fenilcetonúria: metabolismo, importância e complexidade do

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TÍTULO: FENILCETONÚRIA: METABOLISMO, IMPORTÂNCIA E COMPLEXIDADE DO TRATAMENTO
DIETÉTICO
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE
SUBÁREA: NUTRIÇÃO
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
AUTOR(ES): MAYRA AUGUSTO AMÂNCIO
ORIENTADOR(ES): NÁDIA VALÉRIA MUSSI DE MIRA
1.
RESUMO
A fenilcetonúria (PKU), é uma desordem autossômica recessiva, causada pela
deficiência da enzima hepática da fenilalanina hidroxilase (PAH), resultando na
redução da conversão de fenilalanina (Phe) em tirosina. Esta anomalia acarreta
elevados níveis de Phe no plasma e excreção de metabólitos anormais, sendo a
manifestação mais severa, o retardo mental. Se faz necessário o diagnóstico
precoce, para que a introdução de dieta com baixo teor de Phe tenha início no
primeiro mês de vida, visando reduzir os níveis plasmáticos de Phe para uma
concentração de 60-160 mol/L (concentração em crianças sadias). Na infância as
necessidades proteicas são atendidas através de formulações comerciais, mas a
necessidade de um controle rigoroso e prolongado da dieta até no mínimo, a
adolescência, se faz difícil. Conhecer a concentração de Phe nos alimentos para
estabelecer a quantidade a ser utilizada do mesmo; a falta de produtos com teores
reduzidos de Phe, o uso de suplementos para suprir as demais carências, são
fatores que impedem um tratamento adequado. Esta revisão traz uma abordagem
sobre a triagem neonatal, dificuldade e implicações dieta-doença e atuação da
ANVISA na regulação dos teores de Phe.
2.
INTRODUÇÃO
A PKU está relacionada com a deficiência da enzima PAH, variando entre a
completa
ausência
de
atividade
e
5%
de
atividade
residual,
associada
respectivamente a altas concentrações de Phe no plasma (1.200mmol/L) e
concentrações normais, (MIRA & MARQUEZ, 2000).
A Phe é um aminoácido essencial, que é hidroxilado em tirosina (Tyr) por ação
da PAH.
Uma diminuição da conversão de Phe em Tyr pode ser devido às
mutações
no
gene
da
PAH
ou
por
defeitos
na
síntese
da
coenzima
tetrahidrobiopterina (BH4), (VILARINHO et al, 2006).
Acúmulo de metabólicos como fenilpiruvato, fenillactato e fenilacetato formados
na ausência da enzima PAH e altas concentrações de Phe no plasma inibem as vias
metabólicas responsáveis pela produção de lipídeos que fazem parte da constituição
da bainha de mielina, comprometendo então o desenvolvimento neurológico do
indivíduo PKU, levando a alterações dermatológicas (eczema e distúrbios da
pigmentação), e psicomotoras, hiperatividade, convulsões, microcefalia, retardo de
crescimento entre outros, (GONÇAVES el al, 2010).
No Brasil o “Programa Nacional de Triagem Neonatal”, criado em 2001, no qual
incluem o diagnóstico da PKU, tem objetivo de detectar doenças genéticas que
tenham seu agravamento evitado/diminuído com o inicio de um tratamento logo após
o nascimento (WATANABE et al, 2013). A PKU tem como tratamento principal e
quase que exclusivo a dietoterapia, sendo este muito difícil e complexo, pois a além
da dieta ser extremamente restritiva, há a necessidade de uso de suplementos de
alto custo e a dificuldade de obtê-los através de programa público de saúde. Há um
crescimento nas ações judiciais para a obtenção de medicamentos de alto custo
através do governo, estas ações têm surgido devido a demora ou negativa do
fornecimento por parte do mesmo (SILVA & LAMÔNICA, 2010).
3.
OBJETIVO
Esse projeto de iniciação científica tem como objetivo atualizar informações
sobre a importância de um diagnóstico precoce da PKU, as dificuldades encontradas
no tratamento dietoterápico, a atuação da saúde pública no custeio de suplementos
e a implementação dos teores de Phe nas tabelas de informação nutricionais.
4.
