1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ EVELINE BETIOLO ESTUDO E SISTEMATIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE PLANEJAMENTO, GARANTIA E CONTROLE DA QUALIDADE NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Panambi 2013 2 EVELINE BETIOLO ESTUDO E SISTEMATIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE PLANEJAMENTO, GARANTIA E CONTROLE DA QUALIDADE NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Trabalho apresentado ao curso de Especialização em Engenharia Industrial da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí, como requisito para a obtenção do título de Especialista. Orientador: Herbert Tunnermann Panambi 2013 3 EVELINE BETIOLO ESTUDO E SISTEMATIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE PLANEJAMENTO, GARANTIA E CONTROLE DA QUALIDADE NO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora Banca examinadora ________________________________________ Prof. Herbert Tunnermann, Esp. - Orientador ________________________________________ Prof. Antonio Carlos Valdiero, Dr. Panambi, 01 de abril de 2013. 4 AGRADECIMENTOS Aos meus pais Neori e Elenita, pela dedicação, compreensão e amor. Esta conquista é fruto daquilo que me ensinaram durante toda a minha vida. Ao meu noivo Eng. Fernando Boeira, pelas horas de ausência em detrimento da minha formação acadêmica e profissional e pelo amor e amizade sempre presentes. Aos meus mestres, que me fizeram aprender com os erros e acertá-los com serenidade e sapiência; por guiarem constantemente o meu estudo sugerindo melhorias e construindo novas formas de buscar o conhecimento aplicado. Muito obrigada. 5 Resumo Os objetivos deste trabalho são descrever de forma clara e contextualizada os processos de planejamento, garantia e controle da qualidade em projetos, mais especificamente no que diz respeito ao seu gerenciamento, e apresentar um modelo de Plano de Gerenciamento de Qualidade em Projetos que possa guiar a prática nas organizações a partir da teoria explorada. A metodologia utilizada foi basicamente bibliográfica, com a pesquisa sobre os temas foco do estudo, evidenciando o pensamento de autores reconhecidos mundialmente no cenário de gerenciamento de projetos, além do guia de melhores práticas e de coletâneas da Fundação Getúlio Vargas – FGV. Como resultado, foi possível sistematizar o estudo de forma global e objetiva, evidenciando a sua importância nas organizações e formatando um modelo de Plano de Gerenciamento da Qualidade direcionado ao uso prático nas indústrias que poderá ser usado como ferramenta importante nos processos de gerenciamento da qualidade. Como conclusões, foi descrito o sucesso em abordar o tema justificando a importância de realizar o gerenciamento da qualidade em projetos através de uma ferramenta didática e conceitual de forma eficiente e principalmente, ter demonstrado a relevância de explorar o tema no cenário atual. Palavras Chave: qualidade, projetos, indústria 6 Lista de Siglas ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas. AIAG – Automotive Industry Action Group. Descrição: associação sem fins lucrativos da indústria automotiva, fundada em 1982. APQP: Advance Product Quality Planning. Tradução livre: Planejamento Avançado da Qualidade . CMMI: Capability Maturity Model Integration. Tradução livre: Modelo de Maturidade da Capacidade de Integração. DFMEA: Design Failure Modeand Effects Analysis. Tradução livre: Análise da modalidade e do efeito de falha do projeto. DOE: Design of Experiments. Tradução livre: Planejamento de Experimentos. EAP: Estrutura Analítica do Projeto. PDCA: Ou “Ciclo de Deming”. Analogia para P (plan), D (do), C (check), A (act). Tradução livre: Planejar, fazer, checar e agir (aprender). PMBOK®: Project Management Body of Knowledge. PMI®: Project Management Institute. QDF: Quality Function Deployment. Tradução livre: Desdobramento da Função Qualidade. 7 Sumário 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................................ 9 1.1 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DO ESTUDO ................................................................. 9 a) Objetivo geral .......................................................................................................................... 9 b) Objetivos específicos............................................................................................................... 9 1.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 10 1.3 METODOLOGIA ................................................................................................................... 10 2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................... 12 2.1 DOS CONCEITOS ..................................................................................................................... 12 2.1.1 Dos conceitos de projeto ...................................................................................................... 12 2.1.2 Dos conceitos de gestão de projetos ..................................................................................... 13 2.1.3 Dos conceitos de qualidade .................................................................................................. 14 2.1.4 Dos conceitos de estratégia .................................................................................................. 17 2.2 DA GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS .................................................................... 17 2.2.1 O processo de planejamento da qualidade em projetos ........................................................ 20 2.2.1.1 As Entradas do processo de planejamento da qualidade em projetos ............................... 24 2.2.1.2 As ferramentas e técnicas do processo de planejamento da qualidade em projetos .......... 25 2.2.1.3 As Saídas do processo de planejamento da qualidade em projetos ................................... 28 2.2.1.4 O planejamento da qualidade e o alinhamento estratégico ............................................... 29 2.2.2 O processo de garantia da qualidade em projetos ................................................................ 31 2.2.2.1 As entradas do processo de garantia da qualidade em projetos......................................... 32 2.2.2.2 As ferramentas e técnicas do processo de garantia da qualidade em projetos .................. 32 2.2.2.3 As saídas do processo de garantia da qualidade em projetos ............................................ 33 2.2.3 O processo de controle da qualidade em projetos ................................................................ 34 2.2.3.1 As entradas do processo de controle da qualidade em projetos ........................................ 36 2.2.3.2 As ferramentas e técnicas do processo de controle da qualidade em projetos .................. 36 2.2.3.3 As saídas do processo de controle da qualidade em projeto ............................................. 38 2.3 DISCUSSÕES ............................................................................................................................. 38 3 CONCLUSÕES.................................................................................................................................. 42 4 POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS ................................................................................................. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 44 APÊNDICE A ....................................................................................................................................... 46 8 INTRODUÇÃO O presente Trabalho de Conclusão de Curso caracteriza-se por ser o resultado de uma pesquisa que representa a finalização de todo um processo acadêmico. Ao apresentar o gerenciamento de projetos como tema por ocasião dos estudos acerca da qualidade foi observado a dificuldade de obter informações práticas que pudessem embasar uma pesquisa eficiente, acredita-se que, uma, pela complexidade do assunto, e outra, pela dificuldade de acesso às ferramentas de controle e garantia da qualidade utilizada pelas indústrias. Neste sentido, optou-se por elaborar um estudo teórico construtivo com dados relevantes, com a possibilidade de exploração dentro do contexto dos processos de planejamento, garantia e controle da qualidade, objetivando encontrar meios de explorar de modo significativo o tema proposto através da indústria. O tema pretende abordar de forma teórica como acontece a gestão dos projetos na observância dos critérios explorados sob três aspectos básicos: planejar, garantir e controlar a qualidade. O documento está dividido basicamente em três partes: primeiramente está a contextualização do estudo, que compreende o tema bem como a questão de estudo, os objetivos e a justificativa; logo, o referencial teórico contendo conceitos de projeto, gestão de projetos, qualidade e estratégia, além de abordar os processos de planejamento, garantia e controle da qualidade no gerenciamento de projetos. Já o Plano de Gerenciamento da Qualidade é a terceira parte, contendo um possível desdobramento para o estudo, sendo este ferramenta sugestiva para uso nas indústrias. Por fim, na conclusão tem-se descrito o sucesso em abordar o tema, a justificativa da importância de realizar o gerenciamento da qualidade em projetos industriais através de uma ferramenta didática e conceitual de forma eficiente e principalmente, a demonstração da relevância de explorar o tema no cenário atual. 9 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO O tema que norteará a pesquisa é o gerenciamento de projetos, mais especificamente no que se refere aos processos de planejamento, garantia e controle da qualidade. Logo, a partir desta temática, procura-se responder à seguinte questão: “Quais os processos envolvidos no planejamento, na garantia e no controle da qualidade em gerenciamento de projetos e qual a sua importância na prática das organizações?”. 1.1 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DO ESTUDO Os objetivos transmitem o que se quer atingir. Desta forma, o objetivo geral e os objetivos específicos representam a direção do trabalho. a) Objetivo geral Descrever e analisar os processos envolvidos no planejamento, na garantia e no controle da qualidade em gerenciamento de projetos nas organizações. b) Objetivos específicos Descrever e analisar as entradas, ferramentas e técnicas e saídas dos processos de planejamento, garantia e controle da qualidade no gerenciamento de projetos de acordo com a bibliografia explorada; e apresentar um modelo proposto de Plano de Gerenciamento de Qualidade em Projetos que possa guiar a prática nas indústrias. 