MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME - MDS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G. DO SUL - FAURGS REDE INTEGRADA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - R E D E S A N - 2 0 0 8 CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES DE RESTAURANTES POPULARES – 2008 PRODUÇÃO TEXTUAL FINAL PERFIL ALIMENTAR DO ADOLESCENTE QUE FREQUENTA O RESTAURANTE POPULAR DO MUNICÍPIO DO CRATO - CE Dennyura Oliveira Galvão Colaboradores : acadêmicos do curso de graduação em enfermagem - Francisca Ascilânya Pereira Costa - Paulo Ayslen N. de Macedo - Sárvia Nara Lopes Pinto - Francisca Lívia Cipriano - Daniele Lopes Alencar CRATO - CE 2008 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME - MDS FUNDAÇÃO DE APOIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO R.G. DO SUL - FAURGS REDE INTEGRADA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - R E D E S A N 2 0 0 8 CURSO DE FORMAÇÃO DE GESTORES DE RESTAURANTES POPULARES – 2008 PERFIL ALIMENTAR DO ADOLESCENTE QUE FREQUENTA O RESTAURANTE POPULAR DO MUNICÍPIO DO CRATO - CE Dennyura Oliveira Galvão Crato / CE – (088)9271-6187 / [email protected] - Francisca Ascilânya Pereira Costa – Juazeiro do Norte - CE - Paulo Ayslen N. de Macedo – Crato - CE - Sárvia Nara Lopes Pinto – Crato - CE - Francisca Lívia Cipriano – Crato- CE - Daniele Lopes Alencar – Crato - CE ORIENTADORES: Coordenadores, Professores e Tutores REDESAN-2008 Trabalho apresentado como requisito para conclusão do Curso FGRP-2008 INTRODUÇÃO O padrão alimentar vem mudando ao longo da história em função de vários aspectos como, facilidade de acesso e industrialização, a qual permite maior ampliação do mercado consumidor e diversidade de produtos nas prateleiras, atingindo diferentes grupos etários e sociais, principalmente adolescentes. A adolescência é um dos períodos mais críticos no desenvolvimento humano, constitui a última fase do período de crescimento e desenvolvimento do ciclo vital, caracterizando-se por transformações anatômicas, fisiológicas e psicológicas que culminam no corpo adulto com plena capacidade de reprodução. Esta fase da vida é considerada especialmente vulnerável em termos nutricionais, devido a uma maior carência geral e necessidades especiais de nutrientes, provocadas pela maior velocidade de crescimento e pelas alterações do estilo de vida e dos hábitos alimentares que nela ocorrem. As alterações nos hábitos alimentares dos adolescentes são influenciadas pela turma, pela mídia e pela vida agitada dos jovens. A alimentação do adolescente, geralmente, é caracterizada por alto consumo de alimentos prontos (sanduíches, salgadinhos e biscoitos), devido a facilidade de preparo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as necessidades energéticas e nutricionais médias para cada sexo e faixa etária variam de acordo com a massa corporal, velocidade de crescimento e nível de atividade física, alterando mais em função da maturação biológica do que da idade cronológica. Tendo em vista que é variável o momento em que ocorre o estirão puberal, recomenda-se que as necessidades médias tomem como base principalmente o peso, e em seguida a idade, considerando que o peso esteja dentro dos padrões aceitáveis de peso em relação à altura. A alimentação deve ser composta por carboidratos, de 50 a 55% das calorias totais diárias, de preferência os complexos e ricos em fibras como: pães integrais, cereais, aveia, raízes, macarrão, arroz, etc; evitando excesso de açúcares simples (doces, refrigerantes, balas, etc.). As gorduras da dieta devem se limitar a 25-30% das calorias totais diárias, evitando excesso de frituras, embutidos (salames, salsichas), maionese, chocolates, creme de leite, manteiga ou margarina, bolachas recheadas e salgadinhos, uso de óleo nos refogados. Dar sempre a preferência às gorduras insaturadas presentes nos óleos vegetais (canola, milho, soja), azeite de oliva. As proteínas devem ser de alto valor biológico, provenientes de frango sem pele, peixe, carne bovina magra, leite, iogurtes, queijos e grãos. Seu percentual com relação ao valor calórico diário poderá ser de 20% a 25%. A nutrição dos adolescentes para que promova o crescimento adequado, deve