avaliação do conhecimento sobre parada e

Propaganda
UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Enfermagem
Elizângela de Paula Paulino
Jéssica Patrícia Vieira
Rosalina Rodrigues
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE
PARADA E REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR DA
EQUIPE DE ENFERMAGEM ATUANTE EM UM
HOSPITAL DO INTERIOR PAULISTA
LINS – SP
2016
ELIZÂNGELA DE PAULA PAULINO
JÉSSICA PATRÍCIA VIEIRA
ROSALINA RODRIGUES
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE PARADA E REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ATUANTE EM UM
HOSPITAL DO INTERIOR PAULISTA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Enfermagem, sob
orientação da Prof. Fabiana Aparecida
Monção Fidelis e orientação técnica da
Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS - SP
2016
ELIZÂNGELA DE PAULA PAULINO
JÉSSICA PATRÍCIA VIEIRA
ROSALINA RODRIGUES
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE PARADA E REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ATUANTE EM UM
HOSPITAL DO INTERIOR PAULISTA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.
Aprovada em _____/_____/______.
Banca Examinadora:
Profª. Orientadora: Fabiana Ap. Monção Fidelis
Titulação: Especialista em administração em serviços de saúde, educação
permanente e gestão em micropolíticas de saúde.
Assinatura: _____________________
1° Prof.(a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _____________________
2° Prof.(a): ______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: _____________________
A Deus que sempre esteve ao meu lado, que apesar de todos momentos difíceis durante
o curso, sempre me levantou e permitiu que eu chegasse até aqui;
À minha mãe, Maria Rita, que através dela, pude descobrir meu dom e minha vocação
nesta área. Mesmo do Céu, sei que olha por mim todos os dias;
Ao meu pai, sr. Edson que sempre me incentivou a correr atrás dos meus sonhos, me
impulsionando para o término desta faculdade;
Aos meus sogros que sempre foram verdadeiros pais e sempre me apoiaram,
incentivaram e cuidaram de mim nos momentos em que mais precisei;
Porém, dedico este trabalho especialmente meu marido Daniel que sempre me ajudou
em todos os momentos da minha vida. Se não fosse por ele, tenho certeza que teria
desistido do meu curso e da minha vida.
Com carinho, dedico esta pesquisa aos tesouros José Otávio e João Felipe, razões da
minha vida;
Elizângela.
A Deus, que plantou em mim um sonho que hoje se materializa, que sempre me deu
coragem e força para que, apesar de todas as dificuldades e renúncias, eu pudesse
chegar até aqui;
Aos meus pais, Eurico e Valdeci por sempre acreditarem e investirem em mim. O
cuidado e dedicação que depositaram em mim nestes cinco anos, sempre me apoiando
nos momentos mais difíceis, foram o que me deram força para seguir em frente. Eu amo
vocês!
À minha irmã Glaucia pelos conselhos que sempre me deu, pelas inúmeras ajudas para
que eu encontrasse a palavra que estava procurando para escrever este trabalho e por
todo carinho oferecido nos momentos da minha vida, em especial, neste.
Ao meu noivo Paulo, que se fez presente em todos os momentos alegres e difíceis desta
jornada, pela dedicação e ombro amigo, sempre me ajudando com palavras de incentivo
quando tudo parecia perdido. Obrigada por sempre estar do meu lado e ser
compreensivo nesta etapa da minha vida. Eu não teria conseguido sem você. MUITO
obrigada!
Jéssica.
Dedico toda minha família pelo apoio que me deram para que eu pudesse chegar até
aqui, em especial às minhas lindas netas Ana Lívia, Lorena e Maria Alice, meus
melhores e maiores presentes.
Obrigada pela paciência, pelo incentivo, pela força e principalmente pelo carinho.
Valeu a pena toda distância, todo sofrimento e todas as renúncias. Hoje estamos
colhendo, juntos, os frutos de todo meu empenho!
Esta vitória é muito mais de vocês do que minha. Amo vocês.
Rosalina.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por toda força e todas bênçãos derramadas sobre mim durante todos
os anos de curso. Por todo livramento e toda coragem depositada em mim para
finalizar mais esta etapa da minha vida;
À nossa querida profª Mestre Jovira Sarraceni que nos momentos em que precisamos,
mostrou seu apoio, estímulo e sabedoria. Nossa admiração e gratidão.
A nossa coordenadora do curso Helena Mukai, que com sua amizade e compreensão,
não mediu esforços para compreender todas minhas necessidades para continuar neste
curso, que hoje concluo;
Aos nossos mestres que conduziram nossas vidas ao conhecimento nestes cinco anos e
nos mostraram como alcançar nossos objetivos. Foram mais do que professores: foram
verdadeiros amigos;
À minha família, em especial à minha mãe Maria Rita (in memorian), ao meu pai
Edson, ao meu marido Daniel, aos meus sogros José e Sebastiana, que com carinho,
disponibilizaram seu tempo e sua casa para cuidarem dos meus filhos, durante todos
estes anos letivos.
De modo carinhoso, agradeço aos meus filhos José Otávio e João Felipe, que, sem
saberem, me deram toda força que precisava para concluir esta etapa.
Sem vocês, não chegaria até aqui. Meu muito obrigada! Amo todos vocês.
Elizângela.
Agradeço, еm primeiro lugar, а Deus, pela força е coragem durante toda esta longa
caminhada.
À professora Fabiana pela paciência nа orientação е incentivo quе tornaram possível а
conclusão desta monografia.
Ao professor Paulo, por todo auxílio, apoio е amizade. Pode ter certeza, professor, que
sempre serei grata por toda ajuda e ensinamentos.
A todos оs professores dо curso, quе foram tãо importantes nа minha vida acadêmica e
sempre me motivaram a chegar até aqui.
À minha família que, cоm muito carinho е apoio, nãо mediram esforços para quе еu
chegasse аte esta etapa dе minha vida.
À equipe de Enfermagem do hospital em que realizamos a coleta de dados o meu
“muito obrigada” por separar um tempo do seu trabalho para responder o nosso
questionário. Sem a ajuda e a paciência de vocês, esta pesquisa não seria possível.
A todos aqueles quе dе alguma forma estiveram е estão próximos dе mim, fazendo esta
vida valer cada vеz mais а pena.
Jéssica.
Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta
caminhada. Agradeço também ao meu esposo Ariovaldo, que de forma especial e
carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades.
Quero agradecer também aos meus filhos Thiago, Indinara, meu Genro Wilson e minha
Nora Daiane que sempre me apoiaram para que este sonho se concretizasse.
E não deixando de agradecer de forma carinhosa à minha mãe que no dia 06/03/16
partiu eternamente junto de Deus, mas que durante a vida sempre torceu pelo termino
da minha graduação. A ela eu rogo todas as noites a minha existência.
À minha professora Fabiana, pela paciência na orientação e incentivo que tornaram
possível a conclusão desta monografia.
À coordenadora do curso, Helena Mukai, pelo convívio, pelo apoio, pela compreensão e
pela amizade.
A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e
no desenvolvimento desta monografia.
Agradeço às minhas companheiras de TCC Jéssica Vieira e Elizângela Paulino e todos
os amigos que me apoiaram, pois que juntos tornaram realidade tudo isso que estou
vivenciando hoje. Vocês foram demais!
Rosalina.
“Não existem sonhos impossíveis para aqueles que
realmente acreditam que o poder realizador reside no
interior de cada ser humano. Sempre que alguém
descobre esse poder, algo antes considerado impossível
se torna realidade”.
Albert Einstein.
RESUMO
A parada cardiorrespiratória (PCR) pode ser definida como a cessação
abrupta da atividade mecânica ventricular do coração, juntamente com a
respiração. Seu diagnóstico acontece a partir do reconhecimento da morte
clínica do paciente, ou seja, da falta de incursões respiratórias e batimentos
cardíacos eficientes com viabilidade cerebral e biológica. Nas últimas décadas,
os cuidados prestados aos pacientes vítimas de PCR desenvolveram-se muito.
A American Heart Association (AHA) atualiza a cada cinco anos o protocolo de
atendimento à vítima, na tentativa de melhorar a assistência e aumentar a
chance de sobrevida destes pacientes. Pensando no atendimento à vítima e
nas tentativas de reanimação cardiopulmonar, vê-se a necessidade da equipe
de enfermagem estar atualizada neste assunto, a fim de aumentar o sucesso
na reanimação. Desta maneira, foi realizado uma pesquisa através de um
questionário que abordavam temas referentes a questões pessoais e de
conhecimento específico dos funcionários de uma instituição. Com isto, foi
demonstrado que o conhecimento dos mesmos frente ao tema foi bastante
assustador, pois, demonstrou que o conhecimento da equipe de Enfermagem
da Instituição em questão encontra-se bastante deficiente, indicando a
necessidade investimento em cursos de capacitação e programas de educação
continuada para todos funcionários que lidam com atendimento ao paciente.
Palavras-chave: Parada Cardiorrespiratória. Reanimação Cardiopulmonar.
Conhecimento de Enfermagem.
ABSTRACT
The cardiorespiratory arrest (CRP) can be defined as the abrupt
cessation of mechanical ventricular mechanical activity along with breathing. Its
diagnosis comes from the recognition of the patient's clinical death, that is, the
lack of respiratory incursions and efficient heartbeats with cerebral and
biological viability. In the last decades, the care provided to patients who have
undergone CRP have developed a great deal. The American Heart Association
(AHA) updates every five years the protocol of care for the victim, in an attempt
to improve care and increase the chance of survival of these patients.
Considering the care given to the victim and the attempts at cardiopulmonary
resuscitation, we see the need of the nursing team to be updated on this subject
in order to increase the success in resuscitation. In this way, a research was
carried out through a questionnaire that dealt with subjects related to personal
and specific knowledge of the employees of an institution. With this, it was
demonstrated that their knowledge about the subject was quite frightening,
since it showed that the knowledge of the nursing team of the institution in
question is very deficient, indicating the need for investment in training courses
and continuing education programs for all employees dealing with patient care.
Key-words: Cardiorespiratory
Knowledge Nursing.
Arrest.
