PROJETO VIVÊNCIAS E ESTÁGIO NA REALIDADE DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – VER-SUS RELATÓRIO INDIVIDUAL DE VIVÊNCIA NO PROJETO VER-SUS VERÃO 2015 JUÍNA-MT: 01 A 07 DE MARÇO DE 2015 VIVENTE: ALEXANDRE MAGNO ARAÚJO MELCHIORRE Cuiabá-MT, 09 de março de 2015. 1. UM POUCO SOBRE O LOCAL DA VIVÊNCIA O município de Juína, localizado no noroeste do estado de Mato Grosso, aos 720 quilômetros de Cuiabá. Sua localização é privilegiada considerando que é polo regional dos municípios de Brasnorte, Castanheira, Juruena, Cotriguaçu, Colniza, Aripuanã e Rondolândia. Possui uma extensão territorial é de 26.190 km² dos quais 60% pertencem a reserva indígena. A população atual é de aproximadamente 39.255 habitantes distribuídos na zona rural e urbana, segundo dados do IBGE em 2010. A economia do município de Juína tem sofrido várias transformações mas prevalece a exploração industrial extrativista e agropecuarista. 2. A VIVÊNCIA Iniciamos nossa viagem rumo a cidade de vivência no dia 01 de março de 2015, com saída do campus Cidade Universitária da Universidade Federal de Mato Grosso. No dia seguinte, realizamos uma reunião com o secretário municipal de saúde do município, o senhor Agostinho Bespalez Filho, com o objetivo de apresentar o projeto, bem como seus objetivos. Traçamos ainda um cronograma das atividades a serem Página 1 de 18 desempenhadas durante o período da vivência. Foi-nos disponibilizado uma funcionária para nos guiar e mostrar as unidades de saúde do município, a Enfermeira Amanda, Coordenadora da Atenção Básica. Dentre os locais visitados estão: as unidades de estratégia de saúde da família, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, a Unidade de Pronto Atendimento, a Farmácia Básica do SUS, o Centro de Atenção Psicossocial, o Banco de Sangue, o Centro de Testagem e Aconselhamento, o Hospital Municipal de Juína, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família, o Departamento de Vigilância em Saúde, o Centro de Reabilitação, o Centro de Referência de Assistência Social, Laboratório Municipal de Juína, a Casa de Apoio à Saúde do Índio, a Aldeia da Etnia Rikbatsa, a Horta Municipal de Plantas Medicinais e a Pastoral da Saúde. 2.1. ATENÇÃO BÁSICA O município de Juína conta com 11 Unidades de Estratégia de Saúde da Família - UESF, que atendem a área urbana e rural, sendo elas: Rural I e II, Central, Padre Duílio, Palmiteiro, São José Operário, Módulo 04, Módulo 05, que por sua vez, se divide em Equipe 01, 02 e 03, em locais diferentes, e ainda o Módulo 06. A UESF Rural I e II situam-se em perímetro urbano, em espaço compartilhado. Fomos recebidos pelo Enf. Valdinei, responsável pela equipe da unidade, que nos informou que prestam atendimento a cerca de 2500 a 3000 famílias, com uma média de atendimentos médico que beira os 27 pacientes por período do dia. Atualmente tem cerca de 11 microáreas, com aproximadamente 900 famílias cadastradas, mas tem mais que o dobro de famílias desassistidas por Agente Comunitário de Saúde – ACS. O enfermeiro relatou que muitas pessoas de outros municípios procuram atendimento na unidade, e por vezes, informam endereços fictícios para conseguir agendamento, sobrecarregando a demanda. A maior dificuldade enfrentada pela equipe, segundo o responsável, é a informatização ausente, sendo que desta forma, a alimentação do Sistema de Informação da Atenção Básica – SIAB – é encaminhada à Secretaria Municipal de Saúde – SMS – para digitalização dos dados obtidos na comunidade. A equipe de profissionais é composta por um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e 07 ACS. A rotina de atendimento médico é geral todos os dias, com dia da semana específico para visita domiciliar, e programação para Página 2 de 18 obesidade mensalmente. Com relação ao espaço físico, dispõe de uma sala de vacinação, uma sala para procedimentos e curativos, um consultório médico e um de enfermagem, e ainda uma sala de dispensa de medicamentos, além da recepção. O prédio é alugado, e funciona em condições insalubres, não sendo de alvenaria. Na UESF Central, a Enf. Selma, informou que sua equipe é composta por um médico, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, quatro ACS e um agente de controle de endemias. Atendem cerca de 860 famílias cadastradas, sendo que existem ainda 3 microáreas descobertas por ACS. Com relação ao atendimento médico, é geral todos os dias, sem programação específica. O perfil de maior demanda da unidade, é de idosos, sendo que as famílias residentes na área são de maior poder aquisitivo. A enfermeira atribui o fato do baixo atendimento em puericultura e pré-natal ao fato de cobrir uma parcela da população com boa renda familiar. Uma ACS presente na reunião relatou que em sua