ser apropriada: saudável, balanceada em quantidade e qualidade de nutrientes e agradável ao paladar, rica em fibras, frutas, verduras e legumes, cereais, vitaminas e sais minerais necessários para sustentar o crescimento acelerado e as modificações na composição corporal que ocorrem neste período. No acompanhamento da saúde do adolescente é fundamental que se trabalhe com a detecção da velocidade dessas mudanças, tendo em vista que o seu acompanhamento é um sensível detector de possíveis agravos que podem retardar o desenvolvimento físico. A participação e o apoio dos familiares são fundamentais para uma boa mudança nos hábitos alimentares. JUSTIFICATIVA O presente estudo foi desenvolvido na tentativa de traçar o perfil dos adolescentes que freqüentam o Restaurante Popular no Município do CratoCE. A faixa etária escolhida foi adolescência, devido ser considerada uma fase especialmente vulnerável em termos nutricionais, dada uma maior carência geral e necessidades especiais de nutrientes, provocadas pela maior velocidade de crescimento e pelas alterações do estilo de vida e dos hábitos alimentares que nela ocorrem. Vale ressaltar também a identificação da situação sócio- econômica, dos padrões nutricionais, hábitos alimentares, a escolha pelo equipamento social analisado e a aceitação dos adolescentes a cerca da dieta implementada pelo Restaurante Popular. O equipamento social escolhido foi o Restaurante Popular, novo programa do Ministério de Desenvolvimento Social, que promove a distribuição de mil refeições diárias, a preço de custo de R$ 1,00 (hum real) para o comensal, garantindo uma alimentação saudável. Esse equipamento é gerenciado por uma equipe de nutricionistas. Diante da grande quantidade de adolescentes que freqüentam o serviço, surgiu a necessidade de investigar as razões dessa procura, traçando assim o perfil nutricional dos mesmos. OBJETIVOS Objetivo Geral: Analisar o perfil alimentar do adolescente que freqüenta o Restaurante Popular da o Município do Crato- CE. Objetivos Específicos: Conhecer as práticas alimentares dos adolescentes que freqüentam o Restaurante Popular do Município do Crato-CE; Traçar o perfil sócio-econômico dos adolescentes que freqüentam o Restaurante Popular do Município do Crato-CE; Identificar possíveis deficiências alimentares nos adolescentes que freqüentam o Restaurante Popular do Município do Crato-CE; Mostrar a aceitação do público jovem a cerca do Restaurante Popular; REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Paula Valente (2006), a alimentação nos adolescentes deve sustentar o crescimento, promover a saúde e ser agradável. Durante a adolescência, existem várias alterações de natureza fisiológica e hormonal que afetam as necessidades nutricionais, tal como um crescimento rápido e ganhos de massa muscular e óssea. Considera-se ainda que cerca de metade dos adolescentes não comem quantidades suficientes de fruta, legumes de cor verde, como couve ou espinafre, ovos ou tomate, comprometendo assim gravemente a sua alimentação saudável. Cronologicamente, a adolescência corresponde ao período de 10 a 19 anos, sendo este dividido em duas fases: fase 1- 10 a 14 anos, inclui o início das mudanças puberais e fase 2-15 a 19 anos onde ocorre o término do crescimento e do desenvolvimento morfológico (ALBANO & SOUZA, 2001). Quanto à avaliação do estado nutricional, na adolescência, a antropometria é especialmente importante porque permite monitorar a evolução das modificações do crescimento, visto que durante a fase de crescimento o indivíduo pode estar sujeito tanto aos déficits nutricionais quanto aos excessos (ALBANO & SOUZA, 2001). Segundo Andrade, Pereira e Sichieri (2003) o “Índice de Massa Corporal (IMC) é um método de avaliação nutricional de baixo custo e fácil realização”; apresenta baixa margem de erro, desde que as técnicas sejam efetuadas adequadamente (ALBANO & SOUZA, 2001). Os adolescentes usualmente precisam consumir grandes quantidades de alimentos com freqüência devido ao pico de desenvolvimento. Porém deve-se ter muito cuidado com os hábitos adotados durante a adolescência para que isso não contribua para uma série de doenças debilitantes quando o crescimento tiver