Cardiopulmonary
Resuscitation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Algorítmo de PCR em adultos para profissionais de saúde de SBV
..........................................................………....…………....………………...…....21
Figura 2: Fibrilação ventricular no traçado do Eletrocardiograma………....…...23
Figura 3: Taquicardia Ventricular Sem Pulso no traçado do Eletrocardiograma
…………………………………………………………………………………....…....23
Figura 4: Atividade Elétrica Sem pulso no traçado do Eletrocardiograma….....24
Figura 5: Assistolia no traçado do Eletrocardiograma....………..……….....…...25
Figura 6: Algoritmo de SBV para profissionais de saúde…………….....……….27
Figura 7: Cadeia de sobrevivência de PCR intra-hospitalar e PCR extrahospitalar………………………………………………………...…………….……...28
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Causas de tratamento da Atividade Elétrica Sem Pulso....………....25
Quadro 2: Relação compressão X ventilação…………………………………….30
Quadro 3: Profundidade das Compressões Torácicas………………………......31
Quadro 4: Localização das mãos durante a RCP………....……………....……..31
Quadro 5: Medicamentos utilizados na RCP……………………………………...33
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: área de atuação dos funcionários do hospital de coleta - 2016.......37
Tabela 02: setor de atuação dos funcionários do hospital de coleta - 2016......37
Tabela 03: tempo de formação dos funcionários do hospital de coleta –
2016..................................................................................................................38
Tabela 04: “o tempo de formação acadêmica propicia ao Enfermeiro maior
habilidade frente a um episódio de PCR”. Respostas da equipe de enfermagem
do hospital de coleta - 2016...............................................................................38
Tabela 05: atuação atual ou anterior da equipe de enfermagem do hospital de
coleta nos setores de Pronto-socorro e/ou UTI – 2016.....................................39
Tabela 06: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente à
maior chance da PCR ocorrer em PS ou UTI – 2016........................................40
Tabela 07: conhecimento da equipe de Enfermagem do hospital de coleta
referente à mudança nas diretrizes da American Heart Association (2015) –
2016...................................................................................................................40
Tabela 08: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente
à capacidade dos mesmos em desenvolver suporte básico de vida (SBV) e
auxiliar no suporte avançado de vida (SAV) na vítima de parada – 2016.........41
Tabela 09: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referentes
aos fatores que interferem em adequado SBV e auxílio no SAV na vítima de
parada – 2016....................................................................................................42
Tabela 10: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente à
frequência das compressões na atual diretriz ser de 100 a 120/min. e a
profundidade das compressões torácicas em adultos é de até 5 cm. – 2016...43
Tabela 11: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente ao
atendimento à vítima de PCR, usando a seguinte ordem na prestação de
Socorro: A (abertura das vias aéreas), B (Breathing = respiração), C
(circulação) – 2016............................................................................................43
Tabela 12: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente ao
uso da vasopressina continuar ser mantida na RCP em adultos. – 2016.........44
Tabela 13: conduta da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente
ao caso clínico abaixo – 2016............................................................................45
Tabela 14: opinião da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta em utilizar
na parada uma dose de vasopressina EV/IO, que substitui a primeira ou a
segunda dose de epinefrina no tratamento da PCR – 2016..............................45
Tabela 15: opinião da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta em não
permitir o retorno total do tórax a cada compressão, durante a RCP – 2016....46
Tabela 16: opinião da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta sobre uso
do desfibrilador automático externo (DEA) disponível em uma parada –
2016...................................................................................................................47
Tabela 17: opinião da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta sobre
administrar 01 ventilação a cada 6 segundos, enquanto são aplicadas
compressões torácicas contínuas......................................................................47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACLS: Advanced Cardiovascular Life Support
AESP: Atividade Elétrica Sem Pulso
AHA: American Heart Association
AVP: Acesso Venoso Periférico
BPM: Batimentos por minuto
cm: Centímetro
DEA: Dispositivo Externo Automático
ECG: Eletrocardiograma
EUA: Estados Unidos da América
EV: Endovenoso
FC: Frequência Cardíaca
FiO2: Frações inspiradas de Oxigênio
FV: Fibrilação ventricular
IO: Intra-ósseo
K: Potássio
mEq/Kg: Miliequivalente por quilograma
Mg/Kg: Miligrama por Quilo
mg: Miligrama
min.: Minuto
NaHCO3: Bicarbonato de Sódio
NSA: Nodo sinoatrial
O2: Oxigênio
PCR: Parada cardiorrespiratória
PCREH: Parada cardiorrespiratória Extra-hospitalar
PCRIH: Parada Cardiorrespiratória Intra-hospitalar
pH: Potencial Hidrogeniônico
RCE: Retorno da circulação espontânea
RCP: Reanimação Cardiopulmonar
S/N: Se necessário
SBV: Suporte Básico de Vida
SG: Soro glicosado
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TRR: Time de Resposta Rápida
TVSP: Taquicardia Ventricular Sem Pulso
UBS: Unidade Básica de Saúde
UTI: Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................18
CAPÍTULO I – PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA......................................21
1 DEFINIÇÕES E CONCEITOS........................................................................21
1.1 Modalidades de Parada Cardiorrespiratória................................................22
1.2 Ritmos chocáveis.........................................................................................22
1.2.1 Fibrilação ventricular (FV) ........................................................................22
1.2.2 Taquicardia ventricular sem pulso (TVSP) ..............................................23
1.3 Ritmos não chocáveis..................................................................................23
1.3.1 Atividade elétrica sem pulso (AESP) .......................................................23
1.3.1.2 Assistolia ...............................................................................................25
CAPÍTULO II – REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR….................................27
1 DIRETRIZES EM REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR DA AMERICAN
HEART ASSOCIOATION DE 2010 E 2015......................................................27
1.1 Principais alterações....................................................................................28
1.2 Atendimento ao RN em criança em PCR – diretrizes da AHA 2015...........30
1.3 Medicações mais utilizadas na RCP............................................................31
1.4 Administração endovenosa periférica..........................................................31
1.4.1 Administração intra-óssea........................................................................32
1.4.2 Acesso endotraqueal................................................................................32
1.4.3 Acesso venoso central..............................................................................32
CAPÍTULO III – A PESQUISA………………...………………………….………..35
1 Delimitação da pesquisa..............................................................................35
1.1 Método e técnica..........................................................................................35
1.2 Aplicação do Questionário...........................................................................36
1.3 Discussão dos dados...................................................................................37
1.4 Parecer final…………………………………………………………………...…48
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO...................................................................49
CONCLUSÃO……………..................................................................................50
REFERÊNCIAS……………………….................................................................52
APÊNDICES……………………………………………………………………….…56
ANEXOS ……...…………………………………………………………………….. 60
18
INTRODUÇÃO
O Consenso Nacional de Ressuscitação Cardiorrespiratória (1996) apud
Pereira et. al, (2015) definem a parada cardiorrespiratória (PCR) como “a
interrupção súbita da atividade mecânica ventricular e da respiração”. Esta, é
diagnosticada mediante o reconhecimento da morte clínica, ou seja, falta de
movimentos respiratórios e batimentos cardíacos eficientes na ausência de
consciência, com viabilidade cerebral e biológica.
É seguro afirmar, portanto, que trata-se da maior emergência clínica que
ameaça a vida de um indivíduo e estar apto para detectá-la e corrigi-la a tempo
faz toda diferença no cuidado ao paciente. Desta maneira, o atendimento ao
paciente exige da equipe de enfermagem agilidade, conhecimento e habilidade
técnica para desempenhar com eficiência no controle da parada, além de
requerer infraestrutura de qualidade e trabalho sincronizado entre os
profissionais, pois todos estes são requisitos necessários para se atingir com
infalibilidade a recuperação do paciente.
Para Silva (2001, p.26), "a tomada de decisão do
enfermeiro na ocorrência de uma parada cardiorrespiratória
(PCR) apresenta dificuldades desde o diagnóstico e prescrição
da assistência de enfermagem até a execução das tarefas de
cuidado. Tomar decisão significa decidir, escolher, entre uma
ou mais alternativas ou opções, com o objetivo de alcançar o
melhor resultado".
Por essa razão, a capacitação profissional se torna peça-chave para
este cuidado, entretanto, nem sempre o profissional de enfermagem está apto
para tal socorro. É de fundamental importância o papel da equipe de
enfermagem no sucesso da reanimação cardiopulmonar (RCP), pois cabe a ela
iniciar assistência rápida, eficiente e segura para minimizar sequelas e ter
maior eficácia do atendimento, aumentando a chance de sobrevivência do
paciente vítima de PCR.
Pereira et al., (2015), já afirmavam que trabalhar com pacientes graves
expõe ainda mais o profissional de saúde a situações de emergência e exige
dele habilidade e destreza para que possa cumprir seu juramento e oferecer
uma assistência de qualidade.
A PCR é situação dramática, responsável por morbimortalidade
elevada, mesmo em situações de atendimento ideal. Na PCR,
o tempo é variável importante, estimando-se que, a cada
19
minuto que o indivíduo permaneça em PCR, 10% de
probabilidade de sobrevida sejam perdidos. O treinamento dos
profissionais de saúde no atendimento padronizado dessa
situação clínica pode ter implicações prognósticas favoráveis
(PAIZIN-FILHO et al., 2003, p 163).
Entretanto, o número de mortes relacionadas à PCR ainda é,
infelizmente, bastante elevado. Assim, o dia-a-dia na vivência hospitalar nos
faz perceber que a forma de diminuir as mortes e os danos referentes à PCR é
a assistência hospitalar de alta qualidade. É sabido que profissionais que são
treinados e bem capacitados desenvolvem assistência de enfermagem de
maneira mais eficiente do que profissionais que trabalham e sem treinamento
adequado e educação continuada, visto que várias descobertas e atualizações
no âmbito da saúde são realizadas com frequência.
Por conseguinte, aperfeiçoar o atendimento e diminuir, dentro das
possibilidades, esse índice de morbimortalidade deve ser meta de toda equipe
de saúde que assista seus pacientes vítimas de parada.
Desta forma, o presente estudo objetivou avaliar o conhecimento dos
profissionais de enfermagem de um hospital no interior paulista, sobre a
atuação na parada e reanimação cardiorrespiratória mediante as novas
diretrizes da American Heart Association (2015).
A partir desta questão, levantou-se a seguinte pergunta que norteia o
trabalho: a equipe de enfermagem está apta para atender um paciente vítima
de PCR dentro das novas diretrizes da AHA de 2015?
Espera-se que a equipe esteja apta a atender o paciente vítima de
parada, entretanto, acredita-se que por ser uma mudança recente, os mesmos
terão pouco conhecimento sobre as novas diretrizes da AHA, uma vez que de
acordo com Pereira, et al., (2015) em estudo similar, 51% dos enfermeiros
admitiram não ter conhecimento sobre as modificações da AHA (2010).
Inicialmente, pensou-se em realizar a pesquisa apenas com o setor de
pronto atendimento dos hospitais, entretanto, refletimos sobre a necessidade
da ampliação da pesquisa nos demais setores, uma vez que a parada pode
ocorrer em qualquer local, independentemente da idade ou estado de saúde do
paciente.
Com o propósito de avaliar o conhecimento desta equipe, realizou-se
pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa. Para a realização da
20
pesquisa de campo, foi elaborado um questionário com 17 perguntas
referentes à PCR e RCP para ser aplicado aos profissionais desta instituição.
