Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 1 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Samuel Selbach Dries – [email protected] Atenção Farmacêutica e Farmacoterapia Clínica Instituto de Pós-Graduação - IPOG Porto Alegre, RS, 29 de agosto de 2014 Resumo Os pacientes em uso crônico de medicamentos, estão sujeitos a eventos adversos relacionados a descontinuidade da farmacoterapia no momento de uma transição de cuidado, principalmente pacientes psiquiátricos que possuem vários medicamentos prescritos. A reconciliação de medicamentos visa garantir a segurança do paciente nestas etapas, promovendo o uso racional de medicamentos e assegurando que as informações sobre a terapia do paciente são atualizadas e concisas. Assim, este artigo tem por objetivo realizar uma revisão sobre o serviço de reconconciliação medicamentosa no modelo canadense, direcionando sua aplicabilidade para uma ala de saúde mental de um hospital de pequeno porte. Para tanto foram selecionados estudos qualitativos e quantitativos, bem como publicações relevantes em órgãos nacionais e internacionais de saúde. Na bibliografia pesquisada, observou-se uma grande prevalência de discrepâncias nas prescrições envolvendo principalmente omissões de medicamentos, que poderiam comprometer a segurança do paciente, caso a reconciliação medicamentosa não fosse aplicada. Concluiu-se que, tanto o paciente, que recebe um tratamento adequado a suas necessidades, como os demais profissionais da saúde, que contam com uma base fidedigna para a tomada de decisões clínicas, se beneficiam amplamente da reconciliação medicamentosa realizada pelo profissional farmacêutico. Palavras-chave: Reconciliação Medicamentosa. Segurança do Paciente. Saúde Mental. Educação do Paciente. 1. Introdução O Brasil vem seguindo uma tendência mundial de abandono do modelo manicomial de tratamento de pacientes psiquiátricos, principalmente após a aprovação da Lei nº 10.216, que trata da reforma psiquiátrica em âmbito nacional. Estas mudanças tiveram influências geradas na 8ª Conferência Nacional de Saúde de 1986, 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental de 1987, 2ª Conferência Nacional de Saúde Mental de 1992, e na 3ª Conferência Nacional de Saúde Mental em 2001, estimulando a criação de redes de atenção à saúde mental, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), e também leitos psiquiátricos em hospitais gerais, a fim de promover a desinstitucionalização destes pacientes (HIRDES, 2009). Com a reforma, houve um aumento do orçamento para a atenção primária, e uma redução significativa da verba destinada à assistência hospitalar, o que reforça a idéia de que os recursos disponíveis devem ser empregados de maneira consciente, de forma a não inviabilizar financeiramente o atendimento aos pacientes críticos (WHO, 2007). ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 2 Jorge e França (2001), já mencionavam, antes mesmo da aprovação da reforma psiquiátrica brasileira, a importância da atuação de uma equipe multidisciplinar na assistência a estes pacientes, devido a complexidade do adoecimento psíquico. A necessidade de um acompanhamento mais próximo também fica evidente em um estudo realizado de 1999 a 2002 no Rio de Janeiro, onde foram analisadas as internações pelo Sistema Único de Saúde, e constatou-se que 51,4% dos agravos provocados por medicamentos ocorreram nos leitos psiquiátricos (ROZENFELD, 2007), evidenciando uma área que pode ser muito beneficiada com um serviço de farmácia clínica e atenção farmacêutica mais ativo. O conceito moderno de atenção farmacêutica foi introduzido por volta dos anos 80, com a ideia de proporcionar além do medicamento, serviços que garantam a segurança e a efetividade do tratamento (BRODIE et al., 1980). Posteriormente, outros autores relataram a importância de responsabilizar-se por uma farmacoterapia que buscasse atingir resultados concretos e que melhorassem a qualidade de vida dos pacientes (HEPLER e STRAND, 1990). A fim de obter tais resultados, é imprescindível