MONOGRAFIA - BIBLIO LARISSA(1)

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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIENCIAS SOCIAIS
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
LARISSA VERÔNICA MOREIRA RIBEIRO
O PROCESSO DE MARKETING NA BIBLIOTECA FERREIRA GULLAR DO
CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA, filho.
São Luís
2010
2
LARISSA VERÔNICA MOREIRA RIBEIRO
O PROCESSO DE MARKETING NA BIBLIOTECA FERREIRA GULLAR DO
CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA, filho.
Monografia apresentada a Universidade Federal
do Maranhão para obtenção do grau de Bacharel
em Biblioteconomia.
Orientadora: Profª Msc. Rita Gonçalves Marques
Portella Ferreira
São Luis
2010
3
LARISSA VERÔNICA MOREIRA RIBEIRO
O PROCESSO DE MARKETING NA BIBLIOTECA FERREIRA GULLAR DO
CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA,filho
Monografia apresentada à Universidade Federal
do Maranhão para obtenção do grau de Bacharel
em Biblioteconomia.
Orientadora: Profª Msc. Rita Gonçalves Marques
Portella Ferreira
Aprovada em ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________
Prfª Msc. Rita Gonçalves Marques Portella Ferreira
___________________________________________________
Prfª Msc. Raimunda de Jesus Araújo Ribeiro
______________________________________
Prfª Msc. Raimunda Ramos Marinho
__________________________________________________
Prfª Msc. Georgete Lopes Freitas (Suplente)
4
À meus pais Raimundo e Venina
Aos irmãos Valmira, Raimundinho, Flávio e
Fernando
Aos meus sobrinhos
5
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter me dado uma família maravilhosa que tanto amo, pela
oportunidade de ter saúde, boa educação, forças, determinação não me permitindo
desistir nos momentos de maior dificuldade;
À meus pais que tanto amo,Raimundo e Venina, por cada noite mal
dormida velando meu sono, pelo suor derramado no objetivo de sempre ter
condições de oferecer-me o melhor, pelo amor incondicional e sem medidas,pela
educação, carinho, amizade e incentivo.Essa vitória é para vocês;
À meu irmão Raimundo Nonato à quem considero como pai, pelos
esforços que destinou à minha educação e criação. Obrigada é pouco diante de tudo
que fizeste por mim;
À minha irmã Valmira pelo carinho, força e paciência;
Aos meus irmãos Flávio e Fernando por estarem sempre ao meu lado;
Aos sobrinhos que Deus me deu de presente: Antonio Victor, Valquíria,
Nathália, Fernanda, Gabriel, Izabely e Maria Clara;
À professora Rita Portella a quem sempre admirei enquanto profissional e
que muito contribuiu com suas orientações;
Aos professores que tiveram participação brilhante na minha formação
profissional;
Aos colegas da UFMA: Rafaela Soares, Terezinha Smith, Belijane,
Dárlonson, Laryssa Madeira, Larissa Oliveira, Polyana Beckman, Eliniele Borges,
Ellen Marlene, Camila e Analina. Que os momentos compartilhados e as amizades
construídas apenas se fortaleçam e jamais nos distanciem;
As amizades construídas no Colégio Batista, com os quais e compartilhei
experiências que levarei pelo resto da vida. Amizades estas que a distância e o
tempo não foram motivos para separar. Para sempre os levarei em meu coração:
Vitória Azoubel, Graciela Oliveira, Milene Ribeiro, Graziele Serejo, Fernanda
Carvalho, Dilson Junior. Obrigada pelo incentivo constante.
À Cacilda por sempre ter confiado em mais essa vitória da minha vida;
Em especial aos amigos Carlos Costa, Lucio Lago e Neuzamélia Caminha
que muito acreditaram em mim, por estarem ao meu lado nos momentos difíceis,
incentivando na busca pelo sucesso.
6
“O futuro se faz agora, e cada
erro é uma vitória; Pois a
derrota não existe; Não há
conquista sem labuta. A vida é
uma infinita luta, Onde só
perde quem desiste”
Douglas Rafael
7
RESUMO
Analisa o processo de marketing e suas ferramentas na administração de
bibliotecas; abordando especificamente o caso da Biblioteca Ferreira Gullar e seu
posicionamento diante dessa perspectiva. Verifica a importância do bibliotecário
adotar uma postura empresarial utilizando tais ferramentas, para desse modo
proporcionar a Unidade de Informação um melhor desempenho no mercado.
Enfatiza a importância que a utilização dessas ferramentas possuem, se aplicadas à
administração da biblioteca, no que refere-se ao cumprimento de sua missão e ao
alcance dos seus objetivos.
Palavras-chave: Marketing. Ferramentas de Marketing. Biblioteca Ferreira Gullar.
8
ABSTRACT
It examines the process of marketing and its tools in the administration of libraries,
specifically addressing the case of the Public Library Ferreira Gullar and its position
towards this perspective. It notes the importance of adopting a corporate attitude by
librarian using such tools, thus providing for the Information Unit a better market
performance. It emphasizes the importance that the use of such tools are applied to
the administration of libraries as regards to accomplishment of its mission and
achieving its goals.
Keywords:
Marketing.
Marketing
tools.
Library
Ferreira
Gullar
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1:
Segmentação Geográfica de mercado por regiões......................
21
FIGURA 2 : Segmentação com base no perfil demográfico............................
21
FIGURA 3 : Segmentação psicográfica............................................................ 22
FIGURA 4 : Segmentação por benefício..........................................................
22
FIGURA 5 : Sistema de Informação proposto por Kotler................................
27
FIGURA 6 : Composto de Marketing...............................................................
29
FIGURA 7:
Ciclo de vida do produto ou serviço.............................................
29
FIGURA 8 : Fachada do Centro de Criatividade Odylo Costa,filho................
35
FIGURA 9 : Teatro Alcione Nazaré..................................................................
37
10
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 :
Componentes do S.I.M.......................................................26
QUADRO 2 :
Acervo da Biblioteca Ferreira Gullar...................................39
11
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: Importância da adoção do marketing...............................
43
GRÁFICO 2: Contribuição do marketing................................................ 44
GRÁFICO 3: Ferramenta de marketing utilizada...................................
45
GRÁFICO 4: Produtos/serviços oferecidos...........................................
46
GRÁFICO 5: Critério para tomada de decisão....................................... 48
GRÁFICO 6:Tomada de decisão quanto à aplicação do marketing....
49
GRÁFICO 7: Percepção da gestão quanto a imagem organizacional... 50
12
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO........................................................................................
13
2
O PROCESSO DE MARKETING EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO.
16
2.1 Segmentação de Mercado....................................................................
18
2.2 Pesquisa de Mercado............................................................................
19
2.3 Sistemas de Informação de Marketing (SIM)......................................
23
2.4 Marketing Mix (Composto de Marketing)...........................................
24
2.5 Plano de Marketing..............................................................................
28
3
CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA,filho............................
31
4
BIBLIOTECA FERREIRA GULLAR.......................................................
35
4.1 A aplicação do Marketing Cultural em Bibliotecas............................. 38
5
METODOLOGIA...................................................................................... 41
6
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...................................
43
7
CONCLUSÃO........................................................................................
51
REFERÊNCIAS.....................................................................................
53
APÊNDICES..........................................................................................
57
ANEXOS................................................................................................
61
.
13
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas enquanto instituições não lucrativas, dotadas de uma
importante função social; vêm-se diante da necessidade de estar preparadas para
assumir uma nova postura diante dos avanços tecnológicos da sociedade moderna.
Os meios de tratamento, recuperação e disponibilidade da informação foram
alterados em virtude dessas mudanças. Com isso, as bibliotecas e unidades de
informação carecem de adaptar-se à essas mudanças e adotar meios que as
mantenham firmes no mercado.
O surgimento de novas ferramentas na busca da informação provocou, de
certa maneira, uma concorrência que sugere uma determinada cautela, isso porque
ao mesmo tempo em que essas novas tecnologias dinamizaram o processo de
trabalho na biblioteca, elas permitiram também ao usuário tornar-se independente na
busca das informações desejadas.
Diante disso, avalia-se cada vez mais a importância da utilização de
estratégias que conscientizem a sociedade de sua importante missão e função
social, dando-lhes incentivos para tornarem-se usuários reais dessas bibliotecas.
É nesse panorama atual, repleto de responsabilidades quanto a um novo
posicionamento dessa unidade de informação, que o profissional bibliotecário deve
estar preparado para assumir um direcionamento mais dinâmico, visando à
organização como uma entidade empreendedora, favorecendo as relações de troca
da biblioteca.
Em função dessa necessidade de uma administração mais ousada e
dotada de características empresariais, que se faz importante a aplicação do
marketing que
é a função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos,
define e mede sua magnitude e seu potencial de rentabilidade, especifica
que mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, decide sobre
produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados
selecionados e convoca a todos na organização para pensar no cliente e
atender ao cliente (KOTLER,2003)
Com isso, a aplicação do marketing em bibliotecas vem para facilitar sua
administração, trazendo-lhes inúmeros benefícios, favorecendo sua imagem na
sociedade e elevando seu reconhecimento como guardiã, disseminadora da
informação, da cultura e conhecimento.
14
Nesse enfoque, é que tomamos como objetivo geral analisar quais as
ferramentas utilizadas no processo de marketing da Biblioteca Ferreira Gullar,
unidade de informação vinculada ao Centro de Criatividade Odylo Costa, filho
(CCOCF)¹.
Como objetivos específicos buscou-se verificar qual a importância da
utilização do marketing para a Organização, detectando quais os produtos e serviços
disponibilizados à sua clientela, o qual constitui fator importante nessa relação de
troca com o usuário uma vez que, a partir deles o usuário poderá ter uma visão
favorável da biblioteca; ainda nesse questionamento buscou-se conhecer qual a
imagem da Ferreira Gullar mediante a administração do Centro de Criatividade; se
ela é vista apenas como uma mera guardiã de livros ou, se constitui aos olhos da
gestão, um negócio visando à obtenção de lucros; o que de fato, é um importante
posicionamento diante de um mercado cada vez mais exigente.
A postura adotada pelas bibliotecas deveria ser a mesma utilizada pelas
empresas, diante desse fato que se busca conhecer qual o critério utilizado para as
tomadas de decisão na Ferreira Gullar, e dessa forma avaliar como ocorre esse
processo do marketing e quais as possibilidades que a biblioteca possui de adquirir
maior credibilidade e reconhecimento, tanto no ambiente interno, quanto no
ambiente externo.
Na perspectiva de compreender e demonstrar o quanto a aplicação das
técnicas do marketing ainda são necessárias para as bibliotecas tornarem-se um
ambiente reconhecido na sociedade pela função social que lhes é imposta, foram
utilizados como referencial teórico artigos, livros, folhetos e relatórios para melhor
fundamentação da pesquisa. Tomando como referência autores como Philip Kotler,
Marcos Cobra, Sueli Angélica do Amaral, Amélia Silveira, Maria Heloísa Ottoni,
Alexandre Luzzi Las Casas, Silas Marques de Oliveira dentre outros.
A relevância dessa pesquisa justifica-se na necessidade de atribuir maior
ênfase à adoção do marketing na Biblioteca Ferreira Gullar, bem como na ausência
de estudo que utilizasse como referência essa Unidade de Informação.
_________________________________
¹Órgão vinculado à Secretaria de Cultura do Maranhão (SECMA)
15
Para melhor compreensão da pesquisa e a fim de atingir os objetivos
delimitados, é que se dividiu o trabalho em uma seqüência lógica. Iniciou-se
relatando o processo de marketing em unidades de informação, destacando as
etapas de análise das necessidades dos usuários, o ajuste das variáveis do
composto de marketing com vista a atender essas exigências e conseqüentemente a
elaboração de um plano para a tomada de decisão mais eficaz ao alcance dos
objetivos delimitados pela biblioteca.
Em seguida, fez-se uma apresentação do Centro de Criatividade Odylo
Costa, filho; enquanto instituição mantenedora da Biblioteca Ferreira Gullar, a qual
se constitui como objeto da pesquisa; logo após ressaltando sua trajetória,
dificuldades e o momento da recuperação pela qual passa atualmente, com a
reorganização de seu acervo, aquisição de novos mobiliários e atuação de
profissionais da área. Tornou-se importante mencionar ainda o marketing cultural em
bibliotecas ressaltando suas características e importância.
Diante do exposto e da descrição desse processo é que ocorre a
contextualização com o objeto de estudo, levantando-se questionamentos e
demonstrando através dos gráficos os resultados quantitativos e qualitativos da
pesquisa.
16
2 O PROCESSO DE MARKETING EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO
Os administradores das organizações que não visam lucro estão ficando
cada vez mais conscientizados do grande potencial do marketing para resolver
alguns problemas inerentes à sua Organização; embora ainda abordem o marketing
com algum ceticismo, pois acreditam que ele é apenas um instrumento de uso nos
negócios comerciais e que se identifica bastante com vendas e a propaganda
Diante da importância que a informação obteve ao longo do tempo, bem
como as transformações que ela provocou, é que se percebeu, conseqüentemente,
a importância que as Unidades de Informação também vieram adquirir no que
concerne à sua função de permitir aos mais diversos segmentos da sociedade o
acesso a estas.
Tarapanoff (apud SILVA, 2000), considera que “os tipos mais conhecidos
de unidades de informação são as bibliotecas, os arquivos públicos e os museus,
estando inseridos neles os serviços de referência, documentação e informação”.
As Unidades de Informação devem ser vistas como um meio de amenizar
as manipulações pela qual a sociedade passa, nesse sentido é que ela deve
contribuir de forma a possibilitar a democratização dos avanços científicos e
tecnológicos.
É importante que saibamos as definições que os principais autores fazem
acerca do marketing: Para Cobra é o(apud AMARAL, 1998) “processo na sociedade,
pelo qual a estrutura da demanda para bens e serviços é abrangente e satisfeita
mediante a concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços”.
Para Kotler e Levy (apud AMARAL, 1998) “o conceito de marketing
deveria abranger também as instituições não lucrativas”. Em 1988, Kotler e Bloom
retomam o conceito afirmando que o marketing é “análise, planejamento,
implementação e controle de programas, cuidadosamente formulados, que visam
proporcionar trocas voluntárias de valores ou utilidades com mercados-alvos, com o
objetivo de realizar os objetivos organizacionais”
Hughes (apud OLIVEIRA, 1985) conceitua marketing como “as atividades
que relacionam com sucesso, uma organização com seu meio ambiente".
O marketing constitui a relação de troca que ocorre entre produtores e
consumidores, de modo que ambos alcancem a satisfação de suas necessidades.
17
Os sistemas que visão facilitar essa relação de troca é que irá constituir o que os
autores denominam de processo de marketing.
O marketing torna-se importante a medida que contribui para melhorar a
imagem da instituição e do profissional bibliotecário, ganhar novos mercados e
principalmente fidelizar seus usuários. É importante que além da biblioteca, a
Organização adote o conceito do marketing e execute suas estratégias para dessa
forma, sobressair-se no mercado.
