Andre Carioni - TGA - Trabalho Final - China Atual

Propaganda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
CAD5106 – TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
PROFESSORA: VALENTINA GOMES HAENSEL SCHMITT, MSC
ANDRÉ CARIONI
TRABALHO FINAL
DECADA 2000 ATE DIAS ATUAIS: CHINA ATUAL
FLORIANÓPOLIS
2007
RESUMO
A presente parte do trabalho final de TGA vem a expor a situação atual chinesa
em relação ao mercado internacional e sua influência na inflação dos demais países.
Posição esta que vem alterando-se nos últimos meses, mudando a imagem de produtor
barato de peças para o mercado mundial. A inflação interna está em alta na China, o que
ameaça sua situação como fornecedor global de componentes para os mais variados
setores industriais, causando assim um ‘alivio’ nos competidores.
PALAVRAS-CHAVE: Competitividade, mercado mundial, globalização, China,
inflação, consumidores.
METODOLOGIA
A metodologia empregada nesse trabalho é a de pesquisa via internet, em portais
econômicos, consultas a professores de Administração da UFSC e revistas para o
mercado de negócios.
RESULTADOS DO TRABALHO
Verificamos que o poder deste tigre asiático não é para sempre, nem insuperável
ante as garras capitalistas; Observamos que o país já enfrenta problemas decorrentes do
aumento do mercado consumidor interno, gerando inflação e causando desaquecimento
naquela economia, fortalecendo assim os mercados
e produtores externos.
1. INTRODUÇÃO
Situada no leste do continente asiático, com uma extensão próxima a 9,5 milhões
de quilômetros quadrados, a República Popular da China é a décima potência comercial
do mundo. Já soma mais de 1,2 bilhões de habitantes e registra PIB (Produto Interno
Bruto) da ordem de US$ 1 trilhão (dados de 1999).
Dados do Centro de Pesquisas de Desenvolvimento e do Instituto de Economia
da China revelam que, nos próximos 20 anos, o país manterá crescimento anual de 7,3%
e como resultado disso precisará buscar novas fontes de suprimentos e aumentar as
importações de alimentos para complementar a produção doméstica.
Nos últimos cinco anos, companhias de todo o mundo falaram do "preço China",
uma expressão usada como sinônimo de preço o mais baixo possível. À medida que sua
atividade industrial aumentava e era alimentada por centenas de milhões de
trabalhadores baratos da região rural do país, a China se tornou uma palavra associada a
preços baixos ou em queda. Dados recentes, no entanto, mostram que esse quadro já
começou a mudar. Hoje a China está passando por um processo de transformação: de
um país com deflação para outro com inflação. Essa tendência, é certo, está apenas no
começo, mas, caso se fortaleça, o fenômeno será importante tanto para os competidores
da China -- que darão um suspiro de alívio -- como para a economia mundial como um
todo. Isso porque, em razão da abertura incomum da economia chinesa e de sua enorme
dependência do comércio, a queda dos preços chineses tem sido um fator crucial na
contenção da inflação em todo o globo -- um mundo que está sob pressão dos altos
preços do petróleo e de outras commodities.
O índice de preços anualizado ao consumidor (CPI) na China avançou 4,4% em
junho, a maior alta em três anos. O fato mais importante, porém, é que o índice de
preços ao consumidor da China sobe mais depressa que o de preços
ao produtor, o que significa que está ultrapassando o crescimento
dos preços dos insumos pagos na indústria.
Nos últimos cinco anos, os preços ao consumidor cresceram mais lentamente
que os preços ao produtor porque os ganhos de produtividade superaram as altas
salariais. O aumento de eficiência nas fábricas chinesas, via melhorias em gestão e
aquisições de novas máquinas, foi a principal causa da queda dos preços das
exportações chinesas. Agora, porém, tudo indica que os salários estão subindo mais
depressa que a produtividade e forçando uma alta dos preços ao consumidor.
Mesmo que estes índices ao consumidor vêm aumentando, ainda não
interferiram nos investimentos chineses no Brasil. Os números são astronômicos: o
embaixador chinês no Brasil Jiang Yuande revelou que a China tem reservas de US$ 5
trilhões para adquirir produtos de outros países até o ano de 2010 e que o Brasil vem se
firmando como um dos grandes parceiros comerciais daquele país. “A China já é o
terceiro parceiro comercial do Brasil.”
