Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 Nutrição e dieta balanceada para pacientes em Implantodontia 75 75 25 25 Nutrition and diet to patients implants wearing 5 0 5 0 Rafael Antonio¹, Gérson Noro², Sílvia Maria Anselmo³ e Alida Lucia Cardoso4 Resumo Abstract O envelhecimento precoce do ser humano é causado, na maioria das vezes, pelos excessos cometidos durante sua existência. O corpo humano, se bem conduzido, pode atingir 100 a 120 anos. Os erros alimentares cometidos durante a vida, em combinação com a carga genética, aceleram o envelhecimento e diminuem a qualidade de vida com o passar do tempo. Os homens envelhecem aos 50, 60 anos e já estão inválidos com essa idade. Quando morrem, a causa não foi a velhice voluntária e sim os erros alimentares cometidos durante a vida, sejam por excesso ou por omissão. A nutrição é vital para o desenvolvimento humano, crescimento e manutenção da saúde. Atualmente, como nunca antes, as pessoas estão aprendendo como otimizar sua saúde, através da aplicação dos ensinamentos relacionados com as informações nutricionais obtidas. O grande público tem, geralmente, fontes inexatas de obtenção das informações acerca de sua nutrição. Com a abundância de fontes de informação, muitos são os dados e, geralmente, com conclusões contraditórias. No passado, as orientações nutricionais informadas pelo dentista limitavam-se a redução do consumo de doces e freqüência de lanches. Entretanto, nos dias atuais, há uma exigência maior em relação ao profissional da área odontológica. Os cirurgiões-dentistas devem estar a par de como a nutrição tem impacto na saúde geral e oral, e como o seu tratamento pode influenciar no status nutricional do paciente. Além disso, as consultas ao dentista, normalmente, são mais longas que as médicas e criam um vínculo maior na relação profissional/paciente, dando oportunidade para o cirurgião-dentista instruir e motivar as mudanças em seus assistidos. Portanto, cabe ao cirurgião-dentista a obtenção da história nutricional, a intervenção e motivação quando necessário, para que seus tratamentos tenham sucesso no sentido total da palavra. The precocious aging of the human being is caused, in the majority of the times, for the excesses committed during its existence. The human body, if lead well, can reach the 100 120 years. The committed alimentary errors during the life, in combination with the genetic load, speed up the aging and diminish the quality of life with passing of the time. The men age to the 50, 60 years and already they are invalid with this age. When they die, the cause was not the voluntary oldness and yes the committed alimentary errors during the life, are for excess or omission. The nutrition is vital for the human development, growth and maintenance of the health. Currently, as never before, the people are learning as to optimize its health, through the application of the teachings related with the gotten nutricionais information. The great public has, generally, inexact sources of attainment of the information concerning its nutrition. With the abundance of information sources, many are the data and, generally, with contradictory conclusions. In the past, the nutricionais orientações informed by the dentist limited it reduction of the candy consumption and frequency of snacks. However, in the current days, it has a bigger requirement in relation to the professional of the odontologic area. The surgeons dentists must be along with as the nutrition has impact in the general and verbal health and as its treatment can influence in the nutricional status of the patient. Moreover, the consultations to the dentist, normally, are longer than the doctors and create a bigger bond in the relation profissional/pacient, giving to chance it surgeon dentist to instruct and to motivate the changes in attended its. Therefore, dentist fits to the surgeon the attainment of nutricional history, the intervention and when necessary motivation, so that its treatments have success in the total direction of the word. Keywords: Nourishment, nutrition, treatment, implants, diet Unitermos: alimentação, nutrição, implantes, dieta 100 100 95 95 75 75 1 Mestrando em Implantodontia - CPO São Leopoldo Mandic 2 Mestrando em Implantodontia - CPO São Leopoldo Mandic 3 Especialista, mestre e doutora em Prótese Dental - Unicamp; Professora-assistente do curso de mestrado do São Leopoldo Mandic 4 Mestranda em Implantodontia - CPO São Leopoldo Mandic 25 25 5 0 5 62 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 31 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:38 63 0 Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 Nutrição e dieta balanceada para pacientes em Implantodontia 75 75 25 25 Nutrition and diet to patients implants wearing 5 0 5 0 Rafael Antonio¹, Gérson Noro², Sílvia Maria Anselmo³ e Alida Lucia Cardoso4 Resumo Abstract O envelhecimento precoce do ser humano é causado, na maioria das vezes, pelos excessos cometidos durante sua existência. O corpo humano, se bem conduzido, pode atingir 100 a 120 anos. Os erros alimentares cometidos durante a vida, em combinação com a carga genética, aceleram o envelhecimento e diminuem a qualidade de vida com o passar do tempo. Os homens envelhecem aos 50, 60 anos e já estão inválidos com essa idade. Quando morrem, a causa não foi a velhice voluntária e sim os erros alimentares cometidos durante a vida, sejam por excesso ou por omissão. A nutrição é vital para o desenvolvimento humano, crescimento e manutenção da saúde. Atualmente, como nunca antes, as pessoas estão aprendendo como otimizar sua saúde, através da aplicação dos ensinamentos relacionados com as informações nutricionais obtidas. O grande público tem, geralmente, fontes inexatas de obtenção das informações acerca de sua nutrição. Com a abundância de fontes de informação, muitos são os dados e, geralmente, com conclusões contraditórias. No passado, as orientações nutricionais informadas pelo dentista limitavam-se a redução do consumo de doces e freqüência de lanches. Entretanto, nos dias atuais, há uma exigência maior em relação ao profissional da área odontológica. Os cirurgiões-dentistas devem estar a par de como a nutrição tem impacto na saúde geral e oral, e como o seu tratamento pode influenciar no status nutricional do paciente. Além disso, as consultas ao dentista, normalmente, são mais longas que as médicas e criam um vínculo maior na relação profissional/paciente, dando oportunidade para o cirurgião-dentista instruir e motivar as mudanças em seus assistidos. Portanto, cabe ao cirurgião-dentista a obtenção da história nutricional, a intervenção e motivação quando necessário, para que seus tratamentos tenham sucesso no sentido total da palavra. The precocious aging of the human being is caused, in the majority of the times, for the excesses committed during its existence. The human body, if lead well, can reach the 100 120 years. The committed alimentary errors during the life, in combination with the genetic load, speed up the aging and diminish the quality of life with passing of the time. The men age to the 50, 60 years and already they are invalid with this age. When they die, the cause was not the voluntary oldness and yes the committed alimentary errors during the life, are for excess or omission. The nutrition is vital for the human development, growth and maintenance of the health. Currently, as never before, the people are learning as to optimize its health, through the application of the teachings related with the gotten nutricionais information. The great public has, generally, inexact sources of attainment of the information concerning its nutrition. With the abundance of information sources, many are the data and, generally, with contradictory conclusions. In the past, the nutricionais orientações informed by the dentist limited it reduction of the candy consumption and frequency of snacks. However, in the current days, it has a bigger requirement in relation to the professional of the odontologic area. The surgeons dentists must be along with as the nutrition has impact in the general and verbal health and as its treatment can influence in the nutricional status of the patient. Moreover, the consultations to the dentist, normally, are longer than the doctors and create a bigger bond in the relation profissional/pacient, giving to chance it