A INTEGRAÇÃO ENTRE A CARACTERÍSTICA PLANEJAMENTO MOTIVACIONAL EFICIENTE DO NEGÓCIO E UM JOSÉ CARLOS SARDINHA & REGINA LÚCIA LEMOS LEITE SARDINHA Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Av. Marques de São Vicente 225 – Gávea CEP 22453-900 Rio de Janeiro – RJ Telefone : (021) 2392993 e-mail : [email protected] [email protected] [email protected] RESUMO Este trabalho tem como objetivo propor uma maior integração entre as características do negócio de uma empresa e os motivos psicológicos a serem utilizados nos indivíduos para maior motivação. A escolha do tipo de ferramenta motivacional a ser utilizada deverá depender não somente da população a que o negócio se dedica, mas também das características dominantes da empresas. RESUME This paper aims to generate a better integration bettween the psycologics reasons that motivate human beings in a organization and business framework. The kind of motivation choise should depend either on the population as well as in the business framework (or caracteristics) ÁREA TEMÁTICA : Competências Humanas INTRODUÇÃO Autores sobre a matéria de sistemas de controle afirmam que o controle será eficiente quando os objetivos organizacionais são congruente com os indivíduos (Antony and Govindarajan,1998,p.7). A criação de objetivos congruentes envolvem muitos fatores, entre eles há : forte liderança organizacional, satisfação com trabalho, recompensa financeira apropriada, oportunidades para desenvolvimento pessoal e ambiente no trabalho que apoia os esforços profissionais (Atkinson, et al.,p.576) Um exemplo bastante famoso intitulado “A Arca de Noé” pode ilustrar a afirmação acima ….’Um dia Absalão andava pela ravina imerso em seus pensamentos que o levava a insatisfação que se abatia sobre ele em relação a sua vida, a sua idade, a falta de atenção das pessoas para com ele, quando de repente uma nuvem de fumaça apareceu, acompanhada de uma voz tonitruante: - ABSALÃO! - chamou a voz Só podia ser o criados, pensou Absalão apavorado e era… - Absalão ! não estou contente com os homens, estão politizados, guerreiam entre si e só defendem interesses pessoais. O trinômio Adão – EVA – Serpente, deu nisso aí … farei chover por 40 dias e noites até cobrir a terra de água. Isso será conhecido como “o Dilúvio” vou matar todo o mundo, mas quero uma nova humanidade, nascida de um homem inteligente, prático e com objetivos. Vá e construa um barco para você e sua família e coloque dentro um casal de cada ser vivo. Você terá 4 meses para este empreendimento. Meu contato com você será doravante o arcanjo Gabriel, que costumam chamar de “ministro de Deus” – e a voz sumiu Quatro meses se passaram e Absalão conseguiu organizar o empreendimento, que possuía, departamento de pessoal, de treinamento, de recrutamento e tudo mais a que um grande empreendimento deve possuir , mas conseguiu não chegar ao objetivo, construir um barco. Então Absalã o pediu um aumento de prazo conseguindo mais 5 dias improrrogáveis. Naturalmente de nada serviu a dilatação do prazo, o barco não foi construído pelo empreendimento.. Aparentemente é fácil criticar e discutir o caso, difícil é determinar os problemas que levaram ao fracasso assim como definir as possíveis variáveis de sucesso. Sob o ponto de vista de controle, podemos mencionar que no caso acima não foi desenvolvido um sistema de controle adequado ao negócio. Um sistema de controle induzisse ou motivasse de forma congruente os objetivos pessoais com o negócio Durante séculos filósofos , teólogos e psicólogos debateram sobre a natureza do homem, na tentativa de responder perguntas importantes como “O que faz com que o indivíduo se movimente desta ou daquela maneira ?” “ O que faz com que um indivíduo escolha este determinado comportamento em detrimento de outro ?” “Por que um determinado estímulo é capaz de movimentar um indivíduo, mas não a outro ? “ A tentativa de resposta a estas perguntas se modificaram ao longo deste século, diversas teorias científicas foram elaboradas sem que conseguíssemos alcançar uma unanimidade da definição do que se chamou MOTIVAÇÃO. Este conceito é bastante complexo principalmente quando nos referimos a organizações onde diversas variáveis devem ser levadas em consideração, estejam elas dentro ou fora 1 das organizações. A motivação é considerada como um fator importante , mas na aplicação prática há diferenças e problemas a serem observados. A escolha de uma ou outro modelo motivacional a ser aplicado em uma empresa dependerá exclusivamente do objetivo , da população a que se refere, e até ao tipo de negócio a que se dedica (tanto dentro quanto fora da organização) Neste trabalho tentaremos mostrar por que a escolha do sistema de controle tem de estar em consonância com o negócio, que por sua vez tem de Ter concordância com a abordagem motivacional a ser utilizada. OS SISTEMAS DE CONTROLE EM UMA ORGANIZAÇÃO : UMA VISÃO QUANTO A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Uma empresa pode ser analisada em sua estrutura organizacional em função do objetivo de cada centro de responsabilidade (i.e, departamento, seção, etc.), assim como estes objetivos variam, a utilização de um ou outro “modelo” motivacional deve ser levado em consideração. Para melhor explicarmos estas diferenças, é fundamental que entendamos esta análise de forma objetiva, observando a importância dos diversos centros de responsabilidades, dos tipos de orçamentos e dos sistemas de controle a serem utilizados pela empresa em suas diversas áreas. Na realidade uma organização é uma coleção de centros de responsabilidade, cada um deles representando uma "caixa" no organograma. Esses centros de responsabilidade são estruturados de forma hierárquica. Em níveis hierárquicos mais baixo de uma empresa há centro de responsabilidade por seção, por turno de trabalho, por célula, ou outra unidade organizacional pequena; em níveis elevados há departamentos, divisões, etc. Do ponto de vista do presidente, a companhia como um todo é seu centro de responsabilidade. Um centro de responsabilidade existe para realizar um ou mais objetivos. Espera-se que os objetivos de um centro de responsabilidade tenham por fim ajudar alcançar os objetivos globais da companhia. Para operar qualquer centro de responsabilidade utiliza-se insumos, que podem ser: quantidades físicas de