Unidade II Unidade II 5 MODELOS BÁSICOS DE NEGÓCIOS Weill e Vitale (2001) resumem toda a atuação do comércio eletrônico em oito modelos essenciais na era digital, sendo que as empresas podem combinar esses diferentes modelos entre si para criar novos negócios. Os oito modelos são: • provedor de conteúdo: busca a excelência em desenvolvimento e distribuição de conteúdo. O modelo fornece informação, produtos digitais e serviços através de intermediários e sua sobrevivência financeira é à base de cobrança de taxas. Podemos citar como exemplo os portais UOL, Terra, iG etc.; • direto ao cliente: busca intimidade com o consumidor sem a intermediação. Por ser um modelo que contata o cliente diretamente, oferece redução de custo e aumento da margem de lucro. Como exemplo, temos o e-commerce do Magazine Luiza; • provedor de serviço integral: uma variedade completa de serviços, como serviços financeiros, de saúde etc. é oferecida diretamente ou por meio de parceiros em um domínio voltado para o próprio relacionamento com o consumidor. Esse modelo tem como foco atender o cliente. Se o serviço ou produto solicitado não consta no catálogo, busca-se o auxílio de terceiros, que recebem comissões. Como exemplo de negócio que opera nesse modelo, temos as vendas de livros; • intermediário: tem como foco juntar compradores e vendedores com a finalidade de manter em um mesmo local todas as informações necessárias ao cliente; • infraestrutura compartilhada: junta competidores que compartilham uma infraestrutura comum de TI. Ganha-se na economia de escala e na criação de barreiras pela força da união com os parceiros e atende-se a agregação de informação. Nesse modelo, as taxas financeiras são recebidas por serviços logísticos; • integrador de rede de valor: coordena atividades por meio de rede de valor que armazena, sintetiza e distribui informação. O integrador de rede de valor cobra taxas de franquia e oferece melhoria de custos e receitas; • comunidade virtual: esse modelo permite a criação de uma comunidade on-line de pessoas com interesses comuns, o que facilita a interação e o oferecimento de serviços. Para se estruturar, a comunidade virtual busca a fidelidade de seus membros e a venda de propagandas. Quanto maior o número de membros, mais propagandas serão vendidas; 62 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO • empresa completa: fornece um único ponto de contato e consolida todos os serviços oferecidos por uma grande empresa com várias unidades. A empresa completa recebe taxas pelos serviços e oferece a melhoria destes e dos custos. 5.1 Logística no comércio eletrônico Até este ponto, definimos o que é comércio e passamos aos conceitos de comércio eletrônico e sua representatividade no Brasil e no mundo. Vimos ainda os modelos de negócios e a estrutura disponível de comércio eletrônico. Aqui, abordaremos a estrutura operacional do comércio eletrônico. O e-commerce é um tipo de negócio que pede ao gestor logístico a visão de como deve ser o processo de compra e venda e a integração entre os elos. Especificamente, esse profissional não pode se abster da missão logística, que é ter o produto certo, na hora certa, do jeito certo e com os custos esperados. A forma de atendimento a essa missão muda de negócio para negócio e de modelo para modelo e, nesse sentido, o gestor logístico deve conhecer como se dá o mercado eletrônico para criar meios estratégicos de atender sua demanda e ampliar a competitividade das empresas e seus lucros pessoais. Com as mudanças que transformaram as organizações em empresas de negócios digitais ou de comércio eletrônico, um dos grandes desafios dessa era é a logística de fornecimento e distribuição de produtos comercializados pela internet. Lembrete Logística é o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente por meio do custo correto o fluxo e a armazenagem de matérias-primas, estoques de produtos em produção e acabados e as informações relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos dos clientes (COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONAL, s. d.). Definir os pontos anteriormente citados em empresas tradicionais, no comércio ou na indústria não é segredo, porém, atender essas necessidades no e-commerce exige decisões que correspondam a outro cenário. Limeira (2010) define alguns pontos básicos a serem levados em consideração: • em qual local ficará armazenado o produto? • haverá estoque? • como será feita a entrega da mercadoria? 63 Unidade II • do momento da compra até a entrega do produto ao cliente, quais serão os procedimentos? • como será a embalagem e o transporte do item? • como instruir o cliente quanto ao uso e instalação do que foi adquirido por ele? • como será a emissão da nota fiscal? • como será a logística reversa? • quais serão as garantias dadas? (LIMEIRA, 2010). Essas são apenas algumas questões que devem ser pensadas para que a atuação com o comércio eletrônico possa ser bem-sucedida. Nesta unidade, procuraremos responder todas essas questões a partir de estudos de caso e de conceitos de autores consagrados. 5.2 Realidade das empresas na era digital As empresas procuram aproveitar as oportunidades para sobreviver às mudanças do mercado. Sendo assim, Albertin (2010) afirma que os novos conceitos relativos a negócios na era digital apresentam ofertas de oportunidades que merecem ser conhecidas e exploradas por empresas de todos os portes e setores. Para o autor, essas oportunidades surgem quando um novo cenário se impõe ao mesmo tempo em que conceitos tradicionais se expandem, ambos baseados nas novas tecnologias ou nas novas práticas de mercado. Como exemplo, temos os sorteios via mensagens de celular, nos quais os usuários enviam uma mensagem com uma determinada palavra-chave para um número e o organizador faz um sorteio de um prêmio qualquer. Esse é um novo modelo de transação que só foi possível pela popularização do celular no país. Outro exemplo são os cursos de educação a distância, que se tornaram viáveis pela popularização das tecnologias de comunicação e informação. A cadeia de abastecimento evoluiu e otimizou a relação entre fornecedor, produtor e mercado. As transformações foram muitas e aproximaram parceiros. Assim, com a era do e-commerce e a premissa de fornecer informação e agir conforme o programado, surgiu a necessidade de se acrescentar novos elos nessa cadeia. Compras Produção Logística Demandas Figura 32 – Novos elos Com a realidade do comércio eletrônico, as empresas perdem suas fronteiras internas e passam a formar redes que busquem a máxima otimização e eliminem as restrições impostas pelos mercados lineares. Na atual conjuntura, é cada vez menos comum que as informações sejam difundidas de modo 64 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO linear e isso é típico do tipo de interação que a internet possibilita. Nesse sentido, Albertin (2010) apresenta um modelo de otimização em rede: Empresa Empresa A D Empresa Empresa B G Empresa E F C Empresa Empresa Figura 33 – Modelo de otimização em rede Como foi colocado anteriormente, a comunicação mudou e continua em evolução. Nesse sentido, a interação pode ser comunicada diretamente entre os elementos da cadeia e independentemente de suas posições. Essa realidade é possível devido à ampliação dos serviços de informação, que funciona como base da expansão do comércio eletrônico. Observe a ilustração: Serviços Demanda Oferta Fornecedores dos fornecedores Fornecedores Empresa Clientes Clientes dos clientes Figura 34 As tecnologias que autorizam o comércio eletrônico romperam de vez com as fronteiras de comunicação entre os participantes da cadeia. Isso pode ser utilizado tanto a favor como contra o ecommerce, só dependerá da postura da empresa. Sendo assim, a ênfase na perda das fronteiras internas das organizações e na criação de redes de parceiros para a realização dos processos de negócios é intermediada e viabilizada pelo uso intenso de TI entre os participantes da cadeia. Para ilustrar essa visão, temos a figura a seguir: 65 Unidade II Empresa Cadeia de suprimento Cadeia de demanda Figura 35 Essa figura aponta para a ampliação da interação com as cadeias de suprimento e demanda de cada um dos elementos. Todos estão conectados e podem assim tomar decisões sobre compras, mudanças ou ajustes necessários. Albertin (2010) ainda completa dizendo que, devido à perda das fronteiras internas e da linearidade em toda a extensão de uma cadeia, as cadeias ditas não lineares vão interagir entre si e formar um novo modelo de ambiente de negócios. Observe: Parceiros Fornecedores e fornecedores de fornecedores Empresa Clientes e clientes de clientes Participantes Figura 36 – Novo modelo de ambiente de negócios É com essa rede não linear que teremos cada vez mais contato no ambiente do comércio eletrônico. Compraremos muitas vezes sem saber de quem exatamente estamos comprando, receberemos a mercadoria sem saber qual é a empresa que fez entrega e pagaremos sem ter noção de quem vai receber o valor. Tudo isso ocorrerá sem que o mercado linear deixe de existir, afinal, este último é um modelo conhecido e que segue as estratégias tradicionais de uma organização empresarial. Visto como será a forma de organização das empresas para atender as necessidades do atual ambiente de negócios e que a chave para essa reformulação é a evolução das tecnologias da informação e da 66 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO comunicação e o alinhamento com as ferramentas tradicionais de gestão empresarial, conheçamos a seguir as dificuldades logísticas no comércio eletrônico. 5.3 Dificuldades logísticas Abordaremos aqui a modalidade B2C, ou seja, o comércio eletrônico que atende o consumidor final. Nesse modelo, o gestor logístico deve se preocupar em implementar práticas operacionais diferentes de forma a atender as novas demandas dos consumidores que não existiam há uma década e meia. Até alguns anos atrás, a rotina de despacho de itens ocorria da produção para os centros de distribuição e então para a revenda no varejo. Isso implicava em verificar a necessidade do varejo e separar os pedidos em lotes. Para essa realidade, foram desenvolvidas várias técnicas de picking (separação), cuja operação ocorria em pallets ou caixas. Com a prática do B2C, há uma intensa movimentação de itens soltos nos depósitos, fato este que quebrou a rotina anterior. Em uma linguagem logística, os manuseios em SKUs eram regra, não exceção, ou seja, uma nova estratégia de operação precisou ser montada. Observação Stock keeping units (SKUs), ou unidades de manutenção de estoque, são as unidades normalmente identificadas em códigos. O novo modelo proposto pelo ambiente de negócios B2C requereu os mesmos tipos de equipamentos básicos de manuseio utilizados anteriormente, tais como prateleiras, esteiras, carrinhos etc., porém, o número de operações aumentou significativamente. Outro problema é que as unidades que antes eram movimentadas em caixas e/ou volumes, que as protegiam de certa forma, não têm mais essa proteção ao serem manipuladas soltas, o que exige cuidados adicionais. As compras de produtos de supermercados pela internet estão aumentando consideravelmente e, portanto, são comuns pedidos simultâneos de mercadorias perecíveis, tais como carnes, congelados, vegetais e frutas, e não perecíveis, como produtos de limpeza e higiene. Como não podemos misturar itens perecíveis com não perecíveis, uma situação dessas exige tratamento separado de um mesmo pedido nas operações do centro de distribuição, o que exige cuidado adicional e um maior nível de coordenação, pois o cliente que compra alimentos pela internet deposita confiança nas operações da empresa e essa confiança não pode ser quebrada. Além disso, é importante notar que o nível de exigência do cliente de e-commerce é superior ao nível de exigência de clientes de compras tradicionais. Caltagirone (2000) lembra que tem sido aceitável no comércio tradicional entregar os produtos dentro de um prazo de 24 a 72 horas após a efetivação do pedido. Para as empresas pontocom, esse prazo não é mais satisfatório, principalmente se estivermos lidando com itens de supermercados, já que alguns deles exigem entrega imediata. Muitos clientes também ficam insatisfeitos se a hora de entrega 67 Unidade II não for especificada, o que gera certa obrigação das empresas em especificar uma janela de horário em que a entrega será feita. Diante dessa conjuntura, não podemos negar que o comércio eletrônico criou grandes dificuldades para o planejamento das operações logísticas. Por exemplo, um cliente comprou uma geladeira nova e, ao acessar o acompanhamento do pedido via internet, verificou que a entrega estava programada para determinados dia e hora. Horas antes da chegada do novo eletrodoméstico, o cliente resolve se preparar e descarta a geladeira velha para ter espaço em sua cozinha para a geladeira nova. Entretanto, esta chegou apenas três dias depois da data preestabelecida no pedido presente no site da empresa. Esse é um exemplo de alto nível de planejamento logístico mal executado. Para suprir as necessidades do mercado eletrônico, o planejamento logístico nos depósitos deve ser muito mais dinâmico do que no mercado tradicional, pois os pedidos são submetidos em tempo real, ou seja, não há como saber o que será solicitado. Essa situação é diferente das condições que prevaleciam no comércio tradicional, no qual as operações podiam ser planejadas com folga de pelo menos 24 horas de antecedência. Outro ponto que requer atenção é a dificuldade de previsão de demanda. É muito comum que, ao abrir a possibilidade de negócios na internet, as empresas vejam seus setores de expedição congestionados com excesso de pedidos, sendo que algumas vezes esse número fica muito acima da capacidade comercial da companhia. Exemplo de aplicação O que fazer em uma situação dessas? Tente se colocar como gestor logístico de uma empresa com dificuldade de previsão de demanda. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________. Desse modo, pode-se apontar como efeitos colaterais de uma situação como essa: • resposta logística deficiente; • atrasos nas entregas; • excesso de pedidos suspensos temporariamente por falta do produto em estoque; • reclamações de clientes; 68 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO • imagem arranhada; • ações no Procon. Novaes (2004) indica que, para evitar esses problemas, é preciso que se faça um planejamento cuidadoso que procure compatibilizar antecipadamente os contornos dos serviços logísticos com os objetivos mercadológicos da empresa. O modo de construir esse planejamento será explicitado mais adiante. Exemplo de aplicação Estudo de caso – Submarino6 Em 2004, o Submarino entregou 1,8 milhão de pedidos para 914 mil clientes. Para atender à crescente demanda, a empresa Submarino construiu um centro de distribuição na cidade de São Paulo com área de 15 mil m² e capacidade para armazenar 340 mil produtos e 12 km de prateleiras. O processo de armazenagem, preparação e despacho estão automatizados e o funcionamento se dá em três turnos, o que agiliza o processamento e garante precisão no atendimento de pedidos. Além disso, o Submarino possui os serviços de entrega dos correios, o e-Sedex, e das empresas de logística Total Express e Intercom. Com essa infraestrutura, o cliente acompanha a trajetória do pedido até a hora da entrega por meio de um sistema individual, personalizado e seguro, disponível no site. As parcerias que a empresa buscou e a estrutura que desenvolveu trouxeram rapidez para as operações de picking e minimizaram os problemas citados anteriormente. Entre outros motivos, o cliente que compra algo pela internet o faz pela vantagem básica da economia de tempo, o que significa que a empresa não pode errar e eventualmente fazer com que o consumidor perca essa percepção. Tome por exemplo um cliente que fez um pedido de dez itens e só recebe nove deles ou ainda um cliente que fará um jantar e um dos ingredientes solicitado ao supermercado não está presente na entrega feita. Essas entregas desfalcadas farão com que o cliente fique sem o produto ou se desloque até o estabelecimento mais próximo para comprá-lo. Nesses casos, os clientes ficarão insatisfeitos e perderão tempo e, em ambos os casos, surgirá uma relação negativa e de desconfiança em relação às empresas. Note que a configuração não é mais a presente na loja física, na qual a impossibilidade de compra de um produto devido à sua ausência pode ser imediatamente revertida com a compra de outro produto equivalente. Na loja virtual, isso não é possível, logo, o planejamento, a leitura de demanda e a disponibilidade real dos produtos ofertados no sistema é uma questão de sobrevivência do negócio. 6 Adaptado de LIMEIRA (2010). 69 Unidade II Suponhamos que haja um pedido de materiais de escritório, portanto, não tão urgente quanto a compra on-line de ingredientes para um jantar. O escritório solicitou 12 itens e, no momento da entrega, recebeu apenas dez deles. Frente a isso, a empresa vendedora se retratou e afirmou que entregaria o restante dos produtos dois dias depois. A primeira entrega teve um determinado custo e envolveu certa operação logística. A segunda entrega terá custos adicionais e envolverá mais uma operação logística. Assim, o erro ilustra que haverá uma redução nos lucros, já que há um gasto duplo de recursos financeiros e humanos com a operação de entrega, isso sem contar o descontentamento gerado no cliente. Portanto, não importa qual é o produto vendido, uma empresa pontocom não pode cometer deslizes porque os danos ao cliente e ao mercado eletrônico serão enormes. Para reforçar essa ideia, podemos citar um estudo de caso desenvolvido por Hallowell (2000) na instituição Harvard Business School. Esse estudo de caso ilustra os problemas logísticos do comércio eletrônico B2C na fase atual. Exemplo de aplicação Estudo de caso – eToys7 Uma cliente norte-americana da eToys, empresa especializada na venda de brinquedos na internet, fez um pedido de compra de três itens que tinham sido listados no site como “disponíveis no estoque”. A transação foi confirmada pela empresa por meio de um e-mail. Alguns dias depois, a cliente recebeu outro e-mail da eToys apontando que um dos itens não estava disponível, o que implicaria na espera de que uma nova remessa da mercadoria chegasse à empresa. Caso a consumidora desejasse, poderia cancelar o pedido desse produto dentro de 72 horas. Desse modo, ela o cancelou imediatamente. Nesse meio tempo, uma vizinha dessa cliente foi a uma loja brick and mortar (expressão que significa “tijolo e argamassa” e designa lojas convencionais) e comprou o mesmo brinquedo não disponível na eToys por um preço menor. Mesmo com o pedido cancelado, a consumidora recebeu o brinquedo que faltava na eToys pelo correio vários dias mais tarde. Ela ligou para a empresa para ter esclarecimentos e lhe informaram que o pedido de cancelamento por e-mail não havia sido processado por uma falha no sistema da empresa. Em outra situação referente à mesma empresa, uma outra cliente não conseguia encontrar um determinado brinquedo nas lojas brick and mortar e consultou o site da eToys. Ao encontrar o produto 7 70 VASCONCELLOS (2010). LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO disponível nele, a consumidora fez o pedido e recebeu como sugestão adquirir também as baterias para que o brinquedo funcionasse, pedido com o qual ela concordou. As baterias chegaram à casa da cliente rapidamente, mas o brinquedo não chegou. As despesas de expedição das baterias foram de U$ 3,00, enquanto seu valor era de US$ 2,98. Depois de muitos e-mails e três chamadas telefônicas, o brinquedo finalmente lhe foi entregue, 19 dias depois do pedido. Mesmo não cobrando da cliente os custos de entrega da bateria, a impressão de descaso e falta de compromisso por parte da empresa ficaram na cliente. Apenas para constar, a empresa eToys já faliu. O B2C não pode ser somente a troca de informações com o cliente via internet, mas sim deve seguir as mesmas regras de gestão de informação de uma empresa convencional, com o adendo de que não se pode cometer erros. O cliente deve se sentir apoiado pelas operações da empresa de e-commerce, ou seja, deve-se ter em mente o que, quando e como o cliente quer e, principalmente, por que ele está consumindo. Mas, por que o trabalho na eToys ocorria dessa forma? A resposta é ampla. Porém, podemos tomar como exemplo algo muito comum no Brasil: a defasagem de informação nos registros de entrada e saída de estoque. Em consultorias que acompanham as operações das empresas, observou-se em uma grande varejista nacional vários momentos em que os sistemas apontavam o nível de estoque com um valor negativo. Entretanto, como pode um estoque ter menos cem unidades (-100)? Ao buscar respostas para essa questão, percebeu-se que as informações sobre os recebimentos dos produtos eram digitados e registrados no sistema só dois ou três dias após o recebimento dos itens. Havia, assim, uma defasagem temporal entre a entrada física no estoque e o registro dos dados. Ainda, é bem provável que os sistemas computacionais, somados às falhas operacionais, não tenham reservado os itens no estoque para os pedidos realizados, o que evitou que os produtos fossem direcionados para outros clientes. Como a eToys deveria agir? Suponha que um cliente fez o pedido de um carrinho de controle remoto e um jogo de cartas no site da empresa eToys. À meia-noite do mesmo dia, o computador da empresa processou todos os pedidos do período: foram cerca de cem pedidos do mesmo carrinho na mesma cor e modelo. O computador juntou virtualmente todos esses pedidos e formou um conjunto homogêneo. Chamamos essa operação de consolidação de pedidos. Da mesma forma, suponha que ocorreram outros 50 pedidos do mesmo tipo de jogo de cartas que o cliente havia solicitado. Assim, outro conjunto homogêneo foi formado. Então, para cada item solicitado, foi impresso uma etiqueta com códigos de barras na qual tinha a indicação do número do pedido, a localização no depósito e outras informações pertinentes. Como dois conjuntos diferentes foram formados, já que os itens em questão tinham tamanhos, pesos e outras características diferentes, eles foram esticados em locais distintos. 71 Unidade II Na manhã seguinte, um funcionário responsável pelo picking localizou no depósito os cem carrinhos de controle remoto, formou o primeiro conjunto e prendeu uma etiqueta colante em cada carrinho de mercadorias. Os itens foram então colocados em uma esteira com os códigos de barra para cima e ficaram em um recipiente que os organizava em filas de 20 carrinhos, assim, havia cinco filas. Ao passar debaixo de um scanner, o código de barras de cada carrinho foi lido e, no computador, foi feita a correspondência de cada objeto com os diversos pedidos daquele mesmo produto. O computador registrou assim o destino de cada unidade no depósito. Para cada pedido, há um recipiente específico cuja localização no depósito está devidamente cadastrada no computador. Quando o carrinho passa sobre o ponto correspondente ao pedido, a bandeja é girada e o produto é descarregado no recipiente destinado ao cliente. Essa mesma operação foi feita por outro apanhador no setor de jogos de cartas. Assim, o jogo de cartas encomendado pelo cliente, por sua vez, chegou ao mesmo recipiente correspondente ao do nosso consumidor. Posteriormente, todo o conjunto de mercadorias encomendado pelo cliente, no caso, os dois produtos citados, serão empacotados e o pacote será colocado em outra esteira rolante. Outro scanner lerá os códigos de barras das etiquetas e irá separar os pacotes conforme os destinos geográficos e as diversas rotas: Nova York, Los Angeles etc. Em seguida, a mercadoria será consolidada por rota e transportada aos centros de destino por caminhão. Em épocas como a do Natal, nas quais o movimento aumenta substancialmente, percebe-se a importância de um modelo como esse. Primeiramente, para que tudo funcione corretamente, temos de reforçar o papel central do sistema informacional. Se o tratamento de dados dos pedidos for realizado por meio de um sistema computacional que não tenha uma interligação eficiente com o sistema de depósito, é quase certo que ocorrerão problemas sérios e estes não poderão ser resolvidos caso a caso em razão do volume transacionado. Para ampliar a conexão de informação entre os envolvidos, é necessário que as transportadoras e centro regionais de distribuição estejam interligados de forma estreita com a empresa de comércio eletrônico via EDI ou internet. Observação Toda essa estrutura representa custos fixos e exige grande demanda. Se a estrutura montada não operar em sua plenitude, significará prejuízo para a empresa. 