Universidade Federal do Rio de Janeiro @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ @ Instituto de Matemática Departamento de Métodos Matemáticos Algebra Linear 3 (MAC 355) 2014-1 Prova Final Prof. Samuel Senti 1a QUESTÃO : Seja E um espaço vetorial sobre um corpo K e T um operador linear de E tal que T 2 = T . Prove que E é soma direta do núcleo de T com a imagem de T : E = N (T ) ⊕ Im(T ). Resposta: Para qualquer ~v ∈ E, escreve ~v = v~1 + v~2 com v~1 = T (~v ) e v~2 = v − v~1 . Temos que T (v~2 ) = T (v) − T (v~1 ) = v~1 − v~1 = ~0 já que T 2 = T . Assim v~2 ∈ N (T ) e v~1 ∈ Im(T ) e E = N (T ) + Im(T ). Finalemte, como T 2 = T , então para qualquer ~u ∈ Im(T ) temos que T (~u) = ~u. Assim ~u ∈ N (T ) ∩ Im(T ) se e somente se T (~u) = ~u = ~0. 2a QUESTÃO : Seja E um espaço vetorial de dimensão finita com produto interno < ·, · >, e seja F um subespaço vetorial de E. Temos que E = F ⊕ F > com u = u1 + u2 onde u ∈ E, u1 ∈ F e u2 ∈ F > . Seja T ∈ L(E) o operador definido por T (u) = u1 − u2 . Prove que 1. T é auto-adjunto e ortogonal; 2. Se E = R3 com o produto escalar usual e F o subespaço gerado por (1, 0, −1). Dê a matriz de T na base canônica. Resposta: 1. Temos que < T ∗ u, v >=< u, T v >=< u1 +u2 , v1 −v2 >=< u1 , v1 > − < u2 , u2 >=< T u, v > para qualquer u, v ∈ E. Assim T = T ∗ e T é auto-adjunto. Agora observe que T ∗ T u = T 2 u = T (u1 − u2 ) = u1 + u2 = u assim T ∗ T = Id e T é ortogonal. 2. A projeção do vetor u = (ux , uy , uz ) no espaço F gerado pelo vetor (1, 0, −1) é dado <(1,0,−1),u> z x por u1 = <(1,0,−1),(1,0,−1)> (1, 0, −1) = ( ux −u , 0, uz −u ) e assim u2 = u − u1 = 2 2 ux +uz ux +uz ( 2 , uy , 2 ). Assim o vetor T (u) = u1 − u2 = (−uz , −uy , −ux ) e a matriz, 0 0 −1 na base canônica é dada por T = 0 −1 0 . −1 0 0 3a QUESTÃO : Prove que um operador linear auto-adjunto é nilpotente se e somente se é nulo. Resposta: Seja A a matriz do operador auto-adjunto. A matriz A é diagonalizável, ou seja existe uma mudança de base cuja matriz é dada por P tal que B = P −1 AP é uma matriz diagonal cujas entradas diagonais são os auto valores do operador. Assume agora que A é nilpotente. Então existe k ∈ N tal que B k = P −1 Ak P é nula. Mas como B é diagonal, B k também é, com entradas diagonais a potencia k-esima dos autovalores do operador. Logo todo autovalor é nulo, e B = 0 logo o operador é nulo. A outra direção segue do fato que o operador nulo é auto-adjunto e nilpotente. 4a QUESTÃO : Seja V o espaço vetorial dos polinômios de grau menor ou igual a dois com coeficientes reais, e T : E → E, T (a0 + a1 x + a2 x2 ) = (a0 + 2a2 ) + (a0 + 2a1 − 2a2 )x − a2 x2 . Determine a matriz A de T em alguma base B de V . Determine uma matriz invertı́vel P tal que a matriz P −1 AP seja uma matriz diagonal. Resposta: 1 0 2 Na base {1, x, x2 } a matriz de T é dada por 1 2 −2. Temos que det(T − λId) = 0 0 −1 −(1 + λ)(2 − λ)(1 − λ). Resolvendo o sistema dado por T (~v ) = λ~v obtemos os seguintes vetores próprios: v1 = (1, −1, 0), v2 = (0, 1, 0) e v−1= (−1, 1, 1).A matriz P é dada matriz 1 0 −1 cujas colunas são os vetores próprios, ou seja: P = −1 1 1 . Podemos então conferir 0 0 1 1 0 1 1 0 0 −1 −1 que P = 1 1 0 e P T P = 0 2 0 . 0 0 1 0 0 −1 5a QUESTÃO : Ache a forma canônica de Jordan A do operador linear de R3 cuja matriz na base canônica é 1 1 1 2 1 −1. Calcule Ak para qualquer k ∈ N e deduz (sem calculá-lo) dada pela matriz 32 − 23 − 12 32 n limn→∞ kA vk para qualquer vetor v 6= (x, y, −y) para x, y ∈ R. Resposta: 2 . Assim ostermos diagonais O determinante do matriz igual a det(A − λId) = (2 − λ)(λ − 12 ) 2 0 0 2k 0 0 1 da forma canônica de Jordan são 2, 12 e 21 . Logo A = 0 21 1 e Ak = 0 21k 2k−1 . 1 1 0 0 2 0 0 2k 1 Como limk→∞ 2k = 0 temos que a norma de qualquer vetor que tem uma componente no subespaço invariante associado ao autovalor 2 tende para infinito. Qualquer vetor próprio de autovalor 2 é colinear a (0, 1, −1) assim qualquer vetor v 6= (x, y, −y) não é ortogonal a (0, 1, −1) e logo sua norma cresce exponentialmente, conforme sua componente na direção (0, 1, −1).