DINÂMICA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS – EAD MÓDULO I O Homem X Relações Interpessoais As relações interpessoais são para o homem tão inerentes quanto à sua própria existência. O homem é um ser gregário, ou seja, predominantemente social, e assim, é desde o momento de seu nascimento quando tece sua primeira relação com os grupos família e sociedade. Para se estabelecer uma relação interpessoal basta haver mais de uma pessoa, neste caso, dependendo dos fatores que levaram a este encontro esta relação terá maior ou menor duração. Se os motivos foram a semelhança de objetivos o natural é que esta relação tenda a se fortalecer. Caso contrário, se esta relação se formou a partir de opiniões antagônicas, a tendência é que esta relação tenha o mínimo de duração, no caso da divergência persistir. Uma relação iniciada a partir de divergências, somente terá duração maior, caso os indivíduos que compõem esta relação, cheguem a um denominador comum sobre o assunto. Nas organizações de trabalho acontece da mesma forma. A nossa entrada na organização já é por si uma grande relação, onde no interior desta, formaremos outras tantas relações que irão de alguma forma se relacionar entre si. Uma particularidade bastante importante é que neste caso estamos falando de relações entre pessoas até então desconhecidas umas das outras, que irão fazer parte de um ambiente bem dinâmico e muitas vezes bastante competitivo. É algo bastante sistêmico, onde todos somos parte de um grande todo chamada organização, onde cada um dos indivíduos deve ser visto como um ser único e dotado de peculiaridades que precisam ser observadas e respeitadas com cuidado. É a ênfase no indivíduo como sugeriu a Teoria das Relações Humanas. O interior das organizações será o nosso principal cenário para o estudo destas relações. As principais variáveis que propiciam ao surgimento e manutenção das Relações Interpessoais nas Organizações são: Os Indivíduos Toda e qualquer relação racional é formada por seres humanos, cuja bagagem de vida é formada por experiências, crenças, valores, conceitos, cultura, opiniões, dentre outras variáveis, que juntas formam o que chamamos de personalidade. Estes homens, atores principais nas relações, as tecem conforme suas afinidades e preferências. Desta maneira vão gradativamente se agrupando e fazendo surgir daí outros grupos. É uma seleção quase natural já que estar com as pessoas com as quais queremos estar nos propicia um estado emocional bastante agradável. Os Objetivos e Metas A busca por algo em comum é a grande responsável pela aproximação das pessoas. Ao longo de nossa existência milhares de pessoas passarão por nossas vidas, pessoas dos mais variados tipos, opiniões, pontos de vistas e origens, porém, se observarmos com precisão, veremos que apesar de tantas diferenças temos algo em comum e é justamente esta coincidência que propicia todas as relações que formamos. Fazemos parte de um determinado grupo chamado família, não por termos optado, e sim, por já nascermos neles, foi uma entrada involuntária, porém permanecer dinamicamente neste grupo será em algum momento de nossas vidas uma opção que iremos fazer, onde neste momento os objetivos que estamos perseguindo e julgamos serem os melhores para nossas vidas também serão observados. Em relação aos demais grupos que estamos inseridos, e esta inserção é voluntária, ou seja, nós fizemos a opção de estarmos fazendo parte do mesmo, e a ponderação dos objetivos foi um evento que antecedeu a esta entrada. A Gestão de pessoas O papel do líder tem importância bastante relevante para o desenvolvimento de relações positivas dentro das organizações. O líder funciona como um facilitador das relações e é responsável por auxiliar ao grupo no alcance de suas metas, que deverão ser as mesmas para que ocorra uma busca grupal. É preciso ter em mente que o líder é um integrante do grupo e não alguém externo a ele e, assim sendo toda a dinâmica do grupo também irá afetá-lo diretamente. É desta forma que seus liderados devem percebê-lo. Sabe-se que esta não é tarefa fácil, pois estamos nos referindo a grupos formados pelos mais diversos tipos de indivíduos. Por conta da diversidade de pessoas que formam um grupo muitas vezes o líder é chamado a ser um mediador dos possíveis conflitos que podem surgir, ele irá atuar na busca de uma solução pacífica e concreta. Onde esta solução deverá ser oriunda de idéias e discussões do próprio grupo. O Meio Ambiente Toda a dinâmica das relações interpessoais sempre irá acontecer dentro de um ambiente que envia e recebe interferência dos indivíduos, atores destas relações. Onde este ambiente pode ser interno, ou seja, o interior das próprias organizações ou externo a elas. Em relação ao ambiente interno, fatores como estrutura organizacional, modelo de administração e clima organizacional precisam ser observados. Estes aspectos ditarão os modos de como as relações se desenvolverão, tanto entre indivíduos como entre os diversos grupos, formam-se a partir do grupo base que é a organização. O ambiente externo influencia nas relações por se encontrar neste ambiente toda a bagagem pessoal dos indivíduos, que formam este grupo formal chamado organização. Outras variáveis como política, economia e cultura também fazem parte deste ambiente externo e têm atuação direta nas relações interpessoais. Deste modo podemos observar a intensidade como o ambiente influencia nas relações