A Interação Necessária entre Construtivismo, Etologia e Behaviorismo

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entre Construtivismo, Etologia e Behaviorismo
Revista de Etologia 2000, Vol.2, N°1,Interação
57-62
A Interação Necessária entre Construtivismo, Etologia e
Behaviorismo: uma Resposta a Carvalho Neto
HILTON FERREIRA JAPYASSÚ
Instituto Butantan
Contrariamente à posição de Carvalho Neto (2000), procuro mostrar que o Behaviorismo skinneriano, apesar de se aproximar da abordagem etológica clássica, não deve ser entendido como um interacionismo, dado
que postula ainda a divisão do comportamento em aspectos inatos e aspectos aprendidos, perpetuando desta
forma a dicotomia natureza-cultura. Skinner critica direta e claramente o construtivismo, de modo que se
torna difícil conciliá-lo com a posição interacionista piagetiana. Acredito que, paradoxalmente, para se preservar o legado skinneriano, bem como o de Lorenz, faz-se necessário ultrapassar os escritos e as proposições
de tais autores, o que neste caso se faria através de uma maior interação entre Behaviorismo, Neurociências,
Construtivismo e Etologia, nos moldes em que são praticados hoje em dia.
Descritores: Behaviorismo Construtivismo. Etologia..
An interaction between Constructivism, Ethology, and Behaviorism is necessary: a replay to Carvalho Neto.
I try to show, in opposition to Carvalho Neto (2000), that Skinnerian Behaviorism cannot be taken as an
interactionism. Although close to the classical ethological approach, Behaviorism perpetuates the naturenurture dichotomy, as it still postulates the division of behavior into inate and learned components. Skinner
himself directly and explicitly criticizes Constructivism, so that it becomes difficult to conciliate his ideas with
Piaget´s interactionism. Paradoxically as it may seem, in order to preserve the legacy of both Skinner and
Lorenz, one must surpass their concepts and ideas, and for this it is important that a closer interaction be
maintained between contemporary Behaviorism, Neurosciences, Constructivism and Ethology.
Index terms: Behaviorism, Constructivism. Ethology.
Em seu comentário ao meu artigo
(Japyassú, 1999), Carvalho Neto (2000) parece
argumentar, em essência, que o projeto
behaviorista de ciência do comportamento, nos
moldes de Skinner, se encaixa razoavelmente
bem em uma definição de interacionismo. O que
pretendi mostrar em meu artigo, foi que o conflito entre abordagens mais genetizantes
(Etologia) e mais ambientalizantes (Behaviorismo) ao estudo do comportamento animal resultou no surgimento de uma pluralidade de
interacionismos, e que esta multiplicidade permitiu a sobrevivência da clássica e combalida
dicotomia inato-aprendido. Os interacionismos
de Skinner e de Lorenz são fruto de uma aproximação entre duas abordagens, refletem uma
postura mais madura de cada um dos proponentes, mas não podem ser encarados como tendo resolvido os problemas do dilema culturanatureza, tal como o fez o projeto piagetiano
no campo do desenvolvimento cognitivo.
Behaviorismo e interacionismo
A posição de Skinner com relação à
interação entre ambiente e hereditariedade está
clara nos artigos em que trata da evolução biológica (1984a, 1984b, 1984c). Dois seriam os
passos necessários para a evolução da aprendizagem ou, mais especificamente, do condicionamento operante: a evolução de susceptibili-
Hilton Ferreira Japyassú, L aboratório de
Artrópodes, Instituto Butantan, Av. Vital Brazil 1500,
São Paulo, SP, 05503-900, [email protected]
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Hilton Ferreira Japyassú
dades ao reforçamento e a de comportamentos
incondicionados. As susceptibilidades seriam
preferências individuais com relação a determinados estímulos ambientais. Os comportamentos incondicionados seriam aqueles não associados de maneira inata a estímulos particulares;
tais comportamentos não teriam valor de sobrevivência próprio, ou seja, seriam neutros do
ponto de vista da seleção natural. Em Selection
by Consequences, Skinner (1984c) sugere que,
dentre estes comportamentos “espontâneos,”
exibidos inicialmente sem conexão com estímulos ambientais, alguns seriam reforçados positivamente e outros negativamente. O ambiente
modelaria assim o repertório do animal ao longo do desenvolvimento promovendo associações
estímulo/
resposta/estímulo-reforçador
(SD→R→SR)1 e também cadeias de associações
(SD3→R3→SD2→R2→SD→R→SR) que explicariam o
surgimento de comportamentos mais complexos a partir da associação entre tais comportamentos básicos.
