dermóide ocular em cão da raça labrador

Propaganda
1
Fernanda da Silva Bezerra
DERMÓIDE OCULAR EM CÃO DA RAÇA LABRADOR:
Relato de Caso
Salvador/BA
2016
2
Fernanda da Silva Bezerra
DERMÓIDE OCULAR EM CÃO DA RAÇA LABRADOR:
Relato de Caso
Monografia apresentada como requisito para
conclusão do Curso de Pós-Graduação,
Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de
Pequenos Animais, do Centro de Estudos
Superiores de Maceió, da Fundação Educacional
Jayme de Altavila, orientada pelo Médico
Veterinário MSc. Ernani Méro Campos.
Salvador/BA
2016
3
Fernanda da Silva Bezerra
DERMÓIDE OCULAR EM CÃO DA RAÇA LABRADOR:
Relato de Caso
Monografia apresentada como requisito para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação,
Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de
Pequenos Animais, do Centro de Estudos
Superiores de Maceió, da Fundação Educacional
Jayme de Altavila, orientada pelo Médico
Veterinário MSc. Ernani Méro Campos.
Salvador/BA, 12 Maio de 2016.
Médico Veterinário MSc. Ernani Méro Campos
Salvador/BA
2016
4
Agradecimentos
A Deus primeiramente por estar sempre presente, me dando força, determinação e
sabedoria para ter conseguido concluir mais esta etapa em minha vida.
A minha mãe que sempre foi meu alicerce, me apoiando nas horas mais difíceis e de
longas jornadas.
A minha filha de quatro patas Mariah que é e sempre será, minha fonte de inspiração na
minha profissão, principalmente na área de oftalmologia veterinária.
Ao meu orientador Médico Veterinário e MSc. Ernani Méro Campos pela confiança,
paciência e orientação que foi totalmente fundamental para a concretização deste trabalho, pois
sem a sua ajuda este trabalho em especial não seria possível se realizar.
Aos professores da EQUALIS por todo aprendizado, trocas de experiências e
aprimoramentos adquiridos no curso, e aos amigos que fiz na turma do curso de Pós-Graduação
EQUALIS Salvador/BA ano de 2014 que ficarão para sempre na minha vida e no meu coração.
Aos meus amigos queridos que sempre me incentivaram, e a todas as pessoas que direta
ou indiretamente fizeram parte dessa trajetória, meu muito obrigada a todos!
5
Resumo
O Dermóide ocular é uma lesão cística, também conhecido como coristoma congênito. Acomete
principalmente animais jovens podendo ser unilateral ou bilateral, em cães, sua predisposição
racial é para Dachshund, Rottweiler, Pastor Alemão e Pinsher. O diagnóstico é baseado no
histórico do paciente e exame oftálmico rigoroso, além de exames complementares como
aspirado com agulha fina e histopatológico. Os sinais clínicos variam, como por exemplo:
lacrimejamento, secreção mucopurulenta, irritação ocular e úlcera corneal. O tratamento mais
eficaz é a excisão cirúrgica. Este trabalho relata o caso de um cão labrador, macho, com idade
de 7 meses, que foi atendido para realização de um raio-x, cuja avaliação pré-anestésica
detectou uma massa ocular única, saliente, aderida, unilateral, com presença de pelos e sem
ulceração. Foi indicada a cirurgia para a retirada de todo o tecido dermóide conjuntival. No pósoperatório o animal foi mantido com colar elizabetano e tratado com cloridrato de
ciprofloxacino colírio (1gota/4-4 horas/15 dias); diclofenaco sódico colírio (1 gota/4-4 horas/15
dias). O animal recebeu, ainda, meloxicam 0,1 mg/kg por via oral, durante 5 dias. O proprietário
não retornou com o animal para retirar os pontos da cantotomia com 10 dias, por motivos de
distância ou outros que o mesmo não quis relatar, retirado por outro médico veterinário. Com
as fotos enviadas 6 meses após a cirurgia constataram um crescimento irregular na conjuntiva
bulbar e pálpebra. Conclui-se que a dermóide ocular é uma afecção de incidência reduzida na
população canina, com pouca influência na qualidade de vida dos pacientes e capacidade
moderada de agressão significativa à superfície ocular.
Palavras-chave: Canino, Cirurgia, Lesão cística.
6
Lista de Figuras
Figura 1: Reconhecendo o Dermóide............................................................................ 11
Figura 2: Superfície ocular, o dermóide localizado na conjuntiva bulbar no canto
temporal do Paciente Canino......................................................................................... 14
Figura 3: Exposição da córnea e do limbo sem comprometimento...........................
