SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA SOBRATI MESTRADO EM TERAPIA INTENSIVA OS FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS QUE CONTRIBUEM PARA ÚLCERA POR PRESSÃO NO CENTRO DE TERAPIA INTENSIVA Orientadora: Enfermeira Verônica Siqueira da Rocha Queiroz Co-orientadores: Doutor Douglas Ferrari Carneiro e Enfermeira Marlene Siqueira Rocha Queiroz Mestranda: Leidi Daiana Duarte de Oliveira Rio de Janeiro 2013 RESUMO A úlcera por pressão ainda é considerada um problema grave, especialmente em pessoas idosas e nas situações de adoecimento crônicodegenerativo. Menegon et.al (2007) a úlcera por pressão (UP) é qualquer alteração da integridade da pele decorrente da compressão não aliviada de tecidos moles entre uma proeminência óssea e uma superfície dura, sendo uma complicação frequente em pacientes graves e tem grande impacto sobre sua recuperação e qualidade de vida. O objetivo do estudo consistiu de Identificar os fatores intrínsecos e extrínsecos que contribuem para a formação de úlcera por pressão no centro de terapia intensiva; Incentivar a prevenção da úlcera por pressão para evitar o agravamento . O presente estudo consistiu de uma pesquisa revisão levantamento descritivo bibliográfico sobre os fatores intrínsecos e extrínsecos que contribuem para úlcera por pressão no centro de terapia intensiva .Os periódicos pertinentes ao tema foram extraídos em bases de dados LILACS, SCIELO, MEDLINE, livros e textos no período de 2002 a 2013. Concluiu-se que a prevenção da ocorrência da úlcera requer melhor compreensão dos profissionais sobre todos os aspectos que envolvem o seu desenvolvimento, assim como atitudes para um cuidar com a adoção das práticas recomendadas, incluindo a busca de recursos adequados. Diversas estratégias podem ser utilizadas para melhorar o nível de conhecimento dos profissionais, entretanto torna-se necessário identificar as barreiras pessoais e institucionais que dificultam o atendimento a esta meta. Palavras-chave: Centro de Terapia Intensiva; Úlcera por enfermagem. pressão; Cuidados de ABSTRACT A pressure ulcer is still considered a serious problem, especially in elderly people and in situations of chronic - degenerative. MENEGON etal 2007 to pressure ulcers (PU) is any change in the integrity of the skin resulting from unrelieved compression of soft tissue between a bony prominence and a hard surface , is a frequent complication in critically ill patients and has great impact on their recovery and quality of life. The aim of the study was to identify the intrinsic and extrinsic factors that contribute to the formation of pressure ulcers in intensive care unit; encourage the prevention of pressure ulcers to avoid the aggravation. This study consisted of a descriptive survey research review literature on intrinsic and extrinsic factors that contribute to pressure ulcers in intensive care unit . Journals relevant to the topic were extracted in LILACS, SCIELO, MEDLINE, books and texts in from 2002 to 2013. Concluiu that preventing the occurrence of ulcers requires better understanding of the professionals on all aspects involving its development , as well as attitudes to caring for the adoption of best practices , including the search for adequate resources . Several strategies can be used to improve the level of professional knowledge , however it is necessary to identify the personal and institutional barriers that hinder the fulfillment of this goal . Keywords: Intensive Care Unit; Pressure ulcer; Nursing . 1. Introdução Úlcera por pressão ou úlcera de decúbito é definida como qualquer lesão causada por pressão não aliviada que resulta em danos nos tecidos subjacentes (tecido subcutâneo, músculo, articulações e ossos). As úlceras por pressão geralmente ocorrem nas regiões de proeminências ósseas principalmente no sacro, grande trocânter, calcanhares, maléolos e cotovelos e são graduadas em estágios I, II, III e IV para classificar o grau de danos observados nos tecidos. A etiologia da úlcera por pressão é multifatorial e depende de fatores de riscos extrínsecos e intrínsecos. O seu desenvolvimento implica em sobrecargas físicas, emocionais e sociais para os pacientes e suas famílias, reduzindo consequentemente a qualidade de vida e aumentando os custos dos serviços de saúde, ocasionados pelos longos períodos de hospitalização e maiores índices de morbidade e mortalidade. A equipe de enfermagem em geral e seu posicionamento leva ao paciente a possibilidade de prevenção e o tratamento destas ulcerações e contribuindo para sua recuperação. Onde a atuação de sucesso só se deve a bom senso de profissionais com mais experiência e/ou dedicados. 2. Objetivos Identificar os fatores intrínsecos e extrínsecos que contribuem para formação de úlcera por pressão no centro de terapia intensiva. Incentivar a prevenção da úlcera por pressão para evitar o agravamento. 