10 1.2 JUSTIFICATIVA Este estudo constitui-se em uma ferramenta básica para a formação de Gerentes de Projetos que possam atuar de maneira global e atualizada, uma vez que o gerenciamento da qualidade se torna cada vez mais importante para a sobrevivência em um mercado competitivo, onde as práticas de atendimento ao escopo e os requisitos do projeto influenciam diretamente nas decisões tomadas tanto a nível estratégico quanto ao desempenho da organização em relação aos seus produtos. Parte-se do pressuposto que este tema venha a contribuir com os estudos na área de gerenciamento em projetos, na qualidade, e principalmente, para a expansão do aprendizado integrando-o a outras áreas do conhecimento humano, neste exemplo, a engenharia industrial, buscando uma interação entre a gestão do projeto e a gestão dos requisitos do produto. Esta pesquisa torna-se viável ao ponto que se pode perceber - diante do crescimento da utilização das ferramentas de qualidade -, que os métodos de gerenciamento desta vêm sendo feitos de maneira superficial pela maior parte das empresas, deixando lacunas de informações, erros nos processos de industrialização decorrentes de uma prática não estabelecida de coleta de requisitos do produto, e muitas vezes sem atender à uma metodologia específica. Surge daí a necessidade de um estudo desta competência para esclarecer as práticas que devem ser utilizadas no processo de gerenciamento da qualidade e dos resultados que esta iniciativa pode evidenciar. Pode-se ainda, através deste estudo, observar a dinâmica com que as empresas interagem junto à sociedade no que diz respeito aos padrões internacionais e de normas técnicas e às iniciativas de gerenciamento da qualidade através de suas estratégias de trabalho ao gerar o produto final. 1.3 METODOLOGIA A metodologia traz de forma objetiva, os métodos que embasaram a pesquisa, uma vez que faz-se necessário o uso de mecanismos que nos levem à busca do conhecimento aplicado. 11 Sendo assim, a seguir é apresentado o procedimento metodológico utilizado para a realização deste trabalho considerando a classificação do estudo, a coleta de dados, sua análise e interpretação e por fim as considerações relevantes a cerca da pesquisa. Quanto à classificação do estudo, a investigação tende a ser, nos seus procedimentos técnicos, segundo Gil (2001), bibliográfica, quando elaborada a partir de materiais já publicados ou disponibilizados na internet; documental, quando elaborada a partir de materiais que não receberam o devido tratamento analítico e estudo de caso, quando envolve o estudo aprofundado do objeto de maneira a permitir o seu amplo e detalhado conhecimento. Quanto aos fins, de acordo com Vergara (1997), a pesquisa é explicativa, onde tem como principal objetivo tornar algo inteligível, justificar lhe os motivos e esclarecer quais fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado fenômeno. Quanto aos meios, é uma pesquisa bibliográfica, representada pelo estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas. Além disso, fornece instrumento analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotarse em si mesma. Após a coleta de dados e sua descrição, a análise e a interpretação são pontos chave da pesquisa. Para Gil (2001), estes dois processos apesar de distintos aparecem sempre estreitamente relacionados, sendo assim, a pesquisa deve ser coerente e o mais precisa possível, de maneira que não haja distorção ou erros na interpretação dos dados, possibilitando ao acadêmico tirar suas conclusões. A análise dos dados foi procedida com o auxílio de conceitos e ponderações de estudiosos com informações sobre os processos de gerenciamento da qualidade no que diz respeito ao desenvolvimento de produto. Com base nos estudos houve a possibilidade de descrever e analisar os processos de entradas, ferramentas e técnicas, e saídas envolvidas no gerenciamento da qualidade, considerando a bibliografia referenciada. 12 2 DESENVOLVIMENTO O referencial teórico sugerido para este estudo seguirá três linhas específicas: Uma, a da bibliografia clássica que trata da abordagem da qualidade: Juran (2002); Deming (1990) e Garvin (1992) entre outros autores, com contribuições de artigos publicados, coletânea FGV – Fundação Getúlio Vargas, apostilas e notas de aula. Logo, a abordagem técnica de que trata o gerenciamento da qualidade em projetos: o PMBOK®, livro originalmente publicado pelo PMI – Project Manager Institute como guia para explicar as melhores práticas em projetos, através de suas entradas, ferramentas e técnicas e saídas sugeridas; e ainda o Manual APQP da AIAG – Automotive Industry Action Group, além da abordagem da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2.1 DOS CONCEITOS 2.1.1 Dos conceitos de projeto É importante explorar, neste contexto, os conceitos que traduzem um melhor entendimento acerca de projetos, tão importantes para a gestão das organizações no cenário atual e sendo uma cultura cada vez mais difundida, meio pelo qual as mesmas podem alcançar melhores resultados diante de um planejamento mais bem delimitado e organizado. O Project Management Body of Knowledge -PMBOK® (2008), que é um guia editado pelo Project Management Institute – PMI, apresenta um conjunto de conhecimentos sobre as melhores práticas em projetos. Ele define projeto como todo empreendimento temporário, elaborado progressivamente, com o propósito de criar um produto ou serviço único. Não obstante, Marshall (2010 [et al.]) define que projetos são empreendimentos exclusivos, necessitando de uma abordagem especifica para o gerenciamento da qualidade, preservando seus conceitos essenciais. 13 Neste sentido, cabe salientar que é realizado por pessoas; com restrições de recursos; mensurável a partir de critérios específicos; planejado, executado e controlado. Os projetos são elaborados com vistas a atender as necessidades de um público em específico, como um negócio, por exemplo, ou uma requisição de um cliente, uma obrigação legal ou mesmo uma demanda do mercado ou da sociedade. Na mesma linha de pensamento, Juran (2002) conceitua que projeto de produtos é o processo de definição das características dos mesmos, exigidas para a satisfação das necessidades dos clientes. Para a norma NBR ISO 10006:2000, projeto é um processo único, consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos; já o produto do projeto é aquilo que é definido no objetivo do projeto e entregue para o cliente. Esclarecendo que o projeto é constituído de um grupo de processos estruturados para um mesmo propósito, a mesma norma ainda conceitua processo como “Conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas que transformam insumos em resultados”. (NBR ISSO 10006:2000, 3.5). Para Juran (2002), um processo é “uma série sistemática de ações dirigidas à realização de uma meta”. O mesmo autor ainda complementa: essa mesma definição genérica de um processo também abrange os processos usados para realizar os vários passos do mapa de planejamento da qualidade. 2.1.2 Dos conceitos de gestão de projetos O PMBOK® (2008) define a gerência de projetos como a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas com o objetivo de atender aos requisitos do projeto. A gerência de projetos envolve basicamente as nove áreas do conhecimento em projetos, segundo cita o guia: recursos humanos, tempo, comunicações, riscos, escopo, aquisições, custos, qualidade e por fim a integração. 14 A atividade da gerência de projetos envolve o balanceamento entre escopo, tempo, custo e qualidade; a identificação de requisitos (necessidades e expectativas) e o relacionamento com stakeholders com diferentes objetivos. Para a norma ISO NBR 10006:2000, o gerenciamento de projetos inclui o planejamento, organização, supervisão e controle de todos os aspectos do projeto, em um processo contínuo, para alcançar seus objetivos. Ainda, destaca que os processos e objetivos da gestão da qualidade são aplicados a todos os processos de gerenciamento de projetos. 2.1.3 Dos conceitos de qualidade Segundo trata o PMBOK® (2008), qualidade é o grau com que um conjunto de características inerentes atende aos requisitos. Requisitos estes que podem ser definidos sob diferentes óticas, sendo que o grau de qualidade corresponde às características desejadas por aquele que a percebe. Garvin (1992) relata que pode-se identificar cinco abordagens principais para a definição da qualidade: transcendente, a baseada no produto, a baseada no usuário, a baseada na produção e a baseada no valor. Vejamos: Na abordagem transcendente, qualidade é sinônimo de excelência, do que é melhor e mais belo. É uma definição ditada pela própria sociedade que inevitavelmente estabelece padrões culturais. As definições baseadas no produto veem a qualidade como uma “variável precisa e mensurável”. O autor destaca que as diferenças de qualidade refletem, assim, diferenças da quantidade de algum ingrediente ou atributo de um produto. Conforme explica o autor, as definições baseadas no usuário partem da premissa deque a qualidade “está diante dos olhos de quem observa”, admitindo que cada consumidor tenha diferentes desejos ou necessidades e que os produtos que atendam melhor suas preferências sejam os que eles acham os de melhor qualidade. Já as definições de qualidade baseadas na produção identificam qualidade como “conformidade com as especificações”, onde uma vez estabelecido um projeto ou uma 15 especificação, qualquer desvio implica uma queda de qualidade, sendo assim, a excelência é equiparada ao atendimento das especificações e “fazer certo da primeira vez”. Por último, as definições baseadas no valor definem qualidade em termos de custos e preços. O autor salienta que um produto de qualidade é um produto que oferece um desempenho ou uma conformidade a um preço ou custo aceitável. É possível perceber, no entanto, que as definições mudam tão rapidamente quanto mudam-se os setores de uma organização, onde cada área define os aspectos da qualidade que mais conceituam o seu produto ou serviço. Da mesma forma, existem diferentes medidas de “qualidade” que são especificadas de acordo com a ótica de quem a percebe. O departamento de marketing, por exemplo, vai reverenciar a qualidade em termos do relacionamento com os clientes internos e externos; já o departamento de produção, vai perceber a qualidade através do atendimento às normas técnicas. Ou seja, todos interessados no processo irão perceber a qualidade de uma forma única e inegável, caracterizando o produto ou serviço dentro das bases conceituais que mais atendam as suas expectativas. A dificuldade de se definir qualidade está na conversão das necessidades futuras do usuário em características mensuráveis, de forma que o produto possa ser projetado e modificado para dar satisfação por um preço que o usuário pague. (DEMING, 1990, p. 125). Deming (1990) explica que nem a construção do produto nem os testes de laboratório ou de campo são suficientes para descrever suas qualidades e como será seu desempenho, ou se será aceito. O mesmo autor ainda explana que a qualidade deve ser medida através da interação de três participantes: o produto em si; o usuário e como ele usa o produto, como instala, como cuida dele, o que ele foi levado a esperar; as instruções de uso, treinamento do cliente e treinamento da assistência técnica, os serviços disponíveis para reparos, a disponibilidade das peças. Acerca do aprendizado com o consumidor, Deming (1990) salienta que a principal utilidade das pesquisas de mercado deve se levar as reações do consumidor de volta para o projeto do produto, para que a administração possa prover necessidades e requisitos de mudanças e estabelecer níveis econômicos de produção. Ainda ressalta que, as pesquisas sobre o consumidor medem o pulso das reações e demandas dos clientes, e buscam explicações para seus problemas. 