cessado. O comportamento alimentar do adolescente está fortemente influenciado pelos hábitos alimentares e vinculado ao grupo etário a que pertence. Um fator importante que contribui para o desenvolvimento da obesidade é o hábito que os adolescentes têm de omitir refeições, como o desjejum associado a mudanças de hábitos alimentares. A adolescência é o momento ideal para se criar práticas preventivas, uma vez que os hábitos alimentares criados quando o indivíduo afirma sua independência, torna-se responsável por suas próprias ingestões alimentares, aparentemente persistem na idade adulta. Acrescenta-se ainda a todos esses fatores os custos que recaem sobre a sociedade para se tratar a obesidade e as doenças que estão associadas a ela, como as alterações metabólicas que ocorrem no organismo que anteriormente só eram evidentes em adultos é importante que profissionais de saúde além de tratar os aspectos curativos se preocupem também com os aspectos preventivos ao tratamento evitando problemas futuros. É necessário que práticas alimentares inadequadas sejam investigadas precocemente para que se possa estimular o interesse dos dirigentes, estudantes e familiares para implantar programas de reeducação alimentar, obtendo-se assim medidas corretivas através de uma dieta adequada e prevenindo determinadas doenças. Deficiência em Ferro A deficiência em ferro é uma das deficiências mais comuns, e os adolescentes são um dos grupos de maior risco – cerca de 13% dos adolescentes têm reservas de ferro baixas. O rápido crescimento, em complemento com um estilo de vida acelerado e escolhas alimentares pouco saudáveis, podem resultar em deficiências de ferro ou anemias. A fonte principal de ferro é a carne vermelha, mas existem muitas boas fontes de ferro alternativas a carne, como cereais fortificados em ferro, pão, legumes de cor verde ou fruto secos. O organismo não consegue absorver tão eficazmente o ferro destes alimentos, mas a combinação com vitamina C aumenta a capacidade de absorção do corpo. Em contraste, os taninos encontrados nos chás reduzem a absorção, sendo por isso preferível beber um copo de sumo de laranja com os cereais do que uma xícara de chá. Deficiência em Cálcio Cerca de 25% dos adolescentes ingerem cálcio em quantidades inferiores às recomendadas, com implicações sérias no futuro, em particular na saúde óssea. A osteoporose é uma doença óssea que torna os ossos finos e quebradiços. Os ossos continuam a crescer a ganhar massa até aos 30 anos de idade – com o período da adolescência a ser o período mais importante em todo o processo. A vitamina D, cálcio e fósforo são vitais para que este desenvolvimento decorra dentro da normalidade. As doses diárias recomendadas de cálcio para adolescentes variam entre os 800mg a 1,000 mg por dia. Alimentos ricos em cálcio devem ser consumidos diariamente. A fonte mais rica de cálcio do planeta é o leite e todos os seus derivados. Beber um copo de leite por dia, comer algumas fatias de queijo ou até mesmo beber um iogurte ou batido ao lanche assegura que as quantidades necessárias de cálcio são ingeridas. Em alternativa, o leite de soja pode ser um bom substituto ao leite de vaca. Segundo Paula Valente (2006) a adolescência é a fase da vida é considerada especialmente vulnerável em termos nutricionais, devido a uma maior carência geral e necessidades especiais de nutrientes, provocadas pela maior velocidade de crescimento e pelas alterações do estilo de vida e dos hábitos alimentares que nela ocorrem. A obesidade na adolescência é, de fato, um problema grave, mais característico do modelo de cultura ocidental. Estas mudanças fisionômicas são especialmente favorecidas pelos vícios de uma sociedade desenvolvida, onde predomina o sedentarismo e a comida hipercalórica. Essa refeição hipercalórica geralmente é analisada pelas empresas de alimentação precisamente para ir ao encontro do gosto dos jovens, e despertar-lhes um maior apetite promovendo maior consumo. Os padrões de alimentação dos adolescentes são freqüentemente caóticos: tendem a omitir um número crescente de refeições em casa; estabelecem diferentes associações com alimentos saudáveis e alimentos de baixo valor nutritivo, dando