interpessoais, onde um clima de confiança mútua, cooperação e coleguismo será um terreno fértil para o desenvolvimento de relações positivas e duradouras, beneficiando assim colaboradores e instituição. De modo contrário, influências negativas, sejam elas internas ou externas à organização, serão as desencadeadoras principais de relações nada recomendáveis. MÓDULO II O Homem e suas interações com os Grupos Sociais Sabemos que é inerente ao ser humano sua participação social. É uma busca involuntária que tem seu início marcado com seu próprio nascimento. “O ser humano é gregário, e ele só existe, ou subsiste, em função de seus interrelacionamentos grupais” (David E. Zimerman, 1977). Maslow, quando cita seus estudos a respeito da Hierarquia das Necessidades nos apresenta a existência de cinco grupos de necessidades as quais buscamos suprir numa hierarquia de importância. De acordo com seu estudo, logo depois de supridas nossas necessidades fisiológicas e necessidades de segurança, nossa busca passa a ser por nossas necessidades sociais, ou seja, aquelas relacionadas a nossa inserção e aceitação nos grupos dos quais fazemos parte. É a nossa Necessidade de Relacionamento. O grupo família é o primeiro grupo do qual o homem faz parte. Com o passar dos anos virão os grupos escola, igreja, bairro e outros, cuja inserção se deu pelas preferências de seus pais ou responsáveis, seguidos pelos grupos eleitos por nossa própria opinião como clube esportivo, grupo de amigos ou grupo de trabalho. É justamente a relação do homem com seu grupo de trabalho o principal foco deste capítulo. Mas afinal, o que é grupo? O grupo pode ser definido como a união de pessoas, cujo agrupamento se dá por conta de coincidências de afinidades ou características. Por ser formado por pessoas de diferentes concepções e perfis, não podemos pensar no grupo como sendo algo estático, ao contrário, o grupo deve ser visualizado como um dinâmico processo, cuja constituição é freqüentemente atualizada pela experiência dos elementos que o compõe. O grupo tem importante papel no fortalecimento da auto-estima do homem. Pertencer e ser aceito por um determinado grupo é para o homem sinônimo de valorização social. No interior de um grupo, elementos como liderança, cooperação, limites e papéis são trabalhados e aperfeiçoados, tornando assim, a convivência entre os elementos do grupo uma constante troca de experiências e uma agradável aprendizagem coletiva. É no interior dos grupos que podemos identificar e diferenciar o que é possível e o que é limitado, o que é agradável e o que é desagradável dentre outras questões que irão nos auxiliar a lidar com sentimentos, frustrações e antagonismos. Os Grupos nas Organizações de Trabalho Podemos definir Grupo de Trabalho como sendo o agrupamento de pessoas unidas em busca de um objetivo organizacional em comum. Onde o alcance deste objetivo deve ser interessante para empresa e colaborados, ou seja, todos devem ganhar. A empresa ganha em produtividade e o colaborador ganha em se sentir parte importante no processo de produção da organização. As atividades realizadas por um grupo devem ser marcadas por um clima de constante colaboração em que cada indivíduo contribui de acordo com sua capacidade individual. Somente desta forma é possível se obter o que chamamos de espírito de grupo. Para que este espírito seja obtido é necessário observar os seguintes pontos: 1. A identificação clara do objetivo a ser alcançado; 2. Os limites individuais de cada membro do grupo; 3. As capacidades positivas mais destacadas de cada elemento. A identificação destas capacidades nos permite explorar o que cada um tem de melhor. São os nossos talentos. Dentro de uma organização, o elemento mais importante que a empresa dispõe para atingir suas metas e objetivos é o ser humano. Sem seus colaboradores a empresa não existe. É através das pessoas que as organizações realizam suas tarefas e produzem seus bens e/ou serviços. Porém, é preciso sempre ter em mente que três aspectos incidem diretamente nas relações intragrupais (entre os elementos que compõem os grupos) e intergrupais (entre grupos distintos): 1º aspecto – Comunicação Qualquer que seja o ramo de atividade de uma organização seu perfeito funcionamento somente será possível através da comunicação. Segundo Gil, 1994, “É ainda através da comunicação que se realizam atividades de planejamento, organização, coordenação e controle do trabalho das pessoas, de modo a integrar, desenvolver e motivar o funcionário na empresa, estimulando-o a aumentar sua produtividade, contribuindo para o alcance dos objetivos organizacionais”. Ela será responsável por unir os indivíduos que formam o grupo organizacional. Do contrário, ou seja, sem a comunicação teremos apenas pessoas isoladas. Também será de responsabilidade do elemento comunicação promover o contato entre os diversos grupos que atuam nas organizações. 2º aspecto – Liderança O líder tem a função de nortear e acompanhar o trabalho de seus liderados. Ele deve propiciar a facilitação do alcance dos objetivos perseguidos por todo o grupo, incluindo o próprio líder. Observando a organização de uma forma sistêmica, ou seja, de uma forma completa, podemos perceber a integração do líder com seus liderados propiciará relacionamentos inter e intragrupais satisfatórios. 