3. Metodologia Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, realizada com base na identificação e fichamento de artigos publicados e acessado via meio eletrônicos (site) e revistas entre outros.Os periódicos pertinentes ao tema foram extraídos em bases de dados LILACS, SCIELO, MEDLINE, livros e textos no período de 2002 a 2013. Este estudo tem por finalidade proporcionar mais familiaridade com os fatores intrínsecos e extrínsecos que causam o aparecimento de ulceras por pressão e foram usados como descritores os cuidados de enfermagem na prevenção de ulceras por pressão e fatores extrínsecos e intrínsecos. 4. Desenvolvimento Segundo MALAGUTTI et.al (2010) a pressão exercida sobre o tecido (pele), por ação gravitacional ocasiona a interrupção do fluxo sanguineo do paciente que se dispõem em uma mesma posição ao longo de horas. Esta pressão é o determinante para o inicio da ulceração, que quanto maior o tempo da pressão maior o risco, ou seja, persistindo a pressão pode evoluir para a isquemia atingindo tecidos subcutâneos, tecidos musculares e tecido ósseo. E a interrupção do fluxo sanguineo dos capilares dos tecidos moles ocasionar a hipóxia, evoluindo para a necrose. Nettina (2003) descreve como fatores geradores de ulcera por pressão: a pressão, a força de cisalhamento, o atrito e a umidade. Já Malagutte os classifica em fatores intrínsecos e extrínsecos e fatores de riscos. 4.1 Úlceras por pressão Ulceras por decúbito ou úlceras por pressão qualquer lesão de pele e/ou tecidos subcutâneos, causada pela carência proteica e pela compressão prolongada e persistente, comumente próximo à proeminência óssea, interrompendo o fluxo sanguíneo levando a necrose celular. Comumente relacionada a períodos prolongados de instituições de cuidados intensivos (CTI). (NETTINA, 2003) 4.2 Fatores geradores Uma pressão (algo em torno de 70mm Hg) imposta a aos tecidos por mais de duas horas pode leva-los a destruição. O atrito contribui para a dilaceração do extrato córneo. A foça de cisalhamento é mais comum na região sacral onde rompe com maior facilidade os capilares devido ao deslizamento das superfícies adjacentes. E a umidade provoca uma maceração do epitélio, agravando assim as ulceras. (NETINA, 2003) 4.3 Fatores extrínsecos e fatores intrínsecos Dentre os fatores extrínsecos estão o cisalhamento, a pressão e a fricção individualmente ou combinação. Já entre os fatores intrínsecos estão o estado nutricional do paciente, a idade, a mobilidade, a incontinência fecal do paciente, a umidade e a temperatura. Estes fatores interferem na capacidade da resistência tissular e nas interferências dos agentes causais externos relacionados às úlceras de pressão. (MALAGUTTI; KAKIHARA, 2010) 4.4 Estágios da Ulcera por Pressão Segundo Malagutte (2010) a úlcera por pressão é a mais comum alteração que acontece nos pacientes submetidos ao longo período de decúbito. Diminuição de mobilidade, diminuição de atividade e de percepção sensorial, associada ao aumento de umidade, fricção, cisalhamento, má nutrição tecidual, idade avançada, diminuição da pressão arteriolar, edema, stress emocional, fumo e temperatura da pele podem predispor à formação de úlceras de pressão. Grau I: Resposta Aguda inflamatória limitada à epiderme, área irregular de eritema (não embranquece após remoção da pressão), insensibilidade ou ulceração superficial, geralmente sobre uma proeminência óssea. (Evitar pressão, umidade e maiores danos). Grau II – Extensão da resposta inflamatória aguda na junção da gordura subcutânea, semelhante a uma úlcera de superfície com pontos mais distintos, abrasão, fibrose precoce e mudanças de pigmentação. (Manter cuidados anteriores, providenciar cuidados intensivos). Grau III – Úlcera estendendo-se através da gordura subcutânea, limitada por fáscia profunda, base da úlcera infectada, geralmente com odor fétido e necrosado. (Necessário retirar tecido necrosado, cultura do ferimento, utilizar antimicrobiais tópicos, curativo). Grau IV – Úlcera através da fáscia profunda, tornando o osso visível na base da úlcera. Podem estar presentes osteomielite e artrite séptica. (Necessário retirar tecido para biópsia e cultura, uso de antimicrobiais sistêmicos, possível intervenção cirúrgica). 4.5 Prevenção das úlceras por pressão O caráter preventivo e sua prática diária na detecção precoce e para evitar o surgimento de úlceras por pressão e as intervenções de enfermagem relacionadas com a prevenção devem abordar aspectos como: cuidados com a integridade da pele, o uso de emolientes para hidratação, utilização de dispositivos para incontinência urinária e reeducação vesical, posicionamento no leito, cuidados higiênicos, alimentação rica em vitaminas e proteínas aos primeiros sinais de úlcera por pressão de acordo com a idade e condição clínica de cada paciente. A escala de Braden apresenta confiabilidade (sensibilidade e especificidade) na prevenção de riscos para o desenvolvimento de UP. Fornece seis paramentos para avaliação, também chamado de sub-escala: 1)percepção sensorial; 2)umidade; 3)atividade; 4) mobilidade; 5) nutrição; 6) fricção e cisalhamento. Cada Sub-escala tem uma pontuação que varia de 1 a 4, somente fricção e cisalhamento são pontuação de 1 a 3. A soma total fica entre 6 à 23. Quanto maior a pontuação final, menor será o risco de desenvolvimento de UP. As intervenções de enfermagem devem ser reforçadas como a mobilização no leito, equipe multiprofissional interagindo no planejamento das atividades educativas, cuidar da dor, elevação da cabeceira da cama até 30°, elaboração de programas de reabilitação de clientes com lesão medular, realização de pesquisas de enfermagem abordando fatores de risco, prevenção e novas terapias nas úlceras por pressão, conhecimento da prevalência das úlceras em hospitais gerais e uso de novas tecnologias na prevenção e tratamento, adaptar protocolo de acordo com a instituição. 