14
Figura 4: Coloboma palpebral na região temporal........................................................ 15
Figura 5: Retirada de toda a massa na conjuntiva bulbar adjacentes através de uma
divulsão......................................................................................................................... 16
Figura 6: Massa na conjuntiva bulbar retirada.............................................................. 16
Figura 7: Imagem do pós-operatório imediato.............................................................. 17
Figura 8: Imagem de aproximadamente 6 meses após a cirurgia, nota-se um
crescimento irregular na conjuntiva bulbar e pálpebra ................................................. 17
7
Lista de Abreviaturas: siglas, símbolos e acrônicos
IM
Intramuscular
Mg
Miligrama
Kg
Kilograma
MPA
Medicação pré-anestésica
8
Sumário
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................
9
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................. 10
2.1 Dermóide Ocular............................................................................................ 10
2.2 Sinais Clínicos............................................................................................... 11
2.3 Diagnóstico.................................................................................................... 12
2.4 Tratamento..................................................................................................... 12
2.5 Prognóstico.................................................................................................... 13
3. RELATO DE CASO.............................................................................................................. 14
4. DISCUSSÃO.......................................................................................................................... 18
5. CONCLUSÃO........................................................................................................................ 20
REFERÊNCIAS........................................................................................................................ 21
9
1.
INTRODUÇÃO
O Dermóide ocular é um tipo de tumor que geralmente cresce lentamente e causa
sintomas mínimos. No caso dos cães, apresenta-se com viés racial nas raças Pastor Alemão,
Dachshund, Dalmation, Golden Retriever, Mastiff e San Bernardo (MICHAEL, et al., 2004;
MANSILLA, 2006).
A característica do dermóide é a formação de uma massa ou conjuntivo saliente,
frequentemente localizada próximo ao limbo, é o aparecimento nestas estruturas de uma seção
de pele pigmentada com pelos, constituidas pela presença de um epitélio dérmica, onde
folículos pilosos pode aparecer, glândulas sebáceas e quistos de queratina delimitado epitélio ,
produzindo uma irritação constante a presença de pelos, que quase sempre é orientada em
direção ao centro da córnea; quanto mais você cresce irritada e pode levar a extremos tais como
perda globo ocular funcional afectado (MICHAEL, et al., 2004; KPRATAP, et al., 2004).
As lesões císticas dermóide na região periorbital, embora rara, representam um desafio
para o diagnóstico uma vez que existem numerosos tecidos de estruturas glandulares com o
potencial para formar uma lesão preenchida com fluido, incluindo o zigomática glândula
salivar, orbital, lacrimal, e terceiras glândulas da pálpebra, células conjuntivas, sistema
nasolacrimal e da mucosa da cavidade nasal (CULLEN; WOLFER, 2000).
Essa lesão congênita geralmente acomete animais jovens, com várias semanas de vida
(JONES, et al., 2000), não existe uma predisposição do cisto em função do sexo dos animais,
(SILVA et al., 2011), embora existam relatos de que as fêmeas sejam mais acometidas (ALAM;
RAHMAN, 2012).
Este trabalho teve como objetivo, relatar o caso de um dermóide ocular em um cão da
raça labrador macho, com idade de 7 meses, com presença de pelos e sem ulceração que foi
tratado cirurgicamente, a fim de retirar todo o tecido dermóide e conjuntiva bulbar adjacentes
através de uma divulsão.
10
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Dermóide Ocular
Dermóide ocular, também chamada de coristoma congênito, se caracteriza como um
tecido cutâneo ectópico com crescimento circunscrito ou focal, localizado no limbo, córnea,
conjuntiva ou ambos, que raras vezes se estende para as pálpebras. Essas moléstias são
unilaterais ou bilaterais e são comumente localizados na região temporal de cães (SILVA et al.,
2011, p. 50).
Cisto dermóide: S. m. cisto cutâneo originário de dobras de pele que são normalmente
eliminadas durante a gestação (fendas embrionárias). Trata-se de nódulos
subcutâneos, apresentando consistência mole. A cápsula epidérmica que os envolve
contém anexos rudimentares e massa cística formada por sebo, queratina, às vezes
pelos e, excepcionalmente, cartilagem e osso. O conteúdo do cisto é semifluido, outras
vezes caseoso, esbranquiçado ou amarelado, de odor rançoso. Localizam-se, na
maioria das vezes, em torno dos olhos, cabeça, região sacrococcigiana, faces laterais
do pescoço, rafe perianal e, por vezes, no assoalho da boca. (DICIONÁRIO DE
DERMATOLOGIA, 2009, p. 143).
Dermóide da córnea é basicamente um cisto sobre a córnea. Estes cistos são cheios de
materiais que são normais para outras áreas do corpo, mas que não pertencem ao interior do
olho, como glândulas sudoríparas, cabelos e folículos pilosos. Este tecido pode ser constituído
de epitélio queratinizado, epiderme, gordura, glândula sebácea, folículo piloso, vasos
sanguíneos, tecido fibroso, musculatura e até cartilagem, apresentando pelos a partir de sua
superfície. Essa afecção tem caráter congênito e pode apresentar crescimento lento
(GANDOLFI, et al., 2013, p. 42). Contudo, existem relatos da ocorrência de cistos de origem
adquirida em diferentes espécies, secundária ao deslocamento traumático de tecido epitelial
(HILLYER et al., 2003).
