UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – ÊNFASE MARKETING. JOÃO DOMINGOS ZORZI ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DO COMPOSTO MERCADOLÓGICO DA EMPRESA BAUDUCCO São José 2006 JOÃO DOMINGOS ZORZI ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DO COMPOSTO MERCADOLÓGICO DA EMPRESA BAUDUCCO Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação – apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração da Universidade do Vale do Itajaí. Professora Orientadora: Ana Paula Lisboa Sohn. São José 2006 JOÃO DOMINGOS ZORZI ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DO COMPOSTO MERCADOLÓGICO DA EMPRESA BAUDUCCO Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final pela Coordenação do Curso de Administração-Ênfase Marketing, da Universidade do Vale do Itajaí, em 27 de Novembro de 2006. Profª. MSc. Luciana Merlin Bervian Univali – CE São José Coordenadora do Curso Banca Examinadora: Profª.MSC. Ana Paula Lisboa Sohn Univali – CE São José Professor Orientador Profº. Rogério Raul da Silva Univali – CE São José Membro Profª. Janaína Baeta Neves Univali – CE São José Membro iii Dedico esta obra a meus pais, a minha esposa e a meu filho e em especial a minha orientadora Ana Paula Lisboa Sohn pela dedicação e empenho durante todo o tempo que fizemos esta obra. iv Agradeço primeiramente a Deus, a minha esposa Viviane que me ajudou e incentivou muito neste período, ao corpo docente do curso de Administração com Habilitação em Marketing, aos meus colegas em especial Janderson, Wagner e Luis pela força nos momentos difíceis, pela dedicação e empenho durante todo o tempo que fizemos esta obra. v “Se não puder destacar-se pelo talento, vença pelo esforço”. Dave Weinbaum vi Resumo O objetivo desta pesquisa é analisar as estratégias do composto mercadológico dos produtos de impulso da Bauducco na grande Florianópolis. Para tanto foi aplicada uma pesquisa com os consumidores dos produtos da linha impulso da Bauducco, que são barras com recheio de polpa de frutas, para diagnosticar a percepção dos consumidores quanto ao produto (qualidade, sabor, formato e tamanho). A pesquisa com os consumidores realizou-se através da aplicação de um questionário nos supermercados da grande Florianópolis. Após foi feita uma pesquisa de preço no varejo para buscar as informações de como o varejista trabalha o seu preço no ponto de venda com os produtos da linha de impulso. E por final realizou-se uma entrevista com o representante da Bauducco com intuito de buscar as informações das estratégias de distribuição e promoção utilizadas pela empresa. Através deste estudo, foi possível diagnosticar e analisar as estratégias do composto mercadológico da empresa em relação à linha de impulso na grande Florianópolis e fazer uma ligação entre a teoria e o aplicado no dia-a-dia da empresa. Esta análise foi positiva, pois constatou-se que a empresa segue de forma correta o que nos diz a teoria, pois se trata de uma empresa de grande porte e de atuação em todo o Brasil, mas se preocupa de forma macro e micro buscando a positivação de 100% dos pontos de vendas, trabalho este que não é fácil, pois se tem várias situações que interferem para este feito. Na análise dos resultados obtidos com a pesquisa constatou-se que a empresa possui estrutura e políticas do composto mercadológico definidas, a empresa Bauducco obteve bons resultados em vários aspectos da pesquisa, com relação à qualidade dos produtos. Quanto à análise das estratégias promocionais a empresa participa de eventos e promove seus produtos com campanhas de degustação, panfletos de grande circulação, com anúncio dos produtos em promoção nos supermercados com preços promocionais, desta forma a empresa trabalha com a finalidade de divulgar e promover sua linha de impulso tanto para o varejista como o consumidor. Em relação à análise de estratégia de distribuição propõem-se uma nova forma de distribuição que pode ser o canal de atacado, pois já que a empresa só trabalha com distribuidores e venda direta. Assim a empresa pode atingir o seu objetivo que é a distribuição perfeita nos pontos de venda em que atua. A análise das estratégias do composto mercadológico da empresa Bauducco é de grande importância para a empresa e para futuras empresas que pretendem entrar no ramo alimentício, pois todas devem ter um planejamento estratégico incluindo um plano de marketing. Palavras-chave: Composto mercadológico, estratégias, marketing. vii Abstract The objective of this research is to reach the considered general objective in this work. A research with the consumers of the products of the line was applied impulse of the Bauducco, that they are bars with pulp filling of fruits, to diagnosis the perception of the consumers how much to the product (quality, flavor, format, and size). The research with the consumers was become fulfilled through the application of a questionnaire in the supermarkets of the great Florianópolis. After a research of price in the retail was made to search the information of as the retailer works its price in the point of sale with the products of the impulse line. E for end became fulfilled an interview with the representative of the Bauducco with intention to search the information of the strategies of distribution and promotion used by the company. Through this study, it was possible to diagnosis and to analyze the strategies of the marketing made up of the company in relation to the line of impulse in the great Florianópolis and to make a linking between the theory and the applied one in day-by-day of the company. This analysis was positive, therefore it evidenced that the company follows of correct form what in she says the theory to them, therefore if she all deals with a company of great transport and performance in Brazil, but if she worries of form macro and micron searching the positives of 100% of the points of sales, work this that is not easy, therefore has some situations that intervene for this fact. In the analysis of the results gotten with the research it was evidenced that the company possess structure and defined politics of the marketing composition, the Bauducco Company got good results in some aspects of the research, with regard to the product quality. How much to the analysis of the promotion strategies the company participates of events and promotes its products with degustation campaigns, pamphlets of great circulation, with announcement of the products in promotion in the supermarkets with promotions prices, in such a way the company works with the purpose in such a way to divulge and to promote its line of impulse for the retailer as the consumer. In relation to the analysis of distribution strategy a new form of distribution that can be the attacked canal of, therefore since the company alone works with deliverers and sale are considered direct. Thus the company can reach its objective that is the perfect distribution in the points of sale where it acts. The analysis of the strategies of the marketing made up of the Bauducco Company is of great importance for the company and future companies whom they intend to enter in the nourishing branch, therefore all must have a strategically planning including a marketing plan. Key-words: Marketing composition, strategies, marketing. viii Lista de ilustrações Figura 1 – As conseqüências de um valor superior para os clientes .......................................... 6 Figura 2 – Vendas e lucros nas fases do ciclo de vida do produto ........................................... 13 Figura 3 - Canais de comercialização com o cliente ................................................................ 26 ix Lista de gráficos Gráfico 1 – Grau de satisfação da qualidade do produto.......................................................... 38 Gráfico 2 – Grau de satisfação do sabor do produto ................................................................ 39 Gráfico 3 – Grau de satisfação do formato do produto ............................................................ 40 Gráfico 4 – Grau de satisfação do tamanho do produto ........................................................... 41 Gráfico 5 – Pesquisa de preço realizada no varejo da grande Florianópolis............................ 45 x Sumário 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 1 1.1 A EMPRESA............................................................................................................... 2 1.2 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ....................................................................... 3 1.3 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 3 1.3.1 1.4 2 3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 5 2.1 MARKETING .............................................................................................................. 5 2.2 COMPOSTO DE MARKETING (4 P´S)........................................................................... 7 2.3 PRODUTO ................................................................................................................... 8 2.3.1 Classificações de produto ........................................................................... 13 2.3.2 Tomada de decisão ..................................................................................... 15 2.4 PREÇO ..................................................................................................................... 15 2.5 PROMOÇÃO .............................................................................................................. 21 2.5.1 Ferramentas do composto promocional...................................................... 22 2.5.2 Propaganda ................................................................................................. 22 2.5.3 Promoção de vendas ................................................................................... 24 2.5.4 Venda pessoal ............................................................................................. 24 2.6 PRAÇA ..................................................................................................................... 25 2.7 ESTRATÉGIAS .......................................................................................................... 29 2.8 VAREJO ................................................................................................................... 31 DESCRIÇÃO DO MÉTODO............................................................................................. 34 3.1 4 Objetivos específicos.................................................................................... 4 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ....................................................................................... 37 RESULTADOS DA APLICAÇÃO.................................................................................... 38 4.1 ANÁLISE DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS PRODUTOS DA LINHA IMPULSO .................. 38 4.2 ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO E PROMOÇÃO ................................... 42 4.3 ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS DE PRECIFICAÇÃO DA LINHA IMPULSO ......................... 44 xi 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 48 5.1 SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ...................................................................... 49 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 50 APÊNDICES ............................................................................................................................ 54 APÊNDICE A ........................................................................................................................ 54 APÊNDICE B ........................................................................................................................ 55 ANEXOS .................................................................................................................................. 56 ANEXO 1.............................................................................................................................. 56 ANEXO 2.............................................................................................................................. 57 1 Introdução Para American Marketing Assocation (apud COBRA, 1992, p.34) marketing: “[...] é o processo de planejamento e execução desde a concepção, apreçamento e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais”. De acordo com Kotler (1998, p.97) “o composto de marketing é o conjunto de ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no mercado-alvo”. A análise do composto de marketing para os produtos de impulso da Bauducco é o objetivo geral deste trabalho. Assim, serão descritas e analisadas as estratégias que a Bauducco adota para cada elemento do marketing mix de sua linha de impulso no varejo: produto, preço, praça e promoção. Acredita-se que esta pesquisa irá contribuir com idéias para a empresa aumentar suas vendas, aumentar a distribuição no varejo, promover seus produtosfoco e desenvolver esta nova categoria de produtos junto ao consumidor final. A empresa criou produtos de impulso, que são mono doses para consumidores que buscam uma alimentação rápida e saudável, estes produtos têm maior rentabilidade para a empresa, mas só terá resultados positivos se tiver bons produtos, fizer uma boa distribuição, praticar preços dentro da realidade e os promover de forma intensa para que todos consumidores possam provar os produtos de impulso. A Bauducco, uma empresa brasileira, situada no estado de São Paulo e pioneira no seguimento da linha impulso, observando este potencial de vendas para seus produtos esta investindo fortemente na distribuição e comercialização de seus produtos impulso, através da parceria com distribuidores e da força de vendas da equipe direta. Atualmente, a distribuição de alguns produtos no varejo do Brasil vem sendo de grande importância para todas as indústrias, por se tratar de um canal do varejo que absorve um grande volume de vendas, a empresa esta investindo fortemente neste canal. Através de uma distribuição bem planejada, com produtos de alto giro e com promoções variadas, a empresa consegue buscar seus objetivos, atingindo um grande número de consumidores e fazendo crescer sua marca e seus produtos de impulso. O propósito deste trabalho é avaliar as ferramentas do composto mercadológico utilizado pela Bauducco para desenvolver a categoria dos produtos de impulso, pois a 2 empresa pretende aumentar suas vendas, aumentar a distribuição no varejo, promover seus produtos focos e desenvolver esta nova categoria de produtos junto ao consumidor final. 