surgeon dentist to instruct and to motivate the changes in attended its. Therefore, dentist fits to the surgeon the attainment of nutricional history, the intervention and when necessary motivation, so that its treatments have success in the total direction of the word. Keywords: Nourishment, nutrition, treatment, implants, diet Unitermos: alimentação, nutrição, implantes, dieta 100 100 95 95 75 75 1 Mestrando em Implantodontia - CPO São Leopoldo Mandic 2 Mestrando em Implantodontia - CPO São Leopoldo Mandic 3 Especialista, mestre e doutora em Prótese Dental - Unicamp; Professora-assistente do curso de mestrado do São Leopoldo Mandic 4 Mestranda em Implantodontia - CPO São Leopoldo Mandic 25 25 5 0 5 62 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 31 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:38 63 0 Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 75 25 5 0 Introdução uando um paciente de implantologia está sendo submetido à anamnese, a história alimentar pode revelar carências nutricionais que podem resultar em atraso ou até mesmo na redução da recuperação pós-operatória. O objetivo de uma dieta é o de alcançar e sustentar o equilíbrio desejado do organismo. Desse modo, o indivíduo será saudável, resistentes a enfermidades. Assim sendo, caso adquira algum tipo de doença ou necessite de intervenções cirúrgicas, estará apto a uma melhor recuperação. O período de instalação e a duração da deficiência dietética são diretamente proporcionais à resposta orgânica à saúde. Nutrição é definida como a ciência de como o corpo utiliza os alimentos, a fim de encontrar os requisitos para o desenvolvimento, crescimento, reparo e manutenção . As necessidades e os requerimentos dietéticos dependem de uma série de fatores, entre eles sexo, altura, peso e atividade metabólica e física. O alimento é o veículo fisiológico de macro e micronutrientes no organismo. Tanto a quantidade como a qualidade nutricional são importantes para que haja equilíbrio fisiológico orgânico. Assim sendo, estar bem nutrido significa prover todos os nutrientes ao corpo para que este possa sintetizá-los e obter deles toda as substâncias necessárias para o crescimento e desenvolvimento. Objetivos 100 O objetivo deste trabalho consiste em revisar os tipos de nutrientes encontrados nos alimentos, suas composições e métodos de aproveitamento pelo organismo. Também, onde e como atuam, suas participações no metabolismo corpóreo e como podem influenciar na recuperação dos tecidos envolvidos no processo de cicatrização e osseointegração, além de sugerir algumas maneiras de receitar dietas pós-operatórias diferentes para diferentes tipos de pacientes. 95 75 25 5 0 Revisão da Literatura Dentre os fatores que podem condicionar a qualidade de vida e a longevidade do ser humano, a nutrição é um dos principais, sendo que várias mudanças decorrentes do 64 processo de envelhecimento podem ser atenuadas com uma alimentação adequada e balanceada nos aspectos dietético e nutritivo (CHERNOFF, 1987). 12 VASCONCELOS et al (2000) , citando BRONZINO et al, (1990): a proliferação celular é enfraquecida pela má nutrição e os mecanismos responsáveis por esse efeito não são ainda bem elucidados. Também citando AMENT (1991), relata que pacientes mal nutridos apresentam índices mais altos de infecção e, quando existe alteração da imunidade, diminuem a resposta do complexo sistema encarregado de ajudar o organismo a se defender dos microorganismos invasores. Por outro lado, a energia e as proteínas formam parte do conjunto necessário para a atividade de imunidade celular. Mastigação e deglutição prejudicadas, falta de dentes, entre outros fatores, levam o idoso a uma ingestão nutricional deficiente. As doenças crônicas, que muitas vezes são decorrentes de má alimentação na vida adulta, são também citadas como fatores que levam o idoso à desnutrição. O uso de múltiplos medicamentos, os quais influenciam a ingestão de alimentos, digestão, absorção e utilização dos diversos nutrientes, pode comprometer o estado de saúde e o requerimento nutricional do idoso (MARUCCI, 1993). Aconselhamentos dietéticos rotineiros devem ser oferecidos antes e após a cirurgia, evitando-se, assim, sérios distúrbios no estilo de vida dos pacientes e acelerando a sua recuperação (PATTEN, 1995). Proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais desempenham funções chave nas diferentes fases do processo de cicatrização das feridas. Muitos pacientes podem realizar ingestões dietéticas adequadas, seguindo recomendações baseadas em padrões de alimentação moderada e variada. Uma intervenção aliada a uma nutrição apropriada poderá aumentar o potencial para uma ótima resposta à cura das feridas após cirurgia oral (PATTEN, 1995). Os pacientes muito idosos merecem maiores cuidados, porque várias circuntâncias fazem deles indivíduos menos favoráveis à prática de intervenções. São comuns, na maioria de indivíduos desta faixa etária, deficiências vitamínicas e protéicas que podem acarretar maiores incidências de enfermidades orgânicas. As intervenções devem, igualmente, merecer maiores atenções para que grandes traumas e hematomas extensos possam ser evitados, tendo em vista a existência de deficiência na cicatrização (BARON, 1996). Nas cirurgias oral e maxilofacial torna-se difícil o indivíduo receber uma nutrição adequada (ZICCARDI et al, 1997). A história clínica e os exames são muito importantes para elucidar o estado nutricional. Tanto a morbidade quanto a mortalidade surgidas no período pós-cirúrgico, devido à deficiência nutricional, poderão ser evitadas (ELIA & LUNN, 1997). VASCONCELOS et al (2000) classifica os alimentos em macro e micronutrientes. Carboidratos, proteínas e gorduras são macronutrientes. Após o processo de mastigação e digestão, produzem, respectivamente, glicose e outros monossacarídeos, peptídeos e aminoácidos, ácidos graxos e glicerol. Representando uma fonte intercambiável de energia, os macronutrientes, como os carboidratos ou as proteínas, produzem 4 kcal/g, enquanto as gorduras 9kcal/g e o etanol, 7kcal/g. As proteínas são componentes chave dos tecidos e sua unidade individual de construção são os aminoácidos. A cadeia polipeptídica tem uma seqüência característica de aminoácidos determinada geneticamente. Em estados carenciais, sobretudo os crônicos, a falta de alguns grupamentos, mais do que outros, repercute mais ativamente no equilíbrio dinâmico normal, confirmando que há uma hierarquia bioquímica, despercebida quando o organismo mantém a homeostase. Participando nas estruturas de sustentação de tecidos e sua atuação como peça intermediária ( hormônios protéicos e tecidos), que movimentam quase toda a máquina metabólica, as proteínas têm lugar de destaque hierárquico (VASCONCELOS, 2000). As proteínas dietéticas podem ser de alimentos de origem animal ou vegetal. Possuem maior valor biológico aquelas que contém todos os aminoácidos necessários para um perfeito funcionamento orgânico. Os aminoácidos essenciais (valina, lisina, treonina, leucina, isoleucina, triptofano, fenilanina, metionina, histidina) são aqueles que precisam ser fornecidos pela alimentação. Os aminoácidos não essenciais (glicina, alanina, serina, cistina, tirosina, ácido aspártico, ácido hidroxiglutâmico, ácido glutâmico, prolina, hidroxiprolina, citrulina, arginina) podem ser sintetizados pelo organismo, sendo também constituintes essenciais das proteínas. Deficiências dietéticas de aminoácidos acarretam sérios transtornos que impedem o funcionamento e o desenvolvimento fisiológico orgânico. O crescimento e desenvolvimento corporais são rapidamente alterados (VASCONCELOS, 2000). Ainda segundo VASCONCELOS (2000), os micronutrientes incluem vitaminas e alguns elementos minerais. As vitaminas classificadas como lipossolúveis (A, D, E e K) ou hidrossolúveis (grupo B e C) estão presentes em diversos alimentos, principalmente em frutas, legumes e INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 32 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:40 verduras frescas. Certas vitaminas (K, tiamina, folacina e B12) podem, até certo ponto, ser formadas pelos microorganismos no trato intestinal. A vitamina A, a colina e a niacina podem ser formadas caso seus precursores sejam os mesmos. A vitamina D pode ser sintetizada na pele com exposição ao sol. No entanto, apenas as vitaminas A, D, K e a B12 podem ser