Reunião Clínica Reunião Clínica: Edema de Reinke Edema de Reinke Data: 14/04/2016 Horário:13h Local: Anfiteatro da Biblioteca Apresentação: Priscila Bastos (4º Ano - Fonoaudiologia) Orientação: Profª. Drª. Kelly Silverio Convidados: Dr. Lucas Costa (ORL- HRAC) Profª. Drª Dagma V. M. Abramides (Psicóloga) Classificação da disfonia Disfonia organofuncional Alterações vocais que acompanham lesões benignas na laringe, decorrentes essencialmente de um comportamento vocal alterado ou inadequado (Behlau, Azevedo e Pontes, 2001) Disfonia organofuncional Disfonias funcionais diagnosticadas tardiamente, ou pelo atraso do paciente na busca de ajuda especializada, ou pela não valorização dos sintomas pelos pacientes. X (Behlau, Azevedo e Pontes, 2001) Etiologia da disfonia • O edema de Reinke é uma lesão difusa na camada superficial da lâmina própria da prega vocal, de coloração rosada, caracterizada por acúmulo de fluido, de modo irregular, em alguma região da porção membranosa ou em toda ela (Behlau, Azevedo e Pontes, 2001) Etiologia da disfonia As manifestações laríngeas incluem pregas vocais com volume aumentado, com uma característica gelatinosa. Edema de Reinke Prega vocal normal (Behlau, Azevedo e Pontes, 2001) Etiologia da disfonia As manifestações vocais causadas a partir do Edema de Reinke são: Voz grave para idade e sexo, rouquidão e crepitação Etiologia da disfonia A massa da prega vocal aumenta enquanto a rigidez diminui, permitindo maior amplitude de vibração. O edema de Reinke apresenta fonação com coaptação glótica incompleta e irregular, sendo frequente a fenda fonatória em “Y” (Behlau, 2001). Etiologia da disfonia O edema de Reinke ocorre por reação natural do tecido ao trauma fonatório associado ao consumo de tabaco por longo tempo (Behlau, 2001). Traduz uma distensão do espaço harmônico pela presença de material mucóide, como resultado de uma irritação crônica (Shapsay & Aretz, 1984). Etiologia da disfonia O tabagismo induz à hipersecreção na traquéia e inflamação laríngea resulta em tosse crônica (Courey & Ossoff, 1996). Este edema condiz com a história de uma disfonia discretamente progressiva, por vezes, ao longo de várias décadas. Nome: E.P.S Sexo: Feminino Idade: 54 anos Profissão: faxineira “ Queixa “Falta de ar e falo uma coisa e a pessoa entende outra”. História pregressa da queixa Falta de ar há 10 anos “Voz baixa” Voz grossa Ela identificou o problema Não entendiam Sintomas sensoriais, auditivos e visuais: Sensação de Negou sintomas secreção de dor, ardor, Dor de cabeça desconforto na “bolo na com frequência garganta” (automedicação) garganta (laringe, faringe e palato “engolir e não Dor na região da mole). descer” ATM Tosse produtiva Engasgos Dados de saúde: Menopausa aos 49 anos Retirada de Mioma – útero Nega alergias Falta de ar Respiração oral Depressiva Antecedentes Familiares Paciente nega ter parentes com problemas e voz e outros problemas de comunicação. Hábitos Fuma desde os 7 anos (antigamente 3 maços por dia e atualmente 1 maço) Uso de bebida alcoólica desde 37 os anos Há um ano deixou de consumir bebida alcoólica. 500ml de café por dia Manifestações Vocais Voz do tipo rouco-áspera e tensa de grau moderado, ressonância laríngea e pitch grave. A capacidade de modulação para agudo está adequada, porém com aumento do grau de tensão, rouquidão e soprosidade. A modulação para grave está adequada, porém na contagem dos números, a paciente voltou para seu tom habitual, não conseguindo sustentar. Manifestações Vocais O tipo articulatório é travado. Velocidade de fala aumentada. A resistência vocal é inadequada, com piora no tipo de voz, pois em alguns momentos, a voz piora quanto ao grau de rouquidão e crepitação. Na voz cantada há pouca modulação para o agudo. Manifestações Vocais TMF: média das vogais = 7s A relação s/z =1,25s Contagem: 13s até número 25 Falha na coaptação correta das pregas vocais Tensão no mecanismo de fala durante a emissão Manifestações Vocais O tipo de voz durante a avaliação do TMF na vogal sustentada foi rouca de grau moderado e levemente soprosa (isto foi observado mais no inicio da emissão) ; Há uso de ar reserva. Exame Laríngeo Manifestações laríngeas Seios piriformes livres Mobilidade normal PVV Aritenóides