O principal papel da administração de uma organização é detectar as
necessidades dos usuários para satisfazê-los mediante uma comunicação e
distribuição adequada, com preços viáveis à prestação dos serviços e produtos
disponibilizados. Kotler (1998) descreve o processo de marketing da seguinte forma:
a) Análise de oportunidades de mercado;
b) Desenvolvimento de estratégias;
c) Planejamento de programas de marketing;
d) Organização, implementação e controle de marketing
Para Sandhusen (apud CORRÊA, 2010) o processo de marketing pode
ser definido como “o desenho de sistemas justos e eficientes para direcionar o fluxo
de bens e serviços de uma economia, dos produtores aos consumidores, e realizar
os objetivos da sociedade”.
É durante o processo de marketing que serão identificados, analisadas,
escolhidas e exploradas as oportunidades de mercado. Todo o processo deverá ser
direcionado para encontrar oportunidades atrativas, tanto as ambientais quanto as
da empresa; e para isso faz-se necessário utilizar as ferramentas de marketing os
quais constituem: Segmentação do mercado, Pesquisa de mercado, Sistema de
Informação de Marketing, Composto de marketing e Plano de Marketing.
2.1 Segmentação de Mercado
Atuar
no
mercado
visando
alcançar
seus
objetivos
é
o
que
administradores almejam ao assumir o controle de uma empresa, entretanto
direcionar seus objetivos a um público extremamente diversificado geralmente tornase um empecilho ao desempenho da organização, isso porque fica impossível
18
delimitar todos os esforços de marketing para todo o mercado. Mas o que vem a ser
o mercado? “Um mercado é um grupo distinto de pessoas e/ou organizações quê
tem recursos que querem trocar ou que poderão concebivelmente trocar por
benefícios distintos” (KOTLER, 1978).
Mercado consumidor é o termo utilizado quando nos referimos aos
consumidores, segmento ou a própria população economicamente ativa de um país
que compre ou utilize os produtos de empresas específicas.
O mercado é dinâmico, passa por constantes mudanças com a finalidade
de se adequar às necessidades dos usuários e à oferta dos fornecedores de bens e
serviços.
A estratégia do marketing envolve a seleção de um mercado-alvo
específico, assim como a tomada de decisão em relação aos elementos cruciais do
produto, preço, promoção e distribuição, para dessa forma satisfazer as
necessidades de seus consumidores. A segmentação do mercado visa aumentar a
precisão de alvo de uma empresa e dessa forma também ocorre com as Unidades
de Informação.
A maioria das empresas usa alguma forma de segmentação de mercado ao
dividir o mercado total em grupos de consumidores com necessidades
relativamente comuns ou homogêneas, tentando desenvolver um composto
de marketing que atraia um ou mais desses grupos (FERRELL, 2000).
Para Kotler (apud EMERSON, 2005) a segmentação de mercado é “a
idéia mais recente para orientar a estratégia, começa não com a distinção de
possibilidades de produto, mas sim com a distinção de interesses ou de
necessidades de clientes”. Portanto, segmentar é escolher um determinador público
com necessidades semelhantes e dispor a eles uma determinada oferta.
É nesse contexto que se aplicam as bibliotecas, quando as necessidades
dos usuários são semelhantes em um grupo isolado, diferenciando-se dos demais
grupos. Há uma variedade de fatores que são utilizados para dividir o mercado em
grupos com expectativas semelhantes.
Os critérios utilizados para a segmentação de mercado são: a seleção do
mercado considerado, lista de necessidades dos usuários em potencial, formação de
possíveis segmentos com base nesses benefícios e, por último, características que
resultassem na denominação do segmento como a segmentação geográfica (Figura
1), no qual o mercado é subdividido em diferentes localidades dentro das quais os
clientes são encontrados. Constitui-se em uma das práticas mais antigas e válidas
19
de segmentação. As organizações podem optar por atuar em um ou mais mercados
geográficos. Nesse tipo de segmentação, as diferenças regionais são consideradas.
Figura 1: Segmentação Geográfica de mercados por regiões
Fonte: http://www.pciaonline.org/site/c.krLWJ7PIKqG/b.2818781
A segmentação demográfica (Figura 2) divide o mercado mediante as
características da população; é ainda a mais utilizada porque suas variáveis são
relativamente fáceis de mensurar utilizando fatores como idade, sexo, renda,
educação, religião, nacionalidade, tamanho da família, classe social. Kotler e Keller
(2006) mencionam que algumas abordagens combinam dados geográficos com
dados demográficos na perspectiva de obter dados mais precisos acerca das
descrições dos consumidores.
Figura 2: Segmentação com base no perfil demográfico
Fonte: http://blog.minhavida.com.br/blog/anuncie
Em simulação na figura 3, a segmentação psicográfica ou sócioeconômica refere-se ao indivíduo e seus aspectos, estilo de vida, atitudes,
personalidade, atividades, interesses e opiniões. A segmentação psicográfica,
produz uma descrição mais rica de um público-alvo em potencial. É importante
enfatizar que pessoas do mesmo grupo demográficos podem ter perfis psicográficos
diferentes. Esse tipo de segmentação tem-se mostrado uma importante técnica de
20
marketing quando direcionada à determinados públicos, sensíveis à mensagens de
interesses específicos.
Figura 3: Segmentação psicográfica
Fonte: http://www.tradeblog.com.br/tag/e-mail-marketing/
A
segmentação
por
benefícios
desejados
está
relacionada
às
necessidades que os clientes tem acerca de um produto, mediante os benefícios
que esse produto irá lhe proporcionar, conforme Figura 4.
No caso das Bibliotecas a situação é semelhante, uma vez que os desejos
dos usuários na busca da informação são distintos, mas os benefícios são os
mesmos.
Figura 4: Segmentação por beneficio
Fonte:http://www.garanhuns.pe.gov.br/noticias_arquivo.php?mostrar=
noticiacompleta&id=0cbef022c6
No caso da segmentação comportamental toma-se como ponto de partida
seu conhecimento, atitude, uso ou resposta para um determinado produto. Estão
entre estas variáveis: influências, hábitos e intenções.
21
2.2 Pesquisa de Mercado
A pesquisa de mercado tem o objetivo de delimitar as principais
necessidades do seu público, o que também se aplica ao ambiente das Unidades de
Informação, para dessa forma atingir a eficácia na prestação dos serviços
oferecidos. “A pesquisa de mercado é [...] a coleta, o registro e a análise de todos os
fatos referentes aos problemas relacionados à transferência e venda de mercadorias
e serviços, desde o produtor até o consumidor” (COBRA, 1997, p.111).
a pesquisa de marketing é a identificação, coleta (processo de obtenção de
dados), análise (exame,diagnóstico) e disseminação (derramamento) de
informações de forma sistemática (ordenada) e objetiva (prática), e seu uso
visa a melhorar a tomada de decisões relacionadas à identificação e
solução de problemas (e oportunidades) em marketing (MALHOTRA, apud
VIEIRA,2002)
Nesse sentido a pesquisa de marketing é aplicada a fim de se obter
resultados confiáveis acerca de um problema de marketing.
Vale ressalvar que os tipos de pesquisa empregados em marketing são:
a) Pesquisa exploratória, que tem o objetivo de permitir maior familiaridade do
problema com o pesquisador. É utilizada em casos onde é necessário definir o
problema com maior precisão, identificando percursos relevantes de ação. Tem a
finalidade de permitir a melhor compreensão do problema. Segundo BOONE e
KURTZ (apud VIEIRA, 2002) “ela simplesmente é utilizada para descobrir a
causa de um problema. Caracteriza-se pela sua flexibilidade”.
b) A pesquisa descritiva, quando tem o objetivo de descrever uma situação. Tem o
compromisso de expor características de determinada situação, entretanto, não
explica a ocorrência destes. Geralmente utiliza-se de amostras significativas. “As
pesquisas descritivas compreendem grande número de métodos de coleta de
dados, os quais compreendem: entrevistas pessoais, questionários pelo correio,
questionários pessoais e observação” (VIEIRA, 2002). Tem como característica a
formulação prévia de hipóteses específicas.
c) Tem-se ainda a pesquisa experimental; utilizada para obter evidências das
relações de causa e efeito. Tem o objetivo de mostrar como o fenômeno ocorreu.
Faz-se a manipulação prévia de uma ou mais variáveis.
Depreende-se que o tipo de pesquisa corresponde ao método de
pesquisa que irá se utilizar, sendo que a escolha depende de fatores como:
22
objetivos, público-alvo, prazo, orçamento. Pode ocorrer da problemática do
administrador já ter sido estudada por outros, nesse caso ele fará uso de dados
secundários o que irá constituir a pesquisa quantitativa.
A técnica de pesquisa utilizada na coleta desses dados pode ser através
de discussões em grupo, com a perspectiva de ter uma visão mais aprofundada; ou
através de entrevistas individuais.
Entretanto, quando o pesquisador obtém informação direta do campo em
estudo, como comportamentos observados, pessoas, interações, crenças, dentre
outros, pode-se afirmar que a pesquisa é dita qualitativa.
A pesquisa de mercado constitui primeiramente da determinação daquilo
que pretende fazer, com uma visão clara dos objetivos que pretende seguir. Definir o
problema é um dos passos mais importantes da pesquisa, porque caso sejam
incorretos todo o restante da pesquisa estará também incorreta.
Posteriormente, dá-se a fase de planejamento, no qual toda a pesquisa
deverá ser planejada de acordo com os objetivos estabelecidos, e a partir daí
determinar se esta será descritiva ou experimental, se a coleta será proveniente de
dados primários ou secundários.
Determina-se também se a amostragem será aleatória, probabilística com
todos que participarão da pesquisa ou não probabilística, na qual os participantes
serão selecionados pelo pesquisador.
A fase posterior é onde ocorre a operacionalização de tudo que foi
planejado anteriormente, aplicando os métodos escolhidos para a pesquisa e
somente depois, revisando-os e codificando-os, e ao fim desse processo divulgar os
dados à Organização.
2.3 Sistemas de Informação de Marketing (SIM)
Las Casas (2006) define o sistema de informação de marketing como “os
recursos humanos e tecnológicos da empresa envolvidos de forma sistemática na
coleta, qualificação, análise, disseminação e arquivo de informações relevante às
decisões de marketing”.
Para Kotler (apud OLIVEIRA, 2004)
23
é constituido de pessoas, equipamentos e procedimentos que reúnem,
selecionam, avaliam e distribuem informações necessárias, atuais e
precisas para que os profissionais de marketing possam tomar suas
decisões.
O Sistema de Informação de marketing é uma interação entre recursos
humanos, métodos, controles, a fim de criar um fluxo de informações que dê
subsidios para a tomada de decisão.
Cobra (apud ROCHA, 2009) ressalta que “o SIM, como sistema de
controle, permite levantar os parâmetros das funções básicas do marketing e,
através deles, controlar os desempenhos em face do mercado, dos problemas e das
oportunidades mercadológicas”.
Para Bochenkova (apud OLIVEIRA, 2004), o sistema de informação de
marketing “consiste de informação gerada „in-house‟, informação obtida por clientes,
negociantes, pessoal ou competidores e informação de pesquisa de mercado”. O
SIM utiliza as informações relevantes para uma tomada de decisão, amenizando o
risco de falhas e as incertezas.
O SIM para ser eficiente precisa permitir a coleta de informações de modo
a armazená-las para possível utilização; proporcionar meios para análise dos dados
obtidos, transformando-os em gráficos ou quadros, para finalmente ser utilizada de
acordo com diferentes necessidades da organização.
A implantação do Sistema de Informação de Marketing nas unidades de
informação pode trazer benefícios como ajudar a conhecer melhor seus usuários e
estabelecer estratégias de marketing de acordo coma realidade do mercado em que
atua. Matar (apud OLIVEIRA, 2004) menciona alguns desses benefícios em
organizações:
 Recuperação seletiva da informação;
 Melhor uso dos dados históricos da instituição;
 Maior exploração do conceito de marketing direcionado para o consumidor;
 Integração de informações dispersas no ambiente da organização;
 Maior fluxo de informações dentro da dinâmica de tempo exigida pela
administração
Torna-se importante afirmar que o Sistema de Informação de Marketing,
constitui-se de quatro subsistemas, conforme mostra o Quadro 1, a seguir:
24
Dados da contabilidade ou de Contem a tendência dos lucros, nível dos
informações internas
gastos, aquisições realizadas
Inteligência de marketing
Informações obtidas através de fontes oficiais,
revistas, relatórios, feiras, simpósios
Ciência de Marketing
Auxilia os administradores na tomada de
decisão, com base em modelos e gráficos
Pesquisa de Marketing
Coleta,registra e analisa dados referentes a
problemas e oportunidades de marketing
Quadro 1 : Componentes do Sistema de Informação de Marketing
A informação constitui-se como elemento base para a tomada de decisão
em unidades de informação, havendo para isso a necessidade da implantação de
um sistema de informações que dinamize o fluxo destas dentro da biblioteca. Silveira
(apud OLIVEIRA, 2004), em relação ao SIM, afirma que:
Entre uma gama diversificada de necessidades informacionais a nível
gerencial destaca-se a necessidade de reunir dados sobre as variáveis
incontroláveis do ambiente; os mercado-mantenedor, consumidor,
concorrente, fornecedor, e a própria biblioteca em termos administrativos,
organizacionais e operacionais.
No sistema de informações de uma biblioteca as fontes que as tornarão
disponíveis à tomada de decisão podem ser estudos de usuários, jornais, periódicos,
informações geradas pela biblioteca, dentre outros; entretanto, elas serão válidas
somente se atualizadas constantemente.
Em relação ao modelo de SIM, não existe um modelo padrão que seja
aplicado à todas as organizações, uma vez que, cada uma tem sua natureza,
objetivos e particularidades. Sobre isso Perin (apud OLIVEIRA, 2004) afirma que
a concordância não está no fato de que não existe um modelo ideal, nem
tampouco uma implementação pronta de MkIS (...) Cada empresa tem uma
realidade e necessidades particulares. Desta forma cabe a cada
organização adotar um modelo e adaptá-lo às suas características
especificas.
O modelo proposto por Kotler (1998), Figura 5, considera o ambiente de
marketing, o desenvolvimento das informações e ainda o papel dos gestores. Para o
25
desenvolvimento das informações relevantes os subsistemas interagem entre si para
enviar e ao mesmo tempo suportar as decisões dos gerentes. Esse modelo aborda
as variáveis de mercado:
 Mercado-alvo: é o tamanho do mercado da organização e sua participação nesse
mesmo mercado;
 Canais de marketing: condições de distribuidores, pontos de venda;
 Concorrente: posicionamento e estratégias dos concorrentes;
 Público: refere-se ao critério utilizado para aquisição; perfil do usuário;
 Forças macro-ambientes: fatores políticos, econômicos, sociais e culturais que
influenciam o mercado;
Figura 5 : Sistema de Informação proposto por Kotler
Fonte: http://www.face.fumec.br/cursos/mestrado/dissertacoes/completa/leandro_henrique_rocha.pdf
Desse modo é importante que a biblioteca passe por todo o processo
antes de criar o seu modelo do SIM, definindo seus objetivos, verificando as
oportunidades e ameaças do ambiente para dar prosseguimento à sua implantação.