16 Garvin (1992) foi muito feliz em destacar oito categorias de qualidade para análise: o desempenho, as características, a confiabilidade, a conformidade, a durabilidade, o atendimento, a estética e a qualidade percebida. Ele relata que cada categoria é estanque e distinta, pois um produto ou serviço pode ser bem cotado em uma dimensão, mas mal classificado em outra, embora em muitos casos as dimensões estão inter-relacionadas. No entendimento de Juran (2002), existem dois significados para “qualidade” que merecem importância: um tem a ver com as características do produto que, aos olhos dos clientes, quanto melhores, mais alta é a sua qualidade; outro diz respeito a ausência de deficiências que, aos olhos do cliente, quanto menos deficiências, melhor a qualidade. Segundo o mesmo autor, as definições de qualidade não contam com uma aceitação universal, justamente pela falta de clareza ideológica sobre os requisitos de qualidade e de como elas surgiram nas indústrias. O mesmo autor observa: algumas empresas tem definido a qualidade em termos como conformidade às especificações ou aos padrões. Essas definições são perigosas quando aplicadas em níveis gerenciais. Nesses níveis, o essencial é que os produtos respondam as necessidades dos clientes, a conformidade aos padrões é somente um dos muitos meios para esse fim. A conformidade relaciona-se, por sua natureza, a padrões e especificações estáticos, ao passo que a qualidade é um alvo móvel. Gerenciar a dimensão de qualidade de uma organização não é de um modo geral, diferente de qualquer outro aspecto do gerenciamento. Requer a formulação de estratégias, o estabelecimento de metas e objetivos, a elaboração de planos de ação, a implantação dos planos e a utilização de sistemas de controle para o acompanhamento do feedback e a tomada de ações corretivas . Se a qualidade for vista apenas como um sistema de controle, nunca será substancialmente melhorada. Qualidade não é somente um sistema de controle; é uma função gerencial. (GARVIN, 1992, p.45). 17 2.1.4 Dos conceitos de estratégia De maneira geral, pode-se entender estratégia como um conjunto de decisões formuladas com o objetivo de orientar o posicionamento da empresa no ambiente. Em linhas gerais, pode-se dizer que estratégia é um caminho, ou maneira, ou ação estabelecida e adequada para alcançar os resultados da empresa, representados por seus objetivos, desafios e metas. E uma situação pode ser considerada como estratégica quando existe interligação entre os aspectos internos e externos da empresa. Oliveira (1999) conceitua: Estratégia é a situação em que existe uma identificada, analisada e efetiva interligação entre os fatores externos e internos da empresa, visando otimizar o processo de usufruir as oportunidades ou de evitar as ameaças ambientais perante os pontos fortes e fracos da empresa. 2.2 DA GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS A norma NBR ISO 10006:2000 sugere que existem dois aspectos a considerar para a aplicação da qualidade na gerência de projeto: a qualidade do processo do projeto e a qualidade do produto do projeto. Quando se falha em se alcançar estes dois aspectos, tal fato poderá ter efeitos significativos no produto, nas partes interessadas do projeto e na organização do projeto. Deve-se enfatizar que alcançar a qualidade é uma responsabilidade da gerência e requer seu comprometimento, para que a qualidade permeie todos os níveis dentro da organização envolvida no projeto, os quais são responsáveis por seus respectivos processos e produtos. Criar e manter qualidade do processo e do produto em um Projeto requer um enfoque sistemático. Convém que este enfoque assegure que as necessidades implícitas e explícitas do cliente sejam entendidas e satisfeitas, que as necessidades de outras partes interessadas sejam avaliadas e que a política da qualidade da organização seja tomada em consideração na implementação na gerência do projeto. (NBR ISO 10006:2000, p. 2) 18 De acordo com a norma NBR ISO 9000:2000, gestão da qualidade são atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade. Para tanto, é passível de desmembramento tais processos, ferramentas e técnicas que evidenciam a qualidade no gerenciamento de projetos. Juran (2002) sugere o tópico conceitual Trilogia Juran, onde a gerência da qualidade é evidenciada em três processos: o planejamento, o controle, e o melhoramento. No planejamento, observa-se a atividade de desenvolvimento dos produtos e processos exigidos para a satisfação das necessidades dos clientes; no controle, significa avaliar e comparar o desempenho e agir para realizar correções; por fim, no melhoramento, é o meio de elevar o desempenho da qualidade a níveis sem precedentes. Estes três processos sugeridos por Juran (2002) não são apenas uma forma de explicar gerência da qualidade à alta gerência, mas, em suma são muito semelhantes à metodologia adotada pelo PMI para gerenciamento da qualidade em projetos, e, em linhas gerais, remete aos mesmos objetivos estratégicos. Segundo trata o PMBOK® (2008), o gerenciamento da qualidade do projeto inclui os processos e as atividades da organização executora que determinam as políticas da qualidade, os objetivos e as responsabilidades, de modo que o projeto satisfaça as necessidades para as quais foi empreendido. Este capítulo traz três processos: o planejamento da qualidade; a garantia da qualidade e o controle da qualidade; que serão explorados nos capítulos seguintes. Estes processos interagem entre si e com os processos das outras áreas de conhecimento. Cada processo pode envolver o esforço de uma ou mais pessoas ou grupos de acordo com os requisitos do projeto. Cada processo ocorre pelo menos uma vez em todo o projeto e em uma ou mais fases do mesmo, se o projeto for dividido em fases. (PMBOK®, 2008, p.189). O gerenciamento da qualidade do projeto engloba o gerenciamento do projeto e do produto do projeto, e se aplica a todos os projetos, independentemente da natureza do produto. As medidas e técnicas de qualidade do produto são especificas do tipo de produto resultante do projeto. (PMBOK®, 2008, p. 189). O mesmo guia ainda observa que o gerenciamento da qualidade reconhece a importância de: 1) Satisfação do Cliente: significa entender, avaliar, definir e gerenciar as 19 expectativas para que os requisitos do cliente sejam atendidos; 2) Prevenção invés de inspeção: significa que a qualidade deve ser planejada, projetada incorporada – em vez de inspecionada; 3) Melhoria Contínua: considera o ciclo PDCA como base para a melhoria da qualidade e as demais ferramentas devem aprimorar a qualidade do gerenciamento do projeto e também a qualidade do produto do projeto; 4) Responsabilidade da gerência: significa que o sucesso exige a participação de todos os membros da equipe do projeto, mas continua sendo a responsabilidade da gerência fornecer os recursos necessários ao êxito. Já a NBR ISO 10006:2000 recomenda uma série de requisitos ao tratar a qualidade na gestão de projetos: O Ciclo PDCA originalmente chamado de Ciclo de Shewhart deriva da obra de Walter A. Shewhart, Estatistical Method from the View point of Quality Control (1939). Foi adotado como “Ciclo de Deming” por ter sido publicado mundialmente por este último autor. Ele sugere uma série de recomendações. Vejamos: - Convém que o sistema da qualidade da organização do projeto seja estabelecido e inclua providências para facilitar e promover a melhoria contínua da qualidade. Como a qualidade é uma parte integrante de um bom gerenciamento do projeto, convém que o sistema da qualidade do projeto seja também parte integrante do sistema de gerenciamento do projeto. -Convém que o sistema da qualidade seja documentado no plano da qualidade. Na medida do possível convém que a organização do projeto adote, e se necessário adapte, o sistema da qualidade e os procedimentos da organização empreendedora. -Convém que no plano da qualidade sejam feitas referências às partes aplicáveis dos documentos do sistema da qualidade da organização empreendedora. Em casos onde existam requisitos específicos de outras partes interessadas para o sistema da qualidade, convém garantir que o sistema da qualidade resultante atenda às necessidades do projeto. O desenvolvimento do plano do projeto envolve a integração dos planos resultantes do planejamento realizado em outros processos de projeto. -Convém que estes planos sejam revistos para se garantir a consistência e a solução de quaisquer discrepâncias. -Convém que o plano do projeto identifique, defina e programe análises, bem como especifique a retenção de registros. 20 -Convém que as análises críticas incluam verificações do sistema da qualidade e do plano do Projeto, assim como suas adequações para alcance dos objetivos do projeto. -Convém que avaliações de progresso sejam programadas e incluídas no plano do projeto para fornecer uma base de medição e controle do desenvolvimento do projeto, assim como para permitir o planejamento do trabalho restante. -Convém que sejam estabelecidos os requisitos para as práticas da qualidade ao longo de todo o Projeto, tais como documentação, verificação, registro, rastreabilidade, análises críticas e auditorias. A fim de monitorar o progresso, convém que sejam definidos indicadores de desempenho e providenciada sua avaliação regular. -Convém que estas avaliações facilitem ações preventivas e corretivas, confirmando que os objetivos do projeto permanecem válidos em um ambiente de projeto sob mudanças. -Convém que as interfaces sejam identificadas no plano do projeto, sendo dada atenção particular às seguintes interfaces: relações com o cliente e outras partes interessadas; a conexão da organização do projeto e as vias de informação com as várias funções da organização empreendedora; relações entre as funções na organização do projeto. No que trata do plano da qualidade, a NBR ISO 9000:2000 define que é o documento que especifica quais os procedimentos e recursos associados devem ser aplicados, por quem e quando, a um empreendimento, produto, processo ou contrato específicos. 