Linear Clipping :: DST

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Clipping - Departamento DST/AIDS e Hepatites Virais
ÍNDICE
HIT .................................................................................................................................................................3
Primeira pílula anti-HIV para grupo de risco...........................................................................................4
Os critérios ...................................................................................................................................................6
Fiasco na greve de servidores ..................................................................................................................6
Mais R$ 6,2 bi para a Saúde .....................................................................................................................7
Liberada a pílula anti-HIV ..........................................................................................................................8
Estados Unidos aprovam pílula para previnir aids ................................................................................9
Mutilações ..................................................................................................................................................11
Demora na regulamentação é injustificada, dizem entidades ...........................................................12
Doença ainda afeta 34 milhões mundo afora .......................................................................................13
Ministério da Saúde diz que Brasil não deve adotar o remédio ........................................................13
Frases .........................................................................................................................................................14
EUA aprovam remédio que evita infecção por vírus HIV ...................................................................15
Musical retrata amor em épocas diferentes .........................................................................................16
Em foco, os bons projetos .......................................................................................................................17
Pílula previne a Aids .................................................................................................................................18
O risco do imobilismo (Artigo) .................................................................................................................19
A humanização no currículo da medicina .............................................................................................20
A humanização no currículo da medicina .............................................................................................22
Mortos já passam de cem........................................................................................................................25
Mortos já passam de cem DIVULG AÇÃO ...........................................................................................26
Cenário positivo no DF.............................................................................................................................27
Remédio que previne ...............................................................................................................................29
Quem tem direito .......................................................................................................................................30
Truvada inaugura mercado bilionário de prevenção à Aids...............................................................30
Ministério envia técnicos ao Rio Grande do Sul para investigar mortes por gripe suína ..............31
Russos irão à Tribunal Europeu contra proibição de Parada Gay ...................................................31
Aprovação dos EUA de medicamento Truvada para prevenção do HIV não altera estratégias
brasileiras, informa Departamento de Aids ...........................................................................................32
Documento produzido ao término da Conferência Internacional de Aids irá pedir mais dinheiro e
ações que já mostraram evidências contra a pandemia ....................................................................34
EUA aprovam o Truvada, primeira pílula de prevenção do vírus da aids .......................................35
Sem remédios e equipamentos, hospital do RN tem surto de superbactérias e mortes ..............35
Hemocentro de Patos de Minas, MG, convoca doadores do tipo O ................................................37
EUA aprovam primeiro medicamento para ajudar na prevenção da Aids .......................................37
Ministério da Saúde diz que Brasil não deve adotar o remédio ........................................................38
Mutilações ..................................................................................................................................................38
Demora na regulamentação é injustificada, dizem entidades ...........................................................40
EUA aprovam remédio que evita infecção por HIV .............................................................................40
CORREIO BRAZILIENSE - DF | DIVERSÃO E ARTE
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
HIT
Ótima causa
Tulipa Ruiz, o rapper GOG, os DJs do Criolina e a cantora Ellen Oléria dividiram o palco montado no Complexo Cultural da
República durante o lançamento do edital do 2º Festival Internacional de Humor. O local não chegou a lotar, mas foi uma festa
boa, de celebração, e discurso a favor da Camisinha para alertar jovens sobre os riscos da Aids. Os fãs de Tulipa Ruiz não
têm do que reclamar. A cantora, mais performática do que nunca, interagiu o tempo todo e, no fim do show, ainda entregou
alguns microfones para o público cantar. Antes de se despedir, ela avisou: "Adoro Brasília e volto em breve com o show do
novo disco, Tudo tanto". O álbum será lançado dia 30.
Harém baiano
Tuca Fernandes (ex-Jammil e Uma Noites) vem pela primeira vez a Brasília com o seu projeto solo. O Harém Tour está
marcado para o dia 29, no espaço Ruínas do Lago (Setor de Clubes Norte). A festa, que leva o nome do bloco de Tuca no
carnaval de Salvador, promete ser um agito e tanto com discotecagem de Flávio Fatboy e Shark. Ingressos à venda nas lojas
Mormaii, Koni e no bar Frederic Chopin.
Enquete
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escolha a sua favorita. Participe!
A HIT INDICA
Samba Brasília
Dia 20 de outubro, às 16h, show com Belo, Thiaguinho, Péricles, Sambô, Bom Gosto, Revelação e Turma do Pagode, no
estacionamento do estádio Mané Garrincha.
TUITADAS
"Show muito bom da Tulipa Ruiz no Museu Nacional Honestino Guimarães instagr.am/p/NCt4lru97r"
Filipe Fernandes @filipesf
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» Veja os cliques do 2º Festival Internacional de Humor e Arte em Aids
» Veja quem curtiu a Makossa
» Veja fotos do show do Information Society
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CORREIO BRAZILIENSE - DF | MUNDO
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
Primeira pílula anti-HIV para grupo de risco
A uma semana da 12ª Conferência Mundial de Aids, que será realizada em Washington, nos Estados Unidos, a Agência
Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA) do país anunciou um reforço no arsenal de prevenção contra o HIV. Ontem, o
órgão aprovou o uso de um remédio antirretroviral já existente no mercado americano desde 2004 para pessoas não
infectadas, mas que correm maior risco de contrair o vírus, como usuários de drogas injetáveis e parceiros sexuais de
soropositivos. O Truvada, do laboratório Gilead Sciences, é a primeira pílula preventiva já desenvolvida e, a partir de hoje,
poderá ser vendida para esses fins nos Estados Unidos, com prescrição médica.
A aprovação do FDA ocorreu depois de dois estudos indicarem a eficácia do medicamento como medida profilática. Um deles,
financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA, reduziu em 42% os riscos de infecção quando testado entre 2,5
mil homossexuais não infectados. A outra pesquisa, da Universidade de Washington, foi feita com 4,8 mil casais
heterossexuais, em que uma das pessoas era soropositiva, e alcançou um índice de prevenção de 75%. Nos dois estudos,
participaram indivíduos que admitiam ter um comportamento de risco. Ou seja, não usavam Preservativos. Para tratamento de
soropositivos, o remédio é administrado em um coquetel. Como preventivo, a posologia será de uma pílula diária.
"A aprovação de hoje representa um marco histórico na nossa luta contra o HIV", afirmou, em comunicado de imprensa,
Margaret A. Hamburg, diretora da FDA. "A cada ano, cerca de 50 mil adultos e adolescentes norte-americanos são
diagnosticados com HIV apesar da disponibilidade de métodos de prevenção e de estratégias educativas. Novos tratamentos,
bem como métodos de prevenção, são necessários para combater a epidemia de HIV no país", disse. No Brasil, de acordo
com a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Truvada foi aprovado em maio como
antirretroviral, mas ainda não há, no país, autorização para que o remédio seja vendido também como meio de prevenção.
Soropositivo há 25 anos e integrante da coordenação da organização não governamental (ONG) Grupo Pela Vidda, Murilo
Bezerro Duarte, 55, teme que a medida profilática acabe incentivando um comportamento irresponsável na população. "A única
prevenção correta que existe é o uso de Preservativo. Esse medicamento é mais indicado para reforçar, como no caso em
que a Camisinha estoure, por exemplo. O perigo é que as pessoas banalizem o HIV, algo que já acontece hoje. Quando veem
que os soropositivos estão levando uma vida normal, elas acham que, se forem contaminadas, é só tomar um remédio e
pronto. Com a vinda desse medicamento, essa coisa pode ficar pior", acredita.
Ações educativas
Para evitar que isso ocorra, o FDA recomenda que os profissionais de saúde reforcem as orientações educativas sobre os
riscos de infecção. "O Truvada como medida profilática está sendo aprovado dentro de uma estratégia para minimizar os riscos
de indivíduos não infectados contraírem o vírus. O programa de treinamento e educação não vai se restringir à distribuição do
remédio, mas reforçar a importância de fazer a profilaxia combinada a práticas de sexo seguro", afirmou o órgão, em nota.
"Sozinho, o Truvada não é uma fórmula mágica. O uso exclusivo de um medicamento para prevenir o HIV ou qualquer outra
doença sexualmente transmissível pode ter um desfecho pior se a pessoa não entender como seu próprio comportamento
pode influenciar nos resultados esperados", afirma Perry N. Halkitis, chefe do departamento de Psicologia e Aids da
Associação Psicológica Americana. "Além de praticar sexo seguro, as pessoas que tomarem o remédio profilático precisam
levar em conta a adesão ao tratamento. Elas terão de tomar a pílula todos os dias. Se tomarem a droga só ocasionalmente e
depois contraírem o HIV, elas podem, inclusive, levar à resistência ao medicamento", lembra.
"Elas terão de tomar a pílula todos os dias. Se tomarem a droga só ocasionalmente
e depois contraírem o HIV, elas podem, inclusive, levar à resistência ao medicamento"
Perry N. Halkitis, chefe do departamento de Psicologia
e Aids da Associação Psicológica Americana
Fábrica em
Moçambique
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai inaugurar, no próximo sábado, uma fábrica de medicamentos Antirretrovirais para o
tratamento da Aids em Maputo, capital de Moçambique. A fábrica terá capacidade para a produção de 21 tipos de remédios
para o combate à doença. De acordo com a Fiocruz, no primeiro ano, serão feitos medicamentos para atender a população
moçambicana - a estimativa
é de que há um infectado por
HIV para cada grupo de três habitantes. Depois, a produção vai atender toda a África Subsaariana.
CORREIO BRAZILIENSE - DF | MUNDO
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
Os critérios
Combinação dos Antirretrovirais tenofovir disoproxil fumarate e emtricitabine, o Truvada será prescrito por profissionais de
saúde que, de acordo com a FDA, devem considerar alguns itens:
» Mesmo que a pessoa tenha o resultado de um teste indicando que não é portadora do vírus, ela deverá fazer um novo
exame para comprovar que realmente não
está infectada
» No caso de sintomas de gripe, como febre e dor no corpo, o FDA recomenda a realização de um teste em quatro semanas.
Esses sintomas podem indicar a presença do estágio inicial de uma infecção aguda por HIV, mesmo se o teste der negativo.
Novos exames devem ser feitos em quatro semanas e repetidos três meses depois
» Pessoas com histórico de doenças renais e ósseas devem ser monitoradas regularmente. O remédio pode piorar essas
condições e, só nos casos em que os benefícios forem maiores que os riscos, é que a medida profilática deve ser adotada
» É indicado um teste para Hepatite B porque os sintomas das
infecções desencadeadas pela
doença podem piorar
Fonte: Agência Federal de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA)
CORREIO BRAZILIENSE - DF | ECONOMIA
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
Imagem 1
Fiasco na greve de servidores
O primeiro dia de acampamento dos servidores para pressionar o governo por aumento de salários foi um fiasco. A promessa
de fazer barulho na Esplanada dos Ministérios não se concretizou, o que pode enfraquecer o movimento grevista do
funcionalismo. Ontem à noite, os sindicatos se articulavam para cumprir a promessa de reunir pelo menos 5 mil manifestantes
até sexta-feira, ao custo de mais de R$ 1 milhão com transporte, comida, aluguel de equipamentos e hospedagem.
A fragilidade inicial do movimento tranquilizou o Palácio do Planalto, que voltou a reforçar a intenção de conceder reajustes
apenas aos professores de universidades, devido ao aperto orçamentário causado pela crise mundial. O Ministério do
Planejamento, por sinal, ratificou o desejo de mandar cortar o ponto dos grevistas, por não concordar com a radicalização dos
sindicatos. O governo havia pedido aos servidores que continuassem trabalhando e mantivessem as negociações até meados
de agosto, quando fechará a proposta de Orçamento de 2013. Mas várias carreiras resolveram cruzar os braços antes.
Toda a estrutura para receber os 5 mil manifestantes esperados pelos sindicatos foi montada durante a tarde de ontem, mas
pouco mais de 50 servidores apareceram no local, em uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, e apenas seis
barracas foram montadas no gramado central da Esplanada. Os ônibus e vans com os cerca de 3,5 mil manifestantes de várias
partes do país, que permanecerão no Distrito Federal até o dia 20, deveriam começar a chegar para o acampamento. Mas o
diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo, informou que 1,8 mil
pessoas que desembarcaram na capital preferiram ir direto para pousadas, hotéis e alojamentos de entidades parceiras. Ou
seja, apesar de todo o alarde dos sindicalistas em torno do acampamento, a maior parte dos servidores não deve dormir no
local.
As atividades na Esplanada, segundo o diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no DF, Rodrigo Britto, só devem
começar hoje. O ponto alto do movimento, no entanto, promete ser a marcha dos servidores, amanhã. Os grevistas devem
caminhar da Catedral ao Ministério do Planejamento, onde pedirão audiência com a ministra Miriam Belchior.
Novos órgãos prometem aderir à paralisação dos servidores - que já atinge 350 mil profissionais em 23 estados e no DF
somente na base da Condsef. Os petroleiros, em estado de greve por uma nova proposta de participação nos lucros e
resultados (PLR) da Petrobras, reúnem-se hoje com os representantes da empresa. Caso não haja um consenso, devem
cruzar os braços a partir de sexta-feira. Já os servidores da Imprensa Nacional devem decidir nesta semana se vão aderir ao
movimento.
Sangue pela carreira
Os servidores da área ambiental optaram por uma manifestação diferente. Em greve pela valorização da carreira, devem
chamar os outros manifestantes para doar sangue no Hemocentro de Brasília durante todo o dia de hoje. De acordo com a
Associação Nacional de Servidores da Área Ambiental (Asibama), 91 dos 168 escritórios do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram fechados em todo o país, um desmonte considerado inaceitável
pelo funcionalismo.
CORREIO BRAZILIENSE - DF | POLÍTICA
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
Mais R$ 6,2 bi para a Saúde
A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem um pacote de R$ 6,2 bilhões para a saúde, que inclui a meta de construir, até
2014, 900 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), ao custo de R$ 2,7 bilhões. Essas UPAs se somarão às 200 que já estão
em funcionamento e atendem mais de 2 milhões de pessoas por mês. Para a presidente, essas unidades de atendimento
rápido têm ajudado a desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, o custo é salgado: segundo cálculos do Centro
Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), o governo terá que desembolsar anualmente R$ 10,8 bilhões para manter essas
novas UPAs em funcionamento.
O diretor do Cebes, José Noronha, ressalta que, para melhorar o atendimento à saúde, não basta aumentar o ritmo de
inaugurações: "Para exercer bem sua função, uma UPA custa quatro vezes o que foi gasto para sua construção. Difícil não é
colocá-la em pé, mas mantê-la. É colocar profissionais para atender o público". Só neste mês, o governo inaugurou oito UPAs,
uma delas em São Bernardo do Campo (SP), que contou com a presença da presidente Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Para o segundo semestre, o plano é habilitar outras 766.
O pacote de investimentos para a saúde anunciado ontem também inclui R$ 3,5 bilhões para a construção e a implantação de
4 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a reforma e a ampliação de outras 21 mil unidades.
As UPAs são unidades de atendimento rápido, que funcionam 24 horas, todos os dias da semana, capazes de resolver
problemas de até média complexidade. De acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas 3% dos pacientes são
encaminhados para os hospitais. Durante o anúncio da meta, no programa de rádio Café com a presidenta, Dilma explicou que
uma pessoa que procura a UPA com uma dor de cabeça forte e descobre que está com pressão alta, após ter seu sofrimento
aliviado naquele momento, será encaminhada para uma UBS. "Para funcionar bem, um serviço precisa completar o outro",
afirmou.
Edgar Hamann, professor de epidemiologia e especialista em saúde pública da Universidade de Brasília (UnB), lembra que,
além de investir em UPAs e UBS, é preciso melhorar a qualidade dos hospitais públicos. "É preciso estar atento para que não
seja criada uma rede paralela ao restante do sistema. Não basta apenas colocar médicos em uma UPA, é preciso de uma
retaguarda capaz de fazer diagnósticos elaborados. A UPA pode funcionar como triagem, mas não seria mais interessante
equipar melhor e garantir acesso aos hospitais já existentes?, questiona."
