Aula: 09 Temática: Contaminação de precipitados Esta aula tem por finalidade mostrar a facilidade com que um precipitado pode se contaminar e, a dificuldade de identificar esta contaminação. Este é mais um fato que é muito preocupante na formação de um precipitado, pois ele dificulta a sua insolubilidade, praticamente impossibilitando a sua extração da solução. A contaminação é um fator muito difícil de visualizar também. Este fenômeno pode ocorrer de duas formas: como uma co-precipitação ou como uma pós-precipitação. Não existe pré-precipitação, pois não há como algo se contaminar antes de ser formado. Na co-precipitação, a contaminação acontecerá juntamente com o processo de formação do precipitado, podendo ser subdividido em dois casos: • aqueles em que ocorre uma substituição em algum local da fase de crescimento, na maioria das vezes por íons que possuem conformações semelhantes com o íon original, como por exemplo, SO4-2 e MnO4-, sendo que neste caso nenhuma irregularidade será formada para ser visível a olho nu, pois o substituinte tem forma muito semelhante. • aqueles onde um íon completamente diferente, irá ser adsorvido na parede do precipitado, causando uma irregularidade, provocando um acúmulo de solvente nestas reentrâncias ou protuberâncias, o que facilita a peptização. Em ambos os casos, teremos alterações no produto final, o que mesmo não trazendo alterações visuais, traz problemas durante a análise do precipitado. Na pós-precipitação, a contaminação acontecerá durante o fenômeno de maturação ou digestão do precipitado, ou seja, durante o estado de repouso, um íon pode ocupar as camadas de crescimento que serão formadas, trazendo ou não irregularidades conformacionais. O mecanismo em que este fato será produzido é muito semelhante ao da co-precipitação, diferenciando apenas pelo estágio em que ocorre o fato. 36 QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA Quando ocorre uma contaminação, o que realmente preocupa é o fato de que o íon, que não deveria estar ali presente, já se encontrava no meio reacional, com contaminação de algum dos componentes da reação. Outro fator é que, se uma contaminação acontece como co-precipitação, este ainda pode se livrar do contaminante e adquirir uma forma insolúvel durante a digestão, mas uma contaminação que acontece como pós-precipitação, não haverá um outro estágio de formação para a tentativa de retirada deste íon indesejado. Outro ponto que se deve tomar muito cuidado é que, quando temos contaminação de um precipitado, nada garante que aquela fase de crescimento onde o íon estará presente será dissolvida, permitindo o precipitado se livrar desta contaminação, ou seja, devemos realmente nos preocupar em não contaminar o nosso produto, pois uma vez contaminado, não podemos mais fazer nada por ele, a não ser torcer para que este quadro seja revertido. Agora vamos ter conhecimento de como estes experimentos irão nos ajudar na prática, através de cálculos e medidas que possibilitam as quantificações e identificações. Até a próxima aula!!! QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA 37