O planejamento do trabalho encontra-se descrito em três capítulos,
sendo assim, o primeiro capítulo, apresenta as definições e modalidades de
PCR, no segundo capítulo, foram abordadas as técnicas de RCP no adulto e
na criança e por fim, no terceiro capítulo, foram realizadas as análises e
descrição dos dados coletados durante a pesquisa em campo, o parecer final,
a proposta de intervenção para os problemas encontrados na pesquisa e a
conclusão sobre esta pesquisa.
21
CAPÍTULO I
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
1 DEFINIÇÕES E CONCEITOS
Por se manifestar, muitas vezes, de forma silenciosa, a Parada
cardiorrespiratória (PCR) pode ocorrer em qualquer tipo de ambiente. Desde
setores menos equipados, como ambulatórios e unidades básicas de saúde
(UBS), e até mesmo em locais muito bem equipados e preparados para este
tipo de emergência, como unidades de terapia intensiva (UTI) e unidades
coronarianas.
Apesar de avanços nos últimos anos relacionados à prevenção
e ao treinamento em ressuscitação cardiopulmonar (RCP), bem
como à legislação sobre acesso público à desfibrilação com
obrigatoriedade de disponibilização de desfibrilador externo
automático (DEA) em locais públicos, muitas vidas ainda são
perdidas anualmente no Brasil, relacionadas à parada
cardiorrespiratória (PCR). (KAWAKAME, MIYADAHIRA, 2015,
p. 658).
Figura 1 – Algorítmo de PCR em adultos para profissionais de saúde de SBV.
1. Verifique a segurança do local
4. Verifique o pulso e a respiração
5. Respiração normal e com
pulso
Monitore a vítima até a chegada do
serviço de emergência
2. Vítima não responde? Grite por
ajuda e acione o serviço médico de
emergência. Peça para levarem o
DEA.
3. Vítima não responde? Grite por
ajuda e acione o serviço médico de
emergência. Peça para levarem o
DEA.
6. Sem respiração e com pulso
Administre 1 ventilação a cada 6
segundos e avalie o pulso a cada 2
minutos.
7. Sem respiração e sem pulso
PCR!
PCR!
Fonte: Adaptado de AHA, 2015.
22
É sempre importante que a equipe de enfermagem fique atenta para sinais de
instabilidade que o paciente pode apresentar.
A consciência, o pulso e a pressão arterial são perdidos de
imediato. O esforço respiratório ineficaz pode ocorrer. As
pupilas dos olhos começam a se dilatar dentro de 45 segundos.
As convulsões podem ocorrer ou não. O risco de lesão cerebral
irreversível e a morte aumenta a cada minuto, a partir do
momento em que cessa a circulação. (SMELTZER, BARE et
al., 2006, p 652).
1.1
Modalidades de Parada Cardiorrespiratória
A PCR pode ser dividida em quatro modalidades e estas,
subdividas em ritmos chocáveis e ritmos não chocáveis. São
definidos como ritmos chocáveis: fibrilação ventricular (FV) e
taquicardia ventricular sem pulso (TVSP); e, respectivamente,
como ritmos não chocáveis: assistolia e atividade elétrica sem
pulso (AESP) (PAIZIN-FILHO et al. 2003, p.166).
Estas modalidades serão descritas a seguir.
1.2 Ritmos chocáveis
1.2.1 Fibrilação ventricular (FV)
“A fibrilação ventricular (FV) caracteriza-se pela ausência de atividade
elétrica organizada, com distribuição caótica de complexos de várias
amplitudes”. (TALLO, 2012, p. 196). É a principal causa de parada no adulto e
resulta na ineficácia do coração em manter o bombeamento adequado de
sangue para o corpo.
“Evolui, rapidamente, para assistolia, caso não sejam estabelecidas
medidas de suporte básico de vida (SBV). O único tratamento disponível para o
controle desse distúrbio do ritmo cardíaco é a desfibrilação”. (PAIZIN-FILHO et
al., 2003, p. 166).
Dentre as modalidades de PCR, a FV é entendida como a modalidade
de parada de melhor prognóstico. Sendo assim, a RCP deve continuar até que
o ritmo deixe de ser FV – ou porque reverteu para sinusal (ritmo normal do
coração), ou porque evoluiu para um ritmo terminal.
23
“No cenário das unidades de terapia intensiva (UTI) brasileiras, a FV é a
terceira causa de PCR intra-hospitalar (5,4%)”. (TALLO, et al., 2012, p.196).
Figura 2 –Fibrilação Ventricular no traçado do ECG.
Fonte: Souza, 2015.
1.2.2 Taquicardia ventricular sem pulso (TVSP)
A TVSP pode ser entendida como a sequência rápida de batimentos
ventriculares, que podem levar a degradação hemodinâmica, chegando à
ausência de pulso arterial palpável. Esta modalidade ocorre principalmente em
pacientes
com
doenças
coronarianas,
como
isquemia
miocárdica,
apresentando frequência cardíaca (FC) >100 batimentos por minuto (bpm) e
<220 bpm.
Figura 3 – Taquicardia ventricular sem pulso no traçado do ECG.
Fonte: Souza, 2015.
1.3 Ritmos não chocáveis
1.3.1 Atividade elétrica sem pulso (AESP)
A AESP pode ser definida como a ausência de pulso detectável. “É
caracterizada pela ausência de pulso na presença de atividade elétrica
organizada, o que impõe um alto grau de suspeita por parte do socorrista para
se chegar ao diagnóstico”. (TALLO, et al. 2012, p. 197). O foco nesta
24
modalidade deve ser sempre a procura da sua causa, pois dessa maneira, é
possível se realizar a reversão da parada através do tratamento adequado.
No eletrocardiograma (ECG), observa-se a presença de pequena
atividade elétrica, mas que não produz contração do miocárdico suficiente para
manter a normalidade do trabalho cardíaco.
Alves (2014) afirma que é importante salientar que não se deve chocar
um paciente na modalidade de AESP, pois, ao chocar pacientes que
apresentam esse ritmo, pode-se provocar uma desorganização na atividade
elétrica que o coração apresenta. Assim, ao invés de auxiliar o paciente a sair
da PCR, acabaria causando mais um problema a ser resolvido.
Figura 4 – Atividade elétrica sem pulso no traçado do ECG
Fonte: Souza, 2015.
Paizin (2003) apresenta uma questão que influencia diretamente na
situação do paciente, pois é mais um dos fatores a serem considerados para
elevar a importância da verificação da prova de volume durante uma PCR.
Medicações podem assumir papel proeminente em tal situação,
como é o caso do bicarbonato de sódio nas situações de
hipercalemia, intoxicação por tricíclico ou acidose pré-existente.
Como a principal causa de AESP é a hipovolemia, uma prova
de volume deve ser tentada, sempre. (PAIZIN-FILHO, et al.,
2003, p. 168)
Além disso, Gonzales (2008) descreveu que para atender a PCR de
forma ideal, além de ênfase reanimação de boa qualidade, deve-se atentar à
função designada a cada um na equipe de ressuscitação. Desta maneira, o
treinamento do atendimento de PCR em equipe minimiza erros durante a
emergência e é recomendado.
Durante a tentativa de ressuscitação, é importante que a equipe de
enfermagem procure identificar as causas da AESP para que se possa
direcionar o tratamento e auxiliar o indivíduo a voltar da parada.
25
Paizin-filho et al., (2003, p. 168) afirmou que “a identificação das causas
da parada devem ser pautadas, exclusivamente, pela história fornecida por
acompanhantes e dados do exame físico sumário, executado pelo socorrista”.
Algumas dessas causas são reversíveis e conhecidas como 5H e 5T. São elas:
Quadro 1: Causas e tratamento da AESP
Causa
Tratamento
Hipovolemia
Administração de volume
Hipóxia
Administração de Oxigênio (O2)
H + (acidemia)
Administração de bicarbonato de sódio
Hipotermia
Aquecimento
Hipocalemia/hipercalemia
Administração
de
potássio
(K)
ou
bicarbonato de sódio (NaHCO3).
Tamponamento cardíaco
Realizar punção pericárdica
Tromboembolismo pulmonar
Tratar PCR e considerar trombólise
Trombose coronariana
Tratar PCR, considerar reperfusão
Tensão (pneumotórax hipertensivo)
Realizar drenagem de tórax
Tóxico (drogas)
Administração de antagonista específico.
Fonte: Adaptado de Ladeira, 2013.
1.3.2 Assistolia
“O principal motivo para a ocorrência da assistolia no paciente é a
hipóxia, logo, ofertas de oxigênio e ventilações de qualidade devem ser
prioridades no atendimento à vítima”. (PAIZIN-FILHO et al., 2003, p.167). Esta
pode ser entendida como a ausência total de qualquer ritmo cardíaco e a
situação terminal das modalidades de parada.
“Trata-se da modalidade mais presente nas PCR intra-hospitalares. Dois
registros de UTI gerais brasileiras utilizando protocolo Utstein demonstraram
sua prevalência, variando de 76,4% a 85%”. (TALLO et al., 2012, p. 197).
Figura 5 – Assistolia no traçado do ECG
Fonte: Souza, 2015.
26
Por este prognóstico ameaçador, está cada vez mais difícil instituir
grandes esforços de manobras de RCP em pacientes com doenças terminais
que apresentem esta modalidade de parada. Em países desenvolvidos, estes
pacientes costumam portar consigo algum tipo de identificação com a frase
“não ressuscite” (como pulseiras ou carteirinhas). Em geral, esta decisão é
respeitada pela equipe. (PAIZIN-FILHO et al., 2003, p.167).
Por causa de inúmeras questões éticas, muitas dúvidas ainda permeiam
médicos e equipe de enfermagem quanto ao momento de cessar os esforços
para a reversão da parada cardíaca, assim, a decisão de não realizar a RCP
deva ser estudada em particular diante do quadro clínico de cada paciente.
Devido ao prognóstico ruim dos pacientes que apresentam
uma PCR, com sobrevida e alta hospitalar menor que 20% nas
PCR intra-hospitalares nos Estados Unidos da América (EUA)
e Europa, muitas vezes os esforços de reanimação não se
prolongam por muito tempo se não ocorrer o retorno de
circulação espontânea logo nos primeiros minutos de RCP.
(BISSELI, 2009, p.01)
27
CAPÍTULO II
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
1 DIRETRIZES EM REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR DA AMERICAN
HEART ASSOCIOATION DE 2010 E 2015
A última atualização acerca das novas diretrizes referentes ao
atendimento de RCP à vítima de parada havia ocorrido em 2010. Entretanto, no
mês de outubro do ano passado foram divulgadas novas atualizações através
da European Resuscitation Council e da AHA, foco de estudo do referencial
teórico deste trabalho.
Conforme afirma a AHA (2015),
“as novas diretrizes trazem consigo procedimentos para
RCP em adultos, pediatria e neonatologia e oferecem aos
profissionais de saúde 315 itens revisados voltados ao cuidado
para o paciente que porta enfermidades de urgência
cardiovascular”.