Em cães, essa má formação congênita é mais predisposta nas raças Dachshund,
Rottweiler, Pastor Alemão e Pinsher, em gatos foi descrito na raça Birmanês e em bovinos na
Hereford. Apesar dos dermóides estarem presentes desde o nascimento, muitos podem não ser
reconhecidos clinicamente até que o animal tenha várias semanas de vida (SILVA et al., 2011).
11
2.2 Sinais Clínicos
O cisto dermóide (Figura 1) pode ser composto de epitélio queratinizado, epiderme,
gordura, glândula sebácea, folículo piloso, vasos sanguíneos, tecido fibroso, musculatura e até
cartilagem, apresentando pelos a partir de sua superfície, tem caráter congênito e pode
apresentar crescimento lento (GANDOLFI, et al., 2013, p. 42), podendo apresentar-se sobre a
esclera, limbo, conjuntiva, terceira pálpebra, córnea, ou em uma combinação destes locais
(WEBER; VAN HOVEN, 1999; MUDASIR et al., 2012) ou em regiões perioculares
(BRUDENALL et al., 2007).
Figura 1: Reconhecendo o Dermóide
Fonte: KFOURY (2014).
Em córnea, classifica-se em três tipos: dermóide limbo ou epibulbar que é o mais
frequente e menos agressivo; o grande dermóide que abrange quase toda a superfície corneana
podendo estender-se para o estroma e o terceiro tipo envolve todo o segmento anterior
(BRUDENALL et al., 2007). O dermóide também pode associar-se ao coloboma palpebral
(MAGGS et al., 2013). A existência ocasional de colobomas palpebrais associados à dermóides
sugere que a patogénese do dermóide límbico pode estar relacionada, em parte, com o
desenvolvimento e fusão aberrantes das pálpebras e com o deslocamento de elementos
palpebrais para o limbo. Esta hipótese é apoiada pela presença de estruturas pilo-sebáceas
dentro do dermóide límbico (PEREIRA, 2008).
12
O dermóide surge durante o desenvolvimento embrionário do animal e os sintomas e
sinais clínicos variam, como por exemplo: lacrimejamento, secreção mucopurulenta, irritação
ocular e úlcera corneal. Ainda, caso o dermóide esteja sobre a córnea e não na parte branca do
olho, a esclera, a visão pode estar comprometida (KFOURY, 2014).
Os pelos que crescem a partir da superfície da massa e na maioria das vezes em direção
ao centro da córnea (DIÁZ, et al., 2008). Normalmente causa irritação corneana e conjuntival
que pode evoluir para ceratite, pigmentação, opacificação, epífora, blefaroespasmo, hiperemia
conjuntival, edema e ulceras de córnea (GLAZE, 2005; SILVA et al, 2011). Independentemente
da localização podem não causar sintomatologia ocular aparente (LABUC et al., 1985; GOOD,
2002).
2.3 Diagnóstico
Segundo Gelatt (2003) comumente, a presença do cisto dermóide não é notada até que
os pelos longos se estendam da superfície do cisto, causando irritação na superfície ocular.
Dias et al., (2014) informam que no diagnóstico do cisto dermóide, também é
imprescindível a realização do teste de Schirmer1 e fluoresceína2 para avaliar a quantidade de
lágrima produzida pelo paciente e descartar a presença de úlceras de córnea, respectivamente.
O diagnóstico é baseado no histórico do paciente e exame oftálmico rigoroso, além de exames
complementares como aspirado com agulha fina e histopatológico.
2.4 Tratamento
A excisão cirúrgica do dermóide é o tratamento mais recomendável, quando realizada a
ceratectomia superficial, normalmente ocorre um defeito na córnea que requer um processo de
1
O teste de Schirmer consiste na colocação de tiras de papel absorvente estéril no 1/3 médio do saco conjuntival
inferior, durante 1 minuto. A quantificação da produção de lágrima é feita realizada pela medida da extensão do
papel filtro que ficou úmida. O teste da lágrima de Schirmer I, que não inclui o uso de anestésico tópico, mede o
lacrimejamento basal e reflexo. Valores menores do que 15 mm/min são sugestivos de ceratoconjuntivite seca em
cães. O valor do teste da lágrima de Schirmer I normal para gatos é de 10 mm/min. As metas do tratamento para
a ceratoconjuntivite são reposição e estímulo para a produção da lacrimal e manutenção da integridade da
superfície ocular. (Disponível em: http://www.ufrgs.br/actavet/35-suple-2/11-%20ANCLIVEPA.pdf).
2
A fluoresceína é utilizada por via tópica para avaliar a integridade do epitélio córneo-conjuntival, na tonometria
de aplanação, estudar o fluxo de humor aquoso, verificar a permeabilidade da via lacrimal, conferir a coaptação
de feridas e analisar corretamente a adaptação das lentes de contato rígidas (disponível em:
http://www.allergan.com.br/Bulas/Documents/br-fluoresceina_pi.pdf).
