Medicina Geral e Familiar MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA 6º ano / Estágio Área de Ensino e Investigação "Saúde das Populações" Medicina Geral e Familiar - Estágio Diário do Exercício Orientado Departamento Universitário de Medicina Geral e Familiar Regente 2012-2013 Instruções de Preenchimento Prof. Doutora Isabel Santos Assistentes Dr. Daniel Pinto Dr. Edmundo Sá Dr. Gaspar Caetano Dr. José Mendes Nunes Dr. Luís Paixão Coentro Dr. Luís Pisco Drª Mª. João Queiroz Drª Teresa Libório Drª Teresa Ventura Docente Convidado Voluntário Dr. Bruno Heleno Secretária Paula Fernandes Campo dos Mártires da Pátria, 130 1169-056 Lisboa 21 880 30 88 (ext. 23 174) [email protected] Este documento inclui as notas de preenchimento e de envio do Relatório (ou Diário do Exercício Orientado), assim como alguma informação suplementar necessária ao seu preenchimento que foi retirada do documento "relatorio.doc" de forma a diminuir as suas dimensões e não sobrecarregar as caixas de correio eletrónico aquando do seu envio. Notas de preenchimento e entrega O documento "relatorio.doc" é um documento que pode ser editado através do software Microsoft Word. De forma a facilitar o seu preenchimento introduziram-se campos de texto. Para os preencher basta efetuar a sua seleção. Para fazer algum gráfico ou desenho (um genograma por exemplo) diretamente no documento, utilize as ferramentas da aplicação. O documento "plano_aprendizagem.doc" deverá ser preenchido em separado, impresso e entregue em mão no dia da entrevista final. Os originais da folha de assiduidade e avaliação de desempenho (incluídas no programa pdf) deverão, também, ser entregues aquando da entrevista de discussão do DEO. Porque valorizamos a capacidade de destrinçar o que é relevante do supérfluo, sugerimos que o relatório não ultrapasse as 10 páginas (incluindo a primeira página / capa), respeitando a legibilidade do mesmo na escolha do tipo de letra. Sugere-se a seguinte distribuição de páginas: 1 página 1 página 2 páginas 1 página 3 páginas 1 página 1 página Capa com identificação Objetivos, necessidades e expectativas Registo de Morbilidade Análise de Situação Apresentação de Caso Necessidades de Aprendizagem Análise crítica do estágio Após terminar o seu preenchimento deverá guardar o documento e enviá-lo no prazo estabelecido para o departamento. No envio do email tenha atenção ao seguinte: • Grave o seu relatório como: “Nome do Aluno.doc” • Envie para o endereço do departamento ([email protected]) e para os Docentes que o irão entrevistar (estes endereços serão distribuídos durante o estágio) • Coloque no assunto (subject) “ENVIO DE RELATORIO” • Inclua a sua identificação (nome completo e turma) no corpo da mensagem • Anexe o documento com o seu relatório • Verifique antes de enviar. ____________________________________________________________________________________________________________ página 2 A razão de ser do Diário do Exercício Orientado O relatório visa demonstrar as experiências de aprendizagem vividas, o que fez, onde, quando e quanto; assim como permitir saber se, das tarefas efetuadas, resultou uma mais valia de conhecimento, ou seja, se o aluno / estagiário sabe justificar por que fez aquilo que diz ter feito (sustentação científica da prática).Por isso a leitura crítica deste DEO inclui uma entrevista com o aluno para sua discussão. Pretende-se validar o julgamento que se fez do relatório aquando da sua leitura. Para o efeito, na entrevista , pode ser perguntado ao aluno p.ex a explicação para se ter administrado 20 mg de uma simvastatina à noite na Srª MJ do caso relatado ou qual foi a informação clínica que acompanhou a citologia efectuada. Tendo em conta a diversidade de locais de estágio, diferentes Unidades Saúde e profissionais envolvidos, de uns serem urbanos ou suburbanos e outros rurais e o pouco tempo disponível para a sua redação e avaliação, julgou-se pertinente racionalizar este processo mediante um dossier de registos ou portfolio de experiências, individual - o Diário do Exercício Orientado (DEO) pré-formatado Assim este “Diário do Exercício Orientado” visa: 1. Facilitar a recolha organizada e dirigida da informação relevante do seu estágio durante 4 semanas, tendo em conta as finalidades/objetivos da disciplina e o plano de atividades estabelecido, no início do estágio, entre discente/tutor. 2. Efetuar atividades de aprendizagem, facilmente relatáveis, centradas na prática. 3. Uniformizar a aplicação dos critérios de avaliação final da disciplina. 