materiais, horas de vários tipos de mão-deobra, equipamentos, outros tipos de ativos e uma imensa variedade de serviços. Como resultado, produz bens, que podem ser denominados como serviços, se o bem for intangível, ou produtos, se o bem for tangível. Presumivelmente, os resultados do centro de responsabilidade devem ser consistentes com seus objetivos. Os produtos ou serviços produzidos por um centro de responsabilidade são supridos à outro centro de responsabilidade ou ao mundo externo. No primeiro caso, são insumos para outro centro de responsabilidade; no segundo, são os resultados da empresa - expresso, como vendas. A receita da organização é obtida com a venda desses bens aos clientes. No processo orçamentário é conveniente traduzir os valores desses insumos em unidades monetárias. O valor monetário fornece um denominador comum que permite combinar recursos individuais e gera uma percepção subjetiva na avaliação quanto sua aquisição, isso é, se o valor do insumo é caro, razoável ou barato. Em resumo, esses valores são expressos como despesas; despesas são medidas monetárias de recursos empregados aos centros de responsabilidade. Os orçamentos de despesas podem ser divididos em dois tipos: (Anthony, Dearden, and Beford, 1989, p. 450) 1. Orçamentos de despesas de engenharia: donde os resultados dos centros de responsabilidade são mensuráveis de forma objetiva. Há, obrigatoriamente, uma relação entre os resultados do centro de responsabilidade com a demanda de seus insumos. 2 2. Orçamentos de despesas discricionárias: donde os resultados dos centros de responsabilidade não podem ser mensurados de forma objetiva. Os resultados obtidos por esses centros de responsabilidade não, obrigatoriamente, tem relação direta com os gastos em seus insumos. Empresas manufatureiras são típicas por possuírem centros de responsabilidade com resultados mensuráveis de forma objetiva, como os setores de produção. A base para o orçamento da produção é o sistema de custo padrão, razão pela qual esses setores são, também, conhecidos como centros de custos padrão. A determinação desses valores padrões constituem aqueles que irão compor as equações do orçamento flexível, ferramenta de controle para setores com características dos setores produtivos. Estas informações representam a eficiência operacional esperada e, ao serem ajustadas ao nível de atividade efetivamente incorrida, servem como base para comparar aos gastos reais, destacando possíveis níveis de problemas. Esses possíveis problemas são apresentados através das variações entre os valores reais e os padrões ajustados aos níveis de atividade efetivamente incorrida. O orçamento flexível possui duas características. A primeira, serve para mensurar eficiência. Variação, positiva ou negativa, significa que o padrão estabelecido não foi atingido. Esta informação não quer dizer necessariamente que o fato de não alcançar o padrão é culpa do gerente operacional. Entretanto, é um sinal de que a expectativa operacional não foi atingida, mostrando mais detalhadamente fontes de problemas, tentando mostrar porque os resultados esperados do Demonstrativos de Resultados não foram atingidos. A segunda, permite que o gerente operacional tenha uma atitude comportamental mais favorável ao controle, porque as variações de performance são ajustadas ao nível de atividade incorrida, gerando um valor do item a ser controlado mais confiável. Por exemplo, o custo do material direto A é $3,00/kg., o padrão de produção diz que para cada unidade produzida deverá consumir 5kg do material direto A. O orçamento geral planejava uma produção de 900 unidades, mas devido a uma demanda de vendas produziu-se 1.000 unidades. Portanto, o valor que deverá servir de base para controlar a operação deverá ser $15.000 ($15/kg x 1.000 unid.) e não $13.500 ($15/kg x 900 unid.) que se encontra no orçamento. Neste caso, o valor efetivamente gasto na produção com o material direto A será confrontado com $15.000, mensurando a eficiência operacional. Em resumo, o gerente de um centro de custo padrão é avaliado por comparar quão próximo ele mantém os custos reais dos custos padrão. O padrão pode ser definido como um marco (benchmark ) ou "norma" para mensurar performance. As diferenças apresentadas são motivos para direcionar a atenção gerencial para o problema, permitindo focar seus esforços para os pontos que não atingem os padrões estabelecidos. Este processo é conhecido como gerência por exceção (Garrison R., 1988, p.383). Os resultados de algumas unidades organizacionais, contudo, não podem ser mensurados em termos monetários. Essas são, principalmente, unidades de apoio gerencial (como: jurídico, relação industrial, treinamento, etc.), unidades de pesquisa e de desenvolvimento de produtos e alguns tipos de atividade de marketing. Como, por definição, a eficácia e eficiência desses centros de responsabilidade (isso é, seus resultados) não podem ser mensuradas em termos monetários, o controle monetário é expresso somente para as despesas. A relação das despesas a incorrer não está explicitamente relacionada com os resultados que se pretende atingir, tal qual um centro de custo padrão. A decisão de quanto se irá gastar em cada item de despesa da unidade fica à discrição gerencial. Seu valor pode, também, variar à sua discrição; não há uma forma confiavel que decida o valor "correto" das despesas. Esses centros de responsabilidade são denominados centros de custo discricionário. 