado de Derivativos
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Ilustração do Mercado a Termo (Forward)
cont...
?
Quais os resultados da operação? Tudo depende do
volume de milho que chegar ao mercado.
Hipótese de uma safra recorde e queda dos preços
Suponhamos que, ao final da safra, o preço do milho, no mercado à vista, esteja cotado a R$
19,00/saca.
Nessa hipótese, a operação de proteção empreendida por Natal foi bem sucedida: ele
conseguirá vender sua produção a Augusto a R$ 21,30/saca.
Augusto pagará um preço mais alto que o preço de mercado, todavia ainda é um preço que não
compromete a lucratividade de seu negócio.
Hipótese de uma quebra de safra e aumento dos preços
Suponhamos que, no final da safra, o preço do milho, no mercado à vista, esteja cotado a R$
25,00.
Nesse caso, a operação de proteção realizada por Augusto foi bem sucedida: ele comprará de
Natal a saca de milho por R$ 21,30, valor 14,8% menor que o preço de mercado.
Natal venderá sua produção a Augusto a um preço inferior ao preço à vista, mas ainda suficiente
para pagar seus custos de produção e garantir o seu lucro.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Ilustração do Mercado a Termo (Forward)
cont...
Conclusões da História – Final Feliz!!!
 Ambos os personagens de nossa história, Natal e Augusto,
conseguiram se proteger do risco de preços.
 Tanto na hipótese de alta quanto na hipótese de queda de
preços, um resultado negativo no mercado a termo não
deve ser considerado prejuízo, mas sim como um valor
que deixou de ser ganho.
 Natal e Augusto são hedgers: entraram no mercado a
termo em busca de proteção. Renunciaram a um possível
ganho para não incorrerem em prejuízo efetivo.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Definição do Mercado a Termo
Como comprador ou vendedor de um
contrato a termo, você se compromete a
comprar ou vender certa quantidade de
um bem (mercadoria ou ativo financeiro)
por um preço fixado, ainda na data de
realização do negócio, para liquidação
em data futura.
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Extensão - 2013
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Características Operacionais
Negociação
Os contratos a termo podem ser encontrados em bolsa, mas
são mais comumente negociados no mercado de balcão
(contratos bilaterais negociados fora das bolsas), conhecidos
como OTC = Out-The-Counter.
Ausência de mobilidade de posições:
Em geral, os contratos a termo são liquidados integralmente
no vencimento, não havendo possibilidade de sair da posição
antes disso. Essa característica impede o repasse do
compromisso a outro participante. Em alguns contratos a
termo negociados em bolsa, a liquidação da operação a termo
pode ser antecipada pela vontade do comprador.
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EXEMPLO 2 - Café
Imagine a situação do cafeicultor ainda no início da produção. Ele não tem
nenhuma garantia do preço que poderá ser praticado ao final da safra. Examine
duas hipóteses possíveis:
Hipótese A:
As condições climáticas favoreceram muito o cultivo de café. Além disso, houve
superprodução no período. O excesso de oferta levará à queda acentuada de
preços de venda, reduzindo a margem de lucro do produtor. Algumas vezes, o
valor de venda é insuficiente para cobrir os custos de produção. Nesse caso, o
produtor pode preferir destruir o café a colocá-lo no mercado, pois minimizará seus
custos com armazenagem e transporte e, ao mesmo tempo, conterá a pressão da
oferta
Hipótese B:
Registrou-se a ocorrência de pragas, geadas ou outras intempéries que
dificultaram o cultivo de café, provocando a escassez da mercadoria.
Nesse caso, haverá alta nos preços do café e o produtor conseguirá vender sua
produção por preço mais elevado do que imaginava anteriormente.
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EXEMPLO 2 - Café
Imagine agora a situação em que o torrefador: compra o café do produtor e o
vende ao consumidor final. Ele também não sabe por qual preço poderá negociar o
café no final da safra, pois, no caso da hipótese B, os preços podem elevar-se
drasticamente e atingir nível superior ao que sua atividade lhe permite.
