3 SUMÁRIO Palavra do Prefeito Palavra da Secretária O que é gênero? O trabalho na formação do ser social A divisão sexual do trabalho Quadro de discriminação Pelo trabalho decente SPM-Rio Equipamentos da SPM-Rio Serviços Fontes de consulta 5 7 8 11 15 23 30 32 34 38 44 A figura da família composta exclusivamente por um homem provedor e uma mulher que cuida da casa e dos filhos cada vez mais faz parte do passado. As mulheres já ocupam com competência seus espaços no mercado de trabalho, nas universidades e na administração pública, inclusive no cargo maior do Executivo no país - ocupado pela presidenta reeleita Dilma Rousseff. Mas é flagrante que ainda há muito a ser feito para que as oportunidades e salários sejam iguais para os dois gêneros, pois a evolução da nossa sociedade caminha junto a uma maior autonomia econômica para elas. Com base nessa convicção, a Prefeitura do Rio investe no fomento de políticas públicas inclusivas, que resultam num espaço seguro e informativo onde a figura citada no início do texto dar-se-á apenas por vontade e não por falta de opção. Eduardo Paes Prefeito da cidade do Rio de Janeiro Esse é o segundo número dos Cadernos de Gênero da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Rio de Janeiro (SPM-Rio). O objetivo é abordar temas relativos a gênero. Em todas as publicações, haverá uma introdução sobre o que é gênero. Com isso, a secretaria espera contribuir com um manancial de informações que pode ser utilizado por cidadãs, por órgãos e instituições vários e por formadoras de opinião, cumprindo assim sua missão de dialogar com a sociedade civil e com órgãos do poder público e iniciativa privada em prol da promoção de políticas públicas para a mulher carioca. Nesta edição, o tema é autonomia econômica das mulheres. O trabalho é essencial na formação do ser social e na construção e afirmação da cidadania. As mulheres passaram séculos afastadas do convívio social, confinadas ao ambiente privado, responsáveis pela reprodução e pelos cuidados com o núcleo familiar. As atividades domésticas exercidas pelas mulheres não são remuneradas e, portanto, não têm valor social, como será mostrado ao longo dos Cadernos de Gênero. Esse afastamento da cadeia produtiva contribuiu para reforçar a submissão das mulheres ante os homens, que só conquistaram o direito ao voto em 1934 e até hoje ainda são politicamente subrepresentadas. No mercado de trabalho, apesar do aumento significativo de sua presença – no Brasil passou de 13,6% em 1959 para os atuais 46,7%, segundo o IBGE – a desigualdade salarial permanece: elas ganham, em média, 30% menos que os homens, ocupando o mesmo cargo. Em posições de liderança, somente chegam 5% das mulheres. Em relação aos trabalhos domésticos remunerados, 92% das pessoas ocupadas são mulheres. As mulheres estudam mais que os homens mas recebem apenas 65% do salário do homens no mesmo patamar de formação. Os números mostram, portanto, que apesar da volta da mulher ao espaço público e ao mercado de trabalho, persistem a desigualdade, a sobrecarga doméstica e a responsabilidade com o cuidado com as pessoas. A autonomia econômica é fundamental para a vida das mulheres. Mas, para o IBGE, a maioria das mulheres trabalha precariamente, sem acesso a vários benefícios. A luta pelo trabalho decente é atual. As mulheres têm condições de exercer sua independência, sustentar suas famílias – famílias chefiadas por mulheres chegam a 40% no Brasil – e ter mais suporte para enfrentar as diversas formas de discriminação e a violência doméstica. Para reduzir as desigualdades, é necessário que haja, além de políticas públicas, medidas educativas e transformadoras, mudanças nos padrões que ainda determinam o homem como provedor e a mulher como cuidadora. No mundo de hoje as mulheres já são provedoras mas continuam cuidadoras. Novos horizontes se abrem com o avanço do entendimento de que a solução dessa equação não pode ficar na mão das mulheres, mas deve ser uma responsabilidade do estado e da sociedade. Aqui, apresentamos a importância do trabalho na formação do ser social, como se deu a divisão sexual do trabalho e um quadro atual da desigualdade das mulheres no mundo do trabalho no Brasil. Boa leitura! Ana Rocha Secretária da SPM-Rio O QUE É GÊNERO? sua participação pública, fomentando as desigualdades no mundo do trabalho e na representação política. Enquanto a divisão do trabalho doméstico for assimétrica, a igualdade será uma utopia. O conceito de gênero surge da tentativa de compreender como essa subordinação é reproduzida e a dominação masculina é sustentada em suas múltiplas manifestações, buscando incorporar as dimensões subjetiva e simbólica de poder, para além das fronteiras materiais e das conformações biológicas. É a possibilidade de pensar as práticas materiais e, ao mesmo tempo, as construções simbólicas, evitando o essencialismo biológico ou a sustentação exclusiva na dimensão econômica. A relação de opressão entre homens e mulheres não se deve à biologia, nem apenas à cultura, mas decorre de um longo processo histórico-social. Envolve o afastamento da mulher de uma função social pública e seu confinamento à esfera doméstica. Com a Revolução Industrial, a mulher passou a integrar a produção social mas carregando todo o peso das tarefas domésticas, do cuidado. A inserção da mulher no mundo do trabalho