3 O horizonte de planejamento de um centro de custo discricionário é, razoavelmente, de curto prazo - usualmente, um ano. Além do mais, sob certas circunstâncias, é possível reduzir gastos dessas unidades com prejuízo mínimo a longo prazo. Por exemplo, uma firma planeja despender US$50.000 no ano em um programa de pesquisa de mercado, mas por razão de recessão na economia e de quedas em suas vendas, esta despesa pode ser reduzida neste ano. Embora alguma conseqüência desfavorável possa resultar desse corte, esta será menor que economias feitas por vender parte de sua fábrica, reduzindo sua capacidade produtiva. O processo de controle de um centro de custo discricionário inicia no orçamento anual que a gerência aprova. Decisão pode ser tomada em relação a um item de despesa: se continua, se aumenta, se diminui ou se descontinua. Subseqüentemente, as despesas reais são comparadas com as orçadas, mensurando a utilização dos insumos empregados pela unidade. Os resultados, contudo, não podem ser mensurados em termos monetários, não fornecendo uma mensuração completa de performance. Por não oferecer uma mensuração global, os termos monetários não podem ser empregados como bases para uma avaliação gerencial. Os termos monetários só irão motivar esses gerentes a manterem suas despesas conforme os valores orçados, sendo um fator motivacional incompleto. Gastar o valor projetado pode não significar que os objetivos foram alcançados. Por outro lado, gastar muito abaixo do orçado pode ser tão ruim ou pior do que gastar acima deste valor. O gerente da fábrica pode, a curto prazo, cortar as verbas de treinamento; o gerente de marketing pode reduzir as despesas com propaganda ou promoção de vendas. Nenhuma dessas ações irá ser do melhor interesse da organização a longo prazo, embora todas reduzam custos no relatório de performance relativo ao período orçamentário. (Anthony and Govindarajan, 1998, cap. 4) Até então falamos sobre despesas, há contudo, receitas nas organizações e essas podem ter a performance mensurada através do centro de receita. Centro de receita é da responsabilidade do setor de vendas e esta unidade organizacional deverá vender produtos conforme a projeção orçamentária. O orçamento flexível mostra qual a porção da diferença entre o lucro real e o projetado é devido porque as vendas reais foram diferentes das projetadas ou porque as decisões internas na organização foram diferente das projetadas. Em resumo, o orçamento flexível mostra qual o efeito entre o lucro projetado e o real é da responsabilidade das vendas. (Horngren, Sundem and Selto, 1993, cap. 8). Em resumo, os fatores motivacionais sob a responsabilidade de vendas se assemelham aos dos centros de custo padrão. O sistema de controle tem como principal finalidade motivar e inspirar pessoas a realizarem atividades organizacionais que estarão em confronto com os objetivos organizacionais. Para conseguir este intento, o desenhista do sistema utiliza-se da forma com que a organização é estruturada (organograma), da autoridade e responsabilidade delegada aos responsáveis dos centros de responsabilidade, das informações com as quais facilitarão a exercer o controle e dos processos que asseguram um conjunto de ações nas operações da organização a fim realizar seus objetivos. O foco do sistema de controle está nos programas (ou resultados) e nos centros de responsabilidade. Programas (ou resultados) são: produtos, linhas de produtos, esforços em pesquisas e desenvolvimento, conselhos legais, etc.; em outras palavras, são atividades empreendidas pela organização para atingir seus objetivos. Os centros de responsabilidade são unidades organizacionais sob a supervisão (ou responsabilidade) de um gerente, que, por sua vez, consomem recursos para obter programas (ou resultados). O desenhista (ou, projetista) do sistema de controle deve enfocar sempre os impactos motivacionais de determinado sistema, isto é, o método contábil (seja numérico ou não) deve induzir o responsável pelo 4 centro de responsabilidade a realizar os objetivos organizacionais, assim como restringir efeitos indesejáveis. O orçamento flexível, por exemplo, é uma ferramenta que tem por fim mensurar eficiência contra um padrão estabelecido, motivando o responsável a atingir o padrão definido. Sua performance é avaliada através das variações dos valores reais contra os padrões ajustados ao nível de atividade, razão pela qual este tipo de orçamento se ajusta a centros de despesas padrão. Nos centros de despesas discricionários, os programas (ou resultados) não podem ser mensurados em termos monetários, embora utilizem insumos que consumem recursos monetários. Normalmente, os responsáveis por esses tipos de centros são motivados por sua eficiência técnica, como a qualidade da propaganda ou do serviço de advocacia, etc. Esta qualidade deve ser estabelecida através de marcos (benchmarks), de preferência mensuráveis. Por exemplo, percentual de preferência de possíveis consumidores, posição no mercado, etc. Situações em que há dificuldade de obter medidas mensuráveis, a opinião de um especialista pode ser um meio substituto de medidas; empresas multinacionais costumam enviar seus auditores técnicos, como da área de sistema, para avaliar os serviços dessas respectivas áreas. Essas técnicas orçamentárias são úteis para os centros de responsabilidade organizados funcionalmente; em outras palavras, as funções produtoras e comercializadoras são separadas. Existe, contudo, situações em que essas duas funções são estabelecidas sob um único comando; neste caso, o sistema de controle é chamado de centro de lucro. Geralmente, a decisão de que uma unidade organizacional opere como um centro de lucro é porque desejase delegar mais autoridade ao gerente operacional. Este gerente terá de tomar decisões que envolvem considerações de receitas e custos e seu objetivo será contrabalançar esses efeitos. Por exemplo, um gerente responsável somente pelo Setor de Marketing estará motivado a incorrer em despesas de promoção para maximizar vendas, enquanto o gerente de um centro de lucro incorrerá nessas despesas se maximizar o lucro. O gerente responsável por custos, como o de produção, poderá estar motivado a reduzir custos em detrimento à qualidade ou ao volume de vendas. O gerente responsável pelo lucro, por sua vez, estará motivado a aumentar custos se a margem de contribuição deste efeito for positiva. A mensuração de performance em um centro de lucro é mais compreensível, tanto para o responsável pela unidade como para seus superiores, reduzindo os detalhes informativos necessários aos outros tipos de sistemas de controle. Anthony et al menciona alguns detalhes ao relembrar sobre organização: (Anthony, Dearden and Bedford, 1989, p. 222): (1) a certos níveis, toda companhia é organizada funcionalmente; (2) a diferença entre organização funcional e centro de lucro é contínua, isto é, entre uma organização totalmente funcional e uma totalmente estruturada em centros de lucro existem todos os tipos de estrutura; e, (3) não existe segmento de negócio em que tenha sido delegada total combinações dessa duas formas de autoridade para gerar lucro, o grau em que a autoridade é delegada difere entre negócios. VISÃO PSICOLÓGICA Em psicologia o conceito de motivação é um tema de bastante controvérsia. Sabemos inclusive que muito psicólogos o eliminaria do tópico da psicologia geral. No entanto ela nos leva a considerar a verdadeira complexidade do homem com organismo bissocial. No geral, a grande maioria dos pressupostos básicos que apoiam as teorias voltadas à explicação da motivação do ser humano foram concebidas a partir de um conjunto de dados estatísticos e, por isso mesmo, abstratos, que tratam do perfil de cada amostra da população, mas não explicam, realmente, a maneira particular pela qual cada um dos componentes desse grupo leva de sua existência de se humano. (Bergamini, 1990). 