Projeto: Análise acústica e eletroglotográfica no

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Projeto: Análise acústica e eletroglotográfica no diagnóstico diferencial da
disfonia espasmódica de adução, tremor vocal e disfonia por tensão
músculo-esquelética
Introdução
A disfonia espasmódica de adução é uma distonia focal de
origem central
(1),
caracterizada pela atividade exacerbada dos músculos
tireoaritenóideos (TA) e crioaritenóideos laterais (CAL)
(2),
o que resulta no
espasmo excessivo do fechamento glótico à fonação (3). Como características
vocais os pacientes apresentam voz tensa e estrangulada com presença de
quebras fonatórias
vida,
nessa
(4)
em graus variados. Os índices de voz e qualidade de
afecção,
demonstram
grande
dificuldade
em
adaptação
comunicativa funcional, social e emocional (5-6).
Ainda hoje, o diagnóstico da disfonia espasmódica de adução é difícil, pois os
achados na laringoscopia não incluem alterações morfológicas e os sintomas
podem ser muito semelhantes aos da disfonia por tensão muscular
tremor vocal
(7,9).
(7-8)
e do
Dessa forma, o diagnóstico diferencial é feito, principalmente,
por meio da avaliação perceptivo-auditiva
(7-8)
e depende da experiência do
avaliador (7).
(...)
Pesquisadores apontam diferenças de características acústicas em pacientes
com disfonia espasmódica de adução
tensão músculo-esquelética (8,18).
(...)
(8-9, 16-17)
tremor vocal
(9,18)
e disfonia por
Embora a diferença acústica pareça evidente entre a disfonia espasmódica de
adução, tremor vocal e disfonia por tensão musculoesquelética, a eficácia
desse instrumento de avaliação, no diagnóstico preciso de tais alterações, não
foi comprovada.
(...)
A literatura é escassa no que diz respeito à análise eletroglotográfica destes
pacientes. A eletroglotografia avalia o contato das pregas vocais, por meio de
uma corrente elétrica entre as alas das cartilagens tireóideas (referência c) e, como
a análise acústica, é um exame não invasivo.
O presente estudo tem por objetivos:
1. Caracterizar os dados eletroglotográficos e acústicos da disfonia
espasmódica de adução, do tremor vocal e da disfonia por tensão
músculo-esquelética e verificar a eficácia desses exames no diagnóstico
diferencial de tais afeções.
2. Propor protocolos de análise acústica e eletroglotográfica, para de
pacientes com tais afecções, fundamentados na fisiopatologia dessas
alterações, caso esses exames sejam eficazes no diagnóstico
diferencial.
Metodologia:
Serão avaliados 50 sujeitos, sendo estes: 10 com vozes adaptadas, 10 com
hipótese diagnóstica de disfonia por tensão muscular, 10 com hipótese
diagnóstica de disfonia espasmódica de adução, 10 hipótese diagnóstica de
com tremor vocal, 10 com hipótese diagnóstica de disfonia espasmódica
associada a tremor vocal.
Critérios de inclusão: todos os pacientes serão do sexo feminino e
diagnosticados avaliados na RGV (Reunião Geral da Voz) no Ambulatório de
Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas, pertencente ao Departamento de
Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Critérios de exclusão: serão excluídos do estudo os pacientes que tiverem
outras afecções laríngeas, além daquelas propostas no estudo.
O exame laringológico será feito por médico otorrinolaringologista. O registro
da imagem laríngea é feito por meio de fibra óptica rígida e/ou flexível, com
gravação de imagem em DVD. Utilizar-se-á telescópio rígido e endoscópio
flexível, fonte de luz de xenônio, laringoestroboscópio das pregas vocais. A
laringoestroboscopia será registrada diretamente em um microcomputador em
linguagem MPEG, por meio de software específico.
Além dos procedimentos feitos rotineiramente na RGV, os pacientes com tais
hipóteses diagnósticas deverão ser submetidos à filmagem ultra-rápida das
pregas vocais. Esse exame, feito durante a laringoestroboscopia, captura
frames da vibração glótica de até 2000 Hz e permite a análise da vibração
glótica ciclo a ciclo, o que possibilita a avaliação do comportamento vibrátil da
mucosa cordal, mesmo na presença de grande aperiodicidade, presente no
tremor e espasmo glótico.
Após a avaliação otorrinolaringológica, os sujeitos da pesquisa serão
encaminhados para o Ambulatório da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica
do HC FMUSP, onde serão realizados os exames de eletroglotografia, análise
acústica e filmagem de sua face e pescoço.
O paciente deverá entrar em uma cabine acústica com presença de ruído
inferior a 40 dB NPS, tapete de borracha e cadeira com posicionador de
cabeça, onde serão gravadas simultaneamente as amostras para análises
acústica e eletroglotográfica. Os sujeitos deverão se sentar com o quadril
encaixado no fundo da cadeira e com a cabeça encostada no posicionador.
Os eletrodos do eletroglotógrafo serão colocados na região superficial das alas
da cartilagem tireóidea no pescoço do indivíduo, após assepsia da pele. Em
seguida será posicionado um microfone de cabeça do tipo condensador com
resposta linear de frequência menor do que 50Hz e maior do que 10000Hz,
com presença de filtro de espuma, num ângulo de 45º e distância de 10 cm da
comissura labial. O microfone deverá ser ligado na chave linear.
As entradas do microfone e do sinal eletroglotográfico serão testadas e
controladas por meio de mesa de som e deverão estar por volta de -20 dB.
Após o início da gravação os ajustes da mesa de som não deverão ser mais
mudados.
As vozes e os sinais eletroglotográficos deverão ser gravados e armazenadas
em um microcomputador com placa de som de alta definição, por meio de
software especifico para esse fim, pelo qual a vozes serão editadas.
Durante a gravação, deverão ser colhidas as seguintes amostras:

Fala espontânea (conte-me o que fez hoje até agora)

Vogal “a” prolongada em freqüência habitual

Vogal “a” prolongada em freqüência aguda e registro de falsete

Vogas “a” prolongada em freqüência grave e registro de peito

Vogal “u” glissando em escala ascendente e descendente do mais grave
ao mais agudo possível de se produzir e vice-versa.

Contagem de 1 a 10 em voz de fala e em voz cochichada

Leitura de texto

Cantar: “Parabéns a você”
Após a gravação serão retirados os eletrodos e o microfone do paciente, que
será filmado de acordo com a seguinte amostra:

Fala espontânea (fale-me um pouco da sua voz)

Vogal “a” prolongada em freqüência habiual

Contagem de 1 a 10 em voz habitual e cochichada

Vogal “u” glissando em escala ascendente e descendente do mais grave ao
mais agudo possível de se produzir e vice-versa.

Cantar: “Parabéns a você”.
A onda eletroglotográfica, submetida ao processo de filtragem (Lx), será
inspecionada e serão extraídas medidas por meio do processo zero crossing.
Serão analisados o quoeficiente de fechamento (CQ), de velocidade (SQ) e o
desvio padrão de cada medida.
A avaliação acústica será realizada por meio do software MultiSpeech e serão
analisados H1 – H2, limite e configuração dos harmônicos, taxa e profundidade
do tremor (caso houver).
Na filmagem da face e pescoço serão avaliados movimentações e tensões
externas de cada sujeito.
Os exames de análise acústica e eletroglotografia serão comparados aos
diagnósticos já estabelecidos na RGV e filmagem ultra-rápida de pregas
vocais, e serão submetidos à análise estatística.
(...)
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