Figura 6 - Algoritmo de SBV para profissionais de saúde:
Paciente não responsivo,
não respira ou respiração
anormal
Sem pulso
Iniciar ciclos de
30 compressões
e 2 ventilações
Chegada do DEA
Chocável
Aplicar 1 choque Retornar
a RCP imediatamente por
2 minutos
Fonte: Falcão et al., 2011.
Checar pulso por no
máximo 10 segundos
Com pulso
Aplicar uma ventilação a
cada 5 a 6 segundos.
Checar pulso a cada 2
minutos.
Checar ritmo.
Não chocável
Aplicar RCP por 2
minutos. Checar o ritmo a
cada 2 minutos até iniciar
suporte avançado ou
paciente retornar.
28
Segue abaixo, as principais mudanças e que oferecem maior relevância a
médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem no que diz respeito à RCP.
1.1 Principais alterações
a) Cadeia de sobrevivência: É recomendado o uso de cadeias de
sobrevivência distintas que identifiquem as diferentes vias de cuidado
dos pacientes que sofrem uma PCR no hospital ou no ambiente
extra-hospitalar. (AHA 2015).
Figura 7 – Cadeia de sobrevivência de PCRIH (PCR intra-hospitalar) e PCREH
(PCR extra-hospitalar):
Vigilância e
Prevenção
Reconhecimento e
acionamento do
serviço médico de
emergência
Reconhecimento
e acionamento do
serviço médico de
emergência
RCP imediata de
alta qualidade
RCP imediata
e de alta
qualidade
Rápida
desfibrilação
Rápida
desfibrilação
Suporte avançado
de vida e
cuidados pós PCR.
Serviços médicos
básicos e avançados
de emergência
Suporte avançado
de vida e cuidados
pós PCR.
Fonte: AHA (2015).
b) Time de resposta rápida (TRR): A diretriz da AHA de 2010 trazia que,
apesar
de
haver
evidências
especialistas recomendava-se
conflitantes,
o
a utilização do
consenso
entre
TRR. Com a
atualização das diretrizes em 2015, identificou-se que o TRR os
29
benefícios da implantação do TRR intra-hospitalar, pois o mesmo
pode ser eficaz na redução de incidência de PCR, especialmente nos
setores de clínica médica.
c) Frequência das compressões torácicas: As recomendações da AHA
de 2010 nos traziam: “Frequência de compressão mínima de
100/minuto”.
Entretanto,
Dois estudos encontraram aumento da sobrevida pacientes
que receberam compressões torácicas a uma frequência100 a
120/min. Frequência das compressões torácicas muito elevada
é associada com a diminuição da profundidade das mesmas. É
recomendado, por conseguinte, que compressões torácicas
devem ser realizados com uma frequência de 100 a 120/min.
(MONSIEURS et al., 2015, p. 14 – Tradução nossa).
d) Profundidade das compressões torácicas: Anteriormente, nas
recomendações de 2010 da AHA, o esterno de um adulto deveria ser
comprimido a uma profundidade de 2 polegadas (5 cm). Entretanto,
nas atualizações de 2015, o esterno deve ser comprimido numa
profundidade de 2 a 2,4 polegadas. (5-6 cm).
De acordo com a AHA (2015), “a mudança foi realizada porque muitas vezes, o
tórax não é comprimido com profundidade suficiente”, uma vez que.as
compressões de qualidade são de extrema importância, pois geram fluxo
sanguíneo, principalmente por aumentar a pressão intratorácica e comprimir
diretamente o coração, que leva sangue e oxigênio para o cérebro.
e) Velocidade das compressões: As recomendações de 2010 nos traziam que
as compressões torácicas deveriam ser realizadas a uma frequência
mínima de 100 por minuto. Agora, padronizou-se que as mesmas deverão
ser realizadas entre 100-120/minuto. (MONSIEURS et al., 2015, p. 14 –
Tradução nossa).
f) Uso de vasopressina: A vasopressina foi definitivamente retirada do
protocolo do ACLS. O motivo foi por mera simplificação de conduta, visto
que a vasopressina não oferece vantagem alguma em relação à adrenalina,
nem mesmo em associação. Portanto, não há motivos de mantê-la no
protocolo. (MOURA, 2015, p.01).
g) Uso precoce da adrenalina: Ainda observando Moura (2015), outra
mudança no protocolo é quanto a recomendação de início precoce
30
de adrenalina. Tão logo a droga esteja disponível em pacientes com
ritmo não-chocável, a mesma deve ser administrada, visto que
estudos demonstraram
melhores
desfechos na
administração
precoce da droga.
1.2 Atendimento ao RN em criança em PCR – diretrizes da AHA 2015
A PCR pode ocorrer em qualquer idade. Entretanto,
A parada cardíaca súbita em crianças é pouco comum. O que
ocorre nas crianças, geralmente, é a parada cardíaca
decorrente da progressão da insuficiência respiratória e/ou do
choque, associada à hipoxemia e acidose, sendo bem menor a
incidência de parada cardíaca por arritmias cardíacas na faixa
etária pediátrica do que no adulto. (MATSUNO, 2012, p. 223)
E mesmo que a técnica de socorro à criança parada seja similar à do
adulto (seguindo o algoritmo de SBV), existe, entretanto, algumas diferenças
que precisam ser levadas em consideração, como pode ser observado no
quadro a seguir, referente às compressões e ventilações durante a RCP nas
diferentes idades de vida.
Quadro 2: Relação Compressão x Ventilação
Relação Compressão x Ventilação até a colocação de via aérea avançada
Adultos
30:2 – 1 ou 2 socorristas
Crianças
30:2 – 1 socorrista
15:2 – 2 socorristas
Bebês
30:2 – 1 socorrista
15:2 – 2 socorristas
Fonte: Adaptado de AHA, 2015.
Quadro 3: Profundidade das compressões torácicas
Profundidade das compressões torácicas
Adultos
5 a 6 cm de profundidade
Crianças
5 cm de profundidade
Bebês
4 cm de profundidade
Fonte: Adaptado de AHA, 2015.
31
Quadro 4: Localização das mãos durante a RCP
Localização das mãos durante a RCP
Adultos
Crianças
Duas mãos sobre a metade inferior
do esterno
Uma ou duas mãos sobre a metade
inferior do esterno (opcional se a
criança for muito pequena)
Um socorrista: Dois dedos no centro
do tórax, abaixo da linha mamilar;
Bebês menores de um ano:
Dois socorristas: Dois polegares no
centro do tórax, abaixo da linha
mamilar;
Fonte: Adaptado de AHA, 2015.
As taxas de sobrevivência de crianças vítimas de PCR estão
relacionadas à localização da parada e o tipo de ritmo de
colapso presente. A sobrevivência é maior quando ocorre
dentro do hospital, quando comparada à PCREH. Nos últimos
30 anos, a sobrevivência de PCRIH aumentou de 9 para 27%,
enquanto que a sobrevida em pacientes vítimas de PCREH se
mantém a mesma (6%). (MATSUNO, 2012, p.223).
1.3 Medicações mais utilizadas na RCP
Conforme descrito por Gonzales et. al., (2013):
A utilização de medicamentos durante a PCR tem como
objetivo aumentar a taxa de sucesso da reanimação. Este
processo envolve o estímulo e a intensificação da contratilidade
miocárdica, tratamento de arritmias, otimização das perfusões
coronariana (aumento de pressão diastólica aórtica) e cerebral;
além da correção de acidose metabólica (p.100).
Durante a PCR, a prioridade sempre será a realização de uma RCP de
alta qualidade, prestando atendimento à vítima com compressões torácicas e
administração de drogas com escolha da via de administração a critério
médico.
2.4 Administração endovenosa periférica
A administração de fármacos pelo acesso venoso periférico (AVP) é de
fácil obtenção, tem menor risco de complicações e não necessita que se
interrompa as manobras de RCP. “Recomenda-se, após administração
(em bolus) de cada droga por uma veia periférica, a infusão em bolus de 20ml
32
de solução salina e elevação do membro por 10 a 20 segundos”. (GONZALES,
et. al., 2013, p.29).
2.4.1 Administração intra-óssea
Apesar de não ser rotineira, a administração de medicamentos por via
(IO) pode ser necessária, caso não seja for possível a obtenção de acesso EV.
2.4.2 Acesso endotraqueal
Para que a medicação seja absorvida pela via endotraqueal,
deve atingir o plano dos alvéolos, que pode ser obtido pela
aplicação da medicação através de um cateter inserido através
do tubo endotraqueal, o mais profundamente possível, seguido
da infusão de 10 ml de solução salina, e da insuflação
pulmonar com dispositivo bolsa-valva-máscara, por duas a
quatro vezes. Isso garante que a medicação seja dispersa para
os alvéolos em aerossol e possa ser absorvida. (PAIZIN-FILHO
et al., 2003, p. 172).
2.4.3 Acesso venoso central
A administração de medicamentos por essa via tem a
vantagem de possibilitar maior concentração plasmática e
menor tempo de circulação, além de permitir a determinação
da saturação venosa central e estimar a pressão de perfusão
coronariana durante a RCP. (GONZALES, et. al., 2013, p.29).
Sempre que realizar a infusão de drogas para a reversão da parada,
deve-se estar atento à sua indicação, mecanismo de ação e possíveis efeitos
colaterais que ela pode trazer.
A ausência de circulação efetiva, vigente na PCR, prejudica a
chegada de medicações endovenosas ao sistema circulatório
central. Deve-se ter este conceito em mente a cada infusão
medicamentosa endovenosa, procurando-se otimizar o
processo através de infusão de bolus de solução salina (20 ml)
e da elevação do braço em que foi infundida a medicação.
(PAIZIN-FILHO et al., 2003, p. 169).
Durante a PCR, a droga sugerida pode variar de acordo com a escolha
do profissional médico e o tipo de parada. Dentre as principais, podemos citar:
33
Quadro 5: Medicamentos utilizados na ressuscitação cardiopulmonar
(Continua)
Medicamentos utilizados na ressuscitação cardiopulmonar
Agente
Oxigênio
Adrenalina
Amiodarona
Ação
Melhora
oxigenação
corrige
hipoxemia.
Dose
a FiO2 a 100% Isquemia
e durante
a cardíaca
RCP.
aguda
hipoxemia.
Aumenta
resistência
vascular
sistêmica
e
melhora
perfusão
coronária,
cerebral
e
contratilidade
miocárdica.
Potente
vasodilatador
Bicarbonato
de Sódio
(NAHCO3)
Corrige
acidose
metabólica.
Magnésio
Promove
Indicação
1 miligrama
(mg) EV em
bolus, a cada
3 a 5 min.
enquanto
durar a PCR.
300 mg a
cada 3 a 5
min.
1 mEq/kg EV
inicialmente e
depois
metade
dessa dose a
cada 10 min.
Consideração
e
PCR de todas
as
modalidades
(FV, TV, AESP
ou assistolia).