Você já percebeu que, nesse exemplo, o cafeicultor correrá o risco de queda
acentuada nos preços, enquanto o torrefador correrá o risco de alta nos preços do
café no mercado a vista.
O comprador (torrefador) corre o risco de alta acentuada nos preços.
O vendedor (cafeicultor) corre o risco de queda acentuada nos preços.
Agora que você já entendeu a natureza do risco de cada participante do exemplo,
monta-se uma operação a termo de maneira a eliminar os riscos associados às
atividades de cada um.
Para eliminar os riscos de variações adversas de preço, o cafeicultor e o torrefador
podem realizar uma operação a termo, tendo como base os pressupostos do
exemplo a seguir.
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Estruturando uma Operação
Suponha que, pelo preço de R$100,00/saca de 60kg, o cafeicultor consiga pagar
todos os custos de produção e ainda obter lucro razoável em sua atividade.
Considere também que R$100,00 seja o preço máximo que o torrefador poderá
pagar para auferir lucro e não ter prejuízo em sua atividade.
Para ambos, R$100,00 é um preço de negociação razoável. Logo, poderão firmar
um compromisso de compra e venda, em que o produtor se compromete a vender o
café por esse preço no final da safra e o torrefador se compromete a adquiri-lo pelo
mesmo preço na data predeterminada.
Observe que, independentemente do resultado da safra e dos preços
estabelecidos no mercado a vista (spot) no período da entrega, ambos terão seus
preços de compra e de venda travados em R$100,00/saca.
185
175
Nybot
165
155
145
135
125
115
105
95
BM&F
85
75
US$/saca de 60kg
ja
nm 04
ar
-0
m 4
ai
-0
4
ju
l-0
se 4
t-0
no 4
v0
ja 4
nm 05
ar
-0
m 5
ai
-0
5
ju
l-0
se 5
t-0
no 5
v0
ja 5
nm 06
ar
-0
m 6
ai
-0
6
ju
l-0
se 6
t-0
no 6
v06
ja
nm 07
ar
-0
m 7
ai
-0
7
ju
l-0
se 7
t-0
7
65
Fonte: BM&F
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Extensão - 2013
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Estruturando uma Operação cont...
Hipótese A: safra recorde e conseqüente queda nos preços.
Suponha que o preço estabelecido no final da safra seja de R$90,00/saca. O
produtor obterá êxito nessa operação, pois conseguirá vender sua produção por
R$100,00, preço superior ao estabelecido pelo mercado (R$90,00). Os custos de
produção serão cobertos e a lucratividade, garantida.
O torrefador pagará preço mais alto do que o estabelecido pelo mercado a vista,
mas que ainda lhe convém, posto que R$100,00 é preço que considera razoável
para sua atividade.
Hipótese B: escassez de café no mercado e conseqüente alta nos preços.
Suponha que o preço estabelecido pelo mercado a vista no final da safra seja de
R$120,00/saca.
Nesse caso, quem obterá êxito será o torrefador, que comprará por R$100,00 uma
mercadoria cujo valor de mercado é de R$120,00. O produtor venderá a mercadoria
ao torrefador por preço inferior ao estabelecido pelo mercado, mas que cobre todos
os seus custos de produção e garante lucratividade razoável para sua atividade
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EXEMPLO 3 – Troca de Moedas
A GBF Computadores fez um pedido de chips de memória ao seu fornecedor no Japão. A conta de ¥ 53
milhões precisa ser paga no dia 27 de julho. A empresa pode fazer arranjos com seu banco hoje para
comprar esse número de ienes a termo para entrega no dia 27 de julho a um preço a termo de ¥ 110 por
dólar. Portanto, no dia 27 de julho, a GBF pagará ao banco 53 milhões /110 = US$ 481.818 e receberá Y
53 milhões, que poderá usar para pagar seu fornecedor japonês. Ao se comprometer a termo em trocar
US$ 481.818 por ¥ 53 milhões , seus custos em dólares estão fechados. Observe que se a empresa não
tivesse usado o contrato a termo para fazer proteção (hedge) e o dólar tivesse depreciado durante esse
período, a empresa teria de pagar uma quantia maior de dólares. Por exemplo, se a taxa de câmbio tivesse
caído para ¥ 100/dólar, isto é, uma valorização do iene, a empresa teria de trocar US$ 530.000 pelos ¥ 53
milhões necessários parra pagar a conta. A empresa poderia ter usado um contrato de futuros para fazer a
proteção de sua exposição no câmbio, mas a padronização dos futuros não permitiria a entrega de
exatamente ¥ 53 milhões precisamente no dia 27 de julho.