13
tratamento como quaisquer outras ulcerações na córnea. Nos casos de envolvimento corneano
sugere-se ceratectomia superficial, seguida ou não de recobrimento palpebral (LAUS; ORIÁ,
1999; LEUNG et al., 1999; ERDIKMEN et al., 2013) para reepitelização do defeito corneano
(LEE et al., 2005).
O tratamento clínico após a cirurgia consiste de antibioticoterapia a cada quatro horas
por um período mínimo de dez dias. Se não houver lesão de córnea, colírios a base de
corticóides podem ser adicionados posteriormente para suprimir a granulação excessiva durante
a cicatrização (LEE et al., 2005; MUDASIR et al., 2012; PARRAH et al., 2013).
Pomadas e colírios oftálmicos à base de antibióticos, antiinflamatórios esteroidais,
vitamina A e lubrificantes, a cada seis horas, durante duas semanas consecutivas, também
devem ser prescritos, juntamente com a utilização de colar protetor elizabetano (MANSILLA
et al., 2000). Caso o proprietário do animal não autorize a realização do tratamento cirúrgico,
aconselha-se a utilização contínua de lubrificantes oculares (OBER et al., 2009).
2.5 Prognóstico
Cães submetidos ao recobrimento palpebral no pós-operatório imediato apresentam uma
cicatrização da lesão mais organizada e antecipada, com média de quatro dias. O tratamento
clínico após a cirurgia consiste de antibioticoterapia a cada quatro horas por um período mínimo
de dez dias (BAUNGARTEN, 2012).
Uma vez que essa enfermidade ocular é transmitida de forma genética, o modo de se
prevenir a transmissão para outros cães é evitar a reprodução de animais acometidos através da
castração, assim, não são transmitidos seus genes para outras gerações (SILVA et al., 2011).
Em casos nos quais o proprietário do animal não permita a realização do tratamento
cirúrgico, recomenda-se a uso contínuo de lubrificantes oculares (OBER et al., 2009). O
prognóstico de pacientes com dermóide ocular é favorável (SAXENA et al., 2013) após a
remoção cirúrgica completa (LEE et al., 2005; OBER et al., 2009).
14
3.
RELATO DE CASO
Foi atendido no hospital veterinário Dr. Vicente Borelli, um cão labrador, macho, com
idade de 7 meses, pesando 34,4 quilos. Segundo o tutor, o animal apresentava há algum tempo
uma claudicação nos membros pélvicos, foi encaminhado para realização de um raio-x da
região coxofemoral, com o animal sob anestesia geral intravenosa.
Durante a avaliação pré-anestésica foi detectado uma massa ocular (Figura 2) única,
saliente, aderida, unilateral, com presença de pelos e sem ulceração. Segundo o proprietário, a
massa teve um crescimento lento e o animal não apresentava sinais de dor ou desconforto.
Figura 2: Superfície ocular, o dermóide localizado na conjuntiva bulbar no canto temporal do
Paciente Canino.
Fonte: (Ernani Méro Campos, 2015).
Na superfície ocular, o dermóide localizava-se na conjuntiva bulbar no canto temporal,
sem comprometimento da córnea ou do limbo, o animal também apresentava um coloboma
palpebral na região temporal podendo estar associado ao dermóide (Figuras 3 e 4).
Figura 3: Exposição da córnea e do limbo
Fonte: (Ernani Méro Campos, 2015).
15
Figura 4: Coloboma palpebral na região temporal
Fonte: (Ernani Méro Campos, 2015).
As figuras 2, 3 e 4 são imagens do olho esquerdo do cão no momento em que se
encontrava anestesiado para realização de raio X. Nota-se a presença de dermóide na região
conjuntival bulbar com presença de pelos (seta).
Foi realizado o exame com a fluoresceína para poder descartar possíveis lesões à córnea,
muito comum em casos onde os pelos se projetam para o centro da córnea. Como não havia
comprometimento corneal, o animal não apresentava sintomatologia, como ceratite,
pigmentação, opacificação, aumento de vascularização, edema, epífora, blefaroespasmo,
secreção ocular purulenta, hiperemia e congestão conjuntival, além de dificuldade visual.
Foi indicada a cirurgia para a retirada de todo o tecido dermóide conjuntival, e como
não havia comprometimento da córnea, não foi indicada a ceratectomia e nem o recobrimento
conjuntival, para realização da cirurgia foram solicitados exames pré-operatórios como
hemograma, plaquetas, perfil hepático e renal.