CORREIO BRAZILIENSE - DF | CAPA
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
Liberada a pílula anti-HIV
A uma semana da 12ª Conferência Mundial de Aids, que será realizada em Washington, nos Estados Unidos, a Agência
Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA) do país anunciou um reforço no arsenal de prevenção contra o HIV. Ontem, o
órgão aprovou o uso de um remédio antirretroviral já existente no mercado americano desde 2004 para pessoas não
infectadas, mas que correm maior risco de contrair o vírus, como usuários de drogas injetáveis e parceiros sexuais de
soropositivos. O Truvada, do laboratório Gilead Sciences, é a primeira pílula preventiva já desenvolvida e, a partir de hoje,
poderá ser vendida para esses fins nos Estados Unidos, com prescrição médica.
A aprovação do FDA ocorreu depois de dois estudos indicarem a eficácia do medicamento como medida profilática. Um deles,
financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA, reduziu em 42% os riscos de infecção quando testado entre 2,5
mil homossexuais não infectados. A outra pesquisa, da Universidade de Washington, foi feita com 4,8 mil casais
heterossexuais, em que uma das pessoas era soropositiva, e alcançou um índice de prevenção de 75%. Nos dois estudos,
participaram indivíduos que admitiam ter um comportamento de risco. Ou seja, não usavam Preservativos. Para tratamento de
soropositivos, o remédio é administrado em um coquetel. Como preventivo, a posologia será de uma pílula diária.
"A aprovação de hoje representa um marco histórico na nossa luta contra o HIV", afirmou, em comunicado de imprensa,
Margaret A. Hamburg, diretora da FDA. "A cada ano, cerca de 50 mil adultos e adolescentes norte-americanos são
diagnosticados com HIV apesar da disponibilidade de métodos de prevenção e de estratégias educativas. Novos tratamentos,
bem como métodos de prevenção, são necessários para combater a epidemia de HIV no país", disse. No Brasil, de acordo
com a assessoria de imprensa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Truvada foi aprovado em maio como
antirretroviral, mas ainda não há, no país, autorização para que o remédio seja vendido também como meio de prevenção.
Soropositivo há 25 anos e integrante da coordenação da organização não governamental (ONG) Grupo Pela Vidda, Murilo
Bezerro Duarte, 55, teme que a medida profilática acabe incentivando um comportamento irresponsável na população. "A única
prevenção correta que existe é o uso de Preservativo. Esse medicamento é mais indicado para reforçar, como no caso em
que a Camisinha estoure, por exemplo. O perigo é que as pessoas banalizem o HIV, algo que já acontece hoje. Quando veem
que os soropositivos estão levando uma vida normal, elas acham que, se forem contaminadas, é só tomar um remédio e
pronto. Com a vinda desse medicamento, essa coisa pode ficar pior", acredita.
Ações educativas
Para evitar que isso ocorra, o FDA recomenda que os profissionais de saúde reforcem as orientações educativas sobre os
riscos de infecção. "O Truvada como medida profilática está sendo aprovado dentro de uma estratégia para minimizar os riscos
de indivíduos não infectados contraírem o vírus. O programa de treinamento e educação não vai se restringir à distribuição do
remédio, mas reforçar a importância de fazer a profilaxia combinada a práticas de sexo seguro", afirmou o órgão, em nota.
"Sozinho, o Truvada não é uma fórmula mágica. O uso exclusivo de um medicamento para prevenir o HIV ou qualquer outra
doença sexualmente transmissível pode ter um desfecho pior se a pessoa não entender como seu próprio comportamento
pode influenciar nos resultados esperados", afirma Perry N. Halkitis, chefe do departamento de Psicologia e Aids da
Associação Psicológica Americana. "Além de praticar sexo seguro, as pessoas que tomarem o remédio profilático precisam
levar em conta a adesão ao tratamento. Elas terão de tomar a pílula todos os dias. Se tomarem a droga só ocasionalmente e
depois contraírem o HIV, elas podem, inclusive, levar à resistência ao medicamento", lembra.
"Elas terão de tomar a pílula todos os dias. Se tomarem a droga só ocasionalmente
e depois contraírem o HIV, elas podem, inclusive, levar à resistência ao medicamento"
Perry N. Halkitis, chefe do departamento de Psicologia
e Aids da Associação Psicológica Americana
Fábrica em
Moçambique
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai inaugurar, no próximo sábado, uma fábrica de medicamentos Antirretrovirais para o
tratamento da Aids em Maputo, capital de Moçambique. A fábrica terá capacidade para a produção de 21 tipos de remédios
para o combate à doença. De acordo com a Fiocruz, no primeiro ano, serão feitos medicamentos para atender a população
moçambicana - a estimativa
é de que há um infectado por
HIV para cada grupo de três habitantes. Depois, a produção vai atender toda a África Subsaariana.
O ESTADO DE S. PAULO - SP | VIDA
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
Veja a matéria no site de origem
Estados Unidos aprovam pílula para previnir aids
Apesar da recomendação americana , o Ministério da Saúde brasileiro afirmou que não vai mudar a política de prevenção
nem adotar o uso da droga
Fernanda Bassette
A FDA - agência americana que regulamenta remédios e alimentos - acaba de aprovar a indicação do antirretroviral Truvada
como forma de prevenir a infecção pelo HIV. Apesar disso , o Departamento de DST / Aids do Ministério da Saúde afirmou
que não vai mudar a estratégia de prevenção à doença no Brasil.
A indicação da droga como forma de profilaxia antes da exposição ao vírus vem exatamente um ano depois de dois grandes
estudos americanos demonstrarem que o consumo diário de uma dose oral do Truvada pode reduzir em até 78% a
transmissão do vírus para pessoas saudáveis que mantêm relações com parceiros de alto risco , entre elas casais
sorodiscordantes ( em que apenas um deles tem o vírus ) e homens que fazem sexo com homens.
O Truvada é a combinação de dois Antirretrovirais : tenofovir comem tricitabina. A droga é produzida pelo laboratório Gilead e
conseguiu o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) em maio deste ano.
" O Truvada é para ser utilizado na profilaxia prévia à exposição em combinação com práticas de sexo seguro para prevenir as
infecções do HIV adquiridas por via sexual em adultos de alto risco. O Truvada é o primeiro remédio aprovado com essa
indicação " , afirmou a FDA em nota.
Otimismo.
A pesquisadora Valdilea Veloso , diretora do Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (
Fiocruz ) , diz que o Truvada é uma potencial arma de prevenção da doença , especialmente entre homens que fazem sexo
com homens - grupo de alto risco de contaminação.
Valdilea diz ver com otimismo a indicação do uso do Truvada como mais uma forma de combate à doença de maneira
complementar ao que já existe - como fazer sexo seguro - e não como um substitutivo.
Para ela , os estudos clínicos demonstraram que não há risco de acontecer a " desinibição sexual " , que é a pessoa parar de
se proteger com Preservativos por acreditar que a medicação sozinha já garantiria a prevenção.
" Não podemos generalizar e achar que as pessoas vão fazer mau uso desse instrumento de prevenção. Além disso , o que o
Brasil tem disponível hoje como política de prevenção à doença definitivamente não deu conta de controlar o avanço da
epidemia. Novos casos surgem todos os dias " , diz a pesquisadora.
Nada muda.
Apesar do otimismo em torno da indicação do uso do Truvada como prevenção , Ronaldo Hallal , coordenador de cuidado e
qualidade do programa de DST / Aids do Ministério da Saúde afirmou que , por enquanto , nada muda no País.
De acordo com ele , o grupo técnico do ministério se reuniu recentemente para atualizar as diretrizes , discutiu esse assunto ,
mas decidiu manter tudo como está , com foco no incentivo ao sexo protegido , no diagnóstico e tratamento e na oferta da
profilaxia pós-exposição ( para pessoas que fizeram sexo desprotegido com parceiro de risco ).
" Os estudos demonstram que , se a pessoa doente for tratada corretamente , há uma redução de até 95% na transmissão do
vírus. Esse é um resultado bem mais eficaz que os 75% alcançados com a profilaxia pré- exposição", afirmou Hallal.
Para Hallal , o Truvada como prevenção ainda tem várias lacunas , como o aparecimento de possíveis efeitos colaterais a
longo prazo , o risco de baixa adesão e o risco de resistência à droga.
" Estamos falando de resultados obtidos em estudos controlados , em que as pessoas são orientadas e acompanhadas a cada
30 dias. Transpor esses resultados para a vida real , numa política de saúde pública , é totalmente diferente ", diz Hallal.
Retrocesso.
Para Valdilea , é um retrocesso o fato de o governo afirmar que " nada muda " na política de DST / Aids sem existir uma ampla
discussão com pacientes e comunidade científica.
" A OMS está discutindo intensamente esse assunto. O mundo inteiro vê isso com otimismo. É claro que muita coisa ainda
precisa ser discutida , mas antes de descartar a possibilidade , precisamos ver como as pessoas de risco percebem a chegada
desse medicamento e se elas estão dispostas a usá-lo ou não " , diz. " Esse foi só o primeiro passo. "
-----------------------------------------------------HIV no Brasil
630 mil pessoas estão infectadas pelo HIV no Brasil , segundo o Ministério da Saúde
250 mil em média, ainda não sabem que estão infectadas
217 mil estão em tratamento no País
FOLHA DE S. PAULO - SP | ILUSTRADA
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
Veja a matéria no site de origem
Mutilações
Comparar a circuncisão à mutilação genital feminina é, resumindo, não entender nada sobre uma e outra
João Pereira Coutinho
1. Temas JUDAICOS são sempre sucesso de bilheteria. Quatro dias atrás estive na TV portuguesa para falar de circuncisão.
Não sou especialista no procedimento e, da última vez que confirmei, o meu prepúcio estava intacto.
Mas nada disso impediu as dezenas de insultos que recebi por e-mail. Curioso: na Europa do século 21, "judeu" (melhor:
"judeuzinho") continua a ser forma de agressão. Mesmo que você não seja.
Como Tayllerand disse dos Bourbon, a Europa não aprendeu nada e não esqueceu nada. Nem a Europa, nem a Alemanha: o
meu comentário televisivo analisava a decisão recente de um tribunal alemão que condenou a circuncisão.
Atenção à diferença: o tribunal de Colônia não condenou, como deveria, um caso de negligência médica que provocou
hemorragias graves numa criança judia de 4 anos.
O tribunal foi mais longe e condenou a prática "in toto": a circuncisão é um atentado contra a integridade das crianças em nome
das concepções religiosas dos seus pais.
Não vou reproduzir nesta Folha, um jornal de família, o conteúdo de algumas mensagens que recebi. Mas as mais moderadas
batiam no mesmo ponto: se eu já condenei publicamente a mutilação genital feminina nos países muçulmanos, como posso
tolerar a circuncisão?
A ignorância não é apenas atrevida. É também ridícula. Comparar a circuncisão à mutilação genital feminina é, resumindo, não
entender nada sobre uma e outra.
A circuncisão, realizada por mãos habilitadas, é um procedimento seguro, rotineiro e, segundo vários estudos científicos, pode
mesmo ser vantajoso na prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
A mutilação genital feminina é apenas isto: uma mutilação movida pelo ódio masculino ao prazer sexual da mulher. No espírito
e no método, a circuncisão e a mutilação não habitam o mesmo planeta.
E agora? Agora, calma: a decisão de um tribunal não cria legislação sobre o assunto. Mas as comunidades judaicas (e também
muçulmanas) do país temem que a decisão seja um perigoso precedente, transformando a liberdade religiosa numa caricatura.
Porque este é o ponto -para judeus, muçulmanos, mas também cristãos, agnósticos ou ateus: devem as famílias ter liberdade
para educarem os seus filhos como entenderem? Ou é função do Estado impor à sociedade os preconceitos de um político ou
de um juiz?
Como leitor de John Locke (1632 - 1704), eu julgava que a questão já estava resolvida havia quatro séculos: depois de guerras
religiosas intratáveis, a Europa aprendeu que a tolerância era a única forma de evitar a carnificina. A Alemanha, como sempre,
parece disposta a rever esses ensinamentos.
2. E por falar em mutilações: o leitor sabe o que aconteceu no Mali? Eu conto: fanáticos islamitas tomaram de assalto a cidade
de Timbuktu. E destruíram, com impressionante ferocidade, dezenas de mausoléus e centenas de estátuas ligados à tradição
sufista.
A mídia ocidental está horrorizada com a falta de etiqueta do pessoal da Al Qaeda e lembra que Timbuktu é um patrimônio
cultural da humanidade.
Não é, não: para a Al Qaeda, falamos de idolatria. E a idolatria só tem uma resposta: a bomba.
Aliás, o caso do Mali não é único. Dentro do fanatismo islâmico, o mundo ainda recorda a destruição dos budas milenares de
Bamyian, no Afeganistão, pelo Taleban.
Mas não é preciso viajar para tão longe de forma a contemplar o fanatismo em ação. No Ocidente, também temos os nossos
fanáticos: gente alegadamente "culta" e "civilizada" que gosta de apagar ou destruir tudo aquilo que considera ofensivo para a
religião do nosso tempo: a religião politicamente correta.
Todos os dias, alguém sugere a proibição de um autor (o americano Mark Twain, racista); a proibição pura e simples de uma
obra ("A Divina Comédia", homofóbica); e a criminalização de termos alegadamente ofensivos para minorias ou populações
indígenas.
Claro que, para sermos justos, os nossos fanáticos politicamente corretos não viajam de camelo nem usam trapos medievais
da cabeça aos pés.
Mas se fosse possível um mapa mental das suas cabeças, aposto que não haveria grandes diferenças em relação aos
selvagens do Mali.
FOLHA DE S. PAULO - SP | COTIDIANO
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
Veja a matéria no site de origem
Demora na regulamentação é injustificada, dizem entidades
DE BRASÍLIA
Entidades da saúde que acompanham a regulamentação da lei antifumo se dizem apreensivas com a demora, tida como
injustificada.
"Sabemos que o lobby não acaba quando uma lei é votada ou sancionada", afirma Alberto Araújo, presidente da comissão de
tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia, uma das entidades que assinaram a carta enviada ao governo neste mês.
Para Paula Johns, da ONG ACT (Aliança de Controle do Tabagismo), o governo precisa mostrar que está comprometido com a
lei antifumo.
Apesar de impactarem mais em Estados que não têm leis antifumo próprias, a regra é aguardada por todos.
"Em São Paulo, por decisão judicial, a charutaria pode permitir o consumo de cigarro e charuto. Queremos usar a lei federal e
ter 100% dos estabelecimentos livres do fumo", diz Maria Cristina Megid, da vigilância sanitária paulista.
O Ministério da Saúde tem recebido, por outro lado, argumentos contrários à lei.
"A regulamentação pode, eventualmente, flexibilizar a norma", defende Edson Pinto, diretor de relações institucionais da Abresi
(que reúne o segmento de hospedagem, gastronomia e turismo).
Ele diz que a demanda do setor é para que a regulamentação permita que estabelecimentos como bares e restaurantes
mantenham as áreas específicas para os fumantes, desde que isoladas e sinalizadas. Assim, continua ele, o cliente poderia
optar.
PROPAGANDA
Outro tema que mobiliza entidades contra a nova lei é a restrição à publicidade nos pontos de venda de cigarro.
O argumento usado para sensibilizar o ministério é o de que a falta da propaganda vai aproximar os locais formais de venda
com os informais e, assim, favorecer o contrabando e a venda ilegal de cigarro e derivados.