2.2.1 O processo de planejamento da qualidade em projetos Para o PMBOK® (2008), planejar a qualidade é o processo de identificação dos requisitos e/ou padrões de qualidade do projeto e do produto, além da documentação de como o projeto demonstrará a conformidade. O mesmo guia ainda orienta que o planejamento da qualidade deve ser realizado em paralelo com os outros processos de planejamento do projeto. Marshall (2010 [et al.]) observa que para atender aos requisitos do planejamento da qualidade, a alta direção deverá estabelecer metas definir s meios de avaliar o andamento das ações, estabelecendo também a metodologia para o monitoramento do desempenho do sistema de gestão da qualidade. 21 No entendimento de Sanvicente e Santos: Planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os recursos a serem empregados e definir correspondentes atribuições de responsabilidades em relação a um período futuro determinado, para que sejam alcançadas satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades. (SANVICENTE E SANTOS, 1983, p. 198). Conforme Silva (2009) o gerenciamento de um projeto por completo garante que ao longo da execução as atividades de concepção, planejamento, efetivação e finalização, que compõe o projeto, estejam sendo executadas dentro das diretrizes e metas estabelecidas. “O gerenciamento é um processo continuo e dinâmico ao longo de todo o tempo de execução e se desenvolve e se organiza de acordo com o trabalho em equipe, onde o fator humano e técnico é fundamental, e o foco será sempre o objetivo planejado”. (SILVA, 2009, p.1). O planejamento visa, além da determinação prévia das metas e objetivos, estabelecer diretrizes para o funcionamento da empresa e permitir que a tomada de decisões seja de forma fundamentada e consciente. Os documentos que registram os planos são importantes bases no que diz respeito à programação financeira e os cronogramas que estabelecem os prazos para entrega dos produtos. Neste contexto, Brandli (2005) ainda destaca que a utilização de sistemas que venham a beneficiar e agilizar o processo de planejamento e tomada de decisões frente ao levantamento de dados e informações precisa ser avaliada cuidadosamente como forma de tornar mais eficaz sua implantação, evitando que as informações ficam desencontradas e não representem a situação atual do empreendimento. O planejamento da qualidade é a atividade de estabelecer metas de qualidade e descrever os produtos e os processos necessários ao cumprimento dessas metas. (JURAN,2002, p. 353). O mesmo autor ainda ressalta que definimos planejamento da qualidade como a atividade de fixação das metas de qualidade; e o desenvolvimento de produtos e processos necessários a realização daquelas metas. Esta definição é baseada no fato de que não é possível planejar em termos abstratos. Só se pode planejar depois que a meta foi estabelecida. 22 Ainda complementa: numerosas crises e problemas específicos de qualidade podem ser atribuídos à maneira pela qual a qualidade foi inicialmente planejada; e que o planejamento da qualidade é a atividade de estabelecer as metas de qualidade e desenvolver produtos e processos necessários a realização dessas metas. Nesta abordagem, APQP (1997) sugere o ciclo de planejamento da qualidade do produto: Figura 1. Ciclo de Planejamento da Qualidade do Produto. Fonte: APQP (1997, p. 10). 23 O Manual APQP ainda complementa que a representação do planejamento da qualidade do produto como um ciclo ilustra a busca interminável pela melhoria contínua que somente pode ser alcançada adquirindo experiência em um programa e aplicando o conhecimento absorvido no programa subsequente. O Planejamento da Qualidade do Produto é um método estruturado para definir e estabelecer as etapas necessárias para garantir que um produto satisfaça o cliente. A meta do planejamento da qualidade do produto é facilitar a comunicação com todos os envolvidos para assegurar que todas as etapas necessárias sejam completadas dentro do prazo. Um planejamento efetivo da qualidade do produto depende do compromisso da alta gerência da empresa em relação ao esforço necessário para atingir a satisfação do cliente. Alguns dos benefícios do planejamento da qualidade do produto incluem: Direcionar recursos para satisfazer o cliente; Promover a identificação antecipada das alterações necessárias; Evitar alterações de última hora; Fornecer um produto de qualidade dentro do prazo a um custo reduzido. (APQP, 1997, p. 13). O planejamento da qualidade é necessário para numerosos produtos, não apenas para os bens e serviços vendidos a clientes, mas também para muitos produtos internos: pedidos de compra, faturas, relatórios. O planejamento da qualidade também é necessário a numerosos processos, muitos dos quais são processos internos da empresa, por exemplo, o recrutamento de novos funcionários, a preparação de previsões de vendas, a produção de faturas. (JURAN, 2002, p. 13). O APQP (1997) sugere que o planejamento da qualidade do produto estabeleça planos de controle. Os planos de controle são descrições por escrito dos sistemas de controle de peças e processos. Os planos de controle específicos englobam três fases distintas: O protótipo, que faz uma descrição das medições dimensionais e testes de material e desempenho que ocorrerão durante a construção do protótipo, o pré-lançamento, que faz uma descrição das medições dimensionais e testes de material e desempenho que ocorrerão após a construção do protótipo antes de produção em série; e a produção, que trata da documentação abrangente das características do produto/processo, controles de processo, testes e sistemas de medição ocorrerão durante a produção em série. Com efeito, o processo de planejamento da qualidade consiste em uma série de fixação de metas, alternadas com o planejamento de como atingir as metas. (JURAN, 1992, p. 38). Nesta mesma linha de pensamento, Marshall (2010 [et al.]) destaca que planejamento da qualidade é o processo de preparação para obtenção dos objetivos; é um conjunto de 24 atividades que visam desenvolver os produtos e processos necessários para atender às necessidades dos clientes. 2.2.1.1 As Entradas do processo de planejamento da qualidade em projetos Uma das principais entradas do processo de planejamento da qualidade em projetos é a linha de base do escopo, comumente chamada de “baseline”. O baseline é composto por principalmente três entregas: A Declaração do Escopo do Projeto, a Estrutura Analítica do Projeto – EAP, e o Dicionário dela. A declaração do escopo, conforme sugerido pelo PMBOK® (2008) contém a descrição do projeto, as principais entregas do projeto e os critérios de aceitação. Já a descrição do escopo do produto contém uma frequência de detalhes de questões técnicas e outras preocupações que podem afetar o planejamento da qualidade. A definição dos critérios de aceitação pode aumentar ou diminuir significativamente os custos do projeto e os custos da qualidade. O cumprimento de todos os critérios de aceitação implica que as necessidades do cliente foram atendidas. Neste sentido, Juran (2002) observa que é bastante provável que o melhoramento do processo de planejamento da qualidade pode ganhar tanto com a melhor identificação dos clientes internos como pela melhor identificação dos clientes externos. Ainda, com relação ao cliente, o mesmo autor propõe que a identificação do elenco completo melhora a tomada de decisões, ao mesmo tempo que reduz o risco de surpresas desagradáveis. À medida em que os projetos crescem em tamanho, multiplica-se o número de clientes. Estes não são impactados igualmente, nem são todos de igual importância para os planejadores. Torna-se necessário classificar os clientes de forma que permitam, aos planejadores, a alocação de prioridades e recursos com base a importância relativa dos clientes e dos impactos . (JURAN, 2002, p. 57). A equipe de planejamento da qualidade do produto da organização deveria analisar criticamente o Sistema de Gerenciamento da Qualidade no local de manufatura. Todos os controles adicionais e/ou alterações necessárias de procedimento para produzir o produto deveriam estar atualizados, documentados e incluídos no plano de controle de manufatura. Esta é uma oportunidade para a equipe de planejamento da qualidade do produto da organização aprimorar o 25 sistema da qualidade existente com base nos inputs do cliente, habilidade da equipe e experiência anterior. (APQP, 1997, p. 18). O baseline ainda integra a estrutura analítica do projeto, que identifica as entregas, os pacotes de trabalho e as contas de controle usadas para medir o desempenho do projeto. Já o dicionário dela define as informações técnicas para os elementos a EAP. (PMBOK®, 2008, p.193). Outras entradas deste processo, listadas pelo guia são: o registro das partes interessadas, que identifica as partes que tem um interesse específico ou impacto na qualidade; a linha de base do desempenho de custos, que documenta as fases do projeto aceitas usadas para medir o desempenho dos custos; a linha de base do cronograma, que documenta as medidas de desempenho de prazos aceitas, incluindo as datas de início e término; o registro dos riscos, que contem informações sobre ameaças e oportunidades que podem afetar os requisitos da qualidade; os fatores ambientais da empresa, que influenciam o processo de planejamento, e incluem regulamentações de órgãos governamentais, normas, padrões e diretrizes específicos da área de aplicação, e as condições de trabalho/operacionais do projeto/produto que podem afetar a qualidade do projeto; e por fim os ativos de processos organizacionais, que são as políticas, procedimentos e diretrizes organizacionais de qualidade, os bancos de dados históricos, as lições aprendidas de projetos anteriores, e principalmente a política de qualidade da empresa, que define as metas em relação à qualidade. 