5 Motivos específicos devem ser considerados para um entendimento do comportamento determinado como motivação já que estes são as forças motivacionais que levam o indivíduo a se comportar . Motivo para realização – é a força que algumas pessoas têm para vencer desafios e obstáculos na busca de objetivos. Para as pessoas que possuem este tipo de impulso a realização é importante por si mesma independente das recompensas que possam acompanhá-la, elas tendem a procurar trabalhar com pessoas tecnicamente capazes sem se importarem muito com sentimentos pessoais O desenvolvimento do motivo para realização parece depender dos pais, e da ênfase que estes dão a este gênero de coisa. As idéias de McLelland e colaboradores tem como base a teoria de FREUD que afirma a importância da ligação pai e filho e valoriza o passado como determinador de muitos comportamentos. Apesar de diversos autores citarem e até afirmarem a importância da individualidade no processo motivacional, poucos são os que trilham objetivamente quais são os caminhos necessários para se manter um grupo motivado pelo maior tempo possível, principalmente quando falarmos em grupos com nível intelectual mais elevado. A este respeito Handy (1975) propõe : “Se pudéssemos compreender, e não prever os modos como os indivíduos são motivados, poderíamos influenciá-los, alterando os componentes desse processo de motivação. Tal compreensão poderia certamente levar à obtenção de grande poder, uma vez que permitiria o controle do comportamento sem armadilhas visíveis e impopulares de controle…..”(p.27) Motivos Sociais ou de Afiliação – é o impulso para o relacionamento com pessoas em bases sociais, as pessoas que possuem este tipo de impulso tendem a utilizar as relações sociais como alicerce as suas necessidades mais determinantes. O desenvolvimento deste conceito em psicologia foi estudado por diversos autores, tais como FREUD e ALLPORT que tentaram explicar estes comportamentos de acordo com as idéias de suas teorias. Freud - afirmava que o que unia as pessoas eram os sentimentos sexuais, e que membros de um grupo derivam da situação familiar, isto é, a ligação líder x adeptos refere-se a relação pai x filho e a dedicação dos componentes do grupo da relação entre irmãos (esta visão paternalista vigorou por muito tempo) ( Murray,1973, p.136) Esta visão de motivação como impulso social foi amplamente desenvolvida e estudada pela administração ao longo de seu desenvolvimento ajudando a ampliar os horizontes para sua utilização dentro da empresa. Motivos homeostáticos - é o impulso que a pessoa tem em procurar o seu equilíbrio interno. Assim como o corpo precisa manter o estado de equilíbrio em sua funções, mesmo na presença de variáveis adversas, também o estado interno tende a utilizar-se de diversos mecanismos homeostáticos a fim de remediar qualquer desequilíbrio interno. A busca incessante deste equilíbrio interno é a manutenção do estado motivacional com base no entendimento desta visão como fator mantenedor da motivação. A origem deste impulsos podem advir de aprendizagens anteriores ou de qualquer variação do equilíbrio externo vivenciado pelo indivíduo 6 Uma vez que se admita o caráter individual da motivação deve-se abandonar as teorias estatísticas etc. admitindo que a atenção maior deva ser dada ao movimento interno. Mas será que em determinados momentos para empresa não seria útil a utilização de dimensões extrínsecas para a modificação de determinado comportamento em um curto espaço de tempo ? Será que há um modelo ideal para cada empresa ? Que importância tem os motivos acima citados ? Dois modelos tradicionais utilizados pela administração para explicar a importância da motivação nas empresas ajudam a elucidar essas questões. MODELOS MOTIVACIONAIS Modelo da expectativa (VROOM e outros) Este modelo motivacional utiliza da teoria da expectativa. O modelo de expectativa, que declara: “…motivação é a conseqüência dos resultados que uma pessoa busca e sua estimativa de que a ação conduzirá aos resultados desejados” (Werther,k. & Davis, 1983, p.304). Em outras palavras, se uma pessoa deseja muito alguma coisa, e se ela percebe o caminho propício, ela irá em direção ao que deseja. Segundo esta teoria a força de preferência com que uma pessoa escolhe um ou outro resultado comportamental, é chamado de valência. Esta valência vai variar de –1 a +1, podendo haver resultados 0. A força da crença de que o seu ato levará a uma determinada conseqüência é chamada de expectativa., e esta vai variar de 0 a +1. Podemos então afirmar que a valência é o desejo e a expectativa. Expresso como a probabilidade de que seu movimento gerará alguma conseqüência. Portanto, quando a valência e a expectativa são multiplicados, ocorre então a motivação. A valência e a expectativa mostra, para a empresa, as necessidades e as percepções de seus funcionários, ajudando a manter o estado motivacional. Por exemplo, Luiz Rizzo, um atendente do laboratório de raio X, deseja muito uma promoção a técnico. Ao avaliar a situação, vê que os atuais técnicos têm antecedentes médicos ou técnicos. Já que ele não possui qualquer desses tipos de antecedentes, vê pouca probabilidade de promoção, e por isso não se sente motivado a tentar ser promovido. Infelizmente, o hospital procura técnicos e considera Luiz para treinamento, mas seus objetivos e os de Luiz não foram mutuamente comunicados e, por isso, ele permanece sem motivação .