Os contratos a termo são feitos sob encomenda.
Você pode escrever um contrato a termo sem nenhuma data de vencimento para a
entrega de qualquer quantidade de produto. Por exemplo, suponha que você saiba
que terá de fazer um pagamento em ienes daqui a 3 meses. Você pode fixar hoje o
preço que pagará ao fazer os arranjos para seu banco comprar ienes a termo. No
final dos 3 meses, você pagará a soma concordada e receberá os ienes.
As negociações mais ativas em contratos a termo são em moedas
estrangeiras, mas nos últimos anos as empresas têm entrado cada vez
mais em acordos de taxas a termo que lhes permitem fixar de antemão
a taxa de juros pela qual tomarão emprestado, ou emprestarão.
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Estruturando uma Operação cont...
CONCLUSÃO:
Tanto para o comprador como para o vendedor
no mercado a termo e em ambas as situações
(alta ou queda de preços), o prejuízo não será
visto propriamente como prejuízo e, sim, como
algo que se deixou de ganhar, como um prêmio
de seguro.
Gráfico 1 - Evolução dos Preços de Café - 1º Vcto. BM&F x 1º Vcto. NYBOT
160,00
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
140,00
US$¢/lb
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
03/07/05
03/01/06
03/07/06
03/01/04
03/07/04
03/01/05
03/07/02
03/01/03
1º BM&F
03/07/03
03/01/01
03/07/01
24/05/2013
03/01/02
03/01/00
03/07/00
20,00
Fonte: BM&F e NYBOT
1º NYBOT
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Deficiências do Mercado a Termo
 Dificuldade para aproximar compradores e vendedores: a falta de um ambiente de
negociação dificulta o encontro de compradores e vendedores, com necessidades
opostas, para acertar seu negócio.
 Falta de padronização dos contratos: não há a especificação de uma qualidade
mínima do ativo que deve ser entregue. A falta de especificação (peso e
qualidade) pode ocasionar um alto custo de transação e um desestímulo à
realização da operação.
 Falta de transparência na formação de preço: as negociações que ocorrem no
mercado a termo são privadas ― os demais participantes não têm informações
sobre os preços combinados. Assim, um agente econômico não tem certeza de
que o preço que está acertando é o preço justo.
 Impossibilidade recompra e revenda: as partes envolvidas no contrato não
conseguem encerrar suas posições antes da data de liquidação, ou seja, não há a
possibilidade de intercambialidade, uma vez que as especificações dos contratos
só atendem às necessidades de seus participantes.
 Risco de inadimplência e de não cumprimento do contrato: como não há um
adequado sistema de garantias, há riscos quanto ao cumprimento do contrato.
Existe a possibilidade de uma das partes não cumprir, na data de vencimento do
contrato, o compromisso assumido.
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Mercado a Termo na BMF&Bovespa
Na BM&FBovespa temos o Contrato a Termo no Mercado de Ações e no
Mercado de Balcão com os ativos-objetos: Metais e Taxa de Câmbio
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Mercado a Termo de Ações
Aqui se compram AÇÕES que não são liquidadas a vista, mas
sim a um prazo predeterminado. Ou seja, é uma operação em
que o comprador e o vendedor negociam a entrega de uma
determinada quantidade de ações em uma data futura, a um
preço também negociado.
Sua liquidação ocorre sempre em data superior a D+3, que
representa as operações à vista, portanto sua liquidação é
sempre em D+N, sendo N>3.
Liquidação da
Operação
D0
D+N
Fechamento da
Operação
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Mercado a Termo de Ações
No mercado a termo de ações, as operações têm prazos de
liquidação diferidos, mínimo de 12 dias úteis (du) e máximo de
999 dias corridos (dc), em geral, de 30, 60, 90, 120, 150 e 180
dias.