3º aspecto – Motivação “A motivação é conceituada como o processo que leva as pessoas a uma ação ou inércia em diversas situações. Este processo pode ser ainda o exame das razões pelas quais se escolhe fazer algo, e executar algumas tarefas com maior empenho do que outras”. (CRATTY, 1984). O processo motivacional nas interações dos grupos sociais funcionará de acordo com o interesse individual de cada elemento que compõe o grupo. Assim como em qualquer setor de nossa existência, o momento que antecede nossa entrada num grupo será marcado por uma sucessão de indagações do tipo: por que escolher este grupo? Que benefício terei ao fazer parte deste grupo? O que mais me atrai neste grupo? São indagações que terão suas respostas encontradas em nosso “arquivo pessoal de preferências”. Uma vez respondidas todas estas perguntas poderemos avaliar nossa possibilidade de entrada. MÓDULO III O Homem X Grupos Organizacionais O grupo organizacional abriga em seu interior diversos sub-grupos menores, que são formados de acordo com algumas variáveis como estrutura organizacional, atividade, tarefas, interesses, afinidades, dentre outras. Estes sub-grupos podem ser denominados de Formais ou Informais, e estão relacionados entre si, onde de suas formações outros sub-grupos menores poderão ser formados. Importante observar que o desempenho de um sub-grupo muitas vezes não depende somente da competência de seus integrantes, mas também das diversas formas de como este interage com os demais sub-grupos organizacionais. Desta forma teremos uma organização socialmente saudável. Para que possamos ter um melhor entendimento sobre os diversos tipos de sub-grupos que se formam no interior de uma organização precisamos levar em consideração uma particularidade bastante importante: contrário a que acontece com os demais grupos dos quais fazemos parte e optamos por isso, nossa entrada em alguns dos sub-grupos organizacionais não será voluntária. Optamos por estar em uma organização quando nos candidatamos a trabalhar nela, porém o sub-grupo no qual iremos desempenhar nossas atividades profissionais será determinado pelo grupo organizacional, que irá nos alocar de acordo com sua necessidade e deverá obedecer a uma estrutura organizacional ou organograma. Estes sub-grupos, que são os setores das organizações, serão os locais em que iremos estar durante todo o nosso período na organização. Será onde se realizarão todas as nossas trocas profissionais e sociais. Porém, a partir da nossa entrada nestes grupos determinados pela organização, faremos naturalmente nossa entrada em outros sub-grupos que serão escolhidos por nossa própria vontade. Neste caso, buscaremos atender ao nosso bem-estar. É uma busca livre e individual, não tendo nenhuma relação com o organograma da organização. SUB-GRUPO SUB-GRUPO SUB-GRUPO GRUPO SUB-GRUPO SUB-GRUPO SUB-GRUPO Os Tipos de Sub-Grupos Organizacionais Sub-Grupos Formais São caracterizados por terem sua formação realizada pela organização, de acordo com suas unidades de trabalho. Podemos citar como exemplos as equipes de colaboradores, um grupo de supervisores ou mesmo a equipe de seguranças da empresa. São também sub-dividivdos em: 1. Grupos Funcionais de Permanência – formados pelas partes da estrutura organizacional da empresa. Dele podem surgir menores grupos. Por exemplo, o Departamento de Marketing de uma empresa pode ser um exemplo de grupo funcional de permanência, onde este mesmo departamento pode se dividir em outros menores grupos como: telemarketing, SAC – serviço de atendimento ao consumidor ou criação publicitária. 2. Grupos de Administração – constituído de líderes que possuem responsabilidade direta sobre as atividades de outros grupos. Diretores administrativos e diretores financeiros enquadram-se neste tipo de grupo. 3. Grupos Temporários – sua formação acontece apenas para realizar tarefas extraordinárias como projetos temporários. Logo após o cumprimento das atividades estes grupos se dissolvem. Os colaboradores os grupos funcionais de permanência são os que constituem este tipo de grupo. 4. Grupos comitês e comissões – são permanentes, ou seja, existem na estrutura das organizações, porém a sua constituição não é fixa, podendo ser modificada periodicamente. As Comissões Internas de Prevenção de Acidentes das organizações representam um excelente exemplo. Sub-Grupos Informais São caracterizados por não possuírem oficialmente nenhum tipo de chefia, porém possuem líderes e sua formação acontece por vontade própria de seus membros. Os sub-grupos informais nascem a partir dos grupos formais e podem ser classificados em: 1. Grupos de Interesse – as pessoas que irão constituí-lo muitas vezes se agruparam pela defesa de um interesse em comum, porém não necessariamente estas pessoas possuem laços de amizade umas com as outras. Os sindicatos das classes trabalhistas exemplificam bem este tipo de grupo. Os líderes sindicais reúnem trabalhares de uma mesma classe para juntos, tentarem acordos e melhorias para toda a classe. Neste caso, o que motivou a formação deste grupo não foi nenhum vinculo de afetivo, aliás, em muitos casos, eles nem conhecem uns aos outros, foi a coincidência de interesses o elemento motivador. 