microárea, existem muitas kitnet, dificultando o cadastramento de famílias, por conta da alta rotatividade dos moradores, e também prejudica a busca ativa por doenças. A unidade realiza atividades como o Programa de Saúde na Escola – PSE – com palestras e orientações com higiene bucal, embora com baixa frequência; e também, caminhada com grupos de idosos com frequência de duas vezes por semana. Quanto a estrutura, possuem um computador, porém sem acesso à internet, e equipamentos básicos para prestar atendimento. O espaço físico é alugado, sendo uma casa, com seus cômodos adaptados à rotina da unidade. Na UESF Padre Duílio, a Enf. Nilza relatou que a unidade assiste à sete microáreas, sendo uma descoberta atualmente, resultando um total de 992 famílias cadastradas. Promovem atividades em escolas, como palestras e orientações sobre vacinação e verminoses, por exemplo. A UESF do Palmiteiro, tem como enfermeira-gestora da unidade, a Ivani, que afirmou que sua equipe é composta por um médico, uma enfermeira, um técnico de enfermagem e uma dentista. Abrange uma área com seis microáreas, sendo uma sem cobertura por ACS, sendo que situam-se em uma região com população com baixa renda. Todos os dias fazem palestras com orientações gerais sobre doenças prevalentes aos pacientes, enquanto estes aguardam atendimento na unidade, e ainda promovem encontros com as gestantes, com certa frequência. A dentista da Página 3 de 18 unidade, não tem prestado consultas, por falta de materiais e condições mínimas no espaço físico, porém realiza palestras nas escolas sobre higiene bucal. Na UESF São José Operário, existem cerca de 3000 famílias cadastradas, sendo assistida por uma equipe mínima preconizada para atendimento. Realizam ações como o PSE em parceria com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF, e grupo de caminhada com idosos. A unidade está em fase de implantação do NUTRISUS, que basicamente é um programa de suplementação vitamínica, em três creches municipais da área, ainda neste mês. Desta forma, a UESF recebeu certificação em Novembro de 2011, do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ. Na UESF do Módulo 04, são atendidas cerca de duas mil famílias, com melhor poder aquisitivo, sendo que seu maior público é de idosos, com um fluxo de consultas geral de trezentas por mês. Cada dia tem um tipo de atendimento médico. Tem boa cobertura vacinal. A equipe, segundo a Enf. Eliane, dispõe de um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem, dois agentes de endemias, e ainda cinco ACS. São oito microáreas, sendo três sem ACS. Quanto à estrutura, estão em local alugado e adaptado, aguardando o término construção do prédio próprio. A unidade possui um computador com acesso à internet, porém só atualizam o SISPRENATAL, sendo que o restante é enviado à SMS para alimentação do SIAB. As UESF do Módulo 05, são subdivididas em três equipes, situadas em locais diferentes, devido à grande extensão do bairro. Na UESF da Equipe 01, temos cerca de 4000 famílias, distribuídas em sete microáreas. São atendidas por um enfermeiro, um técnico de enfermagem, dois agentes de endemias, uma dentista e um auxiliar dentista. Por não dispor de médico na unidade, quando há necessidade de atendimento por este profissional, o paciente é encaminhado ao Hospital Municipal de Juína, ou à Unidade de Pronto Atendimento, em caso de urgência. A Dentista realiza, além das consultas odontológicas, palestras sobre higiene bucal nas escolas da área, bem como o fornecimento de flúor às crianças, com auxílio da gestão municipal e doações pela comunidade, não sendo assistida pelo Programa Brasil Sorridente. Na Equipe 02, a Enf. Gisele, informou que a unidade abrange 797 famílias, distribuídas em seis microáreas, sendo uma sem ACS. Conta com uma equipe composta por uma enfermeira, um técnico em enfermagem, um dentista, um auxiliar dentista e cinco Página 4 de 18 ACS. Não tem atendimento médico há menos de um mês, pois o médico se demitiu para iniciar a residência médica. No entanto, a maior demanda era por idosos, que procuravam maior atendimento por programas de Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Melito, e ainda Saúde Mental. Na Equipe 03, fomos informados que a unidade foi construída há um ano, sendo portanto, de prédio próprio. Equipe é composta por um médico, uma enfermeira, dois técnicos de enfermagem, um agente de endemias e sete ACS. Tem nove microáreas, sendo que duas estão desprovidas de ACS. Um ponto interessante nesta UESF, é que já chegou a acompanhar cerca de cem pacientes com diagnóstico de hanseníase, e atribuem esse fato a busca ativa e palestras pelos ACS. Na UESF do Módulo 06, a equipe que presta atendimento é composta por um médico, um