a utilização da ciência da farmácia clínica, que mediante a aplicação de conhecimentos técnico-científicos, visa promover o uso racional de medicamentos. Estes dois conceitos são complementares, enquanto um aproxima o farmacêutico do paciente e amplia sua visão humanista - atenção farmacêutica - o outro o aproxima da equipe de saúde e demanda um olhar mais racional - farmácia clínica (HEPLER, 2004). Como relatado por Rozenfeld, Giordani, e Coelho (2013), 1/6 dos pacientes internados apresentam eventos adversos a medicamentos, e segundo Kripalani et al. (2007) a transição de cuidado, como por exemplo, internação, transferência e alta hospitalar, representa um momento vulnerável para a descontinuidade de um tratamento, e potencial acontecimento de eventos adversos. Os erros de medicação, que comumente ocorrem em internações psiquiátricas (ROTHSCHILD, 2007), podem ser evitados ou diminuídos através da utilização de uma ferramenta amplamente estudada e já implantada em diversos países, a reconciliação medicamentosa. Processo este, que inclusive foi incorporado aos padrões de qualidade de organizações internacionais de acreditação, no que tange a segurança do paciente no manejo de medicamentos (THE JOINT COMMISSION, 2006). Desta forma, o objetivo deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica sobre o modelo canadense de reconciliação medicamentosa, servindo como guia para a implantação deste serviço em uma ala de Saúde Mental de um hospital de pequeno porte, a fim de reduzir os eventos adversos associados as falhas de comunicação sobre a farmacoterapia nas transições de cuidado, melhorando a segurança do paciente. 2. Metodologia A pesquisa bibliográfica abrangeu estudos qualitativos e quantitativos sobre o tema em questão, disponíveis nas bases de dados Medline/Pubmed, Science Direct, Google Acadêmico e Scientific Eletronic Library Online (SciELO). As palavras-chave utilizadas foram: reconciliação medicamentosa, saúde mental, educação do paciente, segurança do paciente. E na língua inglesa: medication reconciliation, mental health, patient education, patient safety. Também foram pesquisados guias, informativos, protocolos e manuais, em órgãos nacionais e internacionais, como o Institute for Safe Medication Practices Canada ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 3 (ISMP Canada), World Health Organization (WHO), Ministério da Saúde, que envolvessem a segurança do paciente e reconciliação medicamentosa. 3. Reconciliação Medicamentosa A reconciliação medicamentosa foi eleita uma das estratégias prioritárias em um projeto internacional de segurança do paciente, o “High 5s”. Neste projeto a WHO elegeu o Canadá como país líder na elaboração de protocolos sobre a Exatidão da Medicação na Transição de Cuidado (WHO, 2013). Seguindo este caminho, o Ministério da Saúde também publicou protocolos que afirmam que, especialmente na alta hospitalar, deverá ser fornecido ao paciente uma prescrição/lista contendo todos os medicamentos de que fará uso, bem como as orientações necessárias à continuidade do tratamento, recomendando a participação do farmacêutico neste processo, para promover o uso racional de medicamentos no Brasil (MS, 2013). A reconciliação medicamentosa consiste na comparação das medicações que o paciente já faz uso, com as medicações prescritas, por exemplo, no momento da sua internação, no momento de uma transferência ou na alta hospitalar. Este processo deve ser realizado a cada transição de cuidado, e assim pode evitar erros como, por exemplo: omissões, duplicidade de doses, e interações (THE JOINT COMMISSION, 2006). Pode-se dividir esta atividade em três etapas: 1) criar o melhor histórico possível de medicamentos (MHPM); 2) reconciliar o MHPM com as prescrições; 3) documentar e comunicar adequadamente (SAFER HEALTH CARE NOW, 2011). 