Mesmo a elaboração do sistema sendo de caráter particular, há alguns fatores que
são inerentes às organizações como:
26
 Banco de Dados históricos: contém registros de eventos ambientais da empresa;
 Banco estatístico: programa que pode manipular dado simples e pouco
complexos;
 Banco de modelo: contém modelos de decisões que o gestor pode recorrer para
facilitar sua tomada de decisão;
No que concerne aos serviços de uma biblioteca, a importância do
feedback do usuário é fundamental para um bom desenvolvimento do sistema de
informação. Esses dados podem ser obtidos através de relatórios e pesquisa, o que
vai envolver decisões referentes à localização dos serviços, à possibilidade de
treinamento dos recursos humanos da biblioteca, localização dos reparos das
respectivas falhas ocorridas, levantamento da quantidade de materiais necessários à
satisfação dos usuários.
O SIM influencia diretamente no planejamento das atividades da
organização, à medida que disponibiliza informações do ambiente interno e externo,
conseguindo detectar os pontos positivos e negativos.
2.4 Marketing Mix (Composto de Marketing)
É o conjunto de elementos que a empresa utiliza para alcançar seus
objetivos no mercado-alvo. São variáveis controláveis que a entidade pode
manipular para satisfazer seu mercado. São estas: produto, preço, praça e
promoção.
A utilização do composto de marketing de forma integrada(Figura 6) é que
irá permitir um bom desempenho da instituição na prestação dos serviços
oferecidos, alcançando a excelência e reconhecimento no mercado em que atua.
Nessa perspectiva, é necessário analisar separadamente cada integrante do
marketing mix ou composto de marketing e sua aplicabilidade nas bibliotecas.
27
Figura 6 : Composto de Marketing
Fonte: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Marketing%20Mix.htm
O produto é o primeiro componente do composto, podendo ser físico ou
um serviço oferecido aos consumidores. “Um conceito primordial é que um
produto/serviço só deverá ser colocado no mercado em resposta ou em
conseqüência de uma pesquisa que tenha demonstrado que o mercado requer
aquele produto/serviço” (OLIVEIRA, 1985).
O produto possui quatro fases de permanência no mercado, introdução,
crescimento, maturidade e declínio, ver Figura 7. No caso das bibliotecas é
importante que esta retire do mercado o produto ou serviço não mais solicitado pelo
usuário a fim de que este não se torne ultrapassado.
Figura 7: Ciclo de vida do produto ou serviço
Fonte: http://marketingmax.wordpress.com/
Com base na figura acima, verifica-se que a fase introdutória é a fase em
que o produto é lançado no mercado, e seu uso aumenta à medida que a clientela
toma conhecimento de sua existência, em seguida o produto alcança o monopólio
sofrendo ameaças mediante a concorrência, e por fim ele sofre um declínio quando
perde um numero significativo de clientes. Ao alcançar o estágio de declínio é
28
importante que a biblioteca elimine seus produtos e serviços a fim de evitar que eles
se tornem inaceitáveis no mercado.
“Em um sistema de informação, segundo Whitehead, o primeiro ponto a
considerar na política de preços é a forma como o grupo que mantém os serviços e
o próprio gerente da informação vê o sistema” (SILVEIRA, 1986).
A determinação do preço está diretamente relacionada aos objetivos da
organização no mercado, e sua fixação atém-se a três fatores: custos, demanda e
concorrência. É importante ressaltar que em unidades de informação quando se
adota os custos como determinante de preço, deve-se levar em conta que a
variação ocorre em função da estrutura organizacional da empresa, nível tecnológico
da biblioteca, especialização dos funcionários, sofisticação dos produtos e serviços.
Quando o preço é estipulado em função da demanda leva-se em
consideração a segmentação de mercado e tem como referência fatores como
tempo, local, quantidade e tipo de cliente. Quando o critério é a concorrência ela é
feita para produtos-padrão visando à cobertura do lucro.
A praça enquanto variável do composto relaciona-se ao acesso que o
usuário terá acerca do produto; corresponde aos meios de deslocar os produtos ou
serviços ao consumidor. Acesso e utilidade são critérios básicos no estabelecimento
desses pontos de distribuição.
Novas técnicas têm sido implementadas e a internet tem possibilitado
alternativas. Há crescimento de canais e diferentes práticas possíveis para distribuir
produtos. Os aspectos que devem ser levados em consideração no composto praça,
são: o acesso físico, acesso temo e meios tecnológicos.
No que se refere à promoção, ela constitui uma forma de comunicação
que visa persuadir o mercado-alvo com objetivo de obter e manter a demanda,
aperfeiçoar seus serviços e produtos, e interagir com o mercado-alvo. Constitui-se
da propaganda, publicidade, contato pessoal, incentivos e atmosfera.
O sucesso de uma Organização está estritamente ligado ao seu modo de
comunicação com seus clientes, seja ela privada ou governamental. O composto de
promoção e comunicação em marketing pode ser considerado o ponto crucial para
sobrevivência de uma empresa e/ou organização.
Para Bernardez (2005) a promoção é “o esforço que a empresa faz para
comunicar a existência de seus produtos (ou serviços) ao mercado e promovê-los,
utilizando os meios de comunicação”.
29
O objetivo da promoção consiste em apoiar as relações de troca de forma
funcional e operacional, mas sempre com a finalidade de favorecê-las. A promoção
é conseqüência das decisões relacionadas aos produtos, preços e canais de
distribuição.
No caso da biblioteca pública seria relevante utilizar o composto
promocional para comunicar benefícios e características de um produto ou serviço
ao mercado-alvo e, conseqüentemente, aumentar a demanda.
2.5 Plano de Marketing
O planejamento de marketing determina o conjunto de missões no
mercado e os procedimentos necessários para realizar essas missões. Irá
especificar como atingir os objetivos das organizações.
O planejamento envolve a aplicação dos recursos do marketing, o qual
possui princípios básicos que podem ser aplicados tanto na comercialização quanto
na prestação de serviços, como no caso de bibliotecas.
A incorporação do planejamento no processo do marketing dá-se em
virtude da necessidade da tomada de decisão. Ele deve possuir uma seqüência
lógica de atividades que direcionem à definição de objetivos e à formulação de
planos.
O plano de marketing consiste no documento que contém detalhes da
ação a ser desenvolvida pelos administradores da organização. Deve ser simples,
prático e flexível de modo que todos os membros da empresa o compreendam.
O plano de marketing é a base na qual os outros planos da empresa
devem estar montados; define as metas, princípios, procedimentos e
métodos que determinam o futuro; é efetivo, desde que envolva um
compromisso por parte de todos que contribuem para seu sucesso.
(KOTLER, 1985).
Desse modo, com pauta na definição de Kotler, pode-se perceber que
para um plano de marketing obter o sucesso desejado é importante o envolvimento
e colaboração de todos os membros da instituição, seja ela pública ou privada.
“A implementação de um plano de marketing requer comprometimento de
cada membro do corpo de funcionários da biblioteca” (OLIVEIRA, 1985).
30
O plano de marketing é considerado também uma ferramenta de
comunicação, uma vez que integra todos os instrumentos do composto
mercadológico; nele as informações contidas deverão ser específicas de modo a
atingir os objetivos da organização.
Segundo Kotler (1985) o plano de marketing traz benefícios à medida
que:
 Estimula a otimização dos recursos da empresa;
 Estabelece responsabilidades e planeja tarefas;
 Coordena e unifica esforços;
 Facilita o controle e a avaliação dos resultados;
 Facilita o avanço progressivo em direção às metas da empresa
O plano de marketing estabelece os objetivos da organização e sugere
estratégias para alcançá-los; identifica as oportunidades de mercado mais
promissoras para que a empresa penetre, conquiste e se mantenha firme no
mercado.
O plano de marketing a ser utilizado em uma biblioteca deve
primeiramente fazer a análise da situação, o que constitui tanto a análise interna
levando em consideração as características gerais da organização, os produtos e
serviços, e o atual programa de marketing da instituição; bem como a análise
externa conhecendo seus usuários, fazendo levantamento dos segmentos do
mercado, fazendo ainda a análise ambiental, observando as estratégias de
marketing utilizadas pelos concorrentes. É o que se conhece por análise SWOT,
verifica o ambiente interno e externo, focando o estudo dos cenários, estudo de
mercados, análise competitiva.
É nesse momento que o gestor deverá verificar os pontos fortes e fracos
de modo a detectar as ameaças e oportunidades. Se a análise for realizada
adequadamente isso lhe permitirá até mesmo fazer suposições em aspectos de
pouco conhecimento por parte do gestor.
A segunda etapa será determinar seus objetivos os quais devem ser
mensuráveis, desafiadores e harmoniosos, estabelecidos em comum acordo com a
administração da instituição.
Nesse estágio será criado o programa de ação onde deverá ser definida a
estrutura de marketing, estratégias e definição do composto de marketing. Na etapa
31
de controle, serão estipuladas datas para fornecimento das informações acerca das
atividades, a fim de verificar se os objetivos estão sendo alcançados, bem como
estipular a data para análise geral dos resultados.
Kotler e Armstrong (1998) descrevem o procedimento do seguinte modo:
a) Sumário executiva e índice de conteúdo: breve descrição do plano proposto;
b) Situação atual de marketing: apresenta dados relevantes acerca do mercado,
produto, concorrência e distribuição;
c) Análise de oportunidades: identificam as ameaças e oportunidades, forças e
fraquezas;
d) Objetivos: define as metas da organização;
e) Estratégia de marketing: apresenta uma abordagem de marketing que será
usada para atingir os objetivos;
f)
Programa de ação: apresenta programas de marketing diferenciados para atingir
os objetivos;
g) Demonstrações de resultado projetado: prevê o resultado financeiro esperado;
h) Controles: indica como o plano será monitorado.
É importante frisar que o plano de marketing global de uma empresa é
proveniente dos diversos planos realizados em departamentos da organização; a
comunicação entre os setores da instituição é fundamental para uma execução de
sucesso do plano como aponta Cobra (1989) ao descrever as etapas de formulação:
a) Discutir as estratégias básicas que orientarão o plano
b) Definir os objetivos e propósitos básicos do plano
c) Estabelecer a missão coorporativa e objetivos gerais da empresa
d) Realizar a análise situacional; PFOA - potencialidades e fragilidades quando se
relacionam e oportunidades do mercado;
e) Avaliar as oportunidades futuras
f) Avaliar a estrutura de marketing
g) Estabelecer os objetivos de marketing,estratégias e políticas
h) Escrever os subplanos e o plano
i) Redigir o sumário executivo
j) Comunicar e implantar o plano
k) Utilizar um sistema de controle do plano
l) Atualizar o plano
32
Os orçamentos precisam ser bem elaborados, uma vez que as estratégias
e planos de ação precisam ser custeados. Após essa fase pode-se escrever o plano
e comunicá-lo aos funcionários da empresa para que assim possam dar
prosseguimento às atividades, na busca pelos objetivos traçados.
Para Amaral (apud OLIVEIRA, 2003)
valoriza a realização da auditoria de marketing, que se compõe de: análise
do ambiente externo [...]; descrição completa do ambiente interno da
unidade de informação, seus pontos fortes e fracos, missão, objetivos,
metas, recursos, infra-estrutura, tudo o que a unidade possui, seus
compromissos e responsabilidades; sistema organizacional de marketing;
análise das atividades organizacionais.
O problema que se pode verificar ainda, é que o uso dessas auditorias
geralmente ocorre em momentos de dificuldade pela qual passa a organização, o
que se constitui como uma falha perigosa, uma vez que, há momentos em que é
difícil contornar a situação, pelo seu estado delicado em termos de administração.
As organizações ao fazerem o plano de marketing tentam trazer resultado
para a empresa, agregando mais valor aos clientes. Vale reafirmar que o plano de
marketing é um documento que direciona às organizações a tomada de decisões de
marketing, porém o plano não é uma solução para todas as empresas, mas auxilia
no estado futuro desejado pela instituição.
Nessa perspectiva, percebe-se que o planejamento seguido do plano de
marketing são fundamentais para o sucesso de uma organização, uma vez que
disponibilizam informações importantes para o processo de gerência.
33
3 CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA, filho
O Centro de Criatividade Odylo Costa, filho² tem sua data de fundação no
dia 06 de novembro de 1979, no qual através da Lei nº 4102, em seu primeiro artigo,
cria o Centro de Artes e Comunicações Visuais – CENARTE, o qual funcionava na
Rua do Sol, nº230, integrando a Fundação Cultural do Maranhão, hoje a Secretaria
de Cultura do Estado do Maranhão. Tinha como finalidade inicial o ensino das artes
visuais e realização de pesquisas, no intuito de descobrir o valor maranhense no
campo das artes visuais.
Diante da transformação da Fundação Cultural do Maranhão em
Secretaria de Cultura em 1981, o CENARTE passou a chamar-se Centro de
Criatividade Odylo Costa, filho; em homenagem ao poeta e jornalista maranhense,
falecido no Rio de Janeiro no ano de 1979.
Em dezembro de 1988, após um ano aproximadamente em período de
reforma, o então presidente José Sarney e o governador Epitácio Cafeteira
inauguraram a sede restaurada do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho;
localizado na Rampa do Comércio n°200, Praia Grande (Figura 8). Entretanto, este
permaneceu fechado ao público por vários meses, para aquisição de novos
equipamentos, treinamento de pessoal, elaboração de programação mais atrativa
que respondesse às expectativas do público.
Figura 8: Fachada do Centro de Criatividade Odylo Costa,filho
Fonte: maranhaomaravilha. blogspot.com
A partir desse momento tinha a missão de servir a comunidade
maranhense, estimulando as linguagens artísticas, possibilitando a criação,
capacitação e difusão em seus múltiplos espaços. Constitui-se como um Centro
34
fomentador de cultura, onde mestres e aprendizes convivem em constante troca de
experiências.
Em abril de 1999, após fechamento em virtude de outra paralisação
iniciada em 1996, o CCOCF retoma suas atividades sob a direção da pesquisadora
Zelinda Lima. Mediante a missão que se propôs, são desenvolvidas oficinas de arte
para a comunidade, dentre elas:
 Desenho artístico;
 Pintura em tela;
 Pintura em seda;
 Pintura em porcelana;
 Pinturas especiais;
 Gravura em metal;
 Serigrafia;
 Xilogravura;
 Escultura em cerâmica;
 Encardenação e restauração de acervo bibliográfico;
 Bordado;
 Fotografia
Torna-se importante ressaltar que em paralelo às oficinas de arte, dão
apoio às atividades do Centro de Criatividade um cinema, o chamado Cine Praia
Grande, inaugurado em 1988, que dispõe de aproximadamente cento e vinte lugares
na platéia, privilegiando a exibição de filmes de arte e cultura, promovendo a difusão
cinematográfica na comunidade.
Em Junho de 1993, o Cine Praia Grande disponibilizou a exibição de
filmes no horário do meio-dia, geralmente curta-metragem, no Projeto Curta ao meiodia, com entrada franca, com o objetivo de atrair a clientela que exercia suas
atividades na Praia Grande.
O Teatro Alcione Nazaré (figura 9); inicialmente chamado Teatro Praia
Grande, só recebeu essa denominação durante a programação cultural da SBPC
(Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Dispõe de aproximadamente
trezentos lugares na platéia; funcionando com peças teatrais, espetáculos de música
e dança, assim como palestras e debates. Seu palco é de design italiano e por ele já
passaram grandes artistas maranhenses e de renome nacional como Fernanda
Montenegro, Ana Botafogo, Carlinhos Lira, dentre outros.