O animal foi considerado apto à realização da cirurgia, após a avaliação dos exames
clínico-laboratoriais. A medicação pré-anestésica (MPA) foi realizada mediante a
administração de morfina (0,5 mg/kg) pela via intramuscular (IM), anestesia geral foi então
induzida com propofol na dose de 5 mg/kg pela via intravenosa e mantida com anestesia
inalatória, com isoflurano. Foi realizado antibioticoterapia com cefalotina (30 mg/kg) e
antiinflamatório maxicam 0,2% (0,2 mg/kg), além da utilização de colírio anestésico (2
gotas/intervalo de 5 minutos) e colírio de ciprofloxacino (2 gotas/intervalo 5 minutos).
O animal foi posicionado em decúbito lateral, sendo realizada antissepsia e colocação
do pano de campo de forma rotineira. Iniciou-se a cirurgia realizando uma cantotomia temporal
para melhor visualização da massa.
16
Durante a cirurgia foi retirado todo o tecido dermóide e conjuntiva bulbar adjacentes
através de uma divulsão, iniciando aproximadamente incisando 1-2 mm do limbo até próximo
ao ângulo palpebral lateral, durante a remoção do tecido, houve sangramento que foi controlado
com epinefrina diluída na proporção 1:1000 e ligadura de alguns pequenos vasos conjuntivais
com fio poliglactina.
A figura 5 mostra as imagens da cirurgia durante a retirada de toda a massa na conjuntiva
bulbar. Notar a presença do espaço gerado após excisão.
Figura 5: Retirada de toda a massa na conjuntiva bulbar adjacentes através de uma divulsão
Fonte: (Ernani Méro Campos, 2015).
Com a retirada da massa (Figura 6), gerou um espaço na conjuntiva bulbar superior a 1
centímetro, sendo realizada uma sutura contínua para aproximação, utilizando fio poliglactina
5-0. A pele foi suturada com ponto de nylon 5-0 com 2 mm de afastamento, num padrão
interrompido simples de forma que as margens palpebrais se encontrem alinhados, em justa
posição.
Figura 6: Massa na conjuntiva bulbar retirada
Fonte: (Ernani Méro Campos, 2015).
17
No pós-operatório o animal foi mantido com colar elizabetano e tratado com cloridrato
de ciprofloxacino colírio (1 gota/4-4 horas/15 dias); diclofenaco sódico colírio (1 gota/4-4
horas/15 dias). O animal recebeu, ainda, meloxicam 0,1 mg/kg por via oral, durante 5 dias
(Figura 7).
Figura 7: Imagem do pós-operatório imediato.
Fonte: (Ernani Méro Campos, 2015).
O proprietário não retornou com o animal para retirar os pontos da cantotomia com 10
dias, por motivos de distância ou outros que o mesmo não quis relatar, retirado por outro médico
veterinário. Foi também relatado que o animal apresentava um crescimento tecidual no local,
ou próximo as margens cirúrgicas, diferente das características do dermóide excisado durante
a cirurgia, o que gerou uma insatisfação e o fez não mais retornar ao hospital, porém se
prontificou a enviar imagens, no entanto, fotos sem muita qualidade visual (Figuras 8).
Figuras 8: Imagens de aproximadamente 6 meses após a cirurgia, nota-se um crescimento
irregular na conjuntiva bulbar e pálpebra (setas).
Fonte: (Ernani Méro Campos, 2015).
18
4.
DISCUSSÃO
A Literatura descreve que a incidência de dermóide é baixa em cães, acometendo
principalmente animais com idade inferior a um ano, sem apresentar predisposição racial e
sexual. No entanto, autores relatam que ao acometer os caninos as raças mais predispostas são
os Dachshund, Rottweiler, Pastor Alemão e Pinsher. Além disso, na maioria dos casos
apresentam-se de forma unilateral, acometendo principalmente córnea e/ou conjuntiva mais
(SILVA et al., 2011). Embora Kiliç et al. (2012) alegarem que não há prevalência sexual
descrita nos casos de dermóide ocular em cães, Erdikmen et al. (2013) apresentaram em seus
estudos o predomínio da enfermidade em fêmeas. Alam e Rahman (2012) relataram que casos
de dermóide são mais frequentes em animais recém-nascidos e jovens.
Em seu estudo Centenaro et al., (2013) concluíram que este tipo de alteração congênita
pode ser notado em animais jovens, e a presença de pelos no globo ocular poderá prejudicar a
visão do animal e mesmo levar à formação de úlcera de córnea. A remoção cirúrgica é o
tratamento de escolha e o tipo de cirurgia depende da profundidade e dimensão da lesão.
Na maioria dos casos, essas complicações são leves e resolvem-se com a remoção
cirúrgica do dermóide (STYER, 2005). Entretanto, no paciente atendido hospital veterinário
Dr. Vicente Borelli, houve um crescimento tecidual no local, ou próximo as margens cirúrgicas,
diferente das características do dermóide. Animais submetidos ao recobrimento palpebral
imediato após a remoção cirúrgica do dermóide demonstraram menor risco de perfuração
corneana e cicatrização ocular mais organizada e rápida (STELMANN et al., 2012).