FOLHA DE S. PAULO - SP | CIÊNCIA SAÚDE
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
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Doença ainda afeta 34 milhões mundo afora
DE SÃO PAULO
Saiba mais
Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgados no ano passado indicam que atualmente há 34 milhões de
pessoas no mundo contaminadas pelo HIV.
O número de novas infecções caiu de 3,1 milhões em 2001 para 2,7 milhões em 2010. Já o número de pacientes com acesso
a medicamentos passou de apenas 400 mil em 2003 para 6,65 milhões no ano passado.
Dados do Unaids (agência da ONU responsável por enfrentar a doença) revelam que, em escala mundial, a década de 2000
terminou com aumento de 17% no número de pessoas vivendo com HIV, número que se explica, em boa parte, pela queda de
mortes pelo vírus por oferta de tratamento.
Nos últimos anos, também têm avançado as estratégias de prevenção, a começar por possíveis vacinas.
Em 2009, um teste clínico na Tailândia foi o primeiro a mostrar que seria possível usar uma vacina para evitar a contaminação
em seres humanos.
Entre resultados positivos com o Truvada, dois saíram na semana passada. Um estudo envolveu a prevenção da doença em
4.758 casais heterossexuais ( nos quais um dos parceiros tinha a doença) que vivem no Quênia e em Uganda. O outro estudo
foi feito com 1.200 adultos jovens em Botsuana.
FOLHA DE S. PAULO - SP | CIÊNCIA SAÚDE
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
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Ministério da Saúde diz que Brasil não deve adotar o remédio
DE SÃO PAULO
O Ministério da Saúde informou que, por enquanto, não planeja incluir o Truvada como método auxiliar de prevenção na rede
pública.
"Nós investimos fortemente no diagnóstico e tratamento. Ao medicar corretamente os infectados, diminui-se a carga viral, o que
reduz bastante a transmissão do vírus", diz Roberto Hallal, coordenador de Cuidado e Qualidade de Vida do Departamento de
DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
" É uma estratégia comprovadamente bem sucedida, que pode ser verificada em casos onde só um dos parceiros é
soropositivo", afirma.
Segundo Hallal, os testes do Truvada como prevenção precisam de "mais amadurecimento", especialmente no que diz respeito
a seu uso pelas mulheres.
O Truvada foi liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso no Brasil em maio, pouco depois do
primeiro parecer da FDA, mas seu uso não está incluído no Sistema Único de Saúde.
"O Truvada é a junção de dois medicamentos. A rede pública há muito tempo já distribui ambos [o Brasil substitui a
emtricitabina por um similar, a lamivudina]. A única vantagem é a coformulação em única pílula", diz.
Segundo Hallal, está em estudo a fabricação no país de uma pílula juntando os medicamentos, alternativa que seria mais
barata do que importar o Truvada.
FOLHA DE S. PAULO - SP | CIÊNCIA SAÚDE
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
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Frases
Frases
"A aprovação do Truvada é uma excelente notícia, porque aumenta o arsenal para evitar a contaminação pelo HIV. Mas de
maneira nenhuma ele deve substituir o uso do Preservativo. Seu uso, aliás, deve ser feito por grupos de risco bem
específicos" ESPER KALLÁS Infectologista da USP
"Por enquanto, o Brasil não deve incluir o Truvada como estratégia de prevenção. Os estudos merecem amadurecimento.
Muitas vezes, resultados de estudos controlados são diferentes da aplicação nas políticas públicas" Ronaldo Hallal do
programa de DST/Aids do Ministério da Saúde
FOLHA DE S. PAULO - SP | CIÊNCIA SAÚDE
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
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EUA aprovam remédio que evita infecção por vírus HIV
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Truvada combina duas substâncias e já era usado para tratar infectados
Com efeitos colaterais e relativamente caro, medicamento deverá ser indicado só para quem corre maior risco
Jeff Chiu/Associated Press A médica americana Lisa Sterman, de San Francisco, que já receita o Truvada para uso preventivo,
mostra a pílula
O governo americano autorizou ontem, pela primeira vez, que um medicamento seja usado para impedir a infecção de seres
humanos pelo HIV, vírus causador da Aids.
Trata-se do Truvada, uma única pílula que combina duas substâncias, hoje vendida como remédio para pessoas portadoras do
HIV.
Uma série de testes internacionais, envolvendo milhares de pessoas, tanto heterossexuais quanto homossexuais, mostrou que,
além de controlar infecções já existentes, o Truvada tem um papel preventivo, diminuindo em 70%, em média, o risco de
adquirir o vírus.
Justamente por esse resultado animador, embora longe de ser perfeito, especialistas pedem cautela. É improvável que o
Truvada substitua o uso da Camisinha como principal medida de prevenção contra o avanço da Aids.
CARO E COM RISCOS
Além disso, é preciso considerar, entre outras coisas, o custo do tratamento -em torno de R$ 20 mil por ano- e o risco de
efeitos colaterais, como náusea, vômito e diarreia. Mais raramente, também podem ocorrer problemas nos rins e maior
propensão a ter osteoporose.
Em resumo, não se trata de um profilático de uso geral, mas de uma medida para ajudar quem já corre risco muito elevado de
se infectar.
"Na nossa realidade, seria válido analisar um possível uso em casos como o de casais sorodiscordantes [em que uma das
pessoas já têm o HIV, enquanto a outra ainda não foi infectada] com relacionamento estável", disse à Folha o infectologista
Caio Rosenthal, do Instituto Emilio Ribas, em São Paulo.
"O uso do Truvada deve ser complementar, jamais substituindo o Preservativo", afirma Valdez Madruga, do programa de
DST/Aids do Estado de São Paulo e consultor da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia).
NA ENTRADA
Ambos os componentes do Truvada, o tenofovir e a emtricitabina, pertencem a uma das classes mais populares de
substâncias anti-HIV.
São os chamados inibidores de transcriptase reversa -bloqueiam, em outras palavras, a molécula que o vírus usa para
"inscrever" seu próprio material genético no DNA das células humanas (veja quadro à direita).
Quando o vírus consegue fazer isso com sucesso, diz-se que ele se "integrou" ao genoma do hospedeiro.
O processo transforma, em certo sentido, as células humanas em escravas produtoras de vírus. E torna praticamente
impossível eliminar o parasita do organismo -por isso é tão importante impedir que a integração viral ocorra.
Se o uso do medicamento não for adequado -caso o paciente não tome o Truvada todo dia, conforme recomendado, por
exemplo-, aumenta o risco de o vírus desenvolver resistência contra o remédio, afirma Rosenthal.
O diretor do Emilio Ribas, o infectologista David Uip, é completamente contra a adoção do Truvada como estratégia de saúde
pública.
"Além de haver métodos mais eficazes, um dos componentes do Truvada, o tenofovir, também é largamente usado no
Tratamento da Hepatite. Seu uso indiscriminado pode levar à resistência a várias drogas dessa classe."
Já para Esper Kallás, infectologista da USP, embora nenhum remédio substitua o Preservativo, ele será de grande
contribuição. "É uma excelente notícia, porque aumenta o arsenal que nós temos à nossa disposição. Mas nada invalida o uso
do Preservativo e o diagnóstico."
VALOR ECONÔMICO -SP | EU E CULTURA
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
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Musical retrata amor em épocas diferentes
Christophe Honoré tinha 25 anos quando trocou Carhaix, sua cidade natal, na região da Bretanha (noroeste da França), por
Paris, onde desenvolveu seu trabalho como escritor e, no momento seguinte, como diretor de cinema. Deste então Honoré se
especializou em filmes urbanos, tipicamente parisienses, que exploram como ninguém a topografia humana e geográfica da
cidade, como o drama "Em Paris" (2006) e o musical "Canções de Amor" (2007).
"Por mais estranho que possa parecer, as pessoas me veem como um cineasta parisiense. Talvez porque, como não vivi em
Paris quando criança ou adolescente, eu faça meus filmes como se estivesse descobrindo os bairros da cidade pela primeira
vez", disse o realizador de 42 anos, autor de livros como "Bem Perto de Leo" (1998), durante o Festival de Cannes de 2011,
onde "Bem Amadas", sua mais nova cria, fechou em tom nostálgico e tragicômico a maratona francesa.
O longa-metragem, que estreia em SP nesta sexta-feira, expande - temporal e geograficamente - a visão de mundo do jovem e
prolífico diretor. Estrelado por Catherine Deneuve, sua filha Chiara Mastroianni, e com o apoio luxuoso de Ludivine Sagnier,
Louis Garrel e do americano Paul Schneider (da série de TV "Parks and Recreations"), a história cobre quatro décadas da
relação entre mãe e filha, a partir do ponto de vista de suas relações amorosas.
A ação se passa em diferentes cidades, em épocas distintas, como Paris e Praga dos anos 1960 e 1970, e a Londres dos anos
1990, até chegar à primeira década do século XXI. Tirada da Prostituição por um jovem médico tcheco, a jovem Madeleine
(Ludivine Sagnier) muda-se com ele para Praga. Cansada das infidelidades do marido e das turbulências políticas no país no
final dos anos 1960, volta para a França com a filha pequena, Vera. Desde cedo as duas mulheres estabelecem forte ligação
emocional e afetiva.
Adulta, Vera, interpretada por Chiara Mastroianni, sente-se como um reflexo das escolhas amorosas da mãe, em sua fase
madura vivida por Catherine Deneuve. Sua paixão mais recente é Henderson (Paul Schneider), um músico americano gay que
se apaixona por Vera antes de descobrir-se soropositivo. "É uma comparação entre a vida amorosa da minha geração com a
dos meus pais, que viveram no auge das histórias de amor, por causa da liberdade sexual. Minha geração, ao contrário,
enfrentou dificuldades maiores no campo do amor e do sexo", disse Honoré.
"Bem Amadas" leva o diretor novamente ao universo dos musicais. Mas, se em "Canções de Amor", o gênero estava na origem
do projeto, aqui ele tomou forma por acidente. "Comecei a escrever o roteiro e, ao mesmo tempo, eu estava trabalhando em
um novo livro. Por falta de tempo, fui enviando trechos dos diálogos para o Alex Beaupain, que ia fazer a trilha sonora do filme,
sugerindo que escrevesse canções a partir deles, até que a história assumiu contornos de uma comédia musical."
Assim como em "Canções de Amor", as músicas não são números isolados dentro da trama, interrompendo a ação, mas
narrativas que acrescentam informação à história. Mas as semelhanças com "Bem Amadas" param por aí: "Os dois filmes
bebem do mesmo gênero, mas oferecem olhares completamente diferentes sobre o amor. Se em "Canções de Amor"
analisamos o sentimento de um momento em particular dos personagens, em "Bem Amadas" o fazemos em relação à
passagem do tempo", contou o diretor.
França, 2011. Direção: Christophe Honoré. Com Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Ludivine Sagnier, Louis Garrel.
Estreia nesta sexta-feira em SP.
O GLOBO | RAZÃO SOCIAL
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
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Em foco, os bons projetos
Anoitece e Catarina começa seu ritual diário antes de ir à escola. Na beira do rio ela se lava, mesmo com roupa. Com um balde
e muita perícia, joga água da cabeça aos pés e consegue umedecer até mesmo os longos e grossos cabelos que depois são
penteados pela filha numa bela trança. Naquele dia, mãe e filha não estavam só, como costuma acontecer. As câmeras da
equipe que filmava o documentário "Amazônia Eterna" acompanhavam passo a passo daquele lento processo de cuidado com
o corpo.
O rio é o Amazonas, Catarina é uma ribeirinha e mora numa casa erguida sobre palafitas. O curso que frequenta é o Ensino
Médio Presencial com Mediação Tecnológica, uma solução que o Governo do Estado do Amazonas encontrou para tentar
levar conhecimento teórico formal para pessoas que, como Catarina e a filha, vivem em lugares distantes, de difícil acesso.
A época é de cheia, portanto o peixe é farto; as verduras e legumes, não. Mas Catarina não se incomoda com isso, faz parte
de sua rotina. E é justamente esse olhar humano sobre a maior região de floresta contínua do planeta, representando 60% do
território brasileiro, que as câmeras do diretor Belisário Franca fazem questão de captar:
---- Foi o nosso primeiro dia de filmagem, em junho de 2011. Eu já conhecia a locação por foto e, quando chegamos lá,
Catarina estava tranquila.
O lugar estava alagado porque alaga mesmo, de seis em seis meses, faz parte da mecânica. Catarina está adaptada, mas não
acomodada. Ela faz parte de uma legião de pessoas que estão na Amazônia trabalhando, com suas dificuldades, seus êxitos.
Mas o filme mostra também que está tudo no limite, a guerra não está ganha para nenhum dos lados. Essa turma que está
trabalhando lá é importante que seja conhecida. A tentação de cair nos clichês é grande : a Prostituição, o garimpo, a
destruição ambiental. Mas optamos por fugir deles --- disse Franca.
A ideia foi preparar o documentário para ser mostrado na grande vitrine mundial que aconteceu no Rio de Janeiro no mês
passado, a Rio+20. E deu certo. Ainda em formato digital, "Amazônia Eterna" (pensado em parceria com Mauricio Magalhães,
da Agência Tudo) foi exibido para uma plateia que lotou o Cine Odeon durante o festival Good Planet. Agora, no entanto, com
o formato 35mm já viabilizado, o filme será inscrito em festivais de cinema nacionais e internacionais no segundo semestre
para, no ano que vem, ser mostrado em circuito comercial:
--- Mas vamos procurar uma forma heterodoxa, com ingressos gratuitos para universidades, escolas. Ele não vai brigar só por
bilheteria comprada, ele tem que ser difundido -- disse Franca.
Há imagens belíssimas, como não poderia deixar de ser. Mas "Amazônia Eterna" se diferencia na hora de mostrar as belezas
da floresta que detém 20% da água doce do mundo porque faz isto de perto, às vezes de muito perto, quando acompanha, por
exemplo, debaixo dágua, o caminho tortuoso das índias que colhem sementes para espalhar no território já degradado da
reserva de Xingu. Trata-se do Projeto Xin-gu/Campanha Y Ikatu Xingu, que faz a recuperação da Mata Ciliar e rede de coleta
com os índios Ikpeng, no Mato Grosso. É um dos nove programas mostrados no documentário, que também tem esta
diferença: aqui o espectador conhece os projetos que dão certo, em vez de ouvir somente relatos dramáticos da região. E fica
sabendo que ainda é possível fazer alguma coisa pela Amazônia.
--- É importante dizer também que não temos um olhar ingênuo. Mostramos as pessoas que trabalham, mas também há
especialistas como a doutora em Geografia e professora emérita da UFRJ, Bertha Becker, ou José Aroudo
Mota, do Ipea, que deixam claro a importância de se fazer projetos para deixar a floresta em pé, senão a situação, que já está
ruim, vai piorar. Aroudo Mota mostra que a floresta pode virar savana se não conseguirmos deter o aquecimento global --disse Franca.
A ideia central do diretor foi fazer um filme sensorial, trazendo o espectador para se conectar emocionalmente com a causa.
Ele aproveita para criticar os documentários nacionais que acabam por causar uma postura defensiva na plateia.
A relação com a água permeia todo o documentário. Quer seja pela conexão entre os rios, quer seja pelo viés econômico, já
que muitos ribeirinhos dependem da pesca para sobreviverem.
Mas a pesca mostrada no documentário é a pesca consciente, com manejo sustentável, conseguida com a ajuda do Programa
de Manejo do Pirarucu do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em Amanã, no Amazonas. Na fala de um dos
pescadores, fica transparente a mudança de postura depois da informação fornecida pelos técnicos do programa. Se antes
qualquer peixe entrava na rede, hoje ninguém ali pesca espécie com mais de um metro e meio:
--- Na boiada do peixe a gente consegue identificar se é grande ou pequeno. Com manejo o cara pesca liberto: o Ibama passa
e fica junto, não multa nem prende -- diz um dos pescadores que dá seu depoimento no documentário.