35
Figura 9: Teatro Alcione Nazaré
Fonte: http://180graus.com/cidades/pecas-infantis-sao-as-atracoes-doteatro-alcione-nazare-no-domingo-265574.html
Possui ainda a sala de dança Reynaldo Faray em homenagem à uma das
personalidades mais respeitadas do teatro e da dança no Maranhão e no Brasil.
Nesse local desenvolvem-se atividades de Alongamento e Dança; Ginástica Laboral;
Ballet Clássico; Dança do Ventre e Dança Contemporânea, elas fazem parte do
programa de oficinas que o Centro de Criatividade Odylo Costa, filho oferece.
Este Centro de Cultura conta ainda com uma área para exposição
(Galeria Valdelino Cécio) onde alunos e artistas maranhenses exibem suas
produções artísticas à comunidade maranhense e turistas que a visitam.
O Centro conta ainda com um anfiteatro, o Anfiteatro Beto Bittencourt, o
qual recebeu esse nome em homenagem ao artista maranhense de teatro de
bonecos de mesmo nome, o qual foi responsável pela criação da Companhia
Circense de Teatro de Bonecos em São Luís e, posteriormente, pela Companhia de
Marionetes Beto Bittencourt, na Praia Grande. Na incumbência de apoiar as oficinas
e atividades desenvolvidas nesse Centro Cultural é que se originou a Biblioteca
Ferreira Gullar, mencionada na seção seguinte.
____________________________________
²O “filho” em minúsculo no sobrenome do artista maranhense, deve-se a veneração que este tinha
por seu pai, tentando desse modo, enfatizar sua subordinação e respeito em relação à ele.
36
4 BIBLIOTECA FERREIRA GULLAR
Mediante as transformações no mercado, nas tecnologias de informação,
com a introdução da Internet e suas múltiplas facilidades, ocorreram também
mudanças nas funções e características da biblioteca. Hoje, ela não deve atrelar-se
ao modelo tradicional, e sim disponibilizar de forma rápida e precisa a informação
aos seus usuários, assegurando o desenvolvimento e contribuindo para seu
constante aperfeiçoamento.
A necessidade de o bibliotecário conhecer seu público e saber direcionar
estratégias que o aproximem mais do ambiente da biblioteca e que, principalmente,
o tornem usuários reais, é algo que precisa ser posto em prática. É a proximidade
com o público que o tornará possível. De pouco adianta, ter conhecimento do
assunto e um acervo organizado se não há essa aproximação entre bibliotecário e
usuário, isso porque ter público é condição fundamental para sucesso de uma
Organização.
Diante isso, Barreto (1997) afirma que “o serviço de marketing em
serviços de informação vai estimular trocas onde são necessárias, isto é, cativar
clientes atuais e sensibilizar os potenciais com vista a torná-los usuários dos
serviços e produtos disponíveis”.
Para Miranda (apud SILVA, 2000), “as redes e sistemas de informação
representam uma grande vantagem. Para muitos representam o setor quaternário da
economia e respondem pelos serviços e empregos que movem a sociedade pósindustrial”.
Nesse contexto é que ocorre o âmbito do estudo, na finalidade de abordar
o caso da Biblioteca Ferreira Gullar; enfatizando desde sua fundação até os dias
atuais, verificando quais os percalços pelos quais ela ainda passa diante de tantos
avanços tecnológicos e da necessidade de estar preparada para enfrentar esse
novo desafio. Mas, sobretudo, verificar se ela, enquanto unidade de informação,
cumpre sua função social.
Na necessidade constante de melhorar o acesso às bibliotecas e torná-las
conhecidas, é que se tenta verificar se a Biblioteca Ferreira Gullar utiliza as
ferramentas do marketing, o qual se tornou um assunto de interesse crescente para
os gerentes das organizações que não visam lucro.
37
Longe de ser um instrumento administrativo de interesse exclusivo dos
estabelecimentos empresariais, o marketing possui grande relevância para os
problemas e desafios que fazem face às organizações dessa natureza.
Nessa perspectiva, o marketing irá contribuir com o desenvolvimento, a
manutenção e /ou a regulação das relações de troca que envolva serviços, produtos,
pessoas, causas e a própria instituição, assim como o cumprimento de seus
objetivos:
a) Atender as necessidades de informação do público interno;
b) Recepcionar o público externo com interesses em utilizar o acervo;
c) Preservar, organizar e disponibilizar o acervo aos usuários;
d) Orientar sua clientela quando essa assim o necessitar;
e) Promover divulgação da coleção e das novas aquisições;
f) Elaborar relatórios a fim de obter controle de suas informações
A Biblioteca Ferreira Gullar foi inaugurada em setembro de 1999, sob a
coordenação do Núcleo de Literatura do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho;
instituição à qual a biblioteca encontra-se vinculada. Sua missão é apoiar as
atividades desenvolvidas pelo Centro de Criatividade ao qual está integrada;
atendendo professores, alunos e a comunidade. A biblioteca recebe diariamente
alunos do ensino fundamental, médio, universitário e pesquisadores.
Para isso a BFG³ dispõe de um acervo (Quadro 2) com aproximadamente
três mil e duzentos títulos com livros de cultura popular, literatura, artes (pintura,
dança, cinema, escultura, gastronomia), história maranhense, periódicos, folhetos,
mapas, obras de referência, documentos relacionados ao Centro de Criatividade
Odylo Costa, filho.
Livros
3217
Periódicos
196
CD‟S
5
DVD‟S
5
Quadro 2: Acervo da BFG
Fonte: BFG
______________________________________________
³Biblioteca vinculada ao Centro de Criatividade Odylo Costa, filho
38
É importante frisar que a Biblioteca Ferreira Gullar passou por momentos
difíceis no que condiz sua estrutura, organização e recursos humanos, por não
responder adequadamente às necessidades de sua clientela; transmitindo assim
uma imagem desfavorável dessa Unidade de Informação. Sendo assim, a Biblioteca
Ferreira Gullar foi interditada para dar início ao seu processo de revitalização.
Nessa perspectiva, podemos perceber o quanto as práticas do marketing
devem estar presentes na administração da biblioteca, e a importância desta possuir
um lugar de destaque no organograma da empresa, aplicando técnicas que irão lhe
permitir maior credibilidade dentro da instituição na qual atua.
De acordo com Silva (2000)
a questão da sobrevivência das unidades de informação é revelada pelo
desenvolvimento de uma extensa literatura internacional de marketing para
essas unidades, há três décadas, a qual destaca a necessidade e as
vantagens da utilização desses conceitos.
A questão relacionada à sobrevivência das bibliotecas está diretamente
ligada a sua forma de administração, em como o gestor se posiciona em relação aos
desafios impostos no cotidiano da empresa, contribuindo com uma imagem
favorável da unidade de informação.
Nessa perspectiva, o bibliotecário é responsável pela administração e
imagem da biblioteca.
Segundo LIMA apud AMARAL (1998):
É papel do administrador de um sistema de informação, congregar
recursos e esforços para alcançar o máximo de rendimento com o mínimo
de dispêndio. Assim sendo, ele deve se valer de métodos, técnicas e
procedimentos que facilitem e otimizem a atuação e os resultados levando
em consideração o usuário, o sistema e o ambiente
Utilizar estratégias que a torne um local de referência, com boa freqüência
de usuários e principalmente respeitada pela importância que possui no que
concerne sua história e missão; são objetivos que devem permear a tomada de
decisão dentro da organização.
Acerca dessa problemática, mediante a adoção de uma filosofia de
marketing, as bibliotecas poderão melhorar sua imagem, atrair novos usuários e
prestar serviços que poderão representar maior satisfação por parte de seu público,
adquirindo com isso melhor posição na indústria da informação, que lhes assegure
sua sobrevivência.
39
A razão básica de uma organização que não visa lucro interessar-se
pelos princípios formais de marketing é que eles permitem que a organização se
torne mais eficaz na obtenção de seus objetivos, visto que o marketing é projetado
para proporcionar benefícios específicos seus participantes.
Diante da problemática em questão, buscou-se verificar quais ferramentas
de marketing são utilizadas e de que modo se dá sua aplicação nessa unidade de
informação.
4.1 A aplicação do Marketing Cultural em Bibliotecas
Geralmente as relações de troca propostas pelos estudos de marketing
em bibliotecas apontam para a biblioteca e seus mantenedores; onde a troca
realizada é de capital por prestação de serviço, o que difere dos estudos do
Marketing Cultural, que se direciona para a biblioteca e seus patrocinadores, no qual
a troca é de capital por uma imagem favorável junto à seu público.
Outro objeto de troca no Marketing Cultural seria o incentivo fiscal, o qual
constitui um bom instrumento para realização de projetos. A Lei Rouanet (1991),em
seu 25º artigo no capítulo IV, (ANEXO B), inclui a biblioteca no segmento patrimônio
cultural, e propõe como objetivos, para projetos relacionados em bibliotecas, a
construção, formação, organização, manutenção, ampliação de equipamentos de
Bibliotecas, bem como sua coleção e acervo.
Segundo Vaz (1995, p.217), marketing cultural é o conjunto das ações de
marketing utilizados no desenvolvimento de um projeto cultural, aplicadas tanto em
relação aos objetivos e critérios que orientam a concessão de fundos, quanto aos
procedimentos de arrecadação de recursos.
Aliar a marca às produções culturais oferece notoriedade à empresa pela
intensa exposição que costuma receber. O valor que se consegue agregar à marca
ao associá-la à cultura ou a um assunto diferente do produto da empresa ou do
serviço que ela presta é outra vantagem do marketing cultural.
A importância da prática da ação cultural nas unidades de informação,
explica-se pela contribuição educativa que ela produz e seu caráter transformador
na realidade social.
40
A internet constitui-se como um meio facilitador para os profissionais da
informação, através dos mecanismos gratuitos, que facilitam a interação entre o
agente cultural e o usuário, além da possibilidade de compartilhamento, interação e
criação.É o caso, por exemplo, da criação de blogs, fóruns e grupos de discussão,
que possuem as características que envolvem a prática da ação cultural.
Para Pimentel (1982) “a imagem da biblioteca poderá ser formada e
transmitida a todos através de programas internos de treinamento e por meio de
publicidade atingindo todo o mercado”. O fato do marketing cultural estar mais
relacionado a grandes projetos pode servir como ênfase para realização de um
projeto em uma biblioteca.
Para Sarkovas (apud ROSA, 2009) fixa marketing cultural como um
instrumento qualificador da comunicação empresarial por sua associação às
expressões artísticas, ressaltando o potencial na construção da imagem e da
reputação da empresa patrocinadora. Entretanto, Vaz (1995) afirma ainda que “a
maioria das iniciativas de marketing cultural buscam horizontes que levem a marca
da empresa a expressivos contigentes populacionais, de atuais e potenciais
consumidores”
O que se pode perceber é que Sarkovas foca mais precisamente na imagem
da organização enquanto Vaz preocupa-se mais com os recursos à serem
arrecadados.
Nesse contexto, o marketing cultural vem com a missão de melhorar a
imagem que os usuários ou o mercado possui sobre a biblioteca, o que a tornará
uma área mais interessante no mercado da informação. Dessa forma, ele se
apresentará como outra forma de obtenção de recursos não provenientes da
instituição mantenedora.
Na visão de Amaral (1996), a utilização do marketing como ferramenta
gerencial gera vantagens quando melhora o desempenho das unidades de
informação, mesmo não sendo esta a única alternativa para o aperfeiçoamento da
prestação de serviço.
O marketing mais uma vez mostra sua importância na administração de
bibliotecas e organizações não lucrativas na perspectiva de que estas obtenham
aceitabilidade no mercado em que atuam.
41
5 METODOLOGIA
Para Trujillo (apud MARCONI, 2007) “a pesquisa tem como objetivo
conhecer e explicar [...] como os fenômenos operam, qual sua função e estrutura,
quais as mudanças efetuadas e como se realizam”. Diante disso, pode-se perceber
que a pesquisa parte de um problema, de uma inquietação, na qual ela irá responder
às necessidades de conhecimento desse problema e para isso hipóteses são
levantadas e a pesquisa poderá confirmá-las ou não.
Nesse
enfoque,
a
pesquisa
desenvolveu-se
a
partir
de
fontes
bibliográficas as quais variaram, fornecendo diversos dados, exigindo manipulação e
procedimentos diferentes. Enquadram-se a imprensa escrita e publicações. Foi
utilizado também documentos do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho; como os
relatórios, folhetos e periódicos.
Com a perspectiva de alcançar os objetivos traçados, realizaram-se ainda
a pesquisa de campo, a qual consiste na observação dos fatos e fenômenos como
ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de
variáveis que se presumem relevantes.
No propósito de verificar se a Biblioteca Ferreira Gullar utiliza ferramentas
de marketing com vista a obter um bom desempenho em seu processo de
marketing, foi aplicado o questionário como instrumento de coleta de dados, que
para Gil (2006)
é a técnica de investigação composta por um número mais ou menos
elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por
objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos,
interesses,expectativas [...]
Acerca dessa temática tentou-se conhecer qual a importância do
marketing para a Biblioteca Ferreira Gullar, quais ferramentas são utilizadas em seu
processo, com qual objetivo é aplicado, sua contribuição, bem como os critérios
utilizados para a tomada de decisão na Unidade de Informação.
Para fins de execução da pesquisa, buscou-se trabalhar com a gestão do
Centro de Criatividade Odylo Costa, filho; uma vez que a Biblioteca Ferreira Gullar é
parte integrante deste Centro e para cumprir sua missão é necessário primeiramente
que essa Unidade de Informação utilize as ferramentas do marketing, que lhe dará
suporte ao cumprimento das metas previamente definidas.
42
Como o objeto de estudo envolve a utilização das ferramentas de
marketing como meio facilitador do processo dentro da Biblioteca Ferreira Gullar, o
instrumento de coleta foi aplicado somente com a Gestão do Centro de Criatividade
Odylo Costa, filho; constituindo assim quatro questionários aplicados, uma vez que a
administração da Biblioteca Ferreira Gullar encontra-se sob responsabilidade da
diretora do Centro de Criatividade, a Chefe do Núcleo de Literatura (setor
responsável por atividades desenvolvidas no âmbito da Biblioteca). Foi aplicado
também com a bibliotecária e com a funcionária administrativa que tem por função
mediar as necessidades da Unidade de Informação na ausência da Diretora do
Centro de Criatividade Odylo Costa, filho.
Torna-se importante ressaltar que os questionários aplicados foram
respondidos no próprio local da pesquisa e que para melhor análise quantitativa das
respostas obtidas buscou-se utilizar gráficos.
43
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Com base no instrumento de coleta adotado, levantaram-se alguns
pontos referentes ao processo de marketing, sua adoção e utilização de produtos e
serviços na Biblioteca Pública Ferreira Gullar, a qual se encontra vinculada ao
Centro de Criatividade Odylo Costa, filho.
Responderam os questionários as pessoas do quadro administrativo da
Organização, todas do sexo feminino e com funções ligadas diretamente às
atividades da biblioteca.