e na vida pública em geral se deu mantendo condições de desigualdade, relacionadas à divisão social e sexual do trabalho, com a manutenção das responsabilidades domésticas para elas. A mulher avançou, mas manteve-se a distância entre mulheres e homens. A mulher passou a ser provedora mas continuou cuidadora. O cuidado e as responsabilidades domésticas ainda são prioritariamente atribuídos às mulheres, prejudicando o desenvolvimento de suas potencialidades em todos os terrenos de 10 Esse conceito é importante recurso analítico para pensar a construção e desconstrução das identidades de gênero, os caminhos através dos quais os atributos e lugares do feminino e do masculino são social e culturalmente construídos. Gênero é relacional e, nesse sentido, um gênero só existe em relação a outro. Essa característica permite considerar que tanto o processo de dominação quanto o de emancipação envolvem relações de interação, conflito e poder entre homens e mulheres. Mas o entendimento de gênero não pode se restringir aos condicionantes culturais que codificam o que seria feminilidade e masculinidade. Deve também considerar a estrutura econômica e social e o contexto da vivência das mulheres na sociedade; levar em conta a questão de raça/etnia, geracional, a diversidade de orientação sexual e religiosa. A expressão gênero vem, aos poucos, se incorporando nos instrumentos normativos internacionais e na legislação dos países. No Brasil, foi introduzida na Convenção de Belém do Pará (Decreto n. 1.973, de 01/08/1996), para esclarecer o conceito 11 de violência contra as mulheres como qualquer ato ou conduta baseada no gênero. Aparece também no Estatuto de Roma (Decreto n. 4.388, de 25/09/2002), com um significado mais restrito. O trabalho na formação do ser social Com a criação, no Brasil, da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (SPM/PR), em 2003, fortaleceu-se a perspectiva de gênero em todas as políticas públicas. O conceito de gênero segue em construção. A identidade sexual, antes dicotômica (masculino-feminino), ampliou-se para abranger homossexuais, lésbicas, transexuais, travestis etc., que não se identificam como homens ou mulheres. Hoje se sabe que o sexo biológico e a identidade subjetiva nem sempre coincidem. É necessário o combate aos estereótipos, revertendo na sociedade a visão da mulher como objeto e propriedade (40% dos casos de violência ocorrem após um rompimento de relacionamento) e afirmando o papel da mulher como sujeito, com sua cidadania plena e direitos, elevando sua autoestima. Nesse sentido, as políticas públicas são fundamentais para reforçar a cidadania das mulheres, combater a violência de gênero e fomentar equipamentos que reduzam a sobrecarga doméstica e mecanismos que combatam a discriminação de gênero na saúde, na educação, na política, no trabalho, na cultura, no meio ambiente e no espaço urbano em geral. O desafio atual é justamente uma nova articulação entre a vida privada e o mundo do trabalho e da participação pública, no sentido de preservar o direito de ambos os sexos de usufruir ambos os mundos sem sacrifícios individuais. 12 Não se pode entender a inserção da mulher no mercado de trabalho sem analisar o significado do trabalho no desenvolvimento da humanidade. A recente crise financeira chamou a atenção para as consequências desastrosas da desregulamentação econômica, recolocando na ordem do dia a importância do setor produtivo da economia e do Estado, voltando a reforçar a valorização do trabalho e sua centralidade. 13 O trabalho é fundamental na vida humana, pois é condição para sua existência social. É a condição básica de toda a vida humana. E em tal grau que, até certo ponto, pode-se dizer que o trabalho criou o próprio homem. O desenvolvimento do trabalho, ao multiplicar os casos de ajuda mútua e de atividade conjunta, mostrando assim as vantagens dessa ação coletiva para cada indivíduo, contribui para agrupar ainda mais os membros da sociedade. É a partir do trabalho que o ser humano se faz diferente da natureza, torna-se um ser social, com leis de desenvolvimento histórico totalmente distintas das leis que regem a natureza. Enquanto as abelhas e as formigas produzirão por séculos exatamente da mesma forma que produzem hoje, os homens interagem com a natureza de forma totalmente diferente, porque a ação e seu resultado são sempre projetados na consciência antes de serem construídos na prática. É justamente essa capacidade de planejar antes de objetivar que difere o homem dos animais e marca a evolução humana. Ao transformarem a natureza, os homens também se transformam, pois adquirem sempre novos conhecimentos e habilidades, e estes impulsionam o indivíduo para novos projetos e, em seguida, novos objetivos. Além disso, o conhecimento do indivíduo se difunde por toda a sociedade, tornando-se patrimônio da humanidade. O trabalho é por isso mesmo o fundamento do ser social. Pode-se dizer que o trabalho é uma atividade central na história humana, em seu processo de sociabilidade e mesmo na sua emancipação. Por outro, com o advento do capitalismo, houve uma transformação essencial que alterou e tornou complexo o trabalho humano. 