Conhecimento tradicional com o científico, lado a lado, na luta pela preservação de uma área com mais de cinco milhões de
quilômetros quadrados e uma infinidade ainda incontável de espécies e animais. Para rodar o documentário foram usados 450
kg de equipamentos, incluindo três câmeras - uma subaquática -equipamentos de iluminação, maquinária e captação de som,
acessórios para escalada, barracas, redes, cobertores e uma diversidade de itens complementares.
A trilha sonora foi criada especialmente para o filme pelo israelense Armand Amar, que já ganhou diversos prêmios em sua
carreira, inclusive com a trilha de "Home - Nosso Planeta, Nossa Casa", de Yann Arthus-Bertrand.
O GLOBO | CIÊNCIA
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
Pílula previne a Aids
Aprovada primeira pílula para evitar HIV
Os EUA deram sinal verde, ontem, para o uso da pílula Truvada na prevenção da Aids em populações de risco, como
parceiros de soropositivos e prostitutas. A Truvada já é usada no tratamento da Aids. Seu uso em prevenção, porém,
continuará a ser restrito para que o vírus não adquira resistência. Segundo especialistas, a pílula poderá acabar com
a transmissão sexual da Aids. PÁGINA 26
Droga já usada em tratamento é aprovada nos EUA para proteger populações de risco
Renato Grandelle
[email protected]
A prevenção da epidemia de Aids entrou numa nova e mais promissora fase ontem, com a aprovação da Truvada pela
Administração de Drogas e Alimentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês). O remédio já é usado no tratamento de doentes com
Aids. Mas se tornou agora o primeiro medicamento a receber aprovação para uso em prevenção. Não é vacina e ainda há
questões de segurança em aberto. Por isso, seu uso tem restrições. Por enquanto, o uso da pílula só vale para pessoas que
têm companheiros soropositivos ou são expostas ao vírus, como prostitutas.
Originalmente aprovada em 2004, para integrar coquetéis Antirretrovirais, a Truvada logo tornou-se a droga mais usada do
gênero nos Estados Unidos por sua eficácia. Além disso, ela revelou-se também eficaz na prevenção. Segundo testes
realizados pelo laboratório Gilead Sciences e agora corroborados pela FDA, a taxa de infecção em homens homossexuais
saudáveis que tomaram a Truvada foi reduzida de 42% a 75%.
A aprovação veio às vésperas da divulgação de um novo relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids
(Unaids), prevista para amanhã. O diretor do escritório central do Unaids, Luiz Loures, comemorou, em entrevista ao GLOBO,
o pioneirismo da pílula.
- Existem diversas epidemias da Aids: aquela em que a doença é transmitida da mãe para o feto, a por drogas injetáveis, ou
por via sexual - lembrou. - Esperamos resolver as duas primeiras nos próximos anos, talvez até 2015. Mas, por via sexual, era
impossível, em 2000, dizer que um dia conseguiríamos combatê-la. Agora, podemos dizer que isso é possível. Como não
existe uma vacina, vislumbramos uma série de ações, das clássicas, como as Camisinhas e as circuncisões na África, à
Truvada.
Brasil é exemplo
em prevenção
Para aprovar a droga, a FDA revisou resultados de dois grandes ensaios clínicos conduzidos pelo Gilead Sciences. Ambos
mostraram a aptidão da Truvada para evitar a infecção pelo HIV. O primeiro envolveu 2.499 homens e mulheres Transexuais
não-soropositivos que tiveram relações sexuais com homens e estão propensos a desenvolver um comportamento sexual de
risco. O perigo de infecção por HIV, entre os medicados com a droga, foi reduzido em 42%, comparado a um placebo
(substância inócua).
O segundo teste clínico contou com 4.758 casais heterossexuais, em que apenas um deles era infectado. Nesta pesquisa, os
riscos de contaminação dos participantes usuários de Truvada diminuíram 75%. Num primeiro momento, o remédio não
poderia ser de uso difundido para que não estimule o surgimento de linhagens mais resistentes do vírus.
Em comunicado, a comissária da FDA Margaret Hamburg definiu a aprovação como uma "importante conquista na luta contra
o HIV". Estima-se que 1,2 milhão de americanos sejam soropositivos, e a conta aumenta em 50 mil pessoas por ano, apesar
da grande disponibilidade de estratégias eficazes de proteção. Dos novos casos de infecção, 23% ocorrem em mulheres, e
61% entre homens que tiveram relações homossexuais.
O novo relatório do Unaids deve voltar a elogiar os esforços brasileiros.
- O Brasil não foi pioneiro, mas visionário, ao adotar, antes de todos, o tratamento em larga escala - elogiou Loures. - Adotouse a estratégia de primeiro tentar controlar a doença, reinserir o soropositivo no trabalho, na escola. E, como um efeito
secundário, mas igualmente positivo, ele tem uma possibilidade muito menor de transmitir. Quem trata não transmite.
O GLOBO | OPINIÃO
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
Imagem 1
O risco do imobilismo (Artigo)
ALFREDO SIRKIS
O "negacionismo", uma contestação via sofismas de fato claramente estabelecido, sempre cativa uma certa audiência. Caso
extremo foi o do holocausto nazista. Nos anos 60 e 70, tivemos os médicos financiados pela indústria do tabaco alegando não
haver "relação científica sólida" entre o cigarro e o câncer. Mais recentemente, quem negasse o vírus HIV como causador de
Aids. Temos agora negacionistas climáticos para os quais o aquecimento global não existe, ou existe, mas é provocado por
ciclos naturais inevitáveis, sem aporte significativo dos gases de efeito estufa (GEEs) ou, ainda, existe, decorre dos GEEs, mas
simplesmente não há mais nada a fazer a respeito. Nos EUA há uma clara relação deles com a indústria do petróleo e do
carvão. Têm grande audiência dentre os republicanos e no Tea Party como portadores de "boas notícias". Combinam bem com
uma tendência do jornalismo contemporâneo de renunciar à apuração rigorosa dos fatos por parte do repórter ou comentarista,
bem informado, em proveito de uma "boa polêmica" com tratamento "equilibrado" entre ciência e charlatanismo.
Fica escamoteado que há uma ciência sólida e perfeitamente estabelecida, desde o século XIX, com Joseph Fourier, John
Tyndall, o Prêmio Nobel de 1896, Svante Arrhenius, e desenvolvida por Charles Keeling, nos anos 50, sobre a relação do CO2
com o aquecimento do planeta. Não há cientista de primeira linha ou publicação científica séria que dê guarida ao
negacionismo climático. Isso não significa que, nas pesquisas envolvendo mais de dez mil cientistas do IPCC e centenas de
instituições científicas e acadêmicas prestigiosas, não existam dúvidas e incertezas. Mas elas não dizem respeito à existência
do aquecimento global como resultado de ação humana que concentra em menos de dois séculos mudanças que o ciclo
natural produziria em centenas de milhares ou milhões de anos. Envolvem sobretudo os chamados feedbacks, efeitos
exponenciais do aquecimento. Quais as consequências exatas das enormes emissões de metano liberadas pelo derretimento
do permafrost ártico? Quanto a acidificação dos oceanos reduzirá sua capacidade de absorção de carbono? Quais as
consequências das emissões "naturais" de carbono de secas em florestas tropicais - como na Amazônia, em 2005 e 2010 - já
decorrentes do aquecimento?
Se predominar o imobilismo que tem no negacionismo um grande aliado, as grandes vítimas das mudanças climáticas serão
nossos netos, dentro de algumas décadas. As consequências de um aumento médio de 4,5 a 6 graus atingirão drasticamente
a agricultura e a produção de alimentos em várias regiões. Noutras provocarão secas, escassez de água, desertificação ou
inundação de cidades litorâneas e enchentes muito mais intensas. Engendrarão migrações descontroladas, crises e conflitos
internacionais, provavelmente guerras. O negacionismo do holocausto nazista agride o passado, já o climático ameaça o
futuro.
ALFREDO SIRKIS é deputado federal (PV-RJ).
O GLOBO | RAZÃO SOCIAL
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
A humanização no currículo da medicina
Movimento que prevê um contato com mais qualidade entre profissionais de saúde e doentes internados ganhou impulso com
a implantação de política nacional em 2004
Martha Neiva Moreira
- Pôxa, esquecemos o espelho. E agora? - Sem problemas! Eu pinto a sua cara e você pinta a minha cara! O diálogo lúdico
aconteceu onde menos se espera: na antesala da enfermaria pediátrica do Hospital Municipal Alcides Carneiro, em Correias,
Região Serrana do Rio. Há duas semanas, Giullia Bortollino e Lais Santana foram até lá dar plantão... de alegria, como elas
fazem questão de explicar. Aos 22 anos, elas são estudantes do segundo ano da Faculdade de Medicina de Petrópolis e, no
intervalo da rotina pesada de estudos, pegam as caixas de adereços, os jalecos brancos e se vestem de palhaças para alegrar
as crianças internadas.
Não são as únicas alunas do sisudo curso universitário a aderirem à prática.
Só na faculdade que estudam, já são 109 alunos-palhaços. Juntos, eles formam os Plantonistas da Alegria, que duas vezes
por semana fazem atendimento aos pequenos pacientes do hospital-escola. Em todo o país já são mais de 270 grupos
similares formados por alunos da área da saúde, demonstrando que os futuros profissionais estão preocupados em tornar mais
humano o atendimento em hospitais e clínicas.
Morgana Mazzetti, psicóloga especialista no tema que há 22 anos trabalha com os Doutores da Alegria, participou no ano
passado do segundo encontro nacional desses grupos de estudantes em São Paulo. Ela acredita que está em curso uma
mudança de paradigma de atendimento na área de saúde, até então baseada em um modelo militar de atendimento (ver box
na página ao lado) focado apenas na doença.
- São jovens que olham para seus preceptores no curso de Medicina e não se reconhecem. Por isso querem fazer diferente,
promovendo encontros para discutirem um atendimento mais humanizado no hospital e partindo para a prática ao formarem os
grupos de humanização - contou Morgana, que já dá aulas, junto com a equipe dos Doutores, para grupos da escola de
medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Foi exatamente o que aconteceu com Giullia e Laís.
- Após uma aula de saúde coletiva, cujo tema era atendimento ao paciente e o desgaste médico, ficamos assustadas com as
doenças associadas à rotina pesada do profissional de saúde. Resolvemos começar a fazer este trabalho não só como uma
forma de melhorar o atendimento ao paciente, mas também para nos ajudar a relaxar da rotina difícil de estudos - contou Laís,
que fundou o grupo em 2010 com o apoio da universidade e da direção do hospital.
A criação de grupos de humanização como o de Laís é recente. Vem no rastro da Política Nacional de Humanização,
implantada em 2004 pelo governo federal na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Pela política, todos os hospitais da rede
devem desenvolver ações desde a capacitação de profissionais, distribuição de cartilhas sobre o tema, até o desenvolvimento
de projetos de atenção ao paciente, passando pela remodelação dos espaços dentro do hospital.
Na prática, segundo Gustavo Nunes de Oliveira, coordenador nacional da política no Ministério da Saúde, embora já tenha
sido lançada há mais de oito anos, ainda é um desafio a difusão das diretrizes nas seis mil unidades hospitalares da rede SUS.
Por isso, todos os anos, o Ministério promove a capacitação de apoiadores, profissionais das unidades hospitalares treinados
para criar grupos de humanização.
Este ano, 430 pessoas estão participando do treinamento, em seis estados.
Em 2011 foram capacitados 340. Além disso, o Ministério criou uma rede virtual de troca de informações entre os hospitais que
já conta com 4 mil pessoas cadastradas.
Segundo Nunes, a política é para consolidar o direito à saúde, o que quer dizer, apostar na produção de saúde e não apenas
no combate à doença. Para tanto, tem R$ 6,5 milhões anuais.
- Isso esbarra na relação mais humana entre médico e paciente e também na relação mais humana e respeitosa entre
profissionais de uma mesma equipe nos hospitais. É dificílimo encontrar uma equipe multiprofissional em hospitais que se
entenda perfeitamente. O modo de organizar o serviço hospitalar induz a uma forma de contato dura entre as pessoas - contou
Gustavo, que tem uma meta ousada: fomentar a criação de fóruns regionais de discussão sobre a qualidade de atendimento
dos hospitais. - Seriam como conselhos gestores formados pela população atendida e profissionais de saúde. Há em vários
países e ajuda a criar soluções para os desafios do atendimento de saúde nos hospitais.
No Rio de Janeiro, o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) já conta com um grupo de humanização. São 13 profissionais que
implantaram projetos de criação de brinquedotecas em enfermarias pediátricas, aumento do horário de visita dos filhos para as
mães internadas, suporte psicológico para pacientes em estado grave e seus familiares, aula de artesanato para pacientes,
apresentação de seresteiros nas enfermarias....
Há dois meses internada por causa de uma doença crônica que causa infecções e dores nas articulações, Eliana Justino de
Souza, de 32 anos, já participou de aulas de artesanato e se diverte com as serestas.
- Fico meses internada aqui. Tenho dores muito fortes por causa das infecções e poder fazer atividades é importante para que
eu consiga suportar melhor o tempo fora de casa - contou Eliana, que já conseguiu ter uma renda quando saiu do hospital
vendendo panos de prato que aprendeu a fazer nas aulas de artesanato - Vendo nas feiras e ganho um dinheirinho que dá
para comprar umas frutas para meu filho.
Toda semana, ela recebe palavras cruzadas gratuitamente e é beneficiada com a visita ampliada - mais vinte minutos por dia para o filho.
Segundo o diretor adjunto do HFB Moysés Rechtman, o grupo de humanização existe desde 2005 e tem o desafio, hoje, de
sensibilizar os profissionais para a necessidade de ter um contato mais consciente com os pacientes. Isso quer dizer não
enxergá-los como uma doença, mas ouvir suas necessidades e, na medida do possível, tentar atendê-las.
- Sensibilizar os profissionais de saúde é o grande desafio. Já temos uma série de projetos que tornam a permanência do
paciente no hospital mais suportável, mas é preciso, agora, olhar para a sutileza da relação médico-paciente - acredita
Rechtman.
Para Morgana Mazetti , n o p adrão vigente de relação médico-paciente, não cabe considerar o que não se enquadra no saber
que está na literatura médica. Ela explica que o médico precisa ter uma hipótese diagnóstica, baseada naquilo que viu nos
livros. As questões psicológicas, que passam por aspectos não ditos, como por exemplo, pela linguagem do corpo, ficam de
lado.
- Nos hospitais com mais recursos tecnológicos, os profissionais, muitas vezes, nem veem o paciente - disse.
Há 30 anos atuando como obstetra e ginecologista, Luiz Zamagna, 57 anos e coordenador do Centro de Atenção à Mulheres
Crianças e Adolescentes do HFB, admite que o desafio é grande.
- Não somos formados para termos um contato mais próximo com o paciente, até porque temos que nos proteger de tantas
situações difíceis enfrentadas na rotina. Mas acho que é necessário mudar este padrão. O paciente ganha ao ter uma
recuperação melhor e, assim, o médico também - acredita Zamagna.
Há mais de 20 anos trabalhando com os Doutores da Alegria, Morgana Mazetti aposta na relação mais sutil entre pacientes e
profissionais de saúde e, sobretudo, na escuta atenta entre eles, para mudar o atual paradigma de combate à doença para
promoção da saúde coletiva. Para defender seu ponto de vista, baseia-se em resultados de uma pesquisa feita de 2007 a 2009
com 567 profissionais de saúde em 13 hospitais onde o grupo de atores-palhaços atuam no país. O estudo teve o objetivo de
avaliar o trabalho das duplas de palhaços em oito indicadores, entre eles relação dos profissionais de saúde com as crianças,
das crianças com o tratamento médico, relação dos profissionais de saúde com equipe de trabalho e relação dos profissionais
de saúde entre eles.