Inicialmente perguntou-se quanto à importância da adoção das práticas
do marketing na Biblioteca Ferreira Gullar (ver gráfico 1), dando-lhes a oportunidade
de apresentar seu ponto de vista caso a resposta fosse negativa. Isso por que muito
ainda se discute acerca da importância de sua aplicação em organizações que não
visam o lucro, na perspectiva destas possuírem maior atratividade no mercado,
atingindo a eficiência e eficácia na prestação de serviços a seus clientes. Diante
disso, considera-se o gráfico a seguir:
Gráfico 1: Importância da adoção do Marketing
Verificou-se que em relação à importância do marketing para a biblioteca,
os envolvidos da pesquisa foram unânimes em afirmar que sua adoção constitui-se
como estratégia importante para a administração. Como enfatiza Amaral, (1996) a
sua adoção em unidades de informação
é vista como uma forma de valorizar o profissional da informação,
melhorando sua imagem mediante o uso aprimorado de técnicas para fazer
trocas adequadas, quebrando as barreiras na comunicação entre unidades
de informação e usuários.
44
Percebeu-se a consciência dos gestores em relação aos benefícios
proporcionados pela aplicação do conceito de marketing na biblioteca, o que
constitui um ponto positivo na pesquisa desenvolvida, uma vez que, mesmo diante
da ampliação dos recursos disponíveis e da concorrência existente no mercado
informacional, ainda é possivel verificar entraves quanto a sua adoção nesse
ambiente, seja em virtude do desconhecimento de seus benefícios, ou ainda em
razão de uma imagem deturpada acerca do conceito do marketing, o qual é
constantemente entendido como propaganda e diretamente relacionado às
empresas privadas.
Ainda em consonância à pergunta anterior levantou-se o questionamento
acerca de sua principal contribuição na Biblioteca Ferreira Gullar, como disposto no
gráfico 2.
Nesse enfoque, foi possivel observar que 50% das pessoas responderam
que o principal benefício obtido mediante a utilização do marketing seria a promoção
do serviços disponibilizados pela biblioteca, enquanto que 25% afirmou ser mais
importante a fidelização dos usuários reais e atração de novos usuários, e o 25%
restante da amostra respondeu que sua aplicação seria interessante à medida que
contribuisse para modificar a imagem dessa unidade de informação, tornando-a um
ambiente receptivo e acolhedor.
Gráfico 2: Contribuição do Marketing
45
Diante do exposto pode-se depreender que os benefícios que o marketing
proporciona não passam totalmente despercebidos na visão dos gestores do órgão
mantenedor ao qual a Ferreira Gullar encontra-se vinculada, embora esses sejam os
mais perceptíveis dentre tantos que o marketing oferece. Para Oliveira (1985) “as
bibliotecas poderão melhorar sua imagem, atrair novos usuários, obtendo com isso
melhor posição na indústria da informação”.
O marketing contribui com a unidade de informação quando potencializa o
relacionamento entre biblioteca/usuário, satisfazendo as necessidades de ambos,
pode ainda amenizar o risco de tomada de decisão que de alguma forma prejudique
o funcionamento da biblioteca.
O marketing enquanto estratégia do processo de troca entre produtores e
consumidores constitui-se de ferramentas que irão facilitar esse procedimento com
vista a desenvolvê-lo de modo mais eficiente e dinâmico.
Diante desse contexto, foi perguntado à gestão quais as ferramentas que
estes utilizam para dinamizar o processo, enfatizando que, caso não utilize nenhuma
das ferramentas disponíveis especifique quais utiliza. Diante disso, apresenta-se o
gráfico 3.
Gráfico 3 : Ferramenta de Marketing Utilizada
Acerca dessas ferramentas, o dados obtidos mostram que 75% da
administração do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho disseram utilizar o
Sistema de Informação da Biblioteca como instrumento facilitador na gerência dessa
46
unidade de informação. Enquanto os outros 25% correspondem à amostra que
afirma não utilizar nenhuma das ferramentas do marketing mencionadas, em virtude
dos problemas pelos quais esta passou, com a desorganização do acervo, ausência
do profissional bibliotecário, assim como ausência de estagiários da área para
oferecer o suporte no cumprimento das atividades referentes à seu funcionamento.
Ressaltando ainda que há pouco foi finalizado todo o processamento
técnico da coleção, automação do acervo, aquisição de mobiliários em melhores
condições, o que ainda não foi o suficiente para possibilitar um planejamento
direcionado ao marketing da Ferreira Gullar.
Launo (apud SILVA, 2000) “considera a qualidade como importante
ferramenta de marketing no desenvolvimento dos produtos/serviços informacionais”
O marketing enquanto estratégia disponibiliza ferramentas que direcionam o gestor
ao alcance dos seus objetivos dentro da empresa. Essas ferramentas podem ser
utilizadas na perspectiva de tornar conhecidos, utilizados e principalmente aceitos
seus produtos/serviços no mercado.
Mesmo diante da problemática de desativação da Ferreira Gullar e sua
recente organização, torna-se necessário verificar até que ponto essa biblioteca
torna disponível produtos e serviços de qualidade ao seu público (ver gráfico 4).
Gráfico 4 :Produtos/ serviços oferecidos
47
As informações adquiridas através do questionário assinalam a consulta
local como principal serviço oferecido nessa biblioteca, contando com 75% das
respostas obtidas, isso porque o empréstimo domiciliar ainda não é disponibilizado
aos usuários, podendo este somente retirar o livro da biblioteca para cópia sob
condição de deixar documento de identificação, assinando a ficha contendo seus
dados pessoais e comprometendo-se a devolver a obra no mesmo turno do qual foi
retirado. Os outros 25% referem-se ao serviço de orientação do usuário que ocorre
sob responsabilidade da bibliotecária ou das estagiárias quando assim o necessitar.
Os demais produtos e serviços alocados no questionário não foram
preenchidos, uma vez que não são oferecidos pela Ferreira Gullar, o que já
demonstra uma falha em seus objetivos de proporcionar informação de modo
eficiente e eficaz.
Nesse âmbito, o processo de tomada de decisão caracteriza-se como
uma etapa muito importante, uma vez que precisa levar em consideração diversos
pontos que vão desde análise do macroambiente, microambiente, necessidade dos
usuários, ameaças e oportunidades do mercado, dentre outros fatores.
Sabendo que a tomada de decisão é uma tarefa crucial que pode
determinar o sucesso ou fracasso de uma organização, as ações do marketing
devem ser definidas estratégicamente pelo gestor já no planejamento da instituição.
Perguntou-se aos gestores da entidade mantenedora qual seria o critério
utilizado por eles nessa etapa; uma vez que informações captadas diretamente do
seu mercado possuem melhores chances de proporcionar resultados satisfatórios.
É o que enfatiza Almeida (apud OLIVEIRA, 2004) ao afirmar que
Em cada tipo de biblioteca, a informação tem um valor específico, que lhe é
agregado em função do uso que dele se faz. Por esta razão, analisar o
contexto ou o ambiente da unidade de informação, bem como as
necessidades de informação dos usuários, é indispensável ao planejamento
de um projeto ou de um sistema de informação eficaz.
Evidentemente que existem alguns pontos importantes que influenciam
quanto à essa tomada de decisão, como a disponibilidade de recursos para investir
em melhorias e aplicar as técnicas de acordo com as fragilidades e objetivos de
cada biblioteca.
É importante frisar ainda que para a organização obter o sucesso que
almeja é necessário que haja uma boa comunicação em toda a estrutura
48
organizacional da instituição; a fim de que todos tenham as informações acerca da
situação e quais procedimentos deverão ser adotados.
Cientes da importância do processo de tomada de decisão, é que
analisou-se esse processo na biblioteca em estudo, admitindo-se os seguintes
dados localizados no gráfico 5. Verificou-se que a disponibilidade de orçamento é o
fator que mais se utiliza para dar prosseguimento às atividades inerentes à
biblioteca, como confirma o gráfico à seguir ao mostrar que essa foi a resposta de
75% das pessoas que participaram da pesquisa.
Gráfico 5 : Critério para tomada de decisão
Os outros 25% correspondem ao critério que analisa a necessidade dos
usuários a fim de dar direcionamento às decisões dentro da Biblioteca.
Verificou-se ainda que o Planejamento de Marketing e o Sistema de
Informação não apareceram como crtitérios utilizados para esse fim; o que constitui
uma contradição, e que pode ser avaliado do seguinte modo:
No gráfico 3, 75% das pessoas que responderam ao questionários
afirmaram utilizar o Sistema de Informação como ferramenta no processo de
Marketing dentro da Ferreira Gullar, enquanto que no gráfico 5, essa mesma
ferramenta surge apenas com os 25% mencionados anteriormente em virtude da
questão orçamentária da instituição mantenedora.
Com isso, pode-se concluir que as informações referentes à biblioteca
são utilizadas como suporte gerencial na unidade de informação, ocorrendo
variações em decorrência da disponibilidade de capital.
49
Na tentativa de amenizar os entraves que ainda existem quanto a
aplicação das ferramentas de marketing, permitindo mudanças consideráveis nas
bibliotecas, principalmente nas públicas, colocou-se a disposição no questionário
opções quanto a aplicação do marketing na biblioteca cujo resultado encontra-se no
gráfico 6.
Grafico 6: Tomada de decisão quanto a aplicação do marketing
Diante das informações, verifica-se uma indefinição nos resultados, pois
50% acreditam que para a utilização do marketing na Biblioteca Ferreira Gullar é
necessário contratar os serviços de um especialista da área e os outros 50%
afirmam que é melhor aplicar o marketing com ênfase na direção dos esforços. As
demais opções não foram assinaladas.
Na certeza de que a aplicação do marketing proporciona às organizações
inúmeros benefícios, os quais já foram citados no decorrer da pesquisa, a estratégia
que mais evidencia o marketing é o composto promocional com vista a atrair
utilizadores e modificar a imagem profissional ou institucional. Nesse aspecto, o
gráfico seguinte aborda a percepção da gestão diante da imagem organizacional.
Na verdade, a intenção foi conhecer qual o olhar da administração diante
da biblioteca, se esta era vista sob um ponto de vista empreendedor, com foco em
um “negócio” no que se refere à utilização dessas ferramentas, adotando uma
postura flexível, ajustando-se às influências do ambiente, assim como às mudanças
provocadas pelo impacto tecnológico no processo de tratamento e gerenciamento da
informação.
50
Nessa perspetiva, o gráfico 7 pôde apontar que as idéias ainda encontramse divididas quanto a imagem da Ferreira Gullar, pois 50% afirmaram que sim, a
biblioteca deve ser vista como um “negócio” que objetiva adquirir lucros no que
concerne à sua utilização por parte dos usuários, mantendo-se firme no mercado da
informação,
desempenhando
seu
papel
de
fornecer
suporte
educacional,
incentivando às práticas leitoras, fortalecendo sua missão dentro da instituição.
Gráfico 7: Percepção da Gestão quanto a imagem organizacional
Os 50% restantes contribuíram com uma resposta negativa ao afirmarem
que a Ferreira Gullar é uma biblioteca de natureza pública com ênfase no ensino das
artes, não podendo dessa maneira ser vista como negócio, ou seja, percebe-se
nitidamente a falta de percepção quanto aos benefícios da adoção de uma postura
mais ousada e dinâmica frente à biblioteca.
Se os profissionais agirem com esse perfil empreendedor provavelmente
conhecerão com mais facilidade quais as oportunidades que o mercado dispõe,
assim como as ameaças, o que lhes permitirá tomar decisões antecipadamente
evitando
acontecimentos desagradáveis
informação.
ao
funcionamento
da
unidade
de
51
7 CONCLUSÃO
Diante da literatura utilizada para a realização da pesquisa, na qual os
autores mencionaram a importância da utilização do marketing em bibliotecas e as
diversas dificuldades que ainda são impostas, é que se utilizou como foco o
processo de marketing da Biblioteca Ferreira Gullar.
Buscou-se demonstrar que, embora reconheçam a importância dessa
aplicação do marketing na biblioteca, sua prática ainda é mínima, seja em virtude do
desconhecimento acerca de seu conceito, seja pela falta de postura dinâmica e
proativa da administração ou ainda pela limitação dos recursos direcionados a esta.
Adotar o marketing na administração de bibliotecas tem sido muito discutido por
especialistas da área, isso porque a biblioteca necessita de ferramentas que a
valorizem enquanto espaço de cultura e conhecimento.
“A aplicação do marketing pressupõe a estruturação dos serviços com
base em análise de mercado, objetivando atender, com serviços, às necessidades
dos clientes” (ALMEIDA JUNIOR, 2003).
A literatura utilizada foi clara ao determinar a importância na mudança de
postura do profissional bibliotecário, as concorrentes existentes no mercado atual
forçam uma postura mais ativa desse profissional, uma vez que ainda é perceptível
a resistência no que se refere à sua utilização em unidades de informação.
Ainda é precária a atenção que se dá a esse ambiente em detrimento de
outros que na visão da gestão são considerados mais importantes, isso porque
“como uma indústria não lucrativa, cujo produto primário é um conceito intangível
chamado „informação‟, pode a primeira vista parecer que as bibliotecas não
possuem nada em comum com as indústrias e firmas comerciais” (OLIVEIRA,1985).
Tornar a biblioteca um local reconhecido pela sua importância e missão
social são atribuições do profissional que nela atua e alcançar a excelência diante da
sociedade depende desses profissionais e da oferta criada pela unidade de
informação.
Sabe-se que as bibliotecas carecem de um melhor direcionamento de
recursos, mas a mudança começa pela atitude dos profissionais que as gerenciam.
“o marketing em biblioteca exige habilidade [...] e atitude que integre as iniciativas da
biblioteca, como extensão, aconselhamento à leitura, auxílio em pesquisa, relações
públicas, etc. com as necessidades da comunidade” (OLIVEIRA, 1985).
52
No caso em estudo, foi possível perceber os avanços que ocorreram
mediante sua desativação, entretanto, é necessário ressaltar que muito ainda está
por fazer, principalmente no que se relaciona aos produtos e serviços, uma vez que,
é em decorrência destes que a Ferreira Gullar poderá alcançar suas metas e cumprir
sua missão; “a valoração do serviço pelo cliente é parte da interação deste com o
ambiente físico, processos e procedimentos de uma organização, fazendo com que
seja um momento positivo ou não, ou seja, o momento da verdade” Paladini (apud
PEREIRA, 2006).
É importante mencionar que outra dificuldade detectada na pesquisa foi a
disponibilidade de recursos para adotar alguns procedimentos na biblioteca; em
relação à essa problemática, Amaral (1996) enfatiza que
Nem sempre as condições de trabalho são ideais quando nos reportamos
às unidades de informação brasileiras, mas dificuldades precisam ser
enfrentadas com garra em busca do reconhecimento devido pelas
autoridades governamentais
Constatou-se ainda que a ferramenta de marketing mais utilizada para
tomada de decisão na biblioteca são os Sistemas de Informação que constituem os
dados referentes ao funcionamento e atividades da Biblioteca Ferreira Gullar,
podendo ser retirado das principais fontes referentes à esta, como os relatórios,
circulares e publicações do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, dentre outras,
embora como foi dito anteriormente e demonstrado no gráfico 5, a disponibilidade de
recursos constitui uma condição que provoca variação nessa tomada de decisão.
O estudo visou demonstrar ainda que o marketing surge no ambiente
bibliotecário na condição de facilitador do processo na prestação de serviços, com
isso a aplicação de suas ferramentas é que vai atribuir à biblioteca todo o diferencial
que ela necessita para manter-se firme no mercado da informação.