2.2.1.2 As ferramentas e técnicas do processo de planejamento da qualidade em projetos Conforme sugere o PMBOK® (2008), as ferramentas e técnicas para o planejamento da qualidade em projetos podem ser conforme descrito a seguir: Uma análise de custo-benefício pode incluir menos retrabalho e maior produtividade, custos mais baixos e o aumento da satisfação das partes interessadas. (PMBOK®, 2008, p.195). Neste sentido, é imprescindível pensar que o projeto deve por si só, trazer como resultado o atendimento das expectativas dos interessados. Outra análise importante sugerida pelo guia são o custo da qualidade, que inclui todos os custos incorridos durante a vida do produto por investimentos na prevenção e do não cumprimento dos requisitos, na avaliação do produto ou serviço quanto ao cumprimento dos 26 requisitos, e ao não cumprimento dos requisitos (retrabalho). Os custos de falhas geralmente são categorizados como internos (encontrados pelo projeto) e externos (encontrados pelo cliente). Os custos de falhas também são chamados de custos da má qualidade. Podem ainda ser usados como ferramentas de planejamento da qualidade em um projeto gráficos de controle, com informações relevantes sobre a fase, mapeando e figurando a situação atual do projeto, podendo facilitar a identificação de riscos ou outros elementos que podem impactar no resultado final do projeto. Além disso, a ferramenta de benchmarking constitui-se importante para o aprendizado. Ela envolve a análise de projetos que já foram executados dentro ou fora da organização, podendo relatar formas novas ou diferentes de fazê-lo, redefinindo pontos do planejamento que podem ter sido casos de sucesso ou casos de ação corretiva. O PMBOK® (2008) ainda sugere ainda um projeto de experimentos, o Design of Experiments – DOE, como ferramenta útil ao planejamento. O DOE é um método estatístico para identificar os fatores eu podem influenciar variáveis específicas de um produto ou processo em desenvolvimento ou em produção. Conforme consta no PMBOK® (2008), a amostragem estatística surge como uma ferramenta de teste importante, que envolve a escolha de parte de uma população de interesse para inspeção. A frequência e os tamanhos das amostras devem ser determinados durante o processo de planejar a qualidade para que o custo da qualidade inclua o numero de testes, o descarte esperado, etc. Para Juran (2002) o conceito de amostragem propicia uma forma pratica e econômica para obtenção de informações, especialmente dos clientes muitos e úteis. Ainda, sugere que a aplicação do conceito de amostragem requer o uso de certas ferramentas e habilidades especiais, como a escolha da amostra, estratificada; condições vigentes durante a coleta de informações, sejam naturais ou controladas; tamanhos de amostras que garantam significância estatística; e a não existência de distorções durante a coleta de dados. Existe um conjunto substancial de conhecimentos sobre amostragem estatística. Em algumas áreas de aplicação, pode ser necessário que a equipe de gerenciamento do projeto esteja familiarizada com uma variedade de técnicas de amostragem para garantir que a amostra selecionada realmente represente a população de interesse.(PMBOK®, 2008, p. 198). 27 Outra ferramenta muito utilizada no gerenciamento do planejamento da qualidade e projetos são os fluxogramas. Para o PMBOK® (2008) o fluxograma é uma representação gráfica de um processo que mostra as relações entre as etapas do processo. Ainda, ratifica que durante o planejamento da qualidade, a elaboração de fluxogramas pode ajudar a equipe do projeto a prever os problemas de qualidade que podem ocorrer. Figura 2. Exemplo de fluxograma de processos. Fonte: PMBOK®, 2008, p. 198. Adaptado. Juran (2002) destaca que quando os fluxogramas são preparados por equipes multifuncionais, seus membros normalmente obtêm benefícios múltiplos. Eles reportam que o fluxograma: provê a compreensão do todo; identifica clientes anteriormente negligenciados; identifica oportunidades de melhoramento; e facilita a fixação de limites. O mesmo autor salienta que quando iniciamos um projeto de planejamento da qualidade, os estudos anteriores dos fluxos de processos podem ser úteis, especialmente se refletirem a disciplina d análise de fluxogramas. O mesmo autor ainda observa: porém, cada projeto de planejamento requer atualização dos projetos antigos, bem como a provisão para um novo projeto. 28 As ferramentas e técnicas do planejamento da qualidade ainda incluem outras metodologias: Seis Sigma, QDF – Quality Function Deployment, CMMI – Capability Maturity Model Integration, entre outras, que servem de apoio para o desenvolvimento das atividades no tempo proposto. Além disso, o PMBOK® (2008) sugere que existem outras ferramenta adicionais que ajudam a definir melhor os requisitos de qualidade de um projeto, como por exemplo: Brainstorming, diagramas, matrizes, etc. 2.2.1.3 As Saídas do processo de planejamento da qualidade em projetos O PMBOK® (2008) sugere que as saídas do planejamento da qualidade incluem, primeiramente, um plano de gerenciamento da qualidade, que descreve como a equipe de gerenciamento de projetos implementará a política de qualidade da organização executora. Este plano é um plano auxiliar do plano de gerenciamento do projeto. Este plano fornece entradas para o plano geral de gerenciamento de projeto e inclui o controle da qualidade, a garantia da qualidade e a abordagens de melhoria contínua de processos para o projeto. O mesmo guia ainda observa que o plano de gerenciamento da qualidade deve ser revisado na parte inicial do projeto para garantir que as decisões sejam baseadas em informações precisas. As vantagens dessa revisão incluem a redução dos custos e dos atrasos no cronograma causados pelo retrabalho. Ainda pode-se considerar as métricas da qualidade como saídas deste processo. Bem descritas pelo PMBOK® (2008) uma métrica da qualidade é uma definição operacional que descreve, em termos bem específicos, um atributo do projeto ou do produto, e como o processo de controle da qualidade irá medi-lo. Outras saídas deste processo são as listas de verificação da qualidade, o plano de melhorias e as atualizações nos documentos do projeto. A lista de verificação é definida pelo guia como uma ferramenta estruturada, geralmente específica do componente, usada para verificar se um conjunto de etapas necessárias foi executado. Já o plano de melhorias no processo detalha as etapas de análise do projeto para identificar as atividades que aumentam seu valor como limites, configurações e métricas e metas do processo. Por fim, o 29 PMBOK®(2008) ainda sugere que uma saída seja a atualização dos documentos do projeto, que incluem o registro das partes interessadas e a matriz de responsabilidades. 2.2.1.4 O planejamento da qualidade e o alinhamento estratégico A abordagem de metas estratégicas, pelo fato de estar ligada ao planejamento estratégico da empresa, oferece uma forma de prover os recursos necessários. O planejamento estratégico há muito inclui uma abordagem positiva para fazer aparecerem os recursos necessários para se atingir as metas estratégicas da empresa.(JURAN, 2002, p. 41). Para a NBR ISO 10006:2000, o processo estratégico do projeto é um processo diretor que organiza e gerencia a realização dos outros processos do projeto. A norma ainda sugere que ao ser definida uma direção para o projeto, convém que sejam considerados os seguintes conceitos, os quais são importantes para a obtenção da qualidade no gerenciamento do projeto: a satisfação das necessidades definidas e implícitas dos clientes e outras partes interessadas é prioritária; um projeto é realizado sob a forma de um grupo de processos planejados e interdependentes; é preciso foco na qualidade tanto de processos quanto de produtos para alcançar os objetivos do projeto; a administração é responsável pela criação de um ambiente favorável à qualidade; a administração é responsável pela melhoria contínua: a obtenção da qualidade no processo estratégico depende da garantia de que estes conceitos sejam considerados em todos os processos. Garvin (1992) destaca que a gestão estratégica da qualidade é o clímax de uma tendência que teve inicio há mais de um século e em sua versão original, a qualidade era responsabilidade do departamento de produção; hoje, saiu da fábrica e entrou na sala da alta gerência. O mesmo ainda observa que a consequente mudança de perspectiva é crucial para se entender o pensamento moderno sobre a qualidade. Já Juran (2002) conceitua gerência estratégica da qualidade como um processo estruturado para o estabelecimento de metas de qualidade a longo prazo nos níveis mais altos da organização e a definição dos meios a serem usados para o cumprimento daquelas metas. Na mesma linha de pensamento, no que consta ao planejamento estratégico, Ansoff(apud SANVICENTE; SANTOS, 1983) destaca que este se refere às decisões a serem 30 tomadas que dizem respeito aos problemas externos da empresa, às linhas de produtos e serviços e aos mercados atendidos. As decisões estratégicas de uma empresa não devem se sustentar em vender e lucrar, mas em adotar procedimentos capazes de agregar valor à empresa, garantindo desempenho no futuro e a qualificação continuada de seus processos. Assim, a competitividade está no núcleo das empresas, dependendo mais de suas ações estratégicas do que da postura empresarial na arena de competição. Receitas e resultados são parâmetros de referência válidos e esclarecedores para tomadas de decisão. Todavia, o planejamento estratégico deve procurar meios e táticas para manter a empresa capaz de sustentar ou expandir sua participação no mercado, além de conseguir resultados satisfatórios em suas operações futuras. (SINDUSCON-SP, 1999). Definimos meta como um alvo visado – uma realização em cuja direção são despendidos esforços. Aplicada a qualidade, uma meta de qualidade é um alvo de qualidade visado. Uma meta normalmente inclui um numero e um cronograma. (JURAN, 2002, p. 27). O mesmo autor ainda destaca que a meta de qualidade é um alvo visado de qualidade; que não é possível planejar em termos abstratos, somente se pode planejar depois de estabelecida a meta; e que as metas de qualidade são um alvo móvel, entre outros. As metas de qualidade em muitos casos são definidas pela visão da empresa, traduzida em metas atingíveis que planejamento estratégico irá conduzir em seus processos. Juran(2002) salienta que o estabelecimento de metas estratégicas de qualidade é um primeiro passo vital em direção à tradução de uma visão vaga em realidade. As metas selecionadas para entrar no plano de negócios do ano seguinte são, idealmente, escolhidas a partir de uma lista de sugestões feitas por todos os níveis da hierarquia. Somente algumas sobrevivem ao processo de filtragem e chegam a fazer parte das metas estratégicas. (JURAN, 2002, p.34). Sobre o posicionamento das metas em relação ao mercado, é importante salientar: Alguma dessas metas referem-se a projetos com um lead time prolongado, por exemplo, o desenvolvimento de um novo produto envolvendo um ciclo de vários anos; a informatização de um importante processo na empresa; um grande projeto de construção que não entrará em funcionamento por vários anos. Em casos assim, a meta deve ser fixada de 31 forma à estar à altura da concorrência estimada para quando o projeto estiver concluído.(JURAN, 2002, p. 35). 2.2.2 O processo de garantia da qualidade em projetos Para o PMBOK® (2008), realizar a garantia da qualidade é o processo de auditoria dos requisitos de qualidade e dos resultados das medições de controle da qualidade para garantir que sejam usados os padrões de qualidade e definições operacionais apropriados. Este mesmo processo também inclui a melhoria contínua, que é um meio interativo de melhorar a qualidade de todos os processos. A melhoria contínua de processos reduz o desperdício e elimina as atividades que não agregam valor, permitindo que os processos sejam operados com níveis mais altos de eficiência e eficácia. Segundo o que consta na leitura de Marshall (2010 [et al.]), o conceito de garantia da qualidade está vinculado aos riscos potenciais da não qualidade. Envolve a definição de um sistema de processos e seus controles que levam á confiabilidade d produção, envolvendo recursos humanos e abordando a qualidade desde a fase de concepção do produto. De forma sintética, a norma NBR ISO 9000:2000 define garantia da qualidade como parte da gestão da qualidade focada em prover confiança de que os requisitos da qualidade serão atendidos. Juran (2002) ressalta que uma auditoria de qualidade é uma revisão independente do desempenho em qualidade. O mesmo autor ainda observa que a finalidade das auditorias é fornecer informações, independentemente e imparciais, não apenas às cabeças operacionais, mas também a outros que tenham necessidade de saber. Ainda sobre este assunto, Juran (2002) explica que as auditorias têm sido tradicionalmente usadas para prover garantia de que os produtos estão em conformidade comas especificações e as operações em conformidade com os procedimentos. 