Descobriu-se que, para 96% dos profissionais ouvidos, as crianças ficam mais à vontade no ambiente hospitalar a partir das
visitas dos Doutores da Alegria; 95% acham que elas ficam mais ativas; 89% falaram que os pequenos pacientes ficam mais
colaborativos com os procedimentos médicos; e 77% disseram que elas se alimentam melhor depois de brincarem com os
palhaços.
Os dados surpreendem quando mostram que 83% dos profissionais ouvidos admitiram que ficaram mais calmos com a rotina
de trabalho, a partir da atuação dos Doutores; 76,1% disseram que passaram a brincar mais com as crianças; 75,5% passaram
a buscar novas formas de aproximação com as crianças e 69% passaram a conversar mais com os pacientes pediátricos.
Um outro dado relevante mostra que 49,5% dos profissionais entrevistados reconheceram que a equipe de trabalho ficou mais
coesa após o contato com os Doutores e 48% concordaram que conseguiram, a partir daí, abrir espaço para falar de questões
delicadas com seus colegas de trabalho.
- Os benefícios são indiscutíveis, por isso que é um ganho ter uma política de humanização no país. Daqui a alguns anos
talvez tenhamos como aferir os resultados- disse Morgana.
É verdade. Desde fevereiro o Humaniza SUS, como foi batizada a política, conta com uma ferramenta chamada Carta SUS.
Trata-se de um questionário que o paciente, após a internação, deve responder.
A ideia é avaliar a qualidade do atendimento, mas ainda não há resultados preliminares.
O GLOBO | RAZÃO SOCIAL
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
A humanização no currículo da medicina
Movimento que prevê um contato com mais qualidade entre profissionais de saúde e doentes internados ganhou impulso com
a implantação de política nacional em 2004
Martha Neiva Moreira
- Pôxa, esquecemos o espelho. E agora? - Sem problemas! Eu pinto a sua cara e você pinta a minha cara! O diálogo lúdico
aconteceu onde menos se espera: na antesala da enfermaria pediátrica do Hospital Municipal Alcides Carneiro, em Correias,
Região Serrana do Rio. Há duas semanas, Giullia Bortollino e Lais Santana foram até lá dar plantão... de alegria, como elas
fazem questão de explicar. Aos 22 anos, elas são estudantes do segundo ano da Faculdade de Medicina de Petrópolis e, no
intervalo da rotina pesada de estudos, pegam as caixas de adereços, os jalecos brancos e se vestem de palhaças para alegrar
as crianças internadas.
Não são as únicas alunas do sisudo curso universitário a aderirem à prática.
Só na faculdade que estudam, já são 109 alunos-palhaços. Juntos, eles formam os Plantonistas da Alegria, que duas vezes
por semana fazem atendimento aos pequenos pacientes do hospital-escola. Em todo o país já são mais de 270 grupos
similares formados por alunos da área da saúde, demonstrando que os futuros profissionais estão preocupados em tornar mais
humano o atendimento em hospitais e clínicas.
Morgana Mazzetti, psicóloga especialista no tema que há 22 anos trabalha com os Doutores da Alegria, participou no ano
passado do segundo encontro nacional desses grupos de estudantes em São Paulo. Ela acredita que está em curso uma
mudança de paradigma de atendimento na área de saúde, até então baseada em um modelo militar de atendimento (ver box
na página ao lado) focado apenas na doença.
- São jovens que olham para seus preceptores no curso de Medicina e não se reconhecem. Por isso querem fazer diferente,
promovendo encontros para discutirem um atendimento mais humanizado no hospital e partindo para a prática ao formarem os
grupos de humanização - contou Morgana, que já dá aulas, junto com a equipe dos Doutores, para grupos da escola de
medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Foi exatamente o que aconteceu com Giullia e Laís.
- Após uma aula de saúde coletiva, cujo tema era atendimento ao paciente e o desgaste médico, ficamos assustadas com as
doenças associadas à rotina pesada do profissional de saúde. Resolvemos começar a fazer este trabalho não só como uma
forma de melhorar o atendimento ao paciente, mas também para nos ajudar a relaxar da rotina difícil de estudos - contou Laís,
que fundou o grupo em 2010 com o apoio da universidade e da direção do hospital.
A criação de grupos de humanização como o de Laís é recente. Vem no rastro da Política Nacional de Humanização,
implantada em 2004 pelo governo federal na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Pela política, todos os hospitais da rede
devem desenvolver ações desde a capacitação de profissionais, distribuição de cartilhas sobre o tema, até o desenvolvimento
de projetos de atenção ao paciente, passando pela remodelação dos espaços dentro do hospital.
Na prática, segundo Gustavo Nunes de Oliveira, coordenador nacional da política no Ministério da Saúde, embora já tenha
sido lançada há mais de oito anos, ainda é um desafio a difusão das diretrizes nas seis mil unidades hospitalares da rede SUS.
Por isso, todos os anos, o Ministério promove a capacitação de apoiadores, profissionais das unidades hospitalares treinados
para criar grupos de humanização.
Este ano, 430 pessoas estão participando do treinamento, em seis estados.
Em 2011 foram capacitados 340. Além disso, o Ministério criou uma rede virtual de troca de informações entre os hospitais que
já conta com 4 mil pessoas cadastradas.
Segundo Nunes, a política é para consolidar o direito à saúde, o que quer dizer, apostar na produção de saúde e não apenas
no combate à doença. Para tanto, tem R$ 6,5 milhões anuais.
- Isso esbarra na relação mais humana entre médico e paciente e também na relação mais humana e respeitosa entre
profissionais de uma mesma equipe nos hospitais. É dificílimo encontrar uma equipe multiprofissional em hospitais que se
entenda perfeitamente. O modo de organizar o serviço hospitalar induz a uma forma de contato dura entre as pessoas - contou
Gustavo, que tem uma meta ousada: fomentar a criação de fóruns regionais de discussão sobre a qualidade de atendimento
dos hospitais. - Seriam como conselhos gestores formados pela população atendida e profissionais de saúde. Há em vários
países e ajuda a criar soluções para os desafios do atendimento de saúde nos hospitais.
No Rio de Janeiro, o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) já conta com um grupo de humanização. São 13 profissionais que
implantaram projetos de criação de brinquedotecas em enfermarias pediátricas, aumento do horário de visita dos filhos para as
mães internadas, suporte psicológico para pacientes em estado grave e seus familiares, aula de artesanato para pacientes,
apresentação de seresteiros nas enfermarias....
Há dois meses internada por causa de uma doença crônica que causa infecções e dores nas articulações, Eliana Justino de
Souza, de 32 anos, já participou de aulas de artesanato e se diverte com as serestas.
- Fico meses internada aqui. Tenho dores muito fortes por causa das infecções e poder fazer atividades é importante para que
eu consiga suportar melhor o tempo fora de casa - contou Eliana, que já conseguiu ter uma renda quando saiu do hospital
vendendo panos de prato que aprendeu a fazer nas aulas de artesanato - Vendo nas feiras e ganho um dinheirinho que dá
para comprar umas frutas para meu filho.
Toda semana, ela recebe palavras cruzadas gratuitamente e é beneficiada com a visita ampliada - mais vinte minutos por dia para o filho.
Segundo o diretor adjunto do HFB Moysés Rechtman, o grupo de humanização existe desde 2005 e tem o desafio, hoje, de
sensibilizar os profissionais para a necessidade de ter um contato mais consciente com os pacientes. Isso quer dizer não
enxergá-los como uma doença, mas ouvir suas necessidades e, na medida do possível, tentar atendê-las.
- Sensibilizar os profissionais de saúde é o grande desafio. Já temos uma série de projetos que tornam a permanência do
paciente no hospital mais suportável, mas é preciso, agora, olhar para a sutileza da relação médico-paciente - acredita
Rechtman.
Para Morgana Mazetti , n o p adrão vigente de relação médico-paciente, não cabe considerar o que não se enquadra no saber
que está na literatura médica. Ela explica que o médico precisa ter uma hipótese diagnóstica, baseada naquilo que viu nos
livros. As questões psicológicas, que passam por aspectos não ditos, como por exemplo, pela linguagem do corpo, ficam de
lado.
- Nos hospitais com mais recursos tecnológicos, os profissionais, muitas vezes, nem veem o paciente - disse.
Há 30 anos atuando como obstetra e ginecologista, Luiz Zamagna, 57 anos e coordenador do Centro de Atenção à Mulheres
Crianças e Adolescentes do HFB, admite que o desafio é grande.
- Não somos formados para termos um contato mais próximo com o paciente, até porque temos que nos proteger de tantas
situações difíceis enfrentadas na rotina. Mas acho que é necessário mudar este padrão. O paciente ganha ao ter uma
recuperação melhor e, assim, o médico também - acredita Zamagna.
Há mais de 20 anos trabalhando com os Doutores da Alegria, Morgana Mazetti aposta na relação mais sutil entre pacientes e
profissionais de saúde e, sobretudo, na escuta atenta entre eles, para mudar o atual paradigma de combate à doença para
promoção da saúde coletiva. Para defender seu ponto de vista, baseia-se em resultados de uma pesquisa feita de 2007 a 2009
com 567 profissionais de saúde em 13 hospitais onde o grupo de atores-palhaços atuam no país. O estudo teve o objetivo de
avaliar o trabalho das duplas de palhaços em oito indicadores, entre eles relação dos profissionais de saúde com as crianças,
das crianças com o tratamento médico, relação dos profissionais de saúde com equipe de trabalho e relação dos profissionais
de saúde entre eles.
Descobriu-se que, para 96% dos profissionais ouvidos, as crianças ficam mais à vontade no ambiente hospitalar a partir das
visitas dos Doutores da Alegria; 95% acham que elas ficam mais ativas; 89% falaram que os pequenos pacientes ficam mais
colaborativos com os procedimentos médicos; e 77% disseram que elas se alimentam melhor depois de brincarem com os
palhaços.
Os dados surpreendem quando mostram que 83% dos profissionais ouvidos admitiram que ficaram mais calmos com a rotina
de trabalho, a partir da atuação dos Doutores; 76,1% disseram que passaram a brincar mais com as crianças; 75,5% passaram
a buscar novas formas de aproximação com as crianças e 69% passaram a conversar mais com os pacientes pediátricos.
Um outro dado relevante mostra que 49,5% dos profissionais entrevistados reconheceram que a equipe de trabalho ficou mais
coesa após o contato com os Doutores e 48% concordaram que conseguiram, a partir daí, abrir espaço para falar de questões
delicadas com seus colegas de trabalho.
- Os benefícios são indiscutíveis, por isso que é um ganho ter uma política de humanização no país. Daqui a alguns anos
talvez tenhamos como aferir os resultados- disse Morgana.
É verdade. Desde fevereiro o Humaniza SUS, como foi batizada a política, conta com uma ferramenta chamada Carta SUS.
Trata-se de um questionário que o paciente, após a internação, deve responder.
A ideia é avaliar a qualidade do atendimento, mas ainda não há resultados preliminares.
JORNAL DE BRASILIA - DF | BRASIL
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
Veja a matéria no site de origem
Mortos já passam de cem
Os três estados da Região Sul contabilizam 1,6 mil casos da gripe suína
Com mais nove vítimas no Paraná e quatro no Rio Grande do Sul subiu para 108 o número de mortes em consequência da
influenza A (H1N1) - gripe suína, na Região Sul (52 em Santa Catarina, 33 no Rio Grande do Sul e 23 no Paraná). Os três
estados já contabilizam 1,6 mil casos da doença. As informações são de autoridades locais da área de saúde.
Ainda nesta semana, técnicos da Secretaria de Saúde do Paraná vão se reunir com os colegas do Ministério da Saúde
quando serão disponibilizados todos os dados sobre a doença no estado. "Criamos a Comissão Estadual de Infectologia e
vamos disponibilizar os dados que já temos ao ministério, em uma reunião marcada para quinta e sexta-feira em Brasília",
disse o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
Dos 23 mortos no Paraná, 20 teriam outras doenças associadas, segundo a secretaria. Entre as doenças estariam a
pneumopatia, asma, cardiopatia, Tuberculose e leucemia. Parte deles buscou o tratamento no estado avançado da gripe.
"O tratamento com o Tamiflu precisa ser precoce. Quem tem febre acima de 38 graus, dor de garganta e tosse, geralmente
tosse seca, tem que procurar assistência (rapidamente)", orienta o médico infectologista Moacir Pires Ramos. "E o médico tem
de prescrever o antiviral, não dá tempo de esperar para saber se o caso é grave ou não", disse.
Na última sexta-feira, o ministério divulgou um levantamento segundo o qual metade dos pacientes que morreram em Santa
Catarina teve acesso tardio ao antiviral oseltamivir, conhecido pelo nome comercial Tamiflu. Uma equipe de técnicos também
foi enviada ao Rio Grande do Sul.
Ramos, que integra a comissão montada pelo governo do Paraná, explicou que o número de casos da doença registrados
neste ano não é algo inesperado. "A literatura médica mostra que, sempre que surge um vírus novo, ele faz uma onda grande
(de casos) e, depois, ondas menores, secundárias, até o vírus se tornar sazonal", disse o infectologista. "O que estamos vendo
agora não é nada de excepcional, é uma onda de menor intensidade que não se compara ao que houve em 2009."
REFORÇO
O estado recebeu no último sábado do Ministério da Saúde mais 200 mil doses de vacinas, o que eleva o total para 2,2
milhões.
"A vacina contra a gripe tem duração de um ano, nenhum país é capaz de imunizar todo mundo anualmente", disse Moacir
Pires Ramos. "O remédio está disponível, é só prescrever. E adotar as medidas de precaução, como lavar as mãos ou usar
álcool em gel, o que também evita outras doenças, como diarreia e meningite", acrescentou.
SAIBA +
Os médicos de todo o País estão orientados a prescrever o Tamiflu aos pacientes que apresentarem quadro de síndrome
gripal, mesmo antes dos resultados de exames ou sinais de agravamento. O antiviral é mais eficaz nas primeiras 48 horas
desde o início dos sintomas.
No Paraná, a Secretaria de Saúde informou que já foram registrados 760 casos de H1N1, distribuídos em 138 cidades no
estado.
Nova dose para criança
Crianças com idade entre seis meses e dois anos que foram imunizadas pela primeira vez neste ano contra a gripe devem
retornar aos postos de saúde para receber a segunda dose da vacina. O alerta é do pediatra e presidente da Sociedade
Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri. Ele explicou que o intervalo ideal entre a aplicação da primeira e da segunda dose é
30 dias, mas ressaltou que quem já completou 45 ou mesmo 60 dias ainda deve procurar receber o reforço.
O médico lembrou que a vacina é segura e não oferece nenhum risco à saúde das crianças, já que é produzida com o vírus
inativo ou morto. Kfouri ressaltou que a gripe é uma doença que, anualmente, causa diversos problemas de saúde pública e
que crianças muito novas e adultos mais velhos são os grupos que apresentam os maiores números de internações,
complicações e mortes.
"Cerca de 10% das crianças são infectadas anualmente pelo vírus da influenza. Como ele muda muito, a cada ano, vem um
novo vírus e uma epidemia nova. E as crianças infectadas, muitas vezes, são a porta de entrada para o vírus na família - ela se
infecta na escola ou no berçário e transmite para o adulto ou para o idoso", destacou.
Até agora, a gripe H1N1 não foi confirmada no DF e ainda há vacinas disponíveis para os grupos de risco. O caso mais
próximo foi em Águas Lindas (GO), em maio.