72 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Exemplo de aplicação Como você agiria frente ao que foi exposto no estudo de caso anterior? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________. 6 DA PRODUÇÃO EM MASSA À CUSTOMIZAÇÃO Como as fronteiras de atendimento no e-commerce são maiores e irrestritas, ou seja, não temos um espaço limitado nem para comprar nem para vender, o atendimento de clientes tem de ser feito a partir de uma área geográfica maior. Além disso, a prática de comércio eletrônico trouxe como diferencial a customização nas operações, ou seja, cada cliente é atendido dentro de suas especificidades. A partir da premissa de atender de maneira customizada (produtos ou serviços com características específicas para cada cliente), as operações passam a ocorrer em um número maior. Como exemplo dessa exigência, podemos apontar o lançamento pela General Motors no Brasil do automóvel modelo Celta, carro popular de grande aceitação. O slogan do lançamento era “Celta – não tem dois iguais”. A alteração aqui reside no fato de que os clientes podem decidir determinados detalhes do carro a seu gosto. Assim, a grande mudança foi a saída de um modelo de produção em massa para a atuação customizada. Como coloca Novaes (2004), a revolução industrial trouxe consigo a produção em massa e possibilitou o barateamento dos mais diversos produtos e uma enorme ampliação dos mercados. É o caso, por exemplo, do automóvel. No início de século XX, ter um carro era um hobby esportivo de pessoas ricas e, com Henry Ford, o automóvel chegou aos lares dos cidadãos de classe média para, mais tarde, se tornar um instrumento de locomoção diária. O mesmo pode ser dito dos aparelhos de celular, da televisão a cores etc. Após a Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento da tecnologia da informação, da manufatura flexível e da logística, foi possível ampliar o leque de produtos oferecidos e ter muito mais variedade de opções. Com o passar do tempo, o padrão de exigência dos consumidores ficou cada vez mais alto. Até pouco tempo atrás, uma pessoa que desejasse comprar um carro teria de se direcionar até uma concessionária e analisar os carros em exposição. Caso não se interessasse por nenhum dos veículos disponíveis, tinha de esperar pela chegada do produto de sua escolha à loja ou ir até outra concessionária para encontrar o automóvel de sua preferência. 73 Unidade II Para abrir uma conta em um banco, o cliente preenchia a mão uma ficha com quatro laudas na qual informava seus dados pessoais, números de documentos, endereço, filiação, situação profissional etc. O gerente do banco enviava a ficha com cópia dos documentos do cliente para um setor de contas e uma semana depois a conta estava aberta. Assim, uma vez que o cliente recebesse o número da conta, poderia fazer um depósito. As transações bancárias realizadas pelo cliente podiam ser feitas somente na agência em que ele abrira a conta. Quando este ia fazer um depósito, localizavam sua ficha de controle no arquivo e lançavam o crédito a mão. A época em que as duas situações anteriormente descritas aconteciam cotidianamente era a segunda metade da década de 1990. Será que o consumidor de hoje aceitaria alguma das duas transações citadas? Atualmente, com a vigente estrutura de comércio eletrônico, o comprador pode montar virtualmente seu veículo para, em seguida, fazer o pedido e finalmente indicar o local onde irá recebê-lo. Mesmo que os prazos ainda sejam acima do esperado, a possibilidade de receber um bem exatamente como desejado é muito estimulante. O termo dado para esse tipo de atuação é produção customizada. O mesmo ocorre com clientes que procuram um aparelho de TV: eles podem pesquisar o modelo, onde está disponível e os preços pela internet. Em seguida, fazem o pedido e combinam como receber a mercadoria. No que se refere aos serviços bancários, a internet facilitou muito a relação entre os bancos e os clientes. A maneira de movimentar recursos financeiros pela internet é cada vez mais ágil e praticamente não é mais necessário ter que ir até as agências. Ao pensar nas empresas que atuam no comércio eletrônico, é interessante saber que elas operam quase que somente pelo meio virtual, o que exige pouquíssimas operações no meio físico. Exemplo de aplicação Estudo de caso – Google O Google, por exemplo, oferece serviços de busca para milhões de internautas. Basicamente, a informação desejada é oferecida ao internauta à medida que vai sendo buscada. Esse é um belo exemplo de customização, pois a empresa oferece exatamente aquilo que o cliente precisa e na hora em que precisa. A indústria automotiva, os vendedores pela internet e os bancos precisariam seguir esse modelo. Os serviços oferecidos pelo Google são gratuitos e sua receita vem das propagandas inseridas no portal. Logo, quanto mais usuários acessarem a página, mais atraente ela será para servir de suporte a novas propagandas. Agora, como o Google consegue essa customização? 74 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Para atender suas necessidades, a empresa mantém uma equipe de técnicos que trabalha constantemente no desenvolvimento e melhoria do site e dos serviços de algoritmos de busca. Por trás dessa operação, há um aspecto muito importante, que é o objetivo de todos que atuam em atividades de negócios na internet: o ganho em escala. No jargão do comércio eletrônico, esse ganho é chamado de scalability (“escalabilidade”) Os grandes investidores de empresas pontocom chamam de “escalabilidade” infinita um negócio na internet que possa atender um número ilimitado de usuários a um baixo custo ou até mesmo a um custo nulo. No caso do Google, a “escalabilidade” é quase infinita, pois, uma vez instalado o portal, mesmo que o nível de demanda tenha crescido exponencialmente, não houve a necessidade imediata de aumento do número de funcionários, da frota de caminhões, dos centros de distribuição e de demais requisitos físico-operacionais que fazem parte da grande maioria das atividades comerciais existentes. Se analisarmos os níveis de escalabilidade de outros negócios, podemos ver que na Amazon, por exemplo, a escalabilidade é menor que a do Google, pois aquela depende do recebimento de itens físicos para entrega e um aumento de demanda exigirá reforço proporcional em sua estrutura. Ainda em relação à “escalabilidade”, uma montadora de veículos a terá numa escala menor do que a da Amazon, já que, para um veículo ficar pronto, há o envolvimento de uma ampla cadeia de suprimento que é limitada pela capacidade de produção. Portanto, ainda está fora de cogitação a venda de um carro totalmente customizado, no entanto, as montadoras encontraram algumas soluções nesse campo, como fazer uma pesquisa para conhecer a preferência dos consumidores e, por meio disso, montar kits ou alguns pacotes padrões com uma combinação diferente de componentes ou acessórios. Assim, a empresa vende produtos diferenciados que, mesmo limitados, foram escolhidos pelo cliente. Dessa forma, ao analisar a necessidade de customização do novo ambiente empresarial, o gestor logístico deve enxergar que, embora o comércio eletrônico tenha introduzido expectativas novas nos consumidores, há formas inteligentes de contornar as consequências negativas nas grandes cadeias de suprimentos. 6.1 Serviços logísticos no comércio eletrônico O comércio eletrônico é uma ferramenta poderosa para ampliar as operações de qualquer empresa, porém, ao atuar nessa modalidade de negócios, a empresa perde a referência de controle de quantos clientes terão a intenção de compra dos produtos ou serviços ofertados. Devido à falta de controle de quem serão os clientes, pode ocorrer de haver uma procura mínima ou uma procura acima da capacidade operacional da empresa, assim, para ter bons resultados, é necessário projetar de forma planejada os serviços ofertados no comércio eletrônico (VASCONCELLOS, 2010). Nesse sentido, vamos imaginar uma empresa que tenha uma estrutura formada para atuar nos moldes tradicionais de vendas em lojas físicas e agora pretende atuar no e-commerce. Como 75 Unidade II projetar as entregas? Utiliza-se a mesma estrutura existente ou monta-se uma nova estrutura para o e-commerce? Em situações assim, enquanto algumas empresas de grande porte adotam sistemas próprios de entrega para as compras realizadas por meio do e-commerce, a grande maioria das organizações tende a utilizar serviços logísticos terceirizados, isso porque não é possível prever a demanda com precisão. Assim, ao observar um aumento de consumo, a empresa busca novos parceiros e terceiriza serviços. Esses serviços terceirizados de entrega são representados normalmente por empresas de entrega rápida e transportadoras de entregas fracionadas, o que possibilita atender em variedades, em locais diferenciados e em unidades. No mercado norte-americano, o conceito de hub-and-spoke que a Federal Express colocou em prática em suas operações trouxe um padrão inovador nas entregas rápidas, que possibilita entregar produtos em qualquer local do território norte-americano com agilidade e baixo custo. Observação No sistema hub-and-spoke, que é um modelo de consolidação de cargas, a carga é toda destinada a um único centro de operações (hub) onde são feitos a triagem e o redespacho da mercadoria para os vários destinos ao longo das rotas (spokes). É uma forma de centralizar as operações e facilitar o gerenciamento das distribuições. Esse sistema de entrega centralizada em uma espécie de CD (centro de distribuição) possibilitou a padronização dos prazos de entregas para milhares de destinos nos Estados Unidos da América e permitiu aos usuários planejar suas atividades empresariais com mais eficiência e economia, isso porque houve redução nos custos e os prazos de entrega foram cumpridos dentro do esperado. Outro ponto positivo é que um sistema de entrega como o citado, que cobre todo o território norteamericano com um nível de serviço uniforme e confiável cria novas oportunidades para as empresas usuárias ao reduzir significativamente os níveis dos estoques, pois elas sabem que receberão os produtos solicitados em prazos rápidos e já conhecidos. Assim, as empresas podem comprar volumes menores, o que resultará em maior giro de estoque. No Brasil, não temos um serviço de entrega expressa com o nível dos existentes nos EUA, por exemplo. O serviço que mais se aproxima dos norte-americanos é o Sedex, dos Correios. Nos EUA, uma das empresas de entrega expressa é a United Parcel Service (UPS), uma pioneira que iniciou suas operações no ano de 1907, em Seattle, sendo hoje uma das maiores transportadoras de cargas fracionadas do mundo. A UPS tem como concorrente a Federal Express (FedEx), que realmente revolucionou o setor de entregas rápidas ao introduzir modernos conceitos logísticos em suas operações. A FedEx iniciou sua atuação no ano de 1973 e, atualmente, entrega milhões de pacotes no mundo todo diariamente. De acordo com dados de 2004, o faturamento anual da FedEx gira em torno de 21 bilhões de dólares (VASCONCELLOS, 2010). 