4. Permitir que todos os discentes apresentem, no final do seu estágio, um relato global e coerente da sua experiência de estágio na Unidade de Saúde. Necessidades, Expectativas e Receios Um dia antes de iniciar o seu estágio de Medicina Geral e Familiar na Unidade de Saúde da ARS do Alentejo ou de Lisboa, faça uma análise do programa e escreva quais são as suas prioridades dentro do quadro geral do mesmo. Identifique objetivos específicos não descritos ou não contemplados, incluindo a componente gestual, mas que se inserem na finalidade e objetivos da disciplina. Consulte a ficha curricular na plataforma Moodle ou em http://www.fcm.unl.pt/departamentos/cligeral/alunos_6ano.html Na avaliação deste relatório será valorizada a sua capacidade de identificar objetivos pessoais de aprendizagem bem definidos, que reflitam aptidões de auto-análise, sentido de oportunidade (realistas) ____________________________________________________________________________________________________________ página 3 e que possam ser avaliados. Exemplo: 1) Efetuar pelo menos 6 consultas a doentes com DM2; 2) Executar pelo menos 2 citologias; 3) Efetuar pelo menos 3 consultas a utentes adultos para avaliação global de saúde Registo de Morbilidade Neste item, o Diário do Exercício Orientado apresenta dois quadros. No primeiro quadro, liste os motivos de consulta (o que trouxe o doente / a pessoa ao médico) e os problemas de saúde (o que foi identificado pelo médico) de 10 pessoas de entre todas as que observou em consultas do dia ou de intersubstituição numa das Unidades de Saúde em que decorreu o seu estágio (no Alentejo ou em Lisboa). Os dados selecionados deverão ser representativos dos cuidados globais prestados pelo Médico de Família (diversidade de idades, género e natureza dos problemas de saúde). No segundo quadro, liste os motivos de consulta e os problemas de saúde de 10 pessoas selecionadas de entre todas as que observou na consulta da outra Unidade de Saúde onde estagiou (se o primeiro quadro se referir a uma Unidade de Saúde do Alentejo, o segundo corresponderá a doentes/utentes observados numa Unidade de Saúde da ARS de Lisboa e Vale do Tejo e vice-versa). Os dados selecionados deverão ser representativos dos cuidados globais e integrados prestados pelo Médico de Família. Quando o aluno efectuar 4 semanas no mesmo local preenche na mesma as duas listagens. Uma referente aos caso observados num dia de consulta normal e outra relativa a uma consulta de intersubstituição, de atendimento complementar ou de agudos? Abaixo de cada quadro, deve comentar os casos apresentados de acordo com o solicitado (representatividade da globalidade de cuidados e, no segundo quadro, também da integração dos cuidados prestados pelo Médico de Família). Na avaliação do relatório, serão valorizadas a exemplaridade das situações apresentadas e, no seu conjunto, a representatividade do perfil de morbilidade em Cuidados de Saúde Primários, características do exercício da Medicina Geral e Familiar assim como a sua análise dos mesmos tendo em conta as características da MGF. Nota: Mantenha um “aide-mémoire “ destas situações. Aquando da entrevista é natural que lhe possam perguntar, por exemplo, quais foram os critérios de inclusão encontrados para identificar uma DM2, a congruência entre os motivos de consulta descritos e os problemas identificados listados. ____________________________________________________________________________________________________________ página 4 Análise de situação Selecione uma situação que tenha vivido durante o seu estágio. Apresente-a e analise-a, indicando o motivo de seleção, descrevendo a situação (de acordo com o modelo correspondente, indicado abaixo) e explicitando o que aprendeu com o caso que possa ser aplicável em situações futuras. Seja preciso. Modelos de apresentação das situações 1. Perante a doença, o doente ou a sua família exprimem sofrimento… • Em que contexto se exprimiu esta emoção? Como foi expressa, verbalmente ou psiquicamente (choros, risos, etc.)? De que tipo é a emoção (angústia, cólera, tristeza)? • Que revela a emoção expressa pelo paciente? • Como reagiu você e o seu tutor a essa emoção (validação, negação)? • Como é que se sentiu nessa situação relacional? • Emita o seu julgamento, pessoal, sobre esse tipo de situação explicitando o que aprendeu com o caso que possa ser aplicável em situações futuras e que traga benefício para o paciente. . 