Trecho - Marinheira de primeira

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Olivia Bernardes
Um guia prático para os primeiros
cuidados com o bebê
parte 1.
Antes de o bebê nascer
1.
Estou grávida. O que fazer agora?
Quando você descobre que está grávida, a primeira reação é de surpresa,
alegria e felicidade. A vontade é de contar para todo mundo, de festejar.
Mas passado o primeiro impacto você se pergunta: e agora? O que é que
eu faço? Por onde começo? Como vou ser mãe se nunca fiz isso?
A maternidade traz com ela muitas dúvidas e ansiedades, mas a
verdade é que ser uma boa mãe não tem nada a ver com cumprir
todos os parâmetros do manual da mãe perfeita. Sem dúvida, para
algumas mulheres, a maternidade é uma relação de amor inequívoca,
o tão falado amor incondicional, que começa assim que a gravidez é
confirmada. Para outras, no entanto, trata-se de um mundo novo que
precisa ser desbravado. Afinal de contas, o instinto maternal não é um
“opcional de fábrica” para todas. Ele precisa ser construído desde o
início da gestação, tijolo por tijolo, e, em muitos casos, mesmo depois
do nascimento do bebê. Não se assuste. Isso é muito normal.
A dinâmica dos nove meses de gravidez
Muitos obstetras não permitem que você pinte o cabelo, tome bebidas
dietéticas, faça exercícios pesados. Os quadris alargam, os seios aumentam de volume e bicos e aréolas escurecem. Para muitas mulheres, a gestação é vivida com tranquilidade; para outras, um tormento
com tantas mudanças físicas e emocionais. Apesar da sensação gloriosa de gerar uma vida, é preciso admitir que a gravidez tem lá o seu
lado B, com direito a desconfortos e angústias.
Obviamente, tanto os desconfortos quanto as angústias variam de
mulher para mulher. Embora algumas não apresentem qualquer sinal
de incômodo no início da gestação, em geral, pode-se sentir azia e enjoo nas primeiras semanas; e, nos meses finais, são comuns as queixas
de dificuldade para achar uma posição para dormir e dor nas costas
– afinal o bebê cresce a cada dia (e proporcionalmente a barriga). Já
no nono mês, impossível não ficar ansiosa!
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Enfim, brincadeiras à parte, o mais importante mesmo é sabermos
lidar de forma saudável com a gravidez. Essas quarenta semanas de
espera podem parecer uma eternidade, mas, acredite, passam muito
rápido. Por isso, curta cada fase da gestação, a barriga crescendo, a espera pela próxima consulta com o obstetra, a ultrassonografia seguinte
e tudo de novo que acontece com o seu corpo. A natureza é sábia, e
cada coisa tem seu tempo.
Maratona de consultas
Nas consultas do pré-natal, durante as próximas quarenta semanas
(nove meses completos, podendo chegar a 42 semanas), o obstetra
será a pessoa a quem você confiará a saúde de seu corpo e a de seu
bebê. É esse profissional que irá orientá-la sobre todas as dúvidas que
tiver em relação à gestação: que exames fazer e quando, medicações
que deve ou não tomar, alimentos a serem evitados e outras tantas
questões que passarão pela sua cabeça. Tem dúvida? Pergunte ao obstetra. É muito importante sentir-se à vontade com o médico que escolher e, principalmente, confiar nele.
Aproveite as consultas para tirar todas as suas dúvidas. Elas serão
mensais até o sétimo mês de gravidez, passando a quinzenais a partir
do oitavo. Quando entrar no nono mês, a partir da 37ª semana, a ida
ao obstetra é semanal.
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Preparando o bico do peito
Uma das preocupações recorrentes das grávidas é quanto à preparação
do bico do peito para a amamentação. O que, afinal, elas devem fazer?
Bem, como costumo reforçar, cada obstetra tem as suas preferências. Antigamente, a regra era passar uma bucha vegetal ou um pano
atoalhado no bico do peito com o objetivo de fortalecer a pele do
local. Hoje em dia, no entanto, poucos são os que dão essa orientação.
