título do resumo

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ASSOCIAÇÃO DO USO DE DROGAS PSICOATIVAS E DECLÍNIO
COGNITIVO EM INDIVÍDUOS DE 60 ANOS OU MAIS
Éder Marcos Lopes de Barros (bolsista Fundação Araucária/Inclusão social)
Marcos Aparecido Sarria Cabrera, e-mail: [email protected],br
Universidade Estadual de Londrina/Departamento de Saúde Coletiva/CCS.
Área e sub-área do conhecimento: Medicina/ Geriatria
Palavras-chave: declino cognitivo, idosos, drogas psicoativas
Resumo:
As drogas psicoativas são aquelas que alteram comportamento, humor e
cognição. Dessa forma, de acordo com o tipo de ação, as drogas provocam
euforia, ansiedade, alucinações, delírios entre muitos sinais e sintomas. O
objetivo deste estudo transversal observacional de caráter quantitativo tem
como objetivo associar o uso de drogas psicoativas com o declínio cognitivo
dos indivíduos internados com mais de 60 anos de idade. Foi realizada a coleta
de dados em hospital público terciário da região norte do Paraná, que compõe
a rede de assistência do SUS. A coleta foi realizada no segundo semestre de
2015 e primeiro semestre de 2016. As fontes de dados foram: prontuários, e
entrevista com o idoso ou acompanhante. O número total de idosos que
preencheram o critério de inclusão foram 220, sendo que 54 receberam alta e
46 não puderam ser entrevistados por razões diversas como cirurgia, recusa,
transferência para UTI. Dos 120 idosos com mais de 60 anos incluídos na
pesquisa, 85 (70.8%) são do sexo feminino e 35 (29,2%) são do sexo
masculino. A porcentagem de idosos com algum psicoativo prescrito foi de
55,5, correspondente a 65 idosos, 45,5% não recebiam nenhum psicoativo
prescrito. Em relação ao score médio do MEEM não houve diferença
estaticamente significativa comparando os idosos com o sem prescrição de
drogas psicoativas. O score médio do MEEM para o uso de psicoativos foi de
14,6 o sem uso de 15,5. O resultado sugere uma prevalência significativa entre
O declínio cognitivo e o uso de drogas psicoativas.
Introdução e Objetivo
O envelhecimento constitui o somatório de alterações anatômicas, fisiológicas
e emocionais que ocorre paulatinamente ao longo da vida, sendo impossível
conhecer o exato momento que ele começa. Com idade, todos os órgãos
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perdem, de maneira gradual, boa parte de sua capacidade funcional. Estas
perdas são variáveis de individuo para individuo e dependem de fatores
ambientais, genéticos e psíquicos, bem como a ocorrência de doenças
crônicas. Assim, o sistema mais duramente atingido pelo envelhecimento é o
sistema nervoso central. Sintomas como diminuição da memória para fatos
recentes, instabilidade afetiva, alterações da macha e da postura, tremores do
tipo extrapiramidal, ocorrem normalmente com o envelhecimento (PORTO,
CELSO CELENO et al, 2012).
As drogas psicoativas (ansiolíticos, antipsicóticos, antidepressivos,
opiáceos, além de outras classes) são aquelas que alteram comportamento,
humor e cognição. Isso significa, portanto, que essas drogas agem
preferencialmente nos neurônios, afetando o sistema nervoso central. Dessa
forma, de acordo com o tipo de ação, as drogas provocam euforia, ansiedade,
alucinações, delírios entre muitos sinais e sintomas (RANG et al, 2007). Perda
de memória, a falta de atenção e dificuldades relacionadas ao raciocínio lógico
são alguns exemplos de sintomas do declínio cognitivo.
Este projeto tem como objetivo associar o uso de drogas psicoativas
com o declínio cognitivo dos indivíduos internados com mais de 60 anos de
idade.
Procedimentos metodológicos
Trata-se de um estudo transversal observacional de caráter quantitativo. Foi
realizada a coleta de dados em hospital público terciário da região norte do
Paraná, que compõe a rede de assistência do SUS. A coleta foi realizada no
segundo semestre de 2015 e primeiro semestre de 2016.
Constituíram-se população do estudo todos os Idosos admitidos no
hospital e que permaneceram no mínimo 48 horas em internação com uso de
drogas psicoativas (ansiolíticos, antipsicóticos, antidepressivos, opiáceos, além
de outras classes). Foram excluídos os idosos sem condições de responder a
entrevista, e que não possuíam cuidador habilitado, após três tentativas de
realização da coleta. Foi excluído, também, o acompanhante que não tivesse
permanecido no mínimo 4 horas seguida com o paciente, antes da realização
da entrevista. O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) foi utilizado para a
avaliação cognitiva de todos os idosos incluídos na pesquisa, sendo um exame
rápido, de fácil aplicação e não requerendo material especifico. As fontes de
dados foram prontuários e entrevista com o idoso ou acompanhante. A análise
de dados foi realizada utilizando o programa Epi Info 7.1.4. Este projeto de
pesquisa faz parte de um projeto mãe intitulado Indicadores de Qualidade de
Assistência Hospitalar a Pessoa Idosa, já aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina, CAAE394013144.0000.5231,
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de 16/12/2014, e todos os participantes assinaram Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
Resultado e Discussão
O número total de idosos que preencheram o critério de inclusão foram 220,
sendo que 54 receberam alta e 46 não puderam ser entrevistados por razões
diversas como cirurgia, recusa, transferência para UTI. Assim o número total
dos idosos que foram incluídos nas análises foi de 120. Dos 120 indivíduos
com mais de 60 anos incluídos na pesquisa, 85 (70.8%) são do sexo feminino e
35 (29,2%) são do sexo masculino. A porcentagem de idosos com algum
psicoativo prescrito foi de 55,5%, correspondendo a 65 idosos, 45,5% não
recebiam nenhum psicoativo prescrito.
Em relação ao score médio do MEEM não houve diferença
estatisticamente significativa comparando os idosos com o sem prescrição de
drogas psicoativas. O score médio do MEEM para os idosos com uso de
psicoativo foi de 14,6 o sem uso de 15,5 (p= 0,5497).
Conclusão
Os resultados indicam uma expressiva prevalência do uso de drogas
psicoativas em indivíduos com 60 anos ou mais dentro do ambiente hospitalar.
Vale ressaltar que as drogas psicoativas incluem classes de medicamentos que
alteram o comportamento, humor e cognição, afetando diretamente o sistema
nervoso central. Em relação ao score médio do MEEM não houve diferença
estatisticamente significativa comparando os idosos com o sem prescrição de
drogas psicoativas.
Referências
1 – PORTO, Celmo Celeno et al. Semiologia Médica. 6.ed.Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2012.
2 – RANG, H.P. et al. Farmacologia. 7.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
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