1.1 A Empresa A Bauducco foi construída por imigrantes italianos que investiram fortemente no ramo alimentício, desenvolvendo uma gama enorme de produtos que tem sede em Guarulhos/SP e é uma das principais empresas alimentícias do país desde a década de 50, é pioneira nos mercados de panettone, bolo pascal, torradas e biscoitos champanhe. Hoje é mundialmente a maior produtora de panettones, possui o parque industrial de biscoitos mais avançado da América Latina e a maior linha de fabricação de torradas do mundo. Possui quatro fábricas no país, sendo três no estado de São Paulo e uma no estado de Minas Gerais. Sendo a Bauducco uma empresa bem-sucedida no segmento em que atua está atenta ao mercado externo de seus negócios. É importante ressaltar que a marca Bauducco está presente em mais de 50 países, sendo reconhecida pela qualidade, sabor e modernidade dos seus produtos. A Bauducco vem adaptando seus produtos às necessidades dos consumidores. Por isso mesmo, a companhia tem dado especial atenção às embalagens de itens das mais diversas linhas de produtos, investindo na sua modernização, em lay out mais condizente com o público-alvo de cada um deles e tornando-as cada vez mais atrativas, seguras e práticas, como exige o consumidor final. Nos últimos dois anos ampliou sua fabrica para que possa atender um maior número de clientes e consumidores finais. Tem um ótimo centro de distribuição situado em Guarulhos, São Paulo, de forma que torna ágil sua logística atendendo clientes em todo território nacional e exportação. A empresa que é familiar, mas com uma administração profissionalizada, está buscando sempre novos mercados e oportunidades de negócios com novos parceiros para distribuir os seus produtos em qualquer parte do mundo. Atualmente inaugurou um centro de distribuição próprio nos Estados Unidos para fortalecer cada vez mais a sua marca pelo mundo e está buscando novos distribuidores par atender o Mercosul. Hoje a Bauducco está 3 presente no Brasil em mais de 140 mil pontos de vendas atendendo uma gama enorme de consumidores finais com seus produtos. A Bauducco está desenvolvendo novos produtos de impulso e pretende num espaço pequeno de tempo distribuir, promover e tornar conhecido entre os consumidores finais seus produtos de impulso e mono doses. 1.2 Descrição da situação problema Devido à competição cada vez mais acirrada entre as empresas dos mais variados setores, atuar em nichos de mercado sólidos pode garantir a sobrevivência das organizações. A Bauducco vem investindo na inovação de produtos de impulso e buscam através da sua força de venda criar um novo nicho de mercado e consumidores com sua linha de produtos de impulso (no anexo 1, fotos ilustrativas). Ganhar mercado com novos produtos de impulso, aumentar sua distribuição, praticar preços justos para seus consumidores finais e promover seus produtos para todos os consumidores possíveis, são os objetivos da empresa. Observando que a empresa não possui um setor ou pessoa específica que controla e mensura o composto mercadológico, e como está sendo feito o trabalho da equipe de vendas com relação aos produtos de impulso, este trabalho procura analisar as ferramentas do composto mercadológico utilizadas pela Bauducco em relação aos seus produtos de impulso e quais os resultados que a empresa vai obter em relação ao volume de vendas, distribuição no varejo e o maior número de consumidores finais que irão provar os produtos de impulso. 1.3 Objetivo geral Analisar as estratégias do composto mercadológico dos produtos de impulso da Bauducco na grande Florianópolis. 4 1.3.1 Objetivos específicos Verificar qual o grau de satisfação que os produtos da linha impulso para consumidor final. Descrever as estratégias de distribuição e promoção da linha impulso da Bauducco. Identificar e analisar as estratégias de preço praticadas pela empresa e as suas conseqüências no varejo. 1.4 Justificativa Atualmente a Bauducco está voltada para criar e desenvolver um novo nicho de mercado voltado para a venda de produtos de impulso e mono doses. Com tudo isto é importante analisar e identificar se as ferramentas do composto de marketing utilizadas pela Bauducco estão adequadas ao mercado. Deve-se analisar cada estratégia utilizada pela Bauducco com relação à distribuição da linha impulso, a precificação, o desenvolvimento dos produtos e se as formas de promoções estão sendo utilizadas para que a empresa ganhe em competitividade dentro de seu mercado. Por isso este trabalho é importante para Bauducco, pois com a análise das estratégias do composto mercadológico da linha de impulso a empresa poderá identificar pontos a serem explorados e melhorados, aumentando assim sua capacidade competitiva. Com as informações geradas por esta pesquisa a empresa poderá avaliar se suas estratégias para o desenvolvimento de novos nichos de mercados estão corretas no caso do segmento de produtos da linha impulso e mono dose. Para a universidade, este projeto é importante, pois os acadêmicos de marketing e administração poderão utilizar a presente pesquisa como base para novos estudos. Para o acadêmico esta pesquisa será importante para adquirir novos conhecimentos, bem como aplicar na prática o conhecimento adquirido em sala de aula. 2 Fundamentação teórica Neste capítulo é fundamentado e abordado o composto mercadológico que está voltado para o marketing da criação de novos nichos de mercado da linha impulso, partindo então dos princípios de marketing. 2.1 Marketing Conforme Manzo (1996) a palavra marketing deriva da palavra inglesa market, que quer dizer “mercado”. Para o autor “to market” significa comprar ou vender no mercado. Manzo (1996) ainda diz que a terminação “ing” é designativa em inglês do gerúndio. No caso to market e marketing. O sentido literal de marketing seria, portanto, comprando ou vendendo no mercado. (MANZO, 1996). Segundo Kotabe e Helsen (2000, p.30): Marketing é essencialmente uma atividade corporativa criativa, que envolve o planejamento e execução da concepção, determinação de preço, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços em uma troca que não apenas satisfaz às necessidades atuais dos consumidores, mas também antecipa e cria suas necessidades futuras com determinado lucro. Observando o conceito anterior nota-se que marketing é uma atividade que serve de ligação entre todos os departamentos da empresa, planejando e executando todos os compostos de marketing, buscando sempre a satisfação do consumidor final. De acordo com Kotler (2000, p.29) “marketing é um processo social por meio dos quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros”. Para American Marketing Assocation (apud COBRA, 1992, p.34) marketing: “[...] é o processo de planejamento e execução desde a concepção, apreçamento e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais”. Já no conceito de Grönroos (1990) “marketing é um conjunto de idéias que devem ser integradas através de toda a organização e supervisionadas pela alta gerência”. 6 De acordo com (Cobra, 1997) marketing é: • Um estado de espírito ou uma filosofia que orienta o pensamento geral da organização, tanto no processo de tomada de decisão quanto na execução dos planos acordados; • Uma maneira de organizar as várias funções ou atividades da empresa (ou de qualquer outra organização); • Um conjunto de ferramentas, técnicas e atividades, a que os clientes e o publico da organização em geral estão expostos. Finalizando a apresentação dos conceitos, Kotler (2000, p.107) define marketing como o processo de análise de oportunidades, pesquisa e seleção de mercados-alvos, delineamento de estratégias, planejamento de programas e organização, implementação e controle dos esforços de marketing. A partir destes conceitos, pode-se visualizar que o marketing, com toda a sua complexidade, mostram, em sua essência, a troca de bens ou serviços, buscando sempre a satisfação dos consumidores finais. Envolve planejamento e execução do mercado, bem como satisfação das necessidades dos consumidores e muitas vezes criando necessidades para os mesmos, sempre buscando uma lucratividade. A figura 1 a seguir, de Churchil Jr. e Peter (2003, p.18) ressalta a ligação direta entre a satisfação e valor. Os autores mostram também que como conseqüência de uma boa relação obtida com o cliente através da utilização do marketing, a empresa garante clientes com grande grau de fidelização, ou seja, clientes fidelizados são aqueles que compram sempre da empresa, tendo então uma relação longa e lucrativa com a empresa. Figura 1 – As conseqüências de um valor superior para os clientes Fonte: CHURCHIL; PETER, 2003, p.18. A busca da conquista do cliente faz com que empresas se tornem grandes arquitetas de marketing, forçando a diferenciação de produtos na conquista da satisfação de necessidades e desejos do consumidor, pode-se então dizer que há uma troca entre conhecimento da empresa 7 e a satisfação do cliente, no qual é o objetivo do marketing. Com o conhecimento e a satisfação do cliente é preciso escolher quais estratégias que serão usadas pelas empresas na busca de mais clientes, o composto mercadológico que será abordado a seguir mostra a orientação que cada empresa tem na busca da ferramenta estratégica correta no marketing. 2.2 Composto de marketing (4 P´S) O composto de marketing, segundo Cobra (1997, p.28) é, Quatro elementos básicos: produto, preço, promoção, ponto onde todos os elementos do composto foram criados e estabelecidos para atender ao mercado-alvo, ou seja, o consumidor. Kotler (1998, p.97) define que “o composto de marketing é o conjunto de ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no mercado-alvo”. Cobra (1992) descreve o composto de marketing como a interação da empresa com seu meio ambiente em função da sua missão, dos seus objetivos. No composto de marketing, como afirma Sandhusen (2003, p.4-5), cada um dos “Ps” é responsável por um elemento estratégico específico: • Produto: é definido como qualquer coisa, tangível ou intangível, oferecida para a atenção, aquisição, utilização ou consumo capaz de satisfazer as necessidades dos clientes. E essa definição ou estado de satisfação, vária de cliente para cliente, alguns se apegam à qualidade, outros à marca ou embalagem; • Preço: é quando os clientes pagam por um produto ou serviço, segundo o autor, os preços são baseados em vários fatores como concorrência, grau de necessidade, e como ele é o “único elemento gerador de receita” o preço também é estipulado tendo como base a “análise de custos”; • Ponto: refere-se ao local em que o produto é colocado à disposição do mercado, estuda-se qual a melhor forma de distribuição, transporte, armazenamento, etc, dos produtos e quais os pontos de venda mais convenientes para comercialização dos produtos; • Promoção: são programas elaborados para persuadir os clientes a comprar o produto, esse programa possui várias formas diferentes de promoção como, por exemplo, a venda pessoal e a publicidade, que são mensagens pagas e não pagas 8 veiculadas na mídia, e a promoção de vendas, onde são utilizadas várias ferramentas de venda como brindes e sorteios para induzir os clientes a compra e estimular o vendedor. Sobre a importância da administração do composto de marketing Kotabe e Helsen (2000, p. 301) dizem que, A base de um programa de composto de marketing global é o conjunto de decisões de política de produto que as empresas multinacionais constantemente necessitam formular. A variedade de questões sobre política de produto de que precisa ser avaliada é imensa: quais novos produtos devem ser desenvolvidos e para que mercados? Quais produtos devem ser acrescentados, removidos ou modificados à linha, em cada um dos países em que a empresa opera? Que marcas devem ser usadas? Como o produto deve ser embalado? Que serviços devem ser oferecidos? Com base nesta afirmação pode-se identificar que o marketing está voltado para a política de produto e seu mercado de atuação, pois só assim a empresa pode definir em qual segmento atuar, com qual mix de produto, qual marca deve usar e que benefícios o seu produto oferece ao consumidor final. Que é o foco da equipe de marketing da empresa, com base neste conceito, falaremos no tópico seguinte, sobre o conceito de produto. Para que seja possível ter um melhor entendimento sobre o composto de marketing, serão abordados nos próximos sub-tópicos a seguir cada um dos elementos, começando pelo produto. 