O primeiro problema provém da literatura etológica. Muitos dos comportamentos básicos “inatos” se modificam ao longo da ontogênese independentemente ou apesar do
aprendizado. À guisa de exemplo: não seria
adaptativo para uma aranha ter que aprender
a cada nova geração tanto o momento preciso
(ao longo de sua vida individual) de anexar um
refúgio à sua teia como o padrão, o formato e
modo de construção deste refúgio (típico da
espécie). Apesar da sensibilidade ao contexto
que apresentam os comportamentos de construção da teia (Ades, 1986), a ontogenia do refúgio parece pouco sujeita a simples influências
ambientais (Japyassú & Ades, no prelo), que dirá
a influências ambientais mais complexas, como
a aprendizagem. Tais ontogenias pouco sujeitas aos efeitos da aprendizagem não são
excessões, bastando para isso citar as metamorfoses dos insetos e anfíbios, sempre acompanhadas de mudanças comportamentais importantes.
Um segundo ponto diz respeito ao desenvolvimento cognitivo humano. Piaget inaugura (juntamente com Vygotsky) uma abordagem construtivista que propõe a existência de
estruturas cognitivas que se modificam ao longo da ontogenia. Sua proposta interacionista
postula que as variáveis ambientais são assimiladas a uma estrutura interna (cognitiva) que,
ao assimilar a novidade, se modifica, se acomoda (Piaget, 1996/1967, p. 199). Skinner rejeita
tal interacionismo, e pretende substituí-lo por
seu paradigma de seleção pelas conseqüências:
Este esquema deixa claro que Skinner não
apenas inclui em sua proposição teórica susceptibilidades e comportamentos inatos (sobre os
quais se construiriam as associações SD→R→SR),
como também admite que a própria aprendizagem é um processo derivado, em última instância, da evolução biológica (Skinner, 1984c, p.
478). Aqui a aproximação entre o Behaviorismo e a Etologia Clássica é clara; no entanto, ela
não levou, em nenhuma das abordagens
supracitadas, a uma proposta construtivista para
o desenvolvimento do comportamento, e é este
meu principal argumento no artigo inicial
(Japyassú, 1999). Na proposta skinneriana, os
elementos comportamentais básicos (que constituem os elos das cadeias comportamentais complexas) não se alteram na interação com o ambiente. As cadeias comportamentais são uma
espécie de mosaico de desempenhos originalmente incondicionados, que se associam em função de uma história particular de contingências. Há dois problemas nesta síntese teórica que
precisam ser equacionados.
... other causal forces serving in lieu of selection [by consequences] have been sought (...)
cognitive psychologists have argued that concepts develop in the child in certain fixed
orders, and Freud said the same for the psychosexual functions. Some anthropologists
have contended that cultures must evolve
through a prescribed series of stages, and
Marx said as much in his insistence upon historical determinism. But the [behavioural]
changes [during development] (...) can be explained by the “development” of contingencies of selection. (Skinner, 1984c, p. 480)
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Interação entre Construtivismo, Etologia e Behaviorismo
Temos aí uma crítica não só a Piaget, com
seus estágios de desenvolvimento da cognição
infantil, como também a Freud e Marx. É uma
insatisfação generalizada com o estruturalismo,
dado que ele propõe a existência de estruturas
internas (conceitos, no caso de Piaget) governando a ação, estruturas estas que Skinner pretende eliminar, talvez por estarem próximas de
um certo “mentalismo” (veja por exemplo sua
crítica à psicologia cognitivista, em seu último
artigo – Skinner, 1990), colocando em seu lugar a história individual de contingências modelando as associações entre os comportamentos básicos.
finições diferenciadas que tais abordagens adotam com relação às fronteiras do organismo. Mas
a partir de uma definição assim tão alargada,
muitos outros aspectos internos ao organismo
seriam estímulos, no limite, até os impulsos
eletro-químicos entre os neurônios. Se assim for,
faz-se necessária uma reflexão a respeito do que
seria afinal o interno, aquilo que estaria sob o
controle dos estímulos “externos,” pois se chegarmos ao nível de sinapses e neurotransmissores, o passo seguinte será o interior da célula.