2. Houve situações em que o médico teve de tomar decisões sem se encontrar seguro de um diagnóstico • Explique a situação em que se encontrava o paciente • De que tipo foi a decisão terapêutica tomada: abstenção terapêutica, tratamento de prova? • Que precauções tomou o médico aquando deste tipo de decisões? • O que sentiu desta abordagem terapêutica? • Emita o seu julgamento, pessoal, sobre esse tipo de situação explicitando o que aprendeu com o caso que possa ser aplicável em situações futuras e que traga benefício para o paciente. 3. No decurso dos cuidados prestados o tempo pode ser utilizado como ajuda ao diagnóstico e/ou ao tratamento • Qual foi ou foram as circunstâncias em que o médico se pôde ou quis dar tempo? • Qual era o objetivo terapêutico procurado? • Como é que o médico explicou ao doente (e a si!) esta utilização do tempo, como instrumento diagnóstico/terapêutico? • Compreendeu esta maneira de proceder? ____________________________________________________________________________________________________________ página 5 • Emita o seu julgamento, pessoal, sobre esta situação e fundamente-o explicitando o que aprendeu com o caso que possa ser aplicável em situações futuras e que traga benefício para o paciente. 4. Os custos envolvidos na tomada de uma decisão foram tidos em consideração • Quais foram as circunstâncias em que ocorreu esta situação? • A implicação ou consideração dos custos induziu uma mudança no tratamento do doente? Que mudança? • O médico explicou as implicações financeiras ao doente e como? O médico explicou-lhe a si esta ponderação sobre os custos? • O que sentiu aquando desta explicação? • Emita o seu julgamento, pessoal, sobre esta situação, fundamentando-a explicitando o que aprendeu com o caso que possa ser aplicável em situações futuras e que traga benefício para o paciente e para os cuidados de saúde. 5. Um doente tem de ser referenciado ao hospital/outro especialista • Que tipo de problema de saúde ou de tratamento está subjacente à referenciação? • Que exames ou tratamentos são da responsabilidade desse outro especialista e que não podem ser executados na Unidade de Saúde? • Como é que o Médico de Família explicou e convenceu o doente da necessidade de consultar outro colega ou de hospitalização? Foi fácil ou difícil? • A decisão pareceu-lhe justificável? (Emita o seu julgamento, pessoal, sobre esta situação, justificando-a) • Como é que o médico assegura a continuidade de cuidados? • Explicite o que aprendeu com o caso que possa ser aplicável em situações futuras que traga benefício para o paciente e para os cuidados de saúde. 6. Um doente não cumpre o plano de cuidados instituído • Que razões poderão cumprimento? estar subjacentes a esse não • Que estratégias utilizou o médico para obter, de futuro, adesão ao plano? • O plano definido foi adequado e realista? • Pareceu-lhe ter sido conseguido o compromisso terapêutico? • Explicite o que aprendeu com o caso que possa ser aplicável em situações futuras que traga benefício para o paciente e para os cuidados de saúde. ____________________________________________________________________________________________________________ página 6 Apresentação de caso Durante a sua participação nas consultas na Unidade de Saúde, será importante trabalhar as suas aptidões diagnósticas e terapêuticas. Com base no que observou no decorrer deste estágio, seleccione 1 doente à sua escolha e, sobre ele(a), anote um conjunto de observações/comentários, por forma a permitir a sua apresentação. Este caso poderá ser um dos que listou anteriormente. Procure não exceder espaçamentos simples). mais de 3 páginas (letra Arial 10, Na apresentação do caso, deverá referir: • Motivo de seleção do caso clínico (uma ou mais razões que levam a considerar que a apresentação do caso é interessante por servir de exemplo do que aprendeu e do que deve ser uma boa prática de cuidados de saúde em MGF) • Caracterização do paciente: dados em quantidade e qualidade que permitam um elevado nível de conhecimento do paciente e que facilitem um adequado raciocínio e decisão [idade, género, escolaridade, profissão, família (estrutura, utilização de instrumentos de compreensão ou de avaliação familiar), nível socioeconómico, estado civil, naturalidade, residência, antecedentes pessoais, familiares e laborais, medicação habitual]. • Identificação e caracterização do(s) motivo(s) da consulta: inclui o tipo, a causa e a história do(s) problema(s) apresentados e ainda as crenças, preocupações, medos e expectativas do paciente, bem como o exame clínico efetuado, dirigido às queixas. • Identificação dos problemas de saúde (ativos e passivos): inclui os problemas do paciente (quer novos, quer antigos), bem como a identificação e avaliação dos fatores de risco