76 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO 6.1.1 Operação da FedEx Nos Estados Unidos, a operação colocada em prática nos serviços de entrega rápida sob o conceito hub-and-spoke se deu especificamente no transporte de cargas aéreas. Por meio de seus agentes, a FedEx retira as encomendas nos diversos pontos do território norteamericano e as traz para as unidades locais. Após estar concentrada em centros regionais, a carga é transportada por via aérea até o hub (centro de operações), localizado em Memphis. Essa cidade foi escolhida como hub porque está situada no centro do território norte-americano e seu tráfego aéreo raramente é prejudicado por mau tempo. Assim, ao chegar ao hub, os pacotes são descarregados, separados por região e reembarcados nos aviões, que os levam para seus destinos durante a madrugada. Na manhã seguinte, os pacotes são transportados aos clientes por meio de uma frota de veículos de entrega. Priority overnight O priority overnight é um serviço sofisticado da FedEx que garante a entrega de pacotes com peso máximo de 68 kg até as 10h30 do dia útil seguinte ao despacho. Ele cobre a maioria das cidades norteamericanas e, nas cidades onde não há cobertura, a entrega da encomenda é feita no dia útil seguinte até as 12h. Para dar segurança ao cliente, a empresa garante a devolução do frete em caso de não cumprimento desses prazos. Esse tipo de serviço revolucionou o jeito de fazer negócios em muitas empresas, pois a garantia de recebimento rápido em qualquer região do país possibilitou que as empresas-clientes tivessem estoques menores. Por exemplo, se cada livraria mantivesse em estoque três exemplares de cada título à venda, a necessidade de estoque seria imensa. Se for possível manter estoques em poucos depósitos ou em apenas um, o nível de mercadorias em estoque ficará bastante reduzido. Isso seria possível com um serviço confiável de entregas rápidas à disposição, pois assim as livrarias poderiam fazer vendas e combinar entregas para o dia seguinte ao pedido. Um modelo típico de vendas que ocorre nessa estrutura é o da Amazon, que vende livros pela internet e faz entregas através de operadores logísticos como FedEx, UPS e DHL (divisão da Deutsche Post), Correios etc. 6.1.2 Serviço de courier postal No Brasil, os Correios oferecem um sistema de encomendas expressas chamado Sedex. O principal serviço oferecido pelo Sedex é a entrega de carga fracionada pesando até 30 kg em todo o território nacional, sendo que o prazo para entrega varia conforme os locais de origem e de destino. Quando a origem e o destino forem capitais brasileiras, a entrega ocorrerá no dia seguinte sem a especificação de horário. Se o destino for o interior de algum estado, será preciso mais um dia para efetivação da operação. Se a origem e o destino forem cidades localizadas no interior de estados diferentes, o prazo de entrega será de três dias (NOVAES, 2010). Os Correios oferecem ainda outros serviços de encomendas expressas, como o Sedex Hoje, com entregas no mesmo dia, e o Sedex 10, que faz entregas até as dez horas do dia seguinte. Há ainda o eSedex, um serviço específico para empresas de e-commerce. 77 Unidade II O e-Sedex oferece seus serviços em três modalidades – standard, prioritário e express – e permite que a programação das entregas para diversos horários, o rastreamento e a confirmação das entregas sejam feitos eletronicamente. Na modalidade standard, os produtos coletados nas empresas clientes entre as 8h de um dia D e as 6h do dia D+1 serão entregues entre 8h e 18h do dia D+1. Para o serviço prioritário, a coleta será feita entre 9h e 12h do dia D, sendo que a primeira tentativa de entrega será realizada no mesmo dia até as 18h e a segunda tentativa, entre 18h e 21h do mesmo dia. No serviço express, a coleta será feita entre 13h e 17h do dia D e a primeira tentativa de entrega se dará entre 18h e 21h do mesmo dia. A segunda tentativa de entrega, por sua vez, será entre as 8h e as 12h do dia D+1. Para oferecer segurança aos clientes, o e-Sedex trabalha com logística reversa, ou seja, sempre que não for possível realizar uma entrega por qualquer motivo, há a devolução da encomenda para a empresa-cliente. O e-Sedex inclui serviços de recebimento de pagamentos no ato da entrega e a troca de informações on-line com as empresas pontocom participantes. Saiba mais Para conhecer mais sobre os serviços Sedex, acesse o site: <http://www. correios.com.br/produtosaz/default.cfm?filtro=R/Z>. Acesso em: 15 ago. 2011. Exemplo de aplicação Qual a importância dos serviços de entregas rápidas para a ampliação do comércio eletrônico? Há diferenças entre os serviços do Sedex, no Brasil, e os da FedEX, nos EUA? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________. Até aqui, o futuro gestor logístico já deve ser capaz de entender a importância da estrutura logística para que o e-commerce funcione de maneira competitiva. 78 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Exemplo de aplicação Estudo de caso – ShopFácil A empresa ShopFácil pertence à Scopus Tecnologia, uma empresa do grupo Bradesco, e tem como diferencial oferecer facilidades de compras em várias lojas e concentrar as formas de pagamento. Ela foi fundada em 2000 e totalmente reformulada em 2007. O ShopFácil coloca à disposição das empresas conveniadas os serviços da Metropolitan Logística e da VirtuaLog. A parceria entre essas duas companhias coloca à disposição das lojas eletrônicas a mais moderna infraestrutura logística de apoio ao comércio eletrônico, independentemente do porte da loja, e a custos extremamente baixos. Há o oferecimento de serviços integrados com o site da empresa-cliente nos quais todas as informações são disponibilizadas on-line e em tempo real. Alguns dos serviços providos são: • armazenagem: guarda de produtos nos depósitos da Metropolitan Logística, que contam com segurança 24 horas, seguro contra roubo e incêndio e equipamentos adequados de guarda e movimentação, tudo isso com custo variável calculado de acordo com a área utilizada; • manuseio: recebimento de produtos, conferência, montagem de kits promocionais, uso de embalagens especiais, etiquetagem, expedição e demais serviços de manuseio; • controle de estoque: disponibilização de estoque e de saldos de estoque on-line via internet a partir de ferramentas de apoio à decisão para reposição ou promoção de produtos em estoque; • otimização de transporte: os produtos chegam a seu destino final da forma mais eficiente e com o melhor custo-benefício por meio da VirtuaLog e seus sistemas MOT (módulo de otimização de transporte), de última geração. Além disso, seus módulos permitem a otimização do cálculo do frete e o gerenciamento de transportadoras ao direcionar cada pedido para a transportadora cadastrada especializada por região e modal, minimizando desse modo o custo e maximizando a eficiência; • rastreamento total dos pedidos: por meio do módulo de rastreamento de carga, é possível rastrear os pedidos e acompanhar todas as etapas do processo de venda, desde a disponibilização do produto no armazém até a entrega final ao cliente, inclusive com a assinatura digitalizada de quem recebeu o produto; • transformação de custos fixos em custos variáveis: esse serviço proporciona a redução de custos mediante a terceirização de serviços logísticos, pois não há a necessidade de possuir armazéns próprios e arcar com seus custos; • contrato personalizado: o contrato é feito respeitando as particularidades do negócio de cada empresa e proporciona a melhor solução de custeio e forma de pagamento (semanal, quinzenal, mensal, ou outra que melhor se adequar); • atendimento personalizado: há uma linha 0800 à disposição das empresas que preferirem aderir a esse serviço. Essa linha conta com o atendimento do ombudsman e permite tirar dúvidas na central de apoio logístico (CAL), na qual há uma equipe de técnicos especializados que analisa as melhores soluções para cada cliente. 79 Unidade II Exemplo de aplicação Reflita e descreva com suas palavras como o oferecimento desses tipos de serviços pode reforçar as atuações do comércio eletrônico. ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________. Atuar no comércio eletrônico exige planejamento logístico. A boa administração logística compreende todas as etapas decorrentes de uma venda, ou seja, os pedidos, a gestão de estoques, a verificação de crédito, o faturamento, a cobrança de impostos e também todos os processos de compras. Para que uma loja de vendas pela internet dê certo, não basta apenas implantar um site e montar uma estrutura informatizada, é imprescindível investir na eficiência do sistema de entrega dos produtos. Vasconcellos (2010) diz que uma infraestrutura logística eficiente é um fator de sucesso para os empreendimentos on-line. Isso é perceptível na medida em que os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto aos prazos e à confiabilidade nas entregas. Diante do exposto, a logística começa a ser tratada atualmente como o ponto central do e-commerce. 7 LOGÍSTICA COMO CENTRO DAS OPERAÇÕES Vasconcellos (2010) tem uma visão de logística que vai ao encontro dos principais especialistas da área. O autor afirma que a logística tem como objetivo disponibilizar produtos e serviços ao cliente no tempo, lugar e condições corretas. Em empresas de e-commerce, seja na modalidade B2C ou B2B, esse conceito não seria diferente, já que a velocidade e exatidão nas entregas são essenciais. Com a evolução da exigência do consumidor, a logística passou a ser tratada não mais como um mal necessário para a empresa, mas como uma fonte de vantagem competitiva (PORTER, 1990). Assim, o que seria necessário para ter a logística como vantagem competitiva? Primeiramente, todas as empresas têm de ter suporte e cooperação de muitos outros negócios para completar seus processos logísticos. Isso se dá, por exemplo, no estabelecimento de alianças e parcerias para fornecer aos clientes o nível de serviço requerido. Por exemplo, para atuar com uma floricultura on-line em uma cidade qualquer, a solução seria fazer convênios com floriculturas físicas em diversas regiões da cidade pode tornar possível essa operação. 80 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO A busca de parcerias é, portanto, uma maneira de conseguir vantagem competitiva por meio da logística. Uma outra forma de ter esse benefício é contratar serviços especiais para executar certas tarefas do processo, tais como armazenagem e transporte, transformando assim os custos fixos em custos variáveis e tornando os negócios mais lucrativos. Nesse processo, é importante saber escolher o fornecedor ideal e estabelecer com ele um relacionamento confiável e mutuamente rentável. Ter a mesma base de pensamento de uma empresa física gera um melhor atendimento das demandas das operações logísticas no comércio eletrônico. Essa base é proposta por Ballou (1998) e consta de estratégias de estoque, de transporte, de localização e de serviço aos clientes. A figura a seguir representa essa ideia: Estratégia de estoque Estratégia de transportes Previsão Política de estocagem Programação de compras Manuseio de materiais Qual meio? Que rotas? Controle Consolidação de cargas Objetivos de serviços ao cliente Estratégia de localização Planejamento da rede Figura 37 – Principais decisões da logística Abordaremos agora a estrutura de negócios B2B, que evoluiu qualitativamente em cinco fases de acordo com o padrão tecnológico existente e os pontos impostos pela competição (NOVAES, 2001). Observe o gráfico a seguir: Avanço mercadológico e economias de escala Gráfico 04 – Interfaces dos estágios de desenvolvimento tecnológico em prol da modalidade B2B VI V III I EDI 1996 Integração de II ERP e sistemas Sites de vendas e promoção 1998 IV Hubs verticais Comunidades comerciais Soluções horizontais 2000 Fonte: Vasconcellos, 2010. 81 Unidade II Na fase I de desenvolvimento tecnológico na modalidade de negócios B2B, a tecnologia que predominava era o EDI (eletronic data interchange), uma transferência automática de dados em um formato comum entre duas empresas. O EDI pode ser feito por meio de uma estrutura própria ou com uma rede de intercâmbio chamada VAN (value-added network) e tem como características principais a segurança e os altos custos envolvidos. Novaes (2001) afirma que o EDI se tornou popular entre as grandes empresas para acelerar as operações e implantar processos administrativos e operacionais na cadeia de suprimentos. A fase II surgiu com a explosão dos web sites. Nessa etapa, os produtos eram mostrados na página do fornecedor com uma série de informações e o comprador fazia seus pedidos via cartão de crédito ou outro meio. No início dessa fase, promover o conhecimento puro e simples dos produtos era usual e não havia estratégias para fazer do modelo um meio de movimentar grandes recursos. A fase III foi marcada pelo crescimento na utilização dos sistemas ERPs, sendo que, dentre eles, os mais comuns são SAP, Baan e Oracle. Nesse período, as grandes empresas buscavam otimizar seus processos internos e sua cadeia de suprimentos para instalar softwares que gerenciassem suas compras e vendas. O grande desafio era com a “intercambiabilidade” entre os diversos softwares utilizados, situação hoje já resolvida e superada. Na fase IV, buscou-se soluções horizontais, que são definidas por Novaes (2001) como agentes que fornecem especialmente serviços que visem reduzir transversalmente as ineficiências das diversas cadeias de suprimento que competem no mercado. É a busca de eficiência pela ampliação das parcerias entre várias empresas, mesmo que concorrentes entre si. As fases V e VI são consideradas as mais atuais e dão ênfase às soluções verticais, ou seja, fornecem soluções e serviços apropriados aos diversos segmentos de negócios. Contrariamente