( Werther, W. & Davis,K. 1983 p.304) Modelo de modificação de comportamento ( SKINNER ) Este modelo e se baseia no trabalho desenvolvido por SKINNER (1975) que afirma ser o comportamento depende de conseqüências externas, que tendem a determinalo, utilizando a Lei do Efeito , esta lei afirma que todo comportamento que obtêm conseqüências favoráveis (reforço positivo) tendem a aumentar de freqüência. Segundo este modelo, o reforço pode ser dado de diferentes maneiras, com o objetivo de gerar esquemas de reforço capazes de modificar o comportamento. O reforço pode ser contínuo ou intermitente: (1) reforço contínuo - segue cada comportamento desejado e (2) reforço intermitente - não segue cada comportamento desejado. Os esquemas de reforço proposto, se utiliza de duas importantes variáveis de fácil manipulação, que são tempo e número de resposta. O tempo pode ser dividido em intervalo fixo ou variado: (1) intervalo fixo – sempre depois de um certo período de tempo determinado, e (2) intervalo variado – ocorre entre intervalos aleatórios. O número de resposta pode ser classificado em fixa e variável: (1) ela é fixa após um número de resposta constante, e (2) variável, quando o número de resposta não tem esquema previamente definido, será sempre considerado um número variado de respostas corretas. 7 A aplicação do modelo de modificação de comportamento é algo limitado. Há inúmeras dificuldades em sua aplicação, principalmente na escolha de um reforço correto para um comportamento específico. Apesar disto a conexão comportamento X reforço é bastante forte e a modificação do comportamento é um sucesso, principalmente quando a idéia é aumentar ou modificar um comportamento a curto prazo . Nas empresas, este modelo é utilizado com sucesso quando trabalhamos com produtos bem estruturado, tal qual a Arca de Noé. Por exemplo, a FIAT na fábrica italiana MIRAFIORI nos arredores de Turim, hoje a mais antiga fábrica produz por dia quase seis mil motores, quatro mil câmbios, duas mil toneladas de chapas e 2500 carros dos modelos PUNTO, PANDA, UNO e linhas convencionais. Nos três principais setores da fábrica, as linhas de montagem são divididas e Unidades de Tecnologia Elementar (UTE), pequenas "ilhas" onde cada etapa de produção é discutida entre operários e engenheiros. Nas UTE , qualquer idéia aprovada ,testada e reconhecida e seu autor premiado com ganhos no seu contracheque. Os operários treinados para montar 42 tipos diferentes de motores recebem diariamente uma ficha descrevendo a meta a atingir. A marca ideal é um motor acabado a cada oito minutos, mas aquele que conseguir monta-los mais rapidamente pode utilizar o tempo acumulado para lazer. A empresa ainda premia os que cometerem menos erros. (O GLOBO 14/05/95 reportagem sob o título “Fábrica da Fiat é laboratório para novas relações de trabalho A APLICAÇÃO DA VISÃO PSICOLÓGICA NAS EMPRESAS COM DIFERENTE TIPOS DE CARACTERÍSTICAS Empresas no mundo atual opera em uma estrutura complexa, quando de porte razoável exige alguma forma de descentralização, sendo quase impossível administra-la centralmente. Descentralizar significa delegar autoridade, propiciando a vantagem de resposta rápida ao problema local. Essa, também, reduz o tempo do executivo de alto escalão, liberando de decisões operacionais. Além do mais, a descentralização ajuda a desenvolver o talento gerencial do funcionário, permitindo que o trabalho do dia a dia seja mais interessante. (Kaplan and Atkinson, 1998, cap. 13) A descentralização, como vimos anteriormente pode tomar muitas formas: processos repetitivos, produzindo produtos ou serviços bem especificados, que podem ser gerenciados através de um centro de custo padrão. Esse processo é, também, valido para os responsáveis pela venda, isto é centro de receita. Setores donde os resultados (geralmente serviços prestados) não são facilmente mensurados ou não são casualmente ou deterministicamente relacionado com os insumos empregados, são geridos por um centro de custo discricionário. E, quando na descentralização é dada a responsabilidade de aquisição de insumos e vendas de produtos ou serviços, o centro de responsabilidade é conhecido como centro de lucro ou centro de investimento. Embora a descentralização é essencial quando uma empresa cresce, tornando suas operações complexas, esta introduz problemas inerentes a sua implantação. Os gerentes de cada unidade tem de ser avaliados através de medidas que capturem as conseqüências de suas decisões. Essas medidas, por sua vez, tem de estar em consonância com efeitos motivadores, sem a qual empresa está fadada ao insucesso. Com olhos nas idéias apresentadas aqui, poderemos observar que o conceito motivação não tem uma única teoria, ou uma visão definida como a mais adequada, mas que se utilizarmos as diversas visões psicológicas em consonância com a característica do centro de responsabilidade teremos uma maior probabilidade de melhores resultados. Assim sendo, faremos a seguir uma análise de como estas idéias se colocadas de forma contígua e adequada podem dar resultados expressivos. 8 Centro de Lucro Uma liberdade significativa ocorre quando um gerente de uma unidade tem poder decisório quanto a produção e venda de produtos. Nesta situação, decisões sobre quais produtos deverão ser produzidos, como produzi-los, qual o nível de qualidade, que preço cobrará por cada produto e qual o sistema de comercialização e de distribuição, serão de sua responsabilidade. O administrador terá de fazer decisão de “mix” de produto, além de determinar como os recursos de produção serão alocados aos vários produtos. Em resumo, este gerente estará numa posição de otimizar a performance do seu centro, fazendo um balanço entre preço, volume, qualidade e custo. Se o administrador não tem responsabilidade ou autoridade em determinar o nível de investimento em sua unidade, então a melhor medida a ser empregada para avaliar performance é o lucro. Muito embora, outras informações não financeiras devam ser utilizadas nessa avaliação. Essas unidades, em os gerentes tem uma liberdade bem ampla quanto à decisões operacionais é conhecida como centro de lucro. Quando o responsável pela unidade tem, além das responsabilidades descritas acima para o centro de lucro, a decisão quanto ao nível de capital de giro e de investimentos em ativos imobilizados, então a medida de performance é influenciada pela relação do resultado (lucro) com o investimento realizado (ativo). Em resumo, tanto o nível físico como financeiro dos ativos empregados na unidade são considerados na avaliação de performance. Informações como retorno sobre ativo ou o valor econômico adicionado são importantes na avaliação gerencial. Esse tipo de unidade é classificado como centro de investimento, que é um generalização dos centros de lucro. Como os efeitos geradores de motivações são muito semelhantes, nesse artigo referenciaremos aos dois como centro de lucro. Contratos de compensação à executivos, particularmente planos de incentivos e bônus, fornecem elementos motivadores importantes. Não há descentralização, a nível de centro de lucro ou centro de investimento, que não se explicite como os gerentes dessas unidades irão ser recompensados. Há vários planos de compensação encontrado na prática (vide, Anthony and Govindarajan, 1998, cap.12). Todos os planos empregados na prática possuem pontos fracos quanto a congruência que motiva os altos executivos e os acionistas. Na teoria, contudo, a principal perspectiva que nos fornece uma maneira sistemática sobre planos de compensação donde os contratos e incentivos são estabelecidos de tal forma que motivas indivíduos de forma congruente é a teoria do agente. Na prática, as dificuldades de determinar o que será incentivo para o alto executivo e que ao mesmo tempo esteja de acordo com os interesses da empresa, se inicia no momento em que um patrão (ou acionista) contrata um alto executivo para gerir sua empresa ou contratam diversos gerentes que atuam como diretores. Neste momento a existência de conflitos de interesses, por menores que sejam, sempre vão existir, e a tentativa do dono ou acionistas será a primeira vista de remunerar satisfatoriamente este alto executivo, para que ele mantenha-se "defendendo" a empresa, mas será que somente uma boa remuneração é suficiente para motivarem os altos executivos a tomarem ações de risco e momentaneamente diminuírem o lucro da empresa quando sua remuneração está ligada ao lucro dela ? (Kaplan and Atkinson, 1998, cap.13) Os fatores motivacionais explícitos estão correlacionados com os resultados econômicos - financeiros da empresa ou da unidade. Estes fatores tem como fonte os motivos chamados de homeostáticos que visam a busca do equilíbrio , no caso do equilíbrio interno. Os ditos motivos não estão diretamente ligados a incentivos por remuneração, mas admite ser este um componente do conjunto de estímulos a serem apresentados. 9 Nos centro de lucro, como o indivíduo tem sobre si a maior importância na avaliação da performance da empresa ou da unidade, são os estímulos intrínsecos os responsáveis pela maior ou menor motivação apresentada por membros deste grupo; quanto melhor for o resultado da empresa, melhor será a remuneração de seus altos executivos. Na verdade somente a utilização de estímulos intrínsecos juntamente com os extrínsecos puderam apresentar resultados favoráveis a qualquer planejamento. Um alto executivo para que possua um bom desempenho, maior criatividade e assertividade em suas ações não necessita estar constantemente sob a vigília dos acionistas ou dos donos do negócio, mas sim que estes procurem em cada um, quais valores são de maior importância e como a empresa pode transformar esta expectativa em realidade, em benefício da empresa e dos seus altos executivos. Os fatores motivacionais para os altos executivos são facilmente identificados em qualquer tipo de empresa: sempre focará nos resultados, procurando criar similaridade com os mesmos fatores dos acionistas. O problema que esses administradores “tem em mão” é o de motivar seus subordinados. Afinal de contas, esses funcionários é que irão implementar a estratégia. O ideal ao projetar um sistema de recompensa é distinguir cada centro de responsabilidade de acordo com suas características. A cada um desses deverá projetar os fatores motivacionais característicos. Por exemplo, setores que seu sucesso depende dos procedimento operacionais bem estruturados devem focar seus fatores motivacionais em medidas claras, como: tempo de produção, volume de vendas, custo do produto, etc. Nesse caso, a característica de sucesso pode ser denominada Centro de Custo Padrão. Do modo inverso, há setores, como futebol do Clube de Regatas Flamengo, cujo o sucesso independe de procedimentos operacionais bem estruturados; criatividade e genialidade é o “nome do jogo”. Esses dois extremos possuem centros de responsabilidade características divergentes ao seu negócio. Nessa situação, o foco motivador deverá sempre ser coerente com a característica do negócio. SETORES E EMPRESAS COM CARACTERÍSTICAS DE CENTRO DE CUSTO PADRÃO Empresas nas quais os produtos possuem uma relação explícita de causa e efeito quanto a demanda dos insumos podem ser caracterizadas como Centro de Custo Padrão. Por exemplo, estaleiro, construtora, montadora de automóveis, confecção (principalmente do tipo facção), etc. Podemos até dizer que a maioria das empresas industriais possuem essa característica. O importante é notar que o sucesso de uma organização com essa característica se deve aos sistemas de informações estruturados. Normalmente, a margem de lucro é pequena, os produtos encontram-se em fase de maturidade ou quando em fase de crescimento, próximo da fase de maturidade, os consumidores são sensíveis à preço. Em resumo, a empresa tem pouca margem para errar a demanda projetada e ao produzir tem de faze-lo de acordo com o projetado. Retornando ao exemplo dado no início deste trabalho “ Arca de Noé”, podemos dizer que esse é um estaleiro e uma vez vendido o produto, tal qual a encomenda de Senhor, boa parte do sucesso estará em produzir: (1) no tempo acordado com o cliente; (2) de acordo com a especificação definida na venda; e (3) dentro de custo orçado. Qualquer pessoa poderá inferir que se Absalão tivesse um sistema PERT que informasse os caminhos críticos, jamais colocaria os esforços da maneira que colocou em setores que não fossem o objetivo fim da organização. Passagem como a descrita a seguir provavelmente não ocorreria. “…O EMPREENDIMENTO crescia de vento em popa. As equipes de recrutamento e seleção já estavam em plena operação. As finanças já tinham um responsável... Absalão 10 partiu, com seu habitual dinamismo e logo adquiriu uma grande cabana de madeira, já com divisórias e tapetes e contratou imediatamente o pessoal de Zeladoria e Segurança, convidando alguns antigos conhecidos das forças de combate. Iniciou-se, assim, a operação em grande escala.” “Senhor Presidente, falou timidamente a graciosa recepcionista, está aqui o Dr. Noé com alguns desenhos e... ‘Minha filha, já lhe disse para não me interromper. Diga ao Dr. Noé que falo com ele após o almoço.’” Absalão continuou a entrevista com o futuro gerente de Material – Jacob....