4.6 Tratamento das úlceras por pressão O tratamento das úlceras por pressão merece atenção individualizada, embasada no conhecimento científico, evidências, estudos e novas abordagens baseadas no trabalho em equipe e acompanhamento intensivo. Os passos descritos por Nettina (2003) são: 1) Alivio da pressão por meio do reposicionamento do paciente a cada duas horas e evitar elevar o leito a ângulo superior a 30º. Usar meios de acolchoar áreas especifica como anéis de flotação, almofadas de lã, colchões de caixa de ovo, meias entre outros e em meios gerais, o uso de colchão com pressão alternante ou de ar serve tanto a tratamento como a prevenção das ulceras por pressão. Induzir ao deslocamento frequente de peso e elevação dos quadris (em caso de sentados) assim como o máximo de atividades e deambulação. 2) Limpar e debridar o ferimento com soro fisiológico e desinfetar aplicando pomadas com enzimas e curativos úmido-seco. 3) Tratar infecção local com antibióticos tópicos pois são comumente colonizadas por bactérias. 4) Cobrir o curativo, isso evita a ruptura das células epiteliais, dê preferencia aos que absorvam o exsudato e sejam permeáveis ao oxigênio. Quando o quadro anterior não funcionar o debridamento cirúrgico deve ser considerado. Diante de lesões em estágios avançados com risco de graves complicações para o paciente, as modalidades mais comuns são o enxerto de pele, debridamento e reconstrução plástica, procedimentos que necessitam de suporte pós-operatório e controle de infecção a limpeza da lesão, utilização de soluções, pomadas, curativos industrializados e terapias coadjuvantes. (MALAGUTTI; KAKIHARA, 2010) 4.7 Profissional de Saúde Segundo Malagutti, org.(2010) apesar de toda atualização em equipamentos e material, da melhoria de recursos (quantitativo) humanos não houve alteração significativa na taxa de ulceras por pressão, que ainda continua elevada. Afirma ainda, que todo o tratamento é complexo, onde se depende primordialmente da experiência profissional. As ulceras por pressão são consideradas, por alguns autores como indicador negativo da qualidade do serviço de assistência de enfermagem, onde a manutenção e integridade da pele é responsabilidade da equipe de enfermagem. Quando os profissionais se voltam principal, ou inteiramente a recuperação se torna então, um indicador negativo deste serviço. A prevenção se torna palavra de ordem, onde o primeiro passo é o levantamento e reconhecimento de todos os pacientes em ricos e trabalha-los com ações simples (2.1.3) menos onerosas que os tratamentos das lesões e suas possíveis complicações, como osteomielite e cirurgias plásticas. (MALAGUTTI, et. al. 2010) Não há um quantitativo formal de relatos de casos de ulceras por pressão, no Brasil. Os únicos registros referentes estão relacionados aos pacientes dos Centros de Terapias Intensivas e pacientes institucionalizados. Neste segmento torna-se necessário o calculo e aprimoramento de pesquisas e ações que gerem recursos de parâmetros legais de ações para os profissionais de saúde. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo procurou-se conhecer melhor os fatores de ricos intrínsecos e extrínsecos a realidade dos profissionais de enfermagem e a deficiência dos recursos de materiais e a falta de protocolos específicos para a prevenção e tratamento de ulceras por pressão, assim como as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de enfermagem na assistência e tratamentos de qualidade aos casos de ulceras por pressão. Visto que a prevenção apesar de abordar medidas simples exige que os profissionais de saúde e ‘cuidadores’ estejam atentos aos fatores de riscos que, em poucas horas podem levar ao desenvolvimento dessas lesões em pacientes hospitalizados. Acredita-se que a implementação de programas educacionais voltados para os profissionais de saúde, gestores e educadores deve ser vista como ferramenta importante para a melhoria da qualidade da assistência aos casos de ulceras por pressão, pois o conhecimento acerca do problema e seus fatores de riscos podem contribuir satisfatoriamente para a redução da incidência de ulceras por pressão, evitando danos aos pacientes e custos hospitalares. 6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002.Institui o Código Civil Brasileiro. Acesso em 01/10/2013. Disponível em:http://www.presidencia.gov.br CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução COFEN nº 311/2007. Aprova a Reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Acesso em 03/10/2013.Disponível em: URL: http://corensp.org.br CRAVEN RF, HIRNLE CJ. Fundamentos de enfermagem: saúde e funções humanas. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. DEALEY C. 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