Para aplicações no mercado a termo são requeridos, além do
registro na CBLC, um limite mínimo para a transação e
depósitos de valores na CBLC – tanto pelo vendedor como pelo
comprador -, utilizados como margem de garantia da operação.
O contrato a termo pode, ainda, ser liquidado antes do seu
vencimento.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Codificação no Mercado a Termo de Ações.
A codificação adotada no mercado a termo é a mesma utilizada no mercado a
vista, seguida de uma letra que indica a qual tipo de termo se refere a
operação, conforme demonstrado na Tabela 1:
Tipo de Termo
Letra
Exemplo
Comum
T
PETR4T
Flexível
S
PETR4S
Termo em dólar
D
PETR4D
Termo em pontos
T
PETR51T
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Precificação no Mercado a Termo de Ações
A princípio, o preço a termo de um contrato se determina somando um
“custo de manutenção” ou custo líquido de financiamento ao preço a vista
correspondente ao momento da transação.
Preço a termo = Preço a vista + Custo de manutenção
A realização de um negócio a termo é semelhante à de um negócio a vista,
necessitando a intermediação de uma sociedade corretora. O preço a termo de uma
ação resulta da adição, ao valor cotado no mercado a vista, de uma parcela
correspondente aos juros que são fixados livremente em mercado, em função do
prazo do contrato.
Toda transação a termo requer um depósito de garantia na CBLC, que é a empresa
responsável pela liquidação e controle de risco de todas as operações realizadas na
Bovespa. O agente de compensação e a corretora, responsáveis pela operação a
termo, podem solicitar de seus clientes o depósito de garantias adicionais àquelas
exigidas pela CBLC.
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Liquidação do Contrato a Termo de Ações
As operações contratadas poderão ser liquidadas na data do vencimento ou em data
antecipada solicitada pelo comprador (VC), pelo vendedor (VV), ou por acordo mútuo
das partes (AM), sendo que o tipo de antecipação do prazo de liquidação deve ser
indicado no momento de realização da operação; caso contrário, prevalecerá o tipo
AM.
Seguindo o critério de liquidação antecipada, as operações a termo são classificadas em três
tipos:
• Vontade do comprador – VC;
• Vontade do vendedor – VV; e
 Por decurso de prazo
• Acordo Mútuo – AM.
Formas de
Encerramento
Antecipada
 Antes do decurso
Por diferença
Os contratos poderão ser realizados com modalidades de liquidação: integral ou pro rata. Na
liquidação integral, será sempre efetuada pelo total do valor contratado. Na liquidação pro rata,
será efetuada no vencimento, pelo total do valor contratado, ou quando da liquidação
antecipada pelo obtido na aplicação da fórmula:
𝑉𝐹𝐶
𝑉𝑃𝐶 =
𝑛
30
𝑖
1+
100
VPC: Valor Presente do Contrato
VFC: Valor Futuro do Contrato
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Contrato a Termo de Ações
Operações de Caixa e Financiamento
A operação de caixa é uma operação na qual um investidor vende a vista um lote de ações que
possui e compra (no mesmo pregão) o mesmo lote a termo, por exemplo, para 30 dias; o custo
do financiamento é dado pela diferença entre os preços de compra e venda.
Liquidação da venda a vista (Entrega dos
papéis e recebimento do dinheiro)
Liquidação da compra a termo
(Pagamento e recebimento dos papéis)
D0
D+3
D+N
Venda a vista de um lote de ações
Compra do mesmo lote a termo
A operação de financiamento é a operação inversa da de caixa, um investidor compra a vista
um lote de ações que possui e vende (no mesmo pregão) o mesmo lote a termo, por exemplo,
para 30 dias; o custo do financiamento é dado pela diferença entre os preços de compra e
venda.
Liquidação da compra a vista (Entrega do
dinheiro e recebimento dos papéis)
Liquidação venda a termo (Entrega
dos papéis e recebimento do dinheiro)
D0
D+3
D+N
Compra a vista de um lote de ações
Venda do mesmo lote a termo
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Contrato a Termo Flexível de Ações.