2. Grupos de Amizade – neste caso a formação do grupo acontece porque colaboradores possuem algum tipo de afinidade. Para isso, é necessário que os mesmos já possuam algum tipo de contato prévio, mesmo que seja meramente profissional. A partir deste contato são descobertas igualdades de pensamentos e preferências. Exemplo bastante comum nas organizações são os times de futebol que são formados nas empresas. Ou ainda pessoas que por morarem no mesmo bairro costumam fazer juntas os trajetos de ida e volta ao trabalho, e por conta deste contato diário, novos assuntos serão tratados e daí até a possibilidade de uma amizade mais estreita. MÓDULO IV A Comunicação nas Relações Interpessoais A base para uma relação interpessoal consiste na existência de algum tipo de comunicação entre os atores desta relação. Sem a presença da comunicação não haveria relação. Para entendermos como funciona essa comunicação interpessoal precisamos conhecer como se dá o processo básico da comunicação. A comunicação e seus conceitos A palavra comunicação é formada pela união das palavras COMUM + AÇÃO, onde a palavra comum significa algo que pertence a todos de forma igualitária e ação é um verbo que indica atuação, agir. Comunicação tem sua origem no latim communicatio de communis e significa tornar alguma coisa comum a muitas pessoas. É um compartilhamento de mensagens. A comunicação interpessoal é basicamente um processo de interação entre indivíduos, ou seja, esse processo se realiza de pessoa para pessoa numa ação que envolve interação e didática. Neste processo o emissor tem a missão de promover a construção de significados e despertar expectativas na mente de quem está recebendo a mensagem, o receptor. Importante observar que a compreensão de uma mensagem dependerá de vários fatores que incidirão sobre o indivíduo que a está recebendo. Os principais fatores são os motivacionais e subjetivos, ou seja, são fatores que estarão subordinados a parâmetros pessoais. Os elementos da comunicação Emissor, receptor e mensagem são considerados os elementos nucleares no processo de comunicação. Porém, é necessário conhecermos outros três elementos muito importantes para a comunicação: código, canal e contexto. Observe o esquema abaixo que representa o processo básico da comunicação interpessoal: EMISSOR MENSAGEM CONTEXTO CÓDIGO CANAL MENSAGEM RECEPTOR Emissor - tem o papel de emitir a informação. Ele é responsável pela transmissão da mensagem. Cabe ao emissor a utilização dos melhores elementos para que sua mensagem seja bem compreendida. Sua missão não é apenas fazer com que a mensagem chegue até o receptor, ela vai mais além e passa pelo entendimento da mesma. Receptor – é quem vai receber a informação emitida pelo emissor, decodificando-a, ou seja, a ela não cabe apenas receber a mensagem, para que haja uma comunicação eficaz é necessário que o receptor entenda o que essa mensagem significa (feedback). Essa eficácia depende em grande parte da maneira com o emissor a transmite. Mensagem – é a informação ou grupo de informações que deve ser transmitido pelo emissor para posteriormente ser recebido e compreendido pelo receptor. Contexto – representa as circunstâncias nas quais a comunicação está se estabelecendo. Ele representa um referente situacional, que deverá ser comum para emissor e receptor. Canal – representa o meio pelo qual a mensagem será transmitida. Será através do canal que a mensagem irá realizar sua circulação. Podemos optar por canais dos tipos escritos, orais, digitais etc. Código – é o signo utilizado para efetivar a transmissão das mensagens. São os sinais dos quais nos utilizamos para fazer com que nossa mensagem seja decodificada. Importante ressaltar que o sinal ou signo escolhido para a transmissão precisa necessariamente ser de conhecimento do receptor. Caso contrário, a mensagem jamais será entendida. Constitui-se das linguagens escrita, oral e não verbal (gestos, sinais visuais, sinais corporais). As formas de comunicação As mensagens podem ser transmitidas pelas formas: Verbal e Não-Verbal. Verbal – é o ato de emissão de sons e de palavras dos quais nos utilizamos para transmitir nossas mensagens. Representa a forma de comunicação mais utilizada. É a mais comum, mesmo com a imensidade de formas modernas de comunicação que a tecnologia vem nos proporcionando e pode ser classificada em: Verbal-oral - refere-se à utilização da voz para enviar a mensagem. Verbal-escrita – é a representação escrita da mensagem que se quer transmitir. Não-verbal - é o ato de transmissão de uma mensagem através de um meio que não seja nem o meio oral e nem o meio escrito. É uma das formas de comunicação mais interessantes, por ser incomum, e por nos exigir a utilização de gestos, expressões faciais ou corporais para auxiliar no processo de entendimento da mensagem. Os ruídos na comunicação A eficácia do processo de comunicação também dependerá de um outro importante fator chamado ruído. Ele poderá ser responsável pela não concretização de seu intuito de informar, como também poderá fazê-lo de forma equivocada, ou seja, sua informação poderá chegar ao receptor de forma distorcida. Abaixo citaremos os ruídos de comunicação mais comuns: Fonte das informações – a credibilidade em uma informação muitas vezes dependerá da fonte desta informação. As mensagens que são oriundas de fontes de maior credibilidade (pessoas, instituições, formadores de opinião) tendem a uma maior aceitação. Tipos de informações – as mensagens que coincidem com o nosso autoconceito tendem a ser mais facilmente absorvidas. Conseqüentemente, aquelas que contrariam nossos conceitos e valores tendem a serem aceitas com maior resistência. Defensidade dos participantes – se no momento do processo de comunicação um ou mais participantes assumem uma posição de defensidade, é bem mais provável que haja algum tipo de interferência na comunicação. As pessoas que se sentem ameaçadas ou atacadas terão diminuída sua possibilidade de entendimento. Grande carga de informações – quanto mais informação tivermos para decodificar, maior será nossa dificuldade para ordená-las e utilizá-las de forma eficaz. Localização física – uma maior proximidade entre transmissor e receptor auxiliam na eficácia da transmissão das mensagens. Fatores que garantem uma perfeita comunicação 1. 