Se o Behaviorismo leva em conta em seu
esquema teórico a estrutura interna do organismo, o sistema nervoso com suas conexões,
os estímulos internos que percorrem o corpo, e
se estamos todos trabalhando no campo dos fenômenos físicos (excluindo os mentalismos e
outras imaterialidades), parece claro que aquilo que se altera em função da estimulação (externa ou interna, tanto faz) são intensidades de
conexões sinápticas que facilitariam alguns caminhos elétricos dentro do sistema nervoso (leiase, alguns padrões comportamentais) em detrimento de outros. Acredito que este seja um
campo fértil de diálogo entre as abordagens da
Etologia, do Behaviorismo e do Construtivismo;
acredito que boa parte das controvérsias estejam apenas no plano de conceitos muito distanciados de sua base material concreta;3 acredito
que as “estruturas cognitivas” de Piaget possam
ser traduzidas em redes neurais muito materiais, e que a noção de programa comportamental da Etologia seja isomórfica à idéia de que
alguns caminhos dentro destas redes neurais são
mais facilmente percorridos que outros; acredito que a modelagem do comportamento
Skinneriana seja análoga a este fenômeno de
facilitação sináptica que permitiria que duas
redes neurais distintas (leia-se dois programas
de ação diferentes) fossem conectadas, passando a atuar conjuntamente em determinados
contextos. Acredito que tal discussão será muito mais produtiva quando as bases materiais
concretas com as quais cada abordagem lida, e
sobre as quais teoriza, sejam mais claramente
explicitadas.
O “interacionismo” de Skinner difere claramente do piagetiano: enquanto para Skinner
o comportamento é resultado da associação
(modelada pela história de contingências) entre elementos comportamentais inatos,2 para
Piaget estes blocos “inatos” utilizados para a
construção de comportamentos complexos, se
existirem como tal, estão eles próprios em constante modificação durante a interação com o
ambiente, através de ciclos de assimilação e acomodação que produzem novos blocos, utilizados
em novos ciclos de assimilação e acomodação.
Externalismo e humanismo
Um segundo ponto importante na contra-argumentação de Carvalho Neto (2000) diz
respeito às fronteiras do organismo, à separação entre um ambiente interno e um outro externo, e às razões do Behaviorismo em sua escolha do “exterior” como fonte última de
controle do comportamento.
Fronteiras do organismo. Skinner define
“estímulo externo” como qualquer aspecto físico do universo que afeta o comportamento,
mesmo que tal aspecto seja, por exemplo, uma
dor de dente (interna ao organismo). Assim,
para o behaviorista, dizer que o comportamento é controlado por estímulos não significa que
ele seja controlado pelo ambiente exterior ao
organismo, de modo que boa parte da controvérsia Etologia/Behaviorismo seria fruto de de-
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Hilton Ferreira Japyassú
Em uma outra passagem, Carvalho Neto
insiste no humanismo da escola behaviorista, ao
apontar que, na passagem de Watson relativa
às 12 crianças (que poderiam ser transformadas em qualquer tipo de profissional se fosse
permitido o uso de técnicas de aprendizagem),
estaria em jogo não a proposição do homem
enquanto tabula rasa, mas sim uma defesa da
democracia racial norte-americana, de modo
que a mensagem principal neste contexto seria
a de que negros e brancos são iguais, e que as
diferenças entre eles são fruto de histórias de
vida sistematicamente diferenciadas, e não de
diferenças raciais “inatas.”
Pragmatismo e humanismo. Mesmo levando em conta esta definição particular da natureza dos estímulos externos (que poderiam ser
na realidade internos ao organismo), Skinner
realmente sugere que “a fonte última de controle [do comportamento] estaria ‘fora do organismo’, nas contingências originais filogenéticas
[estímulos ambientais evolutivamente relevantes], ontogenéticas [estímulos relevantes na história de vida individual] e culturais ‘externas’”
(Carvalho Neto, 2000) aliadas à estimulação
externa no momento exato da performance.
Para Carvalho Neto, tal opção pelo ambiente
externo seria apenas pragmática, e se daria em
função do desejo de modificação do comportamento humano. Dada a dificuldade prática de
manipulação das variáveis internas, fisiológicas
e/ou neurológicas (intermediários no ciclo estímulo-externo>organização-interna>respostacomportamental), seria mais eficiente planejar
adequadamente o ambiente estimulatório externo de modo a se obter a mudança comportamental desejada. Assim, seria o humanismo da
teoria Skinneriana, seu desejo de intervenção
real na sociedade, que estaria na base de sua
opção pelo estudo das associações entre as contingências externas e o comportamento, independentemente das variáveis intermediárias
desta associação.
Embora tal humanismo seja louvável,
acredito que os cientistas deveriam perseguir a
neutralidade e a objetividade, por utópicas que
sejam, e, em especial, acredito que a ciência não
deve impulsionar falsos mitos (como este da tabula rasa), pois corre o risco de ser desacreditada no longo prazo. De qualquer maneira, este
episódio marca bem a diferença entre as abordagens do Behaviorismo e da Etologia Clássica:
a Etologia talvez insistisse na existência de diferenças reais entre raças;4 o paradigma da biologia é o da diversidade e da seleção por sobre
esta diversidade, pelo que ela já foi ampla e erroneamente acusada de pregar um darwinismo
social. A questão mais difícil neste caso é a da
convivência entre diferentes: as raças, as tribos,
os indivíduos podem não ser iguais, mas devem
ter os mesmos direitos.