2.3 Produto De acordo com Bernardino et al (2004, p.74) produto “pode ser entendido como aquilo que se pretende oferecer ao consumidor com o objetivo de venda. O grau de sucesso é influenciado diretamente pela capacidade de percepção e adequação dos produtos oferecidos às necessidades de cada público-alvo”. De acordo com Keegan e Green (2000, p.319) “produto, pode ser definido como um conjunto de atributos físicos, psicológicos, de atitude e simbólicos que, no todo, trazem satisfação ou benefícios a seu comprador ou usuário”. Para Kotler (1998, p.383) “produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer a um desejo ou necessidade”. Kotler (2000, p.416) também conceitua produto como 9 “algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo. Os produtos comercializados incluem bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e idéias”. Segundo Cobra (1997, p.28) “produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atende as necessidades e desejos de seus consumidores alvo”. Observando este conceito vê-se que Kotler (1999, p. 190) diz que “os produtos vão alem de bens tangíveis. Para o autor os produtos incluem objetos físicos, serviços, pessoas, locais, organizações, idéias, ou combinações desses elementos. Destaca-se que esta concepção ampla de produto vai de encontro ao conceito de Cobra apresentado anteriormente”. Assim, compreendendo que os serviços também são vistos como produtos, Kotler (1999, p.190) afirma que estes são produtos que consistem em atividades, benefícios ou satisfações que são ofertadas para venda, como cortes de cabelo, preparação de declarações de imposto de renda, digitações, consertos domésticos, etc. São essencialmente intangíveis, e, embora sejam pagos, não resultam em propriedade. De acordo com Manzo (1996, p.55): Produtos são de natureza tangível os produtos industriais e os produtos de consumo; e de natureza intangível os serviços ou a prestação de serviços. O produto pode ser inventado ou descoberto em um laboratório através do complexo trabalho de cientistas-e também idealizado pelo homem comum das ruas. Com relação aos conceitos pode-se verificar que o produto é entendido como algo que é oferecido para o consumidor com finalidade de satisfazer suas necessidades e desejos, mas com objetivo de venda ou troca, sendo o produto tangível ou intangível. Em relação às características dos produtos Cobra (1997) diz que um produto deve ter: • Qualidade de padronização em termos de características, desempenhos e acabamentos. • Modelos e tamanhos que atendam às expectativas e necessidades. • Configurar a apresentação do produto em termos de apresentação física, embalagem, marca e serviço. Através destas características Cobra (1997, p.29) destaca que o “produto é a principal ferramenta do profissional de marketing para satisfazer as necessidades dos consumidores, por isso a importância de se ter um produto com boa qualidade, uma boa distribuição onde todos os consumidores possam comprar o produto, com um preço competitivo e se for necessário uma boa promoção junto aos varejistas para uma maior divulgação do produto, a 10 partir do mesmo o profissional de marketing vai trabalhar as outras ferramentas do composto de marketing”. Cobra (2001, p.74) define que “todo e qualquer produto ou serviço é constituído de partes tangíveis e intangíveis, somente por meio de pesquisa motivacional é possível identificar como o público-alvo interno vê o produto ou serviço ao cliente e como ele valoriza os aspectos tangíveis ou intangíveis”. Ainda sobre o grau de tangibilidade dos produtos Kotler (2000) diz que estes podem ser classificados em três grupos, de acordo com a durabilidade e a tangibilidade. • Bens não-duráveis: são bens tangíveis e consumidos rapidamente e comprados com maior freqüência. • Bens duráveis: são bens tangíveis, usados durante um período de tempo. • Serviços: são produtos intangíveis, normalmente exigem mais controle de qualidade, credibilidade de fornecedor e adaptabilidade. Cobra (1993, p.187) define bens ou produtos mais usuais como: Bens durávies - também chamados produtos de consumo durável pelo tipo de vida útil. Bens não duráveis – também chamados de consumo de massa destinados à consumação em um período de tempo relativamente curto. Keegan e Green (2000, p. 328) citam as cinco características do produto de finalidade funcional primordial, finalidade secundária, durabilidade e qualidade, método de operação e manutenção. A qualidade deve ser uma das principais características de posicionamento dos produtos, e constitui-se de duas dimensões – nível e consistência. Ao desenvolver um produto, o profissional de marketing deve primeiro escolher o nível de qualidade que irá apoiar a posição desse produto no mercado-alvo. (KOTLER, 1999, p. 192). Kotler (1999) define que é possível identificar novas características e decidir quais devem ser acrescentadas ao produto. Para o autor a empresa deve fazer levantamentos periódicos entre os compradores que usam os produtos, fazendo-lhes as seguintes perguntas: você gostou do produto? Que características especificas agradaram mais? Que detalhes poderíamos acrescentar para aprimorar o produto? Quanto você pagaria pelas características? As respostas proporcionam à empresa uma valiosa lista de idéias, e a partir daí ela poderá 11 avaliar o valor de cada característica para o consumidor em relação aos seus custos devem ser desprezadas, e as mais valorizadas com relação aos seus custos devem ser acrescentadas. Para Churchil Jr. e Peter (2003, p. 238) o ciclo de vida do produto é, portanto, um modelo dos estágios do histórico de vendas e lucros de um produto, os quatros estágios do ciclo de vida do produto são: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Segundo Simões (1985) os produtos variam de posição e mercados com o decorrer do tempo, compondo assim o seu ciclo de vida no mercado. O autor diz que todos os produtos passam pela fase de serem desconhecidos do grande público e assim pouco procurados, é a chamada fase de introdução, em seguida a empresa começa a ver suas vendas crescerem rapidamente, é a fase de crescimento, passando essa fase à empresa entra então na sua fase mais almejada, a maturidade, quando o mercado já foi totalmente conquistado, então quando o mercado já não vê mais interesse nem necessidade do produto à empresa entra na fase de declínio, tendo poucas vendas, optando assim por abandonar o produto ou reestruturá-lo. Para Sandhusen (2003) os produtos que obtiveram, ou que irão obter, sucesso no mercado precisam enfrentar vários desafios durante todos os quatro estágios de seu ciclo de vida, como concorrência, mudanças tecnológicas e nas necessidades dos clientes. Para o autor cada uma dessas fases exige das empresas estratégias e investimentos diferenciados. Las Casas (2001, p.178) afirma que: O tempo de permanência do produto em cada uma das fases do ciclo de vida é bastante variável. Não é possível a previsão do tempo exato. Dependerá do tempo de adoção dos clientes como também da concorrência de novos produtos. Richers (1996) diz que a fase de introdução é aquela em que o marketing fará com que o produto seja aceito pelo mercado, para isso é preciso conquistar a confiança do cliente. Segundo Kotler (2005) os lucros obtidos na fase de introdução são em geral negativos ou muito baixos, pois é nessa fase que a empresa mais gasta com promoção e distribuição. Simões (1985, p.167) afirma que os gastos incorridos com promoção geralmente são altos na introdução, pois é preciso “educar o consumidor, induzí-lo a provar o produto, tentando-se alterar os padrões de consumo”. Quando do lançamento do produto no mercado, segundo Kotler (2005), a empresa pode optar entre quatro estratégias de preço e promoção para posicionar o seu produto em um nível mais alto ou baixo: • DESNATAMENTO RÁPIDO: “lançamento de um novo produto a um preço alto e com muita promoção” (KOTLER, 2005, p. 329); 12 • DESNATAMENTO LENTO: “lançamento de um novo produto a um preço alto e com pouca promoção” (KOTLER, 2005, p. 329); • PENETRAÇÃO RÁPIDA: “lançamento de um novo produto a um preço baixo e pesados investimentos em promoção” (KOTLER, 2005, p. 329); • PENETRAÇÃO LENTA: “lançamento de um novo produto a um preço baixo e com pouca promoção” (KOTLER, 2005, p. 329). Segundo Limeira (2003) a fase de crescimento é quando os clientes começam a adotar e adquirir o produto com freqüência acelerada, com isso as vendas e os lucros da empresa aumentam rapidamente. Sandhusen (2003) afirma que nessa fase a principal preocupação do marketing é ampliar os canais de distribuição dos produtos, juntamente com a expansão da linha de produtos. Limeira (2003, p.100) diz que as estratégias adotadas pelas empresas para manutenção de sua participação de mercado e para driblar a concorrência são investir em “promoções, ofertas e descontos de preço, de modo a gerar volume de vendas”, e reposicionar o produto a fim de atrair novos clientes, “lançando novas versões ou fazendo pequenas inovações em embalagem e design”. Segundo Kotler (2005) a fase de declínio é marcada por uma grande queda na venda e demanda pelo produto, além da conseqüente grande queda nos lucros da empresa. Os fatores que levam um produto a entrar em declínio são vários como “progressos tecnológicos, mudanças nos gostos do consumidor e grande concorrência nacional e estrangeira” (KOTLER, 2005, p.335). O número de concorrentes na fase de declínio também é bem reduzido, conforme Richers (1996), restando apenas poucos a brigar por um mercado já não mais lucrativo. 13 A seguir a figura 2 mostra o ciclo de vida dos produtos: Figura 2 – Vendas e lucros nas fases do ciclo de vida do produto Fonte: SANDHUSEN, 2003, p. 289. Visto que todos os produtos, inevitavelmente, um dia passaram por todas as quatro etapas que compõem o ciclo de vida do produto, e também que um dia esses mesmos produtos precisaram ser substituídos ou reformulados, é de vital importância que a empresa conheça como funciona e saiba qual a melhor maneira de construir sua linha de produtos (KOTLER, 2005). 2.3.1 Classificações de produto Como afirma Sandhusen (2003), cada produto tem uma natureza, ou utilidade, e desperta uma necessidade e um comportamento de compra diferente nos clientes, e cabe ao marketing adequar o seu composto mercadológico a fim de conquistar a preferência do consumidor. Kotler (2005) classifica os produtos de acordo com os seus hábitos de compra, dessa maneira são divididos em: bens de conveniência; compra comparada; especialidade e não procurados. CONVENIÊNCIA: são produtos comprados freqüentemente e cuja decisão de compra é quase sempre tomada no ponto de venda, exemplo: sabonetes, chocolate e guarda-chuva. Os 14 bens de conveniência se dividem em regulares sempre o mesmo produto baseado na preferência do cliente, que compra por impulso feito sem planejamento; e emergência, comprados mediante a uma necessidade repentina. Para esses produtos a empresa precisa investir na marca e no seu atrativo visual e na embalagem, a fim de induzir o cliente à compra. O preço deve ser diferenciado, sendo mais baixo para produtos regulares e de impulso, e mais altos para os de emergência. A empresa deve distribuir esse produto na maior quantidade de pontos possíveis, e expô-los nas partes mais visível. Para divulgar o produto a empresa deve utilizar a propaganda (SANDHUSEN, 2003; KOTLER, 2005; LIMEIRA, 2003). COMPRA COMPARADA: são produtos comprados com pouca freqüência, sendo que o cliente compara qualidade, preço, ou qualquer outro atributo a ele pertinente, exemplos eletrodomésticos e roupas. Os produtos de compra comparada devem ser produzidos com varias especificações como modelos, sabores e cores diferentes, a fim de satisfazer ao gosto individual de cada cliente. Esses produtos de compra comparada são divididos em homogêneos e heterogêneos. Os bens homogêneos são basicamente iguais, tendo seu diferencial apenas no preço. Os bens heterogêneos apresentam produtos com característica diferentes, que superam as barreiras e diferenças de preço. Esses bens trabalham com margens de preço mais elevadas se comparado aos bens de conveniência. O produto deve estar localizado estrategicamente no ponto de venda. A promoção para o bem homogêneo abrange qualidade e bom atendimento, para o bem heterogêneo a empresa deve trabalhar com venda pessoal, onde se tenha uma equipe de vendas treinada que dê todo o suporte que o cliente necessitar (SANDHUSEN, 2003; KOTLER, 2005; LIMEIRA, 2003). ESPECIALIDADE: são produtos os quais o cliente está disposto a investir tempo, esforço e dinheiro para adquiri-lo. Um produto de especialidade dispensa comparações e possui características bem diferenciadas dos demais, exemplo: carros da marca Mercedes, tênis Nike e cirurgias plásticas. Esses produtos precisam ter sua marca logo identificada, possuírem funções e embalagens eficientes. Preços elevados são largamente, ou totalmente, utilizados. A localização do ponto de venda é mais importante que sua quantidade. A propaganda associa o produto à imagem do perfil de cliente que quer atingir (SANDHUSEN, 2003; KOTLER, 2005; LIMEIRA, 2003). Observando a classificação dos produtos e as formas de compra, juntamente com os hábitos de compra dos consumidores e suas necessidades de compra, pode-se falar no 15 próximo tópico sobre o aspecto da tomada de decisão outro passo importante para o consumidor onde mostrará seus hábitos e formas de decisão. 2.3.2 Tomada de decisão Para Kotler e Armstrong (1993), o processo de decisão dos consumidores varia com o tipo de decisão de compra. As decisões mais complexas envolvem em geral, um número maior de participantes e mais discussão entre os compradores. Identificando três tipos de comportamento de compra: rotineira, limitada e extensiva. • Rotineira: é o tipo mais simples de compra, ocorre quando os consumidores compram itens de baixo custo e freqüente reposição. • Limitada: é um ato mais complexo quando os consumidores se vêem diante de uma marca desconhecida de uma mesma classe de produtos. • Extensiva: é quando os compradores têm de tomar decisões de compra complexas pra produtos de alto custo e que são adquiridos com menor freqüência. A partir destas definições, pode-se verificar que esse elemento é muito importante para que possa atender as necessidades do consumidor, que seja competitivo em relação à concorrência, que crie expectativas para novos produtos, à empresa deve conhecer bem o ciclo de vida de seus produtos e monitorar, pois os produtos precisam ser reformulados para garantir o sucesso, e a partir do mesmo, podemos entrar no aspecto do preço que é definido através das características do produto. 