É a operação a termo em que o comprador pode
substituir as ações-objeto do contrato. No caso da
substituição, o comprador venderá à vista as ações
adquiridas a termo e o montante financeiro apurado
fica retido na câmara de liquidação sem remuneração.
O comprador somente pode utilizar esses recursos
para comprar ações de outras empresas no mercado
a vista, que ficarão depositadas como cobertura em
substituição às anteriores e passarão a ser novas
ações-objeto do contrato.
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Contrato a Termo de Ações em Dólar
Tem características idênticas ao termo tradicional em
reais, e a única diferença é o fato de que o preço
contratado será corrigido diariamente pela variação
entre a taxa de câmbio média de reais por dólar norteamericano, para o período compreendido entre o dia
da operação, inclusive, e:
Dia da solicitação da liquidação antecipada, exclusive;
Dia da solicitação por diferença, exclusive;
Dia do vencimento do contrato a termo, exclusive, para
os casos de liquidação por decurso de prazo
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Contrato a Termo de Ações em Pontos
É a operação a termo cujo valor, para efeito de liquidação financeira, é calculado pela
conversão do valor dos pontos para moeda corrente nacional. O índice de correção do
valor econômico do ponto deve ser escolhido pelas partes na abertura da operação,
dentre aqueles autorizados pela Bovespa. Este índice não pode ser alterado nas
negociações secundárias do contrato e, na hipótese de extinção do índice escolhido, a
atualização do valor econômico do ponto é feita pelo seu sucessor legal.
Os indicadores autorizados para correção de termo em pontos são:
 Taxa de câmbio real/dólar
 TR (Taxa Referencial); e
 TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo)
A maior vantagem de um contrato a termo é que fixa os preços numa data futura.
Além disso, ele possibilita várias estratégias. Ver Quadro abaixo A principal desvantagem
Proteção de preços
Um investidor que espera alta nos preços de uma ação ou de um
conjunto delas pode comprar a termo, fixando o preço e
beneficiando-se da alta da ação.
Diversificação de riscos
O investidor protege seu capital de riscos elevados quando
diversifica sua aplicação a termo em diferentes papéis.
Obtenção
de
recursos O investidor titular de ações que precisa de recursos para uma
(operação de caixa)
aplicação rápida poderá vender a vista para imediata compra a
termo do mesmo papel.
Alavancagem de ganhos)
O investidor adquire a termo quantidade de ações superior à que sua
disponibilidade financeira permitiria comprar a vista, proporcionandolhe uma taxa de retorno maior no caso de elevação dos preços a
vista.
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de um contrato a termo é
que, se os preços a vista
movimentam-se de uma
direção para a outra na
data da liquidação, não há
forma de sair do negócio.
Ambas aas partes estão
sujeitas a perdas e ganhos
potenciais,
que
são
vinculados.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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EXEMPLO de uma Operação a Termo
Um investidor acredita que uma ação irá subir nos próximos 30 dias e resolve
comprar essa ação no mercado a termo, sendo a seguinte a situação do mercado:
•valor das ações no mercado a vista - R$ 10.000
•taxa de juros - 2% ao mês
•valor das ações no mercado a termo - R$ 10.200
•margem exigida - 20% do preço a termo - R$ 2.040
•no vencimento do contrato o preço da ação no mercado a vista é de R$ 10.500
Qual o ganho do comprador?
OPERAÇÃO A TERMO
Venda a
Taxa
Preço a
Vista
Termo
Juros
Mês = i
(1)
(2)
(3)
10.500,00
2%
Remuner Preço Final
ação
Margem
(4)=20%x(3 (5)=(2)x(4 (6)=(3)-(5)
)
)
10.200,00
2.040,00
40,80
10.159,20
Rendimento Real p/Comprador
Margem
inicial
Lucro/
(perda)
Liquid.
Final
(7)=(1)- (8)=80%x(3
(6)
)
340,80
8.160,00
VF = (1 + r)n x VP
(10.540 - 8.160) = (1 + r)1 x 2.040 ----> r = 16,67%
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Formação do Preço Futuro
Como vimos, no mercado derivativos, a entrega (ou
não) do ativo-objeto e a sua liquidação financeira se
dá no FUTURO, e este a Deus pertence!
