AUMENTO DE TAMANHO DAS MAMAS POR PRÓTESE A maneira mais prática e a melhor alternativa para o aumento das mamas e muitas vezes a modificação da sua forma é a colocação de próteses, atualmente feitas com material inerte (silicone) revestidas com substâncias especiais (poliuretano). Graças a estes avanços da biomedicina, as próteses, em geral, oferecem resultados extremamente vantajosos em relação aos seus inconvenientes. Pode-se assim corrigir deficiências num vasto campo da medicina, como por exemplo, na recuperação da audição, visão, (cirurgia da catarata onde se implanta uma lente dentro do globo ocular), válvulas cardíacas, articulações, derivações etc. Todo o material “estranho” introduzido no organismo, ou é absorvido, ou eliminado, ou isolado. Na cirurgia, por exemplo, usam-se fios de material absorvível ou não absorvível para suturas permanentes e todos sabem que freqüentemente o organismo elimina um ou outro ponto. Quando, pois, não pode ocorrer a absorção e tampouco a eliminação, a alternativa é o “isolamento” o que ocorre com as próteses. Forma-se em volta delas, uma “cápsula” de tecido fibroso mais ou menos denso e o organismo passa a conviver com “este material estranho”. No caso das próteses mamárias também sempre há a formação de uma cápsula. Quando as próteses eram “lisas” as cápsulas eram muito espessas o que deixava em torno de 30% dos casos mamas duras, contraídas e arredondadas. Descobriu-se que se a prótese fosse “rugosa” a espessura da cápsula era bem menor e ainda menor quando se adotou um revestimento com poliuretano. Atualmente ainda ocorrem casos de cápsulas espessas, mas são baixos, em torno de 3%, o que diante da falta de outra alternativa prática para a correção da deformidade , é desprezível. As próteses são colocadas rotineiramente entre a glândula mamária e o chamado músculo peitoral (fig.1) e sendo assim, não há qualquer modificação nos aspectos funcionais da mama propriamente dita (sensibilidade, aleitamento etc.). Em casos excepcionais usa-se colocar embaixo do músculo peitoral (fig 2) fig. 1 fig. 2 fig. 3 Para introduzi-las, faz-se uma incisão (fig.3) um pouco acima do sulco inframamário (A) ou nos limites da aréola (B), se estas forem maiores de 3 cm, ou na axila (C). Nossa preferência é no sulco, com um corte em torno de 4 cm. Pelas características da cirurgia, esta é realizada sob anestesia local, com sedação, o que deixa o paciente praticamente indiferente e em condições de ser feita em regime ambulatorial, com alta poucas horas após. O curativo é apenas com micropore e uso de soutien imediato. Pode haver algum desconforto pela distenção da pele, e a dor depende da sensibilidade de cada um, mas usualmente não é motivo de queixas dos pacientes, e se houver usase analgésicos. Costumamos avaliar a cirurgia 24 a 48 horas após, quando então o paciente está liberado para suas tarefas habituais, não havendo restrições para locomoção, pequenos afazeres físicos, dirigir etc. Recomenda-se evitar movimentos bruscos e exercícios físicos maiores durante 2 semanas. A exposição solar tem a mesma restrição que os demais procedimentos cirúrgicos, isto é, cautela pelo menos durante uns 30 dias, nunca esquecendo que o sol excessivo danifica a pele. Como qualquer procedimento cirúrgico, podem ocorrer complicações, devendo-se ressaltar que são relativamente raras. Entre estas estão os hematomas, que são acúmulos de sangue por “hemorragia” e que podem ser percebidos pelo aumento exagerado e só de um lado, com dor, escurecimento da pele, e que necessitam ser drenados. Em 20 anos, tivemos um caso. Pode ocorrer acúmulo de serosidade (seroma) em volta da prótese, o que costuma desaparecer espontaneamente após algumas semanas. Às vezes tem-se pequena “inflamação” na sutura, cujos pontos podem permanecer para reabsorção lenta, ou se externos, retirados entre 7 a 10 dias. A cicatriz tem várias etapas, inicialmente são quase imperceptíveis, depois ficam avermelhadas e meses após “branqueiam”. Há casos de cicatrizes maiores, mas que, pela localização, ficam escondidas. É importante ter-se consciente de que NÃO HÁ CIRURGIA SEM CICATRIZ. O que se busca é escondê-las! Outro aspecto a considerar é a formação da cápsula, que, como foi dito, sempre se forma e que em casos acentuados podem se constituir numa intercorrência que exige tratamento, muitas vezes com a troca da prótese e colocação eventual da mesma por baixo do músculo peitoral. Muitos pacientes percebem assimetrias, isto é, mamas diferentes em forma e tamanho, o que em geral decorre de uma diferença pré-existente. Nestes casos, pode-se buscar uma simetria no aspecto, mediante colocação de próteses de tamanhos diferentes, mas é imperioso que se aceite pequenas desigualdades, pois mesmo em mulheres de mamas supostamente normais, o exame sempre detecta desigualdades o que é tido, pois, como uma característica de “naturalidade”. Nos casos de acentuada “pequenez” ou pele muito fina, podem na palpação ser percebidas certas irregularidades na periferia das mamas, e isto se deve aos bordos da prótese. Temos observado que com o passar do tempo isto desaparece, como também desaparece uma “dureza” característica no local da sutura. QUESTÕES A SEREM AVALIADAS PRÉVIAMENTE: Idade: salvo casos especiais, recomenda-se aguardar o desenvolvimento físico completo da paciente, que ocorre por volta de 18 anos. Não há restrições para pacientes de idade avançada. Tamanho e forma da prótese: mamas normais tem em torno de 300 g (o que equivale a 300 cm3). O tamanho da prótese deve, pois, complementar este volume, o que em nosso meio faz com que sejam usadas em geral próteses de 120 a 300 cm3. Na avaliação, as pacientes em geral recomendam “cautela” e depois observam “que poderia ser maior”. É importante salientar que muitas vezes deve-se sacrificar um pouco do volume em troca da naturalidade. Quanto à forma tem-se basicamente a de “perfil alto” mais adaptada a mulheres altas e magras e “perfil baixo” para pessoas com tórax largo. Há um modelo chamado “anatômico” para casos especiais. Tempo de duração da prótese: salvo alguma intercorrência, as próteses são em princípio definitivas, não necessitando serem trocadas. Gravidez, lactação e mamografia: não há interferência. O exame radiográfico requer, todavia incidências especiais, o que está em sua rotina. Tampouco há comprovações de maior incidência de câncer em pacientes com prótese. Clínica Dr.Wilson Dewes