4. Criando o Melhor Histórico Possível de Medicamentos (MHPM) O MHPM é um histórico medicamentoso completo obtido por um profissional de saúde capacitado, que inclui todos os medicamentos prescritos ou não, os de venda livre, vitaminas, produtos naturais, drogas ilícitas / uso recreativo, utilizando diferentes fontes de informação. No MHPM deve-se descrever a forma real que o paciente utiliza a medicação, e não simplesmente copiar a prescrição apresentada. É imprescindível que, para cada medicamento listado, sejam descritos todos os componentes necessários, incluindo nome do medicamento, dose, via e frequência (VICTORIAN ORDER OF NURSES, 2010). Fernandes (2009) sintetizou alguns pontos a serem observados a fim de se obter o MHPM de forma eficiente e precisa, como por exemplo: Deve-se reunir o máximo de informação possível antes de entrevistar o paciente, incluindo informações primárias dos medicamentos que puderam ser obtidos previamente; Realizar perguntas diretas sobre os medicamentos de venda livre, vitaminas, drogas de uso recreativo, produtos naturais ou suplementos; Perguntar sobre colírios, inaladores, adesivos e sprays; Não presumir que os pacientes estejam tomando os medicamentos de acordo com as prescrições. Sempre se deve perguntar sobre as recentes mudanças iniciadas pelo próprio paciente ou pelo médico; Dar preferência a realizar perguntas abertas, como por exemplo: "Diga-me como você toma este medicamento."; Utilizar a condição médica como palavra-chave para relacionar um medicamento; ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 4 Verificar a validade da informação com pelo menos duas fontes de informação; Utilizar um guia de entrevista sistemática padronizada (Figura 1) para completar o MHPM, e incluir frases-chave, e medicamentos comumente esquecidos. Conforme mencionado, a verificação da veracidade das informações é de suma impotância para que a lista medicamentosa obtida seja o mais fidedigna possível. Para tanto são consideradas fontes adicionais de informação sobre a terapia do paciente: Registros de medicações em farmácias comunitárias públicas ou privadas; Frascos de medicações trazidos pelo paciente/familiar; Registros de internações prévias; Registros em prontuários de consultórios / médico da família; Lista / prescrições de medicamentos com o próprio paciente (SAFER HEALTH CARE NOW, 2011). 5. Reconciliação Medicamentosa na internação hospitalar O processo da reconciliação é realizado comparando as duas listas de medicamentos, o MHPM e a prescrição de internação, para identificar diferenças entre elas. Conforme o processo de reconciliação é conduzido, é possível identificar dois modelos distintos, o pró- ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 5 Introdução: - Apresentar-se, mencionando a importância de realizar a entrevista; -“Gostaria de verificar os medicamentos que você usa em casa. Esta é uma hora apropriada?”; -“Eu já tenho algumas informações, e gostaria de confirmá-las com você”; -“Você tem algum membro da família que conhece os medicamentos que você usa, e que você gostaria que participasse desta entrevista?”; Alergias: -“Você é alérgico a algum medicamento?” Se sim, perguntar a qual medicamento, e o que acontece quando toma. Coleta de Informações: -“Você tem uma lista de medicações ou pode trazê-las para eu verificar?” -“Como, com que freqüência e quando você toma estas medicações? -“Há algum medicamento prescrito que você (ou seu médico) tenha feito alteração ou tenha parado de tomar?” Medicamentos de venda livre: -“Você toma medicamentos que não foram prescritos?” Vitaminas/Minerais/Suplementos/ Produtos Naturais -“Você toma alguma vitamina?” -“Você toma algum mineral?” -“Você toma algum suplemento?” - “Você faz uso de algum produto natural ou fitoterápico” Olho/Ouvido/Nariz (gotas) -“Você usa algum colírio?” -“Você usa algum medicamento em gotas nos ouvidos?” -“Você usa algum medicamento em gotas no nariz?” Se sim, convidar familiar / cuidador. Dar ex.: paracetamol, antiácidos, laxantes... Colete dados sobre dose, via e freqüência de cada medicamento. Se sim, anotar qual foi a razão. Se sim, anotar quais, e como toma. Dar ex.: Vitamina C... Dar ex.: Ferro, cálcio... Dar ex.: Creatina... Se sim, anotar quais, e como