Como definir (formar) um preço do ativo-objeto
no futuro é uma grande oportunidade para as
áreas de previsões e simulações. Esta é a
praia do BERTOLO!!!!
Vamos por enquanto fazer ensaios sobre a Formação do
Preço Futuro como o mercado o faz.
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Extensão - 2013
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Formação do Preço Futuro
É importante determinar como se forma o preço de
um
contrato
de
liquidação
futura.
Por que?
Para sabermos se
pagando um preço
pelo derivativo.
estamos
“justo”
Existem 2 teorias para explicar o valor futuro
de um bem.
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Formação do Preço Futuro - TEORIAS
1ª TEORIA
O valor futuro do bem é aquele que
EQUILIBRARÁ a oferta e a demanda
futura esperada para o produto.
Pouco útil, pois é difícil estimar a oferta e demanda futura.
Existem os métodos de previsões, modelos estatísticos interessantes!!!
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Extensão - 2013
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Formação do Preço Futuro - TEORIAS
2ª TEORIA
Arbitragem: “Se existe uma relação
entre dois preços, o mercado logo a
descobrirá
Pressuposto: O mercado é muito eficiente e quase perfeito !
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Exemplo de Arbitragem: Venda de OURO
Tomamos emprestados R$ 100, com juros de 10% a.m., e compramos ouro.
No mesmo momento que estamos comprando o metal, vendemos um contrato (a
termo, p.ex.) de ouro por R$ 115  ganho da operação no vencimento: 15%.
Daqui 30 dias o contrato será liquidado (entregamos o metal e recebemos o
dinheiro).
RESULTADO
 Ficamos sem o ouro
 Recebemos um crédito de R$ 115
 Pagamos o empréstimo (com juros), R$ 110.
 Sobraram R$ 5

lucro sem risco!
(preço do contrato estava alto)
Ficamos sem o ouro (base da operação) mas levamos R$ 5 !
E se todos comprassem ouro?
O preço cairia e daí atingir-se-ia o EQUILÍBRIO (mercado
eficiente e quase perfeito)
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Observação sobre Arbitragem
Não é necessário termos nem o ativo
(ouro, por exemplo) e nem o dinheiro.
Só é necessário se ter
CRÉDITO!
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Formação do Preço Futuro - CARACTERÍSTICAS
• Os preços futuros geralmente são SUPERIORES aos preços do mercado a vista
(spot), por ter que carregar uma determinada posição até o vencimento. Por
exemplo, o ouro, exige um aluguel de cofre de armazenamento, seguros, etc.
• Um aluguel (juros) pela incerteza, oportunidades perdidas, utilidade dos $$ da
venda e inflação, deve ser acrescentado.
• Os preços no mercado a vista devem, em condições de equilíbrio, se elevarem
ao longo do tempo para incorporar o custo de carregamento.
O
preço
futuro
deve
convergir para o preço spot,
senão,
no
vencimento,
compro num mercado e
vendo no outro
BASE
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Extensão - 2013
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Bertolo - Mercado de Derivativos
24/05/2013
Formação do Preço Futuro
Neste momento, podemos dizer que
o preço de um contrato no futuro será
sempre o valor à vista (spot)
ACRESCIDO dos custos de ter os
produtos em mãos até o vencimento
do contrato
Custos de Carregamento
Um dos importantes custos de carregamento são os JUROS
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Bertolo - Mercado de Derivativos
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Formação do Preço Futuro - Fórmula
Inicialmente vamos apresentar uma fórmula para
precificação de contratos de futuros apenas
carregando os JUROS!
𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖
𝑛
𝑚
F = Valor do bem do contrato (valor do contrato);
S = Valor do bem no mercado spot (disponível ou a vista);
i = Taxa de juros [em decimais] – forma unitária;
n = dias a decorrer até o vencimento do contrato;
m = dias da base da taxa de juros (ano=360. mês=30, etc.)
Esta fórmula vale para todas as commodities e moedas !