14 Na sociedade capitalista, produtora de mercadoria e da mais-valia, para acumulação de capital, o trabalho continua tendo centralidade. E nesse contexto de hegemonia do sistema produtor de mercadorias, o conflito entre capital-trabalho permanece, podendo se apresentar de diversas formas, de acordo com cada país, região e cultura. É fato que através do trabalho o ser social cria e renova as próprias condições de produção. O entendimento sobre os diversos tipos de trabalho é fundamental para que se perceba as relações sociais dominantes, inclusive aquelas fundadas no gênero. Ao se analisar o significado do trabalho na sociedade capitalista, não se pode abstrair o modo de produção nem as relações sociais dele advindas, bem como seu impacto nas relações de gênero. Ao se levar em conta os diversos tipos de trabalho, faz-se a distinção entre trabalho produtivo e improdutivo. Desta forma, o trabalho doméstico, por não produzir mais-valia, seria considerado trabalho, mas improdutivo. A história de submissão da mulher começa quando ela é afastada da produção social. Somente a socialização da propriedade pode fazer desaparecer a situação da submissão da mulher. A família tem papel importante na reprodução da opressão da mulher e, por isso, faz-se necessário transformar essa instituição. 15 As mudanças na condição da mulher sempre corresponderam às grandes transformações sociais e ao desenvolvimento da ciência e da técnica. A divisão sexual do trabalho A emancipação da mulher e sua equiparação ao homem são e continuarão sendo impossíveis enquanto ela permanecer excluída do trabalho produtivo social e confinada ao trabalho doméstico, que é um trabalho privado. A emancipação da mulher só se torna possível quando ela pode participar em grande escala, em escala social, da produção e quando o trabalho doméstico lhe toma apenas tempo insignificante. Não seria suficiente o ingresso das mulheres na esfera de produção, mas necessária também a redefinição da lógica dicotômica de atividades femininas versus atividades masculinas na esfera da produção e da reprodução, incorporando o masculino à dinâmica da esfera familiar e/ou doméstica, ressignificando o sentido de incorporação. Não bastará integrar as mulheres ao padrão existente mas reconceituar e transformar esse padrão. Os primeiros estudos sobre trabalho feminino no Brasil focalizaram exclusivamente a ótica da produção, sem levar em conta o fato de que o lugar que a mulher ocupa na sociedade é determinado também por seu papel na família, e que estes estudos tomaram novo rumo quando focaram a articulação entre o espaço produtivo e a família, ou espaço reprodutivo. A divisão sexual do trabalho passa a ter conotação de submissão justamente com o surgimento da propriedade privada e o confinamento da mulher para garantir a herança da propriedade. A mulher passa a produzir apenas para a família, que vai se tornando monogâmica, nuclear, patriarcal. A produção doméstica cada vez mais se distancia dos caminhos por onde passam a produção social e a reprodução – problemas antes coletivos – e vai se tornando questão privada, de domínio do patriarca. 16 17 Nesse sentido, foi se firmando a ideia de que o lugar da mulher no espaço público, inclusive produtivo, não pode ser entendido sem uma articulação com o espaço privado, seu lugar na família, a dupla jornada, o papel de cuidar, etc. O entendimento sobre divisão sexual do trabalho torna-se fundamental para a compreensão da caminhada de emancipação da mulher, seu lugar no trabalho e na vida, as desigualdades no âmbito do trabalho e dos espaços de poder. Toda a história do trabalho feminino é uma história econômica e social, mas também ideológica e cultural. Falar do trabalho da mulher é tratar também dos homens e da sociedade. O acesso da maioria das mulheres à autonomia econômica é uma conquista rumo à liberdade, uma conquista inacabada, mas tangível, evidente, atestada. Os direitos e o ingresso das mulheres na esfera pública possibilitaram uma maior autonomia das mulheres nas próprias relações privadas, embora não tenham alterado a clássica divisão sexual do trabalho. Embora a divisão sexual do trabalho se enraíze na atribuição prioritária do trabalho doméstico às mulheres, de modo algum pode ser considerada operante simplesmente no que diz respeito às mulheres, ao trabalho doméstico, à esfera do privado ou à da reprodução. A divisão do trabalho entre homens e mulheres é parte integrante da divisão social do trabalho e que, do nascimento do capitalismo ao período atual, as modalidades da divisão do trabalho entre os sexos, tanto no trabalho assalariado quanto no doméstico, evoluem no tempo de maneira concomitante às relações de produção. de divisão do trabalho social decorrente das relações sociais entre os sexos, modulada histórica e socialmente. Nesse sentido, a divisão sexual do trabalho tem como característica a designação prioritária dos homens para a esfera produtiva e das mulheres para a esfera reprodutiva e, simultaneamente, a apropriação pelos homens das funções com maior valor social adicionado (políticos, religiosos, militares, etc.). Há, basicamente, dois princípios da divisão sexual do trabalho e suas modalidades: o princípio da separação (há trabalhos de homens e de mulheres) e o princípio hierárquico (um trabalho de homem vale mais que um trabalho de mulher). Embora esses princípios sejam válidos em todas as sociedades conhecidas, no tempo e no espaço, não significa que a divisão sexual do trabalho seja imutável. O que