32 2.2.2.1 As entradas do processo de garantia da qualidade em projetos O PMBOk® (2008) sugere que as entradas do processo de garantia da qualidade sejam o plano de gerenciamento do projeto, que contém as informações do plano de gerenciamento da qualidade e o plano de melhorias no processo, além de considerar como entradas as métricas da qualidade e as informações sobre o desempenho do trabalho que são coletadas regularmente durante o projeto, e ainda as medições resultantes deste acompanhamento. Estas entradas, basicamente sugerem que a garantia da qualidade deve ser considerada a partir do planejamento das atividades, das diretrizes traçadas para o acompanhamento dos requisitos da qualidade durante o processo. Estes inputs representam as premissas do processo de garantia da qualidade, e evidenciam os itens necessários para o bom andamento do projeto. 2.2.2.2 As ferramentas e técnicas do processo de garantia da qualidade em projetos As ferramentas e técnicas do planejamento da qualidade são ainda utilizadas na garantia e o controle da qualidade, além disso o PMBOK®(2008) sugere que na garantia da qualidade, as auditorias sejam a principal ferramenta para esta atividade. Considerando que as metas são um alvo móvel, Juran (2002) salienta que as metas de qualidade devem estar sempre mudando, para corresponder às mudanças que estão sempre chegando: novas tecnologias, novos concorrentes, alterações sociais, ameaças e oportunidades. O mesmo autor ainda observa que o que não se faz tão amplamente é prover os meios necessários à avaliação do impacto dessas mudanças e à revisão das metas de acordo com esse impacto. As empresas que provém esses meios o fazem através da exigência de revisões anuais do desempenho competitivo e de outras informações, as quais podem mostrar quais são as tendências em andamento. Para o PMBOK® (2008), uma auditoria de qualidade é uma revisão estruturada e independente para determinar se as atividades do projeto estão cumprindo as políticas, os processos e os procedimentos da organização do projeto. Os objetivos de uma auditoria da qualidade são: identificar todas as boas/melhores práticas que estão sendo implementadas; identificar todas as lacunas/deficiências; compartilhar as boas práticas utilizadas ou implementadas em projetos similares na organização e/ou no setor; oferecer apoio proativo de 33 forma positiva para melhorar a implementação de processos, a fim de ajudar a equipe a aumentar a produtividade; e destacar as contribuições de cada auditoria no repositório de lições aprendidas da organização. O mesmo guia ainda sugere que os esforços subsequentes para corrigir deficiências devem resultar em uma relação do custo da qualidade e um aumento da aceitação do produto do projeto por parte do cliente. A orientação do guia é que as auditorias da qualidade podem ser programadas ou aleatórias e podem ser realizadas por auditores internos ou externos. A NBR ISO 9000:2000 recomenda que auditorias são usadas para determinar em que grau os requisitos do sistema de gestão da qualidade foram atendidos; que as constatações da auditoria são usadas para avaliar a eficácia do sistema de gestão da qualidade e para identificar oportunidades de melhoria; que auditorias de primeira parte são realizadas pela própria organização ou em seu nome, para propósitos internos, e podem formar a base para uma auto declaração da conformidade da organização; que auditorias de segunda parte são realizadas pelos clientes da organização, ou por outras pessoas em nome do cliente; e que auditorias de terceira parte são realizadas por organizações externas independentes. 2.2.2.3 As saídas do processo de garantia da qualidade em projetos O PMBOK® (2008) sugere saídas bem sumárias para este processo: são as atualizações em ativos de processos organizacionais; as solicitações de mudanças; as atualizações no plano de gerenciamento do projeto e as atualizações nos documentos do projeto. Outra saída deste processo é descrito pelo PMBOK® (2008) como análise de processo: a análise de processo segue as etapas descritas no plano de melhorias no processo para identificar as melhorias necessárias. Essa análise também examina os problemas ocorridos, as restrições encontradas e as atividades sem valor agregado identificadas durante a operação dos processos. A análise de processo inclui a análise de causas-raiz – uma técnica específica para identificar um problema, descobrir as causas subjacentes que levaram a ele e desenvolver ações preventivas. 34 2.2.3 O processo de controle da qualidade em projetos O controle da qualidade trata da execução de planos e da condução das operações de forma a atingir as metas. O controle da qualidade inclui a monitoração das operações, de forma a detectar as diferenças entre o desempenho real e as metas. Além disso, o controle de qualidade inclui as ações para restaurar o status quo caso apareçam variâncias. (JURAN, 2002, p. 19). Para Marshall (2010 [et al.]) controle da qualidade é o processo para assegurar o cumprimento dos objetivos definidos no planejamento, durante as operações. Além disso, os autores da publicação ainda observam que o controle da qualidade é um processo que perpassa todas as atividades do projeto, pois as metas e padrões de qualidade se estendem por todos os processos e produtos do projeto, assim como suas metas gerais de desempenho. Ainda destacam que um bom sistema de controle da qualidade deve comparar os resultados atuais com os padrões definidos, atuar quando os padrões não forem alcançados e planejar melhorias. O APQP (1997) traz uma importante abordagem sobre a análise crítica do projeto: as análises críticas do projeto são reuniões periodicamente agendadas conduzidas pela engenharia de projeto da organização e devem incluir as outras áreas afetadas. Ainda explica que a análise crítica do projeto é um método efetivo para prevenir problemas e malentendidos; ela também fornece um mecanismo para monitorar o andamento, relatar à gerência e obter a aprovação do cliente, conforme necessário. Complementando, as análises críticas de projeto são uma série de atividades de verificação que vão além de uma simples engenharia. No mínimo, as revisões de projeto deveriam incluir uma avaliação sobre: os requisitos do projeto e suas funcionalidades; as metas formais de confiabilidade e confiança; os ciclos de rendimento dos componentes/subsistemas/sistemas; os resultados de simulações por computador e de testes de bancada; Design Failure Modeand Effects Analysis - DFMEA; a análise crítica dos esforços do projeto para manufaturabilidade e montagem; os resultados do delineamento de experimentos - DOE e da variação da montagem do conjunto; as falhas de teste e o progresso da verificação do projeto. O mesmo manual ainda aborda que a principal função das análises críticas do projeto é acompanhar o progresso da verificação do projeto. A organização deveria acompanhar o progresso da verificação do projeto através do uso de um formulário de planejamento e 35 relatório, que são um método formal para assegurar a verificação do projeto, a validação do produto e processo de componentes e conjuntos através da aplicação de um amplo planejamento e relatórios de testes. Para a norma NBR ISO 9000:2000, o controle da qualidade é parte da gestão da qualidade focada no atendimento dos requisitos da qualidade. À medida que o planejamento progride, ele coleta muitas informações. Existem muitos clientes, cada um com múltiplas necessidades. Muitas características são exigidas para que o produto atenda a essas necessidades, e são necessárias muitas características do processo para a obtenção daquelas características do produto as combinações resultantes são tão numerosas que se torna necessário estabelecer um meio estruturado para organização das informações, visando a facilidade de interpretação e de acesso. (JURAN, 2002, p.23). Segundo o APQP (1997) os projetos do cliente não isentam a equipe de planejamento da qualidade do produto da organização da responsabilidade de analisar criticamente os desenhos de engenharia: os desenhos de engenharia podem incluir as características especiais (normas governamentais e de segurança) que devem ser descritas no plano de controle. O mesmo manual ainda recomenda que quando não existirem desenhos de engenharia do cliente, os desenhos de controle deveriam ser analisados criticamente pela equipe para determinar quais características afetam o ajuste, a função, a durabilidade e/ou os requisitos de segurança e normas governamentais. Os desenhos deveriam ser analisados criticamente para determinar se há informações suficientes para o layout dimensional das peças individuais. As superfícies/pontos de controle ou referência deveriam ser claramente identificados de forma que dispositivos de medição funcionais e equipamentos apropriados possam ser projetados para controles contínuos. As dimensões deveriam ser avaliadas para assegurar a viabilidade e compatibilidade com os padrões de fabricação e medição. Se apropriado, a equipe deveria assegurar que os dados matemáticos sejam compatíveis com o sistema do cliente para uma comunicação mútua eficiente. (APQP, 1997, p. 14). Para o PMBOK® (2008), realizar o controle de qualidade é o processo de monitoramento e registro dos resultados da execução das atividades de qualidade para avaliar o desempenho e recomendar mudanças necessárias. O mesmo guia ainda sugere que as atividades de controle da qualidade identificam as causas da baixa qualidade do processo ou produto e recomendam e/ou executam as ações para eliminá-las. 36 Juran (2002) ressalta que à medida que evolui o projeto do processo, também pode evoluir novos questionamentos às metas de qualidade do produto. Dessa forma, a revisão das metas de qualidade podem continuar durante toda a vida do projeto. Sem informações exatas e em tempo oportuno o controle da qualidade se torna impossível. A ação corretiva requer uma compreensão dos problemas e suas causas, da mesma maneira que os programas de melhorias requerem uma linha de base para a medição do progresso. O elemento tempo também é importante pois se as informações são fornecidas com rapidez suficiente os problemas podem ser reconhecidos e corrigidos antes de reaparecerem uma segunda ou terceira vez. Os dados também devem estar nas mãos certas; do contrário, um problema reconhecido poderá não ser resolvido porque a auditoria está em falta ou é inadequada.