Diante da pesquisa realizada e das literaturas utilizadas, verificou-se que
a aplicação do marketing irá proporcionar a Ferreira Gullar maior destaque no
espaço que atua, atraindo e fidelizando usuários, cumprindo assim sua missão.
Analisar o perfil do usuário verificando suas principais necessidades,
realizar um estudo do ambiente interno e externo da instituição irá permitir à Ferreira
Gullar possuir melhores condições na delimitação de um planejamento estratégico
com vista a obter sucesso e credibilidade.
53
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56
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57
APÊNDICE
58
QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DO MARKETING NA BIBLIOTECA PÚBLICA
FERREIRA GULLAR
1 Segundo Amaral (1996) “a adoção do marketing em unidades de informação é vista como
uma forma de valorizar o profissional da informação, melhorando sua imagem mediante o
uso aprimorado de técnicas para fazer trocas adequadas, quebrando as barreiras na
comunicação entre as unidades de informação e seus usuários”. Você acha importante a
adoção do marketing na Biblioteca Ferreira Gullar?
Sim (
)
Não (
)
Caso sua resposta seja negativa, justifique-a:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
2 Para Carvalho (2009) “a importância e benefícios do marketing em bibliotecas não se
restringem à concepção técnica [...]. Algumas das importâncias do marketing em bibliotecas
são: atender as necessidades da comunidade, promover a noção de que a biblioteca é um
bem justificável[...]”. Diante disso, na sua opinião, em que o marketing pode contribuir nessa
Unidade de Informação?
( ) Por meio da promoção, estimular o uso dos produtos e serviços da Ferreira Gullar;
( ) Através da comunicação, atrair novos usuários e fidelizar os usuários reais;
( ) modificar a imagem da BFG;
( ) não é relevante para a BFG;
3 Uma vez que o marketing constitui as relações de troca entre produtores e consumidores
com vista a satisfação de ambos; o processo de marketing são os sistemas que irão facilitar
essa relação de troca utilizando para isso determinadas ferramentas. Diante disso, qual
ferramenta você utiliza?
(
) Pesquisa de mercado, delimitando as principais necessidades de seu público através
de coleta, registro e analise de fatos referentes à Biblioteca;
59
(
) Segmentação de mercado, ao selecionar um mercado específico e para ele direcionar
uma oferta;
(
(
) Sistemas de informação de Marketing, ao utilizar informações relevantes da BFG;
) Composto de Marketing, utilizando as variáveis controláveis (produto,preço,promoção
e praça) ajustando-as as necessidades da organização;
(
) Plano de Marketing, no qual determinam-se os procedimentos que levarão cumprir a
missão da biblioteca;
(
) Não utiliza. Quais os motivos?
__________________________________________________________________________
4
De acordo com Amaral (1995) “a satisfação do consumidor de serviços depende de um
grande número de fatores como a qualidade do serviço, benefícios, avaliação [...]”. Nesse
contexto, quais os produtos/serviços oferecidos pela biblioteca?
( ) empréstimo domiciliar;
( ) consulta local;
(
) orientação ao usuário;
( ) terminal de consulta;
( ) salas de estudo individual ou em grupo;
( ) periódicos atualizados;
( ) materiais especiais atualizados (microfilmes, áudio, dvd‟s, leitor em Braille);
( ) normalização de trabalhos;
( ) catálogo de novas aquisições;
( ) boletim informativo;
( ) levantamento bibliográfico;
( ) outros
Quais?
60
__________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5
A informação constitui-se como elemento base para a tomada de decisão em unidades de
informação. Nessa perspectiva qual o critério utilizado para a tomada de decisão na
Biblioteca Ferreira Gullar?
(
) Análise da necessidade do usuário;
(
) Disponibilidade de orçamento da instituição;
(
) Planejamento de Marketing pautado na missão da biblioteca;
(
) Através do Sistema de Informações da biblioteca, utilizando recursos como estudo de
usuários, relatórios, periódicos dentre outras fontes;
(
) Outros critérios .Descreva-os.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
6
Em virtude de alguns entraves que ainda ocorrem quanto a adoção do marketing em
bibliotecas. No seu ponto de vista, qual providência pode ser tomada a fim de utilizar essas
técnicas na Ferreira Gullar?
(
) solicitar ajuda de especialistas em marketing;
(
) envolver pessoas-chave da instituição no processo da mudança;
(
) verificar em qual direção os esforços precisam ser focados;
( ) atribuir a responsabilidade exclusivamente ao bibliotecário;
7
De um modo geral, você acha que a Ferreira Gullar é vista como um “negócio” onde há
fornecedores, mantenedores, clientes que necessitam satisfazer suas necessidades de
informação?
(
) sim
(
)não
Caso sua resposta seja negativa, justifique-a.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
61
ANEXO
62
ANEXO A – Regulamento /Regimento de Funcionamento da Biblioteca Ferreira
Gullar
GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO
SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA
CENTRO DE CRIATIVIDADE “ODYLO COSTA, filho”.
A DIRETORA GERAL DO CENTRO DE CRIATIVIDADE ODYLO COSTA,
filho, no uso de suas atribuições, resolve:
I - Instituir o Regimento Interno da Biblioteca do Centro de Criatividade
Odylo Costa, filho.
II – Este regimento entra em vigor a partir desta data, revogadas as
disposições em contrário.
III - Dê-se ciência aos funcionários, pesquisadores, professores, alunos e
demais usuários deste Centro.
REGULAMENTO/REGIMENTO INTERNO DA BIBLIOTECA FERREIRA GULLAR
CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES E DA COMPETÊNCIA
Art. 1º À Biblioteca Ferreira Gullar compete planejar, coordenar, elaborar,
executar e controlar as atividades de processamento técnico (serviços de registro,
catalogação, classificação e inventário bibliográfico); disponibilização do acervo;
serviço de referência; serviço de circulação e empréstimo; armazenagem,
sinalização e preservação do acervo. Assim como, estabelecer políticas de
recuperação da informação e de desenvolvimento dos acervos, estabelecer
63
diretrizes de funcionamento específico da biblioteca e dos serviços nela oferecidos,
de acordo com as normas gerais de funcionamento registradas neste regulamento
interno; e propor projetos de formação de leitores a serem desenvolvidos em
consonância com as atividades já realizadas pelo Centro de Criatividade Odylo
Costa, filho (CCOCf). Para organizar e desenvolver suas atividades, a Biblioteca
Ferreira Gullar tem por objetivos gerais especificamente:
a) Atender às necessidades informacionais do público interno (alunos,
pesquisadores, professores e demais funcionários;
b) Receber o público externo interessado em consultar seu acervo;
c) Preservar, organizar e disponibilizar os acervos para os usuários;
d) Oferecer produtos e serviços de informação que atendam o perfil dos
seus usuários;
e) Orientar os usuários quanto ao melhor uso da coleção e na realização
de pesquisas bibliográficas com melhor qualidade;
f) Pesquisar, selecionar e encaminhar propostas de aquisição de material
bibliográfico de interesse dos usuários;
g) Promover a divulgação da coleção e das novas aquisições adquiridas
por compra ou doação;
h) Organizar e coordenar objetivos e metas de trabalho visando à
melhoria das atividades inerentes a Unidade;
i) Elaborar relatórios semestrais e anuais sobre suas atividades e outros
pertinentes à sua área de atuação.
CAPÍTULO II
DO ACERVO
Art 2º A coleção, em sua maioria formada por materiais de Literatura,
conta ainda com obras de arte, da cultura e história maranhense e, das mais
diversas áreas do conhecimento humano, além disso, o acervo ainda é composto
por periódicos, livros, folhetos, CD‟s, obras de referência, mapas, documentos da
memória do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, fitas de vídeo, entre outros
suportes.
64
CAPÍTULO III
DO HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
Art. 3º A Biblioteca permanece aberta para atendimento ao público, nos
dias úteis, exceto nos feriados e pontos facultativos, das 8:00 às 18:00 e atende
exclusivamente dentro de seu horário de funcionamento.
CAPÍTULO IV
DO USUÁRIO
Art. 4º São usuários da Biblioteca Ferreira Gullar:
§ 1º - Os alunos regularmente matriculados nos cursos do CCOCf ;
§ 2º - Os servidores ativos pertencentes ao quadro de pessoal do CCOCf ;
§ 3º - Os professores, pesquisadores e colaboradores do CCOCf;
§ 4º - Os demais usuários externos.
CAPÍTULO V
DO EMPRÉSTIMO
Art. 5º Para a retirada de materiais informacionais, por empréstimo, o
usuário deverá estar previamente credenciado na Biblioteca.
§ 1º Para o credenciamento, o usuário apresentará a carteira de
identidade e fornecerá outras informações solicitadas pela Biblioteca.
§ 2º O empréstimo será permitido apenas aos servidores e professores
mediante a carteira da Biblioteca e da prévia inscrição no cadastro do sistema de
empréstimo.
Art. 6º O usuário é responsável pelo uso, guarda e preservação das
publicações em seu poder, não podendo transferi-las a outras pessoas.
65
Art. 7º Por suas peculiaridades, as obras de referência (dicionário,
enciclopédias, etc.), serão reservados para uso exclusivo no local, mas podem ser
em parte, xerocopiados, mediante preenchimento da ficha de empréstimo para
XEROX e do documento de identificação com foto.
Art. 8º Os usuários de que tratam os incisos II e III do art. 4º, desde que
devidamente cadastrados, poderão retirar, mediante empréstimo domiciliar, até três
materiais informacionais, por vez, dos acervos da Biblioteca Ferreira Gullar.
§ 1º O empréstimo domiciliar será pelo prazo de até cinco dias, sendo
permitida a renovação por igual período, desde que não haja reserva da obra por
outro usuário.
§ 2º O empréstimo domiciliar de periódicos, cd-rom, etc. poderá ter prazo
menor que cinco dias.
§3º Caso a obra esteja emprestada, é permitido ao usuário reservá-la.
§4º A biblioteca se responsabiliza pelo aviso ao usuário da chegada da
obra de seu interesse, para no prazo de 24 horas retirá-la como empréstimo. O
empréstimo é pessoal e intransferível, sendo vedada a retirada em nome de outro
usuário ou para terceiros. O usuário com prazo de empréstimo vencido não poderá
retirar outros, até a regularização da situação e estará sujeito a multa no valor de R$
0,50 por material e por dia de atraso.
CAPÍTULO VI
PERDAS E DANOS
Art. 9º O usuário será responsável por perdas e danos causados a obra
em seu poder.
Art. 10º O extravio ou danificação de obra importará na reposição, com
exemplar idêntico ou outro que a Biblioteca indicar, caso a obra esteja esgotada, no
prazo máximo de trinta dias.
66
CAPÍTULO VII
DO ACESSO
Art. 11º A qualquer usuário é permitido o livre acesso à Biblioteca Ferreira
Gullar, bem como a consulta ao seu acervo, nos dias e horários de funcionamento,
conforme previsto no artigo 3º.
Art. 12º Ao usuário é facultado o acesso direto ao acervo, com a
orientação, caso seja necessário, dos funcionários da Biblioteca Ferreira Gullar.
Art. 13º As obras consultadas devem ser deixadas sobre as mesas. É
vetada a recolocação das mesmas nas estantes. Antes de se dirigirem ao acervo, os
usuários deverão deixar livros, bolsas, pastas, fichários, sacolas, pochetes, malas e
similares no guarda-volume, podendo conservar consigo material de estudo e
pesquisa.
CAPÍTULO VIII
DOS SERVIÇOS OFERECIDOS
Art. 14º A Biblioteca oferece aos seus usuários internos os seguintes
serviços:
I - serviços de referência - acesso a documentos pertencentes ao acervo
da Biblioteca Ferreira Gullar, para consulta, empréstimo ou reprodução;
II - serviços de circulação – empréstimo domiciliar; reserva; renovação de
empréstimo para os usuários cadastrados; orientação ao usuário para localizar os
documentos nas estantes; cadastramento de usuários; autorização para reprodução
de documentos.
III - serviços de processamento técnico
IV - outros serviços de interesse que venham a ser desenvolvidos.
67
CAPITULO IX
DAS PENALIDADES
Art. 15º As penalidades serão aplicadas em razão de atraso na devolução
de material informacional ou de dano ou extravio, conforme estabelecido neste
Regulamento Interno.
Art. 16º Para cada dia de atraso na devolução de material informacional, o
usuário estará impossibilitado de utilizar os serviços de circulação e empréstimo
(empréstimo domiciliar, reserva e renovação de empréstimo) da Biblioteca Ferreira
Gullar, até quitar, contando a partir do dia seguinte ao marcado para a devolução,
incluindo a contagem de sábados, domingos e feriados.
Art. 17º Não serão permitidos novos empréstimo aos usuários em atraso
na devolução de publicações.
Art.18º Se o atraso na devolução, após o aviso de cobrança somar mais
de quarenta dias, a Biblioteca identificará o atraso como extravio.
Art.19º O extravio de obra implica em reposição com a edição mais
recente da mesma obra. Caso a obra esteja esgotada e for impossível a reposição
pelo mesmo título, deve-se obedecer aos seguintes critérios:
Obra relacionada na lista de aquisição;
Duplicata de obra muito solicitada;
Outra obra sobre o mesmo assunto.
§ 1º Persistindo o usuário em débito com a Biblioteca, será notificado e
encaminhado a Diretoria do Centro para que sejam tomadas as devidas
providências.
§2º O usuário deve atualizar seus dados cadastrais, sempre que houver
mudança, sob pena de ficar impedido de realizar novos empréstimos.
§3º O usuário deve tomar conhecimento do Regimento da Biblioteca, no
ato de seu credenciamento e preencher junto à bibliotecária ficha de inscrição com
os dados solicitados.
68
CAPITULO X
DOS DEVERES DO USUÁRIO
Art. 20º São deveres do usuário:
I - assinar o livro de freqüência da Biblioteca;
II - zelar pela conservação do acervo e do patrimônio da Biblioteca;
III - comunicar qualquer alteração de seus dados cadastrais;
IV - manter silêncio no salão de leitura da Biblioteca;
V - não fumar nas dependências da Biblioteca;
VI - não consumir bebidas e alimentos nas dependências da Biblioteca;
VII - obedecer às normas estabelecidas neste Regulamento.
CAPITULO XI
DA REPRODUÇÃO DE DOCUMENTOS
Art. 21º A reprodução de materiais informacionais pertencentes ao acervo
da Biblioteca só será permitida quando não acarretar danos aos documentos.
CAPITULO XII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22º Constitui obrigação da Biblioteca apresentar os comprovantes do
recebimento dos materiais informacionais devolvidos, bem como o documento
referente à situação do usuário para com a Biblioteca Ferreira Gullar.
Art. 23º O usuário indenizará à BFG pelos danos ou perdas causados aos
materiais informacionais e equipamentos, sob seu uso e responsabilidade.
Art. 24º Os usuários que não respeitarem as normas deste Regulamento
serão convidados a se retirar da Biblioteca .
69
Art. 25º A Direção do Centro informará à Biblioteca Ferreira Gullar a
respeito do desligamento de professores e colaboradores para que, previamente ao
desligamento, seja verificada a situação de empréstimo.
Ceres Costa Fernandes.
Diretora Geral do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho.
Helena Luíza Arôso Mendes Barbosa.
Chefe do setor do Núcleo de Literatura do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho.
Terezinha de Fátima Vale Porto Smith.