Arritmias
ventriculares,
TV, FV
Acidemia.
a
o 1 a 2 g em 10 Suprimir
automaticidade
funcionamento ml de SG5%
miocárdica em
células
adequado da em bolus.
parcialmente
bomba celular
despolarizadas
de
sódiopotássio.
Se usado por
menos
de
24h,
não
ocorre lesão
pulmonar.
Administrar
EV ou por
tubo traqueal.
Evitar
acrescentar
em linhas EV
que
contenham
soluções
alcalinas,
como
o
bicarbonato.
Pode causar
bradicardia
sinusal,
bloqueio
sinoatrial
e
doença do nó
sinusal.
Evitar
correção
completa da
acidose para
evitar alcalose
metabólica por
rebote (pH
sanguíneo
elevado acima
da
normalidade)
Atentar para
hipotensão,
assistolia
paralisia
respiratória.
e
34
(Conclusão).
Agente
Ação
Dose
Indicação
Inibe o influxo TV: 1 a 1,5 PCR
de
Lidocaína
nas Contra-
sódio mg/kg EV em modalidades
através
Consideração
dos bolus; repetir FV ou TV.
indicada
em
pacientes com
canais rápidos 0,5 a cada 3
graus
das
avançados de
células a 5 min, S/N.
miocárdicas e
bloqueio
diminui
a FV: 1 a 1,5
atrioventricular
em mg/kg EV em
e Síndrome de
condução
tecidos
bolus. Repetir
Wolf
isquêmicos,
1 a 1,5 mg/kg
Parkinson-
com
menor a cada 3 a 5
influência
no min, S/N.
tecido normal.
Fonte: Adaptado de SMELTZER et al., 2002 e PAIZIN-FILHO et al., 2003.
White.
35
CAPÍTULO III
A PESQUISA
1 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
O presente estudo visa levantar dados a respeito do conhecimento do
enfermeiro e sua equipe, frente à parada cardiorrespiratória e a reanimação
cardiopulmonar, evidenciando as dificuldades e acertos de cada membro da
equipe através de um questionário elaborado pelos autores da pesquisa.
Após aprovação pelo comitê de Ética e Pesquisa – UNISALESIANO,
número 1.626.058 em 06 de Julho de 2016 e frente ao que foi exposto, para
alcançar os objetivos propostos deste estudo, optou-se em realizar uma
pesquisa de campo nos setores de Pronto-Socorro, UTI adulto, UTI Neonatal,
Pediatria, Maternidade, Clínica Médica e Centro Cirúrgico de um hospital no
interior paulista no período de agosto a setembro de 2016.
Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa. O
estudo tem como objetivo avaliar o conhecimento dos profissionais de
enfermagem sobre a atuação na parada e reanimação cardiorrespiratória
mediante as novas diretrizes da American Heart Association (AHA) 2015.
A hipótese levantada é que a equipe esteja apta a atender o paciente
vítima de parada, entretanto, acredita-se que por ser uma mudança recente, os
mesmos terão pouco conhecimento sobre as novas diretrizes da AHA, uma vez
que de acordo com Pereira et al (2015) em estudo similar, 51% dos
enfermeiros admitiram não ter conhecimento sobre as modificações da AHA
2010.
1.1 Método e técnica
Para a composição desta pesquisa, observou-se a Resolução 466, de
12/12/12, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, onde foi
cumprido os seus termos em todas as fases da Pesquisa.
36
Inicialmente, pensou-se em realizar a pesquisa apenas com o setor de
pronto atendimento dos hospitais, entretanto, refletiu-se sobre a necessidade
da ampliação da pesquisa nos demais setores, uma vez que a parada pode
ocorrer em qualquer local, independentemente da idade ou estado de saúde do
paciente.
Sobre o questionário, foram realizadas 17 questões que abordavam
perguntas pessoais, como setor de atuação e tempo de formação e perguntas
onde foi questionado o conhecimento do enfermeiro e equipe frente à Parada
cardiorrespiratória e Reanimação cardiopulmonar após leitura da carta ao
participante e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).
Esta pesquisa foi realizada através da participação de 13 enfermeiros,
67 técnicos em Enfermagem e 01 auxiliar em Enfermagem de ambos os sexos,
atuantes nos setores listados acima.
A pesquisa foi realizada entre os dias 25 a 31 de agosto e 01 a 20 de
Setembro de 2016, sendo os dados analisados, estudados e levantados
durante a primeira quinzena de Outubro do mesmo ano, compondo, assim, os
resultados do presente estudo de pesquisa.
1.2 Aplicação do questionário
Os questionários foram aplicados aos profissionais de Enfermagem em
todos os turnos. Porém, anteriormente à aplicação do questionário, o TCLE foi
assinado, afirmando assim, que aceitavam participar da coleta de dados para a
pesquisa.
Faz-se necessário citar que alguns funcionários não participaram da
coleta, pois se encontravam de férias, fora do setor, ou recusaram-se a
participar da pesquisa, alegando não ter tempo disponível.
É necessário citar, também, que alguns dos funcionários que
participaram do questionário, ao se depararem com alguma questão que
julgavam ter maior dificuldade, não davam o devido valor à pergunta e não a
levava a sério, afirmando que não precisava saber disso, pois não fazia parte
de seu setor de atuação.
37
1.3 Discussão dos dados
Para caracterizar a população estudada, foi realizado aos participantes, 09
perguntas pessoais. Segue abaixo as tabelas representando a correção dos
dados coletados:
Tabela 01: área de atuação dos funcionários do hospital de coleta - 2016.
N° de profissionais
% de profissionais
Enfermeiro
13
16,04
Téc. Enfermagem
67
82,72
Aux. Enfermagem
01
1,24
Total
81
100
Fonte: As autoras.
Durante a confecção do questionário norteador deste trabalho, foi
colocado apenas duas opção de campos de atuação: Enfermeiros e Técnicos
em Enfermagem. Entretanto, durante a correção do mesmo, percebeu-se que
havia um questionário onde o entrevistado havia escrito a caneta: “(x) auxiliar
em Enfermagem”, nos indicando que, apesar de ser pouco comum atualmente,
ainda há profissionais desta classe em prestação de serviço na instituição.
Tabela 02: setor de atuação dos funcionários do hospital de coleta - 2016.
N° de funcionários no setor
% de funcionários no setor
Pronto Socorro
16
19,75
UTI Adulto
12
14,81
UTI Neonatal
16
19,75
Pediatria
07
08,64
Maternidade
15
18,51
Clínica médica
16
19,75
Centro Cirúrgico
08
09,87
Total
81
111,08
Fonte: As autoras.
Quando perguntado aos entrevistados, qual era o setor de atuação dos
mesmos, houve surpresa com alguns dos profissionais Enfermeiros que
38
afirmaram atuar em mais de um setor hospitalar, aumentando a porcentagem
das áreas de atuação acima listadas.
Também percebemos que a maior porcentagem dos acertos ocorreu nos
funcionários do Pronto-socorro e UTI’s, comprovando nosso pensamento de
que funcionários que trabalham em setores críticos têm mais acertos frente ao
tema de parada cardiorrespiratória, enquanto funcionários de setores não
intensivos possuíam conhecimento mais deficiente sobre o tema, talvez, por –
embora ocorrer -, não haver tantos episódios de PCR no dia-a-dia.
Tabela 03: tempo de formação dos funcionários do hospital de coleta - 2016.
N° de funcionários
% de funcionários
Até 05 anos
33
40,77
06 a 10 anos
19
23,34
11 a 15 anos
12
14,92
16 a 20 anos
07
08,64
Mais de 20 anos
10
12,24
Total
81
100
Fonte: As autoras.
Na questão acima, foi perguntado aos funcionários, qual era o tempo de
formação dos mesmos, onde a maior porcentagem dos entrevistados
afirmaram ter até 05 anos de formação.
Entretanto, o menor percentual de funcionários com tempo de formação,
foi o grupo que afirmou ter entre 16 e 20 anos de formação, com 8,64% das
respostas.
Tabela 04: “o tempo de formação acadêmica propicia ao Enfermeiro maior
habilidade frente a um episódio de PCR”. Respostas da equipe de enfermagem
do hospital de coleta - 2016.
Nº de respostas
% de respostas
Sim
38
46,92
Não
42
51,85
Não responderam
01
01,23
Total
81
100
Fonte: As autoras.
39
O objetivo desta questão era avaliar o tempo de formação da equipe, em
contrapartida com a habilidade dos mesmos frente a uma parada. Durante a
análise dos dados, percebeu-se que o tempo de formação foi essencial para a
acertiva das questões, visto que 01 funcionário com 6 a 10 anos de formação
não acertou nenhuma das 08 questões referente ao conhecimento frente à
parada, enquanto 01 funcionário com tempo de formação de 15 a 20 anos
acertou completamente o questionário apresentado.
O funcionário, apesar de se capacitar com o conhecimento teórico, por
não vivenciar episódios de parada como rotina, acaba esquecendo-se de como
socorrer a vítima, o que foi evidenciado pelas respostas do técnico em
enfermagem que atua na maternidade, contrapôs com as respostas do técnico
em enfermagem que atua no PS e teve todas as respostas corretas.
Tabela 05: atuação atual ou anterior da equipe de enfermagem do hospital de
coleta nos setores de pronto-socorro e/ou UTI – 2016.
Número de profissionais
% de profisionais
Atuo/atuei
61
75,30
Nunca atuei
20
24,70
Total
81
100
Fonte: As autoras.
Esta questão foi levantada a fim de saber se os funcionários
entrevistados trabalham ou já haviam trabalhado nos setores de pronto-socorro
e UTI, acreditando que, com a vivência nestes dois setores, as chances de
presenciar um episódio de parada pudesse ser maior, aumentando assim, as
chances de acerto nas questões de conhecimento deste questionário.
Desta maneira, durante a análise destes dados, percebe-se que dois
terços dos profissionais entrevistados afirmaram trabalhar ou já terem
trabalhado em setores de cuidados críticos da instituição.
Assim, pode-se afirmar que apesar de muito destes funcionários
atualmente estarem trabalhando em setores de cuidados clínicos, como clínica
médica e maternidade, através deste dado, pode-se afirmar que a rotatividade
dos funcionários entre os setores da instituição, pode ser considerada alta.
40
Tabela 06: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente à
maior chance da PCR ocorrer em PS ou UTI – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Concordo plenamente
19
23,46
Concordo parcialmente
36
44,44
Não concordo, nem
07
08,64
Discordo parcialmente
07
08,64
Discordo plenamente
11
13,59
Não responderam
01
01,23
Total
81
100
discordo
Fonte: As autoras.
Durante a aplicação do questionário, os entrevistados que escolhiam a
opção “concordo parcialmente” afirmavam que, embora a parada tenha sim
mais chances de ocorrer dentro do PS ou UTI’s, a mesma pode (mesmo com
menor frequência), ocorrer em outros setores hospitalares, confirmando a
justificativa deste trabalho para ampliar a pesquisa para os demais setores da
instituição.