estocadas no organismo. Os elementos minerais presentes em grande variedade de alimentos são indispensáveis à saúde. O cálcio, o fósforo e o potássio apresentam-se no corpo em concentrações maiores que 0,005%. Outros, denominados oligoelementos, tais como ferro, zinco e iodo aparecem em concentrações muito menores (inferiores a 0,005%) (VASCONCELOS, 2000). O estado de nutrição do paciente guardará estreita relação com o ato cirúrgico e o período de recuperação ou pós-operatório. O objetivo da dietoterapia é a reposição das perdas e a promoção da cicatrização. O reparo tecidual oral após procedimentos cirúrgicos em pacientes mal nutridos é adverso (VASCONCELOS, et al, 2000). Deficiências de vitaminas, minerais, proteínas e calorias têm sido associadas ao enfraquecimento do sistema imunológico do idoso. As deficiências graves de niacina podem ocasionar demência associada com pelagra, e as de tiamina resultam em encefalopatias. A deficiências de zinco é associada ao atraso da hipersensibilidade da pele e o aumento da taxa de mortalidade proveniente de infecções por fungos e vírus. Já a deficiência protéico-calórica provoca redução da contagem total de linfócitos e alterações na hipersensibilidade cutâneo (BRUNETTI & MONTENEGRO, 2002). Segundo POBRABSKY (1995), citado por BRUNETTI (2002), a perda óssea, devida à osteoporose, sugere a necessidade de cálcio e de vitamina D (800 mg/dia ou mais e 5 mg/dia, respectivamente). Além disso, as necessidades de zinco mostram-se maiores (cerca de 15 mg/dia), estando sua deficiência ligada com a função imune, anorexia, demora na cicatrização de ferimentos e úlceras de decúbito. Nutrição é definida como a ciência de como o corpo utiliza a comida para encontrar os requisitos para desenvolvimento, crescimento, reparo e manutenção. Há seis tipos de nutrientes encontrados nos alimentos: carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais e água. Os três primeiros são nutrientes produtores de energia, ou seja, eles provém calorias e aptam o corpo a gerar energia para a desenvolver suas muitas atividades. Apesar de os três últimos não proverem energia, facilitam uma variedade de atividades do corpo (ROMITO, 2003). 65 75 25 5 0 100 95 75 25 5 0 Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 75 25 5 0 Introdução uando um paciente de implantologia está sendo submetido à anamnese, a história alimentar pode revelar carências nutricionais que podem resultar em atraso ou até mesmo na redução da recuperação pós-operatória. O objetivo de uma dieta é o de alcançar e sustentar o equilíbrio desejado do organismo. Desse modo, o indivíduo será saudável, resistentes a enfermidades. Assim sendo, caso adquira algum tipo de doença ou necessite de intervenções cirúrgicas, estará apto a uma melhor recuperação. O período de instalação e a duração da deficiência dietética são diretamente proporcionais à resposta orgânica à saúde. Nutrição é definida como a ciência de como o corpo utiliza os alimentos, a fim de encontrar os requisitos para o desenvolvimento, crescimento, reparo e manutenção . As necessidades e os requerimentos dietéticos dependem de uma série de fatores, entre eles sexo, altura, peso e atividade metabólica e física. O alimento é o veículo fisiológico de macro e micronutrientes no organismo. Tanto a quantidade como a qualidade nutricional são importantes para que haja equilíbrio fisiológico orgânico. Assim sendo, estar bem nutrido significa prover todos os nutrientes ao corpo para que este possa sintetizá-los e obter deles toda as substâncias necessárias para o crescimento e desenvolvimento. Objetivos 100 O objetivo deste trabalho consiste em revisar os tipos de nutrientes encontrados nos alimentos, suas composições e métodos de aproveitamento pelo organismo. Também, onde e como atuam, suas participações no metabolismo corpóreo e como podem influenciar na recuperação dos tecidos envolvidos no processo de cicatrização e osseointegração, além de sugerir algumas maneiras de receitar dietas pós-operatórias diferentes para diferentes tipos de pacientes. 95 75 25 5 0 Revisão da Literatura Dentre os fatores que podem condicionar a qualidade de vida e a longevidade do ser humano, a nutrição é um dos principais, sendo que várias mudanças decorrentes do 64 processo de envelhecimento podem ser atenuadas com uma alimentação adequada e balanceada nos aspectos dietético e nutritivo (CHERNOFF, 1987). 12 VASCONCELOS et al (2000) , citando BRONZINO et al, (1990): a proliferação celular é enfraquecida pela má nutrição e os mecanismos responsáveis por esse efeito não são ainda bem elucidados. Também citando AMENT (1991), relata que pacientes mal nutridos apresentam índices mais altos de infecção e, quando existe alteração da imunidade, diminuem a resposta do complexo sistema encarregado de ajudar o organismo a se defender dos microorganismos invasores. Por outro lado, a energia e as proteínas formam parte do conjunto necessário para a atividade de imunidade celular. Mastigação e deglutição prejudicadas, falta de dentes, entre outros fatores, levam o idoso a uma ingestão nutricional deficiente. As doenças crônicas, que muitas vezes são decorrentes de má alimentação na vida adulta, são também citadas como fatores que levam o idoso à desnutrição. O uso de múltiplos medicamentos, os quais influenciam a ingestão de alimentos, digestão, absorção e utilização dos diversos nutrientes, pode comprometer o estado de saúde e o requerimento nutricional do idoso (MARUCCI, 1993). Aconselhamentos dietéticos rotineiros devem ser oferecidos antes e após a cirurgia, evitando-se, assim, sérios distúrbios no estilo de vida dos pacientes e acelerando a sua recuperação (PATTEN, 1995). Proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais desempenham funções chave nas diferentes fases do processo de cicatrização das feridas. Muitos pacientes podem realizar ingestões dietéticas adequadas, seguindo recomendações baseadas em padrões de alimentação moderada e variada. Uma intervenção aliada a uma nutrição apropriada poderá aumentar o potencial para uma ótima resposta à cura das feridas após cirurgia oral (PATTEN, 1995). Os pacientes muito idosos merecem maiores cuidados, porque várias circuntâncias fazem deles indivíduos menos favoráveis à prática de intervenções. São comuns, na maioria de indivíduos desta faixa etária, deficiências vitamínicas e protéicas que podem acarretar maiores incidências de enfermidades orgânicas. As intervenções devem, igualmente, merecer maiores atenções para que grandes traumas e hematomas extensos possam ser evitados, tendo em vista a existência de deficiência na cicatrização (BARON, 1996). Nas cirurgias oral e maxilofacial torna-se difícil o indivíduo receber uma nutrição adequada (ZICCARDI et al, 1997). A história clínica e os exames são muito importantes para elucidar o estado nutricional. Tanto a morbidade quanto a mortalidade surgidas no período pós-cirúrgico, devido à deficiência nutricional, poderão ser evitadas (ELIA & LUNN, 1997). VASCONCELOS et al (2000) classifica os alimentos em macro e micronutrientes. Carboidratos, proteínas e gorduras são macronutrientes. Após o processo de mastigação e digestão, produzem, respectivamente, glicose e outros monossacarídeos, peptídeos e aminoácidos, ácidos graxos e glicerol. Representando uma fonte intercambiável de energia, os macronutrientes, como os carboidratos ou as proteínas, produzem 4 kcal/g, enquanto as gorduras 9kcal/g e o etanol, 7kcal/g. As proteínas são componentes chave dos tecidos e sua unidade individual de construção são os aminoácidos. A cadeia polipeptídica tem uma seqüência característica de aminoácidos determinada geneticamente. Em estados carenciais, sobretudo os crônicos, a falta de alguns grupamentos, mais do que outros, repercute mais ativamente no equilíbrio dinâmico normal, confirmando que há uma hierarquia bioquímica, despercebida quando o organismo mantém a homeostase. Participando nas estruturas de sustentação de tecidos e sua atuação como peça intermediária ( hormônios protéicos e tecidos), que movimentam quase toda a máquina metabólica, as proteínas têm lugar de destaque hierárquico (VASCONCELOS, 2000). As proteínas dietéticas podem ser de alimentos de origem animal ou vegetal. Possuem maior valor biológico aquelas que contém todos os aminoácidos necessários para um perfeito funcionamento orgânico. Os aminoácidos essenciais (valina, lisina, treonina, leucina, isoleucina, triptofano, fenilanina, metionina, histidina) são aqueles que precisam ser fornecidos pela alimentação. Os aminoácidos não essenciais (glicina, alanina, serina, cistina, tirosina, ácido aspártico, ácido hidroxiglutâmico, ácido glutâmico, prolina, hidroxiprolina, citrulina, arginina) podem ser sintetizados pelo organismo, sendo também constituintes essenciais das proteínas. Deficiências dietéticas de aminoácidos acarretam sérios transtornos que impedem o funcionamento e o desenvolvimento fisiológico orgânico. O crescimento e desenvolvimento corporais são rapidamente alterados (VASCONCELOS, 2000). Ainda segundo VASCONCELOS (2000), os micronutrientes incluem vitaminas e alguns elementos minerais. As vitaminas classificadas como lipossolúveis (A, D, E e K) ou hidrossolúveis (grupo B e C) estão presentes em diversos alimentos, principalmente em frutas, legumes e INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 32 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:40 verduras frescas. Certas vitaminas (K, tiamina, folacina e B12) podem, até certo ponto, ser formadas pelos microorganismos no trato intestinal. A vitamina A, a colina e a niacina podem ser formadas caso seus precursores sejam os mesmos. A vitamina D pode ser sintetizada na pele com exposição ao sol. No entanto, apenas as vitaminas A, D, K e a B12 podem ser estocadas no organismo. Os elementos minerais presentes em grande variedade de alimentos são indispensáveis à saúde. O cálcio, o fósforo e o potássio apresentam-se no corpo em concentrações maiores que 0,005%. Outros, denominados oligoelementos, tais como ferro, zinco e iodo aparecem em concentrações muito menores (inferiores a 0,005%) (VASCONCELOS, 2000). O estado de nutrição do paciente guardará estreita relação com o ato cirúrgico e o período de recuperação ou pós-operatório. O objetivo da dietoterapia é a reposição das perdas e a promoção da cicatrização. O reparo tecidual oral após procedimentos cirúrgicos em pacientes mal nutridos é adverso (VASCONCELOS, et al, 2000). Deficiências de vitaminas, minerais, proteínas e calorias têm sido associadas ao enfraquecimento do sistema imunológico do idoso. As deficiências graves de niacina podem ocasionar demência associada com pelagra, e as de tiamina resultam em encefalopatias. A deficiências de zinco é associada ao atraso da hipersensibilidade da pele e o aumento da taxa de mortalidade proveniente de infecções por fungos e vírus. Já a deficiência protéico-calórica provoca redução da contagem total de linfócitos e alterações na hipersensibilidade cutâneo (BRUNETTI & MONTENEGRO, 2002). Segundo POBRABSKY (1995), citado por BRUNETTI (2002), a perda óssea, devida à osteoporose, sugere a necessidade de cálcio e de vitamina D (800 mg/dia ou mais e 5 mg/dia, respectivamente). Além disso, as necessidades de zinco mostram-se maiores (cerca de 15 mg/dia), estando sua deficiência ligada com a função imune, anorexia, demora na cicatrização de ferimentos e úlceras de decúbito. Nutrição é definida como a ciência de como o corpo utiliza a comida para encontrar os requisitos para desenvolvimento, crescimento, reparo e manutenção. Há seis tipos de nutrientes encontrados nos alimentos: carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais e água. Os três primeiros são nutrientes produtores de energia, ou seja, eles provém calorias e aptam o corpo a gerar energia para a desenvolver suas muitas atividades. Apesar de os três últimos não proverem energia, facilitam uma variedade de atividades do corpo (ROMITO, 2003). 65 75 25 5 0 100 95 75 25 5 0 Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 75 25 5 0 100 95 75 25 5 0 O mesmo ROMITO (2003) descreve os nutrientes por categorias, a começar: 1. Carboidratos Os carboidratos descrevem uma classe variada de nutrientes que são a maior fonte de energia da dieta humana. A principal função dos carboidratos é a de prover combustível para o corpo. Sem carboidratos, o metabolismo das gorduras é incompleto e resulta na formação de metabólitos intermediários chamados de corpos cetônicos. A formação de componentes estruturais do corpo, tais como cartilagem, tecido nervoso e osso são dependentes dos carboidratos. Os carboidratos são mais comumente classificados como simples (açúcares) ou complexos (amido e fibras). Açúcares simples (monossacarídeos) representam carboidratos simples unidos como glicose, frutose e galactose. Dissacarídeos são formados pela união de dois monossacarídeos. Polissacarídeos, como o amido e as fibras, são formados por muitos monossacarídeos unidos. 2. Lipídios Os lipídios da dieta são uma grande fonte de energia. Eles provém 9 kcal/g, mais do que duas vezes o total gerado pelas proteínas ou pelos carboidratos. As gorduras, estocadas no corpo sob a forma de tecido adiposo, serve como proteção para órgãos internos, regulador da temperatura e estoque de energia para épocas de fome. Gorduras da dieta são uma grande fonte de vitaminas solúveis ( A, D, E, K) e dois ácidos graxos vitais: ácido linoléico e ácido linolênico. As gorduras servem como componente de vários tecidos do corpo, incluindo tecido adiposo, tecido nervoso, hormônios e prostaglandinas, colesterol e componentes celulares (fosfolipídeos). Gorduras são importantes para a saúde oral do ponto de vista que os fosfolipídios são os componentes das membranas celulares, esmalte dentário e dentina. As gorduras estão envolvidas na iniciação da calcificação e mineralização de dentes e ossos. 3. Proteínas As proteínas da dieta são compostas por aminoácidos, todos com a mesma estrutura que se compõe de um átomo central de carbono com hidrogênio, um grupo amina, um grupo ácido e um grupo lateral. O corpo pode sintetizar muitos aminoácidos, mas há um grupo que o corpo não pode sintetizar, os quais são chamados de aminoácidos essenciais: são a histidina, leucina, isoleucina, lisina, metionina, fenilananina, treonina, triptofano e valina. Uma das principais funções das proteínas está na construção, reparo e recolocação de tecidos corpóreos. Também funcionam como enzimas, hormônios, reguladores 66 de fluídos e equilíbrio ácido-base, transporta moléculas e anticorpos. Dietas carentes de proteínas podem predispor algumas pessoas a desenvolver imunodeficiências, aumento no tempo de cura e infecções orais. 4. Água A água é um nutriente essencial para a vida, através do qual todos os processos corporais acontecem. Nutrientes e produtos excretados são transportados através do corpo pela água. A água serve para o corpo como um solvente, lubrificante, absorvente de choques, regulador de temperatura, regulador do volume sanguíneo e componente estrutural de diversas moléculas e participa de inúmeros processos químicos dentro do corpo. Fluído intracelular corresponde a dois terços da água do corpo e é rico em fosfato e potássio. O restante é fluido extracelular que inclui fluído intersticial, rico em cloro e sódio, plasma e água estrutural para ossos e pele. A sede é o primeiro regulador dos níveis de água em resposta às mudanças sentidas pela boca, hipotálamo e nervos. Os rins respondem pelo aumento dos níveis de sódio no sangue pela estimulação da glândula pituitária a secretar hormônio anti-diurético, o que faz os rins excretarem menos água. Fluído em excesso pode resultar em movimento da água dentro dos compartimentos intersticiais, o que pode produzir edema periférico. Falência congetiva do coração, falências renais e falência do fígado. Desidratação prolongada, vômito e diarréia excessivos, perspiração e poliúria podem resultar em déficit de volume de fluido. A mucosa oral é muito sensível ao volume de fluído. Xerostomia, secura na boca, gosto metálico, língua fissurada ou membranas mucosas e pele seca podem ser notadas em pacientes que apresentar déficit de volume de fluído. 