aos intermediários horizontais, que focalizam a integração em diversas cadeias, os agentes verticais têm sua atenção em uma determinada cadeia de suprimentos e, em situação mais avançada, criam comunidades de compras intermediadas por um portal de internet que otimiza os processos, diminuindo também os custos logísticos totais. Observe a imagem a seguir: Fornecedor 1 Comprador 1 Fornecedor 2 Ambiente de negócios marketplace Fornecedor 3 Fornecedor 4 Comprador 2 Comprador 3 Comprador 4 Figura 38 – Comunidade virtual de negócios No tipo de integração vertical, tanto as empresas compradoras como as fornecedoras têm vantagens: • vantagens dos compradores: - consolidação das compras totais; 82 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO - possibilidade de pesquisar preços; - acesso a outros serviços. • vantagens para os fornecedores: - economia de gastos com propagandas; - diminuição das forças de vendas; - aumento potencial da demanda por seus produtos. Para Limeira (2010), o e-marketplace funciona como um provedor de infraestrutura para negócios on-line. Esses provedores agregam comunidades de interesse em torno de uma infraestrutura comum por meio da internet e disponibilizam serviços que viabilizam as transações entre compradores e vendedores. Fornecedor Distribuidor Transportador Intermediário de negócios Fornecedor e-marketplace Intermediário de negócios Comprador Comprador Depósito Logística Fornecedor Logística Comprador Figura 39 – Funcionamento de um e-marketplace Segundo a Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML), o operador logístico, por sua vez, é um fornecedor de serviços logísticos especializado em gerenciar todas as atividades ou parte delas nas várias fases da cadeia suprimentos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MOVIMENTAÇÃO E LOGÍSTICA, 1999). Lembrete Outsourcing é terceirização. Outsourcing de operadores logísticos é a terceirização desse prestador de serviços. Com as necessidades de um mercado exigente como o mercado eletrônico, um operador logístico deve ter muito mais do que armazéns e estrutura de transportes. Ele deve possuir competências para uma atuação integrada com sistemas de informação, treinamento etc., pois, desse modo, terá a capacidade de oferecer um pacote completo de soluções a seus clientes. 83 Unidade II Exemplo de aplicação Estudo de caso – Webb: negócios on-line A Webb é uma provedora de serviços especializados de e-business por meio da identificação, desenho, implantação e operação de soluções nessa modalidade para organizações que buscam tornar-se mais eficientes nos processos e relacionamentos com seus parceiros de negócios e em atividades de compras e vendas. A empresa opera desde abril de 2000, já propiciou a realização de transações eletrônicas de compra e venda em tempo real envolvendo mais de 4 mil empresas, catalogou cerca de 100 mil itens e fez a adesão de mais de 3 mil fornecedores. Além disso, estabeleceu parcerias com portais globais de diversos setores e conquistou grandes clientes entre multinacionais e empresas líderes de mercado. No primeiro semestre de 2003, a Webb registrou mais de 6 bilhões de reais em transações realizadas por seus clientes. A empresa é uma iniciativa concebida e implementada pelo Macal, grupo de empreendedores que trabalham juntos há mais de 15 anos na identificação e desenvolvimento de negócios que tenham alto potencial de criação de valor, como a implantação da primeira operadora de TV a cabo no país (Multicanal) e do canal de compras Shoptime. Em 1999, o grupo decidiu expandir o êxito de outras iniciativas suas na internet por meio da criação de um novo negócio voltado para o relacionamento comercial entre empresas: a Webb. Um ponto forte da Webb foi ter contratado desde o início diretores especializados e com grande experiência para cada uma de suas áreas de atuação, ou seja, ela iniciou em sólidas bases seu processo de aprendizado sobre os formatos específicos de relacionamento comercial para cada tipo de indústria. Ao entrar no mercado no início das práticas B2B no Brasil, a Webb compreendeu e se adequou às características desse novo mercado que começava a se configurar, tendo como seus princípios ativos seus empregados e sua expertise na prestação de serviços. Concebida para funcionar como um mercado multissetorial dividido em portais verticais e horizontais, a Webb se preparou para oferecer uma solução de compra e venda completa para pequenas e médias empresas. Seus portais verticais eram especializados nas indústrias de saúde, papel, química e automotiva e os portais horizontais contemplavam os setores de seguros, MRO (manutenção, reparo e operações) e treinamento. No marketplace, diversos compradores se relacionam com diversos fornecedores. Esse relacionamento vai desde a cotação e colocação de pedidos até a concessão de crédito, liquidação financeira e entrega dos produtos de forma consolidada por um centro de logística. A figura 40 ilustra essa operação: 84 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Entrega de pedidos Comprador Envia pedido Recebe informação Centro de logística Informe consolidado Confirma recebimento de mercadorias Webb Transfere pedido Entrega Consulta crédito Instituição financeira Confirma crédito Confirma pedido Fornecedor Figura 40 No entanto, três fatores no ambiente externo fizeram a Webb reavaliar seu posicionamento estratégico. Em 1999, quando a Webb foi estruturada, a Nasdaq estava em seu apogeu. Todas as previsões apontavam para um crescimento vertiginoso das empresas pontocom e acreditava-se que se viveria um cenário de total virtualidade, com uma explosiva expansão dos negócios via internet. Com o despencar da Nasdaq, em março de 2000, a realidade se mostrou bem mais modesta que seus prognósticos e empresas pontocom faliram, se fundiram, foram absorvidas e outras ainda buscaram novas estratégias para continuar competitivas. No início de 2000, o IDC, empresa líder mundial no fornecimento de dados, análises e consultoria sobre tecnologias de informação e telecomunicações, divulgou uma pesquisa que, apesar de apontar o potencial dos marketplaces, mostrava que esse modelo de negócio ainda era prematuro e que o mercado seria inicialmente dominado pelos portais privados. Gráfico 05 – Previsão de receita B2B 2500 2000 1500 Portatis privados 1000 Marketplaces 500 0 2001 2002 2003 2004 2005 Fonte: Vasconcellos, 2010. A Webb então acabou se deparando com outro grande obstáculo: não havia no país a cultura de compra e venda por catálogo, cultura essa que há muitos anos era praticada nos EUA e em outros países desenvolvidos. 85 Unidade II Ao notar que as empresas de grande porte assimilavam com maior facilidade os benefícios da internet e conhecendo o desejo dessas mesmas empresas de se relacionar com seus clientes de forma privada, a Webb começou gradativamente a mudar sua estratégia. Dentro dos próprios portais verticais, foram criados ambientes privados chamados na época de comunidades fechadas, nas quais as grandes empresas da indústria se relacionavam com seus parceiros comerciais de forma exclusiva. Nesse caso, a infraestrutura da Webb foi colocada à disposição dessas empresas no formato application service provider (ASP), o que possibilitava a utilização da escala de transações existente. Essa modalidade abriu as portas para alguns ramos particulares, como os de: • suprimentos: correspondia à orientação para empresas com grandes volumes de compras, que podiam criar catálogos eletrônicos para a disponibilização de pedidos em um portal próprio de compra; • distribuição: esse ramo apresentava a solução para a venda e distribuição de produtos e facilitava a relação da empresa fornecedora com seus distribuidores, clientes ou franqueados. Essa orientação era destinada a empresas fornecedoras que tinham participação relevante no volume de mix de compras de seus clientes; • governo: formatado conforme os instrumentos legais que regiam as licitações públicas, esse ramo permitia a divulgação de editais e informações e a realização de compras por meio de um portal próprio. Em pesquisas, a Webb percebeu que o e-business (negócios eletrônicos) era parte da estratégia corporativa das grandes companhias brasileiras, sendo o e-procurement (aquisição eletrônica) uma das principais iniciativas nessa área. Essas empresas tinham ainda a percepção de que os ganhos gerados com strategic sourcing, e-sourcing e e-procurement eram significativos e podiam ser atingidos em curto prazo. Observação Strategic sourcing tem como objetivo a compra inteligente, a estratégia de parcerias ou a estratégia de terceirização. A pesquisa da Webb apontou que 75% dessas empresas afirmavam possuir estratégia formal de e-business; 90% implementaram, estavam implantando ou desejavam implantar uma solução de eprocurement; dessas, 70% esperavam que o e-procurement as ajudasse a reduzir seus gastos em 5% ou mais e 30% esperavam reduzir seus gastos em 15% ou mais. Aqui, é oportuno destacar que, embora a Webb mantivesse e operasse um centro logístico com novas estratégias de operações como um dos componentes fundamentais do marketplace, a logística como tal perdeu sua importância. Isso fez com que a empresa deixasse de oferecer o marketplace, pois tanto os grandes compradores como os grandes fornecedores que operavam com os portais privados normalmente já tinham parceiros e soluções às quais davam preferência. 86 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Mesmo assim, a Webb se especializou na prestação de serviços com vistas à negociação de logística para grandes empresas e ficou responsável pelo desenho, negociação e implementação de uma nova operação logística para as organizações, com análise de custos por rota, região, tipo de frete (lotação, fracionado, “paletizado”, a granel etc.) e tipo de carga (seca, perigosa etc.) e gerenciamento e execução de toda a atividade negocial (RFI, RFP e RFQ). Além disso, a Webb passou a realizar também um profundo trabalho de sourcing com empresas do mercado entre transportadoras e operadores logísticos. Todo esse cenário fez com que, em outubro de 2000, a Webb desse sua primeira grande virada. A empresa adaptou seu modelo de negócio para contemplar ambientes exclusivos de negociação entre grandes empresas, independentemente de seus portais verticais. De forma reduzida, foram tomadas as seguintes decisões: • os ambientes verticais e horizontais então existentes foram extintos; • foram incorporadas ao discurso comercial as vantagens do formato application services provider (ASP), no qual é possível compartilhar infraestrutura, eliminar a necessidade de investimentos em tecnologia e gerar ganhos de escala; • foram adicionadas à modalidade de catálogo as ferramentas eletrônicas de leilão e RFx. Observação RFx é a sigla dada para request for something, ou seja, uma tomada de preços qualquer. Os resultados dessas ações puderam ser sentidos imediatamente. A Webb repriorizou seu públicoalvo e passou a comercializar soluções privadas de e-business para empresas de porte maior, o que fez com que atingisse as pequenas e médias empresas de forma indireta. Com isso, foi possível aprofundar o relacionamento com os clientes, pois houve a geração de mais benefícios para eles e o aumento da rentabilidade da Webb. Porém, mesmo com um modelo mais apropriado à configuração do mercado e mais rentável, a Webb entendeu que havia um novo risco: ser percebida como commodity tecnológica, podendo ser facilmente copiada por seus concorrentes. Foi nesse cenário que a empresa preparou sua segunda grande virada. A segunda virada da empresa se deu quando foi consolidada sua capacidade de agregar serviços especializados de diagnóstico, planejamento e implantação e operações de soluções e-business às ferramentas tecnológicas. Esse posicionamento diferenciado permitiu à Webb atuar de forma mais consistente frente a seus clientes finais. Por meio da experiência gerada pela realização de negociações eletrônicas e estabelecimento de portais privados, a Webb passou a acumular conhecimento dos modelos de relacionamento comercial de empresas de diferentes indústrias. Atenta ao valor desse conhecimento, a empresa organizou 87 Unidade II uma série de serviços especializados e passou a se posicionar como uma prestadora de serviços ebusiness. A colaboração para que esses serviços sejam prestados eficientemente vem dos parceiros da Webb, que são: • Transora: maior