preferência aos últimos; e o recurso a fast-food, em substituição de refeições normais ou lanches, torna-se prática regular. Ora, apesar de alguma variedade desta alimentação oferecer uma seleção de produtos saudáveis, na generalidade dos casos mais de 50% das suas calorias são provenientes de gordura. Em termos práticos, uma alimentação saudável na adolescência deverá ter como objetivos: possibilitar o desenvolvimento máximo consentido pelas características genéticas – cerebral, ósseo, estrutural; aumentar a capacidade de resposta imune para reduzir a susceptibilidade a doenças infecciosas e outras; impedir o aparecimento de doenças metabólicas degenerativas; beneficiar a competência mental, favorecer a atenção e, deste modo, contribuir para melhores aptidões escolares. Então, o que poderão fazer os pais para contrariar esta preocupante tendência? É fundamental convencer os filhos a fazerem seis ou sete refeições diárias, evitando que fiquem mais de três horas sem comer (poderão começar por colocar nas suas mochilas um iogurte e algumas bolachas simples para uma refeição de lanches); incentivá-los a fazer um pequeno-almoço completo, com leite e pão ou cereais simples; habituá-los a tomar sopa (almoço e jantar sempre que possível) e a preferirem alimentos cozidos, grelhados ou estufados em gordura vegetal, em vez dos fritos e assados. Na seleção dos menus e na prática das refeições, é importante persuadi-los a preferirem ementas à base de carne de peru, frango, galinha e coelho, em detrimento de carne de vaca, pato ou porco, a não comerem a pele e a gordura visível da carne e do peixe, a escolherem o azeite como gordura de eleição, a optarem, quando for o caso, pelos conservados em azeite ou em água, a reduzirem o consumo de alimentos ricos em sal ou açúcar, assim como o de bebidas gaseificadas e refrigerantes. METODOLOGIA 1.1 TIPOS DE PESQUISA Para realização desta pesquisa, optou-se utiliza um desenho do tipo quantitativo exploratório descritivo com o objetivo de traçar um perfil Nutricional dos adolescentes que freqüentam o Restaurante Popular da cidade do Crato CE. Segundo Leopardi (2002) a pesquisa exploratória '' permite ao investigador aumentar a experiência em torno de um determinado problema [...] Gil (2002) afirma que a pesquisa descritiva alem de aumentar a experiência do pesquisador sob determinado problema, ainda permite a exploração de uma realidade não conhecida. 1.2 LOCAIS DA PESQUISA O estudo terá como lócus o Restaurante Popular situado na cidade do Crato – CE. 1.3 PERIODO DA PESQUISA A pesquisa se realizará nos meses de Agosto e Outubro de 2008. 1.4 SUJEITOS DA PESQUISA Os sujeitos deste estudo serão adolescentes, que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são jovens entre 10 e 19 anos de idade. A amostra será constituída por 30 adolescentes que estiverem no Restaurante durante o período da pesquisa. 1.5 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS Ocorreu à coleta de dados por meio da entrevista semi-estruturada, sendo esta um importante meio que permite o desenvolvimento de uma estreita relação entre as pessoas, um modo de comunicação. 1.6 ANÁLISES DOS DADOS Os dados serão analisados de acordo com os determinantes Nutricionais, que segundo a literatura, uma boa refeição deve ser completa em carboidratos, proteínas, vitaminas, lipídios, minerais e água segundo, (KRAUSE e MENDELSON, 1998). 1.7 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA O estudo será desenvolvido segundo a Resolução 196/96, que dita sobre os Aspectos Éticos e Legais nas pesquisas envolvendo seres humanos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Abstraindo-se o perfil dos adolescentes constatamos que 55% da amostra eram do sexo feminino e 45% do sexo masculino. Destes 39% encontravam-se na faixa etária de 10 aos 13 anos, 28% dos 14 aos 16 e 33% dos 17 aos 19 anos. Entre os adolescentes entrevistados 95% eram estudantes e 5% trabalhavam formalmente. A escolaridade era variável, onde 50% cursavam o ensino fundamental, 39% o ensino médio e 11% o ensino superior. Na análise do Índice de Massa Corporal (IMC) dos adolescentes observou-se que entre os que souberam responder, 42% estão saudáveis (IMC-20 a 25), no