2. 3. 4. 5. 6. Linguagem acessível e apropriada; Canal de fácil compreensão; Boa relação entre emissor e receptor; Conteúdo familiar; Usar mais de um tipo de canal de transmissão; Clareza nas informações; Abaixo apresentamos um dos modelos de comunicação mais importantes das últimas décadas. Ele foi desenvolvido em 1949 por C.E.Shannon e W.Weaver e apresentam a comunicação como uma transmissão de sinais. MÓDULO V Os conflitos nas Relações Interpessoais Os seres humanos possuem sua existência marcada pela presença de diversos tipos de conflitos que podem variar tanto em forma como em intensidade. Estes conflitos decorrem do fato de que as pessoas divergem em muitos pontos como interesses, objetivos e pontos de vista. Na maioria das vezes a solução destes conflitos se dá através de uma pacífica mediação, onde se busca uma forma de solucionar o impasse de modo que todos os envolvidos fiquem satisfeitos. Ninguém quer sair perdendo, isso é natural, por isso a troca tem que existir. Porém, nem sempre a solução é tão saudável como se espera, podendo este conflito se transformar num difícil problema de relação. A existência de um conflito no campo das relações interpessoais vai muito mais além de um simples desencontro de objetivos, ele passa pela tentativa de uma das partes em impedir no outro o alcance destes objetivos. Segundo Idalberto Chiavenato, “o conflito constitui uma interferência ativa ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus objetivos”. Alguns conflitos são tão sutis que sua presença somente será sentida quando as partes envolvidas passarem a explicitá-los sem nenhuma dissimulação, neste caso já estaremos diante de um conflito instalado, onde sua mediação será bem mais difícil. Os tipos de conflitos Conflito interno – é o conflito que se desenvolve no campo das relações intrapessoais. Constituem as nossas dissonâncias internas. Conflito externo – é um tipo de conflito que pode ocorrer em vários outros níveis externos, podendo se desenvolver nas relações intragrupais, interorganizacionais ou interpessoais, onde será mais aprofundada nossa investigação. Os conflitos externos podem se sub-dividir em: o Conflito de interesse – são os antagonismos a respeito do que nos interessa, do que desejamos ser ou obter. Esse interesse pode ser do campo material, como o nosso desejo de obtenção de alguns bens ou do campo de nossas posições na sociedade, como cargos ou posições que desejamos ocupar. o Conflito de valores – esse tipo de conflito vem a se relacionar com nossos valores e crenças. Nossos conceitos são postos em interrogação. Esse tipo de conflito é classificado como sendo um dos mais difíceis de ser mediado, pois trata de questões de identidades moral, social e cultural. o Conflito de direitos – relacionados com a infração de normas, leis ou regulamentações das quais somos beneficiadas. Possui uma característica bem própria de ser um conflito não passível de negociação, já que a tônica gira em torno de um direito, previamente adquirido, e que não está sendo, de fato, respeitado. Os conflitos nas relações interpessoais Uma situação conflitante entre pessoas acontece através de um dinâmico processo, onde os envolvidos recebem e emanam influências. Geralmente estes conflitos se instalam porque encontram condições propícias ao seu desenvolvimento. Fazendo com que, uma vez instalado e manifestado, estes conflitos poderão ser intensificados de acordo com o comportamento das partes envolvidas. Diante de um conflito as pessoas podem se comportar de forma passiva, defensiva ou ativa, onde este comportamento vai ser responsável pela intensificação ou não deste desacordo. Um conflito somente terá solução caso as partes entrem em acordo, porém esse acordo muitas vezes depende de mudanças de conceitos e paradigmas, ou seja, depende de alterações no campo pessoal. Em alguns casos a entrada da figura do mediador é de grande importância. Ele funcionará como um negociador que irá auxiliar na busca de um denominador comum do conflito em pauta. Os níveis de gravidade de um conflito Conflito percebido – as partes discordantes percebem a sua existência, pelo fato das diferenças de opiniões e objetivos, e em alguns casos percebe-se um real bloqueio. Porém, neste nível o conflito encontra-se ainda na sua fase latente, ou seja, ainda não foi explicitamente manifestado. Conflito experienciado – neste nível o clima entre as partes envolvidas é bastante desagradável. Sentimentos como desprezo, raiva e hostilidade são bastante comuns. As partes têm total consciência de sua existência, porém tentam negá-lo. Conflito manifestado – neste nível a existência do conflito é explícita. É um conflito aberto, onde pelo comportamento das partes envolvidas percebe-se a situação de discordância. Sua manifestação é bastante clara. A administração dos conflitos interpessoais A mediação de um conflito, independente do ambiente onde o mesmo está se desenvolvendo, deverá