Tabela 07: conhecimento da equipe de Enfermagem do hospital de coleta
referente à mudança nas diretrizes da American Heart Association (2015) –
2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Tenho conhecimento
39
48,14
Não tenho conhecimento
40
49,51
Não responderam
02
02,35
Total
81
100
Fonte: As autoras.
Ao se perguntar se a equipe possuía conhecimento sobre a mudança
nas diretrizes da American Heart Association (2015) em relação à PCR,
49,51% das pessoas afirmaram que ainda não têm conhecimento sobre a
mesma, o que nos confirma a necessidade de educação continuada para esta
instituição, a fim de melhorar o conhecimento e atualizar a performance dos
profissionais, aumentando, assim, as chances de sobrevida da vítima.
41
Entretanto, sabe-se que a atuação rápida e eficaz da equipe de
enfermagem e multidisciplinar é crucial para aumentar a sobrevida do paciente
e para reduzir os riscos de sequelas.
De acordo com Pereira et. al., (2015), “a importância do enfermeiro em
obter conhecimento sobre as modificações é essencial, pois faz parte
fundamental desta profissão prestar a melhor e mais atual assistência ao
paciente”.
“Os profissionais que integram a emergência de um
hospital necessitam de capacitação, para poderem, assim,
desempenhar, de forma adequada, a assistência aos pacientes
vítimas de qualquer situação de emergência e, principalmente,
a equipe de enfermagem por estar mais próxima do paciente”
(ARAÚJO et al., 2012, p. 73).
Desta maneira, trabalhar na área da saúde significa estar em constante
reciclagem e atualização, pois todos os dias a ciência evolui e traz consigo uma
nova maneira mais fácil e correta de trabalhar, tornando os cursos de
atualização e educação continuada cada vez mais necessárias.
Tabela 08: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente
à capacidade dos mesmos em desenvolver suporte básico de vida (SBV) e
auxiliar no suporte avançado de vida (SAV) na vítima de parada – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Concordo plenamente
32
39,52
Concordo parcialmente
35
43,22
Não concordo, nem discordo
05
6,17
Discordo parcialmente
02
2,46
Discordo plenamente
02
2,46
Não responderam
05
6,17
Total
81
100
Fonte: As autoras.
Ao indagar os indivíduos acerca desta questão, imaginava-se que um
número muito superior de funcionários responderiam que os mesmos
acreditam que sua equipe têm conhecimento e capacidade para desenvolver
um bom SBV e auxiliar no SAV, caso necessário.
Entretanto, observa-se nesta questão, que apenas 39% das pessoas
entrevistadas acreditam plenamente que elas possuem capacidade para tal. E
42
destas, 04 pessoas responderam discordar da afirmativa, mostrando que as
mesmas pessoas que trabalham dentro do hospital, relatam não possuir
capacidade para atuar no SBV – dentre elas, funcionários que atuam em UTI’s,
onde, por se tratar de unidade de cuidados críticos, a parada pode acontecer
com mais facilidade.
Na análise deste dado, percebe-se que há carência na confiança da
equipe para atuar nestas situações, o que pode prejudicar de maneira
irreversível, no bom atendimento à vitima.
Em contrapartida, também pode-se afirmar que, de nada adianta o
suporte básico de vida ser eficaz, se o suporte avançado de vida não for
eficiente.
Assim, novamente afirma-se a necessidade de cursos de atualização e
educação continuada, uma vez que a equipe de Enfermagem desta instituição
confessou a carência de capacidade e segurança necessárias para
desenvolver suporte básico de vida adequado e de qualidade e auxílio no
suporte avançado de vida à vítima parada.
Tabela 09: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente
aos fatores que interferem em adequado SBV e auxílio no SAV na vítima de
parada – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Insegurança
19
23,45
Falta de habilidade técnica
30
37,03
Déficit de conhecimento
32
39,50
Inexperiência
22
27,16
Outra
06
07,40
Não responderam
04
04,93
Total
81
139,47
Fonte: As autoras.
Nesta questão, havia a possibilidade de responder-se mais de uma
alternativa, mostrando assim, o resultado de 139 respostas para esta pergunta,
onde na verdade, haviam 81 entrevistados.
Para dar continuidade à análise do conhecimento da equipe de
Enfermagem, foi elaborado também, 08 perguntas sobre o conhecimento dos
43
mesmos frente à parada. O resultado do questionário será elencado através
das tabelas a seguir.
Tabela 10: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente à
frequência das compressões na atual diretriz ser de 100 a 120/min e a
profundidade das compressões torácicas em adultos é de até 5 cm. – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Verdadeiro
56
69,14
Falso
20
24,69
Não responderam
05
06,17
Total
81
100
Fonte: As autoras.
Observa-se que 69% das pessoas afirmaram que a frequência das
compressões na atual diretriz é de 100 a 120/min e a profundidade das
compressões torácicas em adultos é de até 5 cm. Porém, esta resposta está
incorreta, uma vez que a profundidade das compressões torácicas em adultos
é de até 6 cm, mantendo a massagem mais profunda e eficaz. Enquanto 05
entrevistados não souberam responder, demonstrando déficit no conhecimento
frente uma parada, caso fosse necessário realizar a RCP em alguém.
Tabela 11: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente ao
atendimento à vítima de PCR, usando a ordem na prestação de Socorro: A
(abertura das vias aéreas), B (Breathing = respiração), C (circulação) – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Verdadeiro
47
58,02
Falso
33
40,75
Não responderam
01
01,23
Total
81
100
Fonte: As autoras.
As diretrizes da AHA (2010) para RCP recomendaram uma alteração na
sequência
de
procedimentos
de
SBV
de
A-B-C
para
C-A-B
(compressões torácicas, abertura das vias aéreas e respiração).
Essa alteração fundamental na sequência de RCP e auxiliou muito para
que o atendimento fosse mais eficaz e aumentasse a sobrevida dos pacientes.
44
Entretanto, 58% dos entrevistados afirmaram que a sentença é verdadeira,
porém, a resposta correta é “falsa”.
A diretriz da AHA nos indica que o correto é realizar a RCP na ordem CA-B, onde é enfatizado as compressões torácicas, uma vez que na sequência
A-B-C, as compressões torácicas, muitas vezes, são retardadas enquanto o a
equipe abre a via aérea do paciente, ou reúne e monta equipamentos de
ventilação.
Com a recomendação da AHA de 2015 de realizar a alteração para
sequência
para
C-A-B,
as
compressões
torácicas
serão
iniciadas
precocemente e o atraso na ventilação será mínimo, enfatizando e iniciando a
massagem para circulação com mais rapidez.
Além disso, de acordo com a AHA (2015), “caso necessário e presente
somente um único socorrista, este pode iniciar a RCP sozinho até a chegada
de outro socorrista ou equipe para realizar a reanimação de forma adequada,
sem prejudicar a sobrevida do paciente”.
Tabela 12: opinião da equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente ao
uso da vasopressina continuar ser mantida na RCP em adultos. – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Verdadeiro
35
43,21
Falso
40
49,39
Não responderam
06
07,40
Total
81
100
Fonte: As autoras.
A AHA (2015) indica que o uso combinado de vasopressina e epinefrina
não oferece vantagem em comparação ao uso padrão de epinefrina, ou em uso
isolado durante a PCR. Deste modo, para simplificar as manobras de
reanimação cardiopulmonar, esta droga foi removida na atualização de 2015.
Tabela 13: conduta da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta referente
ao caso clínico abaixo – 2016.
“M.S.V, 58 anos, hipertensa, diabética, portadora de Insuficiência renal Crônica, 1.65m, 85 kg,
apresenta-se internada na clínica médica do Hospital Santa Margarida há 3 dias em tratamento
de pneumonia. Apresenta no momento os seguintes parâmetros: PA: 200/130mmHg, Sat. O2:
94%, glicemia capilar 558 mg/Dl, Tº: 38,5 °C e precordialgia intensa com posterior PCR”.
45
Conduta
Número de Profissionais
Controle da glicemia capilar e posterior
RCP;
% de Profissionais
07
06,64
Utilização do DEA de imediato,
apenas.
02
02,41
RCP com massagem cardíaca até
chegada do carrinho de emergência;
44
54,22
Encaminhar para UTI para reversão
da PCR.
24
29,32
N.D.A.
03
03,59
Não responderam
04
03,82
Total
81
100
Fonte: As autoras.
Através da análise desta questão que percebeu-se que apenas 44 das
81 pessoas responderam corretamente. É preocupante saber que 24 destes
entrevistados, ao se depararem com uma PCR encaminhariam o paciente para
a UTI.
Gonzales (2013) afirma que “a cada um minuto que uma vítima de PCR
não recebe RCP, ela perde de 7 a 10% de chance de sobreviver”. Assim, o
paciente que aguardaria transferência para UTI ou controle glicêmico para
realizar a reversão da parada, teria, fatalmente, o óbito declarado em minutos.
Tabela 14: opinião da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta em utilizar
na parada uma dose de vasopressina EV/IO, que substitui a primeira ou a
segunda dose de epinefrina no tratamento da PCR – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Verdadeiro
49
60,50
Falso
26
32,10
Não responderam
06
07,40
Total
81
100
Fonte: As autoras.
Durante a aplicação do questionário, percebeu-se que esta foi a questão
que causou mais dúvidas nos entrevistados. Várias pessoas afirmaram que
não sabiam a resposta correta e julgaram esta afirmativa como uma conduta
médica, logo, os mesmos “não tinham a necessidade de saber”.
46
De acordo com Ferreira et. al., (2014), mesmo que não prescreva
medicamentos que estão fora dos protocolos do Ministério da Saúde, a
administração de medicamentos é um processo que envolve a segurança do
paciente, sendo de responsabilidade do profissional de enfermagem, sendo
sim, necessário saber sua posologia, indicação, via de administração, dentre
tantas outras coisas antes de administrar, a fim de prevenir iatrogenia nestes
pacientes.
Segundo as diretrizes de 2010 da American Heath Association, utilizavase uma dose de 40 unidades EV ou IO de vasopressina. Esta, substituía a
primeira ou segunda dose de epinefrina no tratamento da PCR.
Porém, é sabido que a atual diretriz nos indica que o uso combinado de
vasopressina e epinefrina não oferece nenhuma vantagem em comparação ao
uso padrão de epinefrina, ou em uso isolado durante a PCR. Deste modo, para
simplificar as manobras de reanimação cardiopulmonar, esta droga foi
removida na atualização de 2015. Assim, 49 dos 81 participantes erraram na
escolha da resposta.
Tabela 15: opinião da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta em não
permitir o retorno total do tórax a cada compressão, durante a RCP – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Verdadeiro
32
39,50
Falso
45
55,55
Não responderam
04
04,95
Total
81
100
Fonte: As autoras.
