título do resumo - Anais Unicentro

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PROBLEMAS FISIOTERAPÊUTICOS DOS PACIENTES AMPUTADOS DA
CLINICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL
DO CENTRO-OESTE.
André Bordinhão Barreto (acadêmico/outros-UNICENTRO), André Luis
Vargas (acadêmico/outros-UNICENTRO), Raquel de Mello, (Orientador), email: [email protected]
Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de
Fisioterapia/Guarapuava, PR.
Área do conhecimento: Ciências da Saúde - 4.00.00.00-1 e sub-área
Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 4.08.00.00-8.
Palavras-chave: Amputados, Fisioterapia, Complicações.
Resumo:
A amputação é um ato muito antigo, e significa a retirada de algum membro
do corpo. Ela tem se tornado um grande problema de saúde pública. Após a
amputação, é comum ocorrer algumas complicações, que afetam o coto
algumas semanas após a cirurgia. Assim, o objetivo desse trabalho foi
verificar quais complicações os pacientes amputados de membros inferiores,
atendidos pela CEFISIO ( Clinica Escola de Fisioterapia) apresentam e seus
impactos sobre sua qualidade de vida. Foram entrevistados 25 pacientes
que recebem atendimento da fisioterapia na CEFISIO, nos meses de
dezembro de 2009 e janeiro de 2010, através de um questionário em que o
paciente era caracterizado e também abordava questões referentes aos
problemas fisioterapêuticos. Foram incluídos na pesquisa os pacientes com
amputações de membros inferiores e que aceitar participar da pesquisa,
assinando o termo de consentimento livre e esclarecido. Dos 25 pacientes,
apenas 15 receberam prótese, e destes apenas 5 se adaptaram a ela.
Cerca de 80% dos pacientes apresentaram dor fantasma, 64%
apresentaram edema, neuromas ou dificuldade de cicatrização. Ainda foram
relatados outros problemas como alterações circulatórias, contraturas,
deformidades, ulceras de decúbito, sensação do membro fantasma e
parestesias. Com isso, concluiu-se que a maioria dos pacientes analisados
não se adaptou a prótese recebida, devido aos problemas fisioterapêuticos
relacionados à amputação, sugere-se a implementação do tratamento
fisioterapêutico para que o paciente se adapte e retorne as suas atividades
normais.
Introdução
A amputação é a retirada, seja ela total ou parcial de algum membro do
corpo, e é um ato muito antigo (CARVALHO, 2003). Como ela vem sendo
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
cada vez mais freqüente, a amputação se tornou um grande problema de
saúde pública (GAMBA et al, 2004).
Segundo O’Sullivan et al, (1993) ,as principais causas das
amputações são as causas vasculares e os traumas, estes tendo sua maior
incidência em adultos com menos de 50 anos ( CARVALHO, 2003) .
Um dos fatores de grande importância são os níveis de amputação,
sempre considerando o potencial de reabilitação que o mesmo oferece. Por
isso, o melhor nível deve ser escolhido, não apenas pelo seu tamanho, mas
sim pela sua capacidade funcional, pesando-se os riscos intra-operatórios
(LIANZA, 2007).
Para trazer novamente ao individuo amputado uma imagem corporal
normal, dando-lhe maior confiança, oportunidade de recuperar ou
desenvolver habilidades, é indicado o uso de próteses, que possuem uma
função satisfatória quando a sustentação do peso corporal é feita
adequadamente (LIANZA, 2001).
Após as amputações, é comum ocorrer complicações, como
deformidades em flexão, irregularidades ósseas, excessos de partes moles,
cicatrização inadequada, neuromas dolorosos, complicações cutâneas ou
comprometimento vascular, o que pode levar à incapacidade e redução nos
níveis de qualidade de vida, também dificultando a adaptação às próteses
(PASTRE, 2005).
Sabendo então que a ocorrência de amputações trás sérias
mudanças estéticas, e um impacto direto sobre a qualidade de vida dos
amputados, o objetivo deste trabalho foi analisar as principais complicações
fisioterapêuticas pós-amputação que os pacientes atendidos pela CEFISIO
apresentam em relação ao coto, sua adaptação a prótese e o quanto sua
qualidade de vida é afetada ou não pela amputação.
Materiais e métodos
Este estudo de caráter transversal e descritivo foi realizado junto aos
pacientes submetidos à amputação com prótese e que são assistidos pela
Clinica Escola de Fisioterapia (CEFISIO), da Universidade Estadual do
Centro-Oeste, UNICENTRO, Guarapuava, PR.
Foram entrevistados 25 pacientes que receberam atendimento da
fisioterapia e que são amputados de membros inferiores.
As entrevistas foram realizadas nos meses de dezembro de 2009 e
janeiro de 2010, nas dependências da CEFISIO, na UNICENTRO. Foi
aplicado questionário sobre a caracterização do paciente amputado,
abordando questões referentes ao processo da amputação e problemas
fisioterapêuticos. Os pacientes foram informados e esclarecidos do objetivo
desta pesquisa e os que aceitaram em participar assinaram em duas vias o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE, podendo desistir desta
pesquisa a qualquer momento.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
Foi utilizado o Programa Excel 2007 para realizar a estatística
descritiva.