entanto, 16% estão abaixo do peso (IMC-15 a 20) e os 42% restantes representam a proporção dos que não souberam responder. No que se refere à quantidade de refeições realizadas diariamente, 55% dos adolescentes relataram fazer de 3 a 5 refeições, 40% faziam 3 refeições diárias e 5% mais de 5 refeições diárias.O recomendado é se fazer diariamente de 5 à 6 refeições (café da manhã - lanche da manhã - almoço - lanche da tarde - jantar - ceia) ( SIMONE, 2008). Os entrevistados relataram em sua maioria consumir no café da manhã alimentos ricos em carboidratos, muitos deles consumia leite e uma pequena porcentagem (10%) ingeria alimentos com baixo valor nutricional, conforme indicado na tabela abaixo: No almoço a maioria dos adolescentes consome o prato tradicional da alimentação brasileira (arroz, feijão, macarrão e carne vermelha). O consumo de vegetais juntamente com o almoço mostrou-se com uma incidência baixa (15%). Alguns adolescentes relatavam consumir líquidos juntamente com as refeições: sucos (15%) e refrigerantes (5%). Os principais alimentos estão listados no gráfico abaixo: No jantar a maioria dos adolescentes repetiam o que consumiam no almoço, contudo alguns deles substituíam o jantar por lanches rápidos conforme a tabela abaixo: Os adolescentes devem ser estimulados a incluir em seu cardápio uma variedade de alimentos dos grupos alimentares básicos, muitos hidratos de carbono aminoácidos, como pão, massa, arroz, batata, cuscuz e cereais, muitos legumes e frutas (pelo menos 5 doses por dia, bastantes produtos lácteos, como leite, iogurtes e queijos,quantidade suficiente de proteínas de carne, peixe e ovos e poucos doces e gorduras) (ALIMENTAÇÃO,2008). Nesse estudo observou-se que apesar da deficiência de grupos alimentares ricos em vitaminas, minerais e fibras, como frutas, verduras e legumes, nas principais refeições diárias, não havia tantas distorções alimentares no que diz respeito ao consumo de carboidratos e proteínas. No entanto, vale ressaltar que as quantidades de nutrientes consumidos não estavam de acordo com o que a faixa etária exige. As preferências alimentares do grupo de estudo variavam, a maioria deles preferia alimentos que não tinham um grande valor nutricional como biscoitos recheados (31%), sanduíches (10%), sorvetes (5%), refrigerantes (5%), macarrão instantâneo (15%), pizzas (5%) e chocolates (10%). Os lanches realizados entre as principais refeições eram realizados em freqüências variadas. Do total da amostra, 16% faziam um lanche, 47% dois, 21% três e 16% quatro. Os principais alimentos consumidos estão listados na tabela abaixo: Nos lanches pode-se observar um elevado consumo de biscoito recheado (47%) e refrigerante (26%) o que confere que a alimentação desses adolescentes não possui os nutrientes necessários para um bom desenvolvimento. Os adolescentes necessitam de aporte alimentar diferenciado. O crescimento na adolescência se acompanha de variações na demanda energética. É sabido que nesta fase, o pico máximo de ingestão energética coincide com o pico da velocidade máxima de crescimento e é observado um real aumento de apetite, originando maior ingestão, relacionada ao preenchimento adequado destas necessidades (Saito, 1993). Durante a adolescência a necessidade protéica está mais fortemente ligada ao padrão de crescimento do que à idade. A necessidade de proteínas é de 1g/kg durante o estirão, e 0,8-0,9g /kg depois do estirão. Cerca de 10-15% do aporte calórico deve ser fornecido pelas proteínas. A necessidade protéica é determinada pela quantidade necessária para manter o crescimento de novos tecidos, que durante a adolescência podem representar porção substancial da necessidade total (Gong & Heald, 1994). As necessidades de vitaminas para os adolescentes são extrapoladas das estimadas para o adulto, ou são originárias das quantidades existentes na dieta de populações nas quais não são observadas carências. Para adolescentes as recomendações são consideradas separadamente por sexo, por causa das diferenças que ocorrem durante este período e da influência hormonal nos valores sanguíneos de vitamina A, independentemente de suas reservas (Saito,1993). O intervalo entre as refeições apresentados