basicamente ser pautada por atitudes de respeito mútuo. Somente oferecendo respeito, você receberá o respeito do outro. Porém, é importante ressaltar que respeito neste caso não tem nenhuma relação com autoritarismo. A agressividade, neste caso somente servirá para tornar o conflito ainda mais intenso. Um bom começo para se administrar um conflito é tratar cada caso de forma única e particular, não existe receita pronta que somente necessitamos adequá-la. Um conflito por mais parecido que seja com outro anteriormente já experimentado, nunca será igual, pois os envolvidos são pessoas de diferentes tipos, percepções e histórias de vida, tornado cada conflito como único. Os estilos de administração de conflitos Estilo Evitar – tenta fazer com que o conflito não se instale; Estilo Calmo – existe a consciência de que o conflito existe, porém o mesmo está tão controlado que não necessita interferência; Estilo Ditador – a tentativa de solução se dá através da imposição de um comportamento, não havendo espaço para negociação; Estilo Compromisso – semelhante ao estilo ditador, porém a diferença reside no fato de termos algum benefício com a posição que estamos ditando; Estilo Colaborador – quando a nossa tentativa gira em torno de chegarmos ao ponto que seja mais satisfatório para ambas as partes. Os benefícios de um conflito Apesar de ser o conflito algo que representa divergência, o conflito pode ser algo muito mais salutar para as relações interpessoais do que imaginamos. Vejamos abaixo as situações que são beneficiadas pela presença de um conflito: O conflito pode ser o responsável pela delimitação dos limites das relações interpessoais. Algumas vezes precisamos que ele se instale para percebermos que o outro está sendo incomodado com nosso comportamento. Alguns vizinhos, por exemplo, desenvolvem entre si grandes amizades iniciadas a partir de um conflito solucionado com êxito. Um conflito pode auxiliar na integração das relações interpessoais, já que sua solução obrigatoriamente passa por uma discussão franca de opiniões. Ele pode ser um elemento motivador de busca de novos horizontes. Quando se tenta solucionar um conflito, indiretamente estamos buscando meios criativos para este impasse. Muitos problemas que não são discutidos entre as partes por receio de sua delicadeza muitas vezes vêm à tona no momento em que o conflito está sendo solucionado. É um momento para se deixar tudo em “pratos limpos”. MÓDULO VI O papel da liderança nas Relações Interpessoais A figura do líder em todos os campos de nossas relações tem importância muito significativa. A eles estamos sempre associando adjetivos positivos tão especiais que nos distancia da possibilidade de um dia estarmos nessa posição. Os líderes são alegres, motivadores, criativos e acima de tudo carismáticos. Antigamente, o carisma era uma característica ligada a dons divinos, hoje, sabemos que seu significado nada mais é do que um poder de persuasão que podemos exercer sobre outras pessoas. Mas, será que qualquer um de nós conseguiria reunir todas essas características e nos tornar um líder? A resposta é sim, todos nós podemos ser líderes, apenas precisamos querer sê-lo. Precisamos também saber que não é fácil a tarefa de um líder, a qual passa por grandes sacrifícios em nome do seu ideal. A liderança é uma característica própria de nós seres humanos, porém alguns a tem mais desenvolvida, enquanto outros precisam trabalhar para desenvolvê-la. Em algumas pessoas os traços da liderança são notados ainda na infância, elas estão sempre no comando das brincadeiras, elas são sempre as responsáveis pela divisão dos brinquedos etc. Estas pessoas têm grandes possibilidades de continuarem líderes em suas demais relações, sejam elas pessoais ou organizacionais. Porém, alguns líderes se descobriram quando foram convidados a se tornarem responsáveis por outras pessoas na sua prática de trabalho. A estas pessoas foi necessário um trabalho de preparação intra e interpessoal, para o desenvolvimento das principais características de uma liderança eficaz. A Liderança eficaz O líder deve ter sua prática sempre pautada no coletivo das atividades, não cabendo subordinação. Segundo Stogdill "Liderança é o processo de influir nas atividades do grupo com vistas ao estabelecimento e ao alcance de suas metas". Para isso, ele precisa fazer com que seus liderados percebam a organização de forma sistêmica, onde todos são responsáveis pelo todo da organização. Assim, cada um terá a consciência de suas responsabilidades, não sendo necessária a intervenção do líder para que os trabalhos sejam iniciados. Esta é a liderança eficaz, cujas características não têm nenhuma relação com autoridade. Na liderança eficaz a distribuição de responsabilidade é uma prática constante, não ficando assim, apenas a cargo do líder o desenvolvimento das tarefas mais importantes. Ao passo que ele distribui as responsabilidades, seus esforços se concentrarão em coordenar as ações de seus liderados, fazendo sugestões para um melhor alcance de resultados. Chefia X Liderança Estes dois estilos de gestão de pessoas pouco possuem em comum. A diferença principal reside no alcance dos resultados. Enquanto ao chefe cabe extrair os resultados de seus colaboradores de forma autoritária, cuja autoridade é imposta por ele, ao líder é presenteada uma autoridade democrática, que lhe foi concedida por seus liderados. Esta é a principal diferença entre chefe e líder. O chefe