5. Vitaminas Vitaminas são um grupo de nutrientes essenciais requeridos em cada minuto para participar e regular as reações químicas dentro do corpo. Elas não são nutientes formadores de energia, mas obtém energia para ser quebrada do carboidrato, gorduras e proteínas para o próprio corpo. Vitaminas são disponibilizadas pela comida na forma ativa ou inativa. O precursor inativo, ou provitamina, é depois quimicamente alterada para a forma ativa. Vitaminas são compostos orgânicos e, por isso, podem ser destruídas, por exemplo, o aquecimento demasiado dos alimentos pode destruir quase metade da tiamina na comida, oxigênio destrói vitamina C e luz causa perda de riboflavina no leite. Aproximadamente todos os alimentos possuem vitaminas. Elas são classificadas em hidrossolúveis ou lipossolúveis. Hidrossolúveis incluem tiamina, riboflavina, niacina, ácido fólico, vitaminas B6 e B12, biotina e ácido pantotênico. As vitaminas lipossolúveis são A, D, E e K. Em geral, as vitaminas hidrossolúveis são facilmente absorvidas dentro da corrente sangüínea a nível intestinal e movem-se livremente para as células. Elas não são estocadas pelo organismo e precisam dos níveis na alimentação. As vitaminas lipossolúveis primeiro entram na linfa e quando o sangue quer seu transporte depende de uma proteína carreadora. Elas são estocadas no fígado e tecido adiposo do corpo. 6. Minerais Minerais são componentes estruturais para o corpo. Eles fornecem função para nervos e músculos, coagulação sangüínea, crescimento e reparo teciduais e o equilíbrio ácido/base dos fluidos corporais. Minerais são classificados maiores e menores. Minerais maiores são necessários, para uma correta reserva dietética, em doses por volta de 100 mg/dia. Estes incluem o cálcio, magnésio, fósforo, potássio, sódio, cloro e enxofre. Minerais menores são menos necessários e incluem ferro, zinco, selênio, cromo, iodo, molibdênio, manganês e cobre. O mesmo autor ainda fala a respeito de nutrientes específicos para o crescimento, desenvolvimento e saúde dos tecidos orais: calcificação pobre do osso, centros retardados de ossificação, dentes pequenos e crescimento retardado da mandíbula têm sido demonstrados em deficiências protéicas nos períodos críticos de crescimento. cálcio, vitamina D e fósforo são essenciais para a formação de dentes e ossos. Deficiências destes nutrientes nas fases críticas de desenvolvimento podem acarretar implicações dentais como mandíbula atrófica, desenvolvimento dos dentes e do côndilo e redução da qualidade do esmalte dental e da dentina. Deficiências de vitamina D e cálcio tem demonstrado influência na reabsorção da mandíbula e perda do ligamento periodontal. Deficiências de vitamina C podem acarretar na perda do tecido conectivo, hemorragias gengivais e mobilidade dentária. Vitamina C também é fundamental para a produção de colágeno, para a formação de ossos e dentes e tem propriedades antioxidantes. Vitamina A também é vital para o processo de cura de feridas, por exemplo, como contribuinte para epitelialização, formação do colágeno e resposta imune durante os estágios inflamatórios de cura. A respeito do cálcio, BRONNER (2003), fala que existe no corpo em três formas: como um sólido, principal- 75 25 5 0 100 95 75 25 5 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 33 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:41 mente na forma química de fosfato de cálcio, o qual constitui o componente mineral extracelular do esqueleto; na forma iônica no sangue e outros fluídos extracelulares; e intracelularmente. Dentro da célula, o cálcio é encontrado fixado em vários sítios (mitocôndrias, retículo endoplasmático) ou na forma iônica. Alimentos ricos em cálcio incluem leite, queijo, sorvete, brócolis, laranjas inteiras. Quanto a absorção do cálcio, o mesmo BRONNER (2003) cita que se dá em dois processos: movimento transcelular, predominantemente no duodeno e jejuno superior, e movimento paracelular, através das justas junções entre as células intestinais. Quase todo o cálcio dos vertebrados é depositado na forma de vários tipos de fosfatos de cálcio, com, ao menos 90% na forma de cristais de hidroxiapatita. O cálcio é depositado, provavelmente, na forma de fosfato ácido de cálcio, nas fibras colágenas que são sintetizadas e excretadas pelos osteoblastos. Fosfato de cálcio adicional é depositado, então, por adição. Com o tempo, os cristais ósseos maturam, provavelmente passando por algumas formas, ou todas, de fosfatos. Urge a necessidade de desenvolver-se um guia alimentar pós-operatório, com o objetivo de orientar o paciente para: (1) evitar a perda de peso; (2) manter compensados os doentes crônicos; (3) equilibrar a ingestão de vitaminas e minerais; (4) garantir uma hidratação adequada dos tecidos; (5) evitar traumas causados pela alimentação inadequada (sólidos); (6) impedir que a sutura ou a frágil mucosa gengival se rompa expondo as membranas cirúrgicas; (7) reduzir a reabsorção do enxerto ósseo causado pela pressão exercida pela prótese; enfim (8), manutenção do estado de saúde geral do paciente, objetivando um elevado grau de resposta fisiológica pelo organismo (ROZENBAUM, 2004). ROZENBAUM (2004) elabora um protocolo alimentar pós-operatório baseado nas necessidades especiais de cada tipo de paciente sendo todas elas altamente protéicas e com poucas quantidades de lipídios. Inicialmente é indicada uma dieta semilíquida, posteriormente passando a uma dieta pastosa. As dietas seguem um padrão de fracionamento, sendo divididas em seis refeições diárias: o desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. A ingestão de líquidos é liberada e até estimulada, pois o fenômeno da reparação exige muita água no organismo, portanto este deve estar sempre hidratado. 67 0 Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 75 25 5 0 100 95 75 25 5 0 O mesmo ROMITO (2003) descreve os nutrientes por categorias, a começar: 1. Carboidratos Os carboidratos descrevem uma classe variada de nutrientes que são a maior fonte de energia da dieta humana. A principal função dos carboidratos é a de prover combustível para o corpo. Sem carboidratos, o metabolismo das gorduras é incompleto e resulta na formação de metabólitos intermediários chamados de corpos cetônicos. A formação de componentes estruturais do corpo, tais como cartilagem, tecido nervoso e osso são dependentes dos carboidratos. Os carboidratos são mais comumente classificados como simples (açúcares) ou complexos (amido e fibras). Açúcares simples (monossacarídeos) representam carboidratos simples unidos como glicose, frutose e galactose. Dissacarídeos são formados pela união de dois monossacarídeos. Polissacarídeos, como o amido e as fibras, são formados por muitos monossacarídeos unidos. 2. Lipídios Os lipídios da dieta são uma grande fonte de energia. Eles provém 9 kcal/g, mais do que duas vezes o total gerado pelas proteínas ou pelos carboidratos. As gorduras, estocadas no corpo sob a forma de tecido adiposo, serve como proteção para órgãos internos, regulador da temperatura e estoque de energia para épocas de fome. Gorduras da dieta são uma grande fonte de vitaminas solúveis ( A, D, E, K) e dois ácidos graxos vitais: ácido linoléico e ácido linolênico. As gorduras servem como componente de vários tecidos do corpo, incluindo tecido adiposo, tecido nervoso, hormônios e prostaglandinas, colesterol e componentes celulares (fosfolipídeos). Gorduras são importantes para a saúde oral do ponto de vista que os fosfolipídios são os componentes das membranas celulares, esmalte dentário e dentina. As gorduras estão envolvidas na iniciação da calcificação e mineralização de dentes e ossos. 3. Proteínas As proteínas da dieta são compostas por aminoácidos, todos com a mesma estrutura que se compõe de um átomo central de carbono com hidrogênio, um grupo amina, um grupo ácido e um grupo lateral. O corpo pode sintetizar muitos aminoácidos, mas há um grupo que o corpo não pode sintetizar, os quais são chamados de aminoácidos essenciais: são a histidina, leucina, isoleucina, lisina, metionina, fenilananina, treonina, triptofano e valina. Uma das principais funções das proteínas está na construção, reparo e recolocação de tecidos corpóreos. Também funcionam como enzimas, hormônios, reguladores 66 de fluídos e equilíbrio ácido-base, transporta moléculas e anticorpos. Dietas carentes de proteínas podem predispor algumas pessoas a desenvolver imunodeficiências, aumento no tempo de cura e infecções orais. 