(GARVIN, 1992, p. 198). 2.2.3.1 As entradas do processo de controle da qualidade em projetos As entradas do processo de controle da qualidade em projetos, conforme sugerido pelo PMBOK® (2008), passam pelo plano de gerenciamento do projeto, que através do plano de gerenciamento da qualidade descreve como o controle da qualidade será realizado no projeto, além das métricas de qualidade, das listas de verificação da qualidade, das medições de desempenho do trabalho – que vai avaliar o progresso real entre o planejado e o real -, as solicitações de mudanças aprovadas por stakeholders, as entregas referentes ao projeto e os ativos de processos organizacionais, que podem influenciar os padrões e políticas de qualidade, as diretrizes padronizadas do trabalho e os procedimentos de relatórios de questões e defeitos e políticas de comunicação. 2.2.3.2 As ferramentas e técnicas do processo de controle da qualidade em projetos O conceito do PMBOK® (2008) ressalta que existem sete ferramentas e técnicas para o controle da qualidade que são conhecidas como “as sete ferramentas básicas de Ishikawa”: 37 Os diagramas de causa e efeito, também conhecido como diagramas de Ishikawa ou diagramas de espinha de peixe, ilustram como diversos fatores podem estar ligados a problemas ou efeitos potenciais. Figura 3. Diagrama de Ishikawa. Fonte: PMBOK®, 2008, p. 206. Mais uma ferramenta para controle da qualidade sugerida pelo guia são os gráficos de controle, onde os dados adequados são coletados e analisados para indicar qualidade dos processos e produtos do projeto. Além disso, a elaboração de fluxogramas é usada durante o processo de realizar o controle da qualidade para determinar as etapas do processo que não estão em conformidade e identificar oportunidades potenciais para melhoria do processo. Juran (2002) identifica que uma importante razão para a medição de qualidade é o provimento das informações necessárias à tomada de decisões relativas à manutenção do controle da qualidade – com as operações permanecendo em bases estáveis e previsíveis. O mesmo guia ainda sugere que sejam utilizadas ferramentas como o histograma, que é um gráfico de barras verticais que mostra com que frequência ocorreu um determinado estado de uma variável; o diagrama de Pareto, que mostra quantos defeitos foram gerados por tipo ou categoria de causa identificada, onde ordem de classificação é usada para direcionar a ação corretiva; o gráfico de execução, que é semelhante a um gráfico de controle sem a exibição dos limites e mostra o histórico e o padrão de variação, e as tendências e um processo ao longo do tempo, a variação ou as deteriorações ou melhoria e um processo ao longo do tempo. Cabe salientar que a analise das tendências com frequência é usada para monitorar o desempenho técnico e o desempenho dos custos e prazos. 38 Outra ferramenta sugerida pelo PMBOK® (2008), e a ultima a compor o rol das ferramentas de Ishikawa é o diagrama de dispersão, que mostra o relacionamento entre duas variáveis. Esta ferramenta permite que a equipe de qualidade estude e identifique o relacionamento possível entre as mudanças observadas em duas variáveis. Na mesma linha de estudo, conforme orienta o PMBOK® (2008), surge a amostra gemestatística, onde as amostras são selecionadas e testadas conforme definido no plano da qualidade; a inspeção, que é um exame de um produto de trabalho para determinar se está em conformidade com os padrões documentados onde os resultados geralmente incluem medições e podem ser obtidos em qualquer nível e também podem ser usadas para validar os reparos e defeitos; e as revisões de solicitações de mudanças aprovadas. 2.2.3.3 As saídas do processo de controle da qualidade em projeto Neste processo, considerando o que conceitua o PMBOK® (2008), tem-se como saídas: as medições do controle de qualidade; as mudanças validadas; as entregas validadas, as atualizações em ativos de processos organizacionais – juntamente com as listas de verificações concluídas e a documentação das lições aprendidas. Ainda, o mesmo guia sugere que fazem parte das saídas as solicitações de mudanças, as atualizações no plano de gerenciamento do projeto e as atualizações nos documentos do projeto. 2.3 DISCUSSÕES Sobre o processo de planejamento, algumas observações se fazem importantes: primeiro, a importância da elaboração de um plano consistente de qualidade, com requisitos que determinam e desenham o escopo e delimitam as atividades de gerenciamento que devem ser pensadas afim de garantir que o projeto tenha seus objetivos alcançados, até mesmo em termos operacionais. Doutro lado, o estabelecimento de metas surge como parte primordial do processo de planejamento da qualidade, podendo evidenciar uma base para o controle das conformidades e 39 não-conformidades e com o propósito de avaliar o andamento das ações planejadas versus ações executadas. O planejamento sugere que sejam estimados os recursos, o tempo necessário para execução das atividades e os custos envolvidos nesta iniciativa. Uma importante dimensão a ser observada trata dos custos da qualidade e também a correta mensuração da má qualidade, considerada um custo pelo desperdício advindo de um processo falho. Diante disto, a qualidade permeia estes processos, a fim de assegurar que eles sejam realizados em conformidade com o que foi previsto no seu escopo e de forma satisfatória tanto para a organização quanto para o cliente, partes interessadas no sucesso do projeto. Ainda é importante observar que um planejamento eficiente passa pelo registro formal das ações, facilitando a tomada de decisões e a medição dos critérios que foram inicialmente estabelecidos pela direção. Este planejamento diz respeito ao atendimento dos prazos de entrega, por exemplo, e até mesmo na possibilidade de mudanças para o sucesso do projeto ou produto. É possível ainda sistematizar a partir do estudo, que muitos dos problemas que ocorrem na fase execução são originados no planejamento ou na falta dele, o que pode resultar em uma não conformidade com os requisitos especificados, o que representa, para o cliente, que a qualidade desejada não foi atendida. No estudo, é evidenciada ainda, a importância da definição de um baseline bem apurado, com detalhes que venham a complementar de forma objetiva os requisitos de qualidade que compunha o plano do projeto. É a partir dos requisitos bem definidos que o planejamento será mais ou menos eficiente, considerando os aspectos pontuados pelos clientes internos e externos como primordiais para aquele projeto. Neste sentido, os autores esclarecem da importância de conhecer o cliente e suas necessidades como maneira de atender aos objetivos do projeto de forma completa e bem definida evitando “surpresas desagradáveis”. Outro aspecto importante a ser considerado no planejamento da qualidade de um projeto são as normas ou requisitos legais do projeto. Estes requisitos podem, por exemplo, definir se o sucesso total do projeto será atendido, pois, o fato de este requisito existir e atender à uma exigência legal – por si só não identifica o escopo do projeto. 40 Considerando que o objetivo do projeto é atender as necessidades do cliente com qualidade, a utilização de ferramentas para medir o andamento do projeto é imprescindível. A partir do estudo, foi possível identificar ferramentas úteis para a medição como o benchmarking, a análise por amostragem, ou o DOE, por exemplo, visando obter uma medição sobre o andamento deste processo. Além disso os fluxogramas que identificam visualmente as atividades do processo e outras ferramentas como Seis Sigma, QDF – Quality Function Deployment, CMMI – Capability Maturity Model Integration, entre outras. O estudo ainda pôde evidenciar, de forma clara e objetiva o ciclo de planejamento da qualidade do produto sugerido pelo Manual APQP. Ele representa em linhas gerais um fluxo consistente de tratamento do produto em termos de qualidade, objetivando o desenvolvimento, a verificação, a validação e a melhoria contínua dos processos e dos produtos por eles originados. Desta forma, o processo de planejamento da qualidade no gerenciamento de projetos sugere que como saída, se tenha um plano de gerenciamento da qualidade, que inclui o controle da qualidade, a garantia da qualidade e a abordagens de melhoria contínua de processos para o projeto. Este plano, em forma de modelo, será apresentado no Apêndice A. Mais uma constatação importante: o alinhamento do planejamento da qualidade com as decisões estratégicas das empresas: é a partir do planejamento estratégico nas empresas que surgem as necessidades de objetivos bem definidos e de uma gestão através da qualidade visando atender às expectativas das partes interessadas. Os autores ainda destacam, neste conceito, a importância de definir metas e de utilizar-se delas como base para estabelecer indicadores de medição e de melhoria de desempenho. No que segue, a garantia da qualidade destaca as auditorias como ferramenta importante para verificar as ações que estão sendo feitas no âmbito da qualidade e se as mesmas atendem aos requisitos técnicos definidos pelo plano e principalmente, se aparece em conformidade com o processo que o descreveu. Os principais objetivos das auditorias são identificar se as melhores práticas estão sendo implementadas; identificar as deficiências no processo; compartilhar práticas utilizadas em outras empresas ou outro setor; oferecer apoio para implementação de processos ajudando a equipe a aumentar a produtividade; e destacar as lições aprendidas da organização. Ainda cabe destacar que surgem as oportunidades de melhoria como forma de corrigir oque está errado ou pode ser melhorado, provendo confiança aos requisitos acertados. 41 No que tange o controle da qualidade, seu objetivo é assegurar que as ações descritas no plano estão sendo executadas conforme o planejado registrando os resultados e avaliando o desempenho destas ações. Na mesma linha de pensamento, os autores destacam ferramentas interessantes para o gerenciamento do controle da qualidade, visando identificar oportunidades potenciais de melhoria e sugestão de mudanças. O controle da qualidade é um processo que permeia todos os demais no que diz respeito à gestão de projetos e garante que os padrões serão atendidos ao longo do processo. A análise critica surge como importante ferramenta para o controle da qualidade: ela monitora o andamento do projeto, analisa os desenhos, avalia periodicamente os requisitos e verifica os componentes e conjuntos, e pode inclusive requisitar a avaliação do cliente para tal. 42 3 CONCLUSÕES Através da exploração bibliográfica do tema proposto, foi possível sistematizar algumas considerações interessantes no que diz respeito ao gerenciamento da qualidade em projetos, mais especificamente sob três aspectos: os processos de planejamento, garantia e controle. Em suma, este estudo possibilitou o entendimento geral e de forma contemplativa dos processos de planejamento, garantia e controle da qualidade possibilitando que seja feita uma reflexão acerca do tema e do que ele representa diante do gerenciamento da qualidade em projetos. Por fim, o modelo de Plano de Gerenciamento da Qualidade do Projeto representa, de forma sumária, um possível desdobramento interessante que pode ser utilizado nas organizações como base para gerenciar a qualidade em projetos na indústria, posto que apresenta informações relevantes para a prática. É claro que, é necessário salientar que em sendo uma sugestão, supõe-se que seja utilizado como um modelo básico, com recomendação de ser aprimorado diante dos processos industriais que tangem determinado produto e também parte do pressuposto que a maturidade de a equipe gerenciar o projeto tem influência nas informações relevantes de análise. 