toma. Dar ex.: Chás... Se sim, qual? Quantas gotas? Freqüência? Em qual olho? Se sim, qual? Quantas gotas? Freqüência? Em qual ouvido? Se sim, qual? Quantas gotas? Freqüência? Para cada, se sim, qual o nome e como você utiliza? (incluir dose, e freqüência) Inalatório/ adesivo/ creme/ pomada/ injetável/ amostra grátis -“Você utiliza algum medicamento inalatório? Em adesivos? Cremes ou pomadas? Medicamentos injetáveis (ex.: insulina)?” -“Você recebeu alguma amostra grátis do seu médico nos últimos meses?” Se sim, qual o nome? Antibióticos -“Você usou algum antibiótico nos últimos três meses?” Se sim, qual? Para qual infecção? Encerramento gostaria–de saber Especialize se você tem On-line alguma IPOG pergunta?” ISSN- “Eu 2179-5568 Revista - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 -“Se lembrar de alguma coisa mais tarde, por favor, me avise para que eu atualize as informações.” Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 6 Figura 1 – Guia de entrevista sistemática Fonte: Adaptado de Fernandes (2009) ativo e o retroativo (Figura 2). A principal diferença entre estes dois é o momento em que o MHPM é recolhido e comparado com a prescrição de internação. O modelo pró-ativo ocorre quando o MHPM é criado primeiro e, em seguida, utilizado para gerar a prescrição de internação. Neste caso, o médico é obrigado a levar em conta cada um dos medicamentos listados no MHPM. Já no modelo retroativo, o médico escreve a prescrição de internação e no momento seguinte, o MHPM é coletado. Embora seja desejável ter um processo definido, pode ser necessário dispor de alternativas dependendo da disponibilidade de recursos. Por exemplo, pacientes que necessitam de tratamento imediato geralmente terão a reconciliação retroativa. Esta combinação de modelos é definida como um "modelo misto" (HIGH 5s, 2009). Reconciliação Pró-ativa Verificar se todos os medicamentos do MHPM foram analisados pelo prescritor Prescrição de internação MHPM Reconciliação Retroativa Histórico primário de medicamentos Prescrição de internação MHPM Comparar MHPM com a prescrição de internação e resolver qualquer discrepância Figura 2 – Modelos de reconciliação medicamentosa Fonte: Adaptado de High 5s (2009) As diferenças encontradas entre o histórico de medicamentos e a prescrição são denominadas "discrepâncias" (SAFER HEALTH CARE NOW, 2012) e podem ser classificadas da seguinte forma: Classificação das discrepâncias Intencionais não documentadas Descrição Ocorrem quando o prescritor acrescenta, altera ou descontinua alguma medicação intencionalmente, porém não documentou claramente esta decisão. ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 7 Intencionais documentadas Ocorrem quando o prescritor acrescenta, altera ou descontinua alguma medicação intencionalmente, documentando claramente esta decisão. Não intencionais Ocorrem quando o prescritor, de forma não intencional, acrescenta, altera ou descontinua uma medicação que o paciente já fazia uso posteriormente a internação. Tabela 1 – Classificação das discrepâncias Fonte: Adaptado de Pippins et al. (2008) Em um estudo realizado em dois grandes hospitais acadêmicos de Massachusetts, identificouse que 45% das discrepâncias com medicamentos encontradas eram não intencionais, sendo que 27% tinham o potencial de acarretar danos à saúde do paciente e aumentar o tempo de internação (PIPPINS et al., 2008). Em outro estudo pode-se analisar ainda que dentre o grande número de discrepâncias encontradas, houve uma maior prevalência de omissões, principalmente de medicamentos psicotrópicos, inibidores da secreção gástrica e betabloqueadores (WINTER et al., 2010). É importante também realizar um mapeamento (Figura 3) de todo o processo de reconciliação, identificando os envolvidos para facilitar a visualização dos eventos subsequentes a serem realizados e seus respectivos responsáveis (SAFER HEALTH CARE NOW, 2011). ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 8 Comparar MHPM Excluindo os medicamentos novos, foram identificadas diferenças? Sim Investigar se a diferença é intencional Não representa uma discrepância não intencional Prescrição de internação Não Sem mais ações necessárias Corrigir/reconciliar a discrepância juntamente com o prescritor Sim representa uma discrepância intencional não documentada Documentar Comunicar apropriadamente Figura 3 – Mapa modelo do fluxo da reconciliação medicamentosa na internação hospitalar Fonte: Adaptado de Safer Health Care Now! (2011) 6. Reconciliação Medicamentosa nas Transferências As transferências hospitalares também representam um momento de vulnerabilidade na sequência de um tratamento. Um estudo realizado em um hospital de Toronto, Canadá, apontou que 62% dos pacientes incluídos na pesquisa apresentaram pelo menos uma discrepância não intencional no momento da transferência, sendo que as omissões representaram 55,6% dos casos (LEEG et al., 2010). No Brasil, seguindo a tendência mundial, a grande maioria dos pacientes psiquiátricos, após a alta hospitalar, são encaminhados para um nível de cuidado comunitário de menor complexidade, para dar sequência ao tratamento contínuo. Neste novo ambiente é fundamental que os profissionais de saúde recebam, juntamente com o paciente, todas as informações necessárias, inclusive um histórico medicamentoso, para que seja desenvolvido um trabalho voltado às características e necessidades de cada individuo (VIDAL, BANDEIRA e GONTIJO, 2008). Apesar desta necessidade, mesmo em países desenvolvidos, a falta de recursos para o cuidado comunitário de pacientes psiquiátricos ainda é apontada como fator limitador para uma transição adequada (NOSEWORTHY, 2014). ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 9 Ao realizar a reconciliação nas transferências deve-se levar em conta não só o que o paciente estava recebendo na unidade de origem, mas também passar o conhecimento dos medicamentos que eram utilizados em casa, que podem ser continuados, reiniciados, suspensos ou modificados. As etapas sugeridas para este processo são: Comparar o MHPM da internação com a prescrição de transferência e os registros recentes de administração de medicamentos, assegurando que todos foram analisados; Identificar e resolver todas as discrepâncias com o prescritor; Documentar e comunicar qualquer alteração resultante nas prescrições (SAFER HEALTH CARE NOW, 2011). 7. Reconciliação Medicamentosa na Alta Hospitalar No Canadá, em 2010, houve mais de 180.000 reinternações não planejadas até 30 dias após a alta, gerando um custo de 1,8 bilhão de dólares (MITCHELL et al., 2013). Neste sentido, diversos autores confirmam a importância de estabelecer uma sistemática de aconselhamento que assegure o entendimento e a educação do paciente em relação a sua terapia pósinternação, e não se ater apenas ao ato de entregar instruções por escrito (CUA e KRIPALANI, 2008; MIASSO e CASSIANI, 2005; LOPES, SALIENTE e COMPANY, 2008). Em virtude destes fatos, surge a reconciliação na alta hospitalar, com o objetivo de conciliar os medicamentos que o paciente estava tomando antes da internação (MHPM), e aqueles iniciados no hospital, com os medicamentos que o paciente deve tomar após a alta, assegurando que as mudanças são intencionais e que as discrepâncias foram resolvidas (SAFER HEALTH CARE NOW, 2011). Como no processo de internação, na alta também se elabora um documento, o “Melhor Plano Possível de Medicamentos para Alta Hospitalar” (MPPMAH). Este documento servirá tanto como guia para o paciente realizar seu tratamento, como fonte de informação ao próximo nível de cuidado a que estiver submetido, mantendo os profissionais de saúde externos à instituição cientes da atual farmacoterapia, e daquelas que o paciente já foi submetido. O MPPMAH é formado a partir dos seguintes dados: Medicamentos descontinuados (desde MHPM); Medicamentos ajustados (desde MHPM); Medicamentos inalterados que devem ser mantidos (desde MHPM); Medicamentos que foram incluídos durante a internação; Medicamentos que serão iniciados na alta; Medicamentos que estão em espera e precisam ser reavaliados no