2.4 Preço Sandhusen (2003) diz que a empresa precisa estudar e levar em consideração vários aspectos ao planejar e adotar seus preços, como clientes, custos, concorrentes, etc. 16 Cobra (2001, p.177) define preço como: Um valor monetário estabelecido para a troca por um serviço. A base monetária que estabelece o preço é particularmente importante quando se sabe que a receita é a razão de ser de uma empresa que visa lucro. Portanto, a noção de preço de um serviço deve considerar três elementos chaves: custo, concorrência e valor. Nesta citação pode-se verificar que o preço serve de base monetária para qualquer tipo de transação entre duas pessoas ou pela prestação de um serviço ou pela compra produto, sempre visando à receita da empresa. Em relação a preço Kotler (2000, p.476) diz que este “é o elemento do mix de marketing que produz receita; os demais produzem custos. Ele também é um dos elementos mais flexíveis: pode ser alterado com rapidez”. Sob esta perspectiva Kotler (1998, p.98) define que “uma ferramenta crítica do composto de marketing é o preço, a quantidade de dinheiro que os consumidores pagam pelo produto. Seu preço deve ser compatível com o valor percebido da oferta ou os compradores procurarão produtos concorrentes”. O cliente também optará por uma oferta em detrimento de outra se o nível de satisfação proposto, ou prometido, for maior, então, “o comprador [...] de modo geral, somente comprará algum produto ou serviço se o preço justificar o nível de satisfação que poderá derivar de sua compra” (LAS CASAS, 2001, p.192). Estabelecer preço é de suma importância na era do valor, conforme Tucker (1999) o preço dificilmente é o único fator na decisão de compra. Este autor afirma que o fator-chave em qualquer decisão de compra é o valor percebido a ser obtido pelo comprador. Esse valor é a razão pela quais as empresas com produtos e serviços com os mais altos preços, em muitos setores, freqüentemente têm a maior participação de mercado. Segundo Tucker (1999), a única maneira de obter um preço mais alto será agregar um valor mais tangível por meio de serviços especiais, de qualidade consideravelmente maior ou uma percepção de excelência de serviço. Mas o autor oferece também outra opção, dizendo que, às vezes, não é necessário abaixar os preços, mas, sim, educar os clientes sobre o que eles estão obtendo pelo que estão pagando e por que os preços são justificados. Cobra (1993, p.244) define preço como: “um valor arbitrado para um bem ou serviço, qualquer transação de negócio envolve um valor monetário que é o preço”. Preço pode ter objetivo de marketing, como conquistar o mercado à base de preços atrativos em relação ao valor do produto ou aos preços praticados pela concorrência. 17 De acordo com Bernardino et al (2004, p.84) “preço é uma variável relevante, pois influi diretamente na rentabilidade do varejista, bem como na transação de uma determinada imagem ao consumidor”. Segundo Kotabe e Helsen (2000, p.360) preço é: O único instrumento do composto de marketing que gera receita. Todos os demais elementos envolvem custos. Assim, a política de preço global de uma empresa pode definir ou impedir seus esforços de expansão internacional. Além disso, a política de preço é um processo altamente interfuncional baseado em inputs decorrentes das divisões de finanças, contabilidade, produção, impostos e jurídicos da empresa. Pode-se então dizer que preço serve de base para qualquer transação entre os consumidores e os varejistas, criando valor para todos os produtos ou serviços, influenciando diretamente na decisão de compra de um potencial consumidor com relação ao produto ou serviço que irá comprar. Com todos estes atributos de preço, verifica-se que a determinação de preço é de extrema importância para determinar os benefícios que o preço trás para os produtos e serviços, falaremos a seguir. O autor Kotler (2000, p.485) cita três métodos de determinação de preço. “Os custos determinam o piso para o preço. Os preços dos concorrentes e o preço de substitutos oferecem um ponto de orientação, a avaliação de características singulares do produto estabelece um teto para o preço”. Kotler cita ainda seis métodos de determinação de preço utilizados pelas empresas: • Preço de markup: é adicionar um markup-padrão ao custo do produto. • Preço de retorno-alvo: a empresa determina o preço que renderia sua taxa alvo. • Preço de valor percebido: a empresa baseia seus preços no valor percebido pelo cliente. • Preço de valor: é através da qual cobram um preço relativamente baixo para uma oferta de alta qualidade. • Preço de mercado: a empresa estabelece seus preços orientando-se em grande parte pelos preços dos concorrentes. • Preço de licitação: as empresas apresentam propostas lacradas em licitação. Keegan e Green (2000, p.354) relacionam oito considerações básicas para fixação de preços. Para os autores A tarefa de determinar preços no marketing global é complicada por taxas de câmbio flutuantes, que podem guardar uma relação apenas limitada com os custos subjacentes. As oito considerações que os autores apresentam sobre a formação do preço são as seguintes: 18 • O preço reflete a qualidade do produto? • O preço competitivo? • A empresa deve buscar penetração no mercado, skimming ou algum outro objetivo na fixação de preço? • Que tipo de desconto (de troca, para pagamento à vista, por qualidade) e concessões (propaganda, trade-off) a empresa deve oferecer a seus clientes internacionais? • Os preços devem definir de acordo com o segmento de mercado? • Que opções de fixação de preços estão disponíveis se os custos da empresa aumentar ou diminuírem? A demanda no mercado internacional é elástica ou inelástica? • Os preços da empresa provavelmente serão vistos pelo governo do país de destino como razoáveis ou excessivos? • As leis de dumping do país estrangeiro criam algum problema? Para Boone e Kurtz (1998, p.470): A determinação de preço pode ser encarada de duas formas: por meio dos conceitos teóricos de oferta e demanda ou pela abordagem orientada para custos, que caracteriza a pátria corrente nos negócios. Um outro conceito de determinação de preços, baseado no impacto do costume e da tradição, freqüentemente negligenciado. De acordo com a citação, verifica-se que na atualidade o preço é determinado mais pela demanda de um produto do que pela oferta, pois quanto maior a demanda maior será a rentabilidade. Os autores definem ainda que: a abordagem microeconômica para a determinação de preços pressupõe a existência de um objetivo de maximização de lucro e leva à derivação de preços de equilíbrio corretos no mercado. Esta abordagem considera fatores tanto de oferta como de demanda, e, por isso, oferece uma análise mais completa do que a normalmente utilizada nas empresas. (BOONE E KURTZ 1998). De acordo com Kotler (2000, p.490) “a seleção do preço final pela empresa, deverá considerar fatores adicionais, incluindo a determinação de preço psicológico, a influencia de outros elementos do mix de marketing sobre o preço, políticas de preço da empresa e o impacto do preço sobre terceiros”. 19 Para Manzo (1996, p.70) “a idéia de preço (preço de venda e preço de compra) está sempre presente, pois o preço que determina o ponto em que todas as trocas serão efetuadas – e da sua determinação depende, em grande parte, a garantia de lucro da empresa”. Las Casas (2000, p.116 e 117) apresenta os passos para determinação de preços: • Determinação dos objetivos de preços; • Análise dos segmentos; • Determinação da demanda e custos; • Análise do preço da concorrência; • Determinação da política de preços; • Seleção do método de determinar preço; • Seleção do preço final com base nas análises anteriores, estabelecendo os níveis de descontos. Para Cobra (1992, p. 467) a importância da política de preços faz-se sentir com maior intensidade nas seguintes situações: • Quando a empresa vai estabelecer o preço pela primeira vez. • Quando a concorrência ameaça os negócios da empresa com uma política agressiva de preços. • Quando a demanda dos produtos da empresa se relaciona com os preços praticados. • Quando os objetivos da empresa se ligam ao retorno sobre os investimentos e sobre o retorno sobre vendas. • Quando os objetivos de lucratividade e de participação de mercado exigem uma política flexível de preços. De acordo com Boone e Kurtz (1998, p. 495): As políticas de preços é um ingrediente importante na imagem global de uma empresa, fornecendo a estrutura global e a consistência necessária às decisões de preço. Uma política de preços é uma linha de ação global baseada nos objetivo de preço, estabelecida para utilização em decisões de preços específicos. Conforme a citação acima, contata-se que a política de preço influencia diretamente na imagem da empresa, pois o consumidor liga o produto ao preço praticado pela empresa e desta forma, quando o consumidor compra o produto já sabe o preço que deve pagar. 20 De acordo com Bernardino (2004, p.84): Preço é uma variável relevante, pois influencia diretamente na rentabilidade do varejista, bem como na transmissão de uma determinada imagem ao consumidor. Ou seja, preço é uma declaração de valor, mas não necessariamente uma declaração de custos. Pode-se verificar neste conceito que o preço influencia diretamente na rentabilidade do varejista, que deve usar o preço como uma forma atrativa ao consumidor desde que não traga margem negativa ao varejista. Após todos estes conceitos podemos falar um pouco de preço promocional que é uma técnica utilizada por todos os varejistas como preço atrativo para trazer os consumidores para dentro de suas lojas. Kotler (2000, p.493) define preço promocional como “uma técnica de determinação de preços para estimular compras antecipadas”. O autor define ainda: • Preço-isca: reduzem o preço de marcas conhecidas para estimular um movimento maior nas lojas. • Preço de ocasião: as empresas estabelecem preços especiais em determinadas épocas. • Abatimento em dinheiro: as empresas de produtos de consumo oferecem abatimentos em dinheiro para estimular a compra dos produtos dos fabricantes dentro de um período especifico. • Financiamento a juros baixos: a empresa oferece aos clientes um financiamento a juros baixos. • Prazos de pagamentos mais longos: as empresas fazem empréstimos com prazos mais longos, reduzindo assim às parcelas mensais. • Garantias e contratos de serviço: as empresas podem promover vendas oferecendo uma garantia ou contrato de serviços gratuito ou a baixo custo. • Descontos psicológicos: esta estratégia envolve o estabelecimento de um preço artificialmente alto e, então, o produto é oferecido com um desconto substancial. Observando o exposto sobre preço percebe-se que este elemento dentro do composto mercadológico de marketing é um fator chave para definir se as indústrias estão tomando as decisões correta em relação ao mercado em que atuam, também influenciando diretamente dentro das estratégias de marketing da empresa. Após definido as estratégias de preços que 21 serão praticados pela empresa, podemos falar a partir de agora com relação de promoção que faz parte do composto do marketing. 2.5 Promoção Para Boone e Kurtz (1998, p.392) promoção é “a função de informar, persuadir e influenciar as decisões de compra dos consumidores”. Segundo Las Casas (2000, p.177) promoção é: Uma das ferramentas mercadológica mais importante à disposição dos varejistas è a promoção. Promoção em sentido amplo significa a comunicação do lojista com seu mercado e ocorre por meio de várias técnicas, como a promoção de mercadorias, programas educacionais, prêmios e concursos, promoções institucionais, entre outras. A atividade objetiva freqüentemente gerar trafego. Esta citação nos mostra que os varejistas devem levar a sério o fator promocional, pois, gera alto trafego de consumidores com grande potencial de compra dentro da sua loja, por isso que a promoção deve ser feita e alcançar os objetivos desejados pelo lojista. Para Keegan e Green (2000, p.424) “a finalidade de uma promoção de vendas pode ser estimular não-usuários a experimentar um produto ou aumentar a demanda total dos consumidores”. Cobra (2001, p.76) define promoção de vendas como “uma atividade concernente a promover a venda da idéia de interação entre varias áreas da empresa responsáveis pelo bom atendimento ao cliente”. Kotler (2000) mostra uma segunda opção de comunicação é a promoção de vendas. A diferença básica entre a promoção de vendas e a propaganda refere-se ao fato de que a primeira gera resultados imediatos, enquanto que a segunda gera resultados em longo prazo. O autor Kotler (2000, p.616) define ainda promoção como, “um conjunto diversificado de ferramentas de incentivo, à maioria de curto prazo, projetadas para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade de produtos ou serviços específicos, pelo consumidor ou pelo comércio”. Kotler (1998, p.324) estabelece que cada ferramenta de promoção tenha características próprias seja a propaganda, venda pessoal, promoção de venda e relação publica; definindo o mix de promoção. 22 Propaganda: atinge grandes quantidades de compradores geograficamente dispersos a um baixo custo por exposição, permitindo que o vendedor repita a mensagem muitas vezes e que o comprador receba e compare a mensagem de vários concorrentes. Venda pessoal: é a ferramenta mais eficiente entre certos estágios do processo de compra, particularmente na criação de preferências, convicções e ações do comprador. Promoção de vendas: inclui um amplo sortimento de ferramentas: cupons, descontos, concursos, prêmios e outros. Atraem a atenção do consumidor e proporcionam informações que podem levar a compra, oferecendo vários incentivos à compra. Relações públicas: atinge muitos compradores potenciais que evitam vendedores e propagandas, a mensagem chega até eles como uma noticia, e não como uma comunicação direcionada para vendas. 