Dias et al (2014) concluíram que o cisto dermóide, apesar de infrequente e de caráter
não neoplásico em cães, pode ocasionar lesões oculares graves e, por esta razão, deve ser
devidamente diagnosticado e precocemente tratado, permitindo o desenvolvimento funcional
normal do olho e proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes acometidos.
Stelmann et al., (2012), afirmam que seja qual for a técnica cirúrgica utilizada, todo o
tecido dermóide deve ser removido, a fim de evitar recorrências. Para tanto, Jhala et al., (2010)
e Erdikmen et al., (2013) recomendam o uso de microscópio oftálmico na efetivação do
processo. No caso exposto, embora não se sabe ao certo se o crescimento irregular na conjuntiva
bulbar e pálpebra que surgiu no cão seria um tecido dermóide ou um tecido de granulação. Para
Salerno e Herman (2006) no pós-operatório, os corticosteróides tiveram seu uso restrito em
função de efeitos colaterais como supressão adrenal, osteonecrose, interferência na cicatrização
19
das feridas, dentre outros. No entanto, ocorrência de tais complicações pode ser reduzida
segundo o emprego de tais drogas em baixas doses e por curto intervalo de tempo.
A ceratectomia é descrita para o tratamento do dermóide, pois é um procedimento
indicado para a remoção de massas invadindo a córnea a partir do limbo; para a remoção de
dermóides envolvendo a córnea (SLATTER, 2007). Alternativamente, pode-se realizar o
enxerto de membrana amniótica para o reparo de grandes defeitos da córnea, combinado a
ceratectomia superficial (CHOI et al., 2010).
A conjuntiva bulbar deve ser avaliada quanto à congestão capilar, quemose, trauma e/ou
hemorragias, presença de corpos estranhos, secreções e alteração folicular. Em casos de
secreção ou massas, pode-se solicitar exames complementares como cultura e antibiograma,
citologia e/ou biópsia conjuntival visto que pelos da face externa da pálpebra poderão irritar a
conjuntiva ou córnea (CUNHA,2008). Neste caso não houve o interesse por parte do
proprietário em realizar o exame histopatológico do material excisado, apesar das
características macroscópicas serem sugestivas de um dermóide. Em nossa rotina médica,
sempre indicamos a realização de exames complementares, afim de ter um diagnóstico
definitivo.
Considerando que o acompanhamento do pós-operatório a curto e longo prazo do
paciente transcorreu de forma insatisfatória, uma vez que o proprietário não retornou com
animal ao hospital, isso impossibilitou ao médico veterinário o uso de medicação que poderia
evitar a enfermidade ocular apresentada, ou que ainda pudesse evidenciar algum sinal que se
confirmasse um novo diagnóstico e sequência de um tratamento. Nesse sentido é inviável um
diagnóstico preciso do que causou o surgimento de um crescimento tecidual no local, ou
próximo as margens cirúrgicas, diferente das características do dermóide excisado durante a
cirurgia.
Sendo assim, há consenso na literatura de que o procedimento cirúrgico representa a
melhor forma de tratar o cisto dermóide, conduta tomada no presente caso. É importante saber
que recorrências podem acontecer (FERREIRA; TRUPPEL, 2009), havendo a necessidade
ocasional de mais de um procedimento cirúrgico, pois muitas vezes os dermóides vêm
acompanhados de coloboma palpebral (STELMANN et al., 2012).
20
5.
CONCLUSÃO
Observou-se, através da revisão de literatura realizada, que os cistos dermóides, apesar
de serem lesões raras em cães, acometem algumas raças. Após avaliar os resultados obtidos ao
término deste trabalho, pode-se concluir que a dermóide ocular é uma afecção de incidência
reduzida na população canina, com pouca influência na qualidade de vida dos pacientes e
capacidade moderada de agressão significativa à superfície ocular.
O avanço de estudos e a ocorrência de novos casos dirigidos aos serviços médicoveterinários poderá agregar novos números aos estudos já realizados e novas conclusões
poderão ser alcançadas com dados pertinentes à realidade de caso no Brasil, visto que a maioria
das referências consultadas é obtida na literatura internacional.
No caso específico do presente estudo, foi comprovado que as técnicas de diagnóstico
contribuem para auxiliar nos tratamentos e na conduta clínica dos médicos veterinários para
ocorrência do dermóide ocular, embora a recuperação eficaz do paciente não pode ser
comprovada nos meses posteriores ao procedimento cirúrgico.
21
REFERÊNCIAS
ALAM, M. M.; RAHMAN, M. M. A three years retrospective study on the nature and
cause of ocular dermoids in cross-bred calves. Open VeterinaryJournal, v. 2, n. 1, p. 10-14,
2012.
BAUNGARTEN, Letícia Binda.Dermóide ocular em cães. 2012. Disponível em:
http://www.climev.com/art_9.htm. Acesso em 26 abr. 2016.
