Prof. Ricardo de Sousa Moretti (Universidade Federal do ABC, Brasil)

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A avaliação das desigualdades e sua
incorporação nos indicadores de
sustentabilidade urbana
Ricardo de Sousa Moretti
Marcos Vinicius Pó
UFABC
Itens da apresentação
Estatística das médias e estatística dos extremos
Desigualdades e políticas públicas
Avaliação das desigualdades e inclusão da
desigualdade nos indicadores
Estatística das médias
Estatística dos extremos
• Coluna constituída por um feixe de bambus
submetida à compressão- OK a análise através
de resultados médios
• Elos de uma corrente submetida à traçãoelementos mais frágeis determinam o
resultado do conjunto
Universalização versus resultados
médios
• 98% de atendimento. Bom resultado?
A partir de qual ponto de vista?
Pelo ponto de vista dos 2% não atendidos:...?
Necessário considerar o risco que os 2% não
atendidos pode trazer para o conjunto.
Outros casos da estatística dos
extremos
• Presença de substância venenosa na água
• Mangueira de freio do automóvel
• Distração ou sonolência no trânsito
Riscos da análise pela média
•
•
•
•
Nutrição
Mortalidade Infantil
PIB
Renda
Há que se considerar a desigualdade dos
resultados
Contexto
• Harvey- nova arca de Noé
• Raquel Rolnik: sustentabilidade- arca de Noé para
todos
• Excluídos?
• Acselrad- justiça ambiental- condições em que
vivem os que estão mal incluídos
Impactos da desigualdade
Richard Wilkinson: professor de epidemiologia
social- Universidade de Nottinghan, Inglaterra
The spirit level - 2009(O nível- segundo semestre 2011)
The impact of inequality- 2005
Fatores comportamentais como abuso de drogas, gravidez
na adolescência ou violência são fortemente afetados
pela desigualdade.
Impactos acontecem em países desenvolvidos e em
desenvolvimento
Combate à pobreza extrema
• 16,3 milhões de pessoas no Brasil
(número depende do critério-”Brasil sem Miséria”: < R$ 70 ou
em condições adversas, tipo ausência banheiro; IPEA- renda
diferente para cada região- 14 milhões)
Programa de combate à fome- Betinho
Peixe ou ensinar a pescar- exemplo Programa de
Benefício de Prestação Continuada (idosos ou deficientes
com renda até ¼ SM)
Desigualdades e políticas públicas
Política pública como indutor da desigualdade
- Habitação (financiamento e subsídio)
- Terras- censo agrário 1920, 20% das terras
tinham uso (restante-devoluta- deveria ser
pública)
- Aumenta a concentração de terras rurais
- O Índice Gini no meio rural chegou a 0,872, pior
que o dos anos de 1985 (0,857) e 1995 (0,856).
Políticas Públicas no enfrentamento
das condições sociais extremas
Relação cruzada: as políticas setoriais são
seriamente comprometidas pela pobreza
extrema e pela desigualdade. O investimento
público pode mudar a desigualdade.
Exemplos habitação: Conjunto Habitacional do Gato e Olarias
Exemplo saneamento: perdas diversas associadas às ligações
irregulares; lixo.
Avaliação das desigualdades
• Variações espaciais
Quanto menor o território analisado, mais claras ficam as
diferenças espaciais (segregação sócio-espacial
aparece)
Mesmo assim, é necessário atenção
(caso do bairro Morumbi- mansões e favela Paraisópolis)
• Variações de cada amostra
Como considerar a variação dos elementos que
compõem um resultado médio?
Índice Gini
• Quanto mais próximo de um, melhor a
distribuição da amostra.
Se um único elemento concentra tudo- Gini =zero. (0,0,0,4- média 1, Gini=0)
Todos integrantes têm o m/o resultado- Gini =1 ( 1,1,1,1- média 1, Gini=1)
Bom para resultados que podem ser
acumulados
Relação entre quartis
• Além da apresentar os resultados médios,
apresenta-se a relação entre os resultados dos
25% que apresentam maiores valores e os 25%
que apresentam menores valores.
• 12 resultados: 1,2,3,4,4,5,5,7,8,9,11,13
Média dos 25% maiores: 11
Média dos 25% menores: 2
Média geral: 6
Correção do
Indicador Sintético
• O caso do IDHAD
Estratégias para incorporação das
desigualdades nos indicadores
Estratégia
Confecção de
indicadores
agregados
Pontos positivos
- Visão sintética e
abrangente
Comparação entre os - Estabelece contrastes
extremos
claros
- Pode ser facilmente
aplicada a indicadores já
existentes
Desigualdade como
fator de ponderação
Pontos negativos
Necessidades
informacionais
- Eventual dificuldade para Grande volume de
focalização de intervenções dados desagregados
públicas
- Arbitrariedade nos limites Dados com algum
de comparação
nível de
desagregação
- Não se integra ao
indicador referencial
- Facilita a compreensão do Dificuldade de
compreensão,
impacto da desigualdade
- Integra a desigualdade ao especialmente se envolver
formulações matemáticas
indicador referencial
complexas
Depende da
natureza do
indicador referencial
Como medir redução da
desigualdade?
• Em política pública
• Em programas
• Em projetos
• Como isolar efeito da ação realizada?
• Com quais indicadores?
• NECESSIDADE DE CRIAR UMA SISTEMÁTICA A
SER COMPARTILHADA
• CONSTRUÇÃO DE SÉRIES HISTÓRICAS
Síntese das sugestões
• Família de indicadores sintéticos (caso CEMSP)
• Incluir também pequenas unidades territoriais
no decorrer da análise (setores censitários)
• Incluir informações que permitam avaliar
variação da amostra da qual se apresenta
resultados médios (comparação quartis)
• Corrigir indicadores sintéticos considerando
desigualdade
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