E a verdade é que a maior parte dos obstetras não recomenda mais nenhum tipo de preparação específica, a não ser um banho de sol diário
de pelo menos dez minutos pela manhã – o que não tem qualquer
contraindicação. Se você tiver algum lugar privado onde possa fazer
um topless com tranquilidade, ótimo. Mas se não tiver, pode usar uma
lâmpada de 40 watts distante dois palmos do peito que o efeito é semelhante. Mas lembre-se: nunca faça qualquer tipo de preparação sem a
indicação do seu médico.
Durante a gestação, uma mudança que logo perceberemos no corpo é que o bico e a aréola escurecem e aumentam. O tom da pigmentação vai depender da tonalidade da pele de cada mulher, mas essa
hiperpigmentação ocorre exatamente para deixar a pele do bico do
peito mais resistente – ela funciona como um reforço natural criado
pelo corpo.
Bico invertido ou plano
Quem tem o bico do peito invertido ou não tem bico, o chamado
bico plano, precisará fazer uma preparação especial com a concha de
amamentação, modelo sem furo. Usada a partir do sétimo ou do oitavo mês de gestação, durante alguns minutos pelo menos três vezes por
dia, ela ajuda na formação do mamilo, pois cria um vácuo e empurra
o bico do peito para fora.
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Existem quatro tipos de concha: a de base rígida, a de base flexível, a de orifício grande e a de orifício pequeno. Dessas, a melhor
para correção de bico é a de base rígida, sendo que a de base flexível,
sem furos, também é recomendada. Mas antes de sair comprando todos os modelos disponíveis, confirme com o obstetra qual deles é o
mais apropriado para você e qual o melhor método a ser seguido. E
lembre-se de que a todo o momento surgem novidades no mercado de
acessórios para mãe e bebê.
O uso da concha, no entanto, não elimina a necessidade de outras
técnicas que hoje a maior parte dos obstetras, no caso de bicos de
peito comum, considera desnecessárias, como a manobra de rolar o
bico entre o polegar e o indicador, puxando-o para fora – uma rotina
que deve ser feita duas vezes ao dia durante pelo menos três minutos,
sempre com delicadeza, pois não se deve machucar o bico ou deixá-lo
dolorido.
Mas, atenção: converse primeiro com o seu obstetra para saber se
essa ou outras rotinas se aplicam ao seu caso.
Evitando o ressecamento da pele
Para evitar o surgimento das tão temidas estrias é recomendável manter a pele bem hidratada. O peito e a barriga obviamente são os pontos focais, pois aumentam muito de volume, mas o restante do corpo
também precisa de cuidados extras.
Na verdade, o ideal é fazer uma hidratação mais constante e intensa desde o início da gravidez, pois essa é a única maneira de prevenir o
ressecamento e o estiramento da pele. Apesar de as estatísticas mostrarem que quem é mais morena tem maior tendência a desenvolver estrias, essas marcas desagradáveis podem aparecer até mesmo em peles
superclaras e também nas mais hidratadas. Ou seja: ter ou não estrias
vai depender muito da natureza de cada mulher.
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Os cremes hidratantes à base de ureia e óleo de amêndoa são bastante eficientes, mas quando aplicá-los na região do colo e seios, tome
cuidado para não passar no bico do peito e aréola. Para essa região específica, alguns obstetras recomendam uma pomada de lanolina pura
que pode ser poderosa, ajudando a aumentar a resistência da pele e prevenindo possíveis problemas de rachaduras durante a amamentação.
De qualquer forma, seja qual for o creme escolhido, mesmo que
tenha sido indicado pelo dermatologista, pergunte a seu obstetra se o
uso está liberado, pois nunca se sabe como a sua pele vai responder e
é bom que ele esteja a par do que você está usando.
>A
cada visita mensal ao obstetra leve uma lista de
dúvidas e sintomas. Pergunte sobre:
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Uso de cinta no primeiro mês após o parto.
Que método utilizar para a preparação do aleitamento.
Relações sexuais.
Quais são os sinais de parto e quando avisá-lo.
Quais as casas de saúde que ele indica e por quê.
Indague sobre o orçamento do parto.
Converse com o obstetra sobre os tipos de parto.
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