43 4 POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS Como resultado deste estudo, foi possível sistematizar um modelo eficiente de Plano de Gerenciamento da Qualidade do Projeto. O plano representa as diretrizes sugeridas por esta autora para o gerenciamento da qualidade em projetos na indústria, apresentando ferramentas úteis para a prática e evidenciando informações relevantes que observam a preocupação em registrar os processos de planejamento, garantia e controle da qualidade para que as necessidades e expectativas do cliente sejam atendidas. O modelo do Plano de Gerenciamento da Qualidade do Projeto é apresentado no Apêndice A. 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APQP: AdvanceProductQuality Planning. 1ª Ed. 1997. ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10006: Gestão daqualidade -Diretrizes para a qualidade no gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro,2000. ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informações eDocumentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9000: Sistemas de gestãoda qualidade -Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2000. BRANDLI, Luciana. Planejamento e Controle de Obras. Ijui: Apostila, 2005. CURADO, Isabela Baleeiro [et. al.]. Diretrizes para citações e referências. 4. ed. São Paulo:FGV-SP, 2007. DEMING, W. Edwards. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro:MarquesSaraiva, 1990. GARVIN, David A. Gerenciando a Qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio deJaneiro: Qualitymark Ed., 1992. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2001. JURAN, Joseph M. A qualidade desde o projeto: novos passos para o planejamento daqualidade em produtos e serviços. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. MARSHALL, Isnard J. [et al.]. Gestão a qualidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. OLIVEIRA, D. P. R. Excelência na Administração estratégica: a competitividade para administrar o futuro das empresas: com depoimentos de executivos. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. PMI (Project Management Institute). Um guia do conjunto de conhecimentos emgerenciamento de projetos. (Guia PMBOK®). 4. ed.Newtown Square: Project ManagementInstitute, 2008. 45 SANVICENTE, Antônio Zoratto; SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na administraçãode empresas: planejamento e controle. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1983. SILVA, João Bosco Vieira da. Orçamentação e Custo de Obras Civis. Disponível em<http://www.ecivilnet.com/artigos/orcamentacao_custos_obras_civis.htm> Acesso em26.mai.2009. SINDUSCON-SP. Planejamento na Construção Civil. In: Revista Qualidade naConstrução. n. 20, 1999. VERGARA, Sylvia C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo:Atlas, 1997. 46 APÊNDICE A Plano de Gestão da Qualidade do Projeto Figura 1. Fluxo de Planejamento, Garantia e Controle da Qualidade. Fonte: A Autora (2013). 47 Introdução O planejamento da qualidade permite compreender, entre outros, como e quando, a que critérios de qualidade e inspeção as entregas serão completadas e o correto acompanhamento quanto aos requisitos abaixo definidos. Este Plano de Gestão da Qualidade do Projeto descreve, com efeito, como serão alcançados os requisitos de qualidade exigidos pelo cliente e pela organização e descreve os processos e as atividades que serão estabelecidas para assegurar que as entregas produzidas pelo projeto atenderão ao nível de qualidade acordado. Tem por finalidade garantir que os requisitos especificados pelo cliente sejam atendidos e inspecionados, durante todo o projeto, bem como a garantia do produto a ser entregue. 1. Planejamento da Qualidade Escopo Geral do Projeto Descrição, em linhas gerais o escopo do Projeto o qual este Plano faz parte. A descrição do escopo deve identificar: A estrutura do produto a ser entregue, tipo de material, quantidade, etc; Os setores ou áreas da empresa atingidas pelo projeto, maquinas equipamento, pessoas; Os tipos de manuseio de informações e as tecnologias associadas a serem incluídas; As informações técnicas, roteiros de produção, registros de inspeções críticas do produto a ser entregue. Antecedentes do Projeto É a descrição da história do Projeto: se já foi fabricado antes, quais erros apresentaram, quais os pontos críticos do processo de produção, por exemplo. Inclui informações como projetos semelhantes, as expectativas do cliente requisitante (interno ou 48 externo) e as melhorias implantadas na empresa ao longo do tempo para atender à esta demanda. Requisitos da Qualidade A ficha técnica do produto constitui-se na principal ferramenta de registro dos requisitos do produto – do que se deve entregar, do pedido do cliente e das especificações funcionais do entregável. Salienta-se neste exemplo um exemplo voltado para a indústria. Segue sugestão de pontos a serem explorados. Ficha Técnica dos Requisitos do Produto Do Produto 1) Cotação número: 2) Data: dd/mm/aaaa 3) Cliente: 4) Segmento: 5) Análise Financeira: ( ) Aprovado ( ) Reprovado. 6) Descrição Geral do Produto: 7) Requisitos Gerais de Segurança do Produto (leis, normas, especificações técnicas, etc): 8) Ponderações do Grupo de Análise Crítica do Pedido: 9) Critérios de avaliação final para aprovação do produto, capacidade, acabamento, material, etc,: Do Negócio 1) Necessidade de investimento (ferramentaria, dispositivos, gabaritos), conforme capacidade definida: Da Operação 1) Nível de atendimento dos diversos setores instalados (pintura, solda, estufa, etc.) 2) Necessidade de amostragem inicial para verificação e qual o prazo para atendimento: 49 3) Necessidade de nova matéria prima e a especificação da mesma: 4) Necessidade de serviço terceirizado, para qual finalidade e qual o impacto financeiro? Modelo de Ficha Técnica de Requisitos do Produto. O autor (2013) Cronograma O cronograma tem como principal finalidade integrar os diversos setores ou responsáveis pelo projeto ao longo de um tempo definido em tempo de planejamento e organizando toda a estrutura de atividades do projeto para uma finalidade comum: gerar uma entrega definida, com um início, meio e fim. Segue um exemplo de cronograma bem estruturado com divisão em fases. Exemplo de Cronograma de Projeto. O autor. (2013) Orçamento Geral O orçamento para planejamento, garantia e controle da qualidade pode envolver as inspeções periódicas, o tempo do operador em realiza-lo, as auditorias externas, os testes em protótipo por amostragem em laboratório terceirizado, e muitas outras, por exemplo. Isto 50 inclui uma previsão de custos mensal de manutenção do gerenciamento da qualidade (melhoria contínua), como forma de investimento, que garante o atendimento da qualidade requerida. Nome da tarefa Contratação do Consultor Preparação Inicial Jan/00 Fev/00 Mar/00 Abr/00 Jun/00 Jul/00 Ago/00 Set/00 3.850,00 3.850,00 3.850,00 3.850,00 3.850,00 3.850,00 3.850,00 3.850,00 40,00 1.500,00 4.180,00 34.980,00 1.540,00 2.040,00 2.040,00 1.750,00 625,00 Mai/00 TOTAL 2.250,00 Treinamentos 2.250,00 Documentação 625,00 Treinamento para Auditores Internos Implementar ações de melhorias Contratar OCS-Organismo de Credenciado 2.000,00 625,00 625,00 4.000,00 4.000,00 Certificação 10.500,00 Realizar Auditorias Externas 8.140,00 5.975,00 8.890,00 5.890,00 4.475,00 5.600,00 8.475,00 10.500,00 240,00 240,00 14.590,00 150,00 150,00 4.955,00 66.990,00 Receber certificado TOTAL 8.330,00 5.000,00 3.000,00 Exemplo de Orçamento de Projeto. O autor. (2013) 2. Atividades de Garantia da Qualidade As atividades de garantia da qualidade devem ser executadas com uma periodicidade definida afim de inspecionar se o produto atende aos requisitos técnicos definidos nos diversos estágios da produção. Por exemplo, um relatório de auditoria. Segue sugestão. Relatório de Auditoria da Qualidade Introdução A auditoria interna é um evento realizado periodicamente e compõe a certificação do Sistema de Gestão pela Qualidade com base nos requisitos normativos da norma xxx, e na Ficha Técnica de Requisitos do Produto. Objetivo A auditoria da qualidade visa verificar se as atividades provém confiança de que os produtos atenderão a satisfação do cliente e estão em conformidade com os requisitos normativos, regulamentares e do próprio Sistema de Gestão pela Qualidade, determinando a sua eficácia. <Inserir Ficha Técnica de Requisitos do Produto> 51 Processos a serem verificados: 1) 2) 3) Auditor Líder: Auditor A: Auditor B: Data da Auditoria: dd/mm/aaaa Conclusões da Auditoria 1) Pontos Fortes: 2) Oportunidades de Melhoria: 3) Considerações quanto à operação do produto, avaliando todos os processos. 4) Considerações quanto à gestão do projeto 5) Conclusões Gerais: Modelo de Relatório de Auditoria da Qualidade. O Autor (2013). 3. Atividades de Controle da Qualidade As ferramentas de controle da qualidade servem para garantir que as atividades serão executadas conforme planejado. Neste exemplo, sugerimos a análise crítica como método efetivo para monitorar o andamento, avaliar os requisitos e verificar os componentes e conjuntos definidos no escopo. 52 Análise Crítica de Projeto Cliente: Orçamento nº: Código do Equipamento: Projeto novo: Sim ( ) Não ( ) Descrição do Equipamento: Participantes da Análise Crítica: 1) 2) Check List para Análise Crítica Sim Não Sim Não 1 Os requisitos legais ou estatutários estão definidos? 2 Há recursos para confecção do projeto? 3 Os requisitos do produto estão definidos? 4 Os critérios para aprovação do produto estão definidos? 5 Há requisitos adicionais definidos pela organização/cliente? 6 O prazo é possível de ser atendido? 7 ... Check List de Verificação 1 Os desenhos atendem conforme especificação técnica do produto? 2 Os desenhos estão de acordo com o pedido? 3 Os meios de produção atendem a necessidade incluindo terceiros? 4 Foi avaliado projetos similares anteriores? 5 Foi realizado a inspeção dos itens críticos? 6 ... 7 ... Comentários e Observações adicionais: Modelo de Análise Crítica de Projeto. O Autor (2013).