ordena tarefas para que outros desenvolvam, o líder compartilha esse desenvolvimento com seus colegas e proporciona o surgimento de outros novos líderes. O líder é o primeiro a fazer, ou seja, a ele cabe dar exemplos para que os demais o sigam. Os Estilos de Liderança O líder pode orientar a seus colaboradores de diversas formas, as quais chamamos de estilos de liderança. Estilo Autocrático – apesar de reunir em sua prática as características da liderança eficaz, modifica sua atuação no momento da tomada de decisão não realizando uma consulta ao grupo. Estilo Democrático – neste estilo as características de um líder eficaz estão presente em todos os momentos, inclusive nas tomadas de decisões. Todos os caminhos a serem percorridos pelo grupo são discutidos e eleitos por todos. Não há nenhum tipo de indução por parte do líder, ele participa igualmente nas escolhas do grupo. Estilo Liberal – este estilo possui como característica predominante o fato de ser mínima a interferência do líder no processo de tomada de decisões. As principais características de um líder Abaixo citamos algumas características que precisam necessariamente fazer parte do cotidiano de um líder: Imparcialidade – ele não pode deixar que a emoção venha a interferir em suas decisões. A razão deverá estar sempre presente, principalmente no momento da tomada de decisões, onde deverá prevalecer sempre o que seja melhor ao grupo como um todo; Empatia – esta é a habilidade de conseguirmos nos projetar no lugar do outro. Ela nos permite avaliar as situações como se estivéssemos vivendo-as; Cordialidade – esta habilidade deve estar presente em todos os campos das nossas relações, principalmente entre líderes e liderados. Somente solicitando de seus funcionários os líderes poderão chegar a resultados satisfatórios, do contrário, ou seja, impondo os resultados nunca serão excelentes; Paciência – liderar não é tarefa fácil, ela envolve várias habilidade dentre elas a de identificar os limites e possibilidades de cada um dos membros de seu grupo. Poderemos ter dois excelentes colaboradores, porém, com características de dinamismos diferentes, cabendo ao líder conhecer e respeitar o tempo de cada um; Posicionamento definido – a liderança tem sua base na personalidade daquele que está a frente do grupo, assim este precisa tê-la bem definida. Não será nada agradável para um grupo ter um líder com alterações constantes de personalidade; Autocontrole – a prática da liderança envolve situações muitas vezes bastante delicadas, e que poderão exigir do líder um certo controle pessoal, principalmente quando seus conceitos, idéias e valores são postos em discussão; Espírito de coletividade – é a base da liderança eficaz. Somente quando tivermos consciência da força do trabalho em grupo, da atuação coletiva poderemos nos considerar líderes de verdade. MÓDULO VII As relações Interpessoais sob uma Visão Estratégica de Pessoal Quando falamos em visão estratégica, imediatamente nos remetemos a um conjunto de ações que poderemos desenvolver no interior de uma organização para obtermos melhores resultados. O que nunca se imagina é que a utilização desta mesma visão estratégica numa esfera pessoal poderá contribuir significativamente para o alcance de nossas próprias metas, auxiliando assim, ao nosso desenvolvimento pessoal e interpessoal. A base da Visão estratégica consiste numa projeção dos resultados que pretendemos obter, onde este alcance dependerá diretamente das ações que estamos desenvolvendo no presente. É necessário, porém, que cada um de nós tenha a consciência de que o que realizamos hoje será sem nenhuma dúvida refletido no nosso amanhã. A determinação concreta dos objetivos Como em todo planejamento, ao realizarmos nossa projeção futura o primeiro passo deverá ser o da identificação real de nossos objetivos. É o momento de traçarmos nossas metas. O importante neste momento é observar que os objetivos não podem ser apenas sonhos ou desejos, eles precisam fazer parte de um grupo de prioridades que pretendemos alcançar e que serão frutos de nosso próprio empenho. A busca de um objetivo muitas vezes nos exige que deixemos de lado algumas coisas em prol do mesmo, são os sacrifícios em nome do que consideramos prioritário. Lembrando que estes objetivos precisam ser minimamente possíveis de alcance – almejar o impossível chega a ser utópico - e suficientemente fortes e importantes para que funcionem como elementos motivadores de nossa busca. Uma vez escolhidos nossos objetivos, passamos agora a visualizar os diferentes caminhos pelos quais poderemos percorrer para alcançá-los. Nesta visualização incluem-se as possíveis modificações sociais, econômicas ou culturais que poderão ocorrer, os riscos mais evidentes que nos ameaçam, bem como a nossa própria intuição que algumas vezes será utilizada como meio pra algumas escolhas pouco relevantes. A visão sistêmica O próximo passo diz respeito a nossa necessidade de percepção de todas as coisas de forma sistêmica, ou seja, entender que existe uma relação entre tudo que nos rodeia. Nada é totalmente isolado, ao contrário, tudo funciona como um grande sistema. Somente compreendendo sistemicamente poderemos ser capazes de combinar os diversos caminhos e possibilidades de escolha que a vida nos oferece e assim, eleger o que for mais viável para o alcance de nossos objetivos. A visão sistêmica nos permite um olhar mais distante, por isso nos possibilita avaliar