futuro; Comentários adicionais, conforme o caso. Por exemplo, produtos naturais (HIGH 5s, 2009). Muitos pacientes dependem totalmente de outra pessoa para realizar o seu tratamento farmacológico de forma adequada, por outro lado, dependentes químicos e pacientes com depressão, por exemplo, podem ter esta autonomia. Em ambos os casos, é de suma importância salientar o papel da família / cuidador após a alta hospitalar. Todos devem estar conscientes da importância do seguimento junto a atenção básica e programas assistenciais, e dos procedimentos a serem adotados para que tenham acesso aos medicamentos prescritos de ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 10 forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde, garantindo o acesso às terapias (GERSON e ROSE, 2012). O ISMP Canada elaborou um guia para assegurar que todos os tópicos relevantes sejam abordados no processo de educação do paciente, durante a alta hospitalar. Dentre eles, os mais relevantes são: Foco principal Orientações Identificar medicamentos: - Que foram alterados enquanto o paciente esteve no hospital; - Que não são mais necessários após a alta; - Que devem ser continuados após a alta; - Novos medicamentos que o paciente deverá tomar após a alta; Confirmar o entendimento do paciente / cuidador sobre: - O objetivo de cada medicação; - Possíveis efeitos colaterais e quando é necessário procurar um médico para cada medicamento; - Duração prevista da terapia para cada novo medicamento; Fornecer ao paciente / cuidador: - Um calendário das medicações, contendo o nome do medicamento, a finalidade, dose, freqüência, quando é melhor tomar o medicamento, duração do tratamento e quaisquer comentários adicionais que possam ser necessárias; - Informações adicionais sobre consultas / exames laboratoriais que podem ser necessários, que envolvam os seus medicamentos; Peça ao paciente / cuidador para: - Resumir suas instruções da medicação da alta hospitalar, para que se possa avaliar a compreensão das informações apresentadas; Encorajar paciente / cuidador para: - Trazer esta lista de medicamentos em todas as consultas, realizações de exames, e à sua farmácia comunitária; - Manter sua lista de medicamentos atualizada; - Leve a sua lista de medicamentos com eles em todos os momentos. Tabela 2 – Guia para educação do paciente durante a alta hospitalar Fonte: Adaptado de ISMP Canada (2011) 8. O farmacêutico na reconciliação medicamentosa Em uma revisão sistemática realizada para avaliar o impacto da participação do farmacêutico na saúde mental, foram selecionados artigos em que o farmacêutico desempenhou recomendações sobre o tratamento e educação do paciente, onde possuía autoridade para prescrever, e também artigos onde este realizava o processo de educação da equipe de saúde do setor psiquiátrico. Em todos os estudos houve desfechos positivos demonstrando melhora nas práticas de prescrição, satisfação do paciente e utilização de recursos (FINLEY, CRISMON e RUSH, 2003). ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 11 Ao realizar a reconciliação medicamentosa, o farmacêutico obtém uma base para a realização simultânea de revisão da farmacoterapia, possibilitando a identificação e resolução de problemas relacionados a medicamentos, como por exemplo, interações medicamentosas, reações adversas, uso de medicamentos sem indicação e dosagens inadequadas (ISMP Canada, 2007). Práticas estas que foram adotadas durante a avaliação do impacto econômico da implantação desta ferramenta e comprovação da sua custo-efetividade na Holanda (KARAPINAR-ÇARKIT et al., 2012). Outra estratégia que obteve resultados positivos foi o seguimento farmacoterapêutico após a alta hospitalar através de contato telefônico. No momento da alta, o paciente ou familiar acaba recebendo inúmeras recomendações de diversos profissionais, e juntamente com a tensão de um ambiente hospitalar, muitas informações podem não ser absorvidas, bem como as repassadas no momento de apresentar o MPPMAH. Assim, os resultados clínicos, a segurança