2.5.1 Ferramentas do composto promocional Boone e kurtz (1998, p.396), definem composto promocional como a combinação de numerosas variáveis para satisfazer as necessidades do mercado-alvo da empresa e alcançar os objetivos organizacionais. Venda pessoal, a propaganda e as promoções de vendas são os elementos mais significativos, pois normalmente explicam a maior parte do total das despesas promocionais da empresa. Kotler (2000) descreve a natureza a utilização de três ferramentas promocionais: propaganda, promoção de vendas e relações públicas. Embora nem sempre seja fácil avaliar sua eficácia, essas ferramentas contribuem fortemente para o desempenho de marketing. 2.5.2 Propaganda Conforme Limeira (2003) a propaganda é uma forma de comunicação paga e impessoal, produzida pelo emissor identificado e dirigida a um receptor, público-alvo, veiculada em meios de comunicação em massa, como teve aberta, jornais e rádios, ou em meios de comunicação dirigidos, como teve a cabo e revistas. 23 Sandhusen (2003) afirma que os objetivos almejados pela propaganda são informar, persuadir e lembrar. O autor conceitua cada objetivo a seguir: • INFORMAR: a empresa pode optar por uma propaganda para informar aos clientes sobre novas formas de utilização do produto ou mesmo como funciona o produto, novos pontos de venda e novos modelos, assim como informar sobre o lançamento de um novo produto, novos preços, etc. • PERSUADIR: a propaganda de persuasão é utilizada para induzir o cliente a comprar, assim como ela também é largamente utilizada na guerra entre empresas concorrentes, onde o objetivo é persuadir o cliente a experimentar e trocar de marca; • LEMBRAR: o objetivo deste tipo de propaganda é o de lembrar ao cliente sobre a existência do produto e onde o produto pode ser comprado. Simões (1985) afirma que o valor gasto com propaganda deve ser considerado investimento e não despesa, pois a propaganda possui a função de incrementar as vendas, visto isso o dinheiro gasto retornará para a empresa junto com o volume de vendas que ela propiciará. Segundo Sandhusen (2003) a mídia se divide: em mídia impressa e eletrônica. O autor explica que a mídia impressa compreende jornais e revistas, e mídia eletrônica à televisão e rádio. Um diferente meio de propaganda, conforme o autor, também vem sendo utilizado pelas empresas, é o marketing direto, uma ferramenta que permite a empresa customizar ao máximo sua oferta ao gosto e exigências de cada cliente potencial. Nesse meio de comunicação, a empresa possui um banco de dados com os nomes, preferências, idade, e outras várias informações a cerca de seus clientes, e através desse banco de dados é enviado a cada cliente, ou a cada segmento de clientes, uma mala-direta. Que seriam, por exemplo, cartas, amostras, ou catálogos constando os produtos que mais possam interessar a esse cliente ou a esse segmento, maximizando assim as chances de uma possível aquisição do produto ou serviço oferecido (SANDHUSEN, 2003). 24 2.5.3 Promoção de vendas A promoção de vendas, conforme Kotler (2005), é uma estratégia promocional que através de estímulos e incentivos, em sua maioria de curto prazo, oferecidos pela empresa possui o objetivo de aumentar as vendas, também em sua maioria em curto prazo. Westwood (1997) diz que para esses incentivos de venda oferecidos a clientes potenciais dar certo, é preciso que essa oferta com apelo promocional seja tratada com maior destaque, se diferenciando do restante das ofertas. Dentre as diferentes formas de chamar a atenção do cliente, o autor relata que são usa das certas palavras como forma de chamariz, são elas: “grátis, economize ou ganhe”. Além disso, o incentivo deve algo tangível, que o cliente possa ver ou mesmo quantificar (WESTWOOD, 1997, p.188). Simões (1985) destaca algumas das metas desejáveis ao se optar pela estratégia de promoção de vendas: - aumento das vendas; - frear a concorrência; - divulgação de um novo produto; - ativar a venda de um produto em declínio; - incentivar a compra dos revendedores. 2.5.4 Venda pessoal A venda pessoal, segundo Miguel (2003), é a única parte do composto promocional em que a empresa entra em contato direto com o cliente, ou seja, venda pessoal consiste na interação direta e pessoal da empresa, através de um vendedor, com o cliente. O autor também diz que nesse tipo de comunicação direta, a empresa adquire maior flexibilidade ao negociar, adaptando e customizando ao máximo a oferta e os serviços oferecidos às necessidades, desejos, ou valores de cada cliente. Segundo Westwood (1997), a necessidade do cliente por um produto ou serviço possui dois lados, um lado composto por uma parte objetiva, e outro por uma parte subjetiva. O autor 25 argumenta que à parte que compõe as questões objetivas dizem respeito a necessidades básicas, como comer, se vestir, ir de um ponto a outro, etc, já a parte subjetiva é de fundo emocional, como vaidade, preferências, segurança, etc. Conforme Westwood (1997) quando os produtos se igualam em qualidade, preço, ou em qualquer outra questão objetiva, cabe ao vendedor da empresa influenciar e induzir o comprador a adquirir o produto baseado nos benefícios subjetivos do próprio, o mesmo aconteceria se as questões subjetivas se igualassem e o diferencial fossem questões objetivas. Então se pode concluir, conforme o autor, que a peça chave de muitas empresas para conquistar o cliente é a influência e o poder de venda do vendedor. Após definir qual a estratégia de promoção que a companhia irá utilizar pode-se então falar do próximo composto de marketing que é a praça ou distribuição, fundamental para o objetivo das empresas, que é levar seus produtos acabado ao consumidor final, através de uma boa distribuição física. 2.6 Praça Segundo Churchill Jr. e Peter (2003) praça, ou distribuição, consiste nos canais os quais a empresa produtora utiliza para fazer com que seu produto ou serviço chegue até o cliente, isso tudo de forma eficiente e eficaz, a fim de poder criar uma relação de valor entre empresa e cliente. Richers (2000) diz que a tomada de decisão quanto a melhor forma de distribuição é uma atividade cara e muito delicada para o produtor, e uma vez tomada à decisão voltar atrás é algo também muito difícil e oneroso. Para Boone e Kurtz (1998, p. 320): Canais de distribuição agrupam varias instituições de marketing e seus interrelacionamentos em um sistema organizado, a fim de promover o fluxo físico e nominal dos bens e serviços desde o produtor até o consumidor ou usuário empresarial. A citação acima nos mostra que é fundamental para os produtores utilizar os canais de distribuição para escoar o volume físico de suas mercadorias até o consumidor final. 26 Kotler (2005) diz que o produtor possui a sua disposição sistemas, ou canais de distribuição, responsáveis por fazer a ligação entre produto e cliente. Segundo o autor, o produtor pode optar em fazer ele mesmo a distribuição de seus produtos ao cliente, utilizando então um canal direto de vendas, ou então, o produtor pode fazer uso de intermediários, ou revendedores, que são um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilização de um produto ou serviço para uso ou consumo, optando então por um canal indireto de vendas (KOTLER, 2005, p.510). Então conforme Sandhusen (2003, p.433), os processos mais utilizados pelo produtor para comercializar bens de consumo podem ser, como mostra a figura 3: Figura 3 - Canais de comercialização com o cliente Fonte: SANDHUSEN, 2003, p.433 A figura 3 mostra os canais de distribuição que o produtor pode utilizar para fazer seus produtos chegar até o consumidor final. No primeiro canal o produto vai direto ao consumidor final sem ter atravessadores. No segundo canal o produto passa pelo varejista até chegar ao consumidor, chamado de canal indireto, já no canal três o produtor pode utilizar o atacadista como forma de distribuir seus produtos para os varejistas que por final repassam ao consumidor final. O quarto e ultimo canal mostra que entre o produtor e o consumidor existem o atacadista o varejista e um intermediário que faz a transação entre o atacadista e o varejista. Dias (2003) afirma que ao planejar e criar seu plano de distribuição, o produtor possui como objetivos obter, entre vários outros aspectos, maior escoamento de seus produtos e conseqüente maior lucro, e deixar o produto, também entre outros, o mais acessível às 27 necessidades e desejos do cliente, para que esse possa encontrá-lo e adquiri-lo de forma rápida de cômoda, sem atrasos, ou qualquer outro tipo de dificuldade. No canal de venda direta, segundo Sandhusen (2003), quando o produtor dispensa o uso de intermediários para fazer com que seu produto chegue até o cliente, ele – produtor também assume todos os deveres inerentes a essa atividade, como entrar em contato com cada cliente, realizar promoções dos produtos junto a esses clientes, custearem a armazenagem do estoque, enviar o pedido e também fazer toda a parte de financiamento e cobrança. Simões (1985) afirma que o canal direto é mais bem empregado quando o produto, por exemplo, possui um custo muito alto, detém certo grau de periculosidade, possui especificações que variam entre um pedido e outro, ou então quando os mercados são mais concentrados em determinadas regiões ou lugares. Sandhusen (2003) afirma que são várias as funções desempenhadas por um canal de vendas indireto, dentre elas podem-se destacar a promoção de produtos em níveis locais, proporcionarem a seus clientes o financiamento dos produtos adquiridos, obtenção e repasse ao produtor de informações sobre o mercado e concorrentes, e os canais indiretos também arcam com grande parte das despesas de armazenagem e entrega dos produtos. Segundo Kotler (2005) em quais situações um produtor deve fazer uso de canais indiretos de vendas: • Grande parte dos produtores não possui infra-estrutura ou recursos para comercializarem seus produtos diretamente como os clientes; • Alguns produtos teriam sua comercialização inviabilizada sem a utilização de canais diretos de venda como refrigerantes, balas, revistas, etc; • Quando a porcentagem de lucro obtido sobre o produto que é fabricado for maior do que aquele conseguido com a venda a varejo. O objetivo do produtor com o uso da distribuição intensiva, conforme Dias (2005) é comercializar seus produtos no maior número de intermediários quanto for possível e determinada área. Os produtos mais indicados para utilizarem esse tipo de distribuição intensiva, afirma o autor, são os produtos de conveniência cujo valor de compra é baixo, como cigarros, biscoitos, refrigerantes e balas. No outro extremo da distribuição intensiva, relata Richers (2000), se encontra a distribuição exclusiva, que como o próprio nome já denuncia nesse tipo de distribuição o produtor disponibilizara e proporcionara exclusividade de seu produto a apenas um intermediário em determinada área. Segundo o autor, a intenção 28 do produtor ao utilizar esse tipo de distribuição é eliminar a guerra de preços entre intermediários concorrentes e proporcionar maior valor e prestígio a sua marca. Os produtos mais comercializados através da distribuição exclusiva são, por exemplo, automóveis, jóias e roupas de grife (RICHERS, 2000). Segundo Sandhusen (2003), mais de 90% dos produtores utilizam varejistas e/ou atacadistas como intermediários no caminho entre seu produto e o cliente final. O varejista, conforme Kotler (2005, p.540), contempla: Todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal e não-comercial. Um varejista ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo. Pode-se dizer através da citação acima que o produtor deve escolher o varejista como forma de fazer a distribuição de seus produtos e desta maneira estar mais perto do seu consumidor final com seus produtos. O atacadista, segundo Churchill Jr. e Peter (2003, p. 394), É a empresa que compra, adquire direitos de propriedade, armazena e revende bens a varejistas e outras organizações, ou seja, o atacadista compra a mercadoria do produtor e a revende para varejistas ou a outras empresas que podem ser usuários industriais e/ou empresariais. Os autores ainda relatam que o atacadista também pode ser denominado distribuidor, e que neste caso o distribuidor é uma empresa que adquire direito exclusivo de distribuição de determinado produto, ou marca, também em determinada região. A citação mostra que o atacadista é uma outra forma do produtor fazer chegar seu produto até o consumidor final, pois o atacadista compra e tem o direito de revender a qualquer varejista, sendo assim um elo para o produto chegar até o consumidor. Pode-se então afirmar através do que foi estudado sobre o tema praça, que o produtor deve escolher a melhor forma de distribuição de seus produtos, de nada adianta ter um excelente produto, com um preço competitivo, utilizar as ferramentas de promoção se a distribuição não for de forma correta, que é o consumidor final, todo o esforço do profissional de marketing e fazer a ligação dos 4 P’s, pois se, uma destas ferramentas não for aplicada de forma correta vai influenciar diretamente no objetivo final que é desenvolver um produto que satisfaça as necessidades e desejos e que o consumidor possa adquirir de forma fácil sem desprender de muito esforço. 