A AHA (2015) afirma que o socorrista deve evitar apoiar-se sobre o tórax
entre as compressões, para permitir o retorno total da parede do tórax em
adultos com PCR, visto que o retorno da parede do tórax cria uma pressão
intratorácica negativa relativa.
É esta pressão que promove o retorno venoso e o fluxo sanguíneo
cardiopulmonar. Não permitir que o tórax retorne, influencia em uma RCP
deficiente e com maior chance de insucesso.
47
Tabela 16: opinião da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta sobre uso
do desfibrilador automático externo (DEA) disponível em uma parada – 2016.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Utilizar o DEA de imediato
30
37,04
Realizar compressões torácicas por
36
44,44
Somente utilizar as compressões
14
17,29
Não responderam
01
01,23
Total
81
100
10 minutos e só depois usar o DEA
Fonte: As autoras.
No que diz respeito a esta questão, as diretrizes da AHA (2015) afirmam
que deve-se usar o DEA de imediato para maximizar as chances de tirar a
vítima da parada. Se o DEA não estiver disponível, realizar massagem
enquanto o providencia, pois este equipamento indicará se a modalidade de
parada que a vítima tem é chocável ou não.
É
importante
lembrar
que
chocar
pacientes
que
apresentam
modalidades não chocáveis pode provocar uma desorganização na atividade
elétrica que o coração apresenta. Assim, ao invés de atirar o paciente da
parada, a equipe teria outro problema a ser resolvido.
Tabela 17: opinião da Equipe de Enfermagem do hospital de coleta sobre
administrar 01 ventilação a cada 6 segundos, enquanto são aplicadas
compressões torácicas contínuas.
Número de Profissionais
% de Profissionais
Verdadeiro
54
66,66
Falso
24
29,63
Sem resposta
03
03,71
Total
81
100
Fonte: As autoras.
É sabido que, além das compressões torácicas, a ventilação também é
de extrema importância para a reanimação do paciente. Sendo assim
perguntou-se se era verdadeiro ou falso que durante a RCP com via aérea
avançada, o correto é administrar 01 ventilação a cada 6 segundos, pois antes
das novas diretrizes da AHA, a ventilação era de 6-8 segundos.
48
Entretanto agora recomenda-se que seja realizada somente a cada 6
segundos, totalizando 10 ventilações por minuto. Essa nova técnica é simples,
fácil de aprender, memorizar e realizar, facilitando o trabalho da equipe de
enfermagem ao atender a vítima parada.
1.4 Parecer final
Este estudo apresentou dados referentes às atualizações da American
Heart Association frente às diretrizes propostas para o atendimento à vítima de
parada cardiorrespiratória. Este trabalho buscou também levantar dados a
respeito do conhecimento da equipe de Enfermagem atuante em um hospital
no interior do estado de São Paulo. Foi realizado uma pesquisa através de um
questionário que abordavam temas referentes à questões pessoais e de
conhecimento dos funcionários daquela instituição.
Com isto, foi demonstrado o conhecimento dos mesmos frente ao tema,
abordando análise dos dados, de forma comparativa com as respostas
corretas. O resultado foi bastante assustador, pois, demonstrou que o
conhecimento da equipe de Enfermagem da Instituição em questão encontrase bastante deficiente, indicando a necessidade de educação continuada para
todos funcionários que lidam com atendimento ao paciente.
49
PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO
Mediante a análise dos resultados obtidos na pesquisa, pode-se
constatar que ainda há uma carência muito grande no conhecimento da equipe
de Enfermagem deste hospital, em relação aos cuidados ao paciente parado.
Atualmente, apesar de haver a disponibilidade de educação continuada
sobre este tema nesta instituição, ainda é necessário que haja incentivo e
interesse para que a equipe participe mais ativamente destas atividades.
Sabemos que nenhum profissional deve permanecer desatualizado
quanto à sua área de atuação, em especial quando se trata da área de saúde,
onde a vida de outras pessoas estão envolvidas.
Por
isso,
julgamos
indispensável
que
todo
profissional
realize
constantemente cursos de capacitação e de educação continuada para que
não presenciamos erros tão pequenos, mas que podem custar a vida de um
inocente.
Notamos também que a carência no conhecimento sobre parada
cardiorrespiratória
envolve
também
os
enfermeiros,
que
são
peças
fundamentais para a busca e aplicação de educação continuada e atualizações
para a equipe.
Sendo assim, propomos incentivar os enfermeiros a estimular que sua
equipe seja mais participativa no que se refere à palestras e cursos de
atualização.
Além disso, será oferecido orientações acerca desta mudança para os
participantes da pesquisa através de um pôster que será posteriormente
confeccionado, discutindo nos setores as dificuldades detectadas por cada um
a respeito da atuação dos mesmo na PCR e RCP.
50
CONCLUSÃO
O hospital de coleta dos dados desenvolve um papel muito importante
no interior paulista, pois é referência de cuidados para muitos municípios ao
redor da cidade em que ele se situa. É nele também, que são desenvolvidos
atendimentos de emergência todos os dias, mesmo em pacientes que possuem
plano de saúde, trazidos pelo resgate ou corpo de bombeiros, diante de uma
situação grave ou que envolva risco de morte, como a parada.
A American Heart Association desenvolve a cada cinco anos,
atualizações das diretrizes para o atendimento à vítima parada, na tentativa de
aumentar as chances de sobrevida deste paciente, tornando necessária a
constante atualização dos profissionais acerca deste tema.
A partir da questão: “os enfermeiros estão capacitados para atender um
paciente vítima de PCR dentro das novas diretrizes da AHA de 2015?”
levantada neste trabalho, levantou-se a hipótese de que esperava-se que os
enfermeiros estariam aptos a atender o paciente vítima de parada, entretanto,
acreditava-se que por ser uma mudança recente, os mesmos terão pouco
conhecimento sobre as novas diretrizes da AHA, uma vez que de acordo com
Pereira, Pinheiro et al (2015) em estudo similar, 51% dos enfermeiros
admitiram não ter conhecimento sobre as modificações da AHA 2010.
Com os resultados obtidos após análise dos dados, foi observado que,
de modo geral, vários profissionais possuíam um conhecimento regular sobre o
tema, de acordo com as diretrizes da AHA (2010), entretanto, grande parte da
equipe possuem conhecimento insuficiente sobre as atualizações de 2015,
principalmente no que diz respeito à RCP e farmacologia utilizada no
atendimento à vítima, comprovando nossa hipótese.
Assim, o desenvolvimento de atividades que proporcionem maior
conhecimento aos funcionários desta instituição torna-se de extrema
necessidade, uma vez que a pesquisa mostrou carência deste conhecimento
em muitos dos funcionários entrevistados.
Enfim, espera-se que futuramente este estudo possa contribuir para a
melhoria do conhecimento dos profissionais envolvidos para que os mesmos
busquem sempre o interesse pela atualização e educação continuada,
51
atendendo os pacientes com conhecimento e capacidade necessárias para
prestar uma assistência digna e livre de erros e complicações ao paciente.
52
REFERÊNCIAS
ALVES, C. N. Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) – Parte 6. Widoctor. [s.l],
24.set.2014.
Disponível
em:
<http://widoctor.com.br/cti-ressuscitacaocardiopulmonar-rcp-parte-6/>. Acesso em 02 de Dez de 2016.
AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques da American Heart Association
2015: Atualizações das diretrizes de RCP e ACE. ECC Guidelines Heart, [s.l.],
[2015?].
Disponível
em:
<https://eccguidelines.heart.org/wpcontent/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf>.
Acesso em 20 de Jul de 2016.
AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques da American Heart Association
2010: Atualizações das diretrizes de RCP e ACE. Heart, [s.l], [2015?].
Disponível
em:<https://www.heart.org/idc/groups/heartpublic/@wcm/@ecc/documents/dow
nloadable/ucm_317343.pdf>. Acesso em 20 de Jul de 2016
ARAÚJO, L.P; SILVA, A.L; MARINELLI, N.P et. al., Conhecimento da equipe de
Enfermagem sobre o protocol de ressuscitação cardiopulmonar no setor de um
hospital público. Revista UniVap, [São José dos Campos], [2012]. Disponível
em: < http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/106/111>.
Acesso em 02 de Nov de 2016.
BISSELI, B. Duração dos esforços de ressuscitação cardiopulmonar e
sobrevida após parada cardíaca intra-hospitalar. Cardiosource American
College
of
Cardiology,
[s.l.],
2009.
Disponível
em:
<http://cientifico.cardiol.br/cardiosource2/cardiologia/int_artigo88.asp?cod=570
>. Acesso em 22 de Jul de 2016.
FALCÃO, L.F.R et al. Atualização das Diretrizes de Ressuscitação
Cardiopulmonar de Interesse ao Anestesiologista. Scielo, [s.l.], out 2011.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rba/v61n5/v61n5a13.pdf>. Acesso em
20 de Jul de 2016.
FERREIRA, M.M.M; ALVES, F.S; JACOBINA, F.M.B. O profissional de
enfermagem e a administração segura de medicamentos. Revista
Enfermagem
Contemporânea.
[s.l],
[2014].
Disponível
em:
<https://www5.bahiana.edu.br/index.php/enfermagem/article/view/208>. Acesso
em 02 de Dez de 2016.
GONZALES, M.M et al. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados
Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
53
Scielo,
São
Paulo,
ago.
2013.
Disponível
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066782X2013003600001>. Acesso em 22 de Jul de 2016.
em:
KAWAKAME, P.M.G; MIYADAHIRA, A.M.K. Revista da Escola de Enfermagem
da USP. Avaliação do processo ensino-aprendizagem de estudantes da
área da saúde: manobras de ressuscitação cardiopulmonar, Getulina, v.
49, n.2,p: 658, mar, 2016.
LADEIRA, J.P. Parada Cardiorrespiratória PCR, Medicina Net, São Paulo, 08
mai. 2013 Disponível em:
<http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/3998/parada_cardiorrespir
atoria_pcr.htm>. Acesso em 27 de Abr de 2016.
MATSUNO, A.K. Parada cardíaca em crianças. Revista da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 20 de jun. 2012. Disponível em:
<http://revista.fmrp.usp.br/2012/vol45n2/Simp7_Parada%20card%EDaca%20e
m%20crian%E7as.pdf>. Acesso em 20 de Jul de 2016.
MONSIEURS K.G, et al. Recomendaciones para la Resucitación 2015 del
Consejo Europeo de Resucitación (ERC) Sección 1: Resumen Ejecutivo.
Consejo Español de Resucitación Cardiopulmonar. [s.l.], 2015. Disponível
em:<http://www.cercp.org/images/stories/recursos/Documentos/Recomendacio
nes_ERC_2015_Resumen_ejecutivo.pdf>. Acesso em 20 de Jul de 2016.