BRUDENALL, K, D.; BERNAYS, M. E.; PEIFFER JUNIOR, R. L. Central corneal dermoid
in a Labrador Retriever puppy. JournalofSmall Animal Practice, v. 48, n. 1, p. 588-590, 2007.
CENTENARO, Vanessa Bridi; SILVEIRA, Rafaela Prestes da; POZZER, Clarice Bachinski;
BAUMHARDT, Raquel; AMARAL, Anne Santos do.Dermoide em um canino - Relato de
Caso. 2013.
CHOI, U. S. et al. Successful treatmente of na unusually large corneal ephithelial inclusion cyst
using equine amniotic mebrane in a dog. VeterinaryOphthalmology, v. 13, n. 2 p. 122-125,
2010.
CUNHA, Oliciesda.Manual de oftalmologia veterinária. Universidade Federal Do Paraná.
Palotina
2008.
Disponível
em:
http://www.hivet.com.br/Arquivos%20PDF/Ebooks/Manual%20de%20Oftalmologia%20Vet
erin%E1ria.pdf>. Acessoem 30 abr. 2016.
CULLEN, C, Grahn B; WOLFER, J.
Diagnostic ophthalmology. Mesenchymal
orbital tumor with adjacent bony invasión, Can Vet J. vol 41, 723–724. 2000.
DIAS, Fernanda Gosuen Gonçalves; HONSHO, Cristiane dos Santos; PEREIRA, Lucas de
Freitas; BRUNELLI, Adriana Torrecilhas Jorge; DIAS, Luis Gustavo Gosuen Gonçalves.
Considerações clínicas e cirúrgicas do dermóide em superfície ocular de cães: revisão de
literatura. 2014.
DÍAZ, B. Abigail Vázquez; NÚÑEZ, Camilo Romero; CONTRERAS, Adelfa del Carmen
García; MORENO, Berenice Yazmín. Rosales.Presentación de un caso clínico:
quistedermoide
oftálmico
en
caninos.
2008.
http://argos.portalveterinaria.com/noticia/1498/articulos-archivo/presentacion-de-un-casoclinico:-quiste-dermoide-oftalmico-en-caninos.html> Acesso em 28 abr. 2016.
DICIONÁRIO de dermatologia. Coord, Lidia Almeida Barros. - São Paulo: Cultura
Acadêmica,
2009.
Disponívelem:http://www.sobende.org.br/dicionario_dermatologia.pdf>Acesso em 28 abr.
2016.
ERDIKMEN, D. O.; AYDIN, D.; SAROGLU, M.; GUZEL, O.; HASIMBEGOVIC, H.; EKICI,
A.; GUREL, A.; OZTURK, G. Y. Surgical correction of ocular dermoids in dogs: 22 cases.
KafkasUniversitesiVeterinerFakultesiDergisi, v. 19, n. 1, p. 41- 47, 2013.
22
FERREIRA, Fabiano Montiani; TRUPPEL Jessé Henrique. Oftalmologia veterinária.
Universidade Federal do Paraná (PECCA). CURITIBA/PR. 2009.
GANDOLFI et al., Dermóide: estudo retrospectivo de 22 casos em cães de 2000 a 2013. In:
anaisdo XI Congresso Brasileiro De Cirurgia Do CBACV e I Congresso Internacional De
Cirurgia
Do
CBCAV.
2013.
Disponível
em:
http://www.jbca.com.br/material_2014/anais_cbcav_1.pdf Acesso em 26 abr. 2016.
GELATT, K.N. Manual de oftalmologia veterinária. São Paulo: Manole, 2003.
GLAZE, M. B. Congenital and hereditary ocular abnormalities in cats. Small Animal Practice,
v. 20, n. 1, p. 74-82, 2005.
GOOD, K. L. Ocular disorders of pet ferrets. Veterinary Clinics Exotic Animal, v. 5, n. 1, p.
325-339, 2002.
HILLYER, L.L.; JACKSON, A.P.; QUINN, G.C.; DAY, J.M. Epidermal (infundibular) and
dermoid cysts in the dorsal midline of a three-year-old thoroughbred-cross gelding. Veterinary
Dermatology, v.14, n.4, p.205–209, 2003.
JHALA, S. K.; JOY, N.; PATIL, D. B.; PARIKH, P. V.; KELAWALA, N. H.; PATEL, A. M.
Removal of dermoid cyst in a German Shepherd Dog. Veterinary World, v. 3, n. 7, p. 339339, 2010.
JONES, T. C et. al. PatologiaVeterinária. 6. ed. São Paulo: Manole, 2000.
KILIÇ, N.; TOPLU, N.; EPIKMEN, E. T. Surgical treatment of corneal large dermoid in a
simmental calf. Acta ScientiaeVeterinariae, v. 40, n. 2, p. 1-5, 2012.