enfermeiro, um técnico em enfermagem e quatro ACS, além de acadêmicos do curso de enfermagem de uma faculdade particular da região. Uma notória realidade de que abragem nove microáreas, sendo que cinco estão desassistidas por ACS. Assim, a unidade atende cerca de sete mil pessoas cadastradas, porém a equipe estima que aproximadamente 14 mil procuram assistência, devido ao fato que muitos moradores migraram para região por loteamento desordenado. A enfermeira afirmou que a assistência à saúde da mulher está prejudicada, pois não se faz exame Papanicolau há cerca de um ano, e ainda faltam exames sorológicos de rotina no pré-natal, pois não tem laboratório conveniado para realização destes. Depois das visitas nas UESF pude pontuar ainda mais alguns fatos que despertou a atenção, como: Rodizio de vacinação nas unidades (observando o seu período de validade após a sua reconstituição) para que desta forma não haja desperdícios, conseguindo assim ofertar todas as vacinas que compõe o calendário vacinal do Ministério da Saúde; Na UESF do Módulo 05, Equipe 02, há a participação social nas decisões deliberativas da unidade; Autonomia das UESF em se adequar a realidade da comunidade (horário atendimento); Página 5 de 18 A falta de informatização o que dificulta a alimentação do Sistema de Informação de Atenção Básica, salvo duas unidades (Unidade Central e Módulo 04) que possuem computador e internet contemplada por um programa do Ministério da Saúde. Estrutura física inadequada com sucateamento, rachaduras, infiltrações, mesmo nos espaços físicos que foram planejadas para atuar na estratégia de saúde da família, ainda em relação à estrutura física verificamos a falta de acessibilidade a cadeirantes, idosos, a insalubridade dos ambientes com a falta de ventilação, e a falta de material de trabalho, equipamentos sem manutenção. Nenhuma UESF está realizando a entrega de medicações de atenção básica, salvo aqueles de Planejamento familiar. Pode-se constatar que todas as UESF possuem o quadro profissional reduzido atuando apenas com a equipe mínima que é preconizada pelo Ministério da Saúde. Sendo necessária a complementação de outros profissionais como: Odontólogo, Técnico em Higiene Dental, Técnico de Enfermagem, Médico, Enfermeiro; Todas as UESF possuem microáreas sem cobertura por ACS 2.2. NÚCLEO DE APOIO À SAUDE DA FAMÍLIA Na perspectiva de ampliar a capacidade de resposta à maior parte dos problemas de saúde da população na atenção básica, o Ministério da Saúde, a partir de experiências municipais e de debates nacionais, criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), por meio da Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008. A partir desta portaria, temos hoje três modalidades de NASF financiados e reconhecidos formalmente pelo Ministério da Saúde. Conforme a PNAB (BRASIL, 2011), os Núcleos de Apoio à Saúde da Família são equipes multiprofissionais, compostas por profissionais de diferentes profissões ou especialidades, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipes da Estratégia de Saúde da Família, compartilhando práticas e saberes em saúde com as equipes de referência apoiadas, buscando auxiliá-las no manejo ou resolução de problemas clínicos e sanitários, bem como agregando práticas, na atenção básica, que ampliem o seu escopo de ofertas. Página 6 de 18 O NASF I, que atua em Juína, que pela portaria ministerial vincula-se de cinco a nove UESF e/ou Equipe de Atenção Básica para populações específicas (Consultório de Rua, Equipe Ribeirinha e Fluvial), atualmente presta assistência para todas as UESF, ou seja, onze unidades, ultrapassando o que é preconizado pelo PNAB. Diante desse fato, o responsável pelo setor, cita que é necessário a criação de um NASF II na região para auxiliar no manejo da demanda. O responsável pelo serviço relatou que a sua equipe é composta por um médico, um psicólogo, um nutricionista, um fisioterapeuta e um assistente social, e que estão em constante educação continuada com as equipes das UESF. Por conta das equipes de UESF que atualmente estão reduzidas, os profissionais do NASF, acabam por cobrir as férias dos profissionais das unidades sobrecarregando suas próprias funções, sendo o médico o mais afetado com essa situação. Uma queixa pertinente da equipe é a falta de local próprio e mais privativo para a realização individual e reuniões de grupo, e ainda, a falta de um veículo próprio para as visitas domiciliares multidisciplinares, já que para isso mais de um profissional realiza esta atividade em conjunto. 