JORNAL DE BRASILIA - DF | BRASIL
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
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Mortos já passam de cem DIVULG AÇÃO
Os três estados da Região Sul contabilizam 1,6 mil casos da gripe suína
C om mais nove vítimas no Paraná e quatro no Rio Grande do Sul subiu para 108 o nú- mero de mortes em consequência da
influenza A (H1N1) - gripe suína, na Região Sul (52 em Santa Catarina, 33 no Rio Grande do Sul e 23 no Paraná). Os três
estados já contabilizam 1,6 mil casos da doença. As informações são de autoridades locais da área de saúde.
Ainda nesta semana, técnicos da Secretaria de Saúde do Paraná vão se reunir com os colegas do Ministério da Saúde
quando serão disponibilizados todos os dados sobre a doença no estado. "Criamos a Comissão Estadual de Infectologia e
vamos disponibilizar os dados que já temos ao ministério, em uma reunião marcada para quinta e sexta-feira em Brasília",
disse o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
Dos 23 mortos no Paraná, 20 teriam outras doenças associadas, segundo a secretaria. Entre as doen- ças estariam a
pneumopatia, asma, cardiopatia, Tuberculose e leucemia.
Parte deles buscou o tratamento no estado avançado da gripe.
"O tratamento com o Tamiflu precisa ser precoce. Quem tem febre acima de 38 graus, dor de garganta e tosse, geralmente
tosse seca, tem que procurar assistência (rapidamente)", orienta o médico infectologista Moacir Pires Ramos. "E o médico tem
de prescrever o antiviral, não dá tempo de esperar para saber se o caso é grave ou não", disse.
Na última sexta-feira, o ministério divulgou um levantamento segundo o qual metade dos pacientes que morreram em Santa
Catarina teve acesso tardio ao antiviral oseltamivir, conhecido pelo nome comercial Tamiflu. Uma equipe de técnicos também
foi enviada ao Rio Grande do Sul.
Ramos, que integra a comissão montada pelo governo do Paraná, explicou que o número de casos da doença registrados
neste ano não é algo inesperado. "A literatura mé- dica mostra que, sempre que surge um vírus novo, ele faz uma onda grande
(de casos) e, depois, ondas menores, secundárias, até o vírus se tornar sazonal", disse o infectologista. "O que estamos vendo
agora não é nada de excepcional, é uma onda de menor intensidade que não se compara ao que houve em 2009." REFORÇO
O estado recebeu no último sá- bado do Ministério da Saúde mais 200 mil doses de vacinas, o que eleva o total para 2,2
milhões.
"A vacina contra a gripe tem duração de um ano, nenhum país é capaz de imunizar todo mundo anualmente", disse Moacir
Pires Ramos. "O remédio está disponível, é só prescrever. E adotar as medidas de precaução, como lavar as mãos ou usar
álcool em gel, o que também evita outras doenças, como diarreia e meningite", acrescentou.
SAIBA + Os médicos de todo o País estão orientados a prescrever o Tamiflu aos pacientes que apresentarem quadro de
síndrome gripal, mesmo antes dos resultados de exames ou sinais de agravamento. O antiviral é mais eficaz nas primeiras 48
horas desde o início dos sintomas.
No Paraná, a Secretaria de Saúde informou que já foram registrados 760 casos de H1N1, distribuídos em 138 cidades no
estado.
JORNAL DE BRASILIA - DF | CIDADES
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
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Cenário positivo no DF
No primeiro semestre do ano, foram feitas 305 cirurgias
Leandro Cipriano
A rede pública de saúde do Distrito Federal tem 893 pacientes em fila de espera por transplantes de coração, fígado, rins e
córneas. A boa notícia é que de acordo com os dados da Central de Transplantes do DF, o número de doações dos
brasilienses tem aumentado, o que diminuiu significativamente o tempo no aguardo por cirurgias. Nos seis primeiros meses
deste ano, foram realizados 305 transplantes na rede local - 68% eram de órgãos captados de doadores da capital. Os 32%
restantes vieram de estados como Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro.
Para se ter uma ideia, nos seis primeiros meses do ano passado, apenas 126 transplantes foram efetuados, entre quatro
transplantes de coração, 110 de córneas e 12 rins. As cirurgias de fígado começaram somente este ano, já totalizando 18
transplantes desde janeiro. Até 1º de julho, 11 corações, 56 rins e 220 córneas foram transplantados. Em comparação com
2011, foi um claro progresso na quantidade de operações.
O assistente de compras Osmar Caetano dos Anjos, 39 anos, foi um dos pacientes mais recentes a realizar um transplante de
coração bem-sucedido no Distrito Federal. Com doença de Chagas, ele estava internado há um mês no Hospital de Base.
Depois de sete dias listado no Instituto de Cardiologia do DF, conseguiu a oportunidade de fazer uma cirurgia, devido a uma
doadora de Goiânia que sofreu um AVC hemorrágico.
"Hoje, sou outro homem, com uma vida nova pela frente. Antes, meu coração estava inchado, e tinha dificuldade para respirar.
Agora, está funcionando 100% melhor", afirmou Osmar, que se encontra internado no hospital, em recuperação.
AUMENTO
Segundo o coordenador clínico do Programa de Transplantes do Instituto de Cardiologia do DF, Renato Bueno Chaves, o
número de doações na rede como um todo, em relação ao ano passado, aumentou pelo menos 300%. "A quantidade de
transplantes praticamente triplicou desde 2011. Até 2010, eram feitos quatro por ano, e agora já passaram de dez", informa
Chaves.
Na avaliação do profissional, o crescimento do programa de transplantes - que está fazendo mais captações a distância -, além
de a população estar mais consciente quanto às doações, poderá tornar Brasília uma referência. "A expectativa para este ano
é fazer até seis vezes mais transplantes que em 2010", prevê.
Até o momento, os números comprovam que a quantidade de doadores efetivos no DF para transplante é a terceira maior do
País. Os dados são da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (Abto). O índice é de 21,8 doadores para cada milhão
de habitantes, enquanto que o registrado no País é de 13,1.
Somente Santa Catarina e São Paulo ficaram à frente do DF, registrando 26,9 e 22,2, respectivamente. A média nacional
estipulada pelo Ministério da Saúde neste ano é de 11,4 doadores por milhão de população (PMP), o que já fez a capital
ultrapassar a meta fixada em 2015, que era de 15 doadores por milhão.
Trabalho de forma integrada
Segundo a coordenadora da Central de Transplantes do Distrito Federal, Daniela Salomão, um dos principais fatores que
contribuíram com o aumento de transplantes no DF foi a maior integração de instituições como o Corpo de Bombeiros, Força
Aérea Brasileira (FAB), Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde. Com isso, foi possível conseguir em um tempo menor
mais órgãos, vindos de vários estados.
"Para se ter o transplante, além de doadores, é preciso ter equipes e logística. É como um elo, e se tudo estiver integrado vai
acontecer com mais facilidade. Com essa logística maior de captação entre os estados e as entidades, órgãos que talvez não
seriam usados devido à distância agora podem, se chegarem em um tempo hábil e forem compatíveis", informou.
Na opinião da coordenadora, apesar de os transplantes de rim e córnea serem os mais requisitados - neste ano são 493 e 371
pacientes na fila de espera, respectivamente -, os que necessitam de um novo coração costumam estar sempre entre os mais
urgentes. "Isso porque o paciente tem menos tempo de espera. Ele corre um risco maior de falecer", explicou Daniela. Até o
momento, são cinco pessoas aguardando um novo coração.
Por conviver diariamente com a realidade das famílias receptoras e doadoras de órgãos do DF, a coordenadora da Central de
Transplantes acredita que, ao decidirem doar o órgão de um familiar, as pessoas sentem empatia pelos que passam por uma
situação semelhante. "A família dos doadores se sente mais compelida a tratar aqueles que acham que não foram tratados de
forma adequada, e isso pesa bastante na hora de doar", comentou.
Foi o caso de uma família brasiliense, que em um ato de solidariedade, permitiu que uma parente vítima de aneurisma cerebral
doasse o fígado e o coração, salvando duas vidas. Uma delas foi a de Waterloo Evangelista dos Santos, 62 anos, que teve o
primeiro fígado transplantado do Instituto de Cardiologia do DF.
Cirrose
Ele estava na fila de espera havia três meses, desde que recebeu o diagnóstico de Cirrose. "Fui fazer um check-up de rotina e
descobriram que eu tinha um nódulo no fígado que poderia crescer. Graças a Deus foi bem no início, e coincidentemente o
Instituto de Cardiologia tinha recebido permissão na época para começar a fazer Transplante de fígado. Agora, depois de seis
meses de cirurgia, me sinto muito melhor", afirmou Waterloo.
Daniela Salomão observou que as pessoas têm procurado mais a possibilidade de doar algum órgão. Contudo, também
cresce, e de forma desproporcional, o número de receptores, o que faz a quantidade de pacientes na espera ser sempre maior
do que se consegue transplantar. "Junto ao aumento de transplantes, tem aumentado também o número de inscrições de
pacientes para transplantes. Mas isso não é só no DF. Ocorre em outros estados também. É como enxugar gelo", salientou.
A lista de espera
Atualmente, o DF realiza transplantes de córnea, rim, fígado, coração, válvula cardíaca, osso e medula. Uma equipe
especializada avalia se o paciente tem condições de receber o órgão, e depois de uma análise dos responsáveis pelo paciente,
o inscrevem na lista de espera.
Os procedimentos podem ser feitos no Hospital de Base do DF, Hospital Universitário de Brasília (HUB), Hospital Brasília,
Hospital Santa Lúcia, além do Instituto de Cardiologia do DF e em clínicas particulares credenciadas para fazer enxerto ósseo
e transplantes dentários. A expectativa é de que até o fim deste ano o Instituto de Cardiologia também esteja credenciado para
fazer transplantes de pulmão.
Visando ampliar os números de transplante no País, o Ministério da Saúde habilitou 59 centros especializados em 2011 - três
deles no Distrito Federal - e ampliou de 25 para 60 o número de centrais de captação de órgãos no ano passado. O trabalho
consiste em visitar as unidades de tratamento intensivo e emergências para identificar pacientes em morte encefálica e
convencer as famílias a doarem.
Com atuação do ministério na melhoria da infraestrutura, tanto na capacitação de equipes para o contato com as famílias dos
possíveis doadores, como na sensibilização da população por meio de campanhas anuais de incentivo à doação de órgãos, os
brasileiros têm demonstrado cada vez mais solidariedade. Em 2011, o país bateu recorde ao registrar 2.207 doadores de órgão
- 63% a mais que em 2008.
JORNAL DE BRASILIA - DF | EXTERIOR
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
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Remédio que previne
Droga Truvada é aprovada nos EUA para uso por pessoas com alto risco de pegar HIV
O s Estados Unidos aprovaram a primeira droga que mostrou capacidade de reduzir o risco de infecção pelo HIV, um marco
nos 30 anos de batalhas contra o vírus que provoca a Aids. A Administração de Drogas e Alimentos dos EUA (FDA, pela sigla
em inglês) aprovou o remédio Truvada, da farmacêutica Gilead Sciences, como uma medida preventiva para pessoas que têm
alto risco de contrair o HIV, como os que fazem sexo com parceiros infectados.
A Gilead Sciences Inc. vem comercializando o Truvada desde 2004 para tratamento de pessoas infectadas pelo vírus, em
combinação com outros remédios Antirretrovirais.
Mas estudos da empresa mostraram que a droga pode impedir as pessoas de contrair o HIV quando usada como prevenção.
Um estudo de três anos descobriu que doses diárias do medicamento podem cortar o risco de infecção em 42% em homens
gays ou bissexuais, quando acompanhado do uso de Camisinha e acompanhamento profissional.
"O Truvada é para utilizar na profilaxia prévia à exposição em combinação com práticas de sexo seguro para prevenir as
infecções do HIV adquiridas por via sexual em adultos de alto risco. O Truvada é o primeiro remédio aprovado com esta
indicação", afirmou a FDA.
Em maio, um painel assessor da FDA pediu para aprovar o Truvada como prevenção para pessoas não infectadas, depois que
testes clínicos mostraram que o medicamento pode reduzir o risco de HIV em homens homossexuais de 44% a 73%.
A aprovação do Truvada como estratégia de prevenção não significa que ele deve ser usado indiscriminadamente. Como todo
antirretroviral, o medicamento apresenta alguns efeitos colaterais. Entre eles vômito, diarreia, náuseas e tontura.
Em alguns poucos casos mais graves, há registros de intoxicação do fígado e até de enfraquecimento dos ossos.
Por isso, somente pessoas em grupos de risco muito específicos, como alguém sem o vírus que tem um parceiro infectado
pelo HIV, deve tomar o remédio.
APENAS AUXILIAR O FDA lembra ainda que o remédio é apenas auxiliar. O uso do Preservativo não deve ser interrompido.
Além disso, é preciso haver rigor com o horário e as doses da medicação para que o efeito preventivo seja atingido.
Em votação no painel assessor, com representantes de especialistas e da comunidade HIV, em maio, a aprovação do
medicamento como meio de prevenção e a recomendação para a FDA autorizar seu uso obteve 19 votos favoráveis e apenas
três se manifestaram contra.
No entanto, alguns especialistas e integrantes de grupos que defendem os direitos da comunidade HIV temem que os usuários
ganhem falsa sensação de segurança e reduzam a prevenção e os tratamentos paralelos. Também há medo de que o alto
custo do Truvada impeça o financiamento aos demais tratamentos anti-Aids.
SAIBA + No Brasil, o Instituto Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou que iniciará neste semestre
testes de um remédio para tratamento de Aids em crianças. A previsão é que esteja disponível no mercado dentro de três
anos.
O medicamento combina princípios ativos usados no tratamento da doença - Lamivudina, Zidovudina e Nevirapina - e com
doses adequadas para crianças. De 1980 a 2010, cerca de 14 mil casos de Aids em menores de 13 anos foram registrados no
País. Aproximadamente quatro mil recebem tratamento.
JORNAL DE BRASILIA - DF | ECONOMIA
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
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Quem tem direito
Tem direito ao saque o trabalhador que foi cadastrado no PIS-Pasep até 4 de outubro de 1988 e que tenha saldo na conta PIS.
O pagamento obedece ao mesmo calendário do abono salarial.
Atualmente é permitido o saque do saldo de quotas da conta PIS ao trabalhador que apresentar algum dos motivos previstos
em lei: aposentadoria, invalidez permanente, reforma militar, transferência para a reserva remunerada, tratamento de Aids ou
câncer do titular ou de seus dependentes, morte do titular, como benefício assistencial à pessoa portadora de deficiência e ao
idoso e participante com idade igual ou superior a 70 anos.
Para saber se tem direito ao abono salarial ou aos rendimentos do PIS, o trabalhador pode consultar a página da Caixa na
internet, www.caixa.gov.br, escolhendo as abas "Vo c ê ", "Serviços Sociais", "PIS", "Consulta o Pagamento", ou pelo Serviço
de Atendimento ao Cliente (SAC), no telefone 0800 726 0101, opção 2.
LIGAÇÃO Ao ligar para o SAC da Caixa, o trabalhador deve sempre ter em mãos o número do seu PIS. Com este número, ele
também poderá fazer a consulta eletrônica, pelo 0800 726 0101, 24 horas por dia, nos sete dias da semana.
BRASIL ECONÔMICO | EMPRESAS
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012
Truvada inaugura mercado bilionário de prevenção à Aids
Gilead Sciences conseguiu aprovação do FDA de droga com até 73% de eficácia comprovada
A Gilead Sciences obteve aprovação do governo americano para comercializar o Truvada como um medicamento para
prevenção do contágio do HIV. A droga, de uso diária, é o primeiro produto criado para reduzir o risco de contrair o vírus da
Aids em pessoas não infectadas, porém, não exclui outros métodos de prevenção como práticas de sexo seguro,
aconselhamentos e testes regulares, informou a Food and Drug Administration (FDA), agência que regula o lançamento de
medicamentos nos Estados Unidos. Testes clínicos mostraram que o Truvada pode reduzir o risco de HIV em homens
homossexuais de 44% a 73%.