seria estável é a distância entre os sexos, pois é inegável que a condição feminina melhorou mas a distância entre os sexos continua. A divisão sexual do trabalho não só separa e articula produção e reprodução, como também estrutura as relações no trabalho produtivo, permitindo recolocar a questão da relação entre a dinâmica das relações capitalistas de trabalho e a força de trabalho feminina em um ângulo que integra os dois níveis, sexualizando as relações de trabalho nos processos de industrialização, questionando as generalidades e fazendo emergirem as relações invisíveis que estruturam o trabalho doméstico ou a própria divisão sexual do trabalho e das tarefas nas varias relações sociais. Se inicialmente a divisão sexual do trabalho tinha o estatuto de articulação de duas esferas essa noção de articulação logo se mostrou insuficiente, levando a um segundo nível de análise: o das relações sociais de sexo. Uma nova maneira de pensar o trabalho, seja na família, seja no campo produtivo. O entendimento da divisão sexual do trabalho evolui como forma 18 19 Divisão sexual das tarefas no processo de trabalho para as mulheres: práticas construídas social e historicamente através de modos de vida, representações e estratégias de sobrevivência. Não podem ser abstraídas as relações e as práticas masculinas e femininas contidas no conceito de divisão sexual do trabalho. Hoje, concretizar a cidadania das mulheres passa por uma mudança na divisão sexual do trabalho doméstico, capaz de garantir uma efetiva igualdade social e sexual, O cuidado e as responsabilidade familiares, ao serem atribuídas exclusivamente às mulheres, acabam por prejudicá-las e têm consequências no desenvolvimento de sua cidadania social. Essa prática, ao ser socialmente construída e imputada como responsabilidade ou naturalizada como atributo feminino, se enfraquece como processo social e também onera as mulheres e tem se mostrado mais resistente a mudanças internas, seja nas relações de poder, seja nas atribuições conferidas a partir de papeis sexuais socialmente estabelecidos. Muitas vezes, as tradições de masculinização e feminização de profissões e tarefas se constituem por extensão de práticas masculinas e femininas: homens fazem trabalhos que exigem força, mulheres fazem trabalhos que reproduzem tarefas domésticas. Mais do que transferência de tarefas, são as regras da dominação de gênero que se produzem e se reproduzem nas várias esferas da atividade social. O fato é que a força de trabalho masculina aparece como força livre, enquanto a força de trabalho feminina surge como sexuada. Desta forma, as condições de negociação da força de trabalho não são as mesmas, o que permite concluir pela sexualização da força de trabalho e, consequentemente, das relações e práticas de trabalho. “Para o indivíduo, viver uma vida inteiramente privada significa ser destituído de coisas essenciais à vida verdadeiramente humana: ser privado da realidade que advém do fato de ser visto e ouvido por outros, privado de uma relação objetiva com eles decorrente do fato de ligar-se e separar-se deles mediante um mundo comum de coisas, e privado da possibilidade de realizar algo mais permanente que a própria vida.” Hannah Arendt Pesquisas evidenciam as assimetrias entre qualificação masculina e feminina promoção masculina e feminina, etc. Essas relações se intersustentam, sendo o resultado de múltiplas 20 21 Participação por ramo de atividades O trabalho industrial e a tecnologia automatizada prometem as precondições para a libertação da mulher, junto com a do homem, mas não mais do que precondições. Recusada para um papel na produção ou recusando-o, a mulher nem mesmo cria as precondições de sua libertação. O impulso do capital para a expansão lucrativa interessa incluir a mulher no mercado de trabalho mas impondo limitações e desigualdades, jogando sobre os ombros da mulher o peso das disfunções sociais associadas à crescente instabilidade da família. Tudo isso se enraíza na atribuição prioritária do trabalho doméstico à mulher. No universo do mundo produtivo existe uma construção social sexuada que faz com que as mulheres e homens que trabalham sejam, desde a escola, diferentemente qualificados e capacitados para o ingresso no mercado de trabalho. O capitalismo tem se apropriado dessa divisão sexual do trabalho. É nesse contexto que a ampliação da presença da mulher no mundo produtivo faz parte de uma emancipação inconclusa, parcial, tanto em relação à sociedade de classes quanto às inúmeras formas de opressão masculina, fundamentadas na tradicional divisão social e sexual do trabalho, pois o capital incorpora o trabalho feminino de modo desigual e diferenciado. A tensão provocada pela necessidade de conciliar as tarefas domésticas com as crescentes exigências derivadas da maior participação das mulheres no mundo do trabalho e da esfera pública em geral é que vem originando mudanças no comportamento reprodutivo das mulheres, como o adiamento da maternidade, a opção de não ter filhos e a diminuição do 22 23 numero de filhos. Por outro lado, vai se impondo uma agenda de luta por políticas públicas e de mudança dos estereótipos quanto ao papel da mulher. Quadro de discriminação Torna-se cada vez mais inaceitável o desgaste físico e emocional que as trabalhadoras enfrentam devido à quantidade e à diversidade