A balança comercial entre Brasil e China fechou o ano de 2005 em US$ 12,1
bilhões, entre exportações (US$ 6,8 bilhões) e importações (5,3 bilhões) e o crescimento
das vendas de produtos nacionais para os chineses foi de 25,62% em relação a 2004,
segundo dados da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento da Secretaria de Comércio
Exterior - órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Em relação a números na China, tudo é de fato muito grandioso, e não é para
menos: daqueles trilhões anunciados pelo embaixador, a China dispõe de nada menos
que US$ 280 bilhões de reservas em divisas para investir no Brasil pelos próximos
anos.1
A China e seus números astronômicos: US$ 280 bilhões para investir no Brasil
Devemos estar atentos às flutuações do mercado chinês para evitar grandes
sustos, quedas e depressões, seja na economia nacional, quanto na mundial, pois o
mercado atual está totalmente integralizado e globalizado, portanto, justificando assim
que fiquemos “de olhos abertos” àquela economia, evitando maiores perdas de capitais.
1
Disponível em <http://www2.uol.com.br/pagina20/11032006/p_0411032006.htm>. Ultimo acesso em
11 de setembro de 2007.
Nos sete primeiros meses do ano, o fluxo comercial entre o Brasil e a China
movimentou cerca de US$ 12,3 bilhões, segundo dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (Mdic). O País acumula déficit de US$
198,8 milhões no período. As exportações brasileiras chegaram a US$ 6,063 bilhões,
enquanto as importações bateram em US$ 6,262 bilhões. Nos últimos cinco anos a
balança fechou superavitária para o País.
As vendas brasileiras para o mercado chinês se concentram em soja, minério de
ferro e petróleo. Nas importações da China predominam equipamentos de telefonia,
dispositivos de cristais líquidos e câmeras de vídeo e fotográficas. 2
Quanto a Administração, temos visto que a China está avançando, porém de
forma deficitária: apesar das ondas evolutivas de Alvin Toffler se acelerarem cada vez
mais, a China tem apresentado problemas para entrar na quarta onda, a da qualidade
total. Má formação e instrução dos operários, falta de investimentos em treinamentos,
mantém esse país com péssima fama de produzir sem quaisquer normas ambientais e de
qualidade. 3
2
3
Disponível em <http://www.cinpb.org.br/noticias/integra.jsp?idNoticia=246>. Ultimo acesso em 11 de setembro de 2007.
CHUNG, T. Qualidade começa em mim. 3 ed. São Paulo, Maltese, 1995
Vejamos a situação daquele país no mercado de construção civil: as ações de
construtoras lideraram a forte queda na Bolsa da China na primeira semana de setembro,
com especulações sobre os dados econômicos chineses do primeiro trimestre, previstos
para serem divulgados após o fechamento do mercado. Há receio dos investidores de
que fortes números da economia possam resultar em um aumento da taxa de juros.
O Xangai Composto apresentou baixa de 4,52% e fechou em 3.449,02 pontos.
Esta foi a maior queda diária em porcentagem desde 27 de fevereiro, quando o índice
desabou 8,8%. Já o Shenzhen Composto teve queda de 4,9% e fechou em 960,03
pontos.4
Conforme avaliação de analistas, o mercado pode estender baixa caso os dados
econômicos divulgados sejam mais fortes que o esperado. Contudo, eles acreditam que
poderá haver a recuperação, com a entrada de investidores à procura de ações em baixa,
que possam trazer rendimentos no longo prazo.
Os dados da economia da China já divulgados mostraram que a inflação ao
consumidor (CPI, na sigla em inglês) em março teve alta de 3,3%, na comparação com
o mesmo mês de 2006. Já o PIB no primeiro trimestre avançou 11,1% em relação ao
mesmo período do ano anterior. Os dois índices vieram acima das expectativas dos
economistas, que previam uma alta de 2,8% para a CPI e uma alta de 10,3% para o PIB.
