Nome: Alex Marques Ferreira Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária Organização: Universidade Federal de Mato Grosso Local da Vivência: Juína MT Relatório Individual PSF No primeiro dia de vivência conversamos com o secretario de saúde municipal de Juína-MT Agostinho Bespalez Filho para definirmos os locais em que realizaríamos as visitas, começando então pelas unidades básicas PSFs. No município há 11 urbanas e 2 rurais, o atendimento é das 7:00 às 11:00 e das 13:00 às 17:00, com isso, visitamos primeiramente as unidades rurais, e logo em seguida as PSFs percebendo uma verdadeira falta de infraestrutura, como, goteiras que danificam os aparelhos, prédios próprios que consideramse ideais são pequenos, com isso muitas vezes 1 sala tem múltiplas funções o que dificulta no trabalho dos agentes. Vimos Também rachaduras que mesmo não sendo um engenheiro percebe-se que a situação é critica a maioria não possui um prédio próprio sendo então alugados. Em uma das unidades a enfermeira e coordenadora revelou que uma sala de curativo é insuportável o calor tendo que improvisar outros locais para a realização do trabalho. Conversando com os profissionais desses locais, revelaram que há certa dificuldade quanto a contratar agentes de saúde devido a distância do município de Juína, pois a maioria dos funcionários vem de fora da região, um outro motivo pela carência também é pelos grandes índices de reprovações nos concursos. Outro ponto está na informatização do sistema, os relatórios são manuais, faltando internet. Juína é uma cidade polo, ou seja, muitos pacientes vem de fora para fazer certo tratamento, com isso a demanda é extensa precisando de mais técnicos em enfermagem, médicos e ACS (Agente Comunitário de Saúde. Outra dificuldade está nas unidades que estão nos bairros de maior poder aquisitivo, em que, os moradores não procuram o atendimento, preferem usar a rede particular e a maioria dos que procuram vem atrás de vacinas. Percebi que em alguns locais eles deixam os resíduos sólidos dentro da unidade, sendo que cada unidade improvisou no fundo da residência um local para deixar estes, o que seria o mais correto. Existem unidades que suportam duas mil pessoas, no entanto estão com mais de sete mil cadastradas, e das 11 unidades que visitamos apenas 5 apresentam tratamento odontológico, sobrecarregando varias unidades. Alguns profissionais chegam a tirar dinheiro do bolso para realizar palestras em escolas e entregar materiais de higiene bucal. Por outro lado, também existem pontos positivos, como, a caminhada que as PSFs realizam, elas tem um grande público e na sua maioria idosos com diabetes. As unidades pouco sentem falta de materiais, há um projeto de por internet em varias delas para facilitar e agilizar os relatórios. Percebemos que existem agentes dedicados verdadeiramente à saúde dando muito de si para salvar vidas. SAMU Além disso, visitamos o SAMU do município, e a primeira e maior dificuldade é que a central de atendimento está em Cuiabá, ou seja, as ligações de cidades e distritos que dependem de Juína muitas vezes não são boas além de que demora muito mais o atendimento no próprio município de Juína, por isso precisa-se de uma central de atendimento na cidade urgentemente. Eles apresentam 2 ambulância uma básica e outra avançada sendo que a segunda no dia da nossa visita estava quebrada e estava em uma mecânica, e a básica não apresenta um desfibrilador externo algo básico e que é necessário, e mais uma vez falta médico. Falta capacitação de trabalho, não existe treinamento em Juína tendo que se deslocar para Cuiabá, se o SAMU atua na região logo é obvio que precisa de um local de treinamento na cidade porem ainda nada foi realizado. Farmácia Central No município estabeleceu-se uma farmácia central, algo feito porque faltavam farmacêuticos nas unidades, assim então uma forma ruim de se atender, devido a pessoas que não tem condições como um automóvel para buscar esses medicamentos, como, mães com crianças no colo, gestantes, idosos e deficientes. Deve-se adotar em todas as PSF uma farmácia completa e um farmacêutico para que assim forneça um melhor atendimento. Além disso, outros problemas que são de modo geral em toda a cidade, por exemplo, falta de internet tendo que trabalhar de forma