de atividades que devem realizar e às consequências sobre sua saúde física e mental, afetando seu desempenho no trabalho. O Projeto de Lei 4330, que amplia o processo de terceirização no mundo do trabalho, se aprovado terá um impacto maior sobre as mulheres. Visto que as mulheres ganham em geral somente 70% do salário dos homens, isso significa que seus rendimentos seriam ainda menores. Além disso, as mulheres já são a maioria entre os trabalhadores terceirizados. Com a aprovação da PL 4330, a prática da terceirização passaria a ser legitimada e incentivada, e as mulheres já são as mais atingidas por essas formas de contratação, em especial as mulheres negras. “A crise bancária, a crise econômica propriamente dita e a crise social, redundaram em movimentos de precarização e de desemprego que afetaram desigualmente a mão de obra masculina e feminina. As mulheres são majoritárias nas situações de desemprego. E à precarização do trabalho das mulheres se soma a precarização familiar.” Helena Hirata A autonomia econômica das mulheres significa a capacidade de as mulheres escolherem seu próprio horizonte, de construir expectativas de uma vida de qualidade e ter condições para isso. Mas essa autonomia só é real se valer para o conjunto das mulheres e, por isso, é fundamental a construção de políticas públicas que criem a base necessária para o desenvolvimento de suas capacidades. Com todos os avanços, a desigualdade entre homens e mulheres sustentada pela divisão sexual do trabalho persiste, expressada nas diferenças salariais, no nível de formalização do trabalho e também na sobrecarga de horas dedicadas ao trabalho doméstico. O desafio de construir autonomia econômica vai além de afirmar a independência financeira. Ele passa por um conjunto de atividades essenciais à vida e que nem sempre são reconhecidas pelas políticas de desenvolvimento. A ampliação dessa fronteira, de forma a incluir toda a dimensão da reprodução da vida e do cuidado com as pessoas, é central para pensar políticas públicas sensíveis à relação entre trabalho fora e dentro de casa. 24 25 Trabalho doméstico e uso do tempo Os trabalhos com a casa e a família normalmente recaem sobre as mulheres, uma vez que a sociedade ainda trata estas tarefas como naturalmente “femininas”. Nessa visão, aos homens caberia o papel de sustentar a casa por meio do trabalho produtivo e tarefas que supostamente exigem força física ou raciocínio lógico. Essa divisão de trabalhos tidos como femininos e masculinos impõe às mulheres uma dupla jornada de trabalho: como profissionais e como donas de casa, gerando sobre elas grande sobrecarga. Hoje, 68% das mulheres declara realizar afazeres domésticos, em oposição a apenas 32% dos homens. Para piorar a situação das mulheres, nas grandes cidades, elas devem contar com a grande dificuldade proporcionada pela mobilidade urbana que as fazem dispender muito tempo no deslocamento entre casa e trabalho. Considerando apenas as pessoas que trabalham fora de casa, as mulheres dedicam 22,3 horas semanais para a execução de tarefas domésticas, enquanto homens dedicam apenas 10,2 horas semanais. Somando as duas jornadas, as mulheres trabalham em média 58,5 horas semanais enquanto os homens trabalham 52,7 horas por semana. Discriminação no mercado de trabalho A participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu ao longo das últimas décadas. Em 1950, as mulheres representavam somente 13,6% da População Economicamente Ativa, número que passou para os atuais 46,7%, segundo o IBGE. Ainda sim, a desigualdade salarial persiste. Pessoas do sexo masculino têm rendimento médio de R$ 11,10 por hora enquanto as do sexo feminino recebem em média R$ 9,20 por hora. O impacto da desigualdade com recorte de raça é ainda maior: o rendimento das mulheres negras é de R$ 7,20 por hora de trabalho. Ainda segundo o instituto, atualmente, as mulheres são maioria entre as pessoas com idade para trabalhar (52,3%). No entanto, ainda há predominância masculina em pessoas ocupadas (67,4%) contra 45,9% das mulheres. 26 BRASIL Doenças A busca por reafirmar-se no mercado de trabalho e de dar conta dos afazeres domésticos tem levado muitas mulheres a desenvolverem uma série de patologias, dentre elas a Síndrome do Pânico, que simboliza a estafa da mulher moderna que luta por seu reconhecimento público, mas não quer abrir mão de sua felicidade pessoal, do direito a relações afetivas prazerosas, do direito à maternidade. A busca do equilíbrio tem acarretado um custo pessoal muito alto para as mulheres. Como preservar o direito à autonomia econômica e ao mesmo tempo preservar o prazer da relação amorosa e filial, o espaço em família, baseado na afetividade? As mulheres persistem na busca de novos caminhos para uma vida feliz. A autoafirmação e a afetividade são hoje as duas faces da moeda da felicidade. que se repete e gera constrangimento para a vítima. Podem ser cantadas, gestos ou insinuações de teor sexual, mas também chantagens e ameaças, como quando o chefe busca vantagens sexuais em troca da promoção da trabalhadora. Assédio moral e sexual Dentro do ambiente de trabalho, a discriminação contra a mulher vem também em forma de violência. A violência psicológica, conhecida como assédio moral, é uma realidade para trabalhadoras e trabalhadores, mas a maioria das vítimas no Brasil são as