KFOURY, Karen. Saiba reconhecer dermóides no seu peludo. 2014. Disponível
em:<http://momcaesegatos.com.br/blog/?p=217>. Acessoem: 26 abr. 2016.
KPRATAP; AMARPAL;
HPAITHAL;
MHOOQUE; PKINJAVDEKAR;
AMPAWDE. Survey OfEye Disorders In Domestic Animals, Indian Journal of animal Sien
ces. 2004.
LABUC, R. H.; JONES, B. R.; JOHNSTONE, A. C. Congenital dermoid in a cat. New
ZealandVeterinaryJournal, v. 33, n. 9, p. 154-155, 1985.
LAUS, J. L.; ORIÁ, A. P. Doenças corneanas em pequenos animais. Revista de Educação
Continuada do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, v. 2, n. 1, p. 26-33,
1999.
LEE, J.; KIM, M.; KIM, I.; KIM, Y.; KIM, M. Surgical correction of corneal dermoid in a dog.
Journal of Veterinary Science, v. 6, n. 4, p. 369-370, 2005.
23
LEUNG, A. T. S.; YOUNG, A. L.; FAN, D. S. P.; NG, J. S. K.; LAM, D. S. C. Isolated
pedunculated congenital corneal dermoid. American Journal of Ophthalmology, v. 128, n. 6,
p. 756-758, 1999.
MAGGS, D.J.; MILLER, P.E.; OFRI, R.; SLATTER, D. Cornea and sclera. In: __ Slatter's
Fundamentals of Veterinary Ophthalmology. 5ª ed., Missouri: Elsevier Saunders, 2013. 520p.
MANSILLA, M., VEUTHEY, C., Vasconcellos, A. TeratomaDermoideQuistito CórneoConjuntivo, Revista Chlena De Anatomía.2006.
MICHAEl,Mercandetti, M.D. M.B.A., F.A.C.S, Consulting Staff, Department of Surgery,
Doctors Hospital of Sarasota, Tumors, Orbital.2004.
MUDASIR, Q.; SHAH, K. A.; NYRAH, Q.; ANDRABI, A. Successful management of corneal
dermoid in a cross bred calf. Vet Scan, v. 7, n. 1, p. 111-113, 2012.
OBER, C.; VERES, S.; OANA, L.; PESTEAN, C. Surgical correction of corneal dermoid in
the dog. Bulletin of University of Agricultural Sciences and Veterinary Medicine Cluj-napoca.
Veterinary Medicine, v. 66, n. 2, p. 10-15, 2009.
PARRAH, J. D.; MOULVI, B. A.; ATHAR, H.; MIR, M. S.; U DIN, M.; GAZI, M.; HANDOO,
N. A Retrospective study on the surgical affections of young calves.
JournalofAdvancedVeterinaryResearch, v. 3, n. 1, p. 77-82, 2013.
PEREIRA. Ana Patrícia Da Fonseca. 2008. Lesões não melanocíticas da conjuntiva:
benignas,
pré-malignas
e
malignas.
Disponível
em:
https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/18474/1/Tese%20de%20Mestrado.pdf. Acesso
em 25 abr. 2016.
SALERNO A, HERMANN R. Efficacyandsafetyofsteroid use for postoperativepainrelief. J Br
Joint Surg. 2006.
SAXENA, A. C.; RAVINDRAN, N. A.; MAITI, S. K.; VENKATARAVANAPPA, L. J.;
KURADE, N. P.; BALAKRISHNAN, S. T.; SADANANDAN, A. P.; KHATTRI, S.; ZAMA,
M. M. S. Bilateral dermoid on the bulbar conjunctiva of a Labrador retriever excised by
electrocautery - a case report. VeterinarskiArhiv, v. 83, n. 4, p. 463-467, 2013.
SILVA, José Renato da; BRUMATTI, Jairo Ardizzon; MORAES, Stélio Simões de;
ALMEIDA, Thiago Oliveira de. Presença de dermóide ocular em cão da raça shitzu no
município de Linhares no Espírito Santo. XXXVIII Semana Capixaba Do Médico
Veterinário Mostra Científica Guarapari, ES, 2011.
SLATTER, D. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais.3ªed. São Paulo: Manole, v. 2,
2007.
STYER, C.M. et al. Limbicdermoid in a New Zealandwhiterabbit (Oryctolaguscuniculus).
Contemp. Topics in Lab. Anim. Sci., v. 44, n.6, p.46-48, 2005.
24
STELMANN, U. J. P.; SILVA, A. A.; SOUZA, B. G.; OLIVEIRA, G. F.; MELLO, E. B. F. R.
B.; SOUZA, G. C. J.; HESS, T. M. Dermoidcyst in sheep – a case report. Revista Brasileira
de Medicina Veterinária, v. 34, n. 2, p. 127-130, 2012.
WEBER, A.; VAN HOVEN, W. A cornealdermoid in a blackwildebeestConnochaetesgnou.
Koedoe, v. 33, n. 2, p. 99-101, 1999.
Download