manual, as prateleiras não são adequadas sendo estas de madeira sem uma mínima gota de verniz, podendo danificar o medicamento. CAPS O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) da região revelou um bom trabalho, tendo como varias tratamentos, um deles é adotado juntamente com o trabalho artesanal evidenciando muito interesse por parte dos pacientes, com isso, as psicólogas conseguem conversar de modo fácil e ágil, existem usuários de drogas, porem muitos deles desistem ao tratamento. Quanto as dificuldades se encontra no atendimento de adolescentes pois eles são CAPS1 ou seja, devem atender apenas acima de 18 ano, e há certos adolescentes que precisam, revelando que algo deve ser feito efetivamente, precisam de mais espaço para a realização dos trabalhos as vezes a demanda dos grupos são altas tendo que improvisar o local, e por fim também precisam de 1 veiculo pois aos que desistem do tratamento deve-se ter algum planejamento de vista para ver o que ocorreu, e estimular a pessoa a voltar. NASF Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados pelo Ministério da Saúde em 2008 com o objetivo de apoiar a consolidação da Atenção Básica no Brasil, ampliando as ofertas de saúde na rede de serviços, assim como a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações (http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_nasf.php). Eu não sabia antes o que era o NASF e com a vivencia tive essa oportunidade. Chegando na Secretaria municipal de saúde já deparamos com a primeira dificuldade que é quanto a infraestrutura, eles não possuem uma sala própria, qualquer conversa realizada ali naquele local todos os outros setores ouvem sem um menor problema, ouve também reclamações por parte dos profissionais sobre a falta de um veículo, contudo eles estão com a equipe completa e não apresentam dificuldades nessa questão. Vigilância Sanitária Outra Visita foi a Vigilância Sanitária, apresentando a Sanitária, Ambiental e Epidemiológica um ponto positivo que percebi, foi quanto as campanhas realizadas, sobretudo em escolas. Eles são bem ativos conseguiram tirar da cidades os pneus que antes eram jogados nas ruas fazendo da cidade um verdadeiro alastramento do mosquito da dengue que se alojavam na época das chuvas, com isso eles armazenam em um local seco e tampado e por fim vendem. Outro ponto positivo veio por meio de um ambiental, percebeu-se que ele realmente tinha interesse na sustentabilidade e que verdadeiramente ‘’veste a camisa’’, fazendo até materiais para auxiliar no trabalho e também para evitar acidentes. Quanto nas dificuldades existe uma falta de engenheiro sanitário na unidade, só 1 atende por toda a cidade, ou seja, o trabalho é muito sobrecarregado. Os agentes informaram que a internet é precária e não atende a demanda dos sistemas que eles usam e faltam computadores. E por fim lanço uma crítica em relação ao espaço, percebi que o local é muito apertado a bióloga que trabalha juntamente com o ambiental fazia suas analises de larvas do mosquito da dengue, em um espaço menor que um banheiro casual e mesmo assim ela se encontrava muito contente com o trabalho dava para ver de fato que ela levava muito a sério o que fazia. Centro de Reabilitação Centro de Reabilitação falta, medicamentos, Fonoaudiólogo, internet, equipamentos, não há nenhum ponto positivo tendo que remodelar tudo, comprar novos equipamentos, estabelecer um espaço próprio e como muitas vezes falei e isso é um problema de muitas unidade é a falta de internet para agilizar nos relatórios e etc. Aldeia Indígena Aldeia Indígena – visitamos os Rikbaktsa na aldeia da curva em que já temos uns 60 anos de contato, foram muito receptivos, eu particularmente tinha pensamentos negativos sobre os indígenas como, medo deles me prenderem ou me obrigarem a comer algo na qual eu não gostaria, e percebi que era uma ingenuidade por minha parte, claro que muitos povos ainda são violentos, mas classifiquei isso em modo geral, e hoje tenho outros pensamentos graças ao Ver-SUS. A malária já foi um grande problema na aldeia, porem agentes ajudaram na prevenção tendo obtido grandes vitória no controle dessa doença possuindo na aldeia enfermeiros e epidemiológicos. Uma dificuldade também resolvida foi quanto as estradas que antes eram de difícil acesso