Resultados e Discussão
Dos 25 pacientes entrevistados em nosso estudo, 15 foram amputados por
causas vasculares, nove por trauma e somente uma por causa congênita. É
de conhecimento de todos, que as patologias vasculares são as principais
responsáveis pelas amputações de membros inferiores. As amputações de
MMII causadas por doenças vasculares atingem principalmente pessoas
com idade mais avançadas, as quais estão mais suscetíveis a doenças
degenerativas (CARVALHO, 2003).
Quanto aos níveis de amputação, foi constatado 17 amputações
acima do joelho, destas 16 eram na coxa e uma apenas a nível de quadril.
Das demais, oito, ocorreram abaixo do joelho, sendo quatro ocorrências em
homens e quatro em mulheres. O que discorda de alguns autores, onde a
amputação transtibial é a que tem maior ocorrência, seguida da transfemoral
(MEYER et al, 2003).
Em relação às próteses, apenas 15 pacientes foram protetizados,
destes apenas cinco se adaptaram a ela, e 10 pacientes ainda não haviam
recebido a prótese. Estudos, já haviam demonstrado que apenas uma
pequena parcela dos amputados realmente se adapta a prótese, o que
infelizmente diminui a funcionalidade dos amputados e diminui
drasticamente sua qualidade de vida (DIOGO,2003).
E em relação aos problemas relacionados às amputações,
observamos que praticamente todos os pacientes apresentaram um ou mais
problemas. Vinte pacientes apresentaram dor fantasma como problema
relacionado, e 13 apresentaram a sensação do membro fantasma. Outros
problemas que ocorreram com grande parte dos pacientes foram o edema, a
dificuldade de cicatrização do coto e os neuromas (64%). Em concordância
com um estudo realizado em 2006, onde foi relatado que a dor do membro
amputado é uma seqüela comum da amputação, ocorrendo em até 80 %
dos pacientes submetidos a este procedimento (PROBSTER,2006).
As alterações circulatórias foram relatadas por apenas um paciente.
Essas alterações podem levar a necrose ou as ulceras de decúbito. As
úlceras de decúbito atingiram seis pacientes, deformidades e contraturas,
cada uma delas ocorreu em dois pacientes, os problemas de parestesias
ocorreram em oito pacientes. E ainda, um paciente relatou que sentia o coto
“gelado”, que pode ser considerado como perda de sensibilidade ou
parestesia (PEREIRA et al,2003).
Conclusões
Com este estudo, verificamos que a maioria dos pacientes amputados
analisados, mesmo tendo recebido a prótese, acabaram não se adaptando a
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
ela, por inúmeros motivos, dentre estes, estão os problemas
fisioterapêuticos relacionados a amputação,que acabaram dificultando a
reabilitação dos pacientes e sua adaptação as próteses.
Com isso, esperamos que esta pesquisa ajude os profissionais da
saúde a também se preocuparem com os problemas que os pacientes que
sofreram amputação podem apresentar, buscando assim minimizá-los, para
que os pacientes tenhas todas as condições de se adaptarem as próteses e
retornar as suas AVD’s, levando uma vida o mais normal possível, e
contribuindo novamente com a sociedade.
Referências
1-Carvalho JA. Amputações de Membros Inferiores: Em Busca da Plena
Reabilitação. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2003.
2-Gamba M, et al. Amputações de extremidades inferiores por diabetes
mellitus: estudo de caso-controle. Revista de Saúde Pública, São Paulo,
v.38, n.3, p.399-404, junho 2004.
3- O´Sullivan SB, Schmitz TJ. Fisioterapia: Avaliação, Tratamento. 2. ed.
São Paulo: Manole, 1993.
4-Lianza S. Medicina de Reabilitação. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara
Koogan, 2007
5-Lianza S. Medicina de Reabilitação. 2. ed., Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2001.
6- Pastre CM. Fisioterapia e amputação transtibial. Arq. Ciênc Saúde. 2005;
12(2): 120-24.
7-Meyer
et al., Estudo dos efeitos do Tratamento Fisioterapêutico
Ambulatorial de Amputados de MMII. Revista de Fisioterapia UNICID, SP,
v.2, n.2, p.101-109, julho/dez. 2003.
8- Diogo MJD. Avaliação funcional de idosos com amputação de membros
inferiores atendidos em um hospital universitário. Rev Latino-am
Enfermagem 2003 janeiro-fevereiro; 11(1):59-65
9-Probster D, Thuler LCS. Incidência e prevalência de dor fantasma em
pacientes submetidos à amputação de membros: revisão de literatura. Rev
Bras Cancerol. 2006;52(4):395-400.
10-Pereira RJ da S, Silva OMP da. Complicações Vasculares nos Traumas
de Extremidades. Angiologia e cirurgia vascular: guia ilustrado. In: Pitta GBB
et al. Maceió: UNCISAL/ECMAL & LAVA, p. 1-9, maio 2003.Disponível
em:<http://www.lava.med.br/livro.
Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava –PR.
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