portal de produtos de consumo do mundo; • Rubbernetwork: maior portal da indústria de pneus e borrachas do mundo e em operação na Europa, EUA, Japão e Cingapura; • Quadrem: e-marketplace mundial para as indústrias de mineração, metais e minerais indústriais; • Covisint: iniciativa global de e-business da indústria automotiva; • Aerochain: marketplace B2B da indústria aérea e de defesa. Utilizando os serviços e a infraestrutura da Webb, essas empresas possibilitam a seus investidores realizar negociações eletrônicas e introduzir robustos projetos de e-business no Brasil e na América Latina. Para lidar com seus clientes e parceiros, a atuação da Webb se expande pela América Latina. Além da matriz de operações, que fica no Rio de Janeiro, a Webb possui escritórios comerciais em Belo Horizonte, São Paulo e São José dos Campos e também na Cidade do México e em Monterrey, no México, em Santiago, no Chile, e em Bogotá, na Colômbia. Os portfólios de soluções e serviços da Webb englobam: • e-procurement: foi desenvolvido para que as empresas pudessem obter ganhos em suas atividades de compra desde a cotação de preços até o recebimento do pedido. Esse serviço oferece: - análise de compras e de oportunidades: identifica as práticas mais adequadas para cada categoria; - análise de categorias: identifica a possibilidade de redução de custos de compras em cada categoria analisada; - negociações eletrônicas (RFx): define o que será contratado e solicita aos potenciais fornecedores que apresentem suas capacidades e propostas; - leilões: negociação dinâmica em tempo real entre possíveis fornecedores; - compra conjunta: busca de sinergia em uma ou mais categorias de compra; - catalogação: padroniza as descrições, elimina duplicidades e organiza bancos de dados em árvores lógicas de classificação de busca; - administração de portais privados: ao gerenciar acordos comerciais, a administração dos portais privados torna eficiente o processo de compras, possibilita rastreabilidade e 88 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO auditabilidade da disponibilização de pedidos, favorece a descentralização da elaboração das ordens de compra e faz uma tomada de preços; - monitoramento de cotações: incentiva as respostas das cotações por parte dos fornecedores e faz o acompanhamento delas; - adesão de fornecedores: acompanha e auxilia os processos de compra para que as empresas se adaptem ao cenário virtual de negociação; - treinamento: dá apoio aos participantes e explica todo o processo; - suporte ao usuário: oferece suporte em vários idiomas aos clientes e fornecedores; - integração: incorpora a emissão de pedidos, o ressuprimento automático, as ordens de compras, a cotação, o recebimento e o armazenamento das cotações e monitora as transações de ERP; - webEDI: troca documentos em tempo real via internet. • e-sales: busca melhorar a eficiência da transação de venda e distribuição das empresas desde sua previsão até a liquidação financeira por meio da centralização da comunicação com os diversos canais de distribuição. Esses serviços resumem-se em: - assessoria para a utilização do e-sales: apoio para conhecer a metodologia dos processos de venda e distribuição de produtos em uma cadeia logística; - administração da solução: faz a gestão de pedidos, estoque e demanda; - administração de cotações e pedidos: possibilita receber cotações e pedidos de seus clientes e responder em uma única interface, aumentando assim a velocidade e a eficiência dos processos internos; - catálogo eletrônico de produtos: é montado em cinco etapas: diagnóstico, desenho e prova piloto, categorização, harmonização e normalização e catalogação; - adesão de clientes: é uma metodologia própria de adesão de clientes; - gestão de excedentes: orienta empresas que produzem além da demanda para que ajustem sua produção. A descrição das atividades da Webb teve como objetivo demonstrar um modelo de atuação empresarial que apoia e desenvolve meios para reforçar o e-commerce. A gestão da cadeia de suprimentos é essencial nos dias de hoje na medida em que as empresas, tanto reais como virtuais, passaram a dar atenção a um conjunto restrito de atividades. Além disso, a internet modificou a maneira segundo a qual as companhias gerenciam essa cadeia logística. Ferramentas e conceitos como intercâmbio eletrônico de dados (EDI) e sistemas de facilitação de transações auxiliam na complexa tarefa dos gestores de materiais e compras das empresas. 89 Unidade II Em relação aos conceitos de logística, esse estudo de caso aponta também que há elementos fundamentais para o sucesso dos negócios eletrônicos, são eles: • estabelecimento de parcerias corretas com fornecedores de serviços logísticos; • localização dos centros de distribuição; • conhecimento aprofundado do segmento industrial para o qual se pretende fornecer serviços logísticos. 8 SISTEMAS DE PAGAMENTOS Quando se fala em estrutura logística, devemos observar as operações em todas as etapas. Ter tecnologia de apoio é importante, mas precisamos conhecer também outras estruturas, como é o caso da estrutura de pagamentos. Uma loja de e-commerce deve oferecer aos seus clientes diversas formas seguras para que as compras on-line sejam quitadas. As mais comuns são: • boleto bancário; • cartão de crédito; • depósito bancário; • pagamento contra entrega (dos correios). O uso de boletos bancários é amplamente aceito pelas lojas virtuais, pois alguns clientes do ecommerce simplesmente não possuem cartão de crédito ou têm receio de utilizá-lo nas compras online. Mesmo com essas restrições, os cartões de crédito são bastante utilizados no comércio eletrônico, o que exige dos varejistas a contratação de operadoras como Visanet, Redecard, entre outras. A Visanet é a empresa responsável pelo relacionamento com as lojas que operam com o cartão Visa. Para vendas na internet, ela oferece o programa verified by Visa, no qual as transações ocorrem em tempo real. Para trabalhar com os cartões Visa, a loja virtual deve se afiliar ao sistema Visanet e possuir conta corrente em um dos bancos acionistas da Visanet para receber os créditos das vendas pagas a partir dos cartões Visa. A Redecard é a empresa responsável pela captura e transmissão de transações dos cartões de crédito e débito MasterCard, Redeshop, Maestro e Diners. Quando a opção pelo pagamento com os cartões de crédito é feita nas modalidades rotativo ou parcelado, a operação é automaticamente direcionada para um ambiente seguro da Redecard sem que a loja virtual tenha acesso ao número completo do cartão do cliente. Esse sistema oferece maior proteção porque os dados permanecem confidenciais. 90 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO O cartão American Express desenvolveu o serviço WebPOS para pagamentos on-line se valendo da tecnologia de criptografia SSL. Quando um cliente digita os dados de seu cartão, o WebPOS realiza a conferência e a autorização da compra em poucos segundos. Há bancos que também oferecem alternativas de segurança: • Itaú: a instituição possui a plataforma Shopline, que dispõe de diversas formas de pagamentos: - pagamento à vista por transferência; - crediário automático Itaú; - cartão Itaucard; - boleto bancário. • Bradesco: o banco desenvolveu um sistema para o comércio eletrônico no qual oferece quatro possibilidades: - cartões de crédito ou de débito; - financiamento eletrônico; - transferência on-line; - boleto bancário. Outro meio de pagamento é o PayPal, direcionado para compras em sites estrangeiros. Esse é um sistema seguro de processamento de pagamentos de compras on-line por meio de cartão de crédito. Além dos recursos de criptografia, o PayPal permite o uso de todos os principais cartões de crédito aceitos no mundo. 8.1 Comportamento do consumidor do e-commerce Assim como as empresas tradicionais que atuam com lojas físicas, as que atuam no comércio eletrônico também devem conhecer quem são seus clientes antes de iniciar suas operações. Limeira (2010) traz alguns questionamentos para conhecer o cliente da era do e-commerce: quem é o cliente? Que tipo de necessidade, desejo ou problema ele quer resolver? Quais são suas características demográficas e psicográficas? Quantos são? Como decidem sobre suas atividades de lazer e entretenimento? Como possíveis respostas para essas perguntas, a autora citada sugere, por exemplo, que os clientes em potencial seriam jovens entre 18 e 24 anos que procuram atividades de lazer e entretenimento que sejam econômicas, divertidas e diferenciadas. Esses jovens teriam ainda renda familiar acima de dez salários mínimos, seriam universitários solteiros residentes em grandes centros urbanos e gastariam em média R$ 50 por fim de semana 91 Unidade II em lazer e entretenimento, como a prática de esportes, atividades ao ar livre, viagens, atividades sociais, apreciação de música nacional e internacional etc. Além disso, eles teriam turmas e navegariam diariamente na internet. Os sites mais visitados por eles seriam Google, UOL, Globo Esporte, YouTube etc. Estimemos ainda que, no Brasil, haja cerca de 2 milhões de jovens com essas características e, por fim, façamos uma pesquisa que indique que a escolha das atividades e locais de entretenimento e lazer são feitas por esses jovens a partir do que assistem na televisão, pesquisam na internet, leem em revistas de músicas e de esportes e do que conversam com seus amigos. Todos esses dados são valiosos para direcionar um negócio no comércio eletrônico voltado para o público jovem. Assim, um gestor logístico deve ser um profissional que enxergue uma atividade qualquer em toda a sua essência. Ele deve, por exemplo, ter em mente os detalhes de um plano de negócios, detalhes esses que não deixam de ser importantes para o e-commerce. Resumidamente, o gestor logístico deve saber: • quem é o cliente; • o que compra; • por que motivo compra; • quando compra; • como compra; • o que o influencia na compra; • como é o mercado; • quem são os concorrentes; • quem seriam os parceiros; • qual é o diferencial; • quais recursos são necessários para a operação; • que modelos adotar. Para obter informações como as citadas, temos como meio de pesquisa no Brasil os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e diversas empresas especializadas em pesquisa de marketing, com capacidade para fazer estudos sobre quantificação e qualificação de mercado, análises sobre comportamento do consumidor e estimativas de potencial de consumo por segmento da população. 92 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Saiba mais Entre no site da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa e conheça as empresas de pesquisa que atuam no Brasil: <http://www.abep.org>. Acesso em: 15 ago. 2011. 8.2 Conhecendo o cliente Conhecer o cliente é a base para um programa de marketing bem-sucedido no mundo real e também no mundo virtual. O papel do marketing é atrair e reter o cliente. Para auxiliar nesse desafio, os especialistas em marketing desenvolveram um modelo de comportamento do consumidor que engloba tanto os aspectos cognitivos do processo de decisão de compra quanto os aspectos emocionais daquele que consome. Esse modelo é amplamente difundido pela literatura de marketing e utilizado na prática profissional. A figura abaixo é um modelo genérico do comportamento do consumidor: Unidades vendedoras Influência do ambiente Processo de troca Fatores individuais Unidades compradoras Figura 41 O conceito de comportamento do consumidor pode ser entendido como um processo de troca entre os agentes participantes, o vendedor e o comprador, envolvidos na aquisição, no consumo e no pós-consumo de bens, serviços, experiências e ideias, conforme apresentado por Mowen e Minor (2002). Essa forma de agir é influenciada não só por fatores de natureza pessoal, como personalidade, características demográficas, valores e hábitos, mas também por fatores ambientais, situacionais e de marketing. 93 Unidade II Podemos definir da seguinte maneira os fatores que influenciam o comportamento do consumidor: • fatores ambientais: são fatores como cultura, classe social, grupo de referência, família, economia e tecnologia; • influências ou estímulos de marketing: são os fatores do composto de marketing, ou seja, produto, preço, praça e promoção, que estão no controle da empresa e agem como estímulos para provocar respostas do consumidor; • fatores situacionais: são fatores como ambiente físico, condição meteorológica e as circunstâncias do momento da decisão. 