29 2.7 Estratégias O autor Mintzberg (1987) define estratégia como sendo uma maneira de pensar no futuro integrada no processo decisório da organização além de ser um procedimento formalizado e articulado de resultados. Nesse sentido, o autor propõe cinco definições para a palavra: plano, padrão, posição, perspectiva ou truque. Sob este ponto de vista, o autor entende a estratégia como um padrão, isto é, “consistência de comportamento ao longo do tempo”. Ou seja, como a organização movimenta-se em seus diversos ambientes, podendo aí a estratégia ser formulada e implementada por todos dentro de uma organização, visto que esta é o conjunto das ações da organização. A estratégia, entretanto, não é apenas um padrão para Mintzberg (1987) esta também pode ser um plano ao direcionar as ações de uma empresa. A estratégia como uma posição significa a localização de determinados produtos no mercado, onde a estratégia é a criação de uma posição única e valiosa, envolvendo um conjunto diferente de atividades. Estratégia é uma perspectiva quando é entendido como a maneira fundamental de uma organização fazer as coisas. A perspectiva é o que está dentro do inconsciente coletivo dos estrategistas em uma organização, é o senso comum que congrega pensamento e comportamento. A estratégia se caracteriza como um truque quando é uma manobra específica para enganar/ ludibriar os concorrentes. Sendo assim, a estratégia pode ser definida como a busca de um caminho para a empresa como um todo, concentrando todos os seus esforços em busca de um objetivo comum. (RICHERS, 2000). Chandler (1998) entende que a estratégia pode ser definida como a determinação de metas e objetivos básicos de uma empresa no longo prazo, bem como os cursos de ação necessários à realização dessas metas. Certo e Peter (1993) também compartilham deste entendimento ao apontarem à estratégia como um curso de ação, um caminho, com vistas a garantir à organização o alcance de seus objetivos. Da mesma forma, Macrimmon (1993) considera que estratégia é uma série coordenada de ações, tendo um escopo compreensivo, e sendo condicionada aos eventos do meio ambiente e às ações de outros agentes. Para o autor, uma única ação não pode ser considerada uma estratégia, mas uma série delas, ainda mais quando elas são sistematicamente escolhidas buscando o alcance de um objetivo. 30 Henderson (1998) a estratégia é fruto de um processo analítico do ambiente competitivo, e visa por meio da criação, manutenção e ampliação de vantagens competitivas a sobrevivência da empresa. Porter (1998) assim como Henderson (1998) também acredita que a finalidade da estratégia é a criação de uma vantagem competitiva que permita à empresa derrotar a concorrência e manter-se no mercado, por isso, afirma que a essência da estratégia é a competição. Para Ghemawat (1998) a estratégia também está essencialmente ligada à competição e à vantagem competitiva, que surge do desenvolvimento de uma competência singular que diferencie uma empresa da concorrência. O autor alerta que muitas vezes as vantagens competitivas podem ser facilmente imitadas por outras afirmando que: “Os estrategistas insistem que, para obter um desempenho excepcional, uma empresa tem que vencer a concorrência. O problema é que os concorrentes também ouviram a mesma mensagem.” (GHEMAWAT, 1998, p.29). Contudo, se faz necessário que a empresa possua as informações necessárias do ambiente que está inserida para que possa definir e implementar corretamente suas estratégias de marketing. E um ponto importante dessa análise é a definição de seus pontos fortes e pontos fracos. Para que a empresa possa adotar um caminho adequado à sua maneira de ser e condizente com o ambiente em que quer sobreviver e crescer, é preciso, primeiro, que entenda a si mesma. Daí, ser fundamental um exercício honesto de avaliação com respeito aos seus pontos fortes e fracos e avaliar as implicações e conseqüências de uma ação voltada para o futuro. A partir desse confronto entre pontos fortes e fracos, deve surgir o perfil da empresa: suas possibilidades reais de crescimento e diversificação, seu poder competitivo e os alvos pretendidos. (RICHERS, 2000, p.29 e 30). Portanto, pode-se concluir que a empresa deve obter informações consistentes e precisas sobre o seu ambiente interno e ambiente externo para que possa definir corretamente quais as estratégias de marketing que irá desenvolver e implementar ao longo do tempo; podese então falar de varejo peça importante para o desenvolvimento e distribuição de produtos de qualquer categoria. 31 2.8 Varejo Desde os princípios da humanidade os varejistas desempenham papel importante na distribuição de mercadorias. E a necessidade de troca de objetos surgiu a partir do momento em que o homem saiu da caverna em busca de alimentos. O fenômeno da organização empresarial do comercio varejista é, todavia, relativamente recente, e a adoção de técnicas administrativas modernas datam de algumas décadas para cá, nos Estados Unidos e Europa. A partir do século XIX, é que surge, no Brasil, acentuada influência européia nos usos, nos costumes e nos métodos comercializados. E, a partir de 1930, há o aparecimento de métodos de comercialização influenciado por loja de padrão americano, como as Lojas Americanas, Mappin, e de padrão europeu como a Mesbla (empresa francesa fundada em 1912). (COBRA, 1992). Segundo Las Casas (2000, p.17), varejo é a atividade comercial responsável por providenciar mercadorias e serviços desejados pelos consumidores. Kotler (1998, p.493) define varejo como: Todas as atividades envolvidas na venda de bens e serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Um varejo ou loja de varejo é qualquer empresa cujo volume de vendas decorre, principalmente, do fornecimento por unidade ou pequenos lotes. De acordo com Etzel; Walker; Stanton (2001, p.378) o varejo (ou comércio varejista) consiste na venda e em todas as atividades diretamente relacionadas com a vontade de produtos e serviços ao consumidor final, para uso pessoal, não comercial. Segundo Cobra (1992, p.505) o varejista é definido como uma unidade de negócio que compra mercadorias de fabricantes, atacadistas e outros distribuidores e vende diretamente a consumidores finais e, eventualmente, a outros consumidores. Cobra (1992, p.507) acrescenta a importância do varejo, como canal de distribuição que desempenha papel muito importante no marketing. As decisões estratégicas de produto, comunicação e preço dependem, em ultima instância, do varejo. Boone e Kurtz (1998, p.344) definem varejo como todas as atividades envolvidas na venda de mercadorias e serviços ao consumidor final. Embora a maioria das vendas no varejo ocorra em lojas, à definição de varejo inclui também várias formas de comércio praticado fora das lojas, envolvendo atividades nas quais os pedidos são colocados via computadores domésticos ou telefone, venda através do correio, de máquinas de vendas e vendas diretas. 32 Para Kotler (2000, p.540), há muitos tipos de organizações de varejo, e novos formatos continuam surgindo. Há varejistas de loja, varejistas sem loja e organizações de varejo. Os tipos mais importantes de lojas de varejo serão descritos a seguir: • Loja de especialidade: uma linha restrita de produtos com uma grande variedade, como lojas de vestuário. • Loja de departamento: várias linhas de produtos, sendo que cada linha operada com um departamento separado. • Supermercado: operações de auto-serviço relativamente grandes, de baixo custo, baixa margem e alto volume, projetadas para atender a todas as necessidades de alimentação. • Loja de conveniência: lojas relativamente pequenas, localizadas próximo a áreas residências, funcionando em horários prolongados durante toda a semana e exibindo uma linha limitada de produtos de conveniência de alta rotatividade, a preços ligeiramente mais altos. • Loja de descontos: mercadorias padrão vendidas a preço mais baixo, com margens menores e volume maior, vendem regularmente produtos a preços mais baixos e oferecem principalmente marcas nacionais. • Varejista off-price: lojas de liquidação são mercadorias compradas a valores inferiores aos preços normais de atacado vendidas a preços inferiores aos de varejo; pontas de estoques e produtos com defeitos, obtidas a preços reduzidos dos fabricantes. Las Casas (2000, p.25) classifica as lojas em virtude de sua importância para o sistema varejista: lojas de departamentos, lojas independentes, lojas em cadeia, lojas especializadas, supermercados, e varejo não lojista. • Loja de departamentos: trata-se de varias lojas de especialidades sob o mesmo teto. • Lojas independentes: é loja de apenas um estabelecimento, a grande maioria comércio varejista. • Lojas em cadeia: tipo de varejo como um grupo de quatro ou mais lojas que operam no mesmo tipo de negócio conjuntamente com uma administração central. • Cooperativas: são agrupamentos de varejistas independentes, mas cada loja toma certas decisões em conjunto. • Lojas especializadas: são formadas por varejistas do tipo independente que oferecem aos consumidores uma linha única de produtos ou muito semelhantes. 33 • Supermercados: é uma mistura com lojas de descontos, que vendem artigos do lar, eletrodomésticos, alimentos, artigos esportivos. • Varejo não lojista: são várias formas de vender mercadorias e serviços por métodos diretos ao consumidor. Keegan e Green (2000, p.388) definem o varejo como global, pois é qualquer atividade que atravesse fronteiras nacionais. Kotabe e Helsen (2000, p.462) complementam que o varejo global tem-se transformado em algumas das maiores empresas mundiais, igualando ou superando os fabricantes, em termos de cobertura global. 3 Descrição do método Este capítulo descreve o método da pesquisa utilizado para a realização do estágio, sendo que o presente estudo caracterizou-se por uma pesquisa exploratória da análise das estratégias do composto mercadológico da Bauducco, apresentando e diagnosticando as principais estratégias utilizadas pela empresa. No presente trabalho foi utilizado como método de procedimento um estudo de caso das estratégias do composto mercadológico dos produtos da linha de impulso da Bauducco. Estudo de caso, segundo Gil (1999, p.78) é “um estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir um conhecimento amplo e detalhado do mesmo”. De acordo com Yin (2001, p. 32), consiste em “uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”. Para o desencadeamento do presente estudo no levantamento das informações que contribuíram para o diagnóstico, utilizou-se de uma pesquisa exploratória, que para Köche (2003), é aquele que não trabalha com a relação entre variáveis, mas com o levantamento da presença das variáveis e da sua utilização quantitativa ou qualitativa. A abordagem de pesquisa utilizada para o trabalho é quantitativa, com alguns procedimentos de cunho qualitativo, pois, segundo Richadson (1999, p.71) o método quantitativo caracteriza-se “[...] pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, desde mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, analise etc”. Recomenda Roesch (1996), a utilização de enfoque da pesquisa quantitativa quando o projeto implica medir relações entre variáveis (associação causa-efeito), ou avaliar o resultado de algum sistema ou projeto. Pois de acordo com Samara e Barros (1997), a pesquisa qualitativa tem como objetivo compreender as relações de consumo analisando-se através de informações obtidas por meio de entrevistas individuais ou discussões em grupo. Para alcançar os objetivos deste trabalho neste momento detalhou-se as etapas e instrumentos utilizados. Para que o processo de uma pesquisa ou análise documental ocorra, deve-se ter em mente que, as fontes são muito diversificadas e dispersas. Existem dois lados os documentos 35 de primeira mão que não receberam nenhum tratamento analítico e os de segunda mão que de alguma forma já foram analisados ou revisados, tais como: relatórios, formulários, planilhas, tabelas estatísticas. (GIL, 2002). Em pesquisa de marketing, a maioria dos estudos é realizada a partir de amostras, que podem ser de pessoas, empresas, entidades, famílias, lojas e são representativas do universo, o que significa que os resultados obtidos do estudo da mostra podem ser estimados para o universo ou população da qual a amostra foi selecionada, dentro dos parâmetros de precisão estimados. Segundo Dias (2003, p.386) “amostra é a porção de uma população predefinida”. O questionário foi aplicado pela agência Open promoções ao qual buscou informações sobre o produto da linha impulso da Bauducco, onde esteve com uma promotora circulando pelos supermercados da grande Florianópolis abordando os clientes, e a amostra desta pesquisa foi determinado pelo número de consumidores que freqüentaram os supermercados no período de 20 de julho a 19 de agosto de 2006 totalizando 4014 pessoas abordadas, de forma que a coleta de dados foi feita por meio de perguntas fechadas. As informações do produto foram coletadas por meio de uma pesquisa quantitativa que foi realizada nos estabelecimentos que vendem os produtos num total de 20 supermercados da grande Florianópolis, sendo realizada a pesquisa diretamente ao consumidor conforme anexo 02, onde foi avaliada a qualidade, sabor, formato e tamanho do produto, pois o objetivo está definido: identificar e analisar se os produtos estão satisfazendo os clientes. Segundo Churchill Jr. e Peter (2000, p.130) “levantamento é a coleta de dados feita com um questionário e pode ser conduzido pelo correio, por telefone ou pessoalmente”. No questionário com relação aos produtos da linha impulso da Bauducco utilizou-se perguntas fechadas, que de acordo com Barros e Lehfeld (1986), são aquelas que apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas, como as dicotômicas e de múltipla escolha. Já Dencker (2003) salienta que são perguntas com alternativas fixas, limitam as respostas as respostas às alternativas apresentadas. A pesquisa foi por amostra não-probabilística por conveniência, pois segundo Samara e Barros (1997, p.71) “os elementos da amostra são selecionados de acordo com a conveniência do pesquisador. São pessoas que estão ao alcance do pesquisador e dispostas a responder a um questionário”. 