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Extensão - 2013
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Exemplo de Formação do Preço Futuro de Ações
Uma ação, que não paga “dividendos”, está sendo negociada na bolsa para
liquidação pronta por R$ 200. O contrato a termo destas ações, para vencimento
daqui a 3 meses, está cotado a R$ 217. Este preço é justo? Por que?
Dado: Aplicações em CDB de 90 dias está pagando 50% a.a.
Solução
Fcotado = 217
S = 200
i = 50% a.a.
𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖
n = 90 dias m = 360 dias
𝑛
𝑚
Introduzindo estes valores na fórmula:
𝐹 = 200 𝑥 1 + 0,50
𝐹 = 200 𝑥 1,5
90
360
0,25
𝐹 = 𝑅$ 221,34
O preço justo ficou maior que o cotado  oportunidade de
arbitragem!
No excel: VF(taxa;nper;pgto;vp;tipo) então VF(0,50;90/360;;-200)  221,34
Na HP 12C: STO EEX f FIN f 2 200 CHS PV
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50 i
90 ENTER 360  N
FV
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Exemplo de Arbitragem com o Preço Futuro de
Ações
No exemplo anterior, como o preço futuro está abaixo do valor futuro de
uma aplicação em CDB, fazemos a seguinte estratégia:
No exemplo anterior, como o preço futuro está abaixo do
valor futuro de uma aplicação em CDB, fazemos a
seguinte estratégia:
• Compramos CDB (200,00)
Resgatamos = 221,34
• Compramos o contrato que pagaremos no futuro
= 217,00
•
Lucro
=
4,34
O lucro apurado é livre de risco!
Não incluímos aqui os custos da operação!
Por simplicidade, neste exemplo, incorporamos como custos de carregamento,
apenas os juros!
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Bertolo - Mercado de Derivativos
24/05/2013
Formação do Preço Futuro com outros
Carregamentos
Fórmula
Vamos agora apresentar uma fórmula para
precificação de contratos de futuros carregando os
juros, estocagem e outros (custódia,seguro, etc.).
𝑛
𝑚
𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖
+ 𝐶𝑛 + 𝐸
Cn = Valor do custo de se ter o bem pelo período de vigência
do contrato;
E = Outros custos diversos (custos de corretagem, taxas de
bolsas, etc.).
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Exemplo de Formação do Preço Futuro com
Carregamento
Vamos considerar que determinada mercadoria está sendo negociada a R$ 100 no
mercado spot, que a taxa de juros esteja em 10% a.m., que o custo de estocagem
seja R$ 2 por mês e que o custo de corretagem mais os custos da bolsa seja de
R$ 0,5 por operação (pagos na abertura da posição e na liquidação do contrato).
Qual deverá ser o preço justo de um contrato que vence daqui a 45 dias?
Solução
F = ?
S = 100
i = 10% a.m. n = 45 dias m = 30 dias
Cn = 2
E = 2 x 0,5
𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖
𝑛
𝑚
+ 𝐶𝑛 + 𝐸
Introduzindo estes valores na fórmula:
𝐹 = 100 𝑥 1,1
45
30
+ 2𝑥
45
+ (2 𝑥 0,5)𝐸
30
𝐹 = 100 𝑥1,1537 + 3 + 1
𝐹 = 𝑅$ 119,37
Este é o preço justo carregando todos os custos estabelecidos!
Se o preço futuro do contrato fosse R$ 121, o que você faria? Resp: compra spot e vende futuro
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Formação do Preço Futuro com Aluguel do AtivoObjeto
No caso de Ações, o aluguel existe. São pessoas querendo participar do capital
acionário da empresa por um período. Obviamente que além do custo adicional,
temos o custo do aluguel que, geralmente, é pago no final do aluguel, sobre o valor
da ação na data do empréstimo. Este custo de aluguel deverá ser subtraído do
resultado da aplicação no título.
𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖
𝑛
𝑚
−𝑆𝑥
1+𝑗
𝑛
𝑞
−1
Custo do Aluguel ou
Juro do Aluguel
j = taxa do aluguel das ações;
q = período da taxa de aluguel das ações.