Este pragmatismo precisa, no entanto, ser
contextualizado. Se o desejo é alterar o comportamento de um indivíduo (eliminar fobias e
manias, por exemplo) acredito que a Análise
Experimental do Comportamento pode e tem
tido sucessos. No entanto, julgar que este
paradigma poderá ser aplicado no tratamento
de alterações comportamentais mais profundas
e, em especial, como sugere Carvalho Neto, em
alterações sociais complexas (como a “redução
dos níveis de criminalidade”), é pular perigosamente níveis inteiros de organização. Aquilo que
é válido ao nível das células pode não ser válido
ao nível dos tecidos, dos órgãos, do organismo;
o que é válido ao nível do indivíduo pode não o
ser ao nível da família, da escola, do bairro, e,
muito menos, da sociedade.
Considerações finais
Falar de Lorenz não é falar da Etologia
atual. Da mesma forma, acredito que falar de
Skinner não seja falar do Behaviorismo nos
moldes em que ele é praticado hoje em dia.
Darwin, Freud, Lorenz, Skinner, Piaget, todos
são grandes nomes do pensamento científico e
tiveram grandes contribuições para o estudo do
comportamento animal, mas se queremos preservar seu legado, devemos, paradoxalmente,
ultrapassá-los. O debate entre suas idéias per-
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Interação entre Construtivismo, Etologia e Behaviorismo
Notas
manece nos dias de hoje, e acho que ele é fértil
quando aponta para as falhas recíprocas, quando sugere caminhos de pesquisa, quando integra propostas alternativas ou gera novas fronteiras de estudo.
SD é o estímulo discriminativo; R é a resposta do
animal, o comportamento condicionado; SR é o estímulo reforçador, aquele pelo qual o animal exibe
uma preferência inata.
1
Acredito que o estudo do comportamento
animal tenha muito a ganhar com uma interação
maior entre o Behaviorismo e a neurologia e/ou
neuropsiquiatria. O estudo dos mecanismos
neurais da aprendizagem, da linguagem e da
formação de conceitos é uma área de fronteira
científica, e os psicólogos do comportamento
poderiam contribuir muito para o seu aprimoramento. Acredito que, seguindo-se esta trilha, a
Etologia e o Behaviorismo darão origem a uma
ampla ciência do Comportamento Animal.
Skinner dessa forma introduz em seu esquema
explanatório o conceito básico da Etologia Clássica,
o comportamento inato, com apenas uma pequena
modificação: tal comportamento não estaria previamente associado a nenhum estímulo liberador (à la
Lorenz) nem eliciador (à la Pavlov).
2
Na verdade, conceitos que sempre “levaram em
conta” a neurofisiologia de uma época, sem no entanto se deixar fertilizar pelas novas descobertas
nesta área.
3
Lorenz teve uma passagem obscura de sua vida à
época da segunda guerra, no auge do nazismo alemão.
4
Finalizando, insisto no ponto principal de
meu artigo original (Japyassú, 1999), que aponta
para a necessidade de uma integração entre as
teorias evolutivas e as do desenvolvimento. Nos
tempos de Lorenz e de Skinner talvez fizesse
sentido uma divisão do estudo do comportamento em duas áreas demarcadas (como sugeriu Skinner, 1984c, 1990):5 a abordagem comparativa, evolutiva, voltada para a estereotipia,
e a ontogenética, da aprendizagem, voltada para
a plasticidade comportamental. Tal integração
poderia resultar em uma teoria da evolução
construtivista, na qual os organismos deixariam de ser encarados meramente como mecanismos genéticos, e o ambiente deixaria de ser
visto apenas como fonte de seleção. Esta evolução construtivista já começou a ser esboçada:
Laland, Odling-Smee, & Feldman (2000) propõem um interessante esquema teórico, avaliando as conseqüências de se incluir em um
modelo evolutivo o fato de que os organismos
não apenas são selecionados, mas também selecionam e modificam seu ambiente, construindo
nichos duráveis que afetam a aptidão das gerações seguintes. Embora outras propostas se encaminhem neste mesmo sentido, vindas de diferentes áreas de pesquisa, e conseqüentemente
com diferentes enfoques (Raff 1996, Schlichting
& Pigliucci 1998), acredito que o estudo do comportamento animal seja a área que individualmente mais pode contribuir para que tal síntese se concretize.
Ambas as abordagens estavam se afirmando enquanto linhas válidas e produtivas de pesquisa. Tal
situação requeria uma defesa acirrada de seus princípios fundadores.
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