4. Água A água é um nutriente essencial para a vida, através do qual todos os processos corporais acontecem. Nutrientes e produtos excretados são transportados através do corpo pela água. A água serve para o corpo como um solvente, lubrificante, absorvente de choques, regulador de temperatura, regulador do volume sanguíneo e componente estrutural de diversas moléculas e participa de inúmeros processos químicos dentro do corpo. Fluído intracelular corresponde a dois terços da água do corpo e é rico em fosfato e potássio. O restante é fluido extracelular que inclui fluído intersticial, rico em cloro e sódio, plasma e água estrutural para ossos e pele. A sede é o primeiro regulador dos níveis de água em resposta às mudanças sentidas pela boca, hipotálamo e nervos. Os rins respondem pelo aumento dos níveis de sódio no sangue pela estimulação da glândula pituitária a secretar hormônio anti-diurético, o que faz os rins excretarem menos água. Fluído em excesso pode resultar em movimento da água dentro dos compartimentos intersticiais, o que pode produzir edema periférico. Falência congetiva do coração, falências renais e falência do fígado. Desidratação prolongada, vômito e diarréia excessivos, perspiração e poliúria podem resultar em déficit de volume de fluido. A mucosa oral é muito sensível ao volume de fluído. Xerostomia, secura na boca, gosto metálico, língua fissurada ou membranas mucosas e pele seca podem ser notadas em pacientes que apresentar déficit de volume de fluído. 5. Vitaminas Vitaminas são um grupo de nutrientes essenciais requeridos em cada minuto para participar e regular as reações químicas dentro do corpo. Elas não são nutientes formadores de energia, mas obtém energia para ser quebrada do carboidrato, gorduras e proteínas para o próprio corpo. Vitaminas são disponibilizadas pela comida na forma ativa ou inativa. O precursor inativo, ou provitamina, é depois quimicamente alterada para a forma ativa. Vitaminas são compostos orgânicos e, por isso, podem ser destruídas, por exemplo, o aquecimento demasiado dos alimentos pode destruir quase metade da tiamina na comida, oxigênio destrói vitamina C e luz causa perda de riboflavina no leite. Aproximadamente todos os alimentos possuem vitaminas. Elas são classificadas em hidrossolúveis ou lipossolúveis. Hidrossolúveis incluem tiamina, riboflavina, niacina, ácido fólico, vitaminas B6 e B12, biotina e ácido pantotênico. As vitaminas lipossolúveis são A, D, E e K. Em geral, as vitaminas hidrossolúveis são facilmente absorvidas dentro da corrente sangüínea a nível intestinal e movem-se livremente para as células. Elas não são estocadas pelo organismo e precisam dos níveis na alimentação. As vitaminas lipossolúveis primeiro entram na linfa e quando o sangue quer seu transporte depende de uma proteína carreadora. Elas são estocadas no fígado e tecido adiposo do corpo. 6. Minerais Minerais são componentes estruturais para o corpo. Eles fornecem função para nervos e músculos, coagulação sangüínea, crescimento e reparo teciduais e o equilíbrio ácido/base dos fluidos corporais. Minerais são classificados maiores e menores. Minerais maiores são necessários, para uma correta reserva dietética, em doses por volta de 100 mg/dia. Estes incluem o cálcio, magnésio, fósforo, potássio, sódio, cloro e enxofre. Minerais menores são menos necessários e incluem ferro, zinco, selênio, cromo, iodo, molibdênio, manganês e cobre. O mesmo autor ainda fala a respeito de nutrientes específicos para o crescimento, desenvolvimento e saúde dos tecidos orais: calcificação pobre do osso, centros retardados de ossificação, dentes pequenos e crescimento retardado da mandíbula têm sido demonstrados em deficiências protéicas nos períodos críticos de crescimento. cálcio, vitamina D e fósforo são essenciais para a formação de dentes e ossos. Deficiências destes nutrientes nas fases críticas de desenvolvimento podem acarretar implicações dentais como mandíbula atrófica, desenvolvimento dos dentes e do côndilo e redução da qualidade do esmalte dental e da dentina. Deficiências de vitamina D e cálcio tem demonstrado influência na reabsorção da mandíbula e perda do ligamento periodontal. Deficiências de vitamina C podem acarretar na perda do tecido conectivo, hemorragias gengivais e mobilidade dentária. Vitamina C também é fundamental para a produção de colágeno, para a formação de ossos e dentes e tem propriedades antioxidantes. Vitamina A também é vital para o processo de cura de feridas, por exemplo, como contribuinte para epitelialização, formação do colágeno e resposta imune durante os estágios inflamatórios de cura. A respeito do cálcio, BRONNER (2003), fala que existe no corpo em três formas: como um sólido, principal- 75 25 5 0 100 95 75 25 5 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 33 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:41 mente na forma química de fosfato de cálcio, o qual constitui o componente mineral extracelular do esqueleto; na forma iônica no sangue e outros fluídos extracelulares; e intracelularmente. Dentro da célula, o cálcio é encontrado fixado em vários sítios (mitocôndrias, retículo endoplasmático) ou na forma iônica. Alimentos ricos em cálcio incluem leite, queijo, sorvete, brócolis, laranjas inteiras. Quanto a absorção do cálcio, o mesmo BRONNER (2003) cita que se dá em dois processos: movimento transcelular, predominantemente no duodeno e jejuno superior, e movimento paracelular, através das justas junções entre as células intestinais. Quase todo o cálcio dos vertebrados é depositado na forma de vários tipos de fosfatos de cálcio, com, ao menos 90% na forma de cristais de hidroxiapatita. O cálcio é depositado, provavelmente, na forma de fosfato ácido de cálcio, nas fibras colágenas que são sintetizadas e excretadas pelos osteoblastos. Fosfato de cálcio adicional é depositado, então, por adição. Com o tempo, os cristais ósseos maturam, provavelmente passando por algumas formas, ou todas, de fosfatos. Urge a necessidade de desenvolver-se um guia alimentar pós-operatório, com o objetivo de orientar o paciente para: (1) evitar a perda de peso; (2) manter compensados os doentes crônicos; (3) equilibrar a ingestão de vitaminas e minerais; (4) garantir uma hidratação adequada dos tecidos; (5) evitar traumas causados pela alimentação inadequada (sólidos); (6) impedir que a sutura ou a frágil mucosa gengival se rompa expondo as membranas cirúrgicas; (7) reduzir a reabsorção do enxerto ósseo causado pela pressão exercida pela prótese; enfim (8), manutenção do estado de saúde geral do paciente, objetivando um elevado grau de resposta fisiológica pelo organismo (ROZENBAUM, 2004). ROZENBAUM (2004) elabora um protocolo alimentar pós-operatório baseado nas necessidades especiais de cada tipo de paciente sendo todas elas altamente protéicas e com poucas quantidades de lipídios. Inicialmente é indicada uma dieta semilíquida, posteriormente passando a uma dieta pastosa. As dietas seguem um padrão de fracionamento, sendo divididas em seis refeições diárias: o desjejum, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. A ingestão de líquidos é liberada e até estimulada, pois o fenômeno da reparação exige muita água no organismo, portanto este deve estar sempre hidratado. 67 0 Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 75 25 5 0 DIETA 1 Pacientes que não podem mastigar nada; consistência semilíquida e temperatura fria ou gelada. Desjejum: mingau de cereal, leite desnatado (1 copo), cereal (aveia); Lanche da manhã: vitamina de fruta enriquecida, fruta; Almoço: sopa de legumes com carne/peixe/frango300ml (liquidificar tudo), frango/carne/peixe (80g), suco de fruta rico em vitamina C; Lanche da tarde: vitamina de fruta enriquecida, leite desnatado (1 copo), banana; Jantar: repete o almoço Ceia: mingau de cereal, leite desnatado, cereal (aveia). DIETA 2 Para mulheres sedentárias ou em menopausa; consistência pastosa. Desjejum: leite desnatado, café, açúcar (2 colheres de chá rasas), pão de forma (2 fatias), requeijão light (1 colher de sopa cheia), mamão; Lanche da manhã: suco de laranja (1copo), açúcar (2 colheres de chá rasas) Almoço: carne moída com caldo (2 colheres de sopa cheias), purê e couve-flor cozida (2 colheres de sopa cheias), arroz papa (2 colheres de sopa cheias) e sobremesa de purê de maçã (meia maçã); Lanche da tarde: vitamina de banana, leite desnatado (1 copo), banana prata (1 unidade pequena), açúcar (1 colher de sopa cheia); Jantar: canja de galinha (1 prato fundo), pão de forma umedecido na canja, sobremesa de gelatina (2 colheres de sopa cheias); Ceia: mingau de maisena (leite desnatado 200ml + 1 colher de sobremesa rasa de maisena + açúcar). 