36 O questionário é composto por 04 perguntas fechadas, simples e de fácil resposta, sendo que todas as questões dizem respeito aos produtos da linha impulso da Bauducco que estão subdivididas em três sabores (chocolate, goiaba e banana). Após a execução do questionário o mesmo foi recolhido pela agência Open Promoções junto à promotora, foi avaliado e preparado. Segundo Malhotra (1999, p.394) “a preparação dos dados começa com uma verificação preliminar do preenchimento de todos os questionários e da qualidade da entrevista”. Na seqüência da somatória de todos os resultados os dados foram tabulados e representados em gráficos do sistema Excel e em seguida transportados para o trabalho, onde foram analisados e comentados, de acordo com os objetivos da pesquisa. A segunda pesquisa realizada pela equipe de promotores da empresa, relaciona o preço da linha impulso da Bauducco e a forma pelo qual é praticado pelo varejista. Foi fornecida uma planilha conforme apêndice B, onde os mesmos fizeram uma pesquisa de preços das lojas da grande Florianópolis totalizando sete lojas pesquisadas, onde as lojas determinadas para esta pesquisa foram de acordo com a localização das mesmas. Após a coleta destes dados, estes foram avaliados, preparados, tabulado e representados graficamente no sistema Excel e em seguida transportados para o trabalho, onde foram analisados e comentados de acordo com os objetivos da pesquisa. Para análise das estratégias de distribuição e de promoção foi realizada uma entrevista com o supervisor da área da grande Florianópolis. A entrevista é uma técnica importante que permite o desenvolvimento de estreita relação entre as pessoas. É um modo de comunicação no qual determinada como a informação é transmitida de uma pessoa “A” a uma pessoa “B” (RICHARDSON, 1999). Richardson (2000) complementa que em todas as relações que envolvem indivíduos, é importante que as pessoas compreendam o que e ocorre com os outros. O termo entrevista é constituído a partir de duas palavras, entre e vista. Vista refere-se ao ato de ver, ter preocupação de algo e entre indica a relação de lugar ou estado no espaço que separa duas pessoas ou coisas (RICHARDSON, 2000). No roteiro da entrevista elaborado pelo pesquisador, abordaram-se quais as estratégias utilizadas para a distribuição e promoção e a eficiência das mesmas, este roteiro encontra-se no apêndice A deste trabalho. 37 A entrevista realizada com o supervisor da área comercial em forma de questionário com perguntas do tipo abertas que segundo Barros e Lehfeld (1986), perguntas abertas são aquelas que levam o informante a responder livremente com frases e orações. 3.1 Limitações da pesquisa O presente trabalho teve o propósito de realizar uma análise das estratégias do composto mercadológico da empresa Bauducco, o que foi plenamente correspondido num universo de lojas do varejo da grande Florianópolis. Contudo, cabe salientar que para realizar uma pesquisa através de uma agência terceirizada tiveram-se custos elevados, constitui-se numa limitação do estudo. 4 Resultados da aplicação Neste capítulo serão descritos e analisados os resultados obtidos com a entrevista realizada com o supervisor da empresa Bauducco, empresa esta que atua no segmento alimentício, no qual recentemente lançou a linha de impulso (barras com recheios de frutas), sendo que a pesquisa feita junto aos consumidores e clientes da grande Florianópolis. Será analisado e descrito o grau de satisfação do consumidor sobre o produto, às estratégias de distribuição e promoção da linha impulso da Bauducco e por fim as estratégias de preços praticadas pela empresa e as suas conseqüências no varejo. 4.1 Análise do grau de satisfação dos produtos da linha impulso A seguir apresenta-se o resultado da pesquisa utilizado para identificar o grau de satisfação com relação à qualidade do produto da linha impulso da Bauducco. Qualidade 5% 10% 0% 85% Muito bom Bom Regular Ruim Gráfico 1 – Grau de satisfação da qualidade do produto Fonte: Pesquisa Agencia Open De acordo com o gráfico 1 pode-se perceber que o grau de satisfação com a qualidade dos produtos de impulso da Bauducco é positivo para empresa, pois demonstra a satisfação dos seus consumidores em relação ao mesmo. Nesta pesquisa foram abordados um total de 4014 pessoas de ambos os sexos e idades, sendo que 85% (3411) dos consumidores classificaram a qualidade da linha impulso como muito boa; 10% (403) dizeram que a 39 qualidade é boa; 5% (200) dos consumidores acham regular a qualidade e 0%, ou seja, ninguém achou ruim a qualidade dos produtos da linha impulso da Bauducco. Com isso podese constatar que a linha impulso da Bauducco está com grau de satisfação elevado mostrando a qualidade de seus produtos. Keegan e Green (2000, p. 328) citam as cinco características do produto de finalidade funcional primordial, finalidade secundária, durabilidade e qualidade, método de operação e manutenção. A qualidade deve ser uma das principais características de posicionamento dos produtos, e constitui-se de duas dimensões – nível e consistência. Ao desenvolver um produto, o profissional de marketing deve primeiro escolher o nível de qualidade que irá apoiar a posição desse produto no mercado-alvo. (KOTLER, 1999, p. 192). Todos estes benefícios e atributos estão relacionados à qualidade do produto que de certa forma influenciam na compra do consumidor trazendo satisfação e prazer ao usuário. A seguir será analisado o grau de satisfação com relação ao sabor dos produtos da linha de impulso da Bauducco. Sabor 9% 1% 15% 75% Muito bom Bom Regular Ruim Gráfico 2 – Grau de satisfação do sabor do produto Fonte: Pesquisa Agencia Open O gráfico 2 nos mostra que 75% (3011) dos consumidores acham muito bom os sabores dos produtos, 15% (602) acham bom, 9% (361) acham o sabor regular e 1% (40) acham os sabores ruins. Prevaleceu um percentual elevado aprovando os sabores da linha de impulso da Bauducco. De acordo com Keegan e Green (2000, p.319) “produto, pode ser definido como um conjunto de atributos físicos, psicológicos, de atitude e simbólicos que, no 40 todo, trazem satisfação ou benefícios a seu comprador ou usuário”. Todos estes atributos devem ter uma ligação para que o consumidor ligue o sabor com satisfação e prazer quando degusta os produtos de impulso da Bauducco. A partir do sabor será analisado o grau de satisfação quanto ao formato do produto da linha de impulso da Bauducco. Formato 7% 1% 18% 74% Muito bom Bom Regular Ruim Gráfico 3 – Grau de satisfação do formato do produto Fonte: Pesquisa Agencia Open Outro item pesquisado refere-se ao formato do produto, que conforme o gráfico 3, 74% (2985) acham o formato muito bom, 18% (722) acham o formato bom, 7% (262) acham o formato regular e 1% (45) acham o formato ruim. Conforme Cobra (1997) um produto deve ter: • Qualidade de padronização em termos de características, desempenhos e acabamentos. • Modelos e tamanhos que atendam às expectativas e necessidades. • Configurar a apresentação do produto em termos de apresentação física, embalagem, marca e serviço. Baseado nesta citação pode-se observar que o produto tem 74% de consumidores com um alto grau de satisfação em relação ao formato do produto atendendo as necessidades de uma refeição rápida e de forma padronizada. 41 Assim pode-se analisar o grau de satisfação em relação ao tamanho do produto da linha de impulso da Bauducco. Tamanho 5% 4% 25% 66% Muito bom Bom Regular Ruim Gráfico 4 – Grau de satisfação do tamanho do produto Fonte: Pesquisa Agencia Open Quanto ao tamanho pode-se analisar que 66% (2655) dos consumidores consideram o tamanho muito bom, 25% (1014) acharam o tamanho bom, 5% (195) acharam o tamanho regular e 4% (150) acharam o tamanho ruim. Kotler (2005) classifica os produtos de acordo com seus hábitos de compra em bens de conveniência: que são produtos comprados frequentemente e cuja decisão de compra é quase sempre tomada no ponto de venda, exemplo: sabonetes, chocolate, guloseimas. Os bens de conveniência se dividem em regulares sempre o mesmo produto baseado na preferência do cliente, que compra por impulso feito sem planejamento, comprado mediante a uma necessidade repentina. Desta forma pode-se avaliar que o tamanho do produto é para satisfazer uma necessidade momentânea e desta maneira o produto não deve ter um tamanho muito grande, pois pode encarecer o produto no ponto de venda e deixar de ser classificado como produto de impulso que se consome no ato da compra para satisfazer a real necessidade do consumidor. Observando o grau de satisfação dos produtos da linha de impulso da Bauducco quanto à qualidade, sabor, formato e tamanho, pode-se falar no próximo tópico sobre o aspecto das estratégias de distribuição e promoção dos produtos da linha de impulso da Bauducco outro passo importante para que o ciclo se complete e que os produtos estejam o 42 mais próximo possível do consumidor no momento de sua necessidade e com promoções atrativas. 4.2 Análise das estratégias de distribuição e promoção Neste tópico é apresentado o resultado da entrevista com o supervisor da Bauducco, este foi questionado sobre as estratégias de distribuição e promoção utilizadas pela empresa Bauducco em sua linha de impulso. Quando questionado sobre quais as estratégias de distribuição são utilizadas pela empresa Bauducco para ter uma distribuição da sua linha de impulso o representante afirma que a empresa utiliza de duas estratégias de distribuição que são classificadas de venda direta ao varejista e venda indireta via distribuidor. A venda direta se realiza via equipe de vendas direta que atendem os varejistas, estes com posse dos produtos da linha impulso da Bauducco disponibilizam em seus supermercados a venda direta ao consumidor final, sem ter um atravessador que pode aumentar o preço final do produto. Já a estratégia de venda indireta é utilizada para atender os varejistas de menor porte, considerados os supermercados abaixo de quatro check outs, quando a empresa utiliza o distribuidor para realizar o trabalho de venda e logística para atender estes clientes, completando o ciclo, fazendo com que os produtos da linha impulsos cheguem ao consumidor final. Kotler (2005) diz que o produtor possui à sua disposição, sistemas ou canais de distribuição, responsáveis por fazer a ligação entre produto e cliente. Segundo o autor, o produtor pode optar em fazer ele mesmo a distribuição de seus produtos ao cliente, utilizando então um canal direto de vendas, ou então, o produtor pode fazer uso de intermediários, ou revendedores, que são um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilização de um produto ou serviço para uso ou consumo, optando então por um canal indireto de vendas. Assim pode-se analisar que a forma de distribuição direta e via distribuidor são responsáveis por fazer a ligação entre o produto e o consumidor e desta forma suprir a necessidade dos clientes da empresa Bauducco. 43 Em relação aos canais de distribuição o entrevistado afirma que os dois canais de distribuição são eficientes, cada um na sua forma de trabalho, porém a empresa busca uma distribuição de 100% nos pontos de venda onde seja possível vender os produtos da linha impulso, e constatou-se que alguns varejistas não possuem o produto, pois não são atendidos nem pela venda direta e nem pela venda indireta, no caso o distribuidor. Segundo Sandhusen (2003), mais de 90% dos produtores utilizam varejistas e/ou atacadistas como intermediários no caminho entre seu produto e o cliente final. Desta maneira, a empresa deve utilizar de todos os métodos de distribuição possível para que seu produto da linha impulso seja encontrado em todos os pontos de venda possível e imaginável, assim pode trabalhar com venda direta, com distribuidor ou mesmo utilizar de um terceiro canal que é o atacadista e pulverizar todos os pontos de venda. Com relação às estratégias de promoção utilizadas pela empresa para divulgar os produtos da linha impulso na grande Florianópolis para os varejistas e consumidor final, o entrevistado afirmou que: A estratégia utilizada pela empresa para promover o produto ao varejista foi levar amostras para o varejista degustar, panfletos com fotos e dados cadastrais do produto e participação da feira ACATS (Associação Catarinense de Supermercadistas), que se realiza em Florianópolis e está voltada para os varejistas. As estratégias utilizadas pela empresa promovendo a linha impulso junto ao consumidor final ocorreram através da promoção de lançamento do produto com preços promocionais, anúncio em panfletos de grande circulação em parceria com o varejista, foi contratado uma agência que terceiriza o serviço e contrataram-se promotoras para fazer abordagem e degustação para o consumidor final nos supermercados da grande Florianópolis. Conforme Keegan e Green (2000, p.424) “a finalidade de uma promoção de vendas pode ser estimular não-usuários a experimentar um produto ou aumentar a demanda total dos consumidores”. A empresa Bauducco buscou de todas as formas fazer com que um grande número de pessoas que não conheciam o produto viesse a conhecer através das ferramentas e estratégias utilizadas pela empresa ao qual tomou as decisões corretas e no tempo certo. Em sua opinião como supervisor, as estratégias promocionais trazem um aumento no volume de venda dos produtos da linha impulso de maneira rápida ou a eficiência das estratégias de promoção é percebida apenas no longo prazo pela empresa. As estratégias promocionais utilizadas pela empresa são realizadas com o intuito de alavancar o volume de vendas e divulgar de forma maciça os produtos da linha impulso, para 44 o maior número de consumidores possível e numa grande quantidade de pontos de venda do produto. Nesta situação a promoção foi de maneira rápida e trazendo os resultados imediatamente. Segundo Kotler (2005), promoção de vendas é uma estratégia promocional que através de estímulos e incentivos, em sua maioria de curto prazo, oferecidos pela empresa possui o objetivo de aumentar as vendas, também em sua maioria em curto prazo. Com relação às estratégias promocionais todos os estímulos e incentivos são sim utilizados para trazer os resultados de forma rápida e de curto prazo aumentando as vendas que um objetivo também da empresa. Quando questionado sobre materiais promocionais utilizados pela empresa o entrevistado afirmou que; são utilizados alguns materiais promocionais como merchandising entre eles: Brood side (lâmina explicativa) com foto ilustrativa dos produtos da linha impulso exclusivo ao varejista, anuncio em revistas voltadas para o varejista, anuncio em outdoor e encartes do produto da linha impulso com parceria ao varejista. Conforme Limeira (2003) a propaganda é uma forma de comunicação paga e impessoal, produzida pelo emissor identificado e dirigido a um receptor, público-alvo, veiculado em meios de comunicação em massa, como teve aberta, jornais e rádios, ou em meios de comunicação dirigidos, como teve a cabo e revistas. A empresa utilizou de alguns meios de comunicação para divulgar os seus produtos, pois se trata de lançamentos e todas as propagandas em massa têm o objetivo de divulgar para um grande numero de consumidores ou clientes os produtos que a empresa vem trabalhando de forma mais agressiva. Para que seja possível um melhor entendimento sobre o composto de marketing após ter analisado as estratégias de distribuição e promoção através da entrevista realizada com um representante da Bauducco, será abordado no próximo tópico as estratégias de preço da linha impulso que é mais um elemento do composto mercadológico. 