mulheres negras, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. No somatório geral, o maior alvo de assédio moral são as mulheres (51%). Dentro do assédio moral, está o assédio sexual, outra forma de violência contra a mulher no trabalho, que decorre da ideia preconceituosa de que o corpo da mulher é um objeto à disposição dos homens. Consequência disso é que 52% de todas as trabalhadoras do mundo já foram assediadas sexualmente. É atitude de fundo sexual 30 “Assédio moral é a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.” Margarida Barreto 31 Pelo trabalho decente Além da promoção permanente das Normas Internacionais do Trabalho, do emprego, da melhoria das condições de trabalho e da ampliação da proteção social, a atuação da OIT no Brasil tem se caracterizado, no período recente, pelo apoio ao esforço nacional de promoção do trabalho decente em áreas tão importantes como o combate ao trabalho forçado, ao trabalho infantil e ao tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e comercial, à promoção da igualdade de oportunidades e tratamento de gênero e raça no trabalho e à promoção de trabalho decente para os jovens, entre outras. O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da Organização Internacional do Trabalho (OIT): o respeito aos direitos no trabalho, em especial aqueles definidos como fundamentais pela Declaração Relativa aos Direitos e Princípios Fundamentais no Trabalho e seu seguimento adotada em 1998: (i) liberdade sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; (ii) eliminação de todas as formas de trabalho forçado; (iii) abolição efetiva do trabalho infantil; (iv) eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação, a promoção do emprego produtivo e de qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social. 32 Com foco na igualdade de gênero, o trabalho decente se caracteriza pela ampliação do acesso das mulheres ao mercado de trabalho com exigência de espaços para qualificação. Editais de concurso de profissões tradicionalmente masculinas precisam indicar a participação das mulheres. É importante que haja políticas públicas que contemplem, entre outras iniciativas, acesso a crédito para o empreendedorismo feminino, criação de equipamentos sociais que contribuam para ampliar o tempo disponível das mulheres como creches e escolas integrais, por políticas de previdência social inclusiva para as mulheres, acesso das mulheres à documentação civil e o combate permanente contra qualquer relação de trabalho discriminatória em razão de sexo, raça-etnia, orientação sexual, geração ou deficiência com equidade salarial e no acesso a cargos de direção. 33 A SPM-RIO A SPM-Rio tem em sua abrangência ações, programas e projetos voltados às seguintes áreas de atuação: 1) Capacitação política para o exercício de liderança e para a ocupação de espaços de poder; 2) Capacitação, qualificação profissional e complementação de escolaridade; 3) Geração de emprego e renda; 4) Identificação, mediação e promoção de convênios que possibilitem o empreendedorismo das mulheres cariocas; 5) Prevenção e combate à violência; 6) Direitos sexuais e direitos reprodutivos; 7) Combate aos estereótipos na educação; 34 A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do Município do Rio de Janeiro (SPM-Rio) foi criada pelo Decreto nº 36.691, de 1 de janeiro de 2013. Tem por objetivos identificar, promover, coordenar, implementar e acompanhar políticas públicas para as mulheres, com corte de raça e etnia; respeito as diferenças geracionais e a livre orientação sexual e religiosa, valorizando a cidadania das mulheres. 8) Proteção contra a utilização discriminatória da imagem da Tem na transversalidade um de seus pilares e, entre suas ações, a secretaria busca estabelecer parcerias com as diversas secretarias do município, com a sociedade civil, a comunidade acadêmica e a intelectualidade, contribuindo para transformar o Rio de Janeiro em cidade referência do país quanto à igualdade de gênero e oportunidades e proteção das cidadãs cariocas. desenvolvido pela Prefeitura do Rio de Janeiro de modo a estimular o desenvolvimento integral da mulher carioca. mulher carioca nos meios de comunicação; 9) Fortalecimento da organização popular de mulheres e desenvolvimento de projetos comunitários protagonizados por mulheres; 10) Apoio aos programas de saúde, educação, cultura e outros 35 EQUIPAMENTOS DA SPM-RIO O CEAM: Ceam Chiquinha Gonzaga - Presta atendimento às mulheres em situação de violência doméstica, oferecendo atendimento integral e acompanhamento interdisciplinar, visando o rompimento do ciclo da violência; O CEAM Chiquinha Gonzaga - Centro Especializado de Atendimento à Mulher – é um equipamento da SPM-Rio, e compõe a Política Pública de Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher. - Realiza o primeiro acolhimento, como porta de entrada, às mulheres em situação de risco iminente de morte e as encaminha, junto com suas filhas (os) menores, para a Casa Abrigo Viva Mulher Cora Coralina; Segundo a Norma Técnica de Uniformização dos Centros de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (SPM/PR, 2006): - Atende, após o desligamento, as mulheres abrigadas, com vistas à criação de vinculo institucional com o CEAM, para as mulheres que permanecerem no município do Rio de Janeiro; - Fomenta através de