100 95 75 25 5 0 DIETA 3 Para adultos sem restrição calórica; consistência pastosa. Desjejum: leite desnatado (1 copo médio), café, açúcar (2 colheres de chá cheias), pão de forma (2 fatias), margarina (2 colheres de chá cheias), mamão (1 fatia pequena amassada). Lanche da manhã: suco de laranja (1 copo), açúcar Almoço: carne moída com caldo (4 colheres de sopa cheias), purê (3 colheres de sopa cheias), feijão liquidificado (1 concha pequena dividida em grãos e caldo), arroz papa (4 colheres de sopa cheias), sobremesa de gelatina (1 pote); Lanche da tarde: leite desnatado ( 1 copo), café, açúcar 68 75 (2 colheres de sopa cheias), pão de forma (2 fatias), geléia de frutas (1 colher de sobremesa cheias); Jantar: arroz papa (4 colheres de sopa cheias), feijão liquidificado (1 concha pequena divididas em grãos e caldo), frango desfiado ou liquidificado no feijão (4 colheres de sopa cheias), suflê de legumes (1 pedaço pequeno), sobremesa banana prata cozida com sorvete (1 bola pequena) Ceia: iogurte (1 pote) DIETA 4 Para adultos com restrição de calorias; consistência pastosa. Desjejum: leite desnatado (1 copo), café, açúcar (2 colheres de chá rasas), pão de forma (2 fatias), requeijão light ( 1 colher de sopa cheia); Lanche da manhã: vitamina de fruta enriquecida, suco de laranja (meio copo), mamão (1 fatia pequena); Almoço: carne moída com caldo (2 colheres de sopa cheias), abóbora refogada amassada (2 colheres de sopa cheias), feijão liquidificado (1 concha pequena dividida em caldo e grãos), arroz papa (4 colheres de sopa cheias), sobremesa (meia maçã raspada); Lanche da tarde: iogurte natural (1 pote), banana prata; Jantar: purê de batatas (4 colheres de sopa cheias), peixe ensopado desfiado, podendo ser substituído por frango (1 filé médio), creme de espinafre (2 colheres de sopa cheias), sobremesa de gelatina (4 colheres de sopa cheias); Ceia: vitamina enriquecida ou leite desnatado (1 copo). O mesmo ROZENBAUM (2004) elabora orientações para uma dieta hipolipídica e pobre em colesterol. Alimentos e preparações proibidas: leite integral, creme de leite, manteiga, margarina, queijos gordurosos, achocolatados, iogurtes integrais, coalhadas e maionese, carne vermelha (boi e porco), frutos do mar, pele e vísceras animais (coração e miúdos), embutidos (salame, lingüiça, mortadela), enlatados (atum, sardinha, salsicha, azeitona), sementes oleaginosas (caju, avelã, nozes), gorduras animal, hidrogenadas, gordura do côco e do porco, abacate, côco, sorvetes cremosos, biscoitos amanteigados, preparações a base de creme de leite, gema de ovo, frituras em geral. Também fala das preparações permitidas e estimuladas: leite e derivados desnatados, margarina BECEL (sem exagero), queijo minas e ricota, carnes magras (frango sem pele e peixe), frutas (exceto coco, abacate e açaí), vegetais folhosos e legumes, geléias, gelatinas e cereais. Conclusão Quando um trabalho de pesquisa é proposto, a tendência natural é que se encontrem opiniões diversas e divergentes sobre o mesmo assunto. Entretanto, em se tratando de nutrição, todas as opiniões convergem para a importância de se ter um correto equilíbrio entre a ingestão dos alimentos necessários, seja em pacientes portadores de algum tipo de patologia, seja em pacientes saudáveis, para que se tenha uma correta disponibilização dos nutrientes pelo corpo. Para pacientes em estágios pré-operatórios não podia ser diferente. Uma correta nutrição é indispensável para que os tecidos envolvidos no crescimento, desenvolvimento, manutenção e reparo tenham respostas adequadas. DE ANGELIS (1995), afirma que o alimento é o veículo fisiológico de macro e micronutrientes no organismo e tanto a qualidade quanto a quantidade nutricional são importantes para que se estabeleça um equilíbrio fisiológico orgânico. BUCHMAN (1990) relata que pacientes malnutridos apresentam índices mais altos de infecção e, quando existe alteração da imunidade, diminuem a resposta do sistema imunológico. ZICCARDI et al (1993) alerta para o fato de que em cirurgias orais e maxilofaciais, torna-se difícil o paciente receber uma alimentação adequada. Quando se fala em nutrição para pacientes de implantodontia, muita atenção deve ser dada para a individualidade do tratamento. Por exemplo: um paciente saudável sistemicamente e que vai se submeter a uma pequena intervenção tem necessidades fisiológicas e alimentares diferentes de um paciente idoso, classificado como "inválido oral" e que vai necessitar de algum tipo de enxertia, seja autógena ou não. As individualidades devem ser respeitadas sim, mas a necessidade dos nutrientes certos para que o corpo possa responder de maneira satisfatórias são as mesmas. Dietas ricas em calorias, proteínas, carboidratos e pequena quantidade de lipídios são de fundamental importância para que haja um correto crescimento e desenvolvimento dos novos tecidos peri-implantares. Todos os nutrientes que o corpo precisa estão contidos nos alimentos ou o corpo necessita deles para poder produzir estes nutrientes. Para que ocorra um correto sistema de cicatrização, os nutrientes devem estar disponíveis no meio corpóreo, não pode haver nenhum tipo de necessidade fisiológica que não seja atendida, para que o sucesso do tratamento ocorra. É evidente que somente um correto aporte de nutrientes não é suficiente por si só para que todo o tratamento dê o resultado esperado, mas se este item não for atendido, o processo de cicatrização pode ser defeituoso e levar ao insucesso do trabalho. O levantamento da dieta a que o paciente está habituado deve ser pesquisado na anamnese e as possíveis carências devem ser corrigidas a fim de que estas sejam corrigidas. Até mesmo com orientações sobre alimentação, o cirurgião implantodontista pode corrigir certos vícios malignos dos pacientes com relação à sua alimentação, tornado sua vida mais saudável. 25 5 0 100 95 75 25 5 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 34 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:42 Discussão 69 0 Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 75 25 5 0 DIETA 1 Pacientes que não podem mastigar nada; consistência semilíquida e temperatura fria ou gelada. Desjejum: mingau de cereal, leite desnatado (1 copo), cereal (aveia); Lanche da manhã: vitamina de fruta enriquecida, fruta; Almoço: sopa de legumes com carne/peixe/frango300ml (liquidificar tudo), frango/carne/peixe (80g), suco de fruta rico em vitamina C; Lanche da tarde: vitamina de fruta enriquecida, leite desnatado (1 copo), banana; Jantar: repete o almoço Ceia: mingau de cereal, leite desnatado, cereal (aveia). DIETA 2 Para mulheres sedentárias ou em menopausa; consistência pastosa. Desjejum: leite desnatado, café, açúcar (2 colheres de chá rasas), pão de forma (2 fatias), requeijão light (1 colher de sopa cheia), mamão; Lanche da manhã: suco de laranja (1copo), açúcar (2 colheres de chá rasas) Almoço: carne moída com caldo (2 colheres de sopa cheias), purê e couve-flor cozida (2 colheres de sopa cheias), arroz papa (2 colheres de sopa cheias) e sobremesa de purê de maçã (meia maçã); Lanche da tarde: vitamina de banana, leite desnatado (1 copo), banana prata (1 unidade pequena), açúcar (1 colher de sopa cheia); Jantar: canja de galinha (1 prato fundo), pão de forma umedecido na canja, sobremesa de gelatina (2 colheres de sopa cheias); Ceia: mingau de maisena (leite desnatado 200ml + 1 colher de sobremesa rasa de maisena + açúcar). 