8.3 Processo de decisão de compra O processo de decisão de compra é um assunto amplamente explorado pelos estudiosos de marketing e faz parte do contexto do comportamento do consumidor, que molda o processo de decisão. De acordo com Limeira (2010), a decisão de comprar algo segue três estágios, interligados entre si. Saiba mais sobre eles a seguir. 8.3.1 Primeiro estágio (input) O primeiro estágio aborda as influências externas que interferem nas decisões do consumidor. Essas influências são os estímulos de marketing e os fatores ambientais que terão peso nas decisões e no comportamento dos clientes em relação à compra e uso do produto. Como exemplo, a cervejaria Schincariol lançou em 2003 o produto Nova Schin e iniciou o patrocínio do carnaval carioca. Como estímulo, colocou o cantor Zeca Pagodinho como garoto-propaganda, o que trouxe maior popularidade à marca. 8.3.2 Segundo estágio Esse estágio abrange a decisão de compra, que é a maneira como os consumidores escolhem comprar de acordo com os estímulos recebidos na etapa anterior. O segundo estágio pode ser dividido em quatro etapas, como segue: Etapa 1: reconhecimento de uma necessidade A necessidade pode vir de estímulos internos e é uma sensação ou situação momentânea que não teve interferência de nenhum agente, como fome ou cansaço. No entanto, ela também pode surgir de um estímulo externo, como a propaganda. Etapa 2: busca de informações A busca de informações visa a satisfação das necessidades. Os consumidores podem procurar essas informações em várias fontes, como internas (experiências vividas no passado em uma situação qualquer), externas (por meio de consultas a amigos, familiares etc.) e independentes (opinião de críticos e especialistas sobre determinado produto ou serviço). 94 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO No caso do e-commerce, a procura por dados informativos é ainda mais importante, pois o fato de comprar de um site ou de uma empresa que um amigo indicou pode representar uma maior segurança para a decisão de compra. Etapa 3: valiação de alternativas Como estamos nos referindo a decisões, para tomá-las é preciso ter mais de uma alternativa. É nessa etapa que os consumidores comparam as diversas maneiras de satisfazer suas necessidades e tentam identificar a alternativa que lhes proporcionará o melhor valor, que pode estar relacionado a preço, qualidade, benefício percebido etc. No e-commerce, as possibilidades de ampliar as alternativas são maiores do que as possibilidades nas lojas tradicionais. Por exemplo, ao ir a um shopping center em busca de um calçado, a escolha terá de se dar entre os modelos existentes no espaço físico do shopping. Se essa procura fosse feita em uma loja virtual, a simples digitação do modelo, cor, tamanho e marca traria uma relação variada de opções dentro dos dados fornecidos. Além disso, a pesquisa pode ser feita em dezenas de lojas para a verificação de preços, prazo de entrega e forma de pagamento. Portanto, no e-commerce as possibilidades comparativas são maiores. Etapa 4: tomada de decisão A tomada de decisão é a escolha dentre as alternativas possíveis. No comércio eletrônico, ela será feita a partir de uma pesquisa mais detalhada, já que a grande variedade de itens amplia esse processo. Dessa forma, as quatro etapas do segundo estágio podem ser esquematizadas conforme ilustrado a seguir: Input Influências externas Estímulos de marketing Produto, preço, comunicação, distribuição Estímulos de ambiente Sociais, culturais, econômicos, políticos, tecnológicos Processo de decisão Decisão de compra Reconhecimento das necessidades, busca de informação, avaliação de alternativas, escolha e decisão Estímulos de ambiente Motivação, percepção, aprendizado, atitudes, personalidades Experiência Output Comportamento Pós-decisão Respostas do consumidor Experimentação, satisfação/insatisfação, compra repetida, adoção, lealdade Avaliação pós-compra Figura 42 – Processo de decisão de compra 95 Unidade II 8.3.3 Terceiro estágio Este último estágio refere-se às reações dos consumidores após a decisão de compra e envolve dois tipos de comportamento: • comportamento de compra: implica na escolha do que, onde, quando e quanto comprar e em como pagar a compra realizada. Esse tipo de comportamento ainda se desdobra em: - experimentação: é uma fase exploratória na qual o consumidor tenta avaliar uma mercadoria ou serviço a partir de seu uso. O cliente compra uma pequena quantidade do produto sem nenhum compromisso de repetir a aquisição. É a compra de teste; - compra repetida: está associada ao conceito de lealdade à marca, atitude do consumidor que as empresas procuram incentivar. O grande objetivo de qualquer empresa é vender mais para os mesmos clientes, pois isso aumenta suas vendas e sua participação de mercado e representa mais lucros com menos custos. Além disso, um consumidor paga mais caro pelos produtos de uma marca a qual é leal; - compromisso de longo prazo: é a reafirmação da lealdade, ou seja, o consumidor toma a decisão de manter-se leal à marca em troca de algum benefício ou de mais satisfação. • avaliação pós-compra: após a compra, os consumidores julgam formal ou informalmente o resultado obtido. Eles avaliam se estão ou não satisfeitos com a experiência de fazer a compra e se o uso do produto ou serviço atendeu suas necessidades. A partir da avaliação, o consumidor decide se abandona o produto/serviço ou se repete a aquisição. Desse modo, são exemplos de comportamento pós-compra a adoção do produto, a lealdade e as atitudes favoráveis em relação à marca. Para continuar crescendo, o e-commerce deve levar muito a sério a avaliação pós-compra, pois ver um produto na tela de um computador e ler sua descrição pode não ser suficiente para conhecer exatamente o que ele é. Se o cliente comprar um item e não gostar dele, dificilmente voltará a acreditar no comércio eletrônico. Dessa forma, o que fazer para estimular as vendas on-line? 8.4 Comportamento do consumidor na internet O mercado on-line busca incessantemente conhecer o que leva uma pessoa a adotar a internet para consumir. Alguns consumidores adotam esse meio com muita frequência e outros são resistentes a ele. Por que isso ocorre? Exemplo de aplicação Você consome pela internet? Já fez alguma transação de compra on-line? Gostou? Faria novamente? Comente sua experiência e verifique onde você se enquadra nos relatos que serão feitos em seguida. 96 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________. 8.4.1 Motivação na internet Limeira (2010) diz que as motivações ou resistências em relação à internet são determinadas pelo uso e pelas características demográficas dos usuários. A autora aponta cinco motivações no que se refere à internet: • primeiro fator – escapismo social: consiste no desejo de escapar da realidade pela realização de atividades prazerosas e agradáveis. Essa motivação relaciona-se com uma das características da web, que é ser um meio de entretenimento que propicia sensações e emoções positivas. Outros dois pontos percebidos como fator motivacional para o uso da internet são o companheirismo e a superação da solidão; • segundo fator – informação e educação: um segundo fator que motiva o uso da internet é a necessidade de informar-se e educar-se de modo fácil, rápido e a um custo baixo. A partir do ano 2000, a internet teve um salto de acessos em razão da popularização da banda larga. A internet é a preferência quando se fala em meio para obter informações. Hoje, por exemplo, jornais e revistas precisam ter sua versão on-line. • terceiro fator – controle e interação: a internet permite que o usuário decida o que, quando, onde e com quem vai ver. Sem dizer que ele a customiza, ou seja, cria meios de acesso, escolhe provedor, tem preferência por determinados sites etc. e pode, por exemplo, pesquisar e ouvir músicas ao mesmo tempo, ou seja, é um controle total do usuário; • quarto fator – socialização: a internet é vista hoje como uma facilitadora das comunicações e das relações interpessoais. Ela possibilita que a socialização com amigos e outras pessoas de interesses similares seja feita sem dificuldades. O principal motivo que mantém os jovens na rede por longos períodos é as redes sociais. Exemplo de aplicação Você faz parte de uma ou mais redes sociais? De quais? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________. 97 Unidade II Fazer parte dessa(s) rede(s) é um fator motivacional para utilizar a internet? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________. Observação Atualmente, as principais redes sociais com atuação no Brasil são: Twitter, Facebook e Orkut. Façam uma comunidade em uma dessas redes sociais para os alunos de Logística da UNIP Interativa. É uma forma para que todos se conheçam, tirem dúvidas, troquem informações sobre o curso etc. • quinto fator – aspecto econômico: esse fato se refere à necessidade de adquirir bens. A internet é muito utilizada quando o consumidor precisa coletar informações e comparar preços antes de tomar sua decisão de compra. Outra motivação econômica que a internet gera é a possibilidade de adquirir bens gratuitos, como informações, imagens, vídeos e entretenimentos variados (LIMEIRA, 2010). Uma pesquisa da empresa Júpiter Research sobre o uso da internet apontou que os internautas dão mais valor para a utilidade do que para o entretenimento. Gráfico 06 60% 50% 40% 30% 48% 20% 36% 10% 0% Entretenimento Utilidade Fonte: Jupiter Research, 1999. 98 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO A mesma pesquisa aponta os tipos de atividades que os internautas realizam mensalmente. Gráfico 07 – Tipos de atividades realizadas na internet 90% 80% 70% Pesquisa de produtos e serviços Informações sobre eventos locais Uso de diretório on-line Leitura diária de notícias 60% 50% 40% 30% 20% 10% Participar de jogos Ouvir músicas Visita a sites de músicas Participar Visitas a sites de jogos de esportes Assistir a vídeos tradicionais Visitas a sites de TV de computador Visita a sites de cinema Consulta à programação adulta Leitura de revistas Serviços de encontros on-line Consultas a sites médicos e de saúde Leitura de jornais Consultas a classificados de emprego Consultas a classificados de veículos Consultas a classificados de imóveis 0% Fonte: Jupiter Research, 1999. Observe que os serviços mais utilizados pelos internautas são as ferramentas de busca para pesquisas de produtos e serviços, o que mostra toda a força do comércio eletrônico. Em segundo lugar, vem a procura por informações sobre eventos locais. Os dados levantados sobre o que os internautas fazem na rede pode ser importante para aquele que pretende atuar na área de comércio eletrônico. Qualquer negócio a ser desenvolvido deve levar em consideração a análise do mercado e dos pontos fortes e fracos da empresa ou do empreendedor. Essa análise de mercado visa identificar novas oportunidades de negócios e as condições necessárias para obter vantagem competitiva. Assim, para trabalhar com e-commerce, é preciso antes de tudo definir se a modalidade de enfoque será o comércio B2B ou B2C. Para saber o que fazer em seguida, observe a sequência proposta por Limeira (2010): • primeiro passo: identificar quem são os clientes potenciais e quais são seus desejos e necessidades. Por exemplo, no caso de pessoas físicas, o público potencial deve ser segmentado por características demográficas e psicológicas como sexo, faixa etária, escolaridade, nível de 99 Unidade II renda e estilo de vida. Assim, crianças, jovens e adultos compõem três segmentos diferentes de clientes com características e necessidades bastante distintas; • segundo passo: identificar quais são as necessidades dos potenciais clientes ainda não satisfeitas. Por exemplo, na área de beleza, que tipo de necessidades as mulheres desse segmento possuem quanto a produtos e serviços? Qual sua predisposição para adquirir tais produtos pela internet? Para conhecer melhor o público-alvo, é preciso realizar pesquisas formais ou informais, ou seja, é imprescindível conversar com esses clientes para conhecer o que desejam e quais são suas insatisfações e expectativas; • terceiro passo: analisar quem são os concorrentes atuais e potenciais. Com a internet, essa atividade ficou mais fácil, já que por meio dos sites das empresas concorrentes podem ser conhecidos seus