Desigualdade de gênero Custo nos países pobres chega a US$ 9

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A ActionAid apoiou trabalhadoras de uma fábrica de
roupas em Savar, Bangladesh, a lutar pelos seus
direitos de acordo com as leis trabalhistas do país.
PHOTO: Nicola Bailey/ActionAid
Desigualdade de gênero
Custo nos países pobres
chega a US$ 9 trilhões
Sumário executivo
Hoje, centenas de milhões de mulheres vão
buscar lenha e água para suas famílias, cozinhar
e limpar, cuidar de idosos, crianças e doentes;
tudo isso enquanto tentam sobreviver com
empregos precários e mal pagos. O trabalho das
mulheres - dentro e fora de casa - é vital para o
desenvolvimento sustentável, e para o bem-estar
da sociedade. Sem o subsídio que ele fornece a
economia mundial não funcionaria. No entanto,
este trabalho é desvalorizado e, na maioria das
vezes, invisível.
Para demonstrar a dimensão da crise, a
ActionAid calculou o valor econômico da
desigualdade de gênero no trabalho em países
em desenvolvimento. Nossos resultados mostram
que as mulheres dos países em desenvolvimento
poderiam somar U$ 9 trilhões de dólares a
suas rendas, se suas remunerações e acesso
ao trabalho remunerado fossem iguais às dos
homens. Este valor enorme ilustra a magnitude
da injustiça e representa uma grande fonte
inexplorada para as mulheres pobres melhorarem
suas próprias vidas e as de suas famílias. E
esses custos não são apenas para as finanças
das mulheres; a desigualdade econômica das
mulheres também limita as suas escolhas de vida
- como sua saúde e direitos sexuais e reprodutivos
- deixando-as vulneráveis à violência e outras
formas de discriminação e exploração.
Mas a desigualdade de gênero no trabalho não
tem consequências só para as mulheres; ela
traz grandes custos para todos, incluindo para
empresas e economia em geral. Em 2012, a
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
estima que globalmente um adicional de U$ 1,6
trilhão de dólares em produção poderia ser gerado
por reduzir a lacuna de emprego entre mulheres e
homens. ¹Garantir que o trabalho das mulheres,
tanto dentro quanto fora de casa, seja valorizado e
recompensado de forma justa é um fator chave na
luta contra a pobreza e no crescimento de todos.
O reconhecimento de que o nosso sistema
econômico precisa de uma reforma profunda
está crescendo em todo o mundo. Também há o
entendimento de que o crescimento econômico
por si só não vai para levar a igualdade de gênero,
reduzir a pobreza e reduzir a desigualdade para
todos. Poucos governos tomaram medidas para
combater a desigualdade de gênero no trabalho,
enquanto algumas empresas progressistas
têm mostrado uma maior compreensão que
dar oportunidades² decentes de trabalho para
as mulheres caminha junto com um negócio
sustentável e retorno econômico. O desafio
continua a ser expandir essa visão dos exemplos
para o geral.
A desigualdade econômica das mulheres não
é algo inevitável. A exploração do trabalho das
mulheres prevalece por causa de políticas injustas
que moldam a nossa economia, e porque está
enraizada e leva a uma discriminação mais ampla
de gênero na sociedade. Os governos, empresas
e instituições internacionais, todos têm o poder de
criar as condições que são necessárias para dar
às mulheres nos países em desenvolvimento as
chances que elas merecem no trabalho.
A ActionAid demanda que os governos, instituições
internacionais e empresas:
1. Garantam o acesso das mulheres a
oportunidades de trabalho decentes;
2. Reconheçam, reduzam e redistribuam
as responsabilidades dos cuidados
não remunerados, que caem
desproporcionalmente sob a
responsabilidade das mulheres;
3. Certifiquem-se de que as políticas
econômicas funcionem para as mulheres e
não contra elas, e acabem com a lógica do
crescimento a qualquer custo;
4. Promovam a voz, trabalho e liderança das
mulheres em todos os níveis;
5. Certifiquem-se de que a igualdade
econômica das mulheres seja prioridade
na agenda dos novos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável.
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