existentes; • Plano de atuação: deve incluir ações imediatas, mas deve ser visível também a preocupação com futuras ações de vigilância e/ou seguimento, com evidente envolvimento do paciente nas decisões. Inclui procedimentos visando, não só os problemas de saúde e fatores de risco, mas também a promoção de estilos de vida saudáveis e indicações do método mais adequado de utilização dos serviços de saúde. Serão valorizadas a correção da descrição do caso, a sua profundidade e originalidade. Poderá aproveitar este trabalho para ir escrever um caso para publicação. Mas isso é facultativo. Para o efeito veja a Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar http://www.apmgf.pt/index.php?section=publications&f=rpmgf http://old.apmgf.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=33568&artId=2 60 ____________________________________________________________________________________________________________ página 7 http://old.apmgf.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=33568&artId=1 8 e consulte a apresentação de um caso clínico em. http://familymed.uthscsa.edu/facultydevelopment/elearning/anatomy.html Identificação de Necessidades de Aprendizagem Na profissão médica, que implica uma atualização e autoavaliação permanentes, é essencial “aprender a aprender”. No decorrer das 4 semanas de estágio teve oportunidade de viver alguns momentos embaraçosos em que se apercebeu de falhas nos seus conhecimentos ou aptidões relacionados com a compreensão do problema de saúde ou com a melhor forma de o tratar/vigiar. Exemplo de Incidente crítico: 1. Contexto Consulta de Adultos, na Unidade de Saúde de Vila Verde de Ficalho 2. Descrição do incidente J.V., 51 anos, emigrante muitos anos na Suíça, voltou para Portugal há dois anos. Na empresa onde trabalhava, fazia um “Check Up completo”, anualmente. Desde que regressou nunca mais fez nada. Queria fazer “análises completas, ECG e uma TAC completa”. O Médico de Família reforçou positivamente a atitude do utente em solicitar um Exame Periódico de Saúde, realçando a importância desse exame na deteção de algumas doenças. Em seguida, colocou diversas questões visando detetar fatores de risco e explicou quais os testes que iria solicitar. Finalmente terminou com um aconselhamento sobre a modificação de comportamentos, menos saudáveis, detetados no utente. 3. Inferências A forma decidida e quase exigente com que o utente abordou o MF fez-me recear um conflito. Por outro lado, não sabia que exames pedir, sabendo à partida que seria ridículo pedir uma “TAC completa”. Agradou-me a forma como o MF soube contornar o pedido do utente por forma a materializar uma prática preventiva efetiva. ____________________________________________________________________________________________________________ página 8 4. Tomada de decisões/solução Procurei Bibliografia sobre a comunicação com doentes difíceis; encontrei o livro “O desenvolvimento das perícias de comunicação e aconselhamento na Medicina” de Roslyn Corney. Consultei na Net: Men’s screening tests e encontrei esquemas de vigilância com sustentação científica na MayoClinic, USPSTF e CTFPHC. Fiz um esquema do Exame Períódico de Saúde com os diversos testes a fazer ou a pedir e dos aconselhamentos com sustentação científica para diferentes grupos etários e em ambos os sexos géneros. Nota: Serão valorizados a correção da descrição do incidente, sua profundidade (fontes de evidência e resultados de aprendizagem) e originalidade. Análise Crítica do Estágio Escreva a sua opinião sobre o estágio e avalie a sua eficácia face aos objetivos do programa, bem como às prioridades e objetivos por si definidos, antes do início deste período formativo. Na sua análise crítica, deve ter como referência o que escreveu em “Necessidades, Expectativas e Receios”, incluindo comentários e justificações relativos ao grau de cumprimento das prioridades por si estabelecidas, bem como dos objetivos do estágio (pessoais e do programa). Na avaliação do relatório, a valorização deste item terá em conta a capacidade reflexiva demonstrada através da referência a ganhos formativos conseguidos tendo em consideração os objetivos inicialmente definidos; a identificação de dificuldades e sua resolução; considerações sobre como “poderia ter feito de outra maneira”; comentários críticos demonstrativos do conhecimento pessoal (explícito e tácito); por fim, comentários pertinentes para o sistema de avaliação do processo de ensino/aprendizagem. ____________________________________________________________________________________________________________ página 9