DREPANOCITOSE EM DEBATE Sobrecarga de Ferro

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Rita Fleming
Assistente Graduada de Imuno-hemoterapia
Hospital de Santa Maria CHLN-EPE
Lisboa, 18 de Julho de 2011
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Transfusão simples SOS
Anemia sintomática/crise
aplastica grave
Transfusão simples crónica
Prevenção de AVC recorrente ou
de 1ºepisodio em d. de risco
Exsanguíneo Transfusão
Episódios neurológicos agudos
STA grave
Episódios neurológicos agudos
Prevenção de STA
Pré-cirurgia major
Falência multi-orgão
Anemia sintomática com falência
renal resistente a EPO
Para evitar sobrecarga ferro
Sindroma torácico agudo (STA)
Hipertensão pulmonar
Sequestração esplénica ou
hepática
Priaprismo recorrente
Pré-cirurgia major
Complicações oftalmológicas ?
Priaprismo agudo
Dor recorrente ?
Gravidez
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Avaliação da sobrecarga antes terapêutica quelante:
 História transfusional:10-20 transfusões concentrado de eritrócitos
 Ferritina >1000ng/ml (2 medições fora crises)?
 Concentração de Ferro hepático: Ressonância Magnética
hepática/Biopsia hepática
 non-transferrin bound iron (NTBI) e labil plasma iron (LPI)
(investigação não como rotina)
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Métodos de quantificação da sobrecarga:
Vantagens
Desvantagens
Biopsia Hepática
Método estandardizado
Medição directa ferro
Histologia
Invasivo
Não representativo totalidade
Pessoal especializado
Ferritina sérica
Fácil, frequente
Não invasivo
Barato
Medida indirecta
Influenciado por inflamação,
hepatopatia, deficiências
metabólicas
SQUID (Superconducting
QUantum Interference Device)
Medição directa, não invasivo
Pode repetir-se com frequência
Correlação linear com Ferro
hepático
Caro, Hélio líquido
Há poucos
Pessoal especializado
Ressonância Magnética
Não invasivo
Totalidade do orgão
Disponível
Método a validar e estandardizar
Medição indirecta
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Na Drepanocitose:
•O aumento da Ferritina com saturação de transferrina normal
sugere padrão de anemia crónica com sobrecarga no SER
(inflamação crónica).
•O bloqueio do Ferro no SER é regulado pela Hepcidina.
•Non-transferrin bound iron (NTBI) aumentado tardiamente
após regime transfusional.
•Raramente disfunção cardíaca e insuficiência glândulas
endócrinas.
•Fibrose hepática só com níveis de LIC 2.7 X os da Talassemia.
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Drepanocitose vs talassemia na transfusão crónica
Doentes
Talassemia(n=30) Drepanocitose(n=43)
Idade
182
15 1
Anos de transfusão
12 2
6 1
LIC mg Fe/g peso seco
15 2
14 1
D. Cardíaca
20 %
0%
Atraso crescimento
27 %
9%
Falência gonadas
33 %
0%
Score fibrose hepática>0
81 %
39 %
Vichinsky E.,et al. Am. J. Hematol,2005; 80:70-4
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Recomendações:
ENERCA
MASSCC
NEJM
13Jan 2011
G.
Brittenham
Nat.
Institutes
of Health
Standards
SC Society
UK 2008
Ferritina
(ng/ml)
> 15003000
1500-2000
-
> 1000
-
LIC
(mg Fe/g)
-
>4
3-7
≥7
≥7
Conc. Erit.
(CE)
20-30
-
10-20
-
≥ 120ml/Kg
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Iniciar terapêutica quelante:
Profiláticamente antes lesão orgão
História transfusional >10-20 Concentrados de Eritrócitos
Ferritina:1000ng/ml vs 1500-2000ng/ml? Não é indicador de
sobrecarga por si só. Aumenta nas crises vaso oclusivas.
Ressonância Magnética Hepática/Biopsia Hepática:
CHF ≥ 4mgFe/g vs ≥ 7mgFe/g
Após Transplantação de Medula Óssea: Flebotomia Terapêutica
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Quelantes do ferro:
 Desferroxamina sc/ev
 Deferiprona p.os
 Deferasirox p.os
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
DESFERROXAMINA
 Características:
Via Administração:
SC: 8-12h/dia, 5dias/semana
EV: 12h/dia
Dose:
SC: 20-60 mg/Kg/dia (crianças<40mg)
EV:  15 mg/Kg/dia
Semiviva:
20 min
 Monitorização terapêutica:
Início: Ferritina; Ferro Hepático; audiometria; ex.
oftalmológico (fundoscopia); avaliação crescimento
Trimestral: Ferritina
Anual: ; Ferro Hepático; audiometria; ex.
oftalmológico (fundoscopia); avaliação crescimento
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
DESFERROXAMINA
 Vantagens:
Eficácia no controlo depósitos Ferro; longa experiência
Melhoria doença cardíaca com terapêutica intensa (ev)
 Desvantagens:
Via parentérica; bomba; semivida curta
Toxicidade auditiva, oftalmológica; lesão óssea, atraso cresc.
Local: dor, eritema, edema (> diluição, hidrocortisona)
Difícil adesão (noncompliance)
Infeções (Yersínia); interromper durante infeção bacteriana
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
DEFERIPRONA:
 Características:




Via Administração:
P.OS 3x/dia
Semivida:
2-3 horas
Via excreção do Ferro: Urina
Dose:
50-100mg/Kg/d
 Monitorização Terapêutica:




Semanal: Hemograma
Mensal nos primeiros 3-6 meses, trimestral nos seguintes: ALT
Trimestral: Ferritina; Zn
Anual: Ferro Hepático (RM); Ferro cardíaco (>10 anos)
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
DEFERIPRONA
 Vantagens:
 Oral
 Eficaz remoção ferro cardíaco
 Desvantagens:





Risco Agranulocitose/Neutropénia
Sindroma gastro-intestinal
Aumento transaminases
Artralgias/artropatia
Não eficaz em alguns doentes na dose 75mg/Kg/d
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
DEFERASIROX
 Características:

Via Administração:
PO 1X/d

Semivida:
8-16 horas

Via excreção do Ferro: Fezes

Dose:
10-30 mg/Kg/d
 Monitorização Terapêutica:

Prévia: Ferritina; Ferro hepático (RM); Creatinina; ALT; ex. oftalmológico;
audiometria

Mensal: Creatinina; Proteinúria; Ferritina; ALT

Anual: Ferro hepático (RM); Ferro cardíaco (>10anos); ex. oftalmológico;
audiometria
DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
DEFERASIROX
 Vantagens:
Oral
 Uma toma diária
 Eficácia equivalente à Deferroxamina
Desvantagens:
 Poucos anos de existência
 Monitorização renal (creatinina) e hepática (ALT)
 Sindroma gastro-intestinal, rash cutâneo
 Preço


DREPANOCITOSE EM DEBATE
Sobrecarga de Ferro
Notas finais
Terapêutica quelante:
•Avaliar a sobrecarga antes da terapêutica e monitorizá-la
periódicamente para ajustes de dose e controlo de eventuais
efeitos acessórios.
•Dose depende da sobrecarga e frequência transfusional.
•Iniciar terapêutica antes de lesão de orgão.
•Interromper durante gravidez.
•Tratando-se de doença crónica, os doentes têm tendência a
abandonar a terapêutica ou não a cumprir integralmente; é
importante o ensino ao doente para que este compreenda os
riscos que corre e a importância do tratamento.
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