2.3. CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL O Centro de Apoio Psicossocial – CAPS – é um lugar de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e demais quadros, cuja severidade e/ou persistência justifiquem sua permanência num dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações em hospitais psiquiátricos. O CAPS presente em Juína é o tipo I, com uma estrutura que conta com consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias), salas para atividades grupais, espaço de convivência e realização de oficinas. Dentre os profissionais envolvidos estão um médico psiquiatra, um enfermeiro, um técnico de enfermagem, um psicólogo e um artesão. Página 7 de 18 A equipe atende pacientes acima de 18 anos, com uma média aproximada de atendimentos de 10-15 por dia, sendo que são pacientes dependentes químicos e transtornos depressivos em sua maioria. As crianças são atendidas no Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA, que também presta assistência aos pacientes de cidades vizinhas. São cerca de 350 pacientes cadastrados, com 200 em acompanhamento com maior frequência, alguns até semanal. Por conta da alta demanda por consultas, a enfermeira responsável, relatou que a agenda para primeira consulta eletiva está aberta somente a partir de maio deste ano. Ainda pela demanda, definiram que os pacientes que estão há mais de um ano sem trocar medicações e/ou sua dosagem, e que estão estáveis clinicamente, estão sendo encaminhados para acompanhamento ambulatorial nas UESF, para renovação de receita médica. Ao mesmo tempo tem um feedback da UESF, com relação ao acompanhamento do tratamento pelo paciente, e caso necessário retorna ao CAPS. Os pacientes que estão em urgência psiquiátrica encaminhados à UPA, onde recebe cuidados de um psiquiatra, e retorna ao CAPS com consulta médica marcada na alta. As internações, quando necessárias, são referenciadas ao CIAPS Adauto Botelho, em Cuiabá. 2.4. SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA / UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, foi implantado há cerca de cinco anos em Juína, e desde então tem seu espaço compartilhado com a Unidade de Pronto Atendimento – UPA. Segundo a enfermeira responsável pelo plantão no momento da visita, a área de abrangência de atendimento compreende tanto o município, bem como o perímetro rural e seus distritos. Contam com uma equipe de dois enfermeiros em regime de 40 horas/semanais, três em 20 horas/semanais, quatro técnicos de enfermagem, e ainda dois médicos de sobreaviso. Quanto as ambulâncias, a equipe dispõe de duas, sendo uma básica, com um técnico de enfermagem e o condutor/socorrista, e outra avançada, com a enfermeira compondo o quadro, atendendo cerca de duzentas ocorrências por mês. O médico quando acionado se dirige à cena, ou mais frequentemente à UPA. O grande problema enfrentado pela equipe é a dificuldade de comunicação, tanto entre eles, quanto seu acionamento pelos usuários em ocorrências. O usuário quando disca 192, a ligação é Página 8 de 18 automaticamente direcionada para Cuiabá, para então ser transferida para Juína. Entre a equipe, não há rádio transmissor, tendo eles que se comunicarem por uso de telefonia celular própria para informar a ocorrência. Toda essa demora na transmissão, acaba por prejudicar, e muito, o tempo de resposta pela equipe ao usuário na cena. Essa demora pode custar muitas vidas. Portanto, faz-se extremamente necessário, a criação de uma central de atendimento local, bem como a implantação de rádios transmissores. Outro ponto a ser averiguado, é o fato de a única ambulância avançada estar em manutenção, e pior ainda, não possuir Desfibrilador Externo Automático. Por fim, devido a equipe estar bastante reduzida, os profissionais não têm disponibilidade para realizar cursos de reciclagem. Já na UPA, inaugurada em 2012, a Enf. Marciane, responsável pela equipe, informou que conta com quatro enfermeiros em regime de 20 horas/semanais, e outros dois de 40 horas/semanais, três técnicos de enfermagem por cada turno de trabalho, sendo que o ideal seriam cinco, e ainda, dois médicos, que se revezam nos plantões para atender a população, não tendo atendimento pediátrico na unidade. A demanda é bastante alta, chegando aos três mil atendimentos por mês, uma vez que ainda se somam as referências das cidades consorciadas, as quais são Colniza, Cotriguaçu, Juruena, Aripuanã e Castanheiras. Essa situação tem se agravado, pelo fato de algumas UESF estarem sem médicos. No que se refere a estrutura, existem quatro leitos de unidade semiintensiva e um para estabilização, quando necessitam de Unidade de Terapia Intensiva, tem-se dez leitos no Hospital Municipal de Juína. Quanto aos exames de imagem, dentro das instalações, só possuem um maquinário de radiografia simples, não sendo digital, e em caso de ultrassonografia e tomografia computadorizada, os pacientes são transferidos a serviços conveniados