100 95 75 25 5 0 DIETA 3 Para adultos sem restrição calórica; consistência pastosa. Desjejum: leite desnatado (1 copo médio), café, açúcar (2 colheres de chá cheias), pão de forma (2 fatias), margarina (2 colheres de chá cheias), mamão (1 fatia pequena amassada). Lanche da manhã: suco de laranja (1 copo), açúcar Almoço: carne moída com caldo (4 colheres de sopa cheias), purê (3 colheres de sopa cheias), feijão liquidificado (1 concha pequena dividida em grãos e caldo), arroz papa (4 colheres de sopa cheias), sobremesa de gelatina (1 pote); Lanche da tarde: leite desnatado ( 1 copo), café, açúcar 68 75 (2 colheres de sopa cheias), pão de forma (2 fatias), geléia de frutas (1 colher de sobremesa cheias); Jantar: arroz papa (4 colheres de sopa cheias), feijão liquidificado (1 concha pequena divididas em grãos e caldo), frango desfiado ou liquidificado no feijão (4 colheres de sopa cheias), suflê de legumes (1 pedaço pequeno), sobremesa banana prata cozida com sorvete (1 bola pequena) Ceia: iogurte (1 pote) DIETA 4 Para adultos com restrição de calorias; consistência pastosa. Desjejum: leite desnatado (1 copo), café, açúcar (2 colheres de chá rasas), pão de forma (2 fatias), requeijão light ( 1 colher de sopa cheia); Lanche da manhã: vitamina de fruta enriquecida, suco de laranja (meio copo), mamão (1 fatia pequena); Almoço: carne moída com caldo (2 colheres de sopa cheias), abóbora refogada amassada (2 colheres de sopa cheias), feijão liquidificado (1 concha pequena dividida em caldo e grãos), arroz papa (4 colheres de sopa cheias), sobremesa (meia maçã raspada); Lanche da tarde: iogurte natural (1 pote), banana prata; Jantar: purê de batatas (4 colheres de sopa cheias), peixe ensopado desfiado, podendo ser substituído por frango (1 filé médio), creme de espinafre (2 colheres de sopa cheias), sobremesa de gelatina (4 colheres de sopa cheias); Ceia: vitamina enriquecida ou leite desnatado (1 copo). O mesmo ROZENBAUM (2004) elabora orientações para uma dieta hipolipídica e pobre em colesterol. Alimentos e preparações proibidas: leite integral, creme de leite, manteiga, margarina, queijos gordurosos, achocolatados, iogurtes integrais, coalhadas e maionese, carne vermelha (boi e porco), frutos do mar, pele e vísceras animais (coração e miúdos), embutidos (salame, lingüiça, mortadela), enlatados (atum, sardinha, salsicha, azeitona), sementes oleaginosas (caju, avelã, nozes), gorduras animal, hidrogenadas, gordura do côco e do porco, abacate, côco, sorvetes cremosos, biscoitos amanteigados, preparações a base de creme de leite, gema de ovo, frituras em geral. Também fala das preparações permitidas e estimuladas: leite e derivados desnatados, margarina BECEL (sem exagero), queijo minas e ricota, carnes magras (frango sem pele e peixe), frutas (exceto coco, abacate e açaí), vegetais folhosos e legumes, geléias, gelatinas e cereais. Conclusão Quando um trabalho de pesquisa é proposto, a tendência natural é que se encontrem opiniões diversas e divergentes sobre o mesmo assunto. Entretanto, em se tratando de nutrição, todas as opiniões convergem para a importância de se ter um correto equilíbrio entre a ingestão dos alimentos necessários, seja em pacientes portadores de algum tipo de patologia, seja em pacientes saudáveis, para que se tenha uma correta disponibilização dos nutrientes pelo corpo. Para pacientes em estágios pré-operatórios não podia ser diferente. Uma correta nutrição é indispensável para que os tecidos envolvidos no crescimento, desenvolvimento, manutenção e reparo tenham respostas adequadas. DE ANGELIS (1995), afirma que o alimento é o veículo fisiológico de macro e micronutrientes no organismo e tanto a qualidade quanto a quantidade nutricional são importantes para que se estabeleça um equilíbrio fisiológico orgânico. BUCHMAN (1990) relata que pacientes malnutridos apresentam índices mais altos de infecção e, quando existe alteração da imunidade, diminuem a resposta do sistema imunológico. ZICCARDI et al (1993) alerta para o fato de que em cirurgias orais e maxilofaciais, torna-se difícil o paciente receber uma alimentação adequada. Quando se fala em nutrição para pacientes de implantodontia, muita atenção deve ser dada para a individualidade do tratamento. Por exemplo: um paciente saudável sistemicamente e que vai se submeter a uma pequena intervenção tem necessidades fisiológicas e alimentares diferentes de um paciente idoso, classificado como "inválido oral" e que vai necessitar de algum tipo de enxertia, seja autógena ou não. As individualidades devem ser respeitadas sim, mas a necessidade dos nutrientes certos para que o corpo possa responder de maneira satisfatórias são as mesmas. Dietas ricas em calorias, proteínas, carboidratos e pequena quantidade de lipídios são de fundamental importância para que haja um correto crescimento e desenvolvimento dos novos tecidos peri-implantares. Todos os nutrientes que o corpo precisa estão contidos nos alimentos ou o corpo necessita deles para poder produzir estes nutrientes. Para que ocorra um correto sistema de cicatrização, os nutrientes devem estar disponíveis no meio corpóreo, não pode haver nenhum tipo de necessidade fisiológica que não seja atendida, para que o sucesso do tratamento ocorra. É evidente que somente um correto aporte de nutrientes não é suficiente por si só para que todo o tratamento dê o resultado esperado, mas se este item não for atendido, o processo de cicatrização pode ser defeituoso e levar ao insucesso do trabalho. O levantamento da dieta a que o paciente está habituado deve ser pesquisado na anamnese e as possíveis carências devem ser corrigidas a fim de que estas sejam corrigidas. Até mesmo com orientações sobre alimentação, o cirurgião implantodontista pode corrigir certos vícios malignos dos pacientes com relação à sua alimentação, tornado sua vida mais saudável. 25 5 0 100 95 75 25 5 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 34 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:42 Discussão 69 0 Perfil de cores: Perfil genérico de impressora CMYK Composição Tela padrão 100 100 95 95 Vestibularização da estrutura neurovascular para colocação de implantes dentais 75 Referências Bibliográficas 25 1. BARON, RB; JÚNIOR, LM., MACPHEE, SJ.: Nutrition in: Tieney. Current Medical Diagnosis & Treatment 35, 1996. 5 0 2. BADWAL, RS., BENETT, J., Nutrition and oral health Dent Clin N Am 47: 373-393, 2003. 25 8. MISH, CE. Implantes dentários contemporâneos. São Paulo. Ed. Santos, 2000. Vestibularizacion of the neuro-vascular structure of the alveolar inferior for osseointegrated implants’s placement 9. PATTEN, J.A.: Nutrition and would healing. Educ Dent 16(2): 200-214, 1995. 3. BRONNER, F.: Nutrition and oral health Dent Clin N Am 47: 209-224, 2003. 10. ROZENBAUM, F., Dieta pós-operatória em cirurgias implantodônticas. Tese de mestrado CPO São Leopoldo Mandic, Campinas 2004. 4. AL., AMENT, ME.: Total parenteral nutrition. West J Med dec 153(6): 662-3, 1990. 11. ROMITO, L. M., Nutrition and oral health. Dent Clin N Am Apr 47:2, 187-207, 2003. 5. DE ANGELIS, R.C. Valor nutricional das próteses métodos de avaliação. Caderno de nutrição 10: 8-29: 1995. 12. VASCONCELOS, AG., SILVA, AR., SILVA, ACBR, et al, Implantes Osseointegrados: aplicações intraorais. São Paulo, Ed. Pancast, 2000. 6. ELIA, M ; LUNN, PG.: Biological markers of protein energy malnutrition. Clinical Nutrition 16 : 11-17, 1997. 13. ZICCARDI, VB., OCHS, NW., BRAUM, TW.: Indications of enteric tube feedings in oral and mazilofacial surgery. J Oral Maxillofacial Surg. 51(11), nov, 1993. 7. GRAZIANE, M. : Cirurgia Buco Maxilo Facial 85-90: Ed. Rio de Janeiro, 1987. 75 5 0 Idelmo Rangel Garcia Júnior1, Osvaldo Magro Filho1, Leandro De Carvalho Cardoso2 e Thaís Da Silveira Rodrigues2 Resumo A reabilitação dental com implantes na região posterior de mandíbula em pacientes desdentados e com atrofia óssea em altura torna-se limitada e dificultada pela presença do nervo e artéria alveolar inferior. Uma das saídas para esta limitação é a realização cirúrgica da técnica de vestibularização da estrutura neurovascular previamente à colocação de implantes. O propósito deste trabalho é descrever a técnica de vestibularização do feixe vásculo-nervoso do alveolar inferior e discutí-la como opção de tratamento, analisando suas vantagens e desvantagens. Unitermos: implantes dentários, nervo alveolar inferior, artéria alveolar inferior Abstract The oral rehabilitation with implants in the subsequent area of jaw in patients edentulous and with bony atrophy in height becomes limited due to the presence of the inferior alveolar nerve. One in the ways of outlining this limitation is previously accomplishment of the technique of vestibularizacion of the inferior alveolar nerve to the implant`s placement. The purpose of this article are relate description an technique of vestibularização of the neurovascular structure of the alveolar inferior and to discuss the surgical technique as treatment option, analyzing advantages and disadvantages. Keywords: Dental Implants; Oral surgery ; mandibular nerve 100 100 95 95 75 75 25 25 5 0 5 1 Professor Doutor da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial da FOA - UNESP 2 Doutorandos em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial pela FOA - UNESP 70 INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL - BIOMATERIALS AND ESTHETICS Volume 01 - Número 01 - Maio/2006 35 K:\SIN\Revista Inovation Implant Journal\Miolo_nova_revista_.cdr sábado, 20 de maio de 2006 12:05:44 71 0