Bibliotecária do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho.
70
ANEXO B - Lei Rouanet - Lei 8313/91 | Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, com a
finalidade de captar e canalizar recursos para o setor de modo a: I - contribuir para
facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno
exercício dos direitos culturais; II - promover e estimular a regionalização da
produção cultural e artística brasileira, com valorização de recursos humanos e
conteúdos locais; III - apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifestações
culturais e seus respectivos criadores; IV - proteger as expressões culturais dos
grupos formadores da sociedade brasileira e responsáveis pelo pluralismo da cultura
nacional; V - salvaguardar a sobrevivência e o florescimento dos modos de criar,
fazer e viver da sociedade brasileira; VI - preservar os bens materiais e imateriais do
patrimônio cultural e histórico brasileiro; VII - desenvolver a consciência internacional
e o respeito aos valores culturais de outros povos ou nações; VIII - estimular a
produção e difusão de bens culturais de valor universal formadores e informadores
de conhecimento, cultura e memória; IX - priorizar o produto cultural originário do
País.
Art. 2º O PRONAC será implementado através dos seguintes mecanismos: I - Fundo
Nacional da Cultura - FNC; II - Fundos de Investimento Cultural e Artístico - FICART;
III - Incentivo a projetos culturais. Parágrafo Único. Os incentivos criados pela
presente Lei somente serão concedidos a projetos culturais que visem a exibição,
utilização e circulação públicas dos bens culturais deles resultantes, vedada a
concessão de incentivo a obras, produtos, eventos ou outros decorrentes,
destinados ou circunscritos a circuitos privados ou a coleções particulares. Art. 3º
Para cumprimento das finalidades expressas no artigo 1º desta Lei, os projetos
culturais em cujo favor serão captados e canalizados os recursos do PRONAC
71
atenderão, pelo menos, a um dos seguintes objetivos: I - Incentivo à formação
artística e cultural, mediante: a) concessão de bolsas de estudo, pesquisa e
trabalho, no Brasil ou no exterior, a autores, artistas e técnicos brasileiros ou
estrangeiros residentes no Brasil; b) concessão de prêmios a criadores, autores,
artistas, técnicos e suas obras, filmes, espetáculos musicais e de artes cênicas em
concursos e festivais realizados no Brasil; c) instalação e manutenção de cursos de
caráter
cultural
ou
artístico,
destinados
à
formação,
especialização
e
aperfeiçoamento de pessoal da área da cultura, em estabelecimentos de ensino sem
fins lucrativos. II - fomento à produção cultural e artística, mediante: a) produção de
discos, vídeos, filmes e outras formas de reprodução fonovideográfica de caráter
cultural; b) edição de obras relativas às ciências humanas, às letras e às artes; c)
realização de exposições, festivais de arte, espetáculos de artes cênicas, de música
e de folclore; d) cobertura de despesas com transporte e seguro de objetos de valor
cultural destinados a exposições públicas no País e no exterior; e) realização de
exposições, festivais de arte e espetáculos de artes cênicas ou congêneres. III preservação e difusão do patrimônio artístico, cultural e histórico, mediante: a)
construção, formação, organização, manutenção, ampliação e equipamento de
museus, bibliotecas, arquivos e outras organizações culturais, bem como de suas
coleções e acervos; b) conservação e restauração de prédios, monumentos,
logradouros, sítios e demais espaços, inclusive naturais, tombados pelos Poderes
Públicos; c) restauração de obras de arte e bens móveis e imóveis de reconhecido
valor cultural; d) proteção do folclore, do artesanato e das tradições populares
nacionais. IV - estímulo ao conhecimento dos bens e valores culturais, mediante: a)
distribuição gratuita e pública de ingressos para espetáculos culturais e artísticos; b)
levantamentos, estudos e pesquisas na área da cultura e da arte e de seus vários
segmentos; c) fornecimento de recursos para o FNC e para as fundações culturais
com fins específicos ou para museus, bibliotecas, arquivos ou outras entidades de
caráter cultural. V - apoio a outras atividades culturais e artísticas, mediante: a)
realização de missões culturais no País e no exterior, inclusive através do
fornecimento de passagens; b) contratação de serviços para elaboração de projetos
culturais; c) ações não previstas nos incisos anteriores e consideradas relevantes
pela Secretaria da Cultura da Presidência da República - SEC/PR ouvida a
Comissão Nacional de Incentivo à Cultura - CNIC.
72
CAPÍTULO II
Do Fundo Nacional da Cultura - FNC
Art. 4º Fica ratificado o Fundo de Promoção Cultural, criado pela Lei no. 7.505, de 2
de julho de 1986, que passará a denominar-se Fundo Nacional da Cultura - FNC,
com o objetivo de captar e destinar recursos para projetos culturais compatíveis com
as finalidades do PRONAC e de: I - estimular a distribuição regional eqüitativa dos
recursos a serem aplicados na execução de projetos culturais e artísticos; II favorecer a visão interestadual, estimulando projetos que explorem propostas
culturais conjuntas, de enfoque regional; III - apoiar projetos dotados de conteúdo
cultural que enfatizem o aperfeiçoamento profissional e artístico dos recursos
humanos na área da cultura, a criatividade e a diversidade cultural brasileira; IV contribuir para a preservação e proteção do patrimônio cultural e histórico brasileiro;
V - favorecer projetos que atendam às necessidades da produção cultural e aos
interesses da coletividade, aí considerados os níveis qualitativos e quantitativos de
atendimentos às demandas culturais existentes, o caráter multiplicador dos projetos
através de seus aspectos sócio-culturais e a priorização de projetos em áreas
artísticas e culturais com menos possibilidade de desenvolvimento com recursos
próprios.
§ 1º O FNC será administrado pela Secretaria de Cultura da Presidência da
República - SEC/PR e gerido por seu titular, assessorado por um comitê constituído
dos diretores da SEC/PR e dos presidentes das entidades supervisionadas, para
cumprimento do Programa de Trabalho Anual aprovado pela Comissão Nacional de
Incentivo à Cultura - CNIC de que trata o artigo 32 desta Lei, segundo os princípios
estabelecidos
nos
artigos
1º
e
3º
da
mesma.
§ 2º Os recursos do FNC serão aplicados em projetos culturais submetidos com
parecer da entidade supervisionada competente na área do projeto, ao Comitê
Assessor,
na
forma
que
dispuser
o
regulamento.
§ 3º Os projetos aprovados serão acompanhados e avaliados tecnicamente pelas
entidades
supervisionadas,
cabendo
a
execução
financeira
à
SEC/PR.
§ 4º Sempre que necessário, as entidades supervisionadas utilizarão peritos para
análise e parecer sobre os projetos, permitida a indenização de despesas com o
73
deslocamento, quando houver, e respectivos "pró labore" e ajuda de custos,
conforme
ficar
definido
no
regulamento.
§ 5º O Secretário da Cultura da Presidência da República designará a unidade da
estrutura básica da SEC/PR que funcionará como secretaria executiva do FNC.
§ 6º Os recursos do FNC não poderão ser utilizados para despesas de manutenção
administrativa
da
SEC/PR.
§ 7º Ao término do projeto, a SEC/PR efetuará uma avaliação final de forma a
verificar a fiel aplicação dos recursos, observando as normas e procedimentos a
serem definidos no regulamento desta Lei, bem como a legislação em vigor.
§ 8º As instituições públicas ou privadas recebedoras de recursos do FNC e
executoras de projetos culturais, cuja avaliação final não for aprovada pela SEC/PR,
nos termos do parágrafo anterior, ficarão inabilitadas pelo prazo de três anos ao
recebimento de novos recursos, ou enquanto a SEC/PR não proceder a reavaliação
do
parecer
inicial.
Art. 5º O FNC é um fundo de natureza contábil, com prazo indeterminado de
duração, que funcionará sob as formas de apoio a fundo perdido ou de empréstimos
reembolsáveis, conforme estabelecer o regulamento, e constituído dos seguintes
recursos: I - recursos do Tesouro Nacional; II - doações, nos termos da legislação
vigente; III - legados; IV - subvenções e auxílios de entidades de qualquer natureza,
inclusive de organismos internacionais; V - saldos não utilizados na execução dos
projetos a que se referem o Capítulo IV e o presente Capítulo desta Lei; VI devolução de recursos de projetos previstos no Capítulo IV e no presente Capítulo
desta Lei, e não iniciados ou interrompidos, com ou sem justa causa; VII - um por
cento da arrecadação dos Fundos de Investimentos Regionais a que se refere a Lei
nº 8.167, de 16 de janeiro de 1991, obedecida na aplicação a respectiva origem
geográfica regional; VIII - um por cento da arrecadação bruta dos concursos de
prognósticos e loterias federais e similares cuja realização estiver sujeita a
autorização federal, deduzindo-se este valor do montante destinado aos prêmios; IX
- reembolso das operações de empréstimos realizadas através do Fundo, a título de
financiamento reembolsável, observados critérios de remuneração que, no mínimo,
lhes preserve o valor real; X - resultado das aplicações em títulos públicos federais,
obedecida a legislação vigente sobre a matéria; XI - conversão da dívida externa
com entidades e órgãos estrangeiros, unicamente mediante doações, no limite a ser
fixado pelo Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, observadas as
74
normas e procedimentos do Banco Central do Brasil; XII - saldo de exercícios
anteriores;
XIII
-
recursos
de
outras
fontes.
Art. 6º O FNC financiará até oitenta por cento do custo total de cada projeto,
mediante comprovação, por parte do proponente, ainda que pessoa jurídica de
direito público, da circunstância de dispor do montante remanescente ou estar
habilitado à obtenção do respectivo financiamento, através de outra fonte
devidamente identificada, exceto quanto aos recursos com destinação especificada
na
origem.
§ 1º (vetado). § 2º Poderão ser considerados, para efeito de totalização do valor
restante, bens e serviços oferecidos pelo proponente para implementação do
projeto,
a
serem
devidamente
avaliados
pela
SEC/PR.
Art. 7º A SEC/PR estimulará, através do FNC, a composição, por parte de
instituições financeiras, de carteiras para financiamento de projetos culturais, que
levem em conta o caráter social da iniciativa, mediante critérios, normas, garantias e
taxas de juros especiais a serem aprovados pelo Banco Central do Brasil.
CAPÍTULO III
Dos Fundos de Investimento Cultural e Artístico - FICART
Art. 8º Fica autorizada a constituição de Fundos de Investimento Cultural e Artístico FICART, sob a forma de condomínio, sem personalidade jurídica, caracterizando
comunhão de recursos destinados à aplicação em projetos culturais e artísticos.
Art. 9º São considerados projetos culturais e artísticos, para fins de aplicação de
recursos dos FICART, além de outros que assim venham a ser declarados pela
CNIC: I - a produção comercial de instrumentos musicais, bem como de discos, fitas,
vídeos, filmes e outras formas de reprodução fonovideográficas; II - a produção
comercial de espetáculos teatrais, de dança, música, canto, circo e demais
atividades congêneres; III - a edição comercial de obras relativas às ciências, às
letras e às artes, bem como de obras de referência e outras de cunho cultural; IV -
75
construção, restauração, reparação ou equipamento de salas e outros ambientes
destinados a atividades com objetivos culturais, de propriedade de entidades com
fins lucrativos; V - outras atividades comerciais ou industriais, de interesse cultural,
assim
consideradas
pela
SEC/PR,
ouvida
a
CNIC.
Art. 10. Compete à Comissão de Valores Mobiliários, ouvida a SEC/PR, disciplinar a
constituição, o funcionamento e a administração dos FICART, observadas as
disposições desta Lei e as normas gerais aplicáveis aos fundos de investimento.
Art. 11. As quotas dos FICART, emitidas sempre sob a forma nominativa ou
escritural, constituem valores mobiliários sujeitos ao regime da Lei nº 6.385, de 7 de
dezembro
de
1976.
Art. 12. O titular das quotas de FICART: I - não poderá exercer qualquer direito real
sobre os bens e direitos integrantes do Patrimônio do Fundo; II - não responde
pessoalmente por qualquer obrigação legal ou contratual, relativamente aos
empreendimentos do Fundo ou da instituição administradora, salvo quanto à
obrigação
de
pagamento
do
valor
integral
das
quotas
subscritas.
Art. 13. À instituição administradora de FICART compete: I - representá-lo ativa e
passivamente, judicial e extrajudicialmente; II - responder pessoalmente pela
evicção
de
direito,
na
eventualidade
da
liquidação
deste.
Art. 14. Os rendimentos e ganhos de capital auferidos pelos FICART ficam isentos
do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, assim como do Imposto
sobre
a
Renda
e
Proventos
de
Qualquer
Natureza.
Art. 15. Os rendimentos e ganhos de capital distribuídos pelos FICART, sob
qualquer forma, sujeitam-se à incidência do Imposto sobre a Renda na fonte à
alíquota de vinte e cinco por cento. Parágrafo Único. Ficam excluídos da incidência
na fonte de que trata este artigo, os rendimentos distribuídos a beneficiário pessoa
jurídica tributada com base no lucro real, os quais deverão ser computados na
declaração
anual
de
rendimentos.
Art. 16. Os ganhos de capital auferidos por pessoas físicas ou jurídicas não
tributadas com base no lucro real, inclusive isentas, decorrentes da alienação ou
resgate de quotas dos FICART, sujeitam-se à incidência do Imposto sobre a Renda,
à mesma alíquota prevista para a tributação de rendimentos obtidos na alienação ou
resgate
de
quotas
de
Fundos
Mútuos
de
Ações.
§ 1º Consideram-se ganho de capital a diferença positiva entre o valor de cessão ou
regaste da quota e o custo médio atualizado da aplicação, observadas as datas de
76
aplicação,
resgate
ou
cessão,
nos
termos
da
legislação
pertinente.
§ 2º O ganho de capital será apurado em relação a cada resgate ou cessão, sendo
permitida a compensação do prejuízo havido em uma operação com o lucro obtido
em outra, da mesma ou diferente espécie, desde que de renda variável, dentro do
mesmo
exercício
fiscal.
§ 3º O imposto será pago até o último dia útil da primeira quinzena do mês
subseqüente
àquele
em
que
o
ganho
de
capital
foi
auferido.
§ 4º Os rendimentos e ganhos de capital a que se referem o "caput" deste artigo e o
artigo anterior, quando auferidos por investidores residentes ou domiciliados no
exterior, sujeitam-se à tributação pelo Imposto sobre a Renda, nos termos da
legislação
aplicável
a
esta
classe
de
contribuinte.
Art. 17. O tratamento fiscal previsto nos artigos precedentes somente incide sobre os
rendimentos decorrentes de aplicações em FICART que atendam a todos os
requisitos previstos na presente Lei e na respectiva regulamentação a ser baixada
pela Comissão de Valores Mobiliários. Parágrafo Único. Os rendimentos e ganhos
de capital auferidos por FICART, que deixem de atender os requisitos específicos
desse tipo de Fundo, sujeitar-se-ão à tributação prevista no artigo 43 da Lei nº 7.713,
de
22
de
dezembro
de
1988.
( Art. 43. Fica sujeito à incidência do imposto de renda na fonte, à alíquota de vinte e
cinco por cento, o rendimento real produzido por quaisquer aplicações financeiras,
inclusive em fundos em condomínio, clubes de investimento e cadernetas de
poupança, mesmo as do tipo pecúlio.)