e retornam à UPA. Exames de laboratório são coletados e enviados ao Laboratório Municipal de Juína, e geralmente ficam prontos no mesmo dia. Novamente, podemos observar uma equipe bastante reduzida, com a difícil missão de atender a imensa demanda intermunicipal. Para complicar o quadro, os exames complementares causam maior ônus, pela necessidade de locomoção para realizar em outro local, o que necessita de pessoal, e ambulância, justamente o que tem faltado na unidade. Outra dificuldade, é que os dois aparelhos de eletrocardiografia estão em manutenção, Página 9 de 18 não sendo possível realizar eletrocardiograma quando necessário. E ainda, não possuem equipamento de autoclave para esterilização de materiais da unidade. 2.5. HOSPITAL MUNICIPAL DE JUÍNA No Hospital Municipal de Juína existem as seguintes especialidades: angiologia, cardiologia, ortopedia, cirurgia geral, psiquiatria, ginecologia e obstetrícia, endocrinologia e oftalmologia sendo que, a maior demanda do hospital gira em torno da ortopedia e cardiologia, que nesses casos o tempo para atendimento é longo devido à grande demanda. Com a falta de neurologista, dermatologista e nefrologista os pacientes que necessitam dessas especialidades são referenciados para Cuiabá e no caso da nefrologia são encaminhados a Tangará da Serra. Existem setenta e três leitos de enfermaria para todas as especialidades e uma sala de estabilização dos pacientes em caso de urgência. Não possuem leitos de Unidade de Terapia Intensiva – UTI, tendo que encaminhar os pacientes ao Hospital São Lucas, privado conveniado. Apesar de não ter UTI Neonatal, dispõe de uma sala de estabilização para recém-nascidos, o que acaba por funcionar como uma UTI provisória adaptada, até a transferência para outra unidade. O centro cirúrgico possui três salas operatórias que atendem a cirurgia geral, ortopedia e a obstetrícia. As cirurgias cesarianas são a grande maioria realizadas no serviço, atrasando, e muito, as cirurgias eletivas de outras especialidades. Algo de muito positivo no hospital, foi a criação de um serviço para assistência aos familiares de pacientes que falecem, no sentido de prestar auxílio nos tramites burocráticos da certificação do óbito. 2.6. CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL A estrutura física do CRAS é prédio próprio, porém possui pouco espaço. A equipe é composta por: dois assistentes social, duas psicólogas, um pedagogo, cinco orientadores sociais, oito facilitadores que são os profissionais de oficina, duas pessoas responsáveis pelo cadastro único, dois profissionais responsáveis pelo PRONATEC, um profissional responsável pelo SENAI, uma assistente social para emergência para demanda espontânea. Toda equipe que trabalha com parcerias, Polícia Militar do estado de Mato Grosso, Conselho Antidrogas, Secretaria Municipal de saúde, CREAS e a Secretaria de Educação. Página 10 de 18 O CRAS oferece os serviços de atendimentos como: aula de violão, Kung Fu, aeróbica, hidroginástica, dança, informática e grupos de caminhada. Maior dificuldade encontrado pelo CRAS, é o resgaste das pessoas usuárias de drogas licitas e ilícitas que se encontram em vulnerabilidade. Algo também citado pela equipe é que o alcoolismo é um dos maiores problemas sociais enfrentados. O CRAS ainda realiza programas na escola como: campanhas contra a pedofilia, antidrogas, combate a violência contra a mulher, e uma ideia que surgiu dos programas foi a de capacitação de coordenador, professor e aluno. 2.7. FARMÁCIA BÁSICA DO SUS O fato que mais chamou atenção na criação deste serviço, foi o de centralizar toda a dispensação dos medicamentos da destinados a atenção básica. Dessa forma, o paciente que é atendido nas UESF e lhe é prescrito algo, este deve se deslocar até a Farmácia para retirada do medicamento. Segundo a farmacêutica Etiene, responsável técnica pela unidade, ocorre desde de junho do ano passado. Acredito que todo esse processo prejudica, e muito, a própria adesão do paciente ao tratamento prescrito pelos profissionais das UESFs, levando-se em consideração a dificuldade no transporte público no município, e o próprio fato de ter que se deslocar para outro lugar e adquirir a medicação. Uma ressalva se faz, uma vez que alguns pacientes portadores de doenças crônicas e impossibilitados de se locomover, tem acesso as suas medicações rotineiras, na própria UESF de área, mediante a cadastramento prévio, e designação de alguém responsável pela retirada. Devido ao problema de conexão à internet, tiveram bastante dificuldade na implantação do sistema de assistência farmacêutica – HORUS. A dispensação então é registrada manualmente. Quanto a reposição das drogas, é feita de forma satisfatória, uma vez que conseguem repor antes mesmo que falte. O Ministério da Saúde, no entanto, deixou de fornecer drogas básicas de assistência pré-natal, como o sulfato ferroso e o ácido fólico, razão pela qual a farmacêutica não sabe explicar. O espaço físico é de tamanho adequado para armazenagem, com controle de temperatura do ambiente. As drogas e insumos são armazenadas por categorias, porém algo que chamou a atenção, foi o fato de não existir, local específico para as Página 11 de 18 drogas psicotrópicas, no sentido de guardar em local trancado e com retirada sob supervisão. 