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Exemplo de Formação do Preço Futuro com Aluguel
de Ações
Uma ação, que não paga “dividendos”, está sendo negociada na bolsa para liquidação
pronta por R$ 200. Elas foram alugadas a um custo de 20% a.a., pagos no final do
aluguel. Qual o preço justo do contrato a termo destas ações que está sendo
negociado a R$ 217, para vencimento daqui a 3 meses
Dado: Aplicações em CDB de 90 dias está pagando 50% a.a.
Solução
Fcotado = 217
S = 200
i = 50% a.a.
j = 20% a.a. q = 360 dias
𝐹 =𝑆𝑥 1+𝑖
𝑛
𝑚
−𝑆𝑥
n = 90 dias m = 360 dias
1+𝑗
𝑛
𝑞
−1
Introduzindo estes valores na fórmula:
𝐹 = 200 𝑥 1,5
90
360
− 200 𝑥
1,2
90
360
−1
𝐹 = 𝑅$ 212,01
O preço justo ficou menor que o cotado  oportunidade de
arbitragem!
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Exemplo de Arbitragem com o Preço Futuro de
Aluguel de Ações
Se adotarmos a mesma estatégia do exemplo anterior:
•
•
•
Vendemos as ações e compramos CDB (200,00)
Resgatamos = 212,01
Compramos o contrato de ações que pagaremos no futuro
= 217,00
Prejuízo
= (4,99)
Repetindo a estratégia perdemos dinheiro, então, devemos MUDAR de
estratégia!
Nova estratégia (inverter as operações):
• Fazemos um empréstimo à taxa do CDB (50%a.a.)
Pagamos = (221,34)
• Compramos açoes com este dinheiro
• Alugamos estas ações a terceiros (20%), Recebendo no final = 9,33
• Vendemos contrato das ações no futuro onde
Recebermos = 217,00
•
Lucro =
4,99
Fizemos aqui 4 operações
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Auto-Avaliação
1. O que são derivativos?
2. O que é Hedging?
3. Conceitue:
i.
Hedger
ii. Especulador
iii. Arbitrador .
4. Como se classificam os derivativos
quanto a sua natureza? Descreva-os.
5. Onde são negociados os derivativos?
6. Na atual conjuntura do Brasil, poderia
existir um contrato derivativo do preço da
gasolina? Por que?
7. É possível a existência de contrato
derivativo sem ativo-objeto?
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24/05/2013
Auto-avaliação
Empresas que não desejam financiar seus passivos junto às instituições financeiras
devido ao spread, procuram vender ações ou emitir obrigações (debêntures, por
exemplo).
Você, o gestor financeiro da XYZ Corpotion, que atua no setor de suco-alcooleiro,
planeja emitir obrigações a longo prazo daqui a 9 meses, mas teme que as taxas de
juros possam aumentar nesse meio tempo. Como você poderia usar o mercado a
termo para se proteger (hedge) contra um aumento geral nas taxas de juros?
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Auto-avaliação
Suponha que a taxa de juros de 1 ano seja de 10% e a taxa de juros de 2 anos seja
de 12%. Você vai até um banco e pergunta a que taxa o banco promoterá fazer um
empréstimo de 1 ano daqui a 12 meses. O banco oferece fazer um compromisso a
termo para lhe emprestar dinheiro a 15%. Você aceitaria a oferta? Você consegue
pensar em uma alternativa mais simples e mais barata?
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Teste de Verificação
Com relação aos derivativos, assinale a opção correta.
a. Os ativos objetos dos contratos de derivativos têm seus preços
estabelecidos pelo vendedor desses ativos
b. As transações com derivativos são realizadas nos mercados a vista da bolsa
de valores.
c. Os mercados futuros e de opções impedem os investidores de tomar uma
decisão mais técnica, devido a incerteza de ocorrência de determinados
eventos
d. Os derivativos permitem a realização de negócios de maior porte com um
volume relativamente pequeno de capital e nível conhecido de risco.
e. Como os derivativos incorrem em maiores riscos, os preços dos bens são
mais elevados.
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Muito Obrigado.
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