PORTFÓLIO DE VIVÊNCIAS NO MUNICÍPIO DE MANICORÉ – AMAZONAS GELIANE DOS SANTOS LOPES Vivente Fevereiro/2016 APRESENTAÇÃO Os estágios e vivências constituem importantes dispositivos que permitem aos participantes experimentarem um novo espaço de aprendizagem que é o cotidiano de trabalho das organizações e serviços de saúde, entendido enquanto princípio educativo e espaço para desenvolver processos de luta dos setores no campo da saúde, possibilitando a formação de profissionais comprometidos ético e politicamente com as necessidades de saúde da população. O projeto VER-SUS/Brasil, enquanto dispositivo, pretende estimular a formação de trabalhadores para o SUS, comprometidos eticamente com os princípios e diretrizes do sistema e que se entendam como atores sociais, agentes políticos, capazes de promover transformações. Assim, a proposta do Ministério da Saúde, em parceria com a Rede Unida, com a Rede Governo Colaborativo em Saúde/UFRGS, com a UNE, com o CONASS e com o CONASEMS, é de realizar estágios de vivência no SUS para que os participantes possam ter a oportunidade de vivenciar e debater acerca da realidade do SUS. O VER-SUS possibilita o despertar de uma visão ampliada do conceito de saúde, abordando temáticas sobre Educação Permanente em Saúde, quadrilátero da formação, aprendizagem significativa, interdisciplinaridade, Redes de Atenção à Saúde, reforma política, discussão de gêneros, movimentos sociais, questões que estão intrinsecamente relacionadas à saúde, ao SUS. O QUE É A VIVÊNCIA? A vivência é um processo de imersão teórica, prática e vivencial dentro do sistema de saúde dos territórios de abrangência. A imersão é uma metodologia onde o participante fica 24h por dia, durante todo o período da vivência, disponível para atividades do projeto. É criado o espaço necessário para realização de observações e vivências frente à realidade do Sistema Único de Saúde, participando e interagindo em grupos. São previstas atividades de aprofundamento teórico, a partir de seminários e oficinas didático-pedagógicas sobre aspectos da gestão do sistema, estratégias de atenção, exercício do controle social e processos de educação na saúde e no campo. O VER-SUS é realizado numa metodologia de imersão com duração de 7 a 15 dias, de forma transdisciplinar, com a participação de estudantes de graduação, residentes, técnicos e movimentos sociais. Nesse período, os participantes ficam hospedados juntos para que ocorram momentos de diálogo e troca de experiências relacionadas às vivências de cada dia. Será disponibilizado para os participantes: hospedagem, alimentação, transporte e material didático dentro do Sistema Municipal de Saúde. 5° DIA (QUINTA-FEIRA - 24/02/2016) Pela manhã visitamos a Casa de Apoio à Saúde do Índio – CASAI em fucionamento desde 2007 e atulmente Coordenada pelo Enfermeiro Ruy Leite. Segundo relatos do Enfermeiro a Casa de Apoio tem uma equipe composta por Enfermeiro, Assistente Social, Técnico em Enfermagem, Motorista, quando estão em atendimento nas aldeias, permanecem aproximadamnete dez dias, a cada dia trabalhado têm direito à dois dias de folga, conforme a empresa contratante. Possui uma estrutura para que possa atender os Índios que vêm da aldeia com problemas de saúde para o devido acompanhamento, levando em conta as dificuldades em chegar até a aldeia, o que torna mais favorável que os índios que necessitam de um tratamento contínuo fiquem hospedados na Casa de Apoio, porém quem geralmente fica no alojamento são os Pirahãs e os outros em casas de parentes, a Técnica em Enfermagem realiza as visitas domiciliares, onde tem o prontuário de cada paciente. A contrareferência do Município é o Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI Manaus. A população é de aproxidamente quatrocentos índios divididos em 05 (cinco) comunidades, sendo elas: Quatá, Santa Cruz, Porção, Flecha e Cacaia. As maiores incidências de doenças nessas comunidades são de malária e tuberculose. A tarde visitamos a Unidade Básica de Saúde Lucy Cavalcante conhecida como Tiro de Guerra, que tem parceria com o Exército Brasileiro. Fomos recebidos pelo gestor Alivelton, onde a UBS atende dois bairros bastante populosos Santo Antônio, Andaraí e comunidades adjacentes. Possui Dentista, Enfermeiro, Técnico em Enfermagem, Médico do Programa Mais Médicos e um Médico do Exército. Hospital Regional Dr. Hamilton Cidade, pertencente ao Estado. O Senhor Hananias França nos apresentou as dependências. O Hospital é monitorado por câmeras de segurança, para evitar conflitos entre funionários e pacientes e virce-versa. Possui uma boa estutura, com lavanderia, refeitório, auditório, sala da direção, recepção, consultórios médicos, enfermarias masculinas e femininas, Sala de Raio-X, Mamografia, sala de cirurgias (realizam cirurgias eletivas), laboratório, ultrassonografia, entre outros. No início tinham 101 funcionários, mas devido as aposentadorias e licenças médicas, maternidade e óbitos, atualmente estão com aproximadamente 40 funcionários do estado, e também servidores municipais, como se fosse uma contrapartida do município. O que me chamou a atenção também foi que na entrada do Hospital no quadro de avisos, publicaram gráficos informando os procedimentos que são realizados, quantitavos de produtos de consumo, limpeza e alimentação, utilizados no decorrer do ano de 2015, importante para o cidadão saber como estão sendo utilizados os recursos da saúde no município.