2.8. BANCO DE SANGUE / CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO O Banco de Sangue, que ocupa o mesmo prédio do CTA, conta com um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem. Tem uma sala para triagem clínica, onde os doadores respondem a um questionário, e outra para coleta de sangue. O material colhido, passa por testagem sanguínea e outros exames, a qual tem demorado em demasia para entregar os resultados, pois é enviado para Cuiabá, ou ainda, Campo Grande-MS e só depois retorna. Entre outras dificuldades, está a falta de cadeira adequada para coleta de sangue, sendo necessário mais outras três, e também, a baixa procura de doadores potenciais. Para aumentar a oferta de sangue, procuram desenvolver trabalhos com as escolas e a POLITEC, para incentivar a doação de sangue. Devido à baixa oferta, a equipe referiu que tem em estoque pouco sangue do tipo O negativo, e que os mais utilizados são o O positivo e o A positivo. Já o CTA, tem um enfermeiro, uma psicóloga, um médico, um nutricionista e um assistente social na equipe. Dentre as atividades desempenhadas, estão a realização dos exames de rotina, onde é possível identificar doenças sexualmente transmissíveis, podendo iniciar o tratamento mais cedo ou referenciar. Promovem educação em saúde com população jovem sobre DSTs e métodos contraceptivos nas escolas. O enfermeiro responsável informou que atualmente existem cerca de 167 pacientes portadores de HIV em tratamento na região, e 66 somente em Juína. Por mês, cerca de trinta pacientes são encaminhados para o CERMAC, em Cuiabá, para testagem de carga viral e acompanhamento. 2.9. DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE O departamento é subdividido em Epidemiológica, Sanitária e Ambiental, todos em funcionamento nas mesmas dependências, e assim como muitas das unidades de saúde do município de Juína, ela também não possui prédio próprio. Diante das dificuldades apresentadas por eles, há falta de profissionais em todos os departamentos, porém, o que salta aos olhos, é a vigilância epidemiológica, que conta somente com um enfermeiro e um digitador para atender todo o município, que Página 12 de 18 ainda é responsável por recolher uma vez por semana, as notificações geradas nas UESFs. Todas estas dificuldades sempre são esbarradas pela burocracia da licitação. Promovem atividades na prevenção de doenças em escolas e rádios, também por meio de panfletagem. O enfermeiro Donizete, responsável pelo setor epidemiológico, informou a dificuldade que gera a subnotificação dos casos de HIV, atrapalhando seu trabalho no sentido de realizar a investigação de possíveis contaminados. Outro fator ainda mais importante é a baixa busca ativa por doenças infectocontagiosas, como a Tuberculose e a Hanseníase, o que acaba por não retratar a realidade da prevalência destas doenças no município, segundo Donizete. Com relação ao departamento sanitário, o Fiscal Sanitário Paulo, relatou que dentre suas atividades estão a emissão de alvará de funcionamento aos estabelecimentos comerciais mediante fiscalização. Fiscaliza-se ainda as unidades de saúde de baixa e média complexidade, sendo tarefa do estado as unidades de alta complexidades. A vigilância Ambiental é responsável pelo controle de vetores de doenças em região urbana e rural, por meio de coleta de material e análise laboratorial, pela bióloga do serviço. Outra atividade desempenhada pela equipe é a coleta de pneus como forma de prevenção à dengue, sendo disponibilizado um depósito apropriado para armazenamento destes. Realizam parcerias com escolas para realização de palestras para conscientização e promoção da saúde. Foi possível observar até mesmo o empenho de um dos profissionais da secretaria de vigilância ambiental que desenvolveu equipamentos para a facilitação do trabalho da equipe. A equipe é composta por um coordenador, uma bióloga, quatro agentes estratégicos, e ainda, doze agentes de endemias que estão distribuídos nas UESFs. Dentre as endemias mais prevalentes na comunidade estão a dengue, a malária e a leishmaniose. 