CAPÍTULO IV
Do Incentivo a Projetos Culturais
Art. 18. Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a União facultará às
pessoas físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de parcelas do Imposto sobre a
Renda a título de doações ou patrocínios, tanto no apoio direto a projetos culturais
apresentados por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas de natureza cultural, de
caráter privado, como através de contribuições ao FNC, nos termos do artigo 5º,
inciso II desta Lei, desde que os projetos atendam aos critérios estabelecidos no
77
artigo 1º desta Lei, em torno dos quais será dada prioridade de execução pela CNIC.
?
Medida
Provisória
n°
1.589,
de
24
de
setembro
de
1997
§ 1° Os contribuintes poderão deduzir do imposto de renda devido as quantias
efetivamente despendidas nos projetos elencados no § 3°, previamente aprovados
pelo Ministério da Cultura, nos limites e condições estabelecidos na legislação do
imposto de renda vigente, na forma de: I - doações; e, II - patrocínios.
§ 2° As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real não poderão deduzir o
valor
da
doação
e/ou
do
patrocínio
como
despesa
operacional.
§ 3° As doações e os patrocínios na produção cultural, a que se refere o § 1°,
atenderão exclusivamente os seguintes segmentos: I - artes cênicas; II - livros de
valor artístico, literário ou humanístico; III - música erudita ou instrumental; IV circulação de exposições de artes plásticas; V - doações de acervos para bibliotecas
públicas
e
para
museus."
Art. 19. Os projetos culturais previstos nesta Lei serão apresentados à SEC/PR, ou a
quem esta delegar a atribuição, acompanhados de planilha de custos, para
aprovação de seu enquadramento nos objetivos do PRONAC e posterior
encaminhamento
a
CNIC
para
decisão
final.
§ 1º No prazo máximo de noventa dias do seu recebimento poderá a SEC/PR
notificar o proponente do projeto de não fazer jus aos benefícios pretendidos,
informando
os
motivos
da
decisão.
§ 2º Da notificação a que se refere o parágrafo anterior, caberá recurso à CNIC, que
deverá
decidir
no
prazo
de
sessenta
dias.
§
3º
(vetado).
§
4º
(vetado).
§
5º
(vetado).
§ 6º A aprovação somente terá eficácia após publicação de ato oficial contendo o
título do projeto aprovado e a instituição por ele responsável, o valor autorizado para
obtenção de doação ou patrocínio e o prazo de validade da autorização.
§ 7º A SEC/PR publicará anualmente, até 28 de fevereiro, o montante de recursos
autorizados no exercício anterior pela CNIC, nos termos do disposto nesta Lei,
devidamente discriminados por beneficiário. ? Acrescenta a Medida Provisória n°
1.589,
de
24
de
setembro
de
1997
§ 8° Para a aprovação dos projetos será observado o princípio da não concentração
por segmento e por beneficiário, a ser aferido pelo montante dos recursos, pela
78
quantidade de projetos, pela respectiva capacidade executiva e pela disponibilidade
do
valor
absoluto
anual
de
renúncia
fiscal.
Art. 20. Os projetos aprovados na forma do artigo anterior serão, durante a sua
execução, acompanhados e avaliados pela SEC/PR ou por quem receber a
delegação
destas
atribuições.
§ 1º A SEC/PR, após o término da execução dos projetos previstos neste artigo,
deverá, no prazo de seis meses, fazer uma avaliação final da aplicação correta dos
recursos recebidos, podendo inabilitar seus responsáveis pelo prazo de até três
anos.
§ 2º Da decisão da SEC/PR caberá recurso à CNIC, que decidirá no prazo de
sessenta dias. § 3º O Tribunal de Contas da União incluirá em seu parecer prévio
sobre as contas do Presidente da República análise relativa à avaliação de que trata
este
artigo.
Art. 21. As entidades incentivadoras e captadoras de que trata este Capítulo deverão
comunicar, na forma que venha a ser estipulada pelo Ministério da Economia,
Fazenda e Planejamento, e SEC/PR, os aportes financeiros realizados e recebidos,
bem como as entidades captadoras efetuar a comprovação de sua aplicação.
Art. 22. Os projetos enquadrados nos objetivos desta Lei não poderão ser objeto de
apreciação
subjetiva
quanto
ao
seu
valor
artístico
ou
cultural.
Art. 23. Para os fins desta Lei, considera-se: I - (vetado). II - patrocínio: a
transferência de numerário, com finalidade promocional ou a cobertura pelo
contribuinte do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza, de
gastos ou a utilização de bem móvel ou imóvel do seu patrimônio, sem a
transferência de domínio, para a realização, por outra pessoa física ou jurídica de
atividade cultural com ou sem finalidade lucrativa prevista no artigo 3º desta Lei.
§ 1º Constitui infração a esta Lei o recebimento pelo patrocinador, de qualquer
vantagem financeira ou material em decorrência do patrocínio que efetuar.
§ 2º As transferências definidas neste artigo não estão sujeitas ao recolhimento do
Imposto
sobre
a
Renda
na
Fonte.
Art. 24. Para os fins deste Capítulo, equiparam-se a doações, nos termos do
regulamento: I - distribuições gratuitas de ingressos para eventos de caráter
artístico-cultural por pessoas jurídicas a seus empregados e dependentes legais; II despesas efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas com o objetivo de conservar,
preservar ou restaurar bens de sua propriedade ou sob sua posse legítima,
79
tombados pelo Governo Federal, desde que atendidas as seguintes disposições: a)
preliminar definição, pelo Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural - IBPC, das
normas e critérios técnicos que deverão reger os projetos e orçamentos de que trata
este inciso; b) aprovação prévia, pelo IBPC, dos projetos e respectivos orçamentos
de execução das obras; c) posterior certificação, pelo referido órgão, das despesas
efetivamente realizadas e das circunstâncias de terem sido as obras executadas de
acordo
com
os
projetos
aprovados.
Art. 25. Os projetos a serem apresentados por pessoas físicas ou pessoas jurídicas,
de natureza cultural para fins de incentivo, objetivarão desenvolver as formas de
expressão, os modos de criar e fazer, os processos de preservação e proteção do
patrimônio cultural brasileiro, e os estudos e métodos de interpretação da realidade
cultural, bem como contribuir para propiciar meios, à população em geral, que
permitam o conhecimento dos bens e valores artísticos e culturais, compreendendo
entre outros, os seguintes segmentos: I - teatro, dança, circo, ópera, mímica e
congêneres; II - produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e
congêneres; III - literatura, inclusive obras de referência; IV - música; V - artes
plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outras congêneres; VI folclore e artesanato; VII - patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico,
arqueológico, bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos; VIII - humanidades; e
IX - rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial. Parágrafo
Único. Os projetos culturais relacionados com os segmentos culturais do inciso II
deste artigo deverão beneficiar, única e exclusivamente, produções independentes
conforme
definir
o
regulamento
desta
Lei.
Art. 26. O doador ou patrocinador poderá deduzir do imposto devido na declaração
do Imposto sobre a Renda os valores efetivamente contribuídos em favor de projetos
culturais aprovados de acordo com os dispositivos desta Lei, tendo como base os
seguintes percentuais: I - no caso das pessoas físicas, oitenta por cento das
doações e sessenta por cento dos patrocínios; II - no caso das pessoas jurídicas
tributadas com base no lucro real, quarenta por cento das doações e trinta por cento
dos
patrocínios.
§ 1º A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá abater as doações e
patrocínios
como
despesa
operacional.
§ 2º O valor máximo das deduções de que trata o "caput" deste artigo será fixado
anualmente pelo Presidente da República, com base em um percentual da renda
80
tributável das pessoas físicas e do imposto devido por pessoas jurídicas tributadas
com
base
no
lucro
real.
§ 3º Os benefícios de que trata este artigo não excluem ou reduzem outros
benefícios, abatimentos e deduções em vigor, em especial as doações a entidades
de
utilidade
pública
efetuadas
§
por
pessoas
físicas
ou
4º
jurídicas.
(vetado).
§ 5º O Poder Executivo estabelecerá mecanismo de preservação do valor real das
contribuições em favor dos projetos culturais, relativamente a este Capítulo.
Art. 27. A doação ou o patrocínio não poderá ser efetuada a pessoa ou instituição
vinculada
ao
agente.
§ 1º Consideram-se vinculados ao doador ou patrocinador: a) a pessoa jurídica da
qual o doador ou patrocinador seja titular, administrador, gerente, acionista ou sócio,
na data da operação, ou nos doze meses anteriores; b) o cônjuge, os parentes até
terceiro grau, inclusive os afins, e os dependentes do doador ou patrocinador ou dos
titulares, administradores, acionistas ou sócios de pessoa jurídica vinculada ao
doador ou patrocinador, nos termos da alínea anterior; c) outra pessoa jurídica da
qual
o
doador
ou
patrocinador
seja
sócio.
§ 2º Não se consideram vinculadas as instituições culturais sem fins lucrativos,
criadas pelo doador ou patrocinador, desde que, devidamente constituídas e em
funcionamento, na forma da legislação em vigor e aprovadas pela CNIC.
Art. 28. Nenhuma aplicação dos recursos previstos nesta Lei poderá ser feita através
de qualquer tipo de intermediação. Parágrafo Único. A contratação de serviços
necessários à elaboração de projetos para obtenção de doação, patrocínio ou
investimento
não
configura
a
intermediação
referida
neste
artigo.
Art. 29. Os recursos provenientes de doações ou patrocínios deverão ser
depositados e movimentados, em conta bancária específica, em nome do
beneficiário, e a respectiva prestação de contas deverá ser feita nos termos do
regulamento da presente Lei. Parágrafo Único. Não serão consideradas, para fins de
comprovação do incentivo, as contribuições em relação às quais não se observe
esta
determinação.
Art. 30. As infrações aos dispositivos deste Capítulo, sem prejuízo das sanções
penais cabíveis, sujeitarão o doador ou patrocinador ao pagamento do valor
atualizado do Imposto sobre a Renda devido em relação a cada exercício financeiro,
além das penalidades e demais acréscimos previstos na legislação que rege a
81
espécie. Parágrafo Único. Para os efeitos deste artigo, considera-se solidariamente
responsável por inadimplência ou irregularidade verificada a pessoa física ou jurídica
propositora
do
projeto.
§ 2° A existência de pendências ou irregularidades na execução de projetos da
proponente junto ao Ministério da Cultura suspenderá a análise ou concessão de
novos
incentivos,
até
a
efetiva
regularização.
§ 3° Sem prejuízo do parágrafo anterior, aplica-se, no que couber, cumulativamente,
o disposto nos arts. 38 e seguintes desta Lei. CAPÍTULO V Das Disposições Gerais
e
Transitórias
Art. 31. Com a finalidade de garantir a participação comunitária, a representação de
artistas e criadores no trato oficial dos assuntos da cultura e a organização nacional
sistêmica da área, o Governo Federal estimulará a institucionalização de Conselhos
de
Cultura
no
Distrito
Federal,
nos
Estados
e
nos
Municípios.
Art. 32. Fica instituída a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura - CNIC, com a
seguinte composição: I - Secretário da Cultura da Presidência da República; II - os
Presidentes das entidades supervisionadas pela SEC/PR; III - o Presidente da
entidade nacional que congregar os Secretários de Cultura das Unidades
Federadas; IV - um representante do empresariado brasileiro; V - seis
representantes de entidades associativas dos setores culturais e artísticos de âmbito
nacional.
§ 1º A CNIC será presidida pela autoridade referida no inciso I deste artigo que, para
fins
de
desempate
Terá
voto
de
qualidade.
§ 2º Os mandatos, a indicação e a escolha dos representantes a que se referem os
incisos IV e V deste artigo, assim como a competência da CNIC, serão estipulados e
definidos pelo regulamento desta Lei. Art. 33. A SEC/PR, com a finalidade de
estimular e valorizar a arte e a cultura, estabelecerá um sistema de premiação anual
que reconheça as contribuições mais significativas para a área: I - de artistas ou
grupos de artistas brasileiros ou residente no Brasil, pelo conjunto de sua obra ou
por obras individuais; II - de profissionais de área do patrimônio cultural; III - de
estudiosos e autores na interpretação crítica da cultura nacional, através de ensaios,
estudos
e
pesquisas.
Art. 34. Fica instituída a Ordem do Mérito Cultural, cujo estatuto será aprovado por
decreto do Poder Executivo, sendo que as distinções serão concedidas pelo
Presidente da República, em ato solene, a pessoas que, por sua atuação
82
profissional
ou
como
incentivadoras
das
artes
e
da
cultura,
mereçam
reconhecimento.
Art. 35. Os recursos destinados ao então Fundo de Promoção Cultural, nos termos
do artigo 1º, § 6º, da Lei nº 7.505, de 2 de julho de 1986, serão recolhidos ao
Tesouro Nacional para aplicação pelo FNC, observada a sua finalidade.
Art. 36. O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fazenda e
Planejamento, no exercício de suas atribuições específicas, fiscalizará a efetiva
execução desta Lei, no que se refere à aplicação de incentivos fiscais nela previstos.
Art. 37. O Poder Executivo a fim de atender o disposto no artigo 26, § 2º desta Lei,
adequando-o às disposições da Lei de Diretrizes Orçamentárias, enviará, no prazo
de trinta dias, Mensagem ao Congresso Nacional, estabelecendo o total da renúncia
fiscal
e
correspondente
cancelamento
de
despesas
orçamentárias.
Art. 38. Na hipótese de dolo, fraude ou simulação, inclusive no caso de desvio de
objeto, será aplicada, ao doador e ao beneficiário, a multa correspondente a duas
vezes
o
valor
da
vantagem
recebida
indevidamente.
Art. 39. Constitui crime, punível com a reclusão de dois a seis meses e multa de
vinte por cento do valor do projeto, qualquer discriminação de natureza política que
atente contra a liberdade de expressão, de atividade intelectual e artística, de
consciência ou crença, no andamento dos projetos a que se referem esta Lei. Art.
40. Constitui crime, punível com reclusão de dois a seis meses e multa de vinte por
cento do valor do projeto, obter redução do Imposto sobre a Renda utilizando-se
fraudulentamente de qualquer benefício desta Lei. § 1º No caso de pessoa jurídica
respondem pelo crime o acionista controlador e os administradores que para ele
tenham concorrido. § 2º Na mesma pena incorre aquele que, recebendo recursos,
bens ou valores em função desta Lei, deixe de promover, sem justa causa, atividade
cultural objeto do incentivo. Art. 41. O Poder Executivo, no prazo de sessenta dias,
regulamentará a presente Lei. Art. 42. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Art.
43.
Revogam-se
Fernando Collor
as
disposições
em
Jarbas Passarinho
contrário.
83
Ribeiro, Larissa Verônica Moreira
O processo de marketing na Biblioteca Ferreira Gullar do
Centro de Criatividade Odylo Costa, filho. /Larissa Verônica Moreira
Ribeiro. – São Luís, 2010.
82 f.:il.
Monografia (Graduação em Biblioteconomia) – Curso de
Biblioteconomia, Universidade Federal do Maranhão, 2010.
1. Marketing – Biblioteca. 2. Biblioteca Ferreira Gullar –
Ferramentas do Marketing. I. Título.
CDU 027 : 658.8
CDU 028.2-056.37
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