“ Material é uma área delicada; não tolerarei desvios de estoques e má especificação dos itens.” O esforço estaria na produção, isto é, nos funcionários, nas matérias primas, nos ativos, na programação, etc. da atividade fim. É natural que numa organização donde a margem de lucro, isto é preço menos custo produto, é pequena tem de haver controle. Os desperdícios podem consumir o lucro objetivado. Contudo, o esforço de Absalão não era dirigido para os objetivos do EMPREENDIMENTO. Noé ao procurar Absalão, como presidente, para resolver o problema da construção sempre encontrava problemas. “Sr. Presidente, desculpe-me interromper o seu descanso, mas o projeto já está pronto e as pessoas do GT-BAR ainda não foram nomeadas.” “…O material já está especificado, porém o laboratório ainda não emitiu o laudo de aprovação da madeira e não conseguiu os carpinteiros para o corte... Se o Sr. Presidente pudesse autorizar-me a trazer os carpinteiros conhecidos do povoado...” “Não se preocupe, Noé. Falarei amanhã com o DB, e passarei a contratação do pessoal. Você sabe, apesar de ser o Presidente, não posso mudar as normas da organização, autorizando diretamente seus carpinteiros. Se o fizesse, não precisaria deles. Da chefia vem o exemplo do cumprimento das normas. Não se preocupe que o EMPREENDIM ENTO está em mãos de profissionais – os melhores. Boa noite, Noé...” Noé afastou-se sem entender muito bem. Havia sido convidado para construir um barco. Agora estava às voltas com normas, instruções, exames de seleção.. No exemplo acima podemos enfatizar que o problema está na falta de conhecimento de Absalão quanto a construção de um barco. Acontece que em empresas do tipo de Centro de Custo Padrão se possuem sistemas de informações adequados e de confiabilidade para seus executivos, forçosamente ensinarão seus dirigentes a conhecerem seus negócios. A confiabilidade é um ponto importante, caso contrário a informação passará despercebida. No evento de tais elementos serem verdadeiros: se o sistema apontar que tal tarefa está com desvio desfavorável ao programado e se esta informação ocorre a tempo, o gerente, seja o Absalão ou outro qualquer, irá “brigar” para colocar o sistema dentro do programado. A ocorrência desses produtos acontecem através de setores ou células os quais possuem procedimentos bens def inidos. As premiações que induzem a motivação desses funcionários deverão ocorrer: (1) por terem criado um padrão mais eficiente; ou, (2) por terem produzido de acordo com o padrão. Confrontando com a visão psicológica e em uma análise mais profunda, podemos inferir que os fatores determinante da motivação está nos motivos sociais. Tal qual proposto por Allport ( em Murray ,1973), a motivação não deve estar direcionada ao indivíduo como pessoa única, mas a tarefa como ponto de referência do sucesso do grupo. Em resumo, o sistema de controle não deve ser “desenhado” para estimular uma pessoa específica, mas a tarefa que essa pessoa ou uma outra qualquer irá realizar. O sucesso da tarefa estimulará por sua vez a pessoa que a realizou. Podemos afirmar além disso que os centros de custo padrão têm uma maior identificação com os conceitos que se referem aos incentivos por esquemas de reforço, 11 proposto por Skinner. A premiação imediata leva a um movimento motivacional rápido e maior eficiência a curto prazo, por obterem respostas positivas de maneira clara e facilmente identificável. Deve-se, no entanto, ter sempre o cuidado de se desenvolver um sistema de informação eficiente e confiável sob o ponto de vista do indivíduo, pois será através deste que se determinará o esquema de reforço a ser utilizado. Em resumo, é importante a perfeita aceitação pelo indivíduo do processo de mensuração a ser adotada, gerando-lhe um sentimento de justiça. “Como qualquer outro processo de decisão, …. se baseia na qualidade da informação que recebe”. (Noreen, E., Smith D., Mackey, J. , 1996) Quanto a operação atingir o padrão significa que a eficiência esperada pela gerência foi atingida. Uma premiação típica é adicionar um percentual ao salário do funcionário ou do grupo responsável pela operação. O inconveniente é que os outros sub-sistemas da empresa podem não ter correspondido as expectativas reduzindo o lucro objetivado. Uma forma de solucionar esse problema é premiar parte pela atos responsáveis do indivíduo ou do grupo específico e parte pelos resultados da organização. A premiação somente pelo resultado da organização não é muito frutífero, pois esses elementos não se sentem responsáveis nem conseguem ter influência nos acontecimentos que efetivamente afetam o lucro da empresa. Além do mais, a determinação do lucro demanda um certo intervalo de tempo e esse elemento motivador necessita ser contínuo e de curto prazo. Portanto um centro de custo padrão , seja ele qual for dentro de uma empresa, deve se utilizar em seu planejamento motivacional, de incentivos com características de curto prazo, ligadas a tarefa, que admitam respostas rápidas e facilmente observáveis pelo grupo, pois estas características tem maior ligação com o tipo de atividade que o grupo desenvolve em seu cotidiano. SETORES E EMPRESAS COM CARACTERÍSTICAS DE CENTRO DE CUSTO DISCRICIONÁRIO Setores ou empresas que a relação entre os produtos e o esforço empreendido na obtenção dos (ou, gastos com) insumos não é mensurável ou que não pode-se atribuir uma relação adequada de causa e efeito, será definida com características de Centro de Custo Discricionária. Por exemplo, um time de futebol poderá ser de sucesso sem no entanto o gasto com os jogadores seja tão elevado. A Portuguesa do Desporto obteve a segunda colocação no Campeonato Brasileiro de 1996, sem pagar os maiores salários. A empresa que financiou a campanha era Armarinho Fernando, sem expressão nacional. O gasto com os insumos, como salários dos