todas as ações desenvolvidas e a participação em eventos e fóruns discussões que abordem as relações desiguais de gênero; “Os Centros de Referência são estruturas essenciais do programa de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, uma vez que visa promover a ruptura da situação de violência e a construção da cidadania por meio de ações globais e de atendimento interdisciplinar (psicológico, social, jurídico, de orientação e informação) à mulher em situação de violência. Devem exercer o papel de articuladores dos serviços e organismos governamentais e não-governamentais que integram a rede de atendimento às mulheres em situação de vulnerabilidade social, em função da violência de gênero.” O atendimento do CEAM pauta-se na reflexão da história de vida trazida pela mulher que se encontra em situação de violência doméstica, através do questionamento das relações de gênero e dos papéis entre homens e mulheres que legitimam as desigualdades e a violência contra as mulheres. A equipe do CEAM é composta por uma coordenadora, uma assessora de gênero, três assistentes sociais, uma psicóloga, duas funcionárias administrativas e um motorista. 36 - Produz informações qualitativas e quantitativas, que identifiquem o perfil das mulheres atendidas, a fim de subsidiar a elaboração de políticas públicas de gênero; Contemplando um dos quatro eixos previstos na Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, a prevenção à violência, a equipe do CEAM realiza visitas, palestras, oficinas, debates, grupos, abordando os temas: gênero e violência doméstica, políticas públicas de gênero e Lei Maria da Penha (11.340/06), em diversas instituições, governamentais, não governamentais e outras. Endereço e contatos: Rua Benedito Hipólito, 125, Praça Onze – Cidade Nova. Tel.: 2517-2726. Email: [email protected] Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h. Qualquer mulher em situação de violência doméstica, de qualquer natureza, faz jus ao atendimento oferecido pelo CEAM. 37 Casa Viva Mulher Cora Coralina A execução de uma das atividades previstas junto à política para mulheres vítimas de violência é realizada por meio da Casa Abrigo Viva Mulher Cora Coralina, que se caracteriza como um espaço de acolhimento para mulheres em situação de violência doméstica, com risco de morte, que garante atendimento de moradia provisória, alimentação, saúde, educação para os filhos, além de acompanhamento social, psicológico, pedagógico e jurídico através de equipe interdisciplinar. A Casa Viva Mulher Cora Coralina é a única destinada a este atendimento específico no município do Rio de Janeiro. Possui caráter sigiloso: não são divulgados localização e telefone institucionais, de modo a ser um espaço seguro para as mulheres. Atende mulheres em situação de violência doméstica, com risco de morte, em caráter provisório, por aproximadamente quatro meses, com o objetivo de interromper o ciclo da violência. A capacidade de atendimento é de até 42 pessoas, incluindo mães e filhas e filhos. do funcionamento dos serviços citados, pelo Plantão Judiciário – CEJUVIDA. Os encaminhamentos também podem ocorrer pelo atendimento da Secretaria Municipal de Assistência Social (CRAS e CREAS). A equipe da casa é formada por uma diretora, três assistentes sociais, duas psicólogas, duas advogadas, duas funcionárias administrativas, uma pedagoga, uma terapeuta ocupacional, uma técnica de enfermagem, cinco motoristas, oito educadoras, duas cozinheiras, duas auxiliares de cozinha e uma auxiliar de serviços gerais. A maioria das mulheres abrigadas vem em sua maioria da Zona Norte, Zona Oeste e dos municípios da Baixada Fluminense. A idade média é de 33 anos, sendo a de menor idade atendida com 18 anos e a de maior idade com 72 anos. As atividades da casa superaram 2100 atendimentos ao longo de um ano, incluídos aí o atendimento de ajuda social e psicológico. As mulheres acolhidas chegam ao serviço a partir de encaminhamentos da rede de proteção e garantia de direitos das mulheres vítimas de violência. Como se trata de acolhimento protegido e sigiloso, não é possível receber essas mulheres diretamente no espaço do abrigo. Assim, o primeiro atendimento pode ocorrer através dos Centros Especializados de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica (CEAM, CIAM), as Delegacias Especializadas - DEAMs, ou ainda, em horário diverso 38 39 ServiçoS A Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego do Rio de Janeiro (SMTE) oferece serviços destinados à inclusão das cariocas no mercado de trabalho. Carteira de Trabalho O que é? A Carteira de Trabalho e Previdência Social é documento obrigatório para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de atividade profissional remunerada. Em caso de emissão por motivo de roubo, furto, extravio ou perda: Boletim de ocorrência policial; Cópia da ficha de registro de empregado com carimbo do CNPJ da empresa ou extrato do PIS/PASEP ou requerimento de seguro desemprego ou termo de rescisão do contrato de trabalho, homologado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ou pelo Ministério Público, ou pela Defensoria Pública, ou pelo Sindicato de classe, ou por um juiz de paz. - Em caso de emissão por motivo de continuação: Apresentar a CTPS anterior. - Em caso de emissão por motivo de inutilização: A quem se destina? Apresentar a