O medicamento terá uma advertência de que só deve ser usado por pacientes que tiveram confirmação, por meio de teste, de
que não são portadores do vírus. O produto será dirigido a 415 mil americanos que estão na faixa de risco de contrair o HIV
durante o sexo.
A nova utilização do Truvada tem dividido militantes da saúde que atuam no combate à Aids, já que alguns dizem que as
pessoas não tomarão o medicamento diariamente, como indicado, ou mesmo que ele pode ampliar a resistência a prevenção
convencional. "A aprovação representa um marco importante em nossa luta contra o HIV", disse a comissária da FDA Margaret
A. Hamburgo. "Todo ano, cerca de 50 mil adultos norte-americanos e adolescentes são diagnosticados com o vírus do HIV,
apesar da disponibilidade de métodos de prevenção e estratégias para educar, testar, e cuidar de pessoas que vivem com a
doença. Novos tratamentos, bem como métodos de prevenção são necessários para combater essa epidemia."
O Truvada foi aprovado em 2004, em combinação com outros agentes Anti-retrovirais para o tratamento de adultos
infectados pelo HIV e crianças com 12 anos ou mais. A droga gerou US$ 2,9 bilhões em receita para Gilead no ano passado.
No entanto, os investidores não esperam que a ampliação do uso do produto para prevenção possa aumentar muito as
vendas, disse Mark Schoenebaum, analista da ISI Group, em Nova York. A aprovação e venda do medicamento no Brasil, por
exemplo, não tem data.
"A decisão de hoje reflete quase 20 anos de pesquisa envolvendo instituições acadêmicas e médicas, agências de
financiamento e cerca de 20 mil participantes em testes clínicos em to do o mundo", disse Norbert Bischofberger, diretor
científico da Gilead. Bloomberg
Aprovação e venda da droga no Brasil, onde o tratamento é gratuíto, ainda não tem data
BRASIL ECONÔMICO | BRASIL
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012
Ministério envia técnicos ao Rio Grande do Sul para investigar mortes por gripe suína
Três técnicos do Ministério da Saúde já estão no Rio Grande do Sul para investigar as mortes provocadas pela influenza A
(H1N1) - gripe suína - no estado. O último boletim da Secretaria de Saúde local indica um total de 29 mortes desde o início do
ano. Uma equipe similar foi enviada anteriormente pela pasta a Santa Catarina também para investigar as mortes provocadas
pela doença.
MIX BRASIL | CENTRAL DE NOTÍCIAS
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
16/07/2012
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Russos irão à Tribunal Europeu contra proibição de Parada Gay
Ativistas LGBT russos irão à Tribunal Europeu dos Direitos do Homem contra leis anti-gays no país
LGBT irão denunciar a Rússia em Tribunal Europeu dos Direitos Humanos
LGBT irão denunciar a Rússia em
Tribunal Europeu dos Direitos Humanos
Ativistas dos direitos LGBT na Rússia apelaram ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem após a proibição da realização da
Parada do Orgulho Gay em São Petersburgo. O governo russo vem impletando medidas contra à livre expressão da
Sexualidade, como um decreto que proibi eventos gays pelos próximos 100 anos no país.
Em junho, 14 ativistas foram presos por violações administrativas após organizar uma marcha não autorizada. Há uma
semana, oito pessoas foram presas na cidade para tentar realizar uma nova parada. São Petersburgo é uma das quatro
cidades russas introduziram uma lei que proíbe a promoção das identidades gays e trans entre os menores. A cidade pune a
promoção ou propaganda de identidades LGBT com uma multa de 5.000 rublos. As multas são aumentadas em até dez vezes
para as pessoas jurídicas ou em cargos públicos.
Os membros do Parlamento Europeu chegaram a criticara duramente a homofobia na Europa em um encontro realizado em
maio. Uma resolução foi aprovada pela maioria do Parlamento e denuncia entre outras coisas, as leis e projetos de lei que
penalizam a chamada "propaganda da Homossexualidade", o que pode permitir vetar desde as obras de Oscar Wilde até
proibir os homossexuais de passearem de mãos dadas. Seis Estados são especialmente visados pelo Parlamento Europeu: a
Lituânia, a Letónia, a Hungria, Rússia, a Ucrânia e a Moldávia.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA AIDS | NOTÍCIAS
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
16/07/2012
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Aprovação dos EUA de medicamento Truvada para prevenção do HIV não altera
estratégias brasileiras, informa Departamento de Aids
A aprovação do Truvada como primeira pílula para prevenção do HIV nos Estados Unidos não altera as estratégias brasileiras
contra a epidemia, afirma o infectologista Ronaldo Hallal, coordenador de cuidado e qualidade de vida no Departamento de
DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Hallal argumenta que, apesar da recém aprovação da Agência Federal de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA, não
está claro, ainda, como isso seria aplicado em uma ação de saúde pública no Brasil. "Para a transposição de evidências em
ensaios clínicos para a vida real há uma grande distância", comentou. "Há também algumas controvérsias sobre o uso do
Truvada na prevenção. Em mulheres, por exemplo, parece não mostrar muita eficácia".
O representante do Departamento de Aids afirma que as prioridades atuais do País ainda são o incentivo ao Preservativo, a
redução de danos para usuários de drogas e álcool, o diagnostico precoce do HIV e até mesmo a profilaxia pós-exposição, que
ao contrário da pré-exposição (realizada com o uso do Truvada), prevê a terapia antirretroviral depois de uma situação de
risco.
Para o infectologista e pesquisador Esper Kallas, no entanto, a aprovação pelo FDA é um avanço na luta contra a
disseminação do HIV e acrescenta mais uma ferramenta para o combate da pandemia de Aids.
"Não acho que a profilaxia pré-exposição deva ser usada indiscriminadamente na população. Nesse caso, os riscos e efeitos
colaterais da medicação ultrapassariam os benefícios. Mas se usado em grupos específicos, os benefícios pesam mais do que
o risco", diz o infectologista.
Referência em assuntos relacionados à Aids, Kallas ainda acrescenta que a recomendação é de que o medicamento seja
usado sob supervisão médica. Desse modo, algumas pessoas não receberiam o medicamento por conta de algum efeito
colateral específico. "Cada caso é um caso e deve ser estudado", comentou.
O Truvada, que já havia sido registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil em maio, foi aprovado
como profilaxia pré-exposição e sua eficácia chegou a até 73% entre homens homossexuais.
Esper Kallas acredita que, como os dados demonstram o efeito do medicamento, está na hora do Brasil discutir o assunto em
grupos de alta vulnerabilidade, como os homens que fazem sexo com homens, as profissionais do sexo e as pessoas não
infectadas em casais sorodiscordantes.
A respeito dos riscos envolvidos em tomar um medicamento sem possuir a doença, o pesquisador pontua que os estudos
envolvendo o Truvada não detectaram casos de vírus mais resistentes após o uso da medicação. Segundo ele, existe um risco
teórico, mas que não foi observado na prática.
Estudos questionam uso de Antirretrovirais para prevenção
Os resultados de três grandes estudos realizados na África e publicados na revista científica New England Journal of Medicine
levantam questões sobre que grupos se beneficiariam, e como deveria ser usados os medicamentos contra a Aids para a
prevenção do HIV.
Um estudo citado pela revista, que incluía casais heterossexuais sorodiscordantes (em que apenas um tem o vírus), mostrou
que se reduzia entre 67% e 75% o risco de contrair a doença entre os que tomavam o medicamento.
O estudo, conhecido como Partners PrEP, foi realizado entre 2008 e 2010, em Uganda e Quênia, com mais de 4.700 casais, e
ministrava aleatoriamente aos casais que não tinham a doença uma dose diária de tenofovir, uma combinação de tenofovir e
emtricitabina, ou um placebo.
Outro estudo citado na publicação teve que ser interrompido em abril de 2011, porque o grupo que recebia o remédio não
mostrou um nível de proteção maior do que o que recebia o placebo.
Este estudo, conhecido como FEM-PrEP, foi um teste controlado aleatório de 2.120 mulheres em Quênia, África do Sul e
Tanzânia. Entre elas, 33 mulheres que faziam o tratamento contraíram a doença, contra 35 que tomavam o placebo.
Ativistas pedem cautela e sugerem mais discussão sobre o tema
Quando o Truvada foi registrado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no final de maio, Jorge
Beloqui, do Grupo Incentivo à Vida de São Paulo (GIV), defendeu mais discussão sobre o uso do medicamento com a
participação da sociedade.
Beloqui avaliou que qualquer mudança na política de tratamento no País deveria ser precedida de pesquisas de aceitação e
estudos-piloto. "É um assunto delicado. Claro que o remédio não pode ser usado em larga escala", comentou. Mas ele
considera ser preciso avaliar a eficácia do uso do remédio como prevenção entre grupos com risco acrescido, como homens
que fazem sexo com homens, por determinados períodos da vida.
Mário Scheffer, especialista em saúde pública e presidente do Grupo pela Vidda, elogiou a cautela adotada pelo governo nesse
debate. "Talvez para grupos altamente vulneráveis, uma seleção rigorosa. Mas não sem antes a realização de um estudo piloto. Pessoas que usam o remédio têm de fazer acompanhamento periódico", ponderou
Redação da Agência de Notícias da Aids
DICAS DE ENTREVISTA
Departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde
Tel.: (0XX61) 3315-7616/7624/7651
Esper Kallas
Tel.: (0XX11) 5574-5071/5081/5258
GIV
Tel.: (0XX11) 5084-0255 / 5084-7465
Pela Vidda
Tel.:(0XX11) 3258-7729
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA AIDS | NOTÍCIAS
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
16/07/2012
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Documento produzido ao término da Conferência Internacional de Aids irá pedir mais
dinheiro e ações que já mostraram evidências contra a pandemia
A Sociedade Internacional de Aids (IAS, sigla em inglês) e a Universidade da Califórnia (UCSF) lançaram recentemente a
"Declaração de Washington". O documento é um plano mundial contra a pandemia e lista os nove pontos de ações principais
que estarão na carta oficial da 19ª Conferência Internacional de Aids no término do evento.
As ações propostas na Declaração são:
• Aumentar os investimentos financeiros;
• Baseando-se nos direitos humanos, criar ações de prevenção para as populações que vivem em situações de maior risco;
• Acabar com a descriminação, o estigma e com as leis que penalizam pessoas que vivem com HIV ou que estão mais
vulneráveis a contrair o vírus;
• Aumentar a relação entre os serviços de testagem e aconselhamento, assim como a melhora de cada um destes setores
individualmente;
• Acabar com a transmissão vertical e disponibilizar tratamento para todas as mulheres grávidas e em fase de amamentação
que vivem com HIV;
• Expandir o acesso da população aos medicamentos Antirretrovirais;
• Identificar, diagnosticar e tratar a Tuberculose;
• Avançar nas pesquisas para novas formas de prevenção, tratamentos, vacinas e pela cura da Aids; e
• Envolvimento e mobilização dos membros das populações afetadas pelo HIV na tomada de decisões.
"Estamos em um cenário que era impensável há alguns anos. Agora já temos conhecimento suficiente para começar a
erradicar a Aids", disse Elly Katabira, presidente da IAS e um dos coordenadores do evento. "Entretanto, nesse momento de
extraordinário progresso e potencial científico, a resposta global à Aids encara desafios financeiros paralisantes que ameaçam
o que já foi conseguido e o que ainda pode ser alcançado", acrescentou.
A Declaração pode ser assinada no site www.dcdeclaration.org. Para a versão em português, acesse www.2endaids.org.
A 19ª Conferência Internacional de Aids será realizada em Washington, de 22 a 27 de julho, e reunirá 25 mil pessoas,
incluindo médicos, ativistas, líderes mundias e também de pequenas comunidades e pessoas vivendo com HIV.
Redação da Agência de Notícias da Aids
A Agência de Notícias da Aids fará a cobertura da Conferência diretamente de Washington com o apoio da Interfarma,
laboratório MSD, Anglo American e Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Durante o evento, serão captadas imagens
para a produção de um documentário sobre a história das ONGs internacionais que lutam contra a epidemia. O documentário
conta com o apoio do Senac e da mineradora Anglo American.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DA AIDS | NOTÍCIAS
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
16/07/2012
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EUA aprovam o Truvada, primeira pílula de prevenção do vírus da aids
Com informações da Agence France Presse (AFP), o site de notícias UOL informa que a Agência Federal de Alimentos e
Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos anunciou a aprovação do Truvada, do laboratório Gilead Sciences, como primeira
pílula para ajudar a prevenir o HIV em alguns grupos de risco. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 16 de julho.
Segundo o FDA, o Truvada é para utilizar na profilaxia prévia à exposição em combinação com práticas de sexo seguro para
prevenir as infecções do HIV adquiridas por via sexual em adultos de alto risco. Testes clínicos mostraram que este
medicamento pode reduzir o risco de HIV em homens homossexuais de 44 a 73%.
O Truvada é o primeiro remédio aprovado com esta indicação, e é encontrado no mercado norte-americano desde 2004 como
tratamento para pessoas infectados com HIV, indicado em combinação com outros remédios Antirretrovirais.
Fonte: UOL
UOL | UOL NOTÍCIAS
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012 06:01
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Sem remédios e equipamentos, hospital do RN tem surto de superbactérias e mortes
A contaminação de pacientes por superbactérias está preocupando médicos e pacientes do hospital estadual Ruy Pereira, em
Natal. A unidade, inaugurada em outubro de 2010, tem cerca de 85 leitos e é referência no atendimento a pacientes com
problemas vasculares no Rio Grande do Norte. Na unidade são realizadas cirurgias eletivas e internações --há no local uma
UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com quatro leitos.
Por conta da crise na saúde --com desabastecimento dos hospitais, greve dos médicos e falta de leitos nas unidades-- o
governo estadual decretou calamidade pública na urgência e emergência de todo o Estado no último dia 4. O poder público
pretende resolver os principais problemas do setor em 180 dias -prazo de validade do decreto.
Segundo profissionais ouvidos pelo UOL, o hospital Ruy Pereira não possui equipamentos adequados para tratar pacientes
com infecções, o que leva a proliferação de bactérias de difícil tratamento.
No dia da visita da reportagem ao local, na última quinta-feira (12), o médico plantonista Pedro Raimundo Souza contou que
foram registradas duas mortes de pacientes por infecção de superbactérias. "Essas mortes estão ligadas às condições
precárias do hospital", disse, relatando uma série de problemas na unidade.
Segundo o médico, duas superbactérias estão contaminando vários pacientes do hospital: a acinetobacter e a pseudomonas.
Há falta de antibióticos para combater as infecções.
"Quando fazemos o teste e é apontada uma superbactéria nós fazemos o isolamento do paciente em uma enfermaria. Mas
acontece que, devido à insuficiência de equipamentos e instrumentos, que são compartilhados com todos os pacientes, a
bactéria sai passando de um para o outro", explicou Souza, citando que as duas bactérias são bastante resistentes a
tratamentos. "É difícil o tratamento. O melhor remédio muitas vezes não faz efeito. A gente luta, mas na maioria a gente perde
para a acinectobater."
O médico afirmou ainda que a bactéria fica mais resistente porque ocorrem faltas rotineiras de medicamentos para o
tratamento. "O que ocorre também é que ministramos, por um determinado tempo, o antibiótico, mas o paciente fica sem a
defesa. Quando o tratamento é interrompido, devido à falta da medicação, a bactéria fica mais resistente."
O médico plantonista Luciano de Morais Silva afirma que a UTI do hospital também sofre com o desabastecimento e
desaparelhamento. "A gente está sem exame de raio-x há um ano. Todo paciente aqui a gente drena o tórax, acompanha com
pneumonia, coloca e tira do respirador sem ter um exame. Ou seja, a gente faz tudo como herói, vendo apenas clinicamente."