jogadores, etc., não significa que o time estará disputando o campeonato. Já presenciamos times com folha de pagamento elevada, como o Flamengo, fazer uma campanha insípida. Contudo, qualquer administrador sabe, também, que dificilmente fará um time de sucesso se os salários estiverem muito aquém dos encontrados no mercado. E, quanto melhor e mais conhecido é o jogador maior terá de ser o gasto do clube com ele, se deseja mante-lo. Naturalmente, um time com bons jogadores terá maior probabilidade de disputar a finais de campeonatos, significando uma renda superior. Assim como um time de futebol é uma empresa com característica de Centro de Custo Discricionária, a orquestra sinfônica, companhia de balé, universidade, agência de propaganda, ateliê de costura, como Maison Armani, etc., são também empresa com a mesma característica. O preço e a demanda sobre o produto não tem haver com os gastos de sua obtenção. A criatividade é o elemento chave do sucesso. Quanto maior a percepção do consumidor para a singularidade do produto maior será seu preço e/ou maior será sua demanda. Normalmente, a obtenção de um produto único é centrada no homem. A imitação é complexa e, quase, impossível. Empresas desse tipo, com sucesso, possuem 12 pessoas de destaque na sociedade. Seus nomes se confundem com a reputação de bom êxito da empresa. Portanto, se utilizarmos como exemplo a orquestra sinfônica e se desejarmos uma companhia de sucesso haverá a necessidade de um maestro, um violinista, um pianista, etc. de fama, reconhecido pela critica especializada. Dificilmente um consumidor irá pagar para assistir um reles desconhecido. Provavelmente, a casa estará vazia e as “férias” não cobrirão os gastos com o teatro. Como mencionado anteriormente, a critica especializada é importante para esse tipo de empresa – pois, o consumidor comum tem dificuldade de avaliar a qualidade do produto. Em resumo, podemos até inferir que empresas com essa característica tem de estar permanentemente na mídia. E, para ser razão de notícias há de possuir em seu elenco alguém em evidencia. A motivação a esses elementos chaves é complicada. É difícil relacionar as medidas de avaliação individual com a de performance da empresa. A premiação, ou o investimento, conforme for o ponto de vista, pode não estar vinculada com o resultado e muitas das vezes não está. Por exemplo: Com a proposta de um aumento, previsto para próxima temporada, um Porche Carrera 911 Cabriolet (US$ 140 mil, na Itália), presente de Vittorio Cecchi Gori, e a chegada de verão, Edmundo começa a refletir sobre a possibilidade de ficar em Florença. (O Globo, 15/5/98, p. 34) Todos estes exemplos nos levam a observar que aqui o importante passa a ser o indivíduo como pessoa única, e não como parte de um grupo, por esta razão podemos dizer que os motivos de realização citados no início deste trabalho, baseado nas idéias de McLelland e também por Freud (em Murray,1973) explicam de maneira mais clara o por que da variação de estimulações capazes de gerar motivação nos indivíduos que fazem parte de um centro de custo discricionário. Os motivos de realização têm como característica a individualidade, sugerindo ser única a capacidade dos indivíduos de criarem suas próprias metas, sejam elas aprendidas ou determinadas pelo seu passado. O que não podemos esquecer, é que este indivíduo encontra-se dentro de uma sociedade, e que ele é exposto a diversas variáveis que podem modificar sua escala de prioridades e consequentemente suas metas e objetivos. Portanto , devido as dificuldades de mensuração específica ou pela própria característica de uma empresa de centro de custo discricionário, a motivação com base na individualidade passa a ser mais adequada . Por este motivos podemos propor uma maior aproximação das idéias propostas por Vroom em seu modelo, onde ele se refere a expectativa e valência como fontes motivacionais, fontes estas individuais e próprias de cada pessoa e passíveis de se modificarem de acordo com os acontecimentos e vivências sociais. CONCLUSÃO Existe um ditado popular: justiça é tratar de forma diferenciada as pessoas diferentes. Este artigo mostra, correlacionando à este adágio, que empresas devem estruturar seus sistemas de controle conforme seu foco. Empresas com características de centro de custo padrão deve enfatizar sistemas estruturados, premiando as metas atingidas. Os esforços dessas empresas estará no planejamento adequado e realista, no adestramento dos que tem por função realizar as metas planejadas, nos sistemas de controle, incluindo os de informações, que indicarão as variações e nos sistemas operacionais, em sendo excelente traz a empresa a vantagem competitiva. Empresas com características de centro de custo discricionário ressaltar o “homem”. Sistemas estruturados ou decisões objetivando controles de custos não são eficazes, principalmente quando a empresa procura se posicionar entre as lideres. Seus produtos não 13 são commodities. Por exemplo, uma universidade líder de mercado procurando controlar custos de cópias...... mais importante é satisfazer os alunos, quanto ao seu aprendizado e quanto a possibilidade de profissional. Significa: o aluno obter colocação em empresas relevante e se posicionar em funções que possa tomar decisões. Podemos até inferir que neste tipo de organização que o líder não pode ser centralizador, a negociação é parte fundamental ao sucesso : para motivação e para a criatividade. O ponto fraco deste trabalho é ser uma pesquisa a priori (framework), donde a verdade é discutida através de lógica. Para podermos gerar maior credibilidade nessas hipóteses necessita-se haver testes empíricos, razão de pesquisa futura. BIBLIOGRAFIA Allport, G. “Motivation in Personality”: Reply to Peter A . Bertocci, Psychol. Ver. 1940,. Anthony, R., J. Dearden, N. Bedford; Management Control Systems; Ed. Irwin; 1989; Sixth ;Edition Anthony, R.., V. Govindarajan; Management Control Systems; Ed. Irwin, 1998; Ninth Edition Bergamini, C. “Motivação : mitos, crenças e mal-entendidos” - artigo Revista de Administração de Empresas - Abr/Jun. 1990 Garrison R.; Managerial Accounting: Concepts for Planning, Control, Decision Making ; Ed. BPI; 1988; Fifth Edition. Handy, E.B. Como compreender as organizações ; Ed. 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