CTPS anterior; Apresentar o comprovante do número da CTPS inutilizada, caso ele não esteja legível no documento apresentado. Cidadão maior de 14 anos. Estrangeiros devem procurar a SRTE para emissão de CTPS. Documentos necessários - Primeira via Plano Nacional do Sistema Nacional de Emprego (Plansine) Documento oficial de identificação civil (válido e legível) que contenha: o nome do interessado, data, município e estado de nascimento, filiação, nome e número do documento com órgão emissor e data de emissão; CPF; Comprovante de residência com CEP; Certidão de nascimento ou casamento para comprovação obrigatória do estado civil. O que é o projeto? - Segunda via O Projeto Plansine tem a função de gerir os Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda (CPETRs), promovendo a intermediação de mão de obra para colocação e recolocação de trabalhadores no mercado. Toda semana, nas segundas, quartas e sextas são divulgadas vagas de emprego. Além dos documentos listados acima, são necessários os seguintes: 40 41 Documentos necessários Identidade, CPF, PIS e Carteira de Trabalho. Onde se inscrever? Nos Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda ou enviar currículo para: [email protected] ou smteboasvagas@ gmail.com. do FGTS ou extrato analítico; Termo de rescisão e termo de homologação ou quitação; 3 (três) últimos contracheques dos 3 (três) meses anteriores a demissão; Comprovante de residência ou declaração; Comprovante de escolaridade ou declaração. Como pode ser feito o agendamento? Por telefone ou presencialmente, entre 8h e 17h, de segunda a sexta-feira, em um dos postos listados, abaixo. Exceto os postos da Zona Portuária e de Honório Gurgel que funcionam no horário de 9h às 17h. Agendamento para Seguro Desemprego Formal Onde solicitar? O que é? Nos Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda. É um benefício garantido nos Direitos Sociais da Constituição Federal, em seu Art. 7º, e regulamentado pela Lei nº 7.998 de 11 de Janeiro de 1990, aos trabalhadores em virtude de demissão involuntária e tem como finalidade prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo. Além disso, objetiva auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional. Documentos necessários Requerimento de seguro-desemprego formal e comunicação de dispensa; Documento de identificação – RG ou certidão de nascimento/ casamento com o protocolo de requerimento da identidade ou carteira de habilitação ou passaporte ou certificado de reservista; CPF; Carteira de trabalho; Comprovante de saque 42 Pronatec O Pronatec Trabalhador e Pronatec Brasil sem Miséria são executados pela Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego e consistem na oferta de cursos gratuitos de qualificação e formação profissional. Quais são os documentos necessários? Os candidatos devem apresentar identidade, CPF e carteira de trabalho. Para os cursos do Pronatec Brasil Sem Miséria (renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa ou renda mensal total de até três salários mínimos), além dos documentos mencionados, será necessário estarem inscritos no Cadastro Único do Governo Federal. Onde solicitar? Nos Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda. 43 Confira o site da SMTE para acompanhar o anúncio de novas vagas!: http://www.rio.rj.gov.br/web/smte/ Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda (CPETR) Tijuca Rua Camaragibe, 25 Tel. (21)2298-0634 / (21)2298-0666 Centro Av. Presidente Vargas, 1997 (atendimento exclusivo às pessoas com deficiência) Tel. (21) 2224-1542 / (21)2224-1072 Região Portuária Rua da América, 81, Santo Cristo Tel. (21) 2213-2885 Honório Gurgel Rua Lourenço Marques, 70 - Marechal Hermes Tel. (21) 3833-1908 / (21) 3833-1063 Jacarepaguá Estrada do Guerenguê, 1.630 Tel. (21) 3412-1510 Campo Grande O horário de funcionamento dos postos é de 8h até 17h, de segunda a sexta-feira, exceto os postos da Zona Portuária e de Honório Gurgel, que funcionam no horário das 9h às 17h. Rua Barcelos Domingos, 162 Tel. (21) 3394-1798 Ilha do Governador Estrada do Dendê, 2.080 Tel. (21) 3363-3700 Méier Rua Vinte e Quatro de Maio, 931 Tel. (21) 3111-4447 44 45 Fontes de consulta ARAUJO, Clara; SCALON, Celi (orgs.) Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV/FAPERJ, 2005. ARAUJO, Clara; PICANÇO, Felícia; SCALON, Celi. Novas conciliações e antigas tensões? Gênero, família e trabalho em perspectivas comparadas. São Paulo: Editora Edusc, 2007. BARRETO, Margarida. Violência, saúde e trabalho – Uma jornada de humilhações. São Paulo: FAPESP/EDUC, 2003. HIRATA, Helena. Nova divisão sexual do trabalho? São Paulo: Boitempo, 2002. NOGUEIRA, Cláudia Mazzei. A feminização no mundo do trabalho: entre a emancipação e a precarização. Campinas, SP: Autores Associados, 2004. NOGUEIRA, Cláudia Mazzei. O trabalho duplicado. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2006. ROCHA, Ana. Trabalhadoras da FAET – Condições de trabalho e sobrecarga doméstica. São Paulo: Editora Anita Garibaldi e Fundação Maurício Grabois SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Relatório Anual Socioeconômico da Mulher 2014. Capítulo 5: Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho. Brasília, 2015. SOUZA-LOBO, Elizabeth. A classe operária tem dois sexos. Trabalho, dominação e resistência. São Paulo. Editora Perseu Abramo, 2011. 46 48