2.10. CENTRO DE REABILITAÇÃO Página 13 de 18 Contam uma equipe de quatro fisioterapeutas, um fonoaudiólogo, dois psicólogos e um assistente social. A fonoaudióloga do serviço relatou que sua maior demanda é o público infantil, e que existe a necessidade de contratação de mais dois profissionais da área para dar agilidade na fila de atendimento. No setor de fisioterapia são realizados 600 atendimentos mês, sendo eles com 6 novos pacientes semanais, os maiores números de encaminhamento para o atendimento fisioterapêutico são fraturas de acidentes de transito, pós operatórios, doenças crônicas degenerativas ou dores agudas, após a avaliação fisioterapêutica são realizadas uma base de 10 sessões de atendimentos possibilitando alta ao paciente, sendo a cobertura para todas as faixas etárias e a equipe identifica muito poucos casos de abandono do tratamento. O setor não possui aparelhos elétricos, térmicos, bioelétricos e mecânicos que possibilitariam tratamentos de analgesia, relaxamentos e que trabalhando junto aos exercícios físicos que poderiam dependendo das condições do diagnostico dar uma alta efetiva ao tratamento. Quando existe a necessidade, a assistente social realiza a visita para identificar pacientes que precisam de transporte para locomoção de sua residência para o centro de reabilitação, para isso é preciso solicitar a secretaria de saúde a disponibilidade de transporte, pois a unidade não possui veículo próprio. 2.11. LABORATÓRIO MUNICIPAL DE JUÍNA Cerca de cinco bioquímicos e cinco técnicos em laboratório são responsáveis pela realização de 200 a 250 exames diários. Cada UESF tem uma cota diária de vinte e cinco exames, com tempo médio de resposta em dois a três dias, exceto exames hormonais, que levam até quinze dias para ficarem prontos, e os exames de urgência que ficam prontos no mesmo dia. Não dispõe de laboratório de apoio, e para piorar a situação, a equipe é a mínima necessária para funcionamento. O repasse de verba pelo governo do estado, segundo a farmacêutica Yane, não tem sido suficiente para aquisição de materiais processar os exames. Dessa forma, alguns exames, como a dosagem de hormônios tireoidianos e sorologias para toxoplasmose estão inviabilizados, e nem o material do exame Papanicolau tem sido analisado. Página 14 de 18 2.12. CASA DE APOIO À SAÚDE DO ÍNDIO / VISITA A ALDEIA DA ETNIA RIKBATSA Quanto a questão indígena, Juína e região, geridos pelo DSEI Vilhena/ Polo Base em Juína, atendem 34 aldeias de diferentes etnias. A visita a Aldeia da Curva proporcionou aos acadêmicos uma visão diferenciada em relação aos povos indígenas, a forma de organização social e a existência e funcionamento do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena – SASI. Algumas dificuldades foram elencadas pelos profissionais da saúde indígena e pelos próprios indígenas, contudo o SASI consegue atender as demandas da população, promovendo a atenção básica satisfatória, considerando os fatores culturais, a medicina tradicional indígena e a autonomia da enfermeira atuante nas aldeias, juntamente com a equipe multidisciplinar composta pelo enfermeiro, técnico de enfermagem, agentes de endemias, agentes indígenas de saúde, agentes indígenas de saneamento, podendo contar em situações especificas com a atuação de odontólogo, nutricionista, psicólogo e o profissional médico. Quanto aos pontos fracos observados, merecem destaque a invisibilidade do SASI na rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), o desconhecimento da forma de atuação e organização do sistema pelos profissionais da média e alta complexidade do município de Juína e ainda o preconceito com a população indígena. Em relação a CASAI, a estrutura física é nova e contempla as necessidades da população assistida no local, porem na regulação e referência do usuário indígena, a gestão municipal está fragilizada e tendo como reflexo a morosidade nos atendimentos, principalmente na área de pediatria, visto que Juína é cidade polo e referência de atendimentos para os municípios da região atendendo também ao Consórcio Intermunicipal de saúde, as diferentes formas de organização do SUS e do SASI e os limites territoriais. De modo geral, pode-se notar o engajamento dos profissionais na causa indígena, transcendendo apenas a relação de trabalho na aldeia, a articulação intersetorial, o forte vínculo dos indígenas com os trabalhadores, a preocupação dos povos indígenas em relação a questões de impactos ambientais, visto o perfil econômico da cidade e região e a importância de manter viva a cultura dos indígenas mesmo com o contato Página 15 de 18 cada vez mais intenso com a população não indígena e a comunicação e educação em saúde adaptada a esta realidade. Ainda de acordo com relatos dos profissionais, no mês de Setembro o município realiza um grande evento de pesca recebendo muitos turistas e isso impacta de forma negativa nos indígenas aldeados ás margens do Rio Juruena, a exemplo do aumento do uso de álcool e outras drogas, violência sexual e aliciamento das jovens indígenas. 