O filho de um paciente de 70 anos, que não quis revelar o nome, relatou que o pai pegou duas superbactérias e está em
estado grave. "Ele tem úlcera e foi internado. Depois, foi diagnosticado com infecção. Fizeram exame e foi detectado um tipo
de superbactéria, e ele agora pegou outra aqui, nesse hospital", afirmou.
A contaminação em série, segundo os profissionais ouvidos pela reportagem, é causada pela falta de equipamentos para
garantir o isolamento completo de contato. No hospital, faltam tensiômetros e otoscópios individualizados para os pacientes
infectados. Termômetros também são considerados "artigos de luxo" na unidade. "Aqui, a gente faz que nem no interior: bota a
mão e vê se está quente", disse uma auxiliar de enfermagem.
Os profissionais se queixam da falta de luvas, máscaras e até da escassez de lençóis. Além disso, muitas vezes falta álcool em
gel para higienização.
"É o atendimento deles [pacientes] que fica prejudicado, porque a gente precisa priorizar esses cuidados, mas temos também
que pensar na nossa segurança. Infelizmente não temos como trabalhar sem material, sem o mínimo de condições", disse
Ivânia Martins, técnica de enfermagem da UTI.
O UOL encaminhou questionamentos à Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte na manhã da segunda-feira (16), mas até
o fechamento dessa matéria não recebeu resposta.
Segundo o "Plano de Enfrentamento dos Serviços e Urgência e Emergência do Rio Grande do Norte", divulgado no último dia
4, quando decretou calamidade, o hospital Ruy Pereira deve ganhar mais 25 leitos até o início de agosto, assim como outras
seis vagas de UTI em 90 dias. Com isso, a unidade deve ajudar a desafogar o hospital Walfredo Gurgel, referência no
atendimento em urgência e emergência em Natal.
Sobre a falta de medicamentos, insumos e equipamentos, o governo também informou que vai investir R$ 5 milhões para
garantir o "abastecimento imediato das necessidades básicas dos hospitais da rede pública estadual".
O governo do Estado informou ainda que os gestores da área metropolitana de Natal já foram convocados para pactuar
medidas para a rede de urgência e emergência.
Segundo o secretário Nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, o plano elaborado para o Estado deve resolver o
problema em médio prazo e "mudar por completo" o cenário de caos da saúde.
"Decretar calamidade foi uma atitude debatida conosco [do Ministério da Saúde] e uma ação corajosa e determinada do
governo do Estado. Com isso, teremos várias contratações de leitos, relocação de pessoal, obras estruturantes agilizadas, pois
a situação é grave, e a população está sofrendo muito. Nós temos um plano em curto, médio e longo prazos. É um plano muito
bem elaborado e acreditamos que o Estado vai dar uma virada", finalizou.
G1 | TRIANGULO MINEIRO
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012 07:19
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Hemocentro de Patos de Minas, MG, convoca doadores do tipo O
Unidade funciona de segunda a sexta, das 7h às 11h.Os interessados devem levar documentos pessoais.
O Hemocentro de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, está precisando com urgência de sangue tipo "o" positivo e "o" negativo.
Os doadores devem comparecer à unidade que fica na Rua Major Gote, nº 1.255, de segunda a sexta, das 7h às 11h.
Para doar é preciso ter entre 16 e 67 anos, mais de 50 quilos, não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas, não t er
tomado a vacina contra a gripe nas últimas 48 horas, não ter tido Hepatite após os 11 anos de idade e que não tenha doença
de chagas. Jovens com 16 e 17 anos somente poderão se candidatar à doação de sangue com a presença dos responsáveis
legais ou autorização dos responsáveis com firma reconhecida em cartório.
Não é preciso fazer jejum para doar sangue. Os interessados devem levar documentos pessoais. O telefone para mais
informações é o (34) 3822-9646.
G1 | JORNAL DA GLOBO
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012 00:22
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EUA aprovam primeiro medicamento para ajudar na prevenção da Aids
Como a prevenção não é totalmente segura, os médicos alertam que o medicamento Truvada deve ser combinado com o uso
de Preservativo.
O governo americano aprovou o primeiro medicamento para ajudar na prevenção contra a Aids. O Truvada já era usado no
tratamento da doença.
Mas dois estudos demonstraram que ele também pode reduzir o risco de transmissão do vírus HIV em até 75%, se tomado
diariamente. Como a prevenção não é totalmente segura, os médicos alertam que o Truvada deve ser combinado com o uso
de Preservativo.
O remédio será liberado para grupos com alto risco de contrair o HIV, como parceiros de pessoas infectadas pelo vírus. Alguns
especialistas veem a liberação do medicamento como um marco nos 30 anos de combate à Aids.
FOLHA ONLINE | EQUILÍBRIO E SAÚDE
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012 05:00
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Ministério da Saúde diz que Brasil não deve adotar o remédio
O Ministério da Saúde informou que, por enquanto, não planeja incluir o Truvada como método auxiliar de prevenção na rede
pública.
"Nós investimos fortemente no diagnóstico e tratamento. Ao medicar corretamente os infectados, diminui-se a carga viral, o que
reduz bastante a transmissão do vírus", diz Roberto Hallal, coordenador de Cuidado e Qualidade de Vida do Departamento de
DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
" É uma estratégia comprovadamente bem sucedida, que pode ser verificada em casos onde só um dos parceiros é
soropositivo", afirma.
Segundo Hallal, os testes do Truvada como prevenção precisam de "mais amadurecimento", especialmente no que diz respeito
a seu uso pelas mulheres.
O Truvada foi liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso no Brasil em maio, pouco depois do
primeiro parecer da FDA, mas seu uso não está incluído no Sistema Único de Saúde.
"O Truvada é a junção de dois medicamentos. A rede pública há muito tempo já distribui ambos [o Brasil substitui a
emtricitabina por um similar, a lamivudina]. A única vantagem é a coformulação em única pílula", diz.
Segundo Hallal, está em estudo a fabricação no país de uma pílula juntando os medicamentos, alternativa que seria mais
barata do que importar o Truvada.
FOLHA ONLINE | COLUNISTAS
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS
17/07/2012 03:00
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Mutilações
1. Temas JUDAICOS são sempre sucesso de bilheteria. Quatro dias atrás estive na TV portuguesa para falar de circuncisão.
Não sou especialista no procedimento e, da última vez que confirmei, o meu prepúcio estava intacto.
Mas nada disso impediu as dezenas de insultos que recebi por e-mail. Curioso: na Europa do século 21, "judeu" (melhor:
"judeuzinho") continua a ser forma de agressão. Mesmo que você não seja.
Como Tayllerand disse dos Bourbon, a Europa não aprendeu nada e não esqueceu nada. Nem a Europa, nem a Alemanha: o
meu comentário televisivo analisava a decisão recente de um tribunal alemão que condenou a circuncisão.
Atenção à diferença: o tribunal de Colônia não condenou, como deveria, um caso de negligência médica que provocou
hemorragias graves numa criança judia de 4 anos.
O tribunal foi mais longe e condenou a prática "in toto": a circuncisão é um atentado contra a integridade das crianças em nome
das concepções religiosas dos seus pais.
Não vou reproduzir nesta Folha, um jornal de família, o conteúdo de algumas mensagens que recebi. Mas as mais moderadas
batiam no mesmo ponto: se eu já condenei publicamente a mutilação genital feminina nos países muçulmanos, como posso
tolerar a circuncisão?
A ignorância não é apenas atrevida. É também ridícula. Comparar a circuncisão à mutilação genital feminina é, resumindo, não
entender nada sobre uma e outra.
A circuncisão, realizada por mãos habilitadas, é um procedimento seguro, rotineiro e, segundo vários estudos científicos, pode
mesmo ser vantajoso na prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
A mutilação genital feminina é apenas isto: uma mutilação movida pelo ódio masculino ao prazer sexual da mulher. No espírito
e no método, a circuncisão e a mutilação não habitam o mesmo planeta.
E agora? Agora, calma: a decisão de um tribunal não cria legislação sobre o assunto. Mas as comunidades judaicas (e também
muçulmanas) do país temem que a decisão seja um perigoso precedente, transformando a liberdade religiosa numa caricatura.
Porque este é o ponto -para judeus, muçulmanos, mas também cristãos, agnósticos ou ateus: devem as famílias ter liberdade
para educarem os seus filhos como entenderem? Ou é função do Estado impor à sociedade os preconceitos de um político ou
de um juiz?
Como leitor de John Locke (1632 - 1704), eu julgava que a questão já estava resolvida havia quatro séculos: depois de guerras
religiosas intratáveis, a Europa aprendeu que a tolerância era a única forma de evitar a carnificina. A Alemanha, como sempre,
parece disposta a rever esses ensinamentos.
2. E por falar em mutilações: o leitor sabe o que aconteceu no Mali? Eu conto: fanáticos islamitas tomaram de assalto a cidade
de Timbuktu. E destruíram, com impressionante ferocidade, dezenas de mausoléus e centenas de estátuas ligados à tradição
sufista.
A mídia ocidental está horrorizada com a falta de etiqueta do pessoal da Al Qaeda e lembra que Timbuktu é um patrimônio
cultural da humanidade.
Não é, não: para a Al Qaeda, falamos de idolatria. E a idolatria só tem uma resposta: a bomba.
Aliás, o caso do Mali não é único. Dentro do fanatismo islâmico, o mundo ainda recorda a destruição dos budas milenares de
Bamyian, no Afeganistão, pelo Taleban.
Mas não é preciso viajar para tão longe de forma a contemplar o fanatismo em ação. No Ocidente, também temos os nossos
fanáticos: gente alegadamente "culta" e "civilizada" que gosta de apagar ou destruir tudo aquilo que considera ofensivo para a
religião do nosso tempo: a religião politicamente correta.
Todos os dias, alguém sugere a proibição de um autor (o americano Mark Twain, racista); a proibição pura e simples de uma
obra ("A Divina Comédia", homofóbica); e a criminalização de termos alegadamente ofensivos para minorias ou populações
indígenas.
Claro que, para sermos justos, os nossos fanáticos politicamente corretos não viajam de camelo nem usam trapos medievais
da cabeça aos pés.
Mas se fosse possível um mapa mental das suas cabeças, aposto que não haveria grandes diferenças em relação aos
selvagens do Mali.
[email protected]
FOLHA ONLINE | COTIDIANO
ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012 07:00
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Demora na regulamentação é injustificada, dizem entidades
Entidades da saúde que acompanham a regulamentação da lei antifumo se dizem apreensivas com a demora, tida como
injustificada.
Governo "emperra" lei federal antifumo criada há 7 meses
Análise: Atrasar aplicação de medidas é brincar com a vida das pessoas
"Sabemos que o lobby não acaba quando uma lei é votada ou sancionada", afirma Alberto Araújo, presidente da comissão de
tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia, uma das entidades que assinaram a carta enviada ao governo neste mês.
Para Paula Johns, da ONG ACT (Aliança de Controle do Tabagismo), o governo precisa mostrar que está comprometido com a
lei antifumo.
Apesar de impactarem mais em Estados que não têm leis antifumo próprias, a regra é aguardada por todos.
"Em São Paulo, por decisão judicial, a charutaria pode permitir o consumo de cigarro e charuto. Queremos usar a lei federal e
ter 100% dos estabelecimentos livres do fumo", diz Maria Cristina Megid, da vigilância sanitária paulista.
O Ministério da Saúde tem recebido, por outro lado, argumentos contrários à lei.
"A regulamentação pode, eventualmente, flexibilizar a norma", defende Edson Pinto, diretor de relações institucionais da Abresi
(que reúne o segmento de hospedagem, gastronomia e turismo).
Ele diz que a demanda do setor é para que a regulamentação permita que estabelecimentos como bares e restaurantes
mantenham as áreas específicas para os fumantes, desde que isoladas e sinalizadas. Assim, continua ele, o cliente poderia
optar.
PROPAGANDA
Outro tema que mobiliza entidades contra a nova lei é a restrição à publicidade nos pontos de venda de cigarro.
O argumento usado para sensibilizar o ministério é o de que a falta da propaganda vai aproximar os locais formais de venda
com os informais e, assim, favorecer o contrabando e a venda ilegal de cigarro e derivados.
FOLHA ONLINE | EQUILÍBRIO E SAÚDE
DST, AIDS E HEPATITES VIRAIS | ASSUNTOS RELACIONADOS À DST/AIDS E HEPATITES
17/07/2012 05:10
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EUA aprovam remédio que evita infecção por HIV
O governo americano autorizou ontem, pela primeira vez, que um medicamento seja usado para impedir a infecção de seres
humanos pelo HIV, vírus causador da Aids.
Trata-se do Truvada, uma única pílula que combina duas substâncias, hoje vendida como remédio para pessoas portadoras do
HIV.
Uma série de testes internacionais, envolvendo milhares de pessoas, tanto heterossexuais quanto homossexuais, mostrou que,
além de controlar infecções já existentes, o Truvada tem um papel preventivo, diminuindo em 70%, em média, o risco de
adquirir o vírus.
Justamente por esse resultado animador, embora longe de ser perfeito, especialistas pedem cautela. É improvável que o
Truvada substitua o uso da Camisinha como principal medida de prevenção contra o avanço da Aids.
CARO E COM RISCOS
Além disso, é preciso considerar, entre outras coisas, o custo do tratamento -em torno de R$ 20 mil por ano- e o risco de
efeitos colaterais, como náusea, vômito e diarreia. Mais raramente, também podem ocorrer problemas nos rins e maior
propensão a ter osteoporose.
Em resumo, não se trata de um profilático de uso geral, mas de uma medida para ajudar quem já corre risco muito elevado de
se infectar.
"Na nossa realidade, seria válido analisar um possível uso em casos como o de casais sorodiscordantes [em que uma das
pessoas já têm o HIV, enquanto a outra ainda não foi infectada] com relacionamento estável", disse à Folha o infectologista
Caio Rosenthal, do Instituto Emilio Ribas, em São Paulo.
"O uso do Truvada deve ser complementar, jamais substituindo o Preservativo", afirma Valdez Madruga, do programa de
DST/Aids do Estado de São Paulo e consultor da SPI (Sociedade Paulista de Infectologia).
NA ESTRADA
Ambos os componentes do Truvada, o tenofovir e a emtricitabina, pertencem a uma das classes mais populares de
substâncias anti-HIV.
São os chamados inibidores de transcriptase reversa -bloqueiam, em outras palavras, a molécula que o vírus usa para
"inscrever" seu próprio material genético no DNA das células humanas (veja quadro à direita).
Quando o vírus consegue fazer isso com sucesso, diz-se que ele se "integrou" ao genoma do hospedeiro.
O processo transforma, em certo sentido, as células humanas em escravas produtoras de vírus. E torna praticamente
impossível eliminar o parasita do organismo -por isso é tão importante impedir que a integração viral ocorra.
Se o uso do medicamento não for adequado -caso o paciente não tome o Truvada todo dia, conforme recomendado, por
exemplo-, aumenta o risco de o vírus desenvolver resistência contra o remédio, afirma Rosenthal.
O diretor do Emilio Ribas, o infectologista David Uip, é completamente contra a adoção do Truvada como estratégia de saúde
pública.
"Além de haver métodos mais eficazes, um dos componentes do Truvada, o tenofovir, também é largamente usado no
Tratamento da Hepatite. Seu uso indiscriminado pode levar à resistência a várias drogas dessa classe."
Já para Esper Kallás, infectologista da USP, embora nenhum remédio substitua o Preservativo, ele será de grande
contribuição. "É uma excelente notícia, porque aumenta o arsenal que nós temos à nossa disposição. Mas nada invalida o uso
do Preservativo e o diagnóstico."
- Ministério da Saúde diz que Brasil não deve adotar o remédio
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