na maioria dos adolescentes são de uma hora em 5% da amostra, duas horas em 36% da amostra, três horas em 26% da amostra e quatro horas em 16% da amostra. A recomendação dos nutricionistas para esta faixa etária é que se alimente no máximo de três em três horas (SIMONE, 2008) Fato que foi observado na maioria da nossa amostra. No que se refere à ingestão hídrica, 21% relatou ingerir menos de um litro de água por dia, 43% de um a dois litros de água por dia, 31% de dois a três e 5% de três a quatro. O recomendado é que se beba pelo ou menos dois litros de água por dia (SIMONE,2008). ‘ Em relação à atividade física 68% dos adolescentes praticavam alguma atividade física o que é importante para o desenvolvimento muscular e esquelético. No que diz respeito a distúrbios alimentares 10% dos entrevistados já havia apresentado um quadro de anorexia na infância, no entanto tinham recuperado seu padrão alimentar. O uso de suplementos alimentares não era muito comum no estudo sendo observado apenas em 16% dos adolescentes. As dietas alimentares com o objetivo de redução de peso foram constatadas em apenas 10% da amostra, apesar desse hábito ser muito comum nesta faixa etária. A maioria dos adolescentes entrevistados (67%) relatou que suas idas freqüentes ao restaurante popular se devem pela qualidade da alimentação e pelo baixo preço, outros foram por curiosidade (11%), visto que seria a primeira vez, os demais falaram da questão nutricional (11%) e também pela praticidade (11%). A respeito da alimentação, 52% declaram boa, 31% ótima, 17% não opinaram, já que seria a primeira vez. Não houve resposta no que se diz respeito ao aspecto regular e ruim. A freqüência de vezes que os adolescentes comem no restaurante popular é variável, uma vez que alguns fazem as refeições diariamente (38%), outras três vezes por semana (38%), e os demais quase não foram (5%) ou nunca foram (19%). Na opinião dos adolescentes as vantagens do restaurante são as seguintes: a qualidade da comida oferecida (42%), o preço exigido (26%), a praticidade (16%), não há vantagens (16%). Entretanto, as desvantagens são a fila exposta ao sol (50%), pouca comida (17%), pouca quantidade de sal na mesma (11%), não há desvantagens (22%). A maioria dos adolescentes (73%) exigiu uma cobertura externa para protegê-los do sol como forma de melhoria do serviço, como também, pôr mais sal na comida (5%), fila para estudantes (16%) ou uma única fila para adquirir a ficha e entrar no restaurante (6%). CONCLUSÃO A adolescência é época peculiar do crescimento e desenvolvimento humano, em que estão aumentadas as suas necessidades nutricionais (proteínas, energéticas, vitaminas e minerais), principalmente ferro, zinco e vitaminas A e C. Devendo, portanto, o profissional de saúde estar atento às mudanças corporais que ocorrem no estirão puberário e à sua alimentação, pois esta é a última oportunidade de intervenção no processo de crescimento. O restaurante popular trouxe a oportunidade a muitos adolescentes de alimentarem-se adequadamente a baixo custo, consumindo todos os nutrientes necessários ao seu bom desenvolvimento. Muitos destes também não possuíam condições financeiras suficientes para realizar uma alimentação balanceada diariamente. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBANO, R.D.; SOUZA, S.B. Estado Nutricional de adolescentes: “risco de sobrepeso” e “sobrepeso” em uma escola pública do Município de São Paulo. Disponível em <http://www.scielo.org/index.php?lang=pt> Acesso em: 13 set. 2008. ALIMENTAÇÃO saudável para adolescente, disponível em: <http://www.alimentacaosaudavel.org/Alimentacao-Saudavel-Adolescente01.html> Acesso em 21.Set.2008. MENDELSON, Maria Krause; MAHAN, SYLVIA KATHEN L. Alimentos nutrição e dietoterapia. 9ª edição, São Paulo- SP, Roca, 1998. escott-tump. SAITO, M. I. Aceleração e desaceleração do crescimento. In: COATES, V., FRANÇOSO, L. A., BEZNOS, G. W. Medicina do adolescente. São Paulo: Savier, 1993: 39e intervenção no processo de crescimento, para que seja adequado. SIMONE, Michelle de Nutrição, Saúde e Bem Estar: Alimentação na Adolescencia. Disponível em: <http://www.vivaleve.com.br/ADOLESCENTES%20ALIMENTA%C7%C3O.htm > acesso em 21. Set.2008.