desde já, eventos que somente irão desenvolver-se futuramente. A questão da disciplina Por último precisamos apenas tornar parte da nossa rotina o conjunto das ações que iremos desenvolver em busca de nossos objetivos futuros. Agora será apenas uma questão de disciplina, mas que passa por mudança de comportamento, alteração de antigos hábitos ou até mesmo algumas privações, tudo em nome do alcance do nosso propósito. Temos que ser sabedores o bastante das nossas possibilidades e também das nossas fraquezas, ou seja, do que nos irá ser positivo e do que nos ameaçará. Precisamos ter claro que um simples desfio de foco poderá ser responsável pela não consumação de nossos planos. Se observarmos a vida de um estudante que se dedica aos estudos ou a vida de uma pessoa que se prepara para um concorrido concurso, poderemos ver um claro exemplo de Visão Estratégica pessoal. Estas pessoas estão dispostas a dizer não a diversos e tentadores prazeres em nome de seus objetivos. Sabemos que não é tarefa fácil e muitas vezes preferimos adequar o que temos ao que tínhamos planejado, porém com um pouco dos dois elementos básicos da visão estratégica pessoal, visão sistêmica e disciplina, poderemos alcançar aquilo que projetamos para o nosso futuro. É uma questão de compromisso pessoal. Como sabermos detentores de uma visão estratégica? Tenho realmente claro o que queremos para o nosso futuro? Posso construir hoje, a lista de meus objetivos a serem alcançados, mesmo os mais desafiadores? Estou mesmo disposto a fazer alguns sacrifícios que serão compensados com o alcance dos meus objetivos? Para os possíveis obstáculos que por ventura se apresentem, estou disposto a fazer dos mesmos motivação para continuar persistente? Somente quando tivermos a possibilidade de responder “sim” para todos os questionamentos acima, poderemos nos considerar possuidores de uma visão estratégica. MÓDULO VIII Resumo O estudo da dinâmica das relações interpessoais passa prioritariamente pelo conhecimento dos diversos conceitos que permeiam nossas interações como o nosso próprio interior, bem como com outros indivíduos, quer seja no campo social quer seja nas relações de trabalho. Somos pessoas formadas a partir dos mais diversos valores e concepções e que procuramos o tempo todo desenvolver nossas relações do modo mais qualitativo. Ao mesmo tempo em que o homem busca fazer parte do maior número de grupos sociais, ele busca a qualidade dessas relações. Estamos sempre buscando ambientes que nos proporcionem bem estar, pessoas com as quais nos identificamos ou tenhamos um mínimo de afinidade, dentre outros aspectos que julgamos necessários para as nossas interações. Somos integrantes de grupos como família, sociedade, escola, igreja e trabalho que vem logo após a família em relação ao número de horas que estamos inseridos. O mais interessante em toda essa dinâmica de relações é a nossa capacidade de desenvolver relações com pessoas das mais variadas características, onde muitas delas não concordam em nada com nossas concepções. Já estamos em um nível de desenvolvimento relacional tão avançado que percebemos naturalmente quando podemos seguir com nossos posicionamentos ou quando devemos parar, para assim, não invadirmos os limites do próximo, causando assim um conflito. Nos aproximamos das pessoas por determinados motivos, semelhança de opiniões ou divergência delas. Com as que temos maiores afinidades procuramos uma maior aproximação que poderá sem maiores esforços se transformar em uma saudável e duradoura amizade. Já se tratando das nossas relações com pessoas com as quais não compartilhamos afinidades, estas relações dificilmente passarão da esfera institucional. A identificação de pontos de vista ou preferências será possível através de nossa comunicação. Sabemos que, para que haja comunicação não é necessário apenas as figuras do emissor, receptor e da mensagem a ser transmitida. A comunicação eficaz necessita culminar num feedback da mensagem enviada. No caso das relações interpessoais esse feedback vem em forma de respostas positivas ou negativas que funcionarão como um sinal para nossas relações. Ao conjunto dessas relações daremos o nome de grupos. Como se formam os grupos? Vários poderão ser os fatores responsáveis pela formação de um grupo. Exceto os grupos família e sociedade, onde nossa entrada é marcada com o nosso próprio nascimento, não havendo uma opção individual, os demais grupos dos quais fazemos partes são formados a partir de nossa própria vontade, ou seja, nossa entrada ou saída é feita de forma voluntária. Tudo dependerá da nossa vontade. Ao longo de nossa existência podemos fazer parte dos mais diferentes grupos, conforme nossa personalidade vai se solidificando. Quando adolescentes somos integrantes até do triplo de grupos que uma pessoa na sua fase adulta. Família, escola, vôlei, natação, futebol, condomínio em fim, uma quantidade enorme de diferentes grupos, onde somente permaneceremos naqueles com os quais mais nos identificamos. Um adulto, em média, pertence a dez grupos de relações. Da mesma forma acontece com os grupos organizacionais dos quais fazemos parte. Ao ingressarmos em uma organização procuramos conhecê-la ao máximo, assim começamos a nos relacionar com colegas dos mais variados setores, além daqueles que são integrantes do nosso próprio setor. Na medida em que nos comunicando, identificamos quem realmente pode fazer parte dos nossos grupos de relações.