METODOLOGIA
Pesquisa bibliográfica utilizando as bases de dados: Bireme, Medline, Scielo,
Dedalus e VPNUSPNet, onde as palavras chaves utilizadas foram: fenilcetonúria,
diagnóstico, requerimentos nutricionais, dietoterapia, saúde pública.
5.
DESENVOLVIMENTO
Existem diferentes tipos de hiperfenilalaninemias (HPAs) que formam um grupo
heterogêneo de doenças, incluindo a PKU clássica e variações de HPA, como a
HPA persistente, a HPA branda e a PKU atípica, (MANCINI et al, 2010).
Entre 97-98% dos diagnósticos das HPAs são devido a deficiência da PAH, e o
restante devido a erros da coenzima BH4. O diagnóstico correto do tipo de HPA é de
essencial levando-se em consideração que o tratamento inadequado faz com que o
quadro neurológico e de retardo mental desses pacientes persista ou se agrave.
Também é necessário que mulheres PKU façam um controle do nível sérico de Phe
antes e durante a gestação, pois elevado nível de Phe no plasma da mãe provoca
um nível de Phe no embrião ainda maior, resultando em dano cerebral antes do
nascimento (SANTOS & HAACK, 2012). A dietoterapia além de complexa é de longa
duração e requer mudanças nas ações por parte do paciente e familiares. Estudos
recentes demostram que mesmo pacientes que iniciaram a dieta precocemente
apresentam déficits na interação inter-hemisférica cerebral e cognitivos em várias
áreas (linguagem, memória, aprendizagem, etc), (MANCINI et al, 2010).
Por outro lado, há um crescimento nas ações judiciais para a obtenção dos
medicamentos através de programa de saúde pública, devido aos problemas, como
distribuição das fórmulas e falta de estoque, revelando a omissão do Estado em
promover uma assistência de qualidade, a pacientes PKU, (SILVA E LAMÔNICA,
2006).
6.
RESULTADOS PRELIMINARES
O diagnóstico de HPA junto a um tratamento precoce é de extrema importância,
para evitar o comprometimento de risco de deficiências psicomotoras, (WATANABE
et al, 2013). A dieta deve conter alimentos com baixo teor em Phe, porém em
quantidade suficiente para evitar síndrome carencial, visto tratar-se de aminoácido
essencial. Para tanto a Justiça Federal a partir da Ação Civil pública nº 89.00374656, condenou a União a “exigir para a liberação dos produtos industrializados a
quantidade de fenilalanina impressa em cada embalagem”, (ANVISA, 2011), dando
origem a uma nova trajetória na veiculação do tratamento da PKU
7.
FONTES CONSULTADAS
ANVISA – AGENCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA - Reunião da Câmara
Setorial de Alimentos – 2011 em www,portalanvisa.gov.br, acesso em 26/08/2014
GONÇALVES, V.S.S.; FERREIRA, T.R.A.S.; VALADARES, B.L.B. Fenilcetonúria:
abordagem reflexiva e transdisciplinar no programa de genética para cursos de
nutrição. Rev. Simbio-Logias, v.3, n.5, Dez/2010.
MANCINI, P.C. et al. Alterações auditivas e fenilcetonúria. Rev. CEFAC, v.12, n.1,
p.140-145, 2010
MIRA, N.V.M & LANFER-MARQUES, U. Importância do diagnóstico e tratamento da
PKU. Revista de Saúde Pública, v. 34 n.1 p.86-96, 2000
SANTOS, M.P. dos; HAACK, A. Fenilcetonúria: Diagnóstico e tratamento. Rev.
Com. Ciências Saúde. v. 23, n.4, p. 263-270, 2012.
SILVA, G.K.; LAMÔNICA, D.A.C. Desempenho de crianças com fenilcetonúria no
teste de screening de desenvolvimento denver - II. Pró-Fono Revista de Atualização
Científica 2010.
VILARINHO, L. et al. Fenilcetonúria revisitada. Arquivos de medicina. V.20 n.5/6,
p.161-172, 2006.
WATANABE, A.M. et al. TESTE MÚLTIPLO DA FEPE. Cartilha dos erros inatos do
metabolismo. Paraná. 2013.
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