Resumo registrado no evento sob nº 574 ISSN 1807-3441 Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO 17 a 20 de outubro de 2006 A CRÍTICA DE VOLTAIRE À NOÇÃO DE “MELHOR MUNDO POSSÍVEL” DE GOTTFRIED WILHELM VON LEIBNIZ EMERSON LUIZ RODRIGUES [email protected] Orientador Prof. DARLAN FACCIN WEIDE Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) Palavras-chave: VOLTAIRE, FILOSOFIA, ILUMINISMO Grande Área: Ciências Humanas Área: Filosofia Este texto procura mostrar a crítica que Voltaire (1694-1778)faz à noção de melhor mundo possível de Leibniz (1646-1716). Segundo Voltaire, a noção Leibniziana implica na consequência de que tudo neste mundo se justifica. Por via de uma leitura da obra de Voltaire - Cândido ou O Otimismo -, obra prima da literatura e da filosofia iluminista, constata-se que, Voltaire critica o otimismo de uma forma mais ampla, mas vê na noção de Leibniz um otimismo determinista, que afirma tudo estar necessariamente ligado e ordenado para o melhor. Ademais, que este é o melhor dos mundos possíveis. Com efeito, é precisamente sobre este ponto que Voltaire faz pesar a sua mordaz e irônica crítica. Ele discorda explicitamente da proposição Leibniziana que alega não existir efeito sem causa, ressaltando a implicação da aceitação passiva de todos os infortúnios que possam acometer a humanidade. Analisando atentamente a obra de Voltaire, observamos que, da tragédia à comédia, ele em nenhum momento deixa de combater a idéia de que neste melhor dos mundos possíveis tudo é feito por um fim. Contudo,Voltaire afirma que este não é o pior dos mundos possíveis, mas também, não é o melhor dos mundos possíveis. Conclui-se que, para Voltaire, nem tudo é mal e nem tudo é bom. O mundo está cheio de problemas, e a atitude de aceitar de forma otimista que as tragédias, as guerras, as opressões, a intolerância, a superstição cega, a arbitrariedade e todo tipo de estupidez seja algo necessário para a ordem das coisas, não seria a melhor forma para tornar este mundo melhor, ou, pelo menos, para que ele não se torne pior do que está. Esta é a crítica de Voltaire ao otimismo como noção de melhor mundo possível de Leibniz, sobre o que nos propomos a explicitar.