demorando muito tempo para levar um paciente até a cidade para um possível tratamento. Eles diferente da nossa sociedade de forma geral sempre lutam não apenas ‘’vão em manifestações e acaba rapidamente depois de um certo tempo’’ eles ficam e batalham até o fim para conseguir o que querem e isso é muito bom pois eles tem interesse em ter uma saúde digna, fazendo com que os índices de morte diminuam bastante. A sua cultura também é preservada, como, plantas medicinais que ainda são usadas para tratamento de doenças mais leves. Alguns recebem capacitação para cuidar da aldeia e não deixar o seu povo ficar doente atuando na prevenção e na medicação. Na região onde eles se encontram é realizado um festival de pesca, e este festival é importante para a população local e indígena pois nela são feitas muitas campanhas de prevenção ajudando muito no controle de varias doenças. CRAS O CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) atua como a principal porta de entrada do Sistema Único de Assistência Social (Suas), dada sua capilaridade nos territórios e é responsável pela organização e oferta de serviços da Proteção Social Básica nas áreas de vulnerabilidade e risco social (http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaobasica/cras). Também não sabia antes o que era o CRAS, o principal serviço ofertado pelo CRAS é o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), cuja execução é obrigatória e exclusiva. Eles também realizam a caminhada evidenciando que esse projeto na cidade é muito importante, pois muitas pessoas participam, por isso deve aumentar cada ano para prevenção e também ter uma boa qualidade de vida. Além disso, eles tem um publico alvo que são as crianças por exemplo, capacitar os coordenadores da escola para que eles capacitem os professores e por fim seja transmitido ao aluno, ou seja, uma reação em cadeia. E a maior reclamação é a falta de internet (como sempre), e o espaço na qual não atende as exigências. Laboratório Não apresentam nenhuma dificuldade em relação aos materiais e foi o único local em que a coordenadora falou que o SUS é um sistema em falência sendo que todos os materiais eram novos e a infraestrutura era muito boa, isso é um verdadeiro descaso ao sistema. Relataram que falta dinheiro, e que hanseníase é a doença mais encontrada nos exames realizados. CASAI Os índios que se encontram nesse local estão por dois motivos, primeiro por falta de moradia na cidade e segundo não podem voltar para a aldeia, pois estão em tratamento, a comunicação melhorou muito o atendimento, principalmente com um radio instalado na unidade, comunicando-se com varias tribos. Nesse local é ofertado 6 refeições diárias atendendo a demanda, os profissionais atuantes estão sempre dispostos, são atenciosos e todos dizem gostar de trabalhar com os indígenas. Uma das dificuldades é que os estudos não são achados em livros tendo muitas vezes que usar a experiência de vida para conviver e ajudar os índios. Algumas etnias dificultam o tratamento, no caso dos sinta largas, eles ainda tem um controle muito machista e patriarcal, a cultura deles atrapalha no tratamento, como por exemplo, quando uma pessoa é picada por uma serpente, a mulher não pode chegar perto. CÂMARA Visitamos também os vereadores, chegando à conclusão de que alguns estão realmente empenhados, porem outros dizem já ter desistido da saúde o que é absolutamente revoltante, como um líder perante a sociedade pode falar isso? Mais um caso em que o cidadão escolheu mal os seus representantes. CONCLUSÃO Gostei muito da vivencia, hoje sei de ‘’coisas’’ que antes não sabia, tinha ideias contrarias ou algumas ‘’em cima do muro’’, e o Ver-SUS me proporcionou um melhor entendimento. Então minha conclusão é que o SUS é um ótimo sistema, porem ainda há muito o que ser feito, o Ver-SUS deve ser ampliado pois muitos profissionais como o biomédico ou ate mesmo o meu curso (Engenharia Ambiental e Sanitária), dificilmente iremos estudar sobre o sistema SUS por isso é importante que antes de sairmos da faculdade, já conhecermos a verdadeira realidade do SUS, vendo muitas vezes profissionais que notoriamente gostam do que fazem, como eu pude perceber varias vezes nas unidades de Saúde em Juína, isso me incentivou muito a também no futuro ‘’vestir a camisa’’.