O Sr. IRMÃO LÁZARO (PSC-BA) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, sabemos que a dependência química é considerada gravíssimo problema de saúde pública no País. Estudos indicam que o uso abusivo de substâncias psicoativas atinge grande quantitativo de nossos jovens, levando-os inclusive a um quadro de forte exclusão social. E mais! A dependência química afeta, com frequência, a interação do dependente nas várias relações sociais, com sensíveis impactos na família, na vida escolar ou mesmo no trabalho. Não podemos também esquecer que o crescente consumo de determinadas drogas fortalece a rede de tráfico e da violência, amplificando, assim, o grau de vulnerabilidade social. Quando falamos em vulnerabilidade, estamos diante de situações sociais de intensa precariedade, com jovens cada vez mais afastados do processo de conquista da cidadania. Distanciados da família, da escola ou do trabalho, o dependente químico muitas vezes sente os 2 nocivos efeitos de substâncias psicoativas. Apesar disso, o forte grau de dependência química mantém o jovem preso à droga, colaborando vulnerabilidade social para ou o aprofundamento ainda, em da determinados contextos, para a intensificação da violência e da criminalidade. Apresentadas as linhas globais desse complexo problema, não posso deixar de enfatizar a importância das casas de Mantenho, recuperação com para recursos dependentes próprios, um químicos. centro de recuperação destinado a tratar dependentes químicos; conheço, portanto, as nuances dessa realidade. Localizado no Estado da Bahia, o centro tem comprovado que a recuperação de dependentes químicos é possível, sobretudo quando envolve a ação solidária e fraterna da sociedade. Digo sociedade, pois não me refiro exclusivamente aos profissionais que diretamente atuam no Centro; no processo de recuperação, a compreensão da família é fundamental, pois estamos falando de um longo 3 caminho de sofrimento percorrido pelo dependente e que comumente afeta a dinâmica nos núcleos familiares. Senhor Presidente, mais que apontar problemas sociais específicos, precisamos, com a máxima urgência, buscar soluções efetivas. O crescente investimento em centros de recuperação de dependentes químicos representaria, em última instância, investimento no futuro País, em especial quando percebemos o elevado número de jovens fragilizados pelo abusivo uso de drogas. Segregados socialmente, esses jovens – reitero – são alcançados de forma intensa pela lógica social da exclusão. Nesse contexto, os centros de recuperação de dependentes químicos preenchem importante lacuna e aguardam, assim, maiores investimentos dos setores envolvidos. Essa seguramente não é a única solução a ser buscada, pois sabemos que o problema, por possuir magnitude expressiva, requer um conjunto amplo de combativas ações. Apesar disso, o aumento de 4 investimentos em centros de recuperação, associado a outras medidas do poder público, representaria significativo passo para o firme enfrentamento da dependência química, com a esperada reversão nos quadros de profunda vulnerabilidade social. Muito obrigado. 2015_19018