produtos, serviços, políticas comerciais, preços e demais condições operacionais. Além dos clientes e concorrentes, a análise de mercado deve considerar outros fatores críticos relacionados ao novo negócio, como tecnologia, know-how, investimentos e parceiros. Sobre tecnologia, por exemplo, é necessário conhecer a evolução recente das tecnologias de criação, produção, hospedagem e gerenciamento de sites, os sistemas de processamento e controle de pagamentos, o gerenciamento de banco de dados de clientes, a segurança de sites, entre outras; • quarto passo: após a análise do mercado, é feita a avaliação das competências e das fraquezas da empresa ou do empreendedor, visando verificar se as condições necessárias para o desenvolvimento de um novo negócio existem e, consequentemente, estimar quais e quantos recursos humanos e financeiros serão necessários para sua viabilização. Esses estudos iniciais permitirão que o empreendedor identifique e quantifique as oportunidades para um novo negócio, bem como os riscos nele envolvidos. Ao final desse processo, o empreendedor terá condições de selecionar e definir o modelo de negócio mais adequado. Em outras palavras, com base nas respostas das perguntas listadas a seguir, será definido como as vendas em curto e médio prazos serão realizadas. As perguntas são: • que tipo de negócio representa a melhor oportunidade? • quem é o cliente alvo e quais são suas características? • qual necessidade dos clientes será atendida? • quais os diversos segmentos do mercado a serem atendidos? Há grupos de clientes com características distintas exigindo produtos e serviços distintos que poderão ou não ser atendidos pela empresa? • quais produtos ou serviços serão oferecidos e a que preço? • quais parceiros do negócio serão envolvidos? • qual a tecnologia e a infraestrutura a serem utilizadas? • qual será o volume de investimentos necessário? • qual é a margem e o retorno esperados sobre o investimento? 100 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO Ainda, na parte operacional, temos: • quais e como serão as formas de pagamento? • como será feita a confirmação de pedido? • quais serão os transportes utilizados? • há estoques? • será necessário a utilização do estoque do fornecedor? Em relação à logística no comércio eletrônico, Perez (2010) lista as vantagens competitivas que podem ser conseguidas por meio dessa área. Com as evidências apresentadas na análise de pesquisa mercadológica e um estudo bibliográfico aprofundado sobre o tema, foi possível elaborar uma lista com as principais vantagens competitivas provenientes de uma gestão eficaz da logística em empresas de e-commerce. Essa lista pode ser utilizada em diversos segmentos desse tipo de comércio. A seleção contém dez das principais vantagens competitivas expostas em ordem decrescente, porém, vale ressaltar que, dependendo do tipo de e-commerce, dos recursos e principalmente do planejamento estabelecido, há ainda outras vantagens possíveis. • agilidade: a velocidade na recepção de pedidos, picking, embalagem, expedição e, principalmente, nas entregas dos pedidos aos consumidores é um diferencial importantíssimo para os clientes, que sempre querem prazos cumpridos. Em alguns casos, mesmo com a desvantagem no preço e na qualidade, determinada loja virtual pode ter a preferência do cliente em razão de sua agilidade; • maior produtividade nas operações: pelas restrições de espaço, mão de obra e custos, quanto mais a operação for produtiva, maior será a capacidade de atendimento, ganhos em escala e redução dos custos. O item anterior garante que este seja atingido; • redução de custos: obter custos baixos nas operações leva à redução de preços e, consequentemente, a um maior consumo, tornando o e-commerce mais competitivo. Assim, um modelo que transacione grandes volumes levará a maiores compras e negociações e a agilidade logística levará à redução de custos; • foco business: um planejamento logístico bem estruturado faz sobrar um tempo maior para que os gestores se dediquem a seus negócios, pois eles não precisarão perder tempo ou recursos com atividades secundárias. Além disso, as parcerias também auxiliam a atuar com foco nos negócios; • competitividade: com os benefícios trazidos pela administração coerente da logística, como redução de custos operacionais, menores perdas e danos, ganho de produtividade etc., é possível tornar-se mais competitivo e alcançar novos mercados ou concorrer pela fatia que compete aos concorrentes; • conversão de vendas: a logística auxilia no processo de conversão de visitas ao site da empresa em vendas reais, pois o consumidor responde ao valor agregado a partir de uma boa e rápida entrega, das embalagens, dos custos e da confiabilidade ao efetuar realmente a compra; 101 Unidade II • confiabilidade do processo: confiar na segurança do vendedor é fundamental, porém, mesmo um e-commerce com muitos anos de mercado pode ser prejudicado ao ter suas entregas atrasadas, pedidos errados, embalagens inadequadas ou custos altíssimos de frete, portanto, o consumidor precisa confiar no e-commerce e, principalmente, em seus processos logísticos, internos ou externos; • melhores controles: através da gestão adequada da logística, os controles como saldo de estoque, pedidos atendidos, entregas realizadas, prazos cumpridos etc. tornam-se mais confiáveis; • qualidade dos processos: oferecer e cumprir é fundamental para qualquer relacionamento estabelecido entre um comprador e um vendedor, portanto, a logística deve garantir que a qualidade dos processos seja mantida a fim de proporcionar sempre um bom serviço e manter a busca constante de melhorias; • padronização de processos: padronizar para atender os níveis de pedidos é uma prioridade desse setor, pois, sem a padronização, por exemplo, não seria possível oferecer os prazos de entrega, custos de frete ou até mesmo controlar o fluxo e o feedback de envio dos produtos aos clientes (PEREZ, 2010). Os dez princípios de logística e de vantagem competitiva devem estar sempre no horizonte do futuro operador logístico. Resumo Esta unidade trouxe os principais conceitos de logística e suas funções nas empresas virtuais e tradicionais. Vimos que o planejamento logístico é essencial em qualquer tipo de empresa e que a era da produção em massa se transformou na era da customização, ou seja, no oferecimento exato do que o cliente quer. A logística tem o papel de oferecer a satisfação que o cliente espera nas transações on-line, pois, se de um lado, ele se preocupa com a segurança de informações pessoais como número de cartão e de conta bancária, por outro lado, ele tem o medo de não receber o que foi solicitado nas condições combinadas. Essa situação foi demonstrada nos mais variados estudos de caso presentes neste trabalho. Nas modalidades B2B, vimos a evolução nas práticas das empresas devido a mudanças nos ambientes dos negócios. O marketplace está sendo visto hoje como um modelo de integração que agiliza e reduz custos para todos os envolvidos no comércio eletrônico. A logística deve ser observada nas práticas de e-commerce tanto na modalidade B2C como B2B, garantindo total apoio aos processos de seleção 102 LOGÍSTICA NO COMÉRCIO ELETRÔNICO de fornecedores; gestão de estoques, distribuição e vendas; e de segurança de transações pela rede mundial de computadores. Além disso, expusemos diversos estudos de caso para reflexão sobre as situações colocadas, pois, além de conhecer as empresas citadas, é importante pensar nos conceitos e práticas que as estruturam. Os modelos de atuação utilizados nos dias de hoje no comércio eletrônico não são todos promissores, já que muitas empresas pontocom não obtiveram sucesso, assim, utilizar um plano de negócios é essencial. O modelo de plano que indicamos foi o do teórico Luiz Alberto Albertin. Desse modo, este estudo procurou possibilitar o conhecimento do que é o e-commerce, de como atuar nele, quais são os riscos que ele envolve e, principalmente, como deve ser a logística no comércio eletrônico. 103 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 01 Disponível em: <http://www.angeloni.com.br/index>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 02 Disponível em: <http://www.grupodma.com.br>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 03 Disponível em: <http://www.bretas.com.br/>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 04 Disponível em: <http://v2.prezunic.com.br/>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 05 Disponível em: <http://www.zaffari.com.br/zaffari/capa/capa.php>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 06 Disponível em: <http://www.gbarbosa.com.br/>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 07 Disponível em: <http://www.walmart.com.br/>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 08 Disponível em: <http://www.grupopaodeacucar.com.br/home.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 09 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 10 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 11 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. 104 Figura 12 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 13 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 14 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 15 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 16 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 17 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 18 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 19 Disponível em: <http://www.pdasystem.com.br/flashforcadevendas.htm>. Acesso em: 23 ago. 2001. Figura 20 BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2006. Figura 21 KALAKOTA, R.; WHINSTON, A. Frontiers of eletronic commerce. Nova York: Addison-Wesley, 1996. Figura 22 TURBAN, E.; McLEAN, E. R.; WETHERBE, J. Information technology for management. 2 ed. Nova York: Jonh Wiley, 1999 (adaptado). 105 Figura 24 KALAKOTA, R.; WHINSTON, A. Eletronic commerce: a manager’s guide. Nova York: Addison-Wesley, 1997 (adaptado). Figura 25 ALBERTIN, L. A. Comércio eletrônico: modelos, aspectos e contribuições de sua aplicação. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2010. Figura 26 TICOLL, D.; LOWY, A.; KALAKOTA, R. Joined at the bit: the emergency of the e-business community. Nova York: McGraw-Hill, 1998. Figura 27 TICOLL, D.; LOWY, A.; KALAKOTA, R. Joined at the bit: the emergency of the e-business community. Nova York: McGraw-Hill, 1998. Figura 28 TICOLL, D.; LOWY, A.; KALAKOTA, R. Joined at the bit: the emergency of the e-business community. Nova York: McGraw-Hill, 1998. Figura 29 TICOLL, D.; LOWY, A.; KALAKOTA, R. Joined at the bit: the emergency of the e-business community. Nova York: McGraw-Hill, 1998. Figura 30 ALBERTIN, L. A. Comércio eletrônico: modelos, aspectos e contribuições de sua aplicação. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2010. Figura 31 ALBERTIN, L. A. Comércio eletrônico: modelos, aspectos e contribuições de sua aplicação. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2010. Figura 32 MEANS. G.; SCHNEIDER, D. Metacapitalism: the e-business revolution and the design of 21st century. New Jersey: John Wiley Trade, 2000. 106 Figura 33 MEANS. G.; SCHNEIDER, D. Metacapitalism: the e-business revolution and the design of 21st century. New Jersey: John Wiley Trade, 2000 (adaptado). Figura 34 FINGAR, P; ARONICA, R. The death of and the birth of the real nem economy. Flórida: Meghan-Kiffer Press, 2001 (adaptado). Figura 35 FINGAR, P; ARONICA, R. The death of and the birth of the real nem economy. Flórida: Meghan-Kiffer Press, 2001 (adaptado). Figura 36 ALBERTIN, L. A. Comércio eletrônico: modelos, aspectos e contribuições de sua aplicação. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2010. Figura 37 BALLOU, R. H. Business logistics management. Nova York: Prentice-Hall, 1998. Figura 38 NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. São Paulo: Elsevir, 2001. Figura 39 LIMEIRA, T. M. V. e-Marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. Figura 40 VASCONCELLOS, E. E-commerce nas empresas brasileiras. São Paulo, Atlas 2010 (adaptado). Figura 41 MOWEN, J. C.; MINOR, M. Comportamento do consumidor. São Paulo: Pratice-Hall, 2002 (adaptado). Figura 42 LIMEIRA, T. M. V. e-Marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 107 REFERÊNCIAS Textuais ALBERTIN, L. A. 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