2.13. HORTA MUNICIPAL DE PLANTAS MEDICINAIS / PASTORAL DA SAÚDE Desde 1985 vem sendo realizado na cidade de Juína o trabalho de medicina alternativa isso com parceria da igreja católica. Tivemos oportunidade de conhecer plantas medicinais, local onde é cultivado diversas ervas medicinais, e após visitamos o local/farmácia onde são vendidas para tratamentos homeopáticos a comunidade da cidade de Juína, após o cultivo, a colheita a secagem e todo o processo que envolve as ervas. A farmácia alternativa de ervas medicinais localiza-se na pastoral da saúde, e no espaço também são realizados atendimentos populares de práticas alternativas em saúde como massagens, reflexiologia, reike, entre outras práticas populares. Para a realização desta pratica uma equipe recebe uma remuneração mensal de dois salários mínimos, e além de firmar parcerias com a Cáritas brasileira, e alguns membros da comunidade de Juína. 3. DEVOLUTIVAS DO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE O encontro com secretário teve como objetivo compartilhar os pontos observados pelos acadêmicos que vivenciaram a realidade do SUS no município. Começamos nossa discussão pautando a estrutura física das UBS, já que foi observado pelo grupo que muitas unidades novas não atendiam ao que preconiza o Ministério da saúde em relação a estrutura básica necessária. E obtivemos como resposta o fato da gestão anterior ter realizado a construção das unidades, seguindo um projeto que não atende a essa preconização do Ministério da Saúde, sendo reconhecido pelo gestor como um erro ao qual terá que administrar nesta nova gestão. Demonstrando muita indignação ao ver que a estrutura de uma das UBS apresenta rachaduras e risco a integridade física dos funcionários e a população. Página 16 de 18 As dúvidas sobre o laboratório, o porquê de não se estar realizando a análise laboratorial do preventivo de câncer de colo de útero. Foi-nos informado que a secretária esta impossibilitada de contratar um no laboratório, devido à saída do laboratório terceirizado sem terem feito a dispensa do mesmo, impossibilitando uma nova licitação para uma empresa que venha a atender este serviço. E ainda ocorre a recusa dos laboratórios locais por motivos políticos. O secretário apresentou grande conhecimento dos problemas enfrentados pelo município, devido ao levantamento para análise da situação de Juína já que assumiu recentemente a nova função, e por possuir conhecimento de gestão em saúde já que trabalhou no município de Cotriguaçu que participa da regional. Refere que os repasses do governo estadual são atrasados e que muitas vezes ocorre o descompromisso dessas verbas, essas contribuições insuficientes tanto do governo como a das regionais levam a precarização do SUS no município. Sendo que hoje são repassados cerca de 38% dos recursos municipais para a saúde. Demonstra grande interesse em realizar a mudança do atual quadro de precariedade do SUS no município de Juína, de tal maneira que permitiu que o VERSUS viesse ao município vivenciar a realidade, partilhar e contribuir mutuamente com concretização do SUS em Juína, mostrando que a cabeça do gestor pode levar, ao sucesso ou ao fracasso da saúde pública. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o olhar multidisciplinar como diferencial, o projeto possibilitou a cada um na sua particularidade, compreender e compartilhar os diferentes pontos de vista e realidades. Permitiu a desconstrução de estereótipos que muitas vezes são alimentados pelos meios de comunicação em massa em relação ao Sistema Único de Saúde. Outro diferencial dessa vivencia foi o contato com os povos indígenas, predominantes na região, permitindo aos acadêmicos relativizar, ao passo que nos facilitou enxergar a verdadeira realidade, a necessidade de reconhecimento do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no SUS. Na atual conjuntura do SUS não apenas no município de Juína, mas em toda federação, podemos encontrar atores sociais que acreditam na melhoria do SUS, de modo que tentam mesmo em meio as dificuldades, debater, questionar melhorar Página 17 de 18 através de mudanças e pequenas ações. Tais experiências nos enriquecem enquanto acadêmicos e futuros protagonistas e nos permitindo viver um SUS universal que pretende atender a todos por igual. Portanto a vivência fez muitos graduandos terem o primeiro contato com o SUS, devido à deficiência da academia em não abranger disciplinas voltadas para o Sistema Único de Saúde, encontrando-se enquanto profissionais dentro do sistema. Página 18 de 18