do paciente e seu nível de entendimento sobre a farmacoterapia podem ser amplamente beneficiados por esta forma de contato e seguimento (TAN et al., 2013). Com as resoluções nº 585/2013 e nº 586/2013 do Conselho Federal de Farmácia, que regulamentam as atribuições clínicas e a prescrição farmacêutica no Brasil, agora pode ser possível buscar resultados semelhantes aos encontrados por Conklin et al. (2014) em um hospital norte-americano, que através do programa de reconciliação medicamentosa conseguiu identificar os problemas relacionados a medicamentos tanto nas internações como nas altas hospitalares e, com a aplicação de protocolos, 70% destes foram resolvidos sem a necessidade de intervenção do profissional médico. Diversas pesquisas já apontaram as vantagens da participação do farmacêutico no processo de reconciliação medicamentosa. Contudo, muitos hospitais enfrentam dificuldades em implantar esta prática em todo o sistema devido à falta de recursos. Assim, a atividade deve ser compartilhada com os demais profissionais, como enfermeiros e médicos, priorizando a intervenção do farmacêutico em grupos com maior risco de enfrentar um evento adverso, como pacientes que utilizam mais de cinco medicamentos e pacientes psiquiátricos (SCHNIPPER et al., 2006; WALKER et al., 2009). 9. Conclusão Em virtude dos dados apresentados, conclui-se que o processo de reconciliação medicamentosa representa uma prática consolidada internacionalmente para a diminuição dos eventos adversos relacionados a medicamentos, apresentando nítidos benefícios aos serviços clínicos. Os atuais esforços para a elaboração de práticas que garantam a segurança do paciente em todos os níveis e etapas do cuidado, e a mudança dos paradigmas relacionados ao tratamento e manejo de pacientes psiquiátricos, estimulam a implantação desta ferramenta. Da mesma forma, inúmeros avanços foram atingidos recentemente, no sentido de regulamentar uma participação mais ativa do farmacêutico em conjunto com a equipe multidisciplinar, possibilitando que seus conhecimentos sobre a farmacoterapia estejam mais acessíveis aos demais profissionais de saúde e principalmente dos pacientes. ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 12 Referências BRODIE, Donald C.; PARISH, Peter A.; POSTON, Jeffrey W. Societal needs for drugs and drug-related services. American journal of pharmaceutical education, v. 44, n. 3, p. 276278, 1980. CONKLIN, Jessica R. et al. Care Transitions Service: A pharmacy-driven program for medication reconciliation through the continuum of care. American Journal of HealthSystem Pharmacy, v. 71, n. 10, p. 802-810, 2014. CUA, Yvette M.; KRIPALANI, Sunil. Medication use in the transition from hospital to home. Annals of the Academy of Medicine, Singapura, v. 37, n. 2, p. 136, 2008. FERNANDES, Olavo. Medication Reconciliation: Practical Tips, Strategies and Tools for Pharmacists. Pharmacy Practice. Outubro 2009. 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Medicamentos trazidos pelo paciente 4. Registros da última internação 6. Lista / prescrição trazida pelo paciente/ familiar 7. Registros em farmácias comunitárias públicas ou privadas 8. Prontuários de consultórios / médico da família Outra fonte (citar): Fonte: Adaptado de Safer Health Care Now! (2011) ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 18 Anexo 2 – Melhor Plano Possível de Medicamentos para Alta Hospitalar AJUSTADO INALTERADO FREQUÊNCIA VIA MEDICAMENTOS Registro: Data da alta: CID-10: DOSE Paciente: Data da internação: Motivo da internação: Histórico de alergias: INICIADO NO HOSPITAL HOSPITAL MELHOR PLANO POSSÍVEL DE MEDICAMENTOS PARA ALTA HOSPITALAR SUSPENSO IDENTIFICAÇÃO COMENTÁRIOS MEDICAMENTOS PARA INICIAR APÓS A ALTA Preenchido por: Médico: Observações: ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015 Serviço de reconciliação medicamentosa com base no modelo canadense para uma ala de saúde mental Julho/2015 19 Fonte: Adaptado de Safer Health Care Now! (2011) ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015