4.3 Análise das estratégias de precificação da linha impulso Através da pesquisa de preço realizada no varejo da grande Florianópolis da linha impulso da Bauducco em um total de sete supermercados pesquisados todos eles varejistas, pode-se analisar as estratégias utilizadas pelos varejistas conforme mostra o gráfico 5. 45 Precificação da Linha Impulso 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Markup m édio de 40% 0,52 0,49 0,55 0,55 0,49 0,45 0,38 0,35 Custo do produto Custo Angeloni Hippo Giassi Bist ek Big Imperat riz Sm rosa Preço de venda Gráfico 5 – Pesquisa de preço realizada no varejo da grande Florianópolis Fonte: Pesquisa em campo Um aspecto analisado está relacionado ao preço praticado pelo varejista da grande Florianópolis da linha impulso da Bauducco. De acordo com Bernardino et al (2004, p.84) “preço é uma variável relevante, pois influi diretamente na rentabilidade do varejista, bem como na transação de uma determinada imagem ao consumidor”. Buscou-se identificar qual o método de preço praticado pela grande maioria dos varejistas que trabalham com o produto da linha impulso. Por meio dos dados fornecidos (gráfico 5), constatou-se que o varejista pratica um preço médio, e utiliza-se do markup para preficicar seus produtos, que segundo Kotler (2000), um dos métodos de determinação de preço utilizados pelas empresas é o preço de markup, ou seja, é adicionar um markup-padrão ao custo do produto. De acordo com as informações obtidas no gráfico 5 observou-se que o markup é a forma precificação utilizada pelos varejistas na hora de ajustar os preços de seus produtos para venda ao consumidor chegando todos a uma média de 40% de markup aplicado, deixando o produto com preço acessível ao consumidor. Esta forma de precificação é utilizada para a categoria que o produto representa no varejo, justificando assim a forma pelo qual o preço atinge um desembolso menor pelo consumidor, pois o produto se caracteriza de impulso com preço de venda médio praticado no ponto de venda. Outro aspecto analisado é que o preço do produto é de baixo desembolso ao consumidor final devido ao preço de custo do produto (fornecido pela Bauducco), que é de R$0,35 por unidade, pois este preço adicionado do markup do varejista tem influência 46 psicológica que de acordo com Kotler (2000, p.490) “a seleção do preço final pela empresa, deverá considerar fatores adicionais, incluindo a determinação de preço psicológico, a influencia de outros elementos do mix de marketing sobre o preço, políticas de preço da empresa e o impacto do preço sobre terceiros”. Outra análise decorrente do preço praticado agora pela empresa e não pelo varejista está relacionado aos novos produtos, que muitas vezes a empresa pode estar utilizando a precificação baixa para ganhar mercado e desenvolver um tipo de categoria nova para os consumidores. Para Cobra (1992, p. 467) a importância da política de preços faz-se sentir com maior intensidade nas seguintes situações: • Quando a empresa vai estabelecer o preço pela primeira vez. • Quando a concorrência ameaça os negócios da empresa com uma política agressiva de preços. • Quando a demanda dos produtos da empresa se relaciona com os preços praticados. • Quando os objetivos da empresa se ligam ao retorno sobre os investimentos e sobre o retorno sobre vendas. • Quando os objetivos de lucratividade e de participação de mercado exigem uma política flexível de preços. Observou-se ainda que o varejista utiliza a estratégia do preço como forma de promoção de seus produtos da linha de impulso, fazendo com que o consumidor final aumente a demanda destes produtos obrigando o varejista a aumentar o seu pedido dos produtos da linha impulso para que não ocorra a ruptura no ponto de venda. Kotler (2000, p.493) define preço promocional como “uma técnica de determinação de preços para estimular compras antecipadas”. O autor define ainda: • Preço-isca: reduzem o preço de marcas conhecidas para estimular um movimento maior nas lojas. • Preço de ocasião: as empresas estabelecem preços especiais em determinadas épocas. • Descontos psicológicos: esta estratégia envolve o estabelecimento de um preço artificialmente alto e, então, o produto é oferecido com um desconto substancial. 47 Desta forma pode-se observar que a empresa utiliza-se do preço psicológico, preços baixos, fazendo com que os varejistas trabalhem seus preços com um markup médio igual entre eles, deixando o preço dos produtos da linha impulso no ponto de venda de baixo desembolso para o consumidor final. Sendo assim analisou-se as estratégias do composto mercadológico dos produtos da linha impulso da empresa Bauducco, pode-se chegar a um consenso de que os produtos da linha impulso foram aprovados pela grande maioria dos consumidores em relação à qualidade, sabor, formato e tamanho de acordo com a mostra da pesquisa, isto mostra que as estratégias sobre o produto utilizado pela Bauducco estão centradas e no caminho correto, provando mais uma vez que se bem definidas e estudas as estratégias se tornam positivas para a empresa que pensa em lançar um novo produto no mercado. Na análise das estratégias de distribuição e promoção pode-se constatar que a empresa busca por uma distribuição eficiente, buscando estar presente em 100% dos pontos de venda que se enquadram na venda destes produtos. E para que isto aconteça à empresa vai atuar fortemente com seus distribuidores, equipe direta e se necessário atuar com os atacadistas para chegar à positivação no maior número de clientes possíveis. Em relação à promoção foram analisadas as estratégias através da entrevista com o representante da Bauducco, que o ato promocional ajuda a alavancar as vendas e mostra que se bem feito uma promoção pode trazer novos consumidores do produto em questão. E neste quesito a Bauducco vem desenvolvendo parcerias com os varejistas promovendo seus produtos de impulso em encartes nas redes de supermercados, da mesma forma participa de feiras de negócios divulgando a marca e seus produtos de impulso, como também tem anuncio em revista de circulação para o varejo. A análise das estratégias de precificação feita por meio de uma pesquisa mostrou que todos os varejistas da grande Florianópolis utilizam do markup para adequar seus preços no ponto de venda sendo este preço praticado por todos de forma linear como se pode observar na pesquisa de preço realizada no varejo da grande Florianópolis. Esta forma de precificação é utilizada para a categoria que o produto representa no varejo, justificando assim a forma pelo qual o preço atinge um desembolso menor pelo consumidor. Desta forma após este estudo das análises do composto mercadológico dos produtos da linha impulso da Bauducco será feito às considerações finais no próximo capitulo, do estudo feito neste presente trabalho. 5 Considerações finais O trabalho realizado foi importante para o aprendizado acadêmico, que culminou no aprofundamento teórico e na análise das estratégias do composto mercadológico dos produtos de impulso da Bauducco, na grande Florianópolis. Através desta análise, pode-se constatar que as estratégias utilizadas estão adequadas de acordo com a teoria. Primeiramente buscou-se fundamentar os conhecimentos teóricos relacionados à área de estudo, onde se abordou tema como marketing, composto de marketing, produto, preço, praça e promoção e outros temas afins. Para atingir o objetivo geral proposto neste trabalho, foi aplicada uma pesquisa com os consumidores dos produtos da linha impulso, para diagnosticar a percepção dos consumidores quanto ao produto (qualidade, sabor, formato, tamanho). A pesquisa com os consumidores realizou-se através da aplicação de um questionário nos supermercados da grande Florianópolis. Após foi feita uma pesquisa de preço no varejo, para buscar as informações de como o varejista trabalha o seu preço no ponto de venda com os produtos da linha de impulso. E por final realizou-se uma entrevista com o representante da Bauducco com intuito de buscar as informações das estratégias de distribuição e promoção utilizadas pela empresa. Através deste estudo, foi possível diagnosticar e analisar as estratégias do composto mercadológico da empresa em relação à linha de impulso na grande Florianópolis e fazer uma ligação entre a teoria e o aplicado no dia a dia da empresa. Esta análise foi positiva, pois se constatou que a empresa segue de forma correta o que nos diz a teoria, pois se trata de uma empresa de grande porte e de atuação em todo o Brasil, mas se preocupa de forma macro e micro buscando a positivação de 100% dos pontos de vendas, trabalho este que não é fácil, pois se tem várias situações que interfere para este feito. Na análise dos resultados obtidos com a pesquisa constatou-se que a empresa possui estrutura e políticas do composto mercadológico definidas, a empresa Bauducco obteve bons resultados em vários aspectos da pesquisa, com relação à qualidade dos produtos. Utilizou-se de várias formas de promoção e participação nos eventos, tais como: ACATS (Associação Catarinense de Supermercados) para divulgar e incentivar a compra dos produtos. A estratégia de marketing proposta para a Bauducco é a utilização de uma nova cadeia de distribuição de seus produtos para alcançar em 100% dos pontos de venda pretendido pela empresa. 49 Cabe, contudo, estudos contínuos sobre o tema em estudo, buscando cada vez mais a perfeição, no caso de uma distribuição perfeita da linha impulso da Bauducco propõem–se uma nova forma de distribuição que pode ser o canal de atacado, já que a empresa só trabalha com distribuidores e venda direta. Desta forma pode-se atingir o seu objetivo que a distribuição perfeita e 100% de penetração dos pontos de venda. O que se pode constatar deste estudo feito junto à empresa Bauducco, é que hoje, tanto as empresas de grande porte quanto as pequenas empresas, precisam conhecer, e conhecem as atividades e estratégias de marketing, mesmo as simples, que quase sempre são construídas sem qualquer conhecimento de técnicas e resultados mais apurados. Toda e qualquer empresa que pretende ingressar neste mercado global deve no mínimo fazer um estudo do composto mercadológico na área de sua atuação para ter noção se seu negócio pode dar certo ou não. 5.1 Sugestões de trabalhos futuros Tendo várias possibilidades de novas pesquisas, bem como um aprofundamento maior nos questionamentos levantados neste projeto, sugere-se que outros alunos desta instituição façam novas pesquisas e estudos sobre este assunto que é de extrema importância para as empresas que atuam neste mercado, sugere-se: • Identificação de novos produtos pretendidos pelos consumidores, bem como novos sabores da linha de impulso da Bauducco. • Pesquisa mais complexa da positivação e distribuição dos produtos a novos clientes. • Estudo e identificação de um quinto P do composto mercadológico que é o “Pedido Perfeito” para dar seqüência ao ciclo. Referências BARROS, J. P.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de metodologia: um guia para a iniciação cientifica. 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Apêndices Apêndice A Roteiro de entrevista com o supervisor da Bauducco da grande Florianópolis. 1- Quais as estratégias de distribuição são utilizadas pela empresa Bauducco para ter uma distribuição da sua linha de impulso? 2- Dentre estes canais qual em sua opinião é o mais eficiente? 3- Quais as estratégias de promoção utilizada pela empresa para divulgar os produtos da linha impulso na grande Florianópolis para os varejistas e consumidor final? 4- Em sua opinião as estratégias promocionais trazem um aumento no volume de venda dos produtos da linha impulso de maneira rápida ou a eficiência das estratégias de promoção é percebido apenas no longo prazo pela empresa? 5- Quais os matérias promocionais utilizados pela empresa? 55 Apêndice B Pesquisa de preço realizada no varejo da grande Florianópolis da linha impulso da Bauducco. Pesquisa de preço da linha impulso da Bauducco na grande Florianópolis Maxi Goiabinha R$ Loja: Loja: Loja: Loja: Loja: Loja: Loja: Loja: Loja: Loja: Maxi Chocolate Maxi Bananinha R$ R$ Anexos Anexo 1 Fotos ilustrativas da linha impulso da Bauducco. 57 Anexo 2 Pesquisa de satisfação do consumidor com a linha impulso da Bauducco realizado pela Agência Open na grande Florianópolis. Assinale com X a alternativa de sua preferência. Qualidade Muito bom Bom Regular Ruim Sabor Formato Tamanho