MOURA, E. O que mudou no novo ACLS 2015? Pebmed, [s.l.], 02 nov. 2015.
Disponível em: <http://blog.pebmed.com.br/2015/11/02/o-que-mudou-no-novoacls/>. Acesso em 20 de Jul de 2016.
PAIZIN-FILHO et. al. Parada Cardiorrespiratória (PCR). Revista da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2003. Disponível em:
<http://revista.fmrp.usp.br/2003/36n2e4/3_parada_cardiorrespiratoria.pdf>.
Acesso em: 13 de Nov de 2015.
PEREIRA, R.S.M; PINHEIRO M.B.G.N; BEZERRA, A.M.F et al. Parada
cardiorrespiratória e reanimação cardiopulmonar: conhecimento de enfermeiros
de um hospital público no Alto Sertão Paraibano. Informativo técnico do
Semiárido, Sousa, Paraíba. 05 de Jun. 2015. Disponível em:
<http://www.gvaa.com.br/revista/index.php/INTESA/article/view/3463/3032>
Acesso em 24 de Out de 2015.
54
SILVA, F. E. Tomada de decisão do enfermeiro frente a uma parada
cardiorrespiratória. Universidade de Santo Amaro, Santo Amaro, São Paulo.
2001.
Disponível
em:
<http://www.unisa.br/graduacao/biologicas/enfer/revista/arquivos/2001-06.pdf>
Acesso em 06 de Nov de 2015.
SMELTZER, S. C; BORE, B. G; HINKLE, J. L; CHEEWER, K. H. Brunner &
Suddarth. Tratamento de Enfermagem Médico Cirúrgica. 10ª ed. Vol. 2. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
SOUZA, G. G. Modalidades de Parada Cardíaca. Saúde, uma questão de
respeito.
[s.l],
21
mai.
2015.
Disponível
em:
<http://myblogsauderespeito.blogspot.com.br/2015/06/modalidades-da-paradacardiaca.html?view=mosaic>. Acesso em 28 de Abr de 2016.
TALLO, F.S. Atualização em reanimação cardiopulmonar: uma revisão para o
clínico, Sociedade Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, São Paulo. 10
mai.
2012.
Disponível
em:<http://files.bvs.br/upload/S/16791010/2012/v10n3/a2891.pdf>. Acesso em 27 de Abr de 2016.
ZANINI, J. et al. Parada e reanimação cardiorrespiratória: conhecimentos da
equipe de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva. Scielo, Blumenau,
Santa
Catarina,
2006.
Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/rbti/v18n2/a07v18n2.pdf>. Acesso em 13 de Nov
de 2015.
55
APÊNDICES
56
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO (T.C.L.E)
Eu
.........................................................................................................................
,
portador do RG n°. ............................................................, atualmente com ............. anos,
residindo na ...................................................................................................................................
após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA PESQUISA,
devidamente explicada pela equipe de pesquisadores Elizângela de Paula Paulino, Jéssica
Patrícia Vieira e Rosalina Rodrigues, apresento meu CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO em participar da pesquisa proposta, e concordo com os procedimentos a serem
realizados para alcançar os objetivos da pesquisa.
Concordo também com o uso científico e didático dos dados, preservando a minha
identidade.
Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou ciente de que todo
trabalho realizado torna-se informação confidencial guardada por força do sigilo profissional e
que a qualquer momento, posso solicitar a minha exclusão da pesquisa.
Ciente do conteúdo, assino o presente termo.
Lins, ............. de ............... de 20.....
.............................................................
Assinatura do Participante da Pesquisa
.............................................................
Fabiana Ap. Monção Fidelis - Pesquisador Responsável
Endereço: Dom Pedro II, 860
Telefone: (14) 3554-1298
57
APÊNDICE B – Carta de Informação ao Participante
CARTA DE INFORMAÇÃO
“AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE PARADA E REANIMAÇÃO
CARDIOPULMONAR DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ATUANTE EM UM HOSPITAL DO
INTERIOR PAULISTA”
OBJETIVO GERAL
 Avaliar o conhecimento do profissional enfermeiro sobre a atuação na parada e reanimação
cardiorrespiratória mediante as novas diretrizes da American Heart Association (AHA) 2015.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Oferecer orientações acerca desta mudança para os participantes da pesquisa através de pôster
que será posteriormente confeccionado;

Discutir as dificuldades detectadas de atuação dos enfermeiros nos aspectos de parada
cardiorrespiratória (PCR) e reanimação cardiopulmonar (RCP) mediante o referencial teórico
disponível.
PROCEDIMENTOS

Após leitura desta carta de informação ao participante e assinatura do Termo de consentimento
livre e esclarecido, será realizada uma pesquisa de campo através de um questionário elaborado
pelos pesquisadores. O recrutamento será feito diretamente com os entrevistados durante seus
expedientes no próprio local de pesquisa.

Por se tratar de um questionário de avaliação de conhecimento, os pesquisados não terão
acesso a nenhum método de consulta, como material impresso ou pesquisa via internet. Após a
análise dos dados, será confeccionado um banner com as mudanças da RCP em adultos e
realizada uma palestra informativa sobre o assunto para os participantes da pesquisa.

Os critérios de inclusão deste estudo serão todos enfermeiros e técnicos que trabalhem no local
da pesquisa e que aceitem participar deste estudo mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE.

O questionário foi elaborado pelos autores e após ser submetido na plataforma Brasil, será
entregue para os pesquisados durante o expediente, dentro do local de trabalho dos mesmos e
aplicados de forma individual, sigilosa e anônima.

Por se tratar de um questionário de avaliação de conhecimento, os pesquisados não terão acesso
a nenhum método de consulta, como material impresso ou pesquisa via internet.
RISCOS E BENEFÍCIOS
O pesquisado poderá se sentir constrangido caso responda o questionário de forma incorreta.
Para minimizar este risco, o questionário será respondido de forma individual e sigilosa, garantindo o
anonimato das respostas.
Os benefícios serão que os pesquisados terão maior conhecimento a respeito das novas diretrizes da AHA
2015 referentes à PCR e as vítimas de parada terão atendimento atualizado e de qualidade.
Por estarem entendidos, assinam o presente termo.
Lins, ...............de ................................. de 20...........
.............................................................
Participante da Pesquisa
………………………………………
Fabiana Ap. Monção Fidelis - Pesquisador Responsável
Endereço: Dom Pedro II, 860- Telefone: (14) 3554-1298
58
APÊNDICE C – Questionário Para Pesquisa de Campo
Questionário para pesquisa de Campo – TCC
“Avaliação do conhecimento sobre parada e reanimação cardiopulmonar da equipe de
enfermagem atuante em um hospital do interior paulista”.
1 – Qual é sua área de atuação?
( ) Enfermeiro
( ) Técnico em enfermagem
2- Qual é seu setor de atuação?
(
(
(
(
) Pronto socorro;
) UTI adulto
) UTI neonatal
) Pediatria
3 - Qual é seu tempo de formação?
(A) Até 05 anos;
(B) 6 a 10 anos;
(C) 11 a 15 anos;
( ) Maternidade
( ) Clínica médica
( ) Centro cirúrgico
(D) 16 a 20 anos;
(E) Mais de 20 anos.
4 - Você acredita que maior tempo de formação acadêmica propicia ao enfermeiro maior
habilidade frente a um episódio de PCR?
(A) Sim
(B) Não
5 – Você trabalha ou trabalhou nos setores Pronto Socorro e/ou UTI?
(A) Sim
(B) Não
6 – Com relação aos campos hospitalares, a PCR tem mais chances de ocorrer dentro
dos setores citados acima.
(A) Concordo plenamente.
(B) Concordo parcialmente.
(C) Não concordo, nem discordo
(D) Discordo parcialmente.
(E) Discordo plenamente.
7 – Você tem conhecimento sobre a mudança das diretrizes da American Heart
Association (AHA) 2015 em relação à PCR?
(A) Sim.
(B) Não.
8 – A frequência das compressões na atual diretriz é de 100-120/min e a profundidade
das compressões torácicas em adultos é de até 5 cm.
(A) Verdadeiro.
(B) Falso
9 – Em relação ao atendimento à vítima de PCR, devemos usar a seguinte ordem na
prestação de socorro: A (abertura das vias aéreas), B (Breathing = Respiração) e C
(circulação).
(A) Verdadeiro.
(B) Falso
59
10 – A vasopressina continua mantida na RCP em adultos.
(A) Verdadeiro.
(B) Falso.
11 – M.S.V, 58 anos, hipertensa, diabética, portadora de Insuficiência renal Crônica,
1.65m, 85 kg, apresenta-se internada na clínica médica do Hospital Santa Margarida há 3
dias em tratamento de pneumonia. Apresenta no momento os seguintes parâmetros: PA:
200/130mmHg, Sat O2: 94%, glicemia capilar 558 mg/Dl, Tº: 38,5 °C e precordialgia
intensa com posterior PCR. Qual abordagem deverá ser realizada com esta paciente?
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Controle da glicemia capilar e posterior RCP;
Utilização do DEA de imediato, apenas.
RCP com massagem cardíaca até chegada do carrinho de emergência;
Encaminhar para UTI para reversão da PCR.
N.D.A.
12 – Acredito que a equipe de enfermagem possui capacidade suficiente para
desenvolverem o suporte básico de vida (SBV) e auxiliar no suporte avançado de vida
(SAV) na vítima de parada.
(A) Concordo plenamente.
(B) Concordo parcialmente.
(C) Não concordo, nem discordo.
(D) Discordo parcialmente.
(E) Discordo plenamente.
13 – Sobre os fármacos administrados na PCR, utiliza-se uma dose de vasopressina
EV/IO, que substitui a primeira ou segunda dose de epinefrina no tratamento da PCR.
(A) Verdadeiro.
(B) Falso.
14 – Em sua opinião, quais são os fatores que interferem o profissional de
enfermagem a desenvolverem bom SBV e auxílio no SAV?
(A) Insegurança.
(B) Falta de habilidades técnicas.
(C) Déficit de conhecimento.
(D) Inexperiência.
(E) Outra.
15 - Durante o atendimento à vítima, o correto durante a RCP é não permitir o retorno
total do tórax a cada compressão.
(A) Verdadeiro.
(B) Falso.
16 - Em PCR de adultos, quando há um desfibrilador automático externo (DEA)
disponível, deve-se:
(A) Usar o DEA de imediato.
(B) Realizar compressões torácicas por 10 minutos e só depois usar o DEA.
(C) Somente utilizar as compressões.
17 - Na ventilação durante a RCP com via aérea avançada, o profissional pode
administrar 01 ventilação a cada 6 segundos, enquanto são aplicadas compressões
torácicas contínuas.
(A) Verdadeiro.
(B) Falso
60
ANEXOS
61
ANEXO A – Parecer consubstanciado do CEP
62
63
64
Download