Mariana Santos Turma 121-Medicina Antibióticos Parte I- Antibióticos de ação na parede bacteriana 1. Introdução * Exemplos de bactérias Gram-positivas- várias espécies de: - Estreptococos; - Estafilococos; - Enterococos. * Exemplos de bactérias Gram-negativas: - Vibrão Colérico; - Colibacilo; - Salmonelas. * Observação: Entre a grande variedade de doenças provocadas por cocos salientam-se: - Pneumonia nosocomial (adquirida em meio hospitalar); - Pneumonia adquirida na comunidade; - Infecções da pele e tecidos moles. 2. Beta-lactâmicos Mecanismo de ação: Os beta-lactâmicos são assim chamados pela presença química de um anel beta-lactâmico. Eles tem poder bactericida e atuam se ligando a um grupo de proteínas da membrana plasmática, denominadas Proteínas Ligadores de Penicilina(PBP), que funcionam como enzimas necessárias à síntese das peptidoglicanas da parede bacteriana. Assim, eles atuam impedindo a síntese da parede bacteriana. Os beta-lactâmicos atingem mais facilmente as bactérias Gram positivas do que as bactérias Gram negativas. Isto se deve ao fato de as bactérias Gram negativas apresentarem uma membrana externa, onde se encontram porinas(canais proteicos), que devem ser atravessados por este tipo de antibiótico. Mecanismo de resistência: se dá principalmente por 3 formas: IProdução de uma beta-lactamase(enzima capaz de clivar o anel beta-lactâmico)principal mecanismo de resistência dos beta-lactâmicos. IIPBP com baixa afinidade pelo antibiótico. IIIPorinas que dificultam ou impedem a passagem de antibióticos- só existe nas bactérias Gram negativas. A associação de antibióticos beta-lactâmicos com inibidores da beta-lactamase tem ampliado significativamente o espectro desses antibióticos, tanto para Gram positivos como para Gram negativos. Exemplo destes inibidores: clavulanato, sulbactam. As associações amoxicilina+clavulanato e ampicilina+sulbactam têm eficácia garantida contra Gram+, Gram- e anaeróbios, sendo excelentes drogas para o tratamento de infecções comunitárias polimicrobianas, como pneumonia aspirativa, pé diabético infectado e sinusite crônica. 2.1. Penicilinas a) Penicilina G(benzil-penicilina)- droga mais eficaz contra determinados cocos Gram+, bacilos Gram+, cocos Gram-, anaeróbios da boca e orofaringe e espiroquetas. De forma geral, os germes Gram- possuem resistência natural à penicilina G, pelo mecanismo de resistência III. A penicilina G é mal absorvida no TGI e deve ser administrada por via parenteral. Observação: Pencilina G benzatina(Benzetacil)- não atravessa a BHE, administrado por via IM x Penicilina G cristalina, administrada por via IV, usada no tratamento da meningite. b) Penicilina V(fenoximetil-penicilina)- tem excelente absorção por via oral(vantagem). c) Penicilinas penicilinase-resistentes- penicilinas capazes de resistir à penicilinase produzida pelo Staphylococcus aureus. Exemplo: oxacilina. d) Aminopenicilinas- ao contrário dos 3 grupos anteriores, atravessam as “porinas” da membrana externa dos gram negativos(E.coli, Salmonella sp., Shigella sp, H.influenzae). Também são eficientes contra Gram+, mas não tanto quanto a Penicilina G. As aminopicilinas, entretanto, são facilmente hidrolizadas pelas beta-lactamases(é o que ocorre com 15-30% dos H.influenzae da comunidade). Exemplos de aminopenicilinas: ampicilina e amoxicilina. e) Carboxipenicilina f) Ureidopenicilina 2.2. Cefalosporinas a) Cefalosporinas de 1ª geração: representadas pela cefalotina, cefazolina e cefalexina. São eficazes contra a maioria dos germes Gram+, mas são efetivos apenas contra poucos Gram-. A cefalotina e a cefazolina podem ser usadas no tratamento de infecções de pele e tecido subcutâneo, mas, neste caso, são menos eficazes que as penicilinas. A cefalexina e o cefadroxil são as drogas de escolha para o tratamento oral de infecções estafilocócicas de pele e subcutâneo, já que em nosso mercado não há análogos da oxacilina por via oral. b) Cefalosporinas de 2ª geração: representados pelo cefuroxime e cefoxitina possuem um espectro mais amplo para Gram-, quando comparados às de 1ª geração. O cefuroxime é uma droga de extrema eficácia contra o H.influenzae, M.catarrhalis e N.gonorrhoeae e é muito utilizado no tratamento das infecções respiratórias comunitárias, pela sua eficácia anti-pneumocócica e anti-hemófilo. A cefoxitina é mais eletiva do que o cefuroxime contra as enterobactérias. Um problema limitante da cefoxitina é a sua alta capacidade de induzir beta-lactamases pelas bactérias da família Enterobacteriaceae. c) Cefalosporinas de 3ª geração: caracterizados pela sus estabilidade às beta-lactamases produzidas pelos germes Gram- entéricos. O uso indiscriminado das cefalosporinas de 3ª geração nos hospitais induziu o aparecimento de enterobactérias com resistência a todos os beta-lactâmicos, menos os carbapenêmicos. Exemplos: Ceftriaxone. d) Cefalosporinas de 4ª geração: um exemplo é o cefepime. Reservadas para os casos de infecção nosocomial por Gram- multiresistentes. Observação: nenhuma cefalosporina é eficaz contra o Enterococcus fecalis. 2.3. Carbapenêmicos: são extremamente resistentes à clivagem pelas beta-lactamases das bactérias Gram+ e Gram-, incluindo os anaeróbios. Exemplo: imipinem. O imipinem, por exemplo, pode se associar à amicacina, com o obetivo de destruir todas as cepas das bactérias e evitar o fenômeno de resistência induzida. 2.4. Monobactâmicos: atividade apenas contra Gram- aneróbios. 2.5. Toxicidade *De uma forma geral, os beta lactâmicos são bem tolerados na gravidez. Penicilinas Hipersensibilidade cutânea(10%) Anemia hemolítica auto-imune No SNC: convulsões e mioclonias Hemorragia Cefalosporinas Hipersensibilidade cutânea(1-5%) Coombs direto positivo Sangramento(interfere c/ o metabolismo da vit.k) Diarréia 3. Glicopeptídeos- vancomicina. Não tem efeito em nenhum germe Gram-, por não atravessar a membrana externa dessas bactérias. 4. Polimixina B- exclusiva para germes Gram-.