normais Fechamento glótico Pregas vestibulares normais completo Ciclo glótico simétrico Edema de Reinke bilateralmente nas pregas Onda mucosa normal vocais Sinais de refluxo Ausência de constrição laringofaríngeo. anteroposterior Análise Acústica Jitter: 1,34 [0,5] Shimmer 4.947 [3%] Sub harmônico- indicativo de crepitação, bitonalidade. Voz grave, com muito ruído, traçado irregular - sugerindo instabilidade na voz. Análise Acústica Média da Fo : 120 Hz - Mulheres: 180 a 220 Hz, média 204 Hz Idosas 180 Hz - Homens 80 a 150 Hz Agudo: 235 Hz [ modulação ok] Grave: 134 Hz [ modulação – não] Números: 116 Hz [ ajuste trato + não modulação] Planejamento terapêutico Objetivo geral Promover melhora na qualidade vocal, integrando os subsistemas do aparelho fonador, proporcionando melhor qualidade de vida. Objetivos específicos: Orientação Vocal - A respeito do diagnóstico e como ocorre a fonação: por meio de conversa, apoio visual de slides e comparação de vídeo de exame laringológico de uma pessoa com pregas vocais normais e o exame da paciente. Foi orientada a respeito do edema de Reinke e de como ocorre a fonação. Conscientizar sobre saúde vocal: Tabagismo Por meio de conversa orientada e salientada a importância da interrupção do tabagismo para melhora do prognóstico no tratamento fonoaudiológico, bem como para a saúde geral da paciente. Tabagismo: Enfatizadas as consequências de permanecer com o hábito de fumar, como o câncer de boca, câncer de pulmão e não melhora na qualidade vocal. Para início do processo de diminuição e possível interrupção do tabagismo a paciente anotouo número de cigarros fumados durante o dia e deverá diminuir a quantidade de consumo dos mesmos. Ingestão de água Por meio de conversa foi realizada conscientização a respeito da importância da hidratação durante todo o dia e seus benefícios para a saúde vocal e geral. Refluxo Laringofaríngeo O que é o refluxo laringofaríngeo e gastroesofágico Sintomas Quais as principais causas Qual o tratamento indicado Apresentados fotos e vídeos de laringes normais e com alterações, devido ao refluxo (o vídeo da imagem laríngea da paciente). Ao final, foi entregue a paciente uma folha com as recomendações para evitar o refluxo. Treinamento Vocal: Reduzir tensão cervical Por meio do exercício de rotação de ombros e cabeça, inclinação de cabeça para a direita e para esquerda, abaixamento e elevação de cabeça , movimento de lateralidade de cabeça associados à técnica de som nasal, em que deverá produzir o som do /m/ com a mandíbula abaixada e lábios selados. Treinamento Vocal: Reduzir tensão perilaríngea: Por meio da manipulação digital da laringe: Massagem na musculatura perilaríngea com movimentos digitais descendentes e pequenos deslocamentos laterais do esqueleto da laringe, além de movimentos circulares na membrana tireohióidea. Treinamento Vocal: Equilibrar a ressonância: Lax vox Som nasal Firmeza glotica Minimini + a Suavizar emissão: Som nasal , fricativos sonoros , minimini + a Treinamento Vocal: Mobilizar a mucosa das pregas vocais Vibrantes e som basal Promover coaptação glótica: Lax vox, firmeza glótica, glissando ascendente e sirene Treinamento Vocal: Trabalhar articulação Rotação de língua no vestíbulo bucal associado à técnica de som nasal. Técnica de mastigação exagerada associada à técnica de som nasal. Estalo de língua associado a som nasal em glissando sirene. Treinamento Vocal: Equilibrar a coordenação pneumofonoarticulatória A paciente será orientada a controlar a respiração, para que o ar expiratório dure cada vez mais com a prática da realização de todos os exercícios vocais; visando a generalização para a fala. Treinamento Vocal: Adequar capacidade de modulação para agudo: Glissando ascendente e sirene Encaminhamentos: Psicologia: para realização de orientações a respeito da importância da interrupção do tabagismo. Estomatologia: para avaliação odontológica, pois foi observada uma lesão na região apical da língua. Audiologia Evolução terapêutica Conscientização do hábito de fumar e ingestão de água, alimentação (café da manhã) 10 cigarros por dia Generalização para a fala Melhora da qualidade vocal Pré terapia e Pós terapia 03/09/2015 01/10/2015 22/10/2015 Discussão Clínica