Além desses dados, estavam previstos para serem divulgados a produção industrial, o
índice de preços ao produtor (PPI), as vendas no varejo e o investimento em ativos fixos
4
Disponível em <http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=175995&modulo=968>. Ultimo acesso em 11 de setembro
de 2007.
Construtoras lideram queda na Bolsa da China
"As construtoras são mais sensíveis a mudanças na taxa de juros que a maioria
das demais companhias, pois elas normalmente têm grande quantidade de
compromissos em empréstimos bancários", disse Wu Jianxiong, analista da Guotai
Junan Securities. Por conta disso, as ações da China Vanke tiveram perdas de 7%.
Beijing North Star caiu 8,4%. Poly Real Estate Group atingiu a baixa diária limite de
10%.5
Outras blue chips também caíram. China United Telecommunications fechou em
baixa de 5,4%. China Petroleum & Chemical também teve queda de 5,4%. Banco
Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês) perdeu 3,9%.
As expectativas sobre uma futura alta na taxa de juros na China e a
desvalorização do dólar fizeram o yuan aumentar, conforme colocou a Dow Jones.
5
Disponível em <http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=175995&modulo=968>. Ultimo acesso em 11 de setembro
de 2007.
A INFLAÇÃO EM 11 ANOS6
Conforme artigo que foi publicado por Dong Zhixin, no jornal China Daily, a
inflação chinesa atingiu seu maior valor em 11 anos, em agosto último. Alimentos
continuam tendo a maior alta, estimulando ainda mais esta subida. O índice de preços
ao consumidor (CPI em inglês), um termômetro da inflação, aumentou 6.5 por cento em
agosto último, depois de uma outra subida de 5.6 por cento no mês anterior, conforme
anunciou o governo chinês.
O crescimento ultrapassou os 6 % previstos pelos economistas, assim como os 3
% projetados pelo governo para o ano todo.
Enquanto isso, o Índice de Produtos ao Produtor (PPI), uma medida de inflação
de nível atacadista, aumentou 2.6 % em agosto, ou seja, 0,2 % a mais que em julho,
conforme o governo diz.
Isto marcou uma revira-volta na descida continua do PPI nos últimos meses, tal
quais os analistas indicaram que esta pressão inflacionária estava se espalhando, do
setor de consumo aos demais setores da economia.
6
Disponível em <http://www.chinadaily.com.cn/china/2007-09/11/content_6096979.htm>. Ultimo acesso em 11 de setembro de
2007.
Um desses primeiros problemas com a inflação e os alimentos, apareceu no
mercado de carne suína, onde a China é o maior produtor mundial. Fazendeiros têm
recebido incentivos nos preços e subsídios governamentais para aumentar a produção de
porcos. Enquanto isso o governo estuda regras para importar grandes quantidades de
derivados suínos para acalmar os preços no mercado interno. O país produz cerca de 53
% de toda a carne suína mundial. Importou 30 mil toneladas e exportou outras 95 mil,
no mês de julho último.
QUESTIONÁRIO
1. Qual a fatia da produção chinesa de suínos no ano de 2006?
2. Por que os preços aos consumidores aumentaram drasticamente no ultimo ano?
3. O aumento da inflação em julho, foi a maior dos últimos 10 anos. Qual foi esse
valor?
4. Com o objetivo de aumentar a produção, o artigo menciona que fazendeiros de
porcos receberam incentivos. Quais foram esses incentivos?
RESPOSTAS
1. 53%
2. Aumento dos preços dos alimentos
3. 5.6%
4. Aumento dos preços e subsídios governamentais
CONCLUSAO
Podemos verificar que a situação chinesa de fornecedor barato de peças para o
mercado globalizado já apresenta sinais de fraqueza: a inflação interna bateu a casa dos
4.4 pontos percentuais em julho de 2007, a maior nos últimos três anos. Os preços ao
consumidor subiram em menor taxa em relação aos preços para os produtores. Apesar
de terem a disposição grande quantidade de capital para